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Seis meses para aprender as novas regras do português O ‘x’ da seguran- ça é a garantia da diversidade Mais de 100 espe- cialistas em meio ambiente na UFF

Revista Uff 01

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  • Seis meses para aprender as novas regras do portugus

    O x da seguran-a a garantia da diversidade

    Mais de 100 espe-cialistas em meio ambiente na UFF

  • Nesta edio

    c.i . .n.c . i .a

    s .a..d.ee.d.u.c .a. ..o

    o.p. i .n . i . .o

    t .e.c .n.o. l .o .g. i .a

    m.e. i .o a.m.b. i .e .n.t .e

    l . i . t .e .r.a.t .u .r.a

    Lixo, lixo, lixo e mais lixo nas cidades. O que fazer com tanto lixo? A nova legislao, cha-mada de Poltica Nacional de Resduos Slidos, traz exigncias para o poder pblico, empre-sas, catadores e populao.

    Dentre os ltimos lanamentos da Editora da UFF, esto a coletnea de DVDs que tratam das memrias da escravido no Vale do Paraba e o livro Silvio Santos Vem A, que analisa os mecanismos de produo de sentido dos pro-gramas que envolvem o expectador brasileiro h 50 anos.

    A UFF tem uma rede de mais de 100 especia-listas que criam solues inovadoras na rea de meio ambiente, para atender s deman-das de empresas pblicas e privadas ou de governos.

    Faltam seis meses para voc se acostumar com as novas regras da Lngua Portuguesa. Veja o que mudou e as melhores maneiras de memoriz-las.

    Conhea o Crasi, um servio inovador de aten-dimento para idosos e suas famlias.

    Um debate atual coloca duas posies cient-ficas lado a lado, para fornecer subsdios aos leitores interessados nas questes de com-portamento.

    A professora Ana Paula Miranda discute, em seu artigo, a questo da segurana no coti-diano das cidades, alertando os gestores para as diferentes formas de ocupao e uso dos espaos urbanos, que leve em considerao as demandas dos diferentes segmentos da popu-lao e, ao mesmo tempo, facilite as formas de acesso justia e s instituies de admi-nistrao de conflitos.

  • A origem da violncia est no crebro ou inerente s relaes humanas?

    c.i . .n.c . i .a Texto: Maria LaImagens: UFF Imagem

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    Duas especialistas da UFF, que recentemente

    publicaram estudos, cada uma no seu campo de atuao, defendem os seus

    respectivos pontos de vista, que retratam o debate atual e ajudam a esclarecer o

    que de mais moderno se discute no mundo cientfico a esse respeito.

  • 4Pesquisadora do Instituto Biomdico, Letcia de Oliveira vem trabalhando com a anlise de imagens cerebrais e, em pesquisa de-senvolvida em Londres, em 2011, utilizou a metodologia de reconhecimento de padres destas imagens para identificar adolescen-tes em situao de risco de desenvolver dis-trbio bipolar. (Veja matria sobre o assun-to AQUI)

    Esse mesmo procedimento est sendo apli-cado agora, em colaborao com o grupo de Londres, para investigar o impacto da violncia no crebro das pessoas. O estudo est sendo realizado com os dados de resso-nncia magntica obtidos em imagens cere-brais coletadas no Hospital Clementino Fra-ga Filho, da UFRJ, com 32 voluntrios sem patologias.

    Esses estudos, no entanto, tm provocado a reao de pesquisadores das reas humanas, como a professora Marlia Etienne Arreguy, da Faculdade de Educao. Em pesquisa de-senvolvida na Universidade Paris-Diderot, na Frana, Marlia Etienne alerta sobre os riscos que esses trabalhos neurocientficos envolvem, ao relacionarem as emoes ou o comportamento violento ao funcionamento cerebral. Ainda que essa correlao esteja baseada em tcnicas de imageamento ce-rebral cada vez mais apuradas, no se pode ignorar a condio inesgotvel dos afetos humanos e da violncia intrnseca vida em sociedade. (Veja o estudo AQUI)

    Para Letcia de Oliveira, esses resultados neu-rocientficos so como um marcador de vulne-rabilidade, capazes de fornecer uma indicao de quo vulnervel um adolescente para de-senvolver a patologia. A importncia dos estu-dos tentar amenizar ou evitar o desenvolvi-mento de uma doena, pois muitas patologias mentais tm incio no fim da adolescncia.

    No entanto, segundo Marlia Etienne, a se en-contra outro risco, o da excessiva medicaliza-o de jovens e crianas. Com os avanos da psicofarmacologia e suas poderosas indstrias, diz a pesquisadora, desde meados do scu-lo XX, qualquer transtorno emocional passou a ser controlado com medicamentos, dada a infinidade de substncias psicoativas que sur-gem tambm, cada vez mais, no mercado.

    Levando-se em conta a prpria plasticidade neural do crebro humano, a sua capacidade de se modificar e as interaes inegveis que cada pessoa estabelece com seu ambiente e com os outros, pergunta Marlia, seriam as al-teraes cerebrais causa ou consequncia dos diferentes tipos de comportamento durante a vida?

    No h dvida, de acordo com Letcia de Oli-veira, de que os resultados neurocientficos so fruto da plasticidade neural em decor-rncia dessa interao do ser humano com o ambiente, mas o que o arcabouo biolgico representa so as potencialidades de cada um, afirmou.

    Ousar impedir as pesquisas neurocientficas poderia ser da ordem de um novo obscurantis-mo, admite Marlia Etienne, e, na realidade, alguns autores, com perspectivas neurocient-ficas mais abertas transdisciplinaridade e ao saber psicoanaltico, j propem a construo de laboratrios conjuntos para a produo de trabalhos interdisciplinares que deem conta da complexidade do comportamento humano.

    Clique nas imagens para assistir aos vdeos.

  • Todas as quartas-feiras, das 13h s 15h, uma equipe de profissionais de diversas reas da UFF, como psiclogos, fonoaudilogos, geria-tras, fisioterapeutas, nutricionistas, assisten-tes sociais e enfermeiros, trabalha na reabili-tao cognitiva dos pacientes idosos e j com algum grau de demncia, e no suporte psicos-social aos familiares e cuidadores. Essa a funo do Centro de Referncia em Assistn-cia Sade do Idoso (Crasi), organizado pelo Servio de Geriatria do Hospital Universitrio Antnio Pedro (Huap).

    Coordenado pela mdica geriatra Yolanda Eli-za Moreira Boechat, o Crasi promove, alm de sesses individuais, diversas atividades em gru-po, como teatro, fotografia, educao fsica, pintura, oficina de memria, salas de cinema, com filmes sugeridos pelos profissionais, e at de msica, com a participao dos pacientes

    Huap oferece atendimento especializado para pacientes

    com demncia e seus familiares

    s.a..d.e Texto: Nvia PassosFotografia: Arquivo do

    Crasi

    em corais. Outro mtodo que utilizamos nes-sas atividades em grupo o de mostrar textos de grandes autores, como Clarice Lispector, e transferir o que est escrito ali para a realida-de desses idosos, explicou a coordenadora.

    Os idosos so encaminhados ao programa pe-los postos de sade da rede municipal, ou por meio dos atendimentos no prprio Huap, po-rm, antes de iniciar os atendimentos espe-cializados, a equipe de profissionais faz um rastreamento multidimensional de cada pa-ciente. So realizadas reunies de grupo com pacientes e familiares, em salas separadas e, no caso dos pacientes com demncia, existem dois grupos: um na fase inicial e outro no es-tgio mais avanado da doena.

    Para a idealizadora e criadora do projeto, pro-fessora Vilma Cmara, de suma importncia

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    a terapia dirigida aos familiares e cuidadores dos pacientes, j que a doena acaba criando uma barreira no relacionamento com o idoso. O grupo dos familiares visa restabelecer os la-os que foram rompidos com o incio da doen-a e, no caso dos cuidadores, orientar sobre a maneira correta para lidar com o paciente.

    A histria do Crasi comea em 1987, quando a mdica Vilma Cmara passa a coordenar o laboratrio de neurologia comportamental e demncias no Huap, tendo criado um progra-ma de extenso, de atendimento interdiscipli-nar para os pacientes com demncia e seus familiares, que era chamado de Programa In-terdisciplinar de Geriatria e Gerontologia, que comeou a funcionar plenamente em 1992. Devido ao sucesso do programa e ao seu cres-cimento, em 2002, esse grupo integrou-se ao laboratrio do Huap, dando incio ao Crasi, no qual Vilma Cmara, hoje aposentada, conti-nua trabalhando como voluntria.

    Por semana, mais de 20 idosos, de Niteri e municpios vizinhos, comparecem ao encon-tro, que realizado no Mequinho, Avenida Jansen de Melo, 174, Centro, Niteri.

  • 6A associao da (in)segurana ao cotidiano das cidades comumente apresentada como uma das consequncias do crescimento populacio-nal e da ausncia de polticas pblicas. Essa viso do senso comum oculta uma ideia de que a cidade segura deve ser um espao homog-neo, o que acaba reforando a ideia da se-gregao espacial como uma soluo possvel para os problemas das cidades. No pretendo aprofundar essa questo, mas, sim, partir dela para argumentar que a equao cidade/popu-lao/segurana no pode ser tratada sob o paradigma da imposio da ordem.

    Minha convico baseia-se nos dados constru-dos por um conjunto de pesquisas empricas desenvolvidas, desde 2002, pelos integrantes do Ncleo Fluminense de Estudos e Pesquisas (Nufep/UFF). Nesse perodo, o referido ncleo tem sido procurado por prefeituras do Esta-do do Rio do Janeiro, geralmente a partir das secretarias municipais de Segurana Pblica, para a realizao de diagnsticos e elaborao

    Segurana, cidades e populao: quando o x da questo a garantia da diversidade

    de planos de segurana pblica municipal.

    A primeira dimenso que gostaria de desta-car o descompasso institucional no que se refere aos processos de formulao de pol-ticas pblicas. Se as cidades tm sido objeto de planejamento urbano h algumas dcadas, apenas recentemente a segurana tornou-se um objeto de discusses no mbito municipal, sem que ainda hoje se tenha clareza do que se pode e deve fazer nessa rea.

    Alm da constatada falta de sintonia entre os planos estratgicos das cidades e a segurana pblica, entendida aqui como campo de rela-es onde se efetiva o direito cidadania, preciso salientar que a incorporao de con-ceitos oriundos do planejamento empresarial para a gesto de polticas pblicas tem resul-tado no desenvolvimento de um modelo de cidade-mercadoria, desvinculada da garantia dos direitos fundamentais do citadino, e frag-mentada em territrios desenhados para a es-

    peculao imobiliria.

    Nesse cenrio, a segurana pblica no pode ser concebida, tal como vem sendo historica-mente tratada em nosso pas, como uma im-posio de uma ordem estatal instituda, que est unicamente vinculada s formas de re-presso criminalidade violenta e aos confli-tos sociais. Recentemente que a segurana pblica comeou a deixar de ser um tema ex-clusivamente restrito s ticas jurdica os criminalistas e militar, para passar a ser con-cebido sob uma perspectiva transdisciplinar.

    Outro aspecto caracterstico das intervenes institucionais, policial e judicial, o seu dire-cionamento voltado represso dos crimino-sos e no de crimes, revelando uma concepo altamente arbitrria e seletiva, que deixa cla-ro que modelo de cidadania se tem na prtica.

    Pensar de forma articulada sobre cidade/popu-lao/segurana significa buscar compreender

    o.p. i .n . i . .o

    Professora Ana Paula Mendes de Miranda Vice-coordenadora do Programa de Ps-Graduao em Antropologia da UFF

  • 7as diferentes formas de habitar as cidades e os usos que seus diferentes pblicos fazem dela. analisar as ocupaes urbanas levando em considerao as demandas por reconhecimen-to dos grupos ocupacionais que fazem da rua seu local de trabalho (camels, vigias, etc.). buscar compreender quais os contedos e os significados de atos que so designados gene-ricamente como violncia, mas que em vrios casos revelam conflitos entre diferentes ato-res em disputa na transformao das cidades, bem como discutir as formas de acesso aos sis-temas de justia e aos modelos institucionais de administrao de conflitos acionados nes-ses contextos de interao.

    A resoluo desses problemas no est, obvia-mente, na frmula mgica de mais represso. Est na compreenso dos dispositivos institu-cionais envolvidos nas reivindicaes de jus-tia e de direito, de modo que as crticas aos modelos de administrao institucional de conflitos possam contribuir para suscitar trans-formaes significativas na estrutura urbana, arquitetnica e social das cidades. Mudanas estas que deem conta das formas estticas e de sociabilidade locais que compem o espa-o pblico no como uma terra de ningum, ou algo que pertence ao Estado, mas como um espao simblico de interaes, no qual os atores buscam dar visibilidade s suas deman-das por direitos e reconhecimentos.

    A soluo para a equao cidade/segurana/populao deve ser buscada na formulao de polticas pblicas que considerem essa com-plexa interao no seio das cidades, conside-rando-se os distintos pontos de vista de seus habitantes e suas maneiras de viver e construir novos e diferentes espaos. Tal perspectiva distingue-se da recorrente prtica de importa-o de modelos de metrpoles ou de seguran-a que privilegiam a cidade-mercadoria.

  • Acordo Ortogrfico comea a valer a partir de janeiro de 2013

    e.d.u.c .a. ..o Texto: Marcela Macedo

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    As novas regras da Lngua Portuguesa, que j esto presentes no Brasil desde o dia 1 de janeiro de 2009, ainda causam dvidas fre-quentes entre os praticantes do idioma, que tm prazo de adaptao at de-zembro deste ano. Nesse perodo de transio, as duas formas de escrever sero consideradas. En-tretanto, educadores j as utili-zam nas escolas, pois acreditam que quanto antes as regras forem ensinadas, mais facilmente sero absorvidas, e o governo tambm j determi-nou s editoras que s enviem para as escolas pblicas livros com a nova grafia.

    A nova reforma ortogrfica abrange os oito integrantes da Comunidade dos Pases de Ln-gua Portuguesa (CPLP) Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal, So Tom e Prncipe e Timor Leste que tm o portugus como idioma oficial. Mas, no caso do Brasil, apenas 0,43% das palavras sofre-

    ram mudanas, e, em todos eles, a reforma atinge apenas a escrita. Ela tem o objetivo comum de diminuir ao mximo as diferenas entre os falantes do portugus, contribuindo

    para a criao de um padro no ensino e em publicaes oficiais, alm de aumentar e melhorar o intercmbio cultural e cientfico.

    No Brasil, essa a terceira refor-ma ocorrida, tendo sido a primei-ra realizada em 1943 e a segun-

    da, em 1971. As principais regras envolvem a anulao do trema em todas as palavras, do acento nos hiatos oo e ee, e do acen-to nos ditongos abertos ei e oi de pala-vras paroxtonas. Tambm deixa de existir o acento diferencial em palavras homgrafas, ou seja, palavras que se escrevem da mesma maneira, mas tm pronncia e/ou significado diferentes. Alm disso, inclui as letras k, y e w no alfabeto brasileiro e estabelece no-vas regras para o uso do hfen.

    Prazo de adaptao s normas vai at o final de 2012

    No Brasil, essa a terceira reforma

    ocorrida, tendo sido a primeira realizada

    em 1943 e a segunda, em 1971

    Alguns exemplos de palavras que sofreram alteraes

    A forma verbal para deixou de ser acen-tuada se igualando preposio para (caso das palavras homgrafas).

    A palavra frequncia perdeu o trema, as-sim como todas as outras palavras.

    O vocbulo enjo perdeu o acento cir-cunflexo, bem como todos os outros hiatos ee e oo.

    A palavra infraestrutura perdeu o hfen, assim como todas as outras com prefixo ter-minando em vogal e o segundo elemento comeando com uma vogal diferente.

  • e.d.u.c .a. ..o

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    A Reforma Ortogrfica em versinhos, livro escrito por Maurcio de Sousa, pretende apresentar s

    crianas as mudanas da reforma

    Alunos ainda no se sentem familiarizados com as normas. Pedro Macdo, 18 anos, estudante de pr-vestibular, diz no se sentir preparado para realizar as provas. Segundo ele, apesar de ter aprendido as novas regras na escola, no realizou exerccios de fixao. Ele res-salta ainda que suas maiores dificuldades so com os novos empregos do hfen.

    Segundo a professora da UFF Mariangela Rios, no h motivos para resistncia ao acordo. Os mais antigos, alfabetizados na antiga or-tografia, costumam, num vis meio saudosis-ta, se manter presos tradio. A melhor dica para absorver uma regra us-la no dia a dia. Como o acordo prev maior simplificao, com supresso de acentos e tremas, tudo fica mais fcil. A leitura de textos na nova ortografia tambm concorre para sua absoro.

    Na internet, o site www.ortografa.com.br surgiu com o objetivo de ajudar, de forma simples, os que tm dificuldade com a nova grafia, em que por meio de uma caixa de texto, a pessoa digita o que desejar e o sistema corrige de acordo com a regra atual ou oferece dicas de auxlio. Tam-bm foram lanados livros dedicados a mostrar e explicar as normas, dentre eles, A Reforma Or-togrfica em versinhos, escrito por Maurcio de Sousa, que, com o pano de fundo da Turma da Mnica, pretende apresentar s crianas as mu-danas da reforma. Alm disso, sites educacio-nais tambm j aderiram nova escrita, como o site de nossa universidade, que adotou as mu-danas desde que a reforma foi acordada.

  • Texto: Maria La

    Fotografia: Arquivo do

    Remads

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    A UFF tem uma rede de mais de 100 professores destinada a oferecer solues de tecnologia ambiental

    O Ncleo de Extenso Rede UFF de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel (Remads-UFF) congrega desde

    engenheiros, qumicos, bilogos, gegrafos e gelogos at mdicos, pedagogos e profissionais da rea de comunicao,

    todos atuando de maneira integrada para oferecer solues de tecnologia ambiental.

    t .e .c .n.o. l .o .g. i .a

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    Coordenado pelo professor Jlio Csar Was-serman, do Departamento de Anlise Geoam-biental, o Remads-UFF desenvolve atualmen-te projetos com a Petrobras, Odebrecht, OAS, LLX, MMX, dentre outras empresas, sempre com o objetivo de oferecer solues customi-zadas, ou seja, especficas para cada cliente e sempre inovadoras.

    A partir das demandas apresentadas por em-presas privadas, pblicas ou governos, o Re-mads-UFF identifica as competncias dentro da universidade e monta propostas que criem solues inovadoras nas reas de resduos do-msticos e industriais, licenciamentos, impac-tos ambientais, emisses atmosfricas, crdi-tos de carbono, numa complexidade cada vez maior, conforme o pas vai se desenvolvendo.

    Alm das solues de tecnologia, o Remads tambm tem trabalhado no desenvolvimento de produtos, como um amostrador de gua es-pecfico para guas rasas. Por demanda do Con-srcio Ambiental Lagos So Joo, que incorpo-ra municpios da Regio dos Lagos, o coletor foi desenvolvido para atender necessidade do cliente, que precisava coletar amostras em profundidades bem precisas, a dez centme-tros do fundo do Rio So Joo. Os especialistas envolvidos nesse trabalho criaram o amostra-dor de gua que foi, inclusive, registrado para a obteno de patente no Escritrio de Trans-ferncia de Conhecimento da UFF. Este amos-trador desce na gua aberto e, ao chegar na profundidade desejada, ele se fecha, reten-do a gua daquele nvel e trazendo tona as amostras necessrias para anlise.

    Dentre os projetos que esto em andamento, o coordenador Jlio Wasserman relaciona o plano estratgico para o desenvolvimento da Baa de Sepetiba que permitir o zoneamento de atividades naquele ecossistema de forma que sejam o menos impactantes possvel para o meio ambiente. Dentre as atividades previs-tas para serem instaladas na regio, pode-se citar a construo de um terminal de petr-leo, novos portos, estaleiros e indstrias de transformao..

    Outro projeto importante e em andamento, diz Wasserman, a avaliao dos rejeitos da Estao de Tratamento de gua (ETA) da em-presa guas de Juturnaba, que fornece gua

    Amostrador de gua, um coletor especfico para guas rasas, desenvolvido e patenteado pela UFF

    t .e .c .n.o. l .o .g. i .a

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    para a Regio dos Lagos. Nesse caso, diz o coor-denador do Remads, durante mais de 30 anos a ETA lanou um lodo do tratamento rico em alumnio diretamente na represa, gerando um grande passivo ambiental que pode ameaar a sustentabilidade do processo de captao de gua e abastecimento da regio. O objeti-vo, nesse caso, identificar se h riscos para o consumo humano e, para isso, est sendo feita uma avaliao qumica do resduo, para verificar se o alumnio deste lodo pode estar contaminando a gua dis-tribuda na regio. Nesse estudo, o ncleo conta com recursos do Programa Pen-sa-Rio da Faperj.

    Na mesma regio, o Remads est finalizando um trabalho financiado pelo programa Petrobrs Ambiental para avaliar a qualidade da gua dos rios afluentes que chegam a essa mesma represa. Com o estudo os pesquisadores do Remads identificaram altas concentraes de alumnio na gua, motivando a realizao do projeto de avaliao dos resduos da ETA, mencionados acima.

    Nesse mesmo contexto, uma outra empresa da regio, a Prolagos solicitou um estudo da qua-lidade da gua para verificar a possibilidade de instalao de uma nova Estao de Tratamen-to de guas no baixo curso do Rio So Joo. O estudo verificar se possvel construir uma estao de captao de gua prxima desem-

    O nosso papel dizer como est o meio ambiente onde

    localiza-se o empreendimento, mas vocs tm de fazer tais e

    tais procedimentos para diminuir ao mximo o impacto

    desse empreendimento.

    bocadura do rio, a fim de atender populao dos bairros de Unamar e Barra de So Joo no municpio de Cabo Frio.

    O Remads atua ainda em vrios estaleiros. Um deles o Estaleiro da Ilha S.A., no processo de licenciamento do que dever ser o maior esta-leiro da Amrica Latina, a ser instalado em Ala-goas. Nesse caso, o Remads est dando suporte tcnico aos estudos de impacto ambiental.

    No Estado do Rio, o Remads est dando suporte ao Esta-leiro Brasa, uma nova ins-talao que fica na Ilha do Caju, para desenvolver um processo de gesto ambien-tal, fazendo anlises do solo para verificar os nveis de contaminao, condio

    liberao das obras. L, diz Wasserman, o solo contaminado, tem mercrio, poluentes diver-sos e, nesse caso, os especialistas tiveram de averiguar se esses nveis de poluio estavam acima do que a legislao permite. Os nveis verificados, diz o coordenador, estavam abaixo da legislao brasileira, mas ainda assim eram relativamente elevados, e foi preciso propor um programa de biorremediao para que este solo no permanecesse exposto e contaminado.

    Foi o Remads ainda que fez o monitoramen-to ambiental do Complexo Petroqumico da Petrobras (Comperj), de 2008 a 2010. Foram 25 meses de monitoramento a um custo de

    R$5,5 milhes. Nesse projeto, trabalhou um grupo interdisciplinar de 15 professores e 45 bolsistas envolvendo as reas de demografia, economia, geografia, geologia, oceanografia, modelagem, qumica e engenharia qumica. Foi necessria a aquisio de vrios equipa-mentos como o de cromatografia gasosa aco-plado a um de espectometria de massas que, sozinho, custou R$500 mil, e que ficaram insta-lados no Instituto de Qumica da UFF. Os resul-tados, afirma Wasserman, foram um sucesso, pois atenderam ao que o cliente demandou, e o empreendimento no teve problemas am-bientais.

    As empresas apresentam os relatrios da uni-versidade ao Poder Pblico (agncia ambien-tal, Ministrio Pblico, etc.), que os considera consistentes, coerentes e que ainda contm as medidas que devem ser tomadas.

    Guyana, aparelho que faz medies de mercrio

    voltil na atmosfera da Amaznia

  • Novas exigncias para o tratamento de resduos slidos

    Texto: Regina

    Schneiderman

    Imagens: Cempre

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    Depois de 21 anos tramitando no Congresso Nacional, finalmente, em agosto de 2010, foi sancionada pelo presidente Luiz Incio Lula da Silva a nova lei de Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS). Dentre os tpi-cos principais, a nova lei probe a existncia de lixes a cu aberto e determina a criao de aterros sanitrios para o lixo sem possibi-lidade de reaproveitamento. O tratamento do lixo uma atribuio das prefeituras, e, para a construo desses aterros, podero ser formados consrcios de municpios. Pela nova lei, o governo federal s repassar re-cursos para limpeza e manejo de resduos para as prefeituras que tenham um plano de gesto aprovado.

    A PNRS tambm responsabiliza as empresas pelo recolhimento de produtos descartveis, que a chamada logstica reversa, ou seja, quando as indstrias ficam obrigadas a reco-lher embalagens usadas de produtos agrotxi-cos, pilhas, baterias, pneus, leos lubrificantes e todos os tipos de lmpadas e eletroeletr-nicos. A PNRS ainda incentiva a indstria de reciclagem e pretende formalizar o trabalho dos catadores, antes voluntrio.

    A Revista UFF entrevistou trs professores da universidade ligados ao tema: Antonio da Hora, do Departamento de Engenharia Agr-cola e Ambiental; Emlio Maciel Eigenheer, do Departamento de Filosofia e, desde 1985, responsvel pela primeira experincia brasi-leira de coleta seletiva de lixo e que fei-ta no bairro de So Francisco, em Niteri; e Fernando Beiriz, do Departamento de Teleco-municaes, especialista em lixo eletrnico, com uma tese sobre a questo ambiental de logstica reversa para resduos da indstria da construo civil.

    RU Quais as vantagens e desvantagens dessa lei?

    Antonio da Hora Ela deveria ser um pouco mais contundente no sentido de erradicar todos os lixes. O principal problema am-biental a falta de saneamento como um todo o tratamento do esgoto, o resduo, a forma de coleta, a coleta seletiva, o trans-porte inadequado e o lanamento do lixo. Estamos dando um passo importante ao des-tinar adequadamente o lixo, que fazer o aterro sanitrio. Precisamos ter uma polti-ca que sinalize um avano tecnolgico. Por

    m.e.i .o a.m.b. i .e .n.t .e

  • m.e.i .o a.m.b. i .e .n.t .e

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    RU Como a universidade poder contribuir para a aplicao da PNRS?

    Antonio da Hora A universidade poder con-tribuir formando pessoal nas reas de enge-nharia ambiental, geologia, educao ambien-tal, construo civil, cincias sociais, biologia, etc., mas tambm poder qualificar pessoas para atuar nos municpios que iro projetar e operar essa nova fase de construo de aterros sanitrios. Outra tarefa ser descobrir novos processos para o aproveitamento de resduos e a criao de novos produtos, como a garrafa PET virar mangueira, etc.

    Emlio Maciel Eigenheer A UFF ter de ela-borar, por fora da lei, seu plano de gerencia-mento de resduos. Essa medida no apenas ajudar a superar algumas dificuldades atuais, como poder servir tambm para o treinamen-to e estudo de alunos de vrios cursos da rea ambiental.

    Fernando Beiriz A universidade poder con-tribuir, principalmente, com a formao de engenheiros de meio ambiente. Esses profis-sionais vo colaborar na criao, desenvolvi-mento e execuo de projetos que evitem a degradao e preservem o meio ambiente.

    http://www.cempre.org.br/download/pnrs_002.pdf

    exemplo, as latinhas no Brasil j so quase 100% recicladas. Isso tambm pode ser feito com plstico, pneu, papel. Enterra-se o que pode ser reciclado. O lixo no aproveitado pode ser transformado em combustvel para produo de energia. Deixa de ser problema e passa a ser insumo.

    Emlio Maciel Eigenheer A dificuldade maior da lei est nos custos elevados de implanta-o e manuteno dos sistemas sugeridos. Financi-los ser um desafio para as munici-palidades e mesmo para a iniciativa privada, principalmente se levarmos em conta as de-sigualdades socioculturais da populao e as diferenas regionais.

    Fernando Beiriz Uma das vantagens da lei a logstica reversa. Os produtos antigamente tinham uma vida til muito longa uma TV durava 30 anos. Com a nova lei, cada produtor responsvel, ao trmino da vida til do pro-duto, pelo seu retorno ao processo produtivo, ou para outro aproveitamento, ou ento como rejeito para o aterro sanitrio. Acho que po-deria ser dado um incentivo para produtores e consumidores. Na microeletrnica so utiliza-dos vrios metais nobres que vo acabar como cobre, ouro, chumbo. No exterior, por exem-plo, o desmonte da TV j facilitado com o uso de cores do que pode ser reaproveitado.

  • Lanamentos Eduff

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    Ttulo: Silvio Santos Vem A - programas de auditrio do SBT numa perspectiva semiticaAutora: Silvia Maria de SousaPreo: R$ 34Pginas: 160

    Numa anlise semitica do Programa Silvio Santos, a obra procura detectar os mecanismos de produo de sentido, tanto no plano do contedo quanto no da expresso, que envolvem o espectador brasileiro h 50 anos, estabelecendo com ele um contrato de confiana e adeso. Para tanto, a autora analisa minucio-samente a linguagem sincrtica, mltipla e diversificada que constitui o programa de TV, estabelecendo articulaes entre som e imagem, movimento e iluminao, gestualidade e utilizao do espao cnico. Tece, ainda, importantes consideraes a respeito de contedos associados ideologicamente aos valores conservadores e mitologia capitalista do sucesso, da conquista e do poder dos mais fortes, to atrelada imagem do apresentador, de um homem que enriqueceu com trabalho duro.

    Ttulo: Clculo TensorialAutor: Jos Geraldo Franco MxasPreo: R$ 27Pginas: 176

    A noo de tensor aparece nos estudos de mecnica analtica, relatividade, eletromagnetismo, mecnica dos slidos e mecnica dos fluidos. , portanto, um tpico de suma importncia, no s para os fsicos, mas tambm para aqueles que atuam em vrias reas das cincias exatas. Integrante da coleo Didti-cos da Editora da UFF, em Clculo Tensorial, o professor Jos Geraldo Mxas aplica a experincia adquiri-da ao longo dos anos em sala de aula, apresentando o contedo de forma objetiva. As demonstraes so desenvolvidas em detalhes para que o leitor se familiarize com a manipulao dos ndices dos tensores. Evitou-se o uso da eliminao dos smbolos dos somatrios, tornando assim mais claro o entendimento das frmulas tensoriais. Procurou-se, ainda, dar nfase natureza geomtrica da teoria sem perder de vista as suas aplicaes.

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    Ttulo: Fronteiras em movimento: Histria comparada - Argentina e Brasil no sculo XIXAutora: Maria Vernica SecretoPreo: R$ 39Pginas: 237

    A historiadora parte da ideia de que a abundncia relativa de terras, no Oeste Paulista e no sudeste da provncia de Buenos Aires, contribuiu fortemente para gerar um tipo especfico de sociedade, na segunda metade do sculo XIX. quela poca, as grandes extenses de terra foram incorporadas produo para responder demanda gerada pelo mundo industrializado: algodo dos Estados Unidos, caf da Venezuela e do Brasil, l dos pampas argentinos, etc. Geograficamente, as plancies norte-americanas, os pampas sul-americanos e as estepes do sul da Rssia e da Hungria eram semelhantes; por esse motivo todas de-senvolveram o mesmo tipo de agricultura, a dos cereais, mas do ponto de vista poltico, social e legal ha-via grandes diferenas. Esse livro por meio da comparao entre duas regies incorporadas ao sistema mundial nesse perodo tenta em grande medida explicar essas diferenas.

    Ttulo: Passados Presentes (DVDs)Projeto do LabhoiPreo: R$ 40

    Coletnea de quatro documentrios produzidos pelo Laboratrio de Histria Oral e Imagem da Universida-de Federal Fluminense (Labhoi), que retrata a memria da escravido entre os descendentes de escravos das antigas reas cafeeiras do Vale do Paraba. Indito, traz uma histria pouco conhecida da escravido, a partir da memria e tradio oral dos descendentes de escravos nos antigos domnios da famlia Souza Breves, que correspondem hoje s cidades de Pinheiral e Bracu. Os outros trs filmes so: Memrias do Cativeiro (2005), Jongos, Calangos e Folias (2007) e Versos e Cacetes (2009).

  • Expediente

    Superintendente de Comunicao Social:Rosane Pires Fernandes

    Editora-executiva: Maria La Monteiro de Aguiar

    Projeto Grfico e Diagramao: Alvaro Faria

    Redatores:Marcela MacedoMaria La Monteiro de AguiarNvia PassosRegina Schneiderman

    Vdeos: UFF ImagemProduo: Sandra Filgueiras e Wilson ParanImagem: Rafael Saar e Ronaldo Coelho

    Revisora: Sonia de Onofre

    Contato

    Telefone: (21) 2629-5240E-mail: [email protected]

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