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Educação Ambiental e Gestão Participativa das Águas da sub-bacia do ribeirão Sarzedo – Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba – Alto São Francisco – Minas Gerais CIBAPAR: Daniel Santana Lanza Daniel Lorentz Lenice Neves Guimarães Mauro da Costa Val Tiago Carvalho PETROBRAS: Cláudia Lopes Zanette-Refinaria Gabriel Passos Suzana Rastelli Sattamini-CENPES UFMG: Dra. Paulina Maia-Barbosa - ICB Resumo A educação ambiental para a gestão dos recursos hídricos é um processo participativo em que os atores sociais locais são protagonistas das ações decorrentes, compreendidas as relações de causa e efeito advindas da apropriação das águas, do uso e ocupação do solo e as interferências na sua disponibilidade quali-quantitativa. A qualidade de vida da população deve ser inserida neste contexto, no âmbito da bacia hidrográfica, como premissa para um processo de educação ambiental efetivo. No desenvolvimento da interação comunitária com a dinâmica proposta, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba – por meio de sua secretaria executiva, o Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba – CIBAPAR, desenvolve um projeto de mobilização da comunidade local por meio da educação ambiental para discussão das condições da represa de Ibirité, sub-bacia do Ribeirão Sarzedo, municípios de Ibirité e Betim, em parceria com a Refinaria Gabriel Passos da Petrobras e o Centro de Pesquisas da Petrobrás –CENPES. Introdução A Lagoa de Ibirité é um reservatório artificial criado na década de 60 para suprir a demanda por água no processo de refino de petróleo, cuja bacia contribuinte foi ampla e desordenadamente ocupada nas últimas décadas, exercendo pressão sobre a qualidade de suas águas. A sub-bacia do ribeirão Sarzedo está inserida nos territórios dos municípios de Ibirité, Betim e Sarzedo e possui área de aproximadamente 91,1 km², representando todas as microbacias que contribuem com a Lagoa de Ibirité: Barreirinho, Rola-Moça, Fubá, Ibirité, Urubu, Taboão, Sumidouro, Camargos, Pintado, Jatobá e Palmares. O presente relato destaca o processo participativo da gestão das águas na sub-bacia do Ribeirão Sarzedo, facilitado com o uso de sensibilização, formação e mapas temáticos georeferenciados, processados a partir de imagens de satélite de alta resolução, nas atividades do Projeto Lagoa da Gente. O projeto é fruto de uma parceria entre a Refinaria Gabriel Passos - REGAP e o CIBAPAR. Desenvolvido no âmbito da Política Pública das Águas (Lei Federal 9.433/97 e Lei Estadual Mineira 13.199/99) e adota como unidade de planejamento a sub-bacia hidrográfica do ribeirão Sarzedo, afluente do rio Paraopeba. O projeto promove e fortalece o envolvimento de todos para a gestão participativa e descentralizada (poder público, usuários e sociedade civil), se apóia no Programa de Educação Ambiental da Refinaria Gabriel Passos em parceria com o Centro de Pesquisas da Petrobras, integrante de um amplo e dedicado trabalho de monitoramento ambiental do reservatório de Ibirité, que faz parte da microbacia Ibirité-Sarzedo, pela importância da manutenção dos serviços ecológicos prestados por este corpo d’água. Este programa conta com um Projeto de Educação Ambiental Formal para atualização dos professores das escolas municipais e estaduais, desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais, baseado em pesquisa científica do ecossistema local. A REGAP trabalha a Educação Ambiental desde 1994 em parceria com a população, com a introdução em 2003, de metodologia desenvolvida pelo CENPES para abordagem da comunidade com base participativa e emancipatória, no processo de recuperação do reservatório estendido para a micro-bacia de origem. A partir de outubro de 2007, O CIBAPAR integrou-se ao programa, para a aplicação de metodologias participativas para a gestão das águas na bacia hidrográfica do rio Paraopeba, pela comunidade do entorno da Lagoa, o poder público, os usuários locais, e as organizações da sociedade civil locais, a fim de maximizar a disponibilidade qualitativa e quantitativa, tanto dos cursos de água tributários quanto das águas da própria Lagoa. O projeto é acompanhado pelo Grupo de Trabalho de Acompanhamento de Projetos - GTAP, extrato do CBH-Paraopeba, composto de forma tripartite além de técnicos da REGAP, Centro de Pesquisas da Petrobrás e professores da UFMG. Objetivos

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Educação Ambiental e Gestão Participativa das Águas da sub-bacia do ribeirão Sarzedo – Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba – Alto São Francisco – Minas Gerais

CIBAPAR: Daniel Santana Lanza

Daniel Lorentz Lenice Neves Guimarães

Mauro da Costa Val Tiago Carvalho

PETROBRAS: Cláudia Lopes Zanette-Refinaria Gabriel Passos

Suzana Rastelli Sattamini-CENPES UFMG:

Dra. Paulina Maia-Barbosa - ICB Resumo A educação ambiental para a gestão dos recursos hídricos é um processo participativo em que os atores sociais locais são protagonistas das ações decorrentes, compreendidas as relações de causa e efeito advindas da apropriação das águas, do uso e ocupação do solo e as interferências na sua disponibilidade quali-quantitativa. A qualidade de vida da população deve ser inserida neste contexto, no âmbito da bacia hidrográfica, como premissa para um processo de educação ambiental efetivo.

No desenvolvimento da interação comunitária com a dinâmica proposta, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba – por meio de sua secretaria executiva, o Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba – CIBAPAR, desenvolve um projeto de mobilização da comunidade local por meio da educação ambiental para discussão das condições da represa de Ibirité, sub-bacia do Ribeirão Sarzedo, municípios de Ibirité e Betim, em parceria com a Refinaria Gabriel Passos da Petrobras e o Centro de Pesquisas da Petrobrás –CENPES.

Introdução

A Lagoa de Ibirité é um reservatório artificial criado na década de 60 para suprir a demanda por água no processo de refino de petróleo, cuja bacia contribuinte foi ampla e desordenadamente ocupada nas últimas décadas, exercendo pressão sobre a qualidade de suas águas.

A sub-bacia do ribeirão Sarzedo está inserida nos territórios dos municípios de Ibirité, Betim e Sarzedo e possui área de aproximadamente 91,1 km², representando todas as microbacias que contribuem com a Lagoa de Ibirité: Barreirinho, Rola-Moça, Fubá, Ibirité, Urubu, Taboão, Sumidouro, Camargos, Pintado, Jatobá e Palmares.

O presente relato destaca o processo participativo da gestão das águas na sub-bacia do Ribeirão Sarzedo, facilitado com o uso de sensibilização, formação e mapas temáticos georeferenciados, processados a partir de imagens de satélite de alta resolução, nas atividades do Projeto Lagoa da Gente.

O projeto é fruto de uma parceria entre a Refinaria Gabriel Passos - REGAP e o CIBAPAR. Desenvolvido no âmbito da Política Pública das Águas (Lei Federal 9.433/97 e Lei Estadual Mineira 13.199/99) e adota como unidade de planejamento a sub-bacia hidrográfica do ribeirão Sarzedo, afluente do rio Paraopeba. O projeto promove e fortalece o envolvimento de todos para a gestão participativa e descentralizada (poder público, usuários e sociedade civil), se apóia no Programa de Educação Ambiental da Refinaria Gabriel Passos em parceria com o Centro de Pesquisas da Petrobras, integrante de um amplo e dedicado trabalho de monitoramento ambiental do reservatório de Ibirité, que faz parte da microbacia Ibirité-Sarzedo, pela importância da manutenção dos serviços ecológicos prestados por este corpo d’água. Este programa conta com um Projeto de Educação Ambiental Formal para atualização dos professores das escolas municipais e estaduais, desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais, baseado em pesquisa científica do ecossistema local. A REGAP trabalha a Educação Ambiental desde 1994 em parceria com a população, com a introdução em 2003, de metodologia desenvolvida pelo CENPES para abordagem da comunidade com base participativa e emancipatória, no processo de recuperação do reservatório estendido para a micro-bacia de origem.

A partir de outubro de 2007, O CIBAPAR integrou-se ao programa, para a aplicação de metodologias participativas para a gestão das águas na bacia hidrográfica do rio Paraopeba, pela comunidade do entorno da Lagoa, o poder público, os usuários locais, e as organizações da sociedade civil locais, a fim de maximizar a disponibilidade qualitativa e quantitativa, tanto dos cursos de água tributários quanto das águas da própria Lagoa.

O projeto é acompanhado pelo Grupo de Trabalho de Acompanhamento de Projetos - GTAP, extrato do CBH-Paraopeba, composto de forma tripartite além de técnicos da REGAP, Centro de Pesquisas da Petrobrás e professores da UFMG. Objetivos

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Discutir com a comunidade local e o CBH-Paraopeba as causas das condições ambientais atuais da Lagoa de Ibirité, e conseqüências, empregando o conceito de bacia hidrográfica e o princípio da gestão participativa. Métodos

Os referenciais básicos para a Educação Ambiental, obtidos de estudo detalhado da antropização da região, tomaram como elemento celular a sub-bacia do Ribeirão de Ibirité-Sarzedo, com foco específico no estado trófico do reservatório de Ibirité, numa parceria entre CENPES, REGAP, UFMG e UFSCar. O grupo de trabalho em Educação Ambiental, REGAP/CENPES definiu três eixos de ação para a EA, integrada ao projeto de pesquisa, quer sejam: sensibilização e formação, diagnóstico participativo com formação de grupos de trabalho comunitário e desenvolvimento de ações conjuntas,

Conforme SATTAMINI, 2008: Foram sensibilizadas cerca de 17390 pessoas... Cerca de 400 pessoas realizaram o Seminário “A Arte de Viver em Paz“, criado pelo psicólogo transpessoal, Pierre Weil, ....considerada uma ferramenta de educação para a paz pela UNESCO, na perspectiva da Ecologia Integral e do Empoderamento, abordando os aprofundamentos das três ecologias, interior, social e ambiental, respectivamente por meio da Ecopedagogia, EA Transformadora e Emancipatória, e Ecoalfabetização. Esta visão de integração metodológica proporcionou uma rápida sensibilização e disseminação de conhecimentos básicos, pelo efeito multiplicador de larga escala, como expressão autêntica do Tratado da Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis, visto sob a ótica da “Carta da Terra”.... O efeito multiplicador desta transversalidade metodológica se estendeu a um público da ordem de 73000 pessoas, de forma direta e indireta, aproximadamente.

A atualização dos professores das escolas municipais e estaduais é de responsabilidade da equipe da UFMG envolvida com o monitoramento e a recuperação do Reservatório de Ibirité e comprometida com o repasse/tradução para a comunidade, dos resultados das pesquisas desenvolvidas no reservatório, a fim de proporcionar o implemento das Conferências da Juventude para o Meio Ambiente, e da “Agendas 21 na escola”, conforme orienta a Coordenação de Educação Ambiental do Ministério da Educação (MEC)

A integração com o CIBAPAR surgiu em 2007 a fim de realizar a mobilização e Educação Ambiental nas duas etapas seguintes:

o diagnóstico participativo com formação de grupos de trabalho comunitário com o uso do Diagnóstico Rápido Participativo direcionado à percepção da comunidade;

o desenvolvimento de ações conjuntas, já em curso pela participação popular em trabalho com o CIBAPAR.

A metodologia adotada pelo CIBAPAR no programa de Educação Ambiental foca a participação

popular, na “Política Pública das Águas”, desenvolvida no contexto de bacia hidrográfica, nas microbacias que vertem para o ribeirão Sarzedo.

Inicialmente o CIBAPAR dedicou-se à apreensão e aprofundamento do conhecimento técnico-científico da bacia e a representação dos hábitos de seus atores, por meio de: a) visitas de reconhecimento aos bairros que compõem as microbacias contribuintes à Lagoa; b) pesquisa qualitativa de percepção ambiental com uso da metodologia de grupos de foco; c) estudos do desenvolvimento urbano da bacia (análise do uso do solo), diagnóstico ambiental e marco legal aplicável.

Paralelamente foram aplicadas técnicas de geoprocessamento, para a geração de instrumentos de análise da visão geral da bacia e da dinâmica de sua ocupação utilizando: a) vetorização de cartas topográficas e delimitação das microbacias; b) análise, avaliação e classificação do uso e ocupação do solo com imagens de satélite de alta resolução (IKONOS - 2000-2002 e 2008 – Ver ANEXOS I e II); c) comparação de cenas distintas.

As oficinas, reuniões e treinamentos têm empregado esses instrumentos na perspectiva de participação e do envolvimento da comunidade (gestão participativa das águas) em cada microbacia.

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Foto 1 - Lagoa de Ibirité

Alguns produtos do geoprocessamento

Para cada microbacia, e para a sub-bacia do ribeirão Sarzedo como um todo foram gerados mapas temáticos e mapas e tabelas do uso e da ocupação do solo e das áreas de preservação permanente às margens dos cursos d’água para cada microbacia, e para a sub-bacia do ribeirão Sarzedo como um todo, para as duas cenas da imagem IKONOS. No total, foram vinte e seis mapas.

Alguns dos mapas temáticos gerados estão apresentados abaixo (figuras 1 a 3). Para a confecção dos gráficos de áreas de preservação permanente, as demais classes, que não sejam vegetação, foram classificadas como “outros”.

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Figura 1: Mapa temático das microbacias da sub-bacia do ribeirão Sarzedo.

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Figura 2: Mapa temático das classes do uso e da ocupação do solo na sub-bacia do ribeirão Sarzedo, na cena

antiga (mosaico das imagens de 2000-2001-2002).

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Figura 3: Mapa temático das classes do uso e da ocupação do solo na sub-bacia do ribeirão Sarzedo, na cena

recente (2008).

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Análise Geral do Uso do Solo das Microbacias Contribuintes da Represa de Ibirité

Classes de Uso do Solo Cena 2000/2001/2002 Cena 2008 Área (Ha) (%) Área (Ha) (%) Variação (%)

Agricultura 402,91 4,42 326,99 3,59 -0,83 Área Urbana 2.000,47 21,95 2.245,91 24,64 2,69

Área Industrial 490,33 5,38 560,43 6,15 0,77 Lote Vago 65,84 0,72 5,45 0,06 -0,66

Campo Antrópico/Pasto 1.975,04 21,67 2.187,38 24,00 2,33 Reflorestamento 405,57 4,45 346,21 3,80 -0,65

Solo Exposto 252,25 2,77 150,56 1,65 -1,12 Vegetação Rasteira 812,22 8,91 823,82 9,04 0,13

Vegetação 2.491,46 27,34 2.261,53 24,81 -2,52 Corpo d'água 218,26 2,39 206,06 2,26 -0,13

Total 9.114,35 100,00 9.114,35 100,00 Tabela 1 – Tabela comparativa das classes de uso e ocupação da sub-bacia do ribeirão Sarzedo, para a cena

antiga e a recente, indicando o índice percentual de variação das classes.

A nálise Geral do Uso do So lo das M icro bacias C o ntribuintes da R epresa de Ibirité - (%)

C ena 2000/ 2001/ 2002

4,42

21,95

5,38

0,72

21,674,452,77

8,91

27,34

2,39Agricultura

Á rea Urbana

Á rea Indus trial

Lote V ago

Campo Antropico/Pas to

Reflores tamento

S olo Expos to

V egetação Ras teira

V egetação 

Corpo d'água

Gráfico 1 – Classes de uso e ocupação da sub-bacia do ribeirão Sarzedo, para a cena antiga, indicando o índice

percentual de variação das classes.

A nálise Geral do Uso do So lo das M icro bacias C o ntribuintes da R epresa de Ibirité - (%)

C ena 2008

3,59

24,64

6,15

0,06

24,003,80

1,65

9,04

24,81

2,26 Agricultura

Á rea Urbana

Á rea Indus trial

Lote V ago

CampoAntropico/Pas toReflores tamento

S olo Expos to

V egetação Ras teira

V egetação 

Gráfico 2 – Classes de uso e ocupação da sub-bacia do ribeirão Sarzedo, para a cena recente, indicando o

índice percentual de variação das classes.

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Variação do Uso e Ocupação do So lodas M icro bacias C o ntribuintes da R epresa de Ibirité

P erío do 2000,2001,2002 à 2008

‐0,83

2,69

0,77

‐0,66

2,33

‐0,65

‐1,12

0,13

‐2,52

‐0,13

‐3,00

‐2,00

‐1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

Agricultura

Área Urbana

Área Industrial

Lote Vago

Campo Antropico/Pasto

Reflorestamento

Solo Exposto

Vegetação Rasteira

Vegetação

Corpo d'água

 Gráfico 3 – Variação de cada classe do uso e ocupação do solo da sub-bacia do ribeirão Sarzedo.

 Áreas de preservação permanente:  

APP Contribuintes da Represa de Ibirité

Área App Cena 2000/2001/2002 Cena 2008 Área (Ha) (%) Área (Ha) (%) Variação (%)

Vegetação 724,871 48,24 630,017 43,79 -4,45 Corpo d'água 14,667 0,98 9,722 0,68 -0,3

Outros 763,121 50,78 799,084 55,54 4,75 Área Total 1502,658 100 1438,824 100

Tabela 2: Tabela comparativa das áreas de preservação permanente da sub-bacia do ribeirão Sarzedo, para as cenas antiga e recente, indicando o índice percentual de variação das classes.

A pp C o ntribuintes da R epresa de Ibirité (%)C ena 2000/ 2001/ 2002

48,24

0,98

50,78

Vegetação

Corpo d'água

Outros

 Gráfico 4 – Áreas de preservação permanente da sub-bacia do ribeirão Sarzedo na cena antiga.

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A pp C o ntribuintes da R epresa de Ibirité (%)C ena 2008

43,79

0,68

55,54

Vegetação

Corpo d'água

Outros

 Gráfico 5 – Áreas de preservação permanente da sub-bacia do ribeirão Sarzedo na cena recente.

Variação do Uso e Ocupação do So lo em Área de P ro teção P ermanente (%)

P erío do 2000,2001,2002 à 2008

‐4,45

‐0,30

4,75

‐6,00

‐4,00

‐2,00

0,00

2,00

4,00

6,00

Vegetação

Corpo d'água

Outros

Gráfico 6 – Variação das Áreas de preservação permanente da sub-bacia do ribeirão Sarzedo, comparação entre

a cena antiga e a recente. Gestão Participativa: Seminário para Discussão das Condições da Lagoa de Ibirité

O diagnóstico rápido participativo foi empregado como dinâmica para as pessoas da comunidade, agrupadas pelas microbacias em que residem, orientadas pelo moderador, que contextualizou os temas abordados. Participaram membros do CBH-Paraopeba, representantes de empresas e poder público da sub-bacia. Primeiramente, de posse dos mapas, o grupo respondeu sobre as condições ambientais das microbacias contribuintes com a Lagoa de Ibirité, referindo-se ao uso e ocupação do solo, qualidade da água, clima, poluição sonora, qualidade do ar, espaços verdes, infra-estrutura básica e outros. As respostas foram organizadas por pontos positivos e negativos, seguidas de propostas de melhorias.

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Grupos de trabalho analisando mapas temáticos e imagens de satélite de microbacias Em seguida, cada grupo apresentou os resultados para a plenária, concluindo sobre os principais

problemas da sub-bacia: esgoto sem tratamento; pouca participação e sensibilização da população; disposição de lixo em locais impróprios (apesar de existir coleta) e crescimento urbano desordenado. Foi destacada também a perda da lagoa como patrimônio ambiental e cultural, e como ponto de lazer da população. Os pontos positivos são: coleta de lixo, água tratada, pavimentação e escolas.

Representantes de grupos apresentando os resultados da discussão

Como proposta de solução dos problemas e conclusão destacaram-se : reivindicação de tratamento de todo o esgoto, implantação de processo de fortalecimento de Associações e Fóruns existentes (protagonismo e educação ambiental como meio de participação), e a organização de um comitê da sub-bacia do ribeirão Sarzedo. Conclusão

O envolvimento da comunidade num processo de educação ambiental deve ser permeado por ações que reflitam diretamente na sua qualidade de vida. Assim, ao discutir as condições das águas da Lagoa de Ibirité a população foi incitada a discutir sobre os problemas de onde vive, sob a ótica da bacia hidrográfica, princípio da Política Pública das Águas. O uso de mapas das microbacias contribuintes à Lagoa de Ibirité tem sido um facilitador para que a comunidade se sinta protagonista desse processo, ajudando-a a identificar os fatores de pressão sobre a qualidade das águas da Lagoa e a propor alternativas de melhorias, atuando dentro de sua competência. A metodologia estimulou o interesse pela gestão das águas, com o reforço do desejo de criação de um Comitê da sub-bacia do ribeirão Sarzedo. Bibliografia •AVELLAR, Gisela. Análise Geoecossistêmica da Bacia do Ribeirão São João com o uso de GIS. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: PUC, 2006. •BARBOSA, Jomar et AL. Mudanças na Paisagem e Uso do Solo na Área Rural de Sobradinho, Uberlândia, MG. In: Caminhos de Geografia. Uberlândia, 2006. •CHAVES, Rafael Macedo. Mapeamento da Vegetação e Uso do Solo da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá. Belo Horizonte: UFMG, 2005. •COTA, Maisa de Almeida. Áreas de Preservação Permanente (APPs) – as resoluções CONAMA e o papel das técnicas de Geoprocessamento na delimitação das classes de preservação. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

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•PORFÍRIO, Thaís H. Uso do Solo e Pressão Antrópica no Parque Estadual Serra do Rola Moça, Belo Horizonte-MG. Dissertação de Mestrado. Viçosa: UFV, 2006. •RODRIGUES, Geraldo. Identificação e espacialização das Sub-bacias de maior potencial erosivo na Bacia Hidrográfica da lagoa de Ibirité – MG. Belo Horizonte: UFMG, 2004. •YOUNG, Andréa. Transformações na paisagem, mudanças no uso do solo e planejamento: o sensoriamento remoto como instrumento de análise no caso de Curitiba. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INPE.