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União União Revista Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil Entrevista com o presidente do CONIC, bispo de Chapecó, Dom Manoel João Francisco Pág. 05 Seminário Teológico do CONIC detecta desafios para o ecumenismo Pág.06 Igrejas do CONIC têm desconto para compra de carros GM Pág. 11 Brasília - Ano 1 - Número 1

Revista União

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UniãoUniãoRevista

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil

Entrevista com o presidente do CONIC, bispo de Chapecó, Dom Manoel João Francisco

Pág. 05

Seminário Teológico do CONIC detecta desafios para o ecumenismo Pág.06

Igrejas do CONIC têm desconto para compra de carros GM Pág. 11

Brasília - Ano 1 - Número 1

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EDITORIAL

Nos dias 11 e 12 de março deste ano, sob a luz do lema: “Vivendo de acordo com o Evangelho

de Cristo, firmes e unidos, lutando juntos, com um só desejo”, realizou-se a XIV Assembleia Geral do

CONIC, que teve como tema “Unidade e Compromisso do Povo de Deus”. Nesta Assembleia foi eleita

a nova Diretoria e o novo Conselho Fiscal para a gestão 2011-2015.

Não temos dúvida que a unidade dos cristãos deve ser compromisso de todo o Povo de

Deus. Esta consciência, no entanto, não acontece por decreto. Neste sentido, é preciso ter claro que,

antes de ser compromisso, a unidade dos cristãos é graça e dom de Deus. Somente Deus é capaz de

desencadear um processo de conversão pessoal e eclesial. Não se trata, porém, de uma graça

barata. Pelo contrário, a unidade dos cristãos é dom de uma conquista que supõe compromisso,

envolvimento e empenho.

Durante a Assembleia as Delegações e Observadores apresentaram diversas sugestões e

propostas de ação, tais como: celebrar de forma ecumênica algumas datas do ano litúrgico

(Advento, Natal, Batismo do Senhor, Páscoa, Pentecostes); intensificar e fortalecer junto às Igrejas a

celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos; promover seminários para

acompanhar e refletir questões relacionadas com o diálogo inter-religioso; incentivar e estimular a

relação com as Representações Regionais; produzir subsídios de formação teológica e ecumênica,

em linguagem popular, tendo em conta o diálogo inter-religioso; participar em atividades

ecumênicas promovidas por outros atores; acompanhar o processo do ensino religioso nas escolas;

aprimorar a comunicação do CONIC com as Igrejas-membro; ampliar as relações do CONIC com os

órgãos governamentais; apoiar a ação ecumênica das mulheres; elaborar notas e fazer roteiros de

celebração para dias especiais tais como: aniversário da declaração universal dos direitos humanos,

dia de apoio às vítimas de tortura, semana do meio ambiente e tantos outros; buscar contatos com

movimentos e Igrejas pentecostais em vista de um diálogo entre elas e as Igrejas do CONIC.

Como se vê, as propostas são muitas e todas de grande alcance para a causa ecumênica. A

Diretoria que começa se sente provocada e quer corresponder às expectativas, mas, percebe

também que as dificuldades não são poucas. A maior delas é a situação financeira. Temos a certeza,

porém, de que Deus está conosco e vai nos guiar pelos caminhos certos, a fim de que, num só desejo,

firmes e unidos, lutemos juntos pela causa ecumênica, de acordo com o Evangelho de Cristo.

Dom Manoel João Francisco

Bispo de Chapecó

Presidente do CONIC

Palavra do Presidente

Revista União | Março 2011

Dom Manoel João FranciscoPresidente

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Revista União | Março 2011

Este é o primeiro número da “Revista União”, o informativo do Conselho Nacional de Igrejas

Cristãs do Brasil. Serão quatro edições ao ano, sendo que a primeira edição reflete as atividades do

CONIC e do mundo ecumênico no primeiro trimestre de 2011. Como secretário geral do CONIC, em

fevereiro, fiz uma visita às agências ecumênicas européias e ao Conselho Mundial de Igrejas em

Genebra, onde participei da reunião do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas.

Iniciamos o ano com as atividades concernentes ao Dia Nacional de Combate à Intolerância

Religiosa, temática essa que continuou no Seminário organizado pela Comissão Teológica do CONIC

em março, com o tema: Ecumenismo e diálogo inter-religioso no Brasil. Desafios, Anseios e

Perspectiva: Uma reflexão sobre o papel das igrejas e organismos no contexto do movimento

ecumênico brasileiro”, o evento refletiu a atuação das igrejas cristãs frente ao diálogo inter-religioso, e

discutiu estratégias para o estabelecimento de um ecumenismo cada vez mais abrangente.

Tivemos também a XIV Assembleia Geral do CONIC, que elegeu uma nova Diretoria para o

período de 2011 a 2015. O novo Presidente do CONIC, Dom Manoel João Francisco é o entrevistado

desta edição, falando sobre seus planos à frente do CONIC nos próximos anos. Esta edição é a primeira

neste novo formato e contamos com as suas observações para melhorá-la. Boa leitura a todos e todas!

Reverendo Luiz Alberto Barbosa

Secretário Geral

Mensagem do Secretário Geral

Reverendo Luiz Alberto BarbosaSecretário Geral

CONSELHO NACIONAL DE IGREJAS CRISTÃS DO BRASIL

Assessoria de Liturgia

Noeli dos Santos - IEAB

Assessoria de Ensino Religioso e Dialógo Inter-religiosoPresb. Elinete Wanderley Paes Miller -IPU

Assessorias Especiais

Airton Luiz de A. Olinda - Contabilidade

Geanderson Reis - Jornalismo

Revista União

Supervisão - Rev. Luiz Alberto Barbosa

Diagramação - Weldson Medeiros

Redação - Geanderson Reis

Conselho Fiscal

Pastor Marcos Ebeling - IECLB Monsenhor Hélio Pacheco Filho - ISOA

Sr. Fabiano Nunes - IEAB

Secretaria Geral do CONIC

Secretário Geral

Rev. Luiz Alberto Barbosa-IEAB

Secretária/Relações Públicas

Leila Gomes -ICAR

Assessoria da Juventude

Revda. Tatiana Ribeiro - IEAB

Assessoria de Comunicação

Pe. Geraldo Martins Dias - ICAR

Assesoria de Direitos Humanos

Everardo de Aguiar Lopes - ICAR

Diretoria

Presidente

Dom Manoel João Francisco - ICAR

1º Vice-Presidente

Dom Francisco de Assis da Silva - IEAB

2º Vice-Presidente

Presb. Elinete Wanderley Paes Miller - IPU

Secretária

Dra. Zulmira Ines Lourena Gomes da Costa - ISOA

Tesoureiro

Pastor Sinodal Altemir Labes - IECLB

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Revista União | Março 2011 04

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EDITORIAL

ENTREVISTA

CONIC EM AÇÃO

MUNDO ECUMÊNICO

IGREJAS SÃO NOTÍCIAS

NOTAS E DOCUMENTOS

PALAVRA QUE NOS UNE

SEÇÕES

Mar

ço

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+CONIC elege nova diretoria

Pág. 7Campanha contra dengue

Pág. 9

Carros GM com descontoPág. 11

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ENTREVISTA Dom Manoel João Francisco

Presidente do CONIC pretende articular as bases e reforçar ecumenismo

Revista União | Março 2011

O bispo da diocese de Chapecó (SC), dom Manoel João Francisco, foi escolhido, no início de março, como novo presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). Ele foi eleito durante a 14ª Assembleia Geral do Conselho, que aconteceu no Rio de Janeiro (RJ). Dom Manoel sucederá ao pastor sinodal Carlos Augusto Möller, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), no cargo desde 2006.

Em entrevista à assessoria de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o novo presidente do CONIC afirmou que o seu maior desafio, à frente do CONIC, será levar até as bases, toda a articulação necessária para um maior crescimento, tanto institucional, quanto ecumênico.

“A minha prioridade como presidente CONIC será priorizar as bases, articulando o trabalho e a vivência ecumênica, que já existem no Brasil, e incentivar mais o desejo ecumênico”, disse dom Manoel João Francisco.

Leia a íntegra da entrevista de dom Manoel à assessoria de imprensa da CNBB

Como o senhor acolheu sua escolha para presidir o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, o CONIC?

Eu recebi com alegria e ao mesmo tempo com certa apreensão, pois a CNBB depositou em mim a honra de ser o presidente de uma instituição tão respeitada e digna que é o CONIC, e sei da responsabilidade do organismo em si, mas sei também da responsabilidade de representar a igreja católica neste no CONIC. Confio na Palavra do Pai e sei que Ele vai me guiar, juntamente com a diretoria recém-eleita, para realizarmos um trabalho que possa atender as expectativas tanto da entidade quanto das igrejas-membro.

O que vai representar o seu mandato à frente do CONIC?

O meu mandato vai representar exatamente o desejo de sairmos um pouco das elites. Eu tenho a impressão de que o ecumenismo no Brasil, hoje, está nas elites. Então ele [o ecumenismo] precisa ir para as bases, então vou procurar estar em contato maior com as representações dos Regionais, e a partir das organizações dos Regionais, atingir outras entidades que estão ligadas às outras igrejas, e assim fazer com que o ecumenismo possa crescer e florescer, para que ele não fique apenas como um ecumenismo de cúpula. O ecumenismo no Brasil precisa dar este passo, se articular nas bases.

O senhor acredita que o CONIC tem um papel importante na defesa dos Direitos Humanos e no Diálogo Ecumênico?

Sim, o CONIC tem uma história que sempre foi pautada na defesa dos Direitos Humanos e se engajou em diversas lutas, até mesmo no tempo da Constituinte, dos movimentos de base e de organismos para a defesa dos Direitos Humanos, como a dos povos indígenas, dos quilombolas, das mulheres, e tantas outras bandeiras. Ultimamente se engajou na questão do Projeto de Lei Ficha Limpa, ajudando no recolhimento das assinaturas para enviar ao Congresso Nacional, então o CONIC sempre esteve envolvido na luta dos direitos, e é claro que vai continuar, e no nosso mandato vamos até incentivar mais essa participação e este envolvimento. Em relação ao ecumenismo, o CONIC nasceu com esta intenção, procurou e tem tentado trazer sempre a unidade entre os cristãos. Temos a consciência da necessidade e da importância da unidade dos cristãos, para que, como disse Jesus Cristo, “o mundo creia”. Sabemos que a fé cristã só aumentará no mundo à medida que os cristãos estiverem unidos. E neste sentido o CONIC tem feito um trabalho muito bonito.

Quais são os desafios do ecumenismo hoje?

O maior desafio é o já citado ecumenismo desarticulado nas bases e cada vez mais se articulando apenas nas cúpulas. Então o grande desafio hoje é articular todo esse trabalho e toda essa vivência ecumênica que já existe no Brasil entre os fieis e as várias organizações, que às vezes precisam de um ânimo, de um fôlego novo, com o apoio de uma entidade maior, que é o CONIC.

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CONIC EM AÇÃO

Seminário Teológico do CONIC detecta desafios para o ecumenismo

O diálogo inter-religioso tem fundamentação bíblico-teológica e, junto com o movimento ecumênico, é uma maneira privilegiada pelas quais a igreja cumpre sua missão no mundo, concluíram participantes de seminário teológico promovido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), dias 8 e 10 de março, no Rio de Janeiro (RJ).

Com o tema “Ecumenismo no Brasil - Desafios, Anseios e Perspectiva: Uma reflexão sobre o papel das igrejas e organismos no contexto do movimento ecumênico brasileiro”, o evento refletiu a atuação das igrejas cristãs frente ao diálogo inter-religioso, e discutiu estratégias para o estabelecimento de um ecumenismo cada vez mais abrangente.

“É necessário que as igrejas desenvolvam nas comunidades um processo de educação para o diálogo inter-religioso considerando três elementos: conhecimento das tradições religiosas locais, incentivar a prática da convivência efetiva e desenvolver uma espiritualidade de acolhida das diferentes expressões de fé”, defendeu o coordenador da Comissão Teológica do CONIC, padre Elias Wolff.

Uma das tônicas do seminário foi a convergência em torno de um dos passos metodológicos propostos pela Comissão. O primeiro grande passo para o diálogo seria o reconhecimento do valor do outro. Conforme o documento síntese do encontro, “reconhecer é mais do que tolerar. Reconhecer é acolher o outro no seu próprio modo de ser, de agir e de crer”.

O evento antecedeu a XIV Assembleia do CONIC e propôs aos representantes das igrejas brasileiras refletir sobre a atuação das igrejas cristãs no diálogo inter-religioso, discutindo estratégias para o estabelecimento de uma atuação ecumênica cada vez mais ampla.

“A diversidade das igrejas no Brasil é muito grande. Não há uma resposta única sobre a questão do diálogo inter-religioso. A partir daí, constatamos que nos diversos níveis, institucional ou pessoal, há, a rigor, dificuldade de comunicação de como fazer chegar ao povo a posição oficial da igreja. Falta traduzir para o povo o que a igreja tem a dizer acerca do diálogo e da cooperação com outras expressões de fé”, afirmou o pastor Ervino Schmidt, ex-secretário executivo do CONIC e delegado do Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria (CECA) na assembleia.

Os participantes passaram a elaborar sugestões claras de incidência ecumênica no diálogo inter-religioso. Assim, os participantes propuseram a inclusão do tema como matéria no currículo de ensino religioso e a vigilância e eventual denúncia, por parte do CONIC, de situações de intolerância religiosa no país.

Para o pastor sinodal Jorge Schieferdecker, da delegação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), “a pluralidade cultural e religiosa do Brasil é um desafio para a Igreja cristã, especialmente no que tange à prática missionária. Reverência a diferentes expressões de fé é um dos pontos de partida do testemunho evangélico”.

As dicotomias inerentes na relação entre igrejas e organismos ecumênicos também estiveram presente na pauta das discussões. A área da diaconia, não raro, através de seus projetos, tem tido mais contato e incidência em cenários e grupos inter-religiosos.

Diante deste cenário, há temor, por parte das igrejas, que o sentido missionário e a abordagem teológica da diaconia se percam ao longo do processo de profissionalização da ajuda humanitária e apoio a projetos de desenvolvimento e defesa de causa.

O aspecto missionário, também no serviço das igrejas, foi destacado como sendo uma das ferramentas importantes na reaproximação das duas áreas. “O movimento ecumênico e o diálogo inter-religioso são formas privilegiadas pelas quais a Igreja cumpre sua missão no mundo”, assinala o documento do encontro.

ConferênciasFizeram parte da programação as conferências “Pluralismo religioso no contexto brasileiro e seus desafios para o diálogo”,

com a Profª Magali Cunha; “Fundamentação bíblico-teológico do movimento ecumênico”, com Dom Sebastião Gameleira; “História do Movimento Ecumênico no Brasil”, com o Profº Zwinglio Dias e, por fim, um painel sobre as práticas ecumênicas do CONIC - CLAI e CESE, moderado pelo P. Ervino Schmidt.

Revista União | Março 2011 06

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CONIC elege nova diretoria

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) tem novo presidente, o bispo católico da Diocese de Chapecó, Manoel João Francisco, 65 anos. A eleição foi realizada no dia 11 de março, por ocasião da XIV Assembleia Geral do CONIC, para o período 2011 a 2015.

Na oportunidade, delegados e delegadas foram divididos, de acordo com suas denominações para avaliar o trabalho do CONIC nos últimos anos, de onde partiram reflexões sobre o cenário ecumênico brasileiro e propostas de novas ações.

A reverenda Cacilene Nobre, da Igreja Presbiteriana Unida (IPU), destacou que o CONIC tem uma boa expressão, mas pode melhorar. “Precisamos trabalhar mais intensamente na defesa dos Direitos Humanos. Sonhamos com um conselho de igrejas que lute incessantemente pelos direitos das mulheres”, afirmou.

A presbítera Elinete Wanderley Paes Miller, também da IPU, afirmou que o momento do CONIC reflete a dinâmica das igrejas. Elas “estão se fechando cada vez mais”, analisou, por isso é preciso “ampliar o exercício do diálogo, para que o Conselho não se restrinja a relações institucionais, mas esteja vivo no cotidiano de nossas comunidades.”

Acompanham dom Manoel na diretoria do CONIC o primeiro vice-presidente, bispo Francisco de Assis da Silva, da Igreja Episcopal, a segunda vice-presidente, a presbítera Elinete Wanderley Paes Miller, da Igreja Presbiteriana Unida, a secretária, Dra. Zulmira Ines Lourena Gomes da Costa, da Igreja Ortodoxa, e o tesoureiro, pastor sinodal Altermir Labes, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

O Conselho Fiscal está constituído pelo pastor luterano Marcos Ebeling, monsenhor Hélio Pacheco Filho, e o anglicano Fabiano Nunes. O CONIC reúne-se em assembleia a cada dois anos.

O secretário geral do CONIC, Rev. Luiz Alberto Barbosa, participou, em Genebra, na Suíça, da reunião convocada pelo Conselho Mundial de Igrejas para ajudar na preparação de um encontro mundial dos Conselhos Nacionais de Igrejas. O encontro deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2012, em Beirute, no Líbano, e reunirá os dirigentes dos conselhos nacionais de igrejas, além dos conselhos de sub-regionais e regionais para explorar temas relevantes para as igrejas na atualidade.

“Um encontro como este, com a presença dos secretários gerais do diversos Conselhos Nacionais de Igrejas do mundo, é uma oportunidade única de partilha das experiências ecumênicas vivenciadas através dos Conselhos, assim como um instrumento de apoio para a realização da Assembleia Geral do Conselho Mundial de Igrejas, que ocorrerá em Busan, na Coréia, em 2013. É também uma oportunidade para refletir os desafios que se apresentam neste momento de reconfiguração do movimento ecumênico no mundo”, disse o secretário geral do CONIC, Rev. Luiz Alberto Barbosa.

Também na qualidade de assessor, Luiz Alberto ainda participou da reunião do Comitê Central do CMI, que aconteceu entre os dias 16 e 22 de fevereiro, em Genebra.

Outros encontrosLuiz Alberto participou de reunião com o secretário geral do CMI, Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, que recentemente completou seu

primeiro ano no cargo e deverá visitar o Brasil em junho deste ano. Atendendo a um convite do CLAI e do CONIC, o secretário geral do CMI deverá participar de vários eventos no Brasil, entre eles, um culto de encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, dia 11 de junho de 2011, em Brasília (DF).

Outro ponto importante da visita do secretário geral do CONIC a Genebra foi o encontro com o secretário geral do Conselho de Igrejas da Jamaica, que reforçou o convite para que o CONIC se faça presente na Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz, que acontecerá em maio deste ano em Kingston, Jamaica.

“O CONIC tem sido um dos Conselhos de Igrejas mais atuantes durante a Década para a Superação da Violência, e esta reunião ecumênica mundial, que será na Jamaica, é uma oportunidade para mostrarmos ao mundo o que temos feito na área da superação da violência, na busca da paz e na construção de um mundo mais justo e fraterno para todos”, encerrou Luiz Alberto.

Secretário geral do CONIC participa de encontros em Genebra, na Suíça

Revista União | Março 2011 07

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MUNDO ECUMÊNICO

Foi realizado, entre os dias 22 e 25 de janeiro, em São Paulo, o encontro de aprendizagem promovido pela Aliança ACT, em conjunto com o Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI)-Brasil e o Fórum Ecumênico do Sul. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) participou do evento representado pelo secretário geral Rev. Luiz Alberto Barbosa e pelo então 3º Vice-Presidente Rev. Gerson Antonio Urban. O evento reuniu representantes de organismos latino-americanos parceiros da ACT, que puderam expor suas experiências e desafios na região.

CONIC participa de evento da Aliança ACT

A Aliança ACT, que significa Ação Conjunta de Igrejas, foi fundada em 2010, e é o resultado da fusão de duas outras agencias – ACT Emergência e ACT Desenvolvimento. Ela tem três linhas de ação, que são: emergência, desenvolvimento e defesa de causa. Além do Brasil, estavam presentes representantes de outros fóruns nacionais da Colômbia, Peru, Argentina, Paraguai, Nicarágua, El Salvador e Chile. A Fundação Luterana de Diaconia (FLD), de Porto Alegre (RS), a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), de Salvador (BA), a Diaconia, de Recife (PE) e a Koinonia, do Rio de Janeiro (RJ), juntamente com o escritório local da Christian Aid, são os membros de ACT no Brasil.

“A ACT Aliança é mais um instrumento que se coloca à disposição das igrejas e da sociedade civil, no sentido de angariar recursos para momentos de emergência, como o ocorrido agora no Rio de Janeiro e, também, para a realização de projetos de longo prazo, que visem o desenvolvimento ou a capacitação de comunidades em situação de vulnerabilidade social”, disse Luiz Alberto.

A Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz, a situação dos cristãos/ãs no Oriente Médio e o tema da próxima assembléia, em 2013, estão entre os principais pontos da agenda do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas, que se reúne entre os dias 16 e 22 de fevereiro, no centro ecumênico, em Genebra. Este órgão se reúne a cada 18 meses para celebrar, deliberar e projetar o trabalho que desenvolve.

No culto de abertura, que teve como texto bíblico referencial Lucas 2:14, o tema da paz justa já apareceu com força. “O significado cristão de paz interior não está relacionado à apatia ou alienação em relação ao que acontece ao nosso redor”, declarou Sua Beatitude o Arcebispo Prof. Dr. Anastasios de Tirana, Durrës e toda Albânia.

Os pontos altos da agenda do primeiro dia ficaram por conta da apresentação da alocução do moderador e o relatório do secretário geral. P. Dr Walter Altmann, moderador do comitê central desde a Assembleia de 2006, refletiu, entre outros assuntos, acerca da escolha do tema da próxima assembléia e das mudanças estruturais do Conselho.

Esses temas que estão sendo levadas à tomada de decisão neste encontro: “Vamos lidar com considerações e sugestões que tomam em conta a nova realidade financeira em que o Conselho Mundial de Igrejas deve se mover, com bem menos recursos do que dispunha em tempos passados. As propostas, portanto, se aprovadas e implementadas, representarão uma sensível economia para o CMI, algo importante não apenas na atual situação de recursos mais escassos, mas também por uma mordomia responsável em si.”

Em seu relatório, o secretário geral, Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, que recentemente completou seu primeiro ano no cargo, dedicou especial atenção aos preparativos para a Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz, que acontecerá em maio deste ano em Kingston, Jamaica. “Este evento manifestará e fortalecerá nossos esforços conjuntos na busca do objetivo de superar a violência”, afirmou Tveit.

Tveit e Altmann ainda assinalaram a emergência por sinais mais concretos de construção de paz no Oriente Médio. Para o secretário geral, “há um papel importante para nossa comunhão de igrejas desempenhar neste cenário, no sentido de continuar refletindo e contribuir nos processos democráticos e na construção da justiça e da paz. O papel das igrejas e dos parceiros ecumênicos nas recentes negociações no Sudão é um rico exemplo.”

O tema da paz no Oriente Médio ganhou mais força devido aos recentes acontecimentos no Egito e Tunísia. Para Altmann, “mesmo que [o tema da paz justa] não esteja no centro das demonstrações em países árabes, elas também revelam uma vez mais a imperiosa necessidade de consecução de um a paz em que os legítimos direitos dos povos sejam garantidos e as históricas injustiças superadas e reparadas”, afirmou

Fonte: ALC

Comitê Central do CMI debate a paz, Oriente Médio e reformas internas

Revista União | Março 2011 08

Page 9: Revista União

No dia 27 de janeiro, o ministro da Saúde Alexandre Padilha recebeu 107 líderes de 84 entidades religiosas de todo o país para conhecerem detalhes da campanha nacional contra a dengue e do mapa de risco de surto da doença no país. O CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) esteve representado pelo secretário geral, Rev. Luiz Alberto Barbosa.

O encontro foi aberto pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, que apresentou os dados mais recentes sobre a dengue e as peças publicitárias elaboradas pelo Ministério da Saúde para orientação à população, gestores públicos, educadores e parceiros. Neste primeiro semestre, 16 estados brasileiros correm o risco de enfrentar um surto da doença.

O ministro Alexandre Padilha reforçou, ainda, que o combate à dengue não pode ser restrito ao setor saúde. “O mosquito da dengue vive no dia-a-dia das pessoas, das comunidades, dos bairros. As lideranças religiosas têm o papel

fundamental de juntar as pessoas, mobilizá-las, de ajudar as pessoas a tomar consciência de seus hábitos. Para enfrentar todos os problemas de saúde é muito importante a participação das lideranças religiosas, sobretudo no combate à dengue”, destacou o ministro Alexandre Padilha. “Precisamos que no culto, na missa, no encontro religioso, nas atividades e nos shows, essas lideranças reforçarem, junto aos fiéis, a necessidade de cuidar tanto da nossa saúde quanto da nossa casa e da nossa comunidade”, completou.

As mensagens de prevenção e de orientação sobre a doença serão repassadas durante cultos e encontros religiosos. Dentre outras iniciativas, as entidades também poderão realizar mutirões de limpeza de terrenos e casas; coordenar reuniões entre fieis e equipes técnicas estaduais e municipais de Saúde para repasse de informações, além de reproduzir as peças publicitárias fornecidas pelos ministérios em sítios eletrônicos, quadro de avisos, publicações e programas de rádio e TVs ligados às várias doutrinas.

O secretário geral do CONIC parabenizou o Ministério da Saúde pela iniciativa, lembrando que a parceria entre as religiões e o Estado é muito importante em momentos de emergências públicas como as inundações no Rio de Janeiro e em casos de riscos à Saúde Pública, como é o caso específico do problema da dengue, presente em praticamente todo o território nacional. “O Ministério da Saúde pode contar com o empenho das Igrejas do CONIC em mais esta campanha de utilidade pública. Todas se empenharão na conscientização e esclarecimento da população, e isso ajudará a debelar a dengue em nosso país”, frisou Luiz Alberto Barbosa.

CONIC trabalha com o Ministério da Saúde no combate à dengue

Conheça os membros do CONIC

Igrejas MembroIgreja Católica Apostólica Romana ICAR -

Igreja Episcopal Anglicana do Brasil IEAB -

Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil -IECLB -

Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia ISOA -

Igreja Presbiteriana Unida IPU -

www.cnbb.org.br

www.ieab.org.br

www.luteranos.com.br

www.igrejasirianortodoxa.com.br

www.ipu.org.br

Revista União | Março 2011 09

Membros Fraternos

Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE

Koinonia Presença Ecumênica e Serviço

Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEP

Centro de Estudos Bíblicos – CEBI

Comissão Nacional de Combate ao Racismo – CENACORA

Ação o dos Cristãos para a Abolição da Tortura / ACAT – Brasil

Dia Mundial de Oração - DMO

Programa de Formação e Educação Comunitária - PROFEC

Centro Ecumênico de Capacitação e Assessoria - CECA

Page 10: Revista União

IGREJAS SÃO NOTÍCIAS

Dom Francisco de Assis da Silva é sagrado bispo anglicano de Santa Maria (RS)

No dia 20 de março, Dom Francisco de Assis da Silva, 1º vice-presidente do CONIC, foi sagrado bispo da Diocese Sul-Ocidental da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, em Santa Maria (RS). A cerimônia de sagração episcopal foi realizada na Catedral do Mediador, e contou com a presença do secretário geral do CONIC, Rev. Luiz Alberto Barbosa.

O evento teve a presença de muitos cristãos, que foram desafiados e chamados, através da liturgia e da palavra, à prática do verdadeiro cristianismo em união aos irmãos cristãos ou de outras religiões. O pregador Revdo. Côn. Michel Pollesel, secretário geral da Igreja do Canadá, refletiu a partir de textos bíblicos sobre a vocação assumida no batismo, explicando que, por palavras ou gestos, deve-se proclamar a Palavra do Senhor, relembrando que este é um mandamento recebido do próprio Jesus.

Em sua fala, Dom Francisco reforçou a visão ecumênica, acolhendo pessoas cristãs de outras denominações, bem como as de outros credos. Ao final, ele deixou um pedido para que os clérigos e leigos da Diocese Sul Ocidental trilhassem junto a ele a missão que recebe, pedindo paciência, pois não está plenamente preparado dentro da condição de bispo/pastor, colocando-se à disposição para estar crescendo e amadurecendo dentro do ministério.

O ofício teve a presença de todos os bispos anglicanos em atividade no Brasil: Dom Maurício Andrade, bispo de Brasília e primaz da IEAB; Dom Orlando de Oliveira, Porto Alegre; Dom Filadelfo Neto, Rio de Janeiro; Dom Naudal Gomes, Curitiba; Dom Sebastião Gameleira, Recife; Dom Saulo Barros, Belém; Dom Renato Raatz, Pelotas; Dom Roger Bird, São Paulo; dois bispos eméritos, Dom Clóvis Rodrigues e Dom Almir dos Santos; e bispos do exterior, Dom Julio Murray, da Diocese do Panamá; Dom Miguél Tamayo, Uruguai e Dom Gilberto Porcal, sufragâneo do Uruguai. O atual bispo diocesano, Dom Jubal Pereira Neves, não esteve presente por estar se recuperando de recente enfermidade.

Religiosos de outras igrejas e organismos ecumênicos também marcaram presença, como o bispo diocesano da Igreja Católica Romana de Santa Maria, Dom Hélio e o bispo católico presidente do CONIC regional, Dom Sinésio, além de clérigos e clérigas do Brasil como do exterior, bem como representantes ecumênicos da ICAR, IECLB, CESE, CLAI, CREAS e KOINONIA.

Lema do Episcopado

Vale destacar que o lema do Episcopado de Dom Francisco será: “...E andai em amor, assim como Cristo vos amou...”. Palavras que refletirão a importância de se viver o amor em todas as relações, seja dentro ou fora da Igreja, lembrando sempre do grande exemplo de vida deixado por Jesus Cristo, que amou até os inimigos e, ainda, ama a todos incondicionalmente.

O Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep) divulgou uma nota no dia 16 de fevereiro, manifestando-se sobre o “baixo

nível moral que se verifica em alguns programas das emissoras de televisão”. Os bispos citam especialmente os reality shows “que

têm o lucro como seu principal objetivo”.

Após destacar a importância da TV para a sociedade brasileira, reconhecida pelo prêmio Clara de Assis de Televisão dado pela

CNBB anualmente, os bispos lamentam que “serviços prestados com apurada qualidade técnica e inegável valor cultural e moral”

sejam “ofuscados” por programas como os reality show.

ara os bispos, os reality shows “atentam contra a dignidade da pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por

um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira”.

A nota se dirige tanto às TVs quanto ao Ministério Público, aos pais, mães, educadores, anunciantes e publicitários, conclamando

cada um desses atores a refletir sobre sua responsabilidade em relação à qualidade dos programas na televisão.

CNBB divulga nota sobre ética e programas de TV

Revista União | Março 2011 10

Page 11: Revista União

Brasília recebeu, dia 16 de fevereiro, o P.Dr. Oneide Bobsin, reitor da Faculdades EST, de São Leopoldo (RS), para uma palestra

muito interessante, que abordou um tema atual e, ao mesmo tempo intrigante: "Religiosidades Pós-Modernas: Auto-salvação e o

fim da esperança?" O evento aconteceu na sede da Comunidade de Confissão Luterana de Brasília (DF). De acordo com o 1º Vice-

Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, P.Sin. Carlos Möller, foi uma palestra bastante especial, e uma

atividade que reuniu toda a família, pois trabalha questionamentos essenciais da fé cristã. “A palestra do P.Dr. Oneide foi muito

estimulante, sobretudo porque ela respondeu a perguntas cruciais no que tange a espiritualidade nos dias de hoje, como a questão

da salvação, que muitos vêem como negociável, enquanto outros defendem ser fruto da graça divina”, afirma Möller.

Reitor da Faculdades EST realiza palestra em Brasília (DF)

Pastora luterana participa de conferência na ONU

A pastora luterana Cecília Castillo Nanjarí, da paróquia do ABCD (IECLB), participou, entre os dias 22 de fevereiro e 4 de março da 55ª Comissão sobre o Status da Mulher. O evento, realizado nas Nações Unidas, em Nova Iorque, reuniu líderes políticos, representantes da sociedade civil e organizações não governamentais do mundo inteiro para discutir temas como equidade de gênero, empoderamento das mulheres e assuntos relacionados. Os debates foram focados no acesso e participação das mulheres e meninas à educação, treinamento, ciência e tecnologia, incluindo a promoção e acesso equitativo de mulheres ao pleno emprego e trabalho decente. Cecília, que é coordenadora continental da Pastoral de mulheres e Justiça de Gênero do Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI), foi uma das três representantes de igrejas da América Latina.

Igrejas do CONIC podem comprar carros GM com desconto

+A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) firmou uma parceria de abrangência nacional com a General Motors do

Brasil (GMB) que beneficiará igrejas católicas de todo o país e, também, igrejas-membro do CONIC com descontos exclusivos para a aquisição de veículos diretamente da fábrica.

Vale lembrar que o comprador só terá direito ao desconto se efetuar a compra do veículo através da CNBB, a qual aprovará a compra junto à GM. A diocese, paróquia, comunidade, sínodos e membros fraternos que possuam CNPJ que desejarem comprar um carro GM com desconto, devem acessar esse link:

Mais informações pelo e-mail [email protected] ou telefone (61) 2193-3036.

www.edicoescnbb.com.br/parceria_cnbb_gm

Revista União | Março 2011 11

Page 12: Revista União

CONIC emite carta sobre Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa A parábola do Bom Samaritano ajusta-se bem à reflexão sobre "quem é o meu próximo". Nesta parábola, Jesus quis

demonstrar que a caridade, a salvação da alma independe do credo religioso que se professa. O que importa é auxiliar o próximo, independentemente dele professar ou não a nossa religião.

Na história das grandes religiões monoteístas – cristianismo, islamismo e judaísmo – temos momentos de convivência harmoniosa e respeitosa, mas também períodos de grande intolerância e violência, seja entre as diversas religiões, ou mesmo no contexto intra-religioso. A humanidade tem passado por grandes transformações, mas estas não conseguiram superar o preconceito e a intolerância. O respeito às diferenças é fundamental. Como diz Aristóteles, enquanto o respeito constitui uma virtude que nunca pode pecar por excesso, porque quanto mais respeito se tem mais se ama, a tolerância é o exemplo de uma virtude que se obriga ao meio termo porque, em excesso, resulta em indiferença, e, em falta, traz o sabor da intolerância.

No século XX, ocorreram muitas guerras e conflitos religiosos, e o holocausto sofrido pelos judeus manchou indelevelmente a história da humanidade com o manto da intolerância. No mundo globalizado do século XXI, o preconceito e a intolerância se apresentam em novas formas, procurando legitimação sob o manto de luta contra o terrorismo. Os movimentos de migrações humanas, em que vemos inúmeros campos de refugiados espalhados pelo mundo, nos colocam frente a frente com a crise do modelo econômico capitalista, que aumenta a desigualdade social, e amplia a tensão entre diferentes culturas. Neste contexto, aparece um campo minado no qual os preconceitos e intolerâncias se potencializam e crescem.

No Brasil a situação não é diferente. Sofremos o impacto das transformações que ocorrem no mundo, e carregamos ainda uma enorme dívida social e histórica, que juntos geram o preconceito de classe e a discriminação racial. Nestas condições, o preconceito e a intolerância tendem a se perdurar nos mais variados espaços: no trabalho, nas escolas, nas universidades, nos meios de comunicação em geral e, infelizmente, também dentro dos vários segmentos religiosos.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado no dia 21 de janeiro, quer contribuir para transformar esta realidade. De acordo com o IBGE, os brasileiros se declaram praticantes de mais de 30 religiões diferentes. A diversidade é uma das nossas grandes riquezas e precisamos estimular na sociedade a convivência pacífica dentro das diferenças religiosas. Infelizmente, desde a colonização, quando os negros foram trazidos à força como mão-de-obra escrava para o Brasil, e seus valores, sua cultura e sua religião lhes foram arrancadas, ou quando os judeus, fugindo da Inquisição na Europa, foram obrigados a se converter ao cristianismo, tendo de adotar o Brasil como pátria, que convivemos com a intolerância religiosa em nosso país. Cristo pregou o amor ao próximo e podemos afirmar, como cristãos, que a base da tolerância está calcada na figura de Cristo, que nos passou todos os ensinamentos de como amar o próximo como a nós mesmos. Ao renunciar a si mesmo em favor da humanidade, ele nos deu o exemplo do que devemos fazer. Em suas pregações, nos alerta de que devemos ser severos para conosco mesmos e indulgentes para com o próximo, e não o contrário.

A intolerância religiosa ainda está presente no cotidiano de milhões de brasileiros e brasileiras, e deve ser denunciada e combatida. Não podemos permitir, que em nome de Deus, perseguições e desrespeito à dignidade humana sejam perpetrados. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil quer conclamar toda a sociedade e religiões do Brasil a celebrar, no próximo dia 21 de janeiro, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Somos chamados a colocar em prática o mandamento de Jesus de amar teu próximo como a ti mesmo. Em assim fazendo, estaremos ajudando a construir um futuro melhor e mais inclusivo para todos, em que a diversidade religiosa seja respeitada e garantida para todas as pessoas.

NOTAS E DOCUMENTOS

Foi com profunda tristeza que o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil recebeu a notícia do falecimento do ex-vice-presidente da República José Alencar. O povo brasileiro tem muito a agradecer pelo trabalho que ele empreendeu e pelo desenvolvimento como nação democrática e moderna que o Brasil passou a vivenciar, principalmente no período de oito anos em que ocupou a Vice-Presidência da República.

O CONIC se une, neste momento, ao sentimento de pesar da família do ex-vice-presidente da República José Alencar e de todo o povo brasileiro. A luta de José Alencar pela vida foi uma inspiração para todos nós. Ele conquistou a admiração do Brasil pelo seu testemunho de fé e de esperança no combate à doença que o afligiu. Será lembrado pelas importantes contribuições que deu ao país e ao povo brasileiro, a quem serviu com dedicação. Sua falta já é sentida, mas o fruto do seu trabalho público estará para sempre presente. A fé que alimentou a vida de José Alencar dá a cada um de nós a convicção de que ele “há de ressurgir na ressurreição que haverá no último dia" (Jo 11, 24).

No dizer de Balley Ardrich “o que é belo não morre: transforma-se em outra beleza”. Na certeza de que o céu hoje está mais belo, pedimos a presença do Espírito Santo consolador junto a todos aqueles que já sentem saudades de sua presença.

Dom Manoel João Francisco Rev. Luiz Alberto Barbosa

Presidente Secretário Geral

Nota sobre o falecimento do ex-vice-presidente da República, José Alencar

Revista União | Março 2011 12

Page 13: Revista União

PALAVRA QUE NOS UNE

As comunidades cristãs face às suas velhas e novas divisões

“Quando alguém declara: ‘Eu sou de Paulo’, e outro diz: ‘Eu sou de Apolo’, não estarão vocês se comportando como qualquer um? Quem é Paulo? Quem é Apolo? Apenas servidores através dos quais vocês foram levados à fé.”

1Co 3,3 -7

Comentário

A mão de Deus é o símbolo do seu poder criador e da sua bondade redentora. Cristãos e cristãs de todas as comunidades e tradições estarão unidos na palma da mão de Deus. Essa é a promessa do Senhor Jesus. Essa é também a graça concedida às pessoas que foram batizadas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Essa é a meta dos peregrinos da paz. As pessoas que professam a fé em Cristo crucificado e ressuscitado para a salvação da humanidade formam um povo que lhe pertence e que é chamado a ser o corpo de Cristo no mundo e para que o mundo creia.

As divisões que afligem as comunidades cristãs estão em contradição com a graça de Deus que reconciliou o mundo consigo em Cristo, prejudicam a causa do anúncio do Evangelho da reconciliação e enfraquecem o testemunho dos discípulos de Cristo no mundo. As divisões não são herança natural da nossa história cristã, mas uma negação do dom de Deus em Cristo.

Viver em comunhão é uma conversão cotidiana, é como o nosso pão de cada dia que Deus nos concede em Cristo Jesus. Orar pela unidade todos os dias significa deixar-se conduzir pelo Espírito Santo a essa comunhão. Junto com o diálogo, o testemunho comum e a missão, a oração pela unidade é um ato da nossa vida pelo qual o Espírito Santo manifesta ao mundo a nossa reconciliação e nos mantém unidos na palma da mão do Pai.

Oração

Deus compassivo, tu nos amas e nos perdoas em Cristo, tu quiseste reconciliar todo o gênero humano em teu amor redentor. Olha com bondade todos aqueles que trabalham e oram pela unidade das comunidades cristãs divididas. Dá-nos ser irmãos e irmãs em teu amor. Que possamos ser um na palma da tua mão. Amém.

Material adaptado pelo Rev. Luiz Alberto Barbosa, do Livreto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2009.

Ajude a promover o ecumenismo no Brasil.

Faça uma doação ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.

Banco Bradesco

Agência: 0606-8

Conta:112888-4

Revista União | Março 2011 13