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Ano VIII Nº 02 Fevereiro de 2013 Revista da aRquidiocese de vitóRia - es ISSN 2176401 Edição Mensal 9 772176 401035 6 0 7 0 0 ENTREVISTA REPORTAGEM IDEIAS O trabalho individual e coletivo No mosteiro a vida busca o equilíbrio Nossas paróquias são ricas de potencialidades humanas vitória vitória

Revista Vitória

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A Revista Vitória é uma revista oficial, da Igreja Católica, com periodicidade mensal. Fundada em fevereiro de 2006, tem como objetivo trazer informações de interesse religioso, social, político, econômico, etc, e, divulgar opiniões sobre temas diversos que explicitem o pensamento da fé e da doutrina da Igreja.

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Page 1: Revista Vitória

Ano VIII • Nº 02 • Fevereiro de 2013

Revista da aRquidiocese de vitóRia - es

ISSN 2176401 Edição Mensal

9 772176 401035 60700

EntrEvista rEportagEm idEiasO trabalho individual e coletivo

No mosteiro a vida buscao equilíbrio

Nossas paróquias são ricas de potencialidades humanas

vitóriavitória

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Arcebispo MetropolitanoDom Luiz Mancilha Vilela

Bispos AuxiliaresDom Rubens Sevilha

Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias

Ano VIII – Edição 02 – Fevereiro/2013Publicação da Arquidiocese de Vitória

EditoraMaria da Luz Fernandes / 0003098-ES

Repórter Lisandra Melo / 0003041-ES

ColaboradoresThales Delaia

Alessandro GomesDauri BatistiRaquel Tonini

Alexandre LemosGilliard Zuque

Revisão de textoYolanda Therezinha Bruzamolin

Publicidade e [email protected]

Telefone: (27) 3198-0850

Fale com a revista vitória:[email protected]

Projeto Gráfico e EditoraçãoComunicação Impressa

(27) 3319-9062

Ilustrador¶ Kiko, · Arquivo

DesignersAlbino PortellaRicardo Coufler

ImpressãoGráfica 4 irmãos(27) 3326-1555

pEnsar 9Evasão escolar

atualidadE 6Números confirmam: a sociedade ainda é machista

EntrEvista 12O trabalho individual e coletivo

artE sacra 14O significado do altar na liturgia (parte II)

EspEcial 23As raízes da fé

idEias E sugEstõEs 26Nossas paróquias sãoricas em potencialidades humanas

saúdE 30Os efeitos dos jogos eletrônicos

acontEcE 28Alguns destaques de eventos no mês de fevereiro

cidadania 10Leite materno e saúde dos idosos

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Equilíbrio

Existem alguns desejos que não se realizam totalmente, é aquela famosa frase ‘vivo no quase’! O

equilíbrio é uma dessas. Buscar o equilíbrio em tudo que se faz e se vive é tarefa permanente em todas as dimensões da vida, pes-soal, profissional, humana e espiritual. Precisamos nivelar os ruídos que nos afastam das coisas essenciais e tender permanentemente para o equilíbrio, porque como diz Clarice Lispector “vi-vemos ou vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus”. Acredito que esta citação de Lis-pector reflete-se nas páginas desta edição ao propor buscas diversas por equilíbrios no trabalho individual e coletivo, no exercício da fraternidade, nos direitos de homens e mulheres, de idosos e crianças, no silêncio e oração, no ganhar o sustento e preservar o meio ambiente, no reconhecimento das po-tencialidades humanas. E como dizia Albert Einstein “a vida é igual andar de bicicleta. Pra man-ter o equilíbrio é preciso se manter em movimento”. Então nivele os ruídos e mantenha seus sons na faixa verde.

Maria da Luz FernandesAssessora de Imprensa

Editorial

sumário

paróquias 16Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Guarapari

diálogos 4O coração humano, jovem pacificador e pastoral social

projEto 24Reciclagem e renda

rEportagEm 20No mosteiro a vida busca o equilíbrio

arquivo E mEmória 19Há 60 anos foi criado o Cabido na Diocese do Espírito Santo

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diálogosdiálogos

JOvem e JuveNtude

Podemos dizer que este ano é, por excelência, o ano da Juventude Católica. Todos

os jovens estão motivados para acolherem com grande entusias-mo o Santo Padre, por ocasião da Jornada Mundial que se realizará no Rio de Janeiro no próximo mês de julho. O país se movimenta. As Dio-ceses organizam-se para acolher bem os jovens estrangeiros. Mi-lhares de famílias mobilizam-se para serem famílias hospedeiras e acolhedoras destes jovens. Todos somos chamados a re-

“Se o profundo do coração não aponta para Deus, ele ficará sem rumo e atirando para todos os lados.

Dom Rubens Sevilha, ocdBispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

Quais são os desejos profundos do seu

coração? Muitos disfarçam a própria vontade:

querem uma coisa, mas vivem outra coisa.

Vivem uma eterna ambiguidade e, conse-

quentemente, estão sempre insatisfeitos com

a própria existência. São infelizes e culpam o

mundo que os rodeia pela sua triste situação.

“O coração humano estará inquieto

enquanto não repousar em Deus”, escreveu

Santo Agostinho. Se o profundo do coração

não aponta para Deus, ele ficará sem rumo e

atirando para todos os lados. Comendo vento.

Alimentando-se das migalhas que as coisas

humanas oferecem.

A pessoa que percebeu a presença mis-

teriosa e amorosa de Deus que conduz a sua

existência alcança a paz, a harmonia interior, a

alegria de viver. Essa pessoa espontaneamente

amará e transformará o ambiente ao seu re-

dor. Ela irradiará luz, liberdade, vida. Por isso

São João da Cruz escreveu: “Mais vale para a

Igreja um ato de puro amor, do que mil obras.”

Aquele que faz muita coisa, mas, sem amor, é

como martelar ferro frio: faz muito esforço e

barulho com pouco resultado. Por outro lado,

aquele que está inflamado de amor, com pouco

esforço, tudo transforma.

OS DESEJOS DO CORAÇÃO

novar a nossa fé e a proclamá-la a todos os que ainda não sabem em quem acreditamos e porque acre-ditamos. Pois bem, o Santo Padre ini-ciou este ano, provocando todos os cristãos, e, eu diria, provocando os cristãos jovens para um grande desafio. Jovem, você é chamado a ser obreiro da paz! Jovem evangelizando jovem! Jovem obreiro da paz! Este desafio é real, sobretudo, em nosso Estado do Espírito Santo. Há muito tempo

obrEiros da paz!

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JOvem e JuveNtude

Dom Joaquim Wladimir Lopes DiasBispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

Muitas vezes nos perguntamos: por que

existe a Pastoral Social na Igreja? O que é Pastoral

Social?

Entendemos por pastoral social a solicitude

de toda a Igreja para com as questões sociais.

O objetivo geral da Pastoral é contribuir, à Luz

da Palavra de Deus para a transformação dos

corações e das estruturas da sociedade em que

vivemos, em vista da construção de um mundo

novo, O Reino de Deus. A pastoral social procura,

cada dia mais, integrar em suas atividades: a fé e

o compromisso social, a oração e a ação, a ética

e a política.

A pastoral social nas paróquias, atuando

em diversas áreas, como da pastoral do menor,

saúde, migratória, operária, carcerária, criança,

sobriedade, familiar e juventude.

O Documento de Aparecida convoca-nos

a assumirmos uma renovada pastoral social para

a promoção humana integral, assumindo com

nova força esta opção pelos pobres, manifestan-

do que todo processo evangelizador envolve a

promoção humana e a autêntica libertação, sem

a qual não é possível uma ordem social justa.

Queremos agradecer e apoiar a liderança

e os agentes que atuam nas Pastorais Sociais,

DEUS os abençoe! Seja também um agente,

procure seu Pároco e feliz atuação.

POR QUE PASTORAL SOCIAL?

Dom Luiz Mancilha Vilela, ssccArcebispo Metropolitano

a juventude vem denunciando que está sendo agredida e dizimada, e grita: Queremos paz! Basta de violência! Os jovens são convocados para assumirem a bandeira da paz, a serem portadores de uma notícia nova, uma boa notícia para todos. Jesus Cristo é o Príncipe da Paz! Jesus é Aquele que veio trazer para toda humanidade a Paz que dá sentido à vida! Minha palavra de estímulo aos jovens, aqui e agora, é que cada

um tome consciência desta nobre missão: O jovem é um portador da paz, o jovem é um obreiro da paz! Por isso, ele se compromete a cultivar uma nova cultura, a cultu-ra da Paz. Ele, estudioso, procura colaborar para que surja um novo modelo de desenvolvimento e de economia. Por isso, ele torna-se um novo pedagogo da paz: partindo de seu coração, tornando-o Pacífico; evangelizando a sua família para que seja berço e formadora da paz; evangelizando a sua Escola para que ela seja, também, gestora de valores que promovam a paz; in-fluenciando seu ciclo de amizade para sejam corajosos no cultivo da paz. O resultado desta pedagogia evangelizadora do jovem será a cultura da paz, porque os jovens tornaram-se construtores de um mundo novo, mundo de paz! Jovem você é um obreiro da paz!

obrEiros da paz!

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Continuando o nosso olhar sobre os dados constatamos que as

mulheres trabalham mais do que os homens e sua remunera-ção continua, ainda, sendo me-nor do que dos seus parceiros do sexo masculino. Se analisar-mos os indicadores gerais sobre a vida de homens e mulheres,

vamOs repeNsar NOssas relações de

gênEro?

veremos que ocorreram me-lhoras na situação da mulher, porém, sua situação ainda se encontra longe de podermos considerar que se cumpre o que consta na Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos e na Constituição da República Federativa do Brasil que prevê que todos são iguais perante a

lei e gozam da inviolabilidade do direito à vida, à liberda-de, à igualdade, à segurança e à propriedade. Destacamos nestes instrumentos legais a afirmação de que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. Olhando a condição da mulher no Estado do Espírito

Analisando os dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), percebemos que as mulheres correspondem a 51,3% da população brasileira e 50,8% da população do Estado do Espírito Santo.

atualidadE

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nistas do século XX, Simone de Beauvoir que afirmou que “não se nasce mulher, torna-se mu-lher”, o que também pode ser aplicado ao homem, que não nasce plenamente constituído, mas sua formação se dá por meio das relações sociais, que se iniciam na família, se pro-longam na escola, nas comuni-dades eclesiais, no ambiente de trabalho, enfim, na convivência social. Este conceito nos ajuda a distinguir a dimensão bioló-gica da dimensão social. O conceito de gênero nos permite compreender o con-junto de fatores socioculturais que são atribuídos aos corpos, concebendo desta forma a ideia de masculino e a ideia de fe-minino. Em outros termos, pode-mos dizer que as diferenças entre masculino e o feminino ocorrem por “meio das relações sociais, que se dão na história, fazendo de gênero uma cate-goria de classificação dos in-divíduos, assim como a classe social e a raça/etnia”(Heilborn, 1997). Há todo um processo de aprendizado e de internaliza-ção referente às construções de gênero, que acontecem muito cedo, desde a infância. Ao pre-

sentear os bebês padronizamos as roupas. Ainda hoje é comum considerarmos que os meninos devem ser vestidos com roupas azuis e as meninas com roupas rosa. Meninas são presenteadas com bonecas e com utensílios domésticos. Junto com estes presentes explicita-se o espaço doméstico como espaço pró-prio do feminino e, portanto, naturaliza-se a ideia de que a tarefa de casa, a tarefa de

Santo constatamos uma rea-lidade que exige de nós uma tomada de posição. Afinal, nosso Estado figura no topo do ranking da violência contra a mulher. Quais os caminhos que temos para entender esta vio-lência e, a partir daí, buscarmos os caminhos para que possa-mos superá-la na perspectiva de uma convivência justa e igualitária entre mulheres e homens em nossa sociedade? Existem diversas possibi-lidades de resposta. Contudo, pretendemos nos concentrar em uma destas respostas, a partir dos estudos de gênero. Em que consiste os estudos de gênero? E, quais as implicações das relações de gênero nesta con-juntura que avaliamos como desfavorável para as mulheres? Desde pequeno, educamos meninas para agirem de uma forma e meninos para agirem de outras formas. No dizer de Heilborn a “nossa sociedade constrói representações sobre ser homem e ser mulher e estas representações são naturali-zadas, ou seja, é como se elas fizessem parte da natureza de todos nós”. Neste sentido lem-bramos uma clássica afirmação de uma das mais famosas femi-

Média global21%

Média no Brasil201124%

201227%

Consultoria Grant Thornton

Mulheres em cargos de liderança

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atualidadE

cozinhar, lavar ou cuidar de bebês seriam tarefas das mu-lheres, posto que, elas teriam mais sensibilidade, “mais jeito” para estas tarefas. Ao contrário, aos meninos presenteamos com armas, espadas, bolas e carri-nhos. Em outros termos, pre-paramos nossos meninos para serem mais agressivos, para que desenvolvam um ethos guerreiro, mobilizem-se para realizar conquistas, voltem--se para o espaço público e, se possível, nós os afastamos dos ambientes das atividades privadas e familiares, porque afinal, estas atividades são consideradas como femininas e, portanto, poderiam contami-nar negativamente a masculi-nidade de nossos meninos. Na sociedade em que vive-mos as mulheres vão realizando grandes conquistas. Elas foram com muita luta conquistando o espaço público e atuam nas mais diversas áreas. Temos, inclusive, uma Presidente da República. Porém, as mulheres

brasileiras foram para o mer-cado de trabalho, mas ainda acumulam atividades com uma outra jornada de trabalho quan-do chegam aos seus lares. Mui-tos homens, quando realizam tarefas domésticas, afirmam que estão ajudando a mulher, ao invés de reconhecer a parte que lhes cabe no cuidado da casa, na atenção aos filhos, etc. Mais grave do que isto é perce-ber que a violência doméstica contra as mulheres é patroci-nada por pessoas que são mais próximas (maridos, namorados, irmãos entre outros) que lite-ralmente constituem-se como verdadeiros inimigos íntimos. Esta violência é a manifestação da face cruel de uma concep-ção de ser homem arrogante e prepotente que considera-se superior e melhor do que a mulher e, em muitos casos, além de submetê-la as mais variadas violências (física, moral, psicológica) ainda se autoriza a violência suprema que é confiscar-lhe o direito

a vida, através da prática do homicídio. Frente a esta realidade, os bispos do Estado do Espí-rito Santo manifestaram-se, recentemente, em relação aos problemas que assolam o nosso Estado e fizeram, inclusive, uma referência à violência que atinge a diversos setores e, em particular, a violência contra as mulheres. Pensamos que, ao mesmo tempo em que conclamamos as autoridades competentes para que fiquem atentas a esta dura realidade, cumpre-nos, enquan-to Cristãos e Católicos pen-sarmos a possibilidade de nos constituirmos como homens e mulheres de boa vontade, assim como , no âmbito da atuação eclesial, colaborarmos efetiva-mente na formação de homens e mulheres que sejam, na prá-tica, pessoas iguais, em digni-dade, direitos e deveres e, que frente aos desafios do mundo, possam compartilhar as tarefas públicas e as tarefas do espaço familiar, sempre na perspectiva de denunciarmos toda a forma de violência e afirmarmos todo o nosso compromisso com a Justiça e Paz, como herdeiros de Jesus Cristo.

João José Barbosa Sana, Professor, especialista em Gestão de Políticas

Públicas em Gênero e Raça e Membro da comissão de Justiça e Paz

Elas ocupam...

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pEnsar

O iNíciO dO aNO letivO e a

No mês de fevereiro dá--se, em todas as redes de ensino, o retorno às

aulas. É um momento em que as preocupações nas escolas incidem na acolhida dos alunos. É a ocasião oportuna para refle-xões sobre o que se pode fazer para assegurar a permanência de crianças e jovens nas escolas e evitar a evasão escolar. A evasão é um problema crucial na educação brasileira. Dados do Ministério da Educa-ção (MEC) revelam que mais 2,9 milhões de estudantes abandonam as aulas. Alguns retornam em outros anos, mas aumentam os índices da distor-ção idade e série. Dificuldades de aprendiza-gem, problemas de saúde, ne-cessidade de ingressar no mer-

cado de trabalho, desinteresse pela escola, dificuldades para chegar às escolas, falta de in-centivo da família e mudanças de endereço são aspectos que podem contribuir para aumentar a evasão.Tais aspectos revelam que o combate à evasão escolar requer ações nos âmbitos da gestão de políticas públicas e da gestão administrativa e pe-dagógica no interior das escolas e, ainda, de intervenções no contexto familiar. A família é fundamental no início e no decorrer da tra-jetória escolar dos filhos, pois o incentivo e a valorização da educação não podem ser toma-dos como responsabilidades apenas da escola. É importante que a família crie vínculos com a escola e que estes transcen-

dam a mera participação em reuniões pedagógicas. O início do ano letivo é um excelente momento para isso, pois é propício para se (re)estabelecer o diálogo com as crianças e com os adolescen-tes sobre os primeiros dias de aula, sobre as atividades esco-lares, sobre os amigos e sobre os profissionais que atuam no contexto escolar. Por meio do diálogo é que se demonstra o interesse da família sobre o que as crianças e jovens fazem na escola e também dá a eles condições de sentirem que não estão sozinhos na vida escolar, o que contribui para motivar a permanência no estudo.

cleonara Maria schwartz, Doutora em Educação pela USP e

Professora da UFES

Evasão Escolar

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cidadania

Longe do ideal

Saúde do Idoso

Madrugada Viva

O salário mínimo do brasileiro passou de R$ 622 para R$ 678. Mas para pesquisadores do projeto Vigilante$ do$ Preço$, da Faculdade Doctum de Vitória, o reajuste, de cerca de 9%, é muito inferior ao salário mínimo ideal para quem vive no Espírito Santo. De acordo com o projeto, o salário mínimo ideal para atender às necessidades básicas de uma família capixaba é de R$ 2.208,11 em 2013. A quantia representa mais que o triplo do valor vigente. Um dos itens que mais pesou no “salário ideal” foi a cesta básica no Estado, uma das mais caras do país segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os idosos já somam 8,4% da população brasileira. Dados como esses com-provam a necessidade de se pensar políticas públicas voltadas especificamente para esse grupo. Nesse sentido, a cidade de Vitória conta com o Centro de Referência de Atendimento ao Idoso, o Crai, que oferece atendimento integral na área de saúde para pessoas a partir de sessenta anos, e que necessitam de um atendimento especializado. Além de médicos, o Crai conta ainda com uma equipe formada por psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos que auxiliam no atendimento dos pacientes.

Estatísticas recentes revelaram que cerca de 70% das mortes ocorridas em acidentes de trânsito, têm rela-ção com o consumo de álcool. Com este cenário, tornam-se ainda mais importante a realização de campanhas como o Madrugada Viva. Iniciada em 2004 pelo Governo do Estado, as ações do programa têm um foco educativo concentrando-se em bares, shows e locais com grande concentração de jovens, passando uma mensagem clara: bebida e direção não combinam. Os resultados da Campanha impressionam, só no ano de 2009, o Madrugada Viva abordou mais de 28.000 pessoas, em mais de 30 municípios do Espírito Santo.

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Por mais transparência

Incentivo Materno

O combate à corrupção foi a princi-pal motivação para a fundação da Transparência Brasil (TBrasil), uma organização independente e autônoma e que tem na internet a principal ferramenta na luta por maior clareza nas contas públicas. A área de atuação da ONG é grande, envol-vendo o monitoramento e a divulgação dos gastos públicos nas mais diferentes esferas, o levantamento dos históricos da vida pública dos parlamentares federais e estaduais, manutenção e atualização sobre o financiamento eleitoral de candidatos, além do acompanhamento diário sobre os assuntos ligados a corrupção em todos os noticiários da imprensa nacional. As informações são oferecidas gratuitamente ao internauta. Àquele que quiser ter acesso aos relatórios divulgados pelo TBrasil pode acessar o site http://www.transparencia.org.br

Oito hospitais capixabas integram o banco de leite estadual. Situados nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Serra, Vila Velha e Vitória, eles trabalham para garantir um dos direitos humanos fundamentais de toda criança: a amamentação. O banco de leite humano tem como objetivo coletar, processar e distribuir o leite materno doado em diferentes centros de saúde. O primeiro banco de leite do Espírito Santo surgiu em 1989, no Hos-pital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, integrando ações que envolvem a proteção e o incentivo do aleitamento materno até os seis meses de idade. Entre os serviços oferecidos pelo banco, in-cluem-se o atendimento às doadoras, consultas telefônicas para orientações gerais sobre o aleita-mento materno, coleta do leite, processamento do material doado e sua distribuição para bebês, na sua maioria recém-nascidos prematuros ou de baixo peso, além de palestras informativas. As mães que desejarem contribuir com a causa podem entrar em contato com o banco de leite de referência estadual, situado no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes, o Hospital das Clínicas, na Capital.

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EntrEvista

Vitória - A sociedade atual valoriza as individualidades e é caracterizada como individualista. Isso é sentido nas empresas?Alexandre - As pessoas chegam à em-presa com seus valores, seus sonhos, têm as suas ambições e o espaço da empresa é um espaço de realização profissional. A empresa tenta trabalhar com isso.

Trabalho individual e coletivo

Exercendo a função de consultor no planejamento de implementação do Sínodo Arquidiocesano, Alexandre Fidelis* compara o trabalho individual e de equipe nas

empresas e nas Igejas.

Vitória - A empresa não pode levar em conta cada individualidade, como funciona a individualidade e o coletivo na empresa?Alexandre - No passado, as fronteiras eram mais definidas. Cada um na sua profissão. Com o tempo as demandas tornam-se cada vez mais complexas. Você tem muita informação e muito mais variáveis. Então, para resolver uma

questão de engenharia vai ter que botar na mesa biólogo, engenheiro, psicólogo, pedagogo e administrador. Eu digo que a unidade básica do trabalho é a conversa. Não apenas o conhecimento técnico, mas também as competências e perfis. Em algum momento você vai executar uma tarefa seja na área operacional, ad-ministrativa ou intelectual, mas o pacto, a solução ou a concepção de um projeto é cada vez mais coletiva. As disciplinas precisam estar consolidadas como antes, mas elas vão funcionar mais em grupo e as empresas cada vez mais buscam pessoas que tenham habilidades huma-nas, porque as soluções encontram-se de maneira integrada.

Vitória - O trabalho em grupo não é a soma das individualidades?Alexandre - É, por um lado, você precisa da contribuição individual. O trabalho em grupo só é uma soma porque são vários indivíduos, mas o trabalho em grupo é um trabalho em grupo. A partir do momento que uma ideia foi construída em grupo não tem mais espaço para dizer que aquilo foi ideia minha ou que não vou fazer por que é uma ideia de outro.

Vitória - Você presta consultoria à Igreja Católica, que tem profissionais, voluntários e diversos níveis hierárqui-cos como é que a relação individuali-dade e grupo funciona neste ambiente?Alexandre - Hoje eu tenho certeza que não há diferença porque, afinal, nós estamos trabalhando com pessoas. Quando você vai desenvolver um pro-

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“A partir do momento que uma ideia foi construída em grupo não tem mais espaço para dizer que aquilo foi ideia minha ou que não vou fazer por que é uma ideia de outro.

jeto, a primeira coisa é definir quem vai coordenar esse projeto, logo depois você precisa avaliar quais as culturas existentes, aquele ambiente onde você vai conceber e executar o projeto, então quando eu fui procurado pela Igreja procurei compreender qual é essa cul-tura, qual é essa história, quais são as potencialidades, quais são as fraquezas, onde eu estou, o método. O que muda é essa análise que é diferente em cada lugar que você estiver.

Vitória - A Igreja trabalha com volun-tários e profissionais e muitas vezes nos mesmos projetos e juntos, como a Igreja deve lidar com essas condições?Alexandre - A decisão da pessoa não depende de sua condição de ser fun-cionário ou voluntário. Nós discutimos isso no grupo de trabalho e percebemos que o trabalho voluntário é feito no mo-mento que a pessoa tem disponível e a sociedade de hoje cada vez tem menos momentos disponíveis e é importante a Igreja observar que não se trata de uma vontade, trata-se de uma condição.

Vitória - A falta de competências di-versas nos grupos pode atrapalhar os projetos da Igreja?Alexandre - Eu acho que sim. Se eu vou juntar um grupo para resolver uma determinada situação eu preciso, sim, buscar formar grupos com competências e perfis que atendem àquilo. A Igreja faz um trabalho que vai desde a concepção até às comunidades, então, eu não posso fazer um trabalho com as pessoas que estão na Mitra para toda a Arquidiocese, eu preciso buscar pessoas que estejam atuando na comunidade, nas várias instâncias.

Vitória - O que você sugere para a Igreja?

Alexandre - Se tem uma coisa que eu buscaria garantir nos grupos de traba-lho é aquela pessoa que tem o perfil da multiplicação, mais que a área ou a competência. Fazer a informação cir-cular, captar os anseios das bases. Um coordenador de liturgia, de catequese, um representante de um conselho precisa ter bem definido que seu papel é muito importante.

Vitória - E como fazer isso? Como preparar as pessoas para serem os condutores, multiplicadores?Alexandre - Existe uma palavra que é empowerment, empoderar, e não é só uma questão de quem dá o poder, mas de quem precisa perceber que tem o poder e, eu sinto que as pessoas não estão percebendo o poder que elas têm. Todo o católico, todo o cristão já tem poder, porque acredita no mistério de Cristo, tem fé, acredita no testemunho,

tem método, tem missão e a Igreja tem uma característica de administração mais participativa, em particular a Igreja do Espírito Santo. Claro que os padres e as lideranças têm diferentes perfis, isso acontece e não é problema. As pessoas precisam preparar previamente o espírito para o trabalho colaborativo.

Vitória - O empoderamento na empre-sa é diferente da Igreja? As funções de cada um são mais claras na empresa?Alexandre - Empoderar é delegar. Tanto na empresa quanto na Igreja a delega-ção tem vantagens e desvantagens assim como a centralização. Talvez os papéis e as funções na Igreja, no viés organi-zacional, não estão tão claros. Existe uma dificuldade de determinar papeis e responsabilidades. E precisa ver também os perfis, porque se você coloca um coor-denador que não tem aquele perfil, ele já está sofrendo e isso a Igreja pode pensar em melhorar, porque as pessoas sofrem. A figura do líder carismático existe, mas ela cada vez mais precisa de uma equipe, de grande equipe. O Arcebispo precisa de uma equipe, o padres precisam de suas equipes e isso é diferente da empresa porque a empresa tem as equipes e os papéis são muito claros. Eu acho que os padres tentam empoderar, mas as pessoas não percebem e isso não fica claro e gera vários ruídos, porque organizacionalmen-te não estão bem definidas as funções e os papéis. Então, o trabalho em uma paróquia pode funcionar e em outra não, mas quando se tenta fazer um trabalho de conjunto aí dá muito conflito, as pessoas sofrem e têm aquela sensação de que fazem, fazem e não geram resultados.

*cientista social (uFes) e certificado em gerenciamento de projetos (PMP)

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artE sacra

altar, O luGar dOsacriFíciO e dO BaNQuete (parte ii)

Entre a ‘mesinha’ de pedra usada para oferecer o sacrifício desti-nado ao banquete dos deuses e

a mesa do sacrifício do Senhor, onde Deus se oferece a si mesmo em Jesus Cristo, há uma longa história. O arqui-teto Vincenzo Gatti nos recorda que o altar, pós Concílio Vaticano II, volta a ser o centro, isto é, “realidade visível e motivo fundamental do ser Igreja”, manifestando assim “a presença do Cristo altar, vítima, sacerdote, que se realiza na Celebração Eucarística”.

“Tomai e bebei todos [...], tomai

e comei todos [...]. Fazei isto em

memória de mim”.

(Lc 22,19)

A natureza e função do altar nos são apresentadas pelo Missal Romano, onde este, “em que se torna presente sob os sinais sacramentais o sacrifício da cruz, é também a mesa do Senhor, na qual o povo de Deus é chamado a participar quando é convocado para a Missa; é ainda o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia”. Na sala da última Ceia temos não uma mesa, como a entendemos hoje, mas um tampo em torno do qual estavam os participantes instalados. Apoiavam-se com o cotovelo esquer-do e comiam com a mão direita, ‘do mesmo prato’, todos juntos. Um nú-mero maior de pessoas exigiria vários grupos de mesa. Essa forma estava presente na Igreja dos primeiros sé-culos. De mesa para altar em bloco, há maior visibilidade da dimensão sacrifical e sintonia com o culto das

relíquias. Essa acentuação excessiva se deu na Idade Média. Do centro da assembleia, nos primeiros sécu-los, para o presbitério, na abside, aos poucos o altar foi sendo separado da comunidade reunida. A sua posição sofreu alterações significativas. Na Alta Idade Média, o altar ao ser recu-ado para a parede oriental, parecia-se mais com um console, na certa, em vista do desenvolvimento da piedade da época. Esse período também foi marcado pela multiplicação de altares secundários, nas naves laterais. O período Barroco trouxe o tabernáculo inserido na estrutura do altar, chamada retábulo, onde se acrescenta o trono da exposição da custódia para a Adoração Eucarística.

Raquel Tonini, membro da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese de Vitória

Iconografia siríaca: a última ceia

O altar deve manifestar “a presença do cristo altar, vítima, sacerdote, que se realiza na celebração eucarística” (v. Gatti)

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PARóqUIA NoSSA SENhoRA DA CoNCEIção Guarapari - Espírito Santo

w A Paróquia tem 21 comunidades;w Criada em 1971, Dom João Batista da Mota e Albuquerque;w Pároco: Pe. Jorge Campos Ramosw Vigário Paroquial: Pe. Eduardo de Oliveira Rodrigues.

O dOGma da imaculada cONceiçãO de maria

Odogma da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria foi a solene confirmação do mistério central da fé. A Virgem Maria foi pensada por Deus como a mediadora do mistério

da Encarnação. Porque chamada a ser a mediadora deste mistério, a Virgem Maria não podia ser pensada, senão como a primeira totalmente redimida, e como a primeira redimida é que ela concebeu sem pecado o Filho de Deus, porque sem pecado foi concebida. Ao acolher a Palavra do Anjo, a Virgem Maria permitiu que a Palavra eterna de Deus assumisse a carne do pecado e por causa desta assunção ela foi previamente redimida pelo seu próprio Filho. Por ela o Verbo de Deus entra na história, inaugurando o tempo da Graça e da Liberdade dos filhos de Deus. A Virgem Maria abriu a porta do mundo para o Advento do Deus redentor, na carne da humanidade. Ela é por excelência a primeira na ordem da Redenção. O dogma da Imaculada Conceição proclama que Ela, desde o início do seu ser, não foi apenas envolvida pelo mistério da Graça da redenção prometida, mas a primeira redimida pelo seu Filho que ia gerar.

Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj

paróquias

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arquivo E mEmória

60 aNOs de criaçãO dO caBidO diOcesaNO

O Cabido diocesano foi criado na Dio-cese do Espírito

Santo em 02 de fevereiro de 1953 por Dom José Joa-quim Gonçalves e completa este ano 60 anos. O Cabido não era obri-gatório e, por essa razão, não existia até então, com a sua criação, porém, a Administração Diocesana tornou-se mais participa-tiva.

O Cabido era compos-to por 16 cônegos, sendo dez catedráticos e podendo chegar a dez titulares. Aos catedráticos eram atribuí-das as funções administra-tivas da diocese e Ofícios na catedral e, em caso de sede vacante nomeavam o administrador. Já os titula-res recebiam apenas o título honorífico. Na criação o Cabido era composto por: Monse-nhor Custódio Bandeira, Monsenhor Elias Tomasi e Monsenhor Luiz Clau-dio de Freitas Rosa e, pe-los Cônegos Raimundo Pereira de Barros, Acácio Valentim de Morais, Aníbal Cunha, João Batista Pavesi, Maurício Mattos Pereira, Luiz Fuchs, Paulo de Tar-so, Guilherme Schimitz, Aristides Taciano, Frans Victor Rudio, Afonso, José

Ludwin, Geraldo Mayers e João Kleugten. Posteriormente, fo-ram nomeados por Dom João Batista da Mota e Al-buquerque, Cônego José Ayrola Barcelos, Rubens Duque e Geraldo Lyrio Rocha. Na história recente, embora o Cabido não exer-ça as funções citadas por-

que estas foram atribuídas ao Colégio dos Consulto-res, Dom Luiz Mancilha Vilela atribuiu o título honorífico de Cônego a Arnóbio de Passos Cruz e Antônio rocha de Araújo e de Monsenhor a Adwalter Antônio Carnielli e Tarcí-sio Anacleto Caliman.

departamento de Marketing e Comunicação da Arquidiocese

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Agitação e muitos afazeres fazem parte do cotidiano de homens e mulheres na pós-modernidade, principalmente, dos jovens que são pressionados a conquistar seu espaço no mercado e buscar sucesso profissional.

FraterNidade, OraçãO, atividade...

O eQuilíBriO da vida monástica

em lugares mais tranquilos e bucólicos, buscar contato frequente com a natureza, praticar exercícios ou tera-pias de concentração são algumas alternativas, mas a Revista Vitória foi ‘ver de perto’ uma experiência mais radical e em outra dimensão de quem vive na contramão do tempo. Fomos ao Carmelo de Na-

O s motivos para tanta correria são os mais variados:

ansiedade, falta de tempo, pressão para ter dinheiro e agenda lotada de compro-missos que ultrapassam as horas do dia. Entretanto, como que na contramão da história, alguns buscam outras for-mas de ‘levar a vida’. Viver

rEportagEm

zaré, em Cariacica, e con-versamos com as monjas Carmelitas, Danuze Spa-deto Muniz ou Danuze de Jesus, como é conhecida no Carmelo de Nazaré, onde vive em clausura há 11 anos e, Emilinha Ferreira dos Santos de 56 anos. Depois por telefone conversamos, também, com Dom Tarcí-zio Azevedo, monge be-

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neditino e padre Valdecir Ferreira, assessor da Co-missão Episcopal Pastoral para os Ministérios Orde-nados e a Vida Consagrada da CNBB, Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil. Danuze decidiu seguir a vida monástica contem-plativa quando ainda era muito jovem, aos 19 anos. “Quando moça percebi que nada em minha volta des-pertava a minha atenção. Não buscava a realização profissional, não tinha de-sejo de casar e construir família. Hoje, posso afir-mar que não há nada mais atrativo do que viver ex-clusivamente para Deus”. No entanto, engana-se quem pensa que a clausura

significa isolamento ou so-lidão. No caso do Carmelo de Nazaré, a rotina das 11 Monjas Carmelitas, prove-nientes de diferentes Esta-dos é intensa. “O nosso dia é intercalado em momentos de oração, trabalho, vida fraterna e comunicação entre as irmãs”, disse imã Danuze. Tudo acontece no compasso e tempo certo porque no silêncio da ora-ção e das tarefas cotidianas é que acontece a experiên-cia profunda do encontro com Deus e com as pessoas que estão perto e que estão longe. A vida monástica assusta e, mesmo as vo-cacionadas que entram no Carmelo, às vezes desistem

FraterNidade, OraçãO, atividade...

O eQuilíBriO da vida monásticade professar os votos per-pétuos. “Entregar-se por inteiro a Deus é um pro-cesso. Temer faz parte da essência humana. O pro-blema é quando deixamos o nosso medo interferir nos planos de Deus”, comenta a monja carmelita, Emilinha Ferreira dos Santos. Para a religiosa do Carmelo de Nazaré, a deci-são de seguir a vida consa-grada implica em mudanças de comportamento e estilo de vida. “Entrei no Carmelo aos 32 anos. Dizer sim a um chamado de Deus é o início de uma vida plena de realização, motivada pelo seu amor. A clausura re-presenta a minha liberdade em Deus”. Para dar conta dos compromissos, todas as monjas do Carmelo acor-dam cedo, às 04h30, e dormem antes das 22h. O dia começa com a Ora-ção Litúrgica, as Matinas.

Em seguida, as religiosas participam da Celebração Eucarística. “Sete vezes ao dia vamos ao coro para rea-lizar a Oração da Liturgia das Horas”. Também são reservados dois momentos de oração pessoal e dois momentos de diálogo entre as monjas. Esses momen-tos são flexíveis, podendo durar até 2 horas cada um. As tarefas domésticas, como cozinhar, lavar roupas, limpar e cuidar do jardim são divididas em forma de escala entre as monjas car-melitas. Já os trabalhos fi-nanceiros ou de manutenção do Carmelo, como a confec-ção de sabonetes artesanais, de estolas, toalhas para o altar e velas litúrgicas, são produzidos diariamente e também divididos, levando em conta a habilidade de cada uma delas. Sair do Carmelo, ape-nas aquando necessidades inevitáveis, como consultas médicas ou autorização do Arcebispo o exigem. As-sistir televisão, somente em casos especiais, como transmissão de eventos católicos de repercussão nacional e internacional. As férias para as carmeli-

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rEportagEm

tas não são permitidas, mas suas famílias podem marcar um horário para visitá-las a cada mês. “A vocação monásti-ca existe desde o início do Cristianismo. Ela é um cha-mado de Deus à santidade para o serviço na Igreja e na sociedade. As pessoas que têm coragem de assu-mir essa vocação tão no-bre e importante em nossa Igreja, tornam-se profetas do silêncio e do amor, que

de Deus”, confessou Dom Tarcízio. Para os monges bene-ditinos a clausura é menos rigorosa. Além de poderem tirar férias entre 15 e 30 dias e assistir programas televisivos, como os te-lejornais, podem realizar catequeses e formações que não interfiram em suas ati-vidades dentro do mosteiro. A rotina dentro do Mosteiro de São Bento, porém, também começa cedo. O dia nem raiou e os monges já estão em vigília, reunidos em frente a uma cruz. Às 06 horas, acontece a Missa, às 07h30, é servido o café da manhã, às 8h30 começam os atendimentos espirituais e confissões e ao meio dia é servido o al-

moço. Até às 17 horas os monges têm um tempo livre para descansar ou exercer trabalhos de pintura e ati-vidades artesanais para a manutenção do Mosteiro. Às 18h, é iniciada a oração da tarde e às 19h é realizada a oração da noite, encerran-do o dia para os religiosos. Vida de oração, fra-ternidade, contemplação, silêncio! A vida monástica contemplativa é a vida em sua simplicidade, poucos estilos de vida se encaixam tão bem nessa descrição.

através de suas incessantes orações se preocupam em orar e entregar suas vidas por todos nós”, explica pa-dre Valdecir. A vida monástica con-templativa existe tanto no ramo feminino como mas-culino e, para quem acha que o mosteiro é cheio de mistérios, Dom Tarcízio Azevedo, monge do Mos-teiro São Bento em Pouso Alegre, MG, diz que não há nada de mistério. Para ele a vida contemplativa não é baseada em proi-bições, mas na opção de uma pessoa, que em seu coração decidiu abrir mão de algumas propostas por amor a Deus, às pessoas e à Igreja, embora ao abra-çar a vida religiosa, frades, monges e monjas, assumem o compromisso da castida-de, obediência e pobreza. Existem regras, sim, mas “a liberdade não significa poder fazer de tudo. As re-gras existentes no mundo são impostas para a boa convivência entre os seres humanos. Assim, também é a vida no mosteiro. As regras existem para termos uma boa disciplina diante

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EspEcial

Em rápidas palavras, como podemos defi-nir as figuras dos Patriarcas, juízes, reis e profetas de Israel? Entre os patriarcas de Israel destacamos a figura de Abraão, que não é pai do povo de Deus somente porque é fundador do povo, em sentido genealógico, mas também e, sobretudo, no sentido religioso, ele é pai da fé. Os juízes eram homens escolhidos por Deus para livrar o povo de um perigo específico, sua missão estava unida ao chamado de Deus e à necessidade do povo. A figura do rei em Israel foi cercada de uma série de contradições, por um lado se fazia necessária e era querida, e por outro poderia se tornar um perigo para Israel, já que o verdadeiro rei de Israel é o Senhor. Neste caso, o rei deveria governar o povo de modo a ajudá-lo a servir em tudo a vontade de Deus. Já os profetas, por sua vez, ocupam o lugar da voz de Deus, são responsáveis pela denúncia das injustiças e da opressão que o povo sofria. Sua missão era a de convidar o povo à fidelidade, à aliança e à lei, que é a fonte de vida para o povo eleito.

Como a fé do Patriarca Abraão, segundo o apóstolo Paulo, pode iluminar o caminho do cristão neste ano da fé promulgado pelo papa Bento XVI? O Papa Bento XVI promulgou o ano de 2012-2013 como Ano da Fé, aproveitando as celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II. O convite é para que todos os católicos tenham um olhar atento e cuidadoso sobre as raízes de sua fé.

respOstas de Fé Acolhendo o convite do Pontífice e sendo guiados pelas palavras de Paulo, nos depa-ramos com a figura emblemática de Abraão. Segundo o apóstolo, o patriarca, modelo de fé, foi justificado não pelas obras da lei, mas pela fé que as precedia (cf. Gl 3,6-14). Com este retorno à pessoa de Abraão, Paulo apresenta a sua fé e a sua pronta resposta ao convite feito por Deus como a base do pacto consolidado entre Deus e ele — «Abraão creu em Deus e isto lhe foi levado em conta de justiça» (cf.

Gl 3,6). Chamado a ser pai de uma grande nação, Abraão acreditou, contra toda a esperança, na promessa de Deus e não foi desiludido (cf. Gl 4,18-25). Essa experiência ilumina e, ao mesmo tempo, é prefiguração da vivência da fé de todo o cristão. Sendo assim, olhando para a figura de Abraão, o apóstolo reconhece o valor da fé e de como esta per-meia toda a ação da vida do homem, sendo ela mesma a fonte de seu agir e de sua ética. A fé que tem uma dimensão fecunda, no amor mútuo, conduz o homem à realização do projeto de Deus em sua história, tradu-zindo na vivência concreta, do dia a dia, os valores do Evangelho como verdadeiro discípulo de Cristo. Que seja esse Ano da Fé uma oportunidade para todos nós revermos nosso caminho como discípulos de Cristo, iluminados pelo exemplo e testemunho, que nasceu na experiência de Deus, de tantos homens e mulheres que nos precederam.

*Pároco na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus em Itaipava. Professor de Sagrada Escritura no IFTAV. Doutor em Sagrada Escritura

pela Pontifícia universidade Gregoriana de Roma

*Padre andherson souza

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projEto

rEciclagEm Gera reNda e limpa O meiO amBieNte

RESULTADOMETA PARA 2013Com o projeto, a Comunida-

de deixa de jogar na Rede de Esgoto Municipal , 300 litros de óleo por mês. Por ano, são recolhidos, aproximadamente, 3.600 litros, que são vendidos

A Paróquia Bom Pastor de Campo Grande, Cariacica, estimula as comunidades a desenvolverem projetos de coleta seletiva e atividades que promovam a consciência ambiental.

Conheça duas iniCiativas de suCesso

Projeto recIclar: vIda e mIssão nesse chão O “Projeto Reciclar: vida e missão nesse chão” é resultado de uma ação proposta pela Campanha da Fraternidade de 2007. Naquele ano, a Campanha incentivou a Igreja no Brasil a fazer um gesto concreto para preservação do meio ambiente. Atentos à proposta, um grupo de pessoas da Comunidade Jesus Menino, de Campo Grande, se uniu para implantar o projeto na Comunidade e possibilitar a destinação adequada ao óleo de fritura usado.

A proposta do Projeto para este ano é expan-dir a ideia de tratamento do óleo para condomí-nios residenciais, centros educativos e empreen-dimentos empresariais estabelecidos nas pro-ximidades do Bairro de Campo Grande.

para a empresa Marca Ambien-tal, instituição especializada em multitecnologias , que paga em torno de R$ 0,3 centavos por litro. O valor arrecadado é revertido para a Pastoral da Saúde e da Família da Comuni-dade Jesus Menino, que utiliza o dinheiro em prol das famílias carentes que vivem no Bairro Campo Grande.

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rEciclagEm Gera reNda e limpa O meiO amBieNte

COMO fUnCIOnA

COMO COLAbORAR COM O PROJETO

O projeto conta com dez pontos de coletas instalados na Comunidade Santo Antônio e nas residências dos moradores do bairro, onde são encontrados as “bags” (sacos grandes) para o recolhimento do lixo seco. Quando as bags estão cheias, as garrafas e embalagens plásticas são recolhidas, lavadas, prensadas e trituradas. Após estes procedimentos, o material está pronto para ser transformado em outros produtos artesanais como: luminárias, vasos para plantas e outros utensílios domésticos e decorativos.

Para colaborar com o Recicl’Amor não é necessário morar no bairro Cruzeiro do Sul. Basta levar o plástico recolhido na Comunidade Santo Antônio, localizada na rua 8 Irmãos, entre os bairros Morada de Campo Grade e Cruzeiro do Sul.

Projeto recIclar: vIda e mIssão nesse chão prOJetO recicl’amOr A fundação do Projeto Recicl’Amor data de 2008, quan-do dez grupos do Evangelho do Lar da Comunidade Santo Antô-nio, Cruzeiro do Sul, preocupados com a quantidade de sacolas e embalagens plásticas espalhadas pelas ruas do bairro, decidiram conscientizar toda a comunidade sobre a importância de separar o lixo seco, mais precisamente garrafas pet.

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a FOrça dOs QuaisQuer, dOs Que Que rem, dOs Que deseJam

idEias E sugEstõEs

“A verdadeira força da igreja está na vida dos

seus membros, nas suas inteligências, nas suas

forças inventivas.

Tudo vibra, as coisas vibram, a vida espe-cialmente vibra, e a vibração, essa força insurgente da vida, esse poder da vida,

a própria vida se torna o grande patrimônio da humanidade. A grande riqueza não está mais nas minas deste ou daquele mineral, nesta ou naquela máquina. A riqueza está na vida e no potencial humano. Mas estão tomando a vida de assalto em todas as suas dimensões. Assenhoram-se de tudo, de nossos desejos, nossos genes, nossos sonhos, nossa imaginação, nossa religiosi-dade. Tudo em função do lucro. Essa lógica do lucro nos desfigura as subjetividades, as cidades, as religiões, e nos propõem-impõem modelos e padrões. Em nossas atividades e vida eclesial, um tanto quanto desorientados a despeito de tantas análises e diagnósticos, passamos a invejar as grandes corporações empresariais em seus métodos e práticas. Mas, mais do que tomarmos de atraso o bonde das ações

nossas paróquias são ricas dElEsmoduladas pelas grandes corporações, dos seus padrões, modelos e planejamentos, mais do que nos guiar pelos grandes “sucessos” das megacorporações, dos seus modos de gerir recursos materiais e humanos, se abre em al-ternativa de ação – se nos propomos a escapar das capturas – a volta para a potencialidade da vida que está em todos e em qualquer um. E quando falo em captura, falo em capturas que sofremos a todo o momento. Somos capturados de “boa fé” pelas instituições, pelos costumes, pelos “modos” de pensar. O ser qualquer – inspirando-nos no pen-sador italiano Giorgio Agamben – é o homem que quer, a mulher que quer, por isso qual--quer. É aquele que deseja, que tem a força do querer, e não apenas a tendência de consumir, de obedecer, de executar. E estes quais-quer estão por toda parte, e são muitos. As paróquias e comunidades vivem por eles, por causa deles. E eles, desconcertando-nos, resistem. Resistem aos planejamentos, às bonitinhas “formações” que lhes são oferecidas. Parecem querer outras coisas. A questão desafia-nos. Ao invés de traçar estratégias para levá-los, sem prazer, ao que as lideranças e chefes pensam que é bom, parece-me ser interessante indagar-se sobre a força dessa rebeldia, sobre um outro querer que eles expressam. A verdadeira fonte de riqueza da Igreja

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nossas paróquias são ricas dElEsnão está, portanto, no passado, por mais lindo que tenha sido este ou aquele passado. Sem desprezar nenhum dos seus tesouros a verdadeira força da igreja está na vida dos seus membros, nas suas inteligências, nas suas forças inventivas. Estas forças vivas, contudo, não são meras fileiras esperando um comando, nem um aglomerado aguardando um ilustre a conduzi-las, mas é uma multidão plural, avessa a padrões e homogeneizações, que não assina pactos, que não elege porta-voz, mas que testemunha o desejo de novos caminhos. Isso merece atenção. Como acredito na força da mestiçagem dos saberes vamos às nossas dicas. O primeiro livro que indico é A elegância do ouriço, da francesa Muriel Barbery. É um romance que levanta ideias, propõe pensamentos, nos su-

gere rebeldias diante do mundo estabelecido. É um romance com jeito de livro de crônicas. Encontramo-nos nas vozes que conduzem a história, uma qualquer mas culta zeladora de um prédio de abastados e tradicionais moradores de Paris e uma adolescente de doze anos, moradora do prédio, que debocha da existência e dos modos de vida dos ricos enquanto procura um sentido para a própria vida.

A outra sugestão vem da possibilidade de fugir dos lançamentos e dos “mais vendidos” e passear pelas bibliotecas. O poder e a glória de Graham Greene. Livro deste magnífico e católico autor inglês que, segundo se avalia, é o melhor a traduzir a alma católica em seus dilemas e aspirações. O livro que indico é considerado o seu melhor, e talvez seja o mais lido romance inglês do século XX. Foi publicado pela primeira vez em 1940. É um romance comovente. Trata de um período da história do México em que a Igreja foi ferozmente combatida. O enredo se desenrola em torno de um qualquer, um padre, refém do alcoolismo, que se vê dividido entre a tentativa de fugir e os apelos para o exercício de suas funções. Vale a pena ler.

dauri Batisti

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acontEcE

A segunda “Caminhada da paz em busca da sobrie-dade” acontece no dia 24 de fevereiro. A concentração para o evento começa às 8h, na Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro Oriente, em Cariacica. Os fiéis seguirão em procissão até a Comunidade Nossa Senhora Aparecida, em Nova Brasília, onde será realizada a Missa de encerramento do evento, presidida pelo padre Roberto Francisco Sebastião Natal. Promovida pela Pastoral da Sobriedade da Arqui-diocese do Vitória, a Caminhada da paz em busca da sobriedade tem como objetivo chamar a atenção da sociedade sobre a problemática social existente em torno das drogas e do álcool.

Mobilização pela sobriedade

Em preparação à Jornada Mundial da Juven-tude - JMJ Rio2013, a Área Pastoral de Cariacica/ Viana realiza no dia 03 de fevereiro, no Colégio São Geraldo, o “Mais Juventude”, atração que mistura espiritualidade e dinamismo. O evento conta com atrações culturais, como bandas de congo e capoeira, apresentação de bandas locais, djs e muito louvor com início às 13h30. A entrada para o evento é franca.

Com a proposta de unificar o trabalho pas-toral na Arquidiocese de Vitória, a Comissão de Liturgia planeja para os meses de fevereiro e março visitas às seis Áreas Pastorais. Cada visita tem como objetivo apresentar o Plano de Ação que vai nortear os trabalhos desenvolvidos pela Pastoral Litúrgica Arquidiocesana, durante todo o ano de 2013. Confira as datas já agendadas: w Área Pastoral de Vitória 05 de fevereiro

w Área Pastoral da Serra 6 de fevereiro

w Área Pastoral Benevente 19 de fevereiro

w Área Pastoral de Vila Velha 21 de fevereiro

w Área Pastoral Cariacica/Viana 04 de março

w Área Pastoral Serrana 16 de março

Mais juventude

Plano de Ação

Os locais e horários das visitas serão divulgados no site da Arquidiocese (www.aves.org.br), a partir do dia 1° de fevereiro.

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Entre os dias 9 e 12 de fevereiro, das 8h às 20h, acontece no Parque de Exposição de Carapina o “Vinde e Vede 2013”. O encontro que já virou tradição no Espírito Santo, pretende reunir mais de 40 mil pessoas durante os quatro dias de evento. Na programação: Missas, pregações e muita anima-ção, com destaque para a Banda Bom Pastor, Ministério Santuário e o Grupo de Jovens DDD - Doidin de Deus. A entrada é franca, mas a organização do evento solicita a doação de 1kg de alimento não perecível, que será encaminhado a uma entidade de assistência social.

Vinde e Vede 2013

No dia 23 de fevereiro, das 12h às 17h, no Salão Padre Gabriel, na Cúria Metropolitana de Vitória, a Comissão Arquidiocesana dos Diáconos Permanentes (CAD) pro-move sua primeira Assembleia Ordinária. A reunião vai avaliar a atuação dos Diáconos Per-manentes na Arquidiocese em 2012, debater assuntos referentes a formação litúrgica dentro do Ministério Diaconal ,e definir diretrizes e propostas de ação para a Comissão em 2013. O encontro será assessorado pelo Bispo Auxiliar de Vitória, Dom Rubens Sevilha e pelo Vigário-geral da Arquidiocese, e pároco na Paróquia São José, em Maruípe, padre Ivo Ferreira Amorim.

A Arquidiocese de Vitória realiza no dia 17 de feve-reiro, a abertura da Campanha da Fraternidade (CF) 2013. A abertura será marcada por uma Via-Sacra pelas ruas de Vitória. O ponto de encontro será às 16h, na antiga Capitania dos Portos, localizada entre as ruas Henrique Novaes e Jerônimo Monteiro. Este ano, a Campanha tem como tema “Fraternidade e Juventude” e lema: Eis-me aqui, envia-me! O objetivo geral da CF 2013 é acolher os jovens propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção da vida, da justiça e da paz. Mobilize sua família e comunidade para participar deste evento de testemunho de fé, cidadania e devoção.

Avaliando a caminhada Campanha da fraternidade

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saúdE

Na década de 80 os games passaram a fazer parte da vida

dos brasileiros e, hoje, até fazem parte do trabalho de muita gente. A brincadeira de criança se tornou coisa de gente grande. Estamos vivendo um tempo em que os padrões sociais se trans-formaram e, ainda busca-mos o equilíbrio da nova postura. A questão dos jogos eletrônicos traz a discussão sobre os benefícios e ma-lefícios na vida cotidiana. Assim como a televisão, os jogos vão evoluindo, e a cada dia que passa, o

a iNFluêNcia dOs JOGOs eletrôNicOs Na vida das pessOas

jogo eletrônico não é só uma diversão mas, é um meio de viver uma outra vida. O perigo nisso é que os jogos nem sempre são inofensivos. Pesquisas demonstram que, na infância e adoles-cência, a prática dos jogos eletrônicos pode trazer benefícios significativos como o desenvolvimento de habilidades, de racio-cínio lógico, a criação de metodologias para o apren-dizado das regras, o treino da atenção e concentração. Os diversos estudos trazem, também, o alerta de que até uma hora de jogo é es-

timulante, a partir de então a atividade pode começar a ser prejudicial. O novo paradigma de relações sociais é o virtu-al, não só os jogos como a própria internet. As pessoas se conhecem, estreitam la-ços e se identificam através dos interesses comuns. Dos contatos os grupos são cria-dos para trocar e decifrar estratégias dos jogos. No mundo adulto, os jogos fazem parte do mo-mento de lazer, como um instrumento para aliviar o estresse cotidiano mas, também, é profissão de uma parcela da população.

Estamos entendendo que o ponto delicado dos jogos eletrônicos é a sua utilização. O excesso é sempre prejudicial, seja em qualquer aspecto da vida, a busca pelo equilíbrio é o nosso desafio.

ana Graziela dos Reis Pereira, Psicóloga CRP 1768-16

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aBerturavia sacra, saindo da antiga capitania dos portos, no dia 17 de fevereiro às 16 horas.