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RISCOS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS AO TRABALHO EM INSTALAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS 4ª Edição Curso TSHST - Alexandra Silva 21-12-2012

Riscos Biológicos Trabalhos em ETAR

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Page 1: Riscos Biológicos Trabalhos em ETAR

RISCOS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS

AO TRABALHO EM INSTALAÇÕES DE

TRATAMENTO DE

ÁGUAS RESIDUAIS

4ª Edição Curso TSHST - Alexandra Silva 21-12-2012

Page 2: Riscos Biológicos Trabalhos em ETAR

Sistema de drenagem de águas residuais

conjunto de instalações que permite a condução das águas residuais

dos ramais de ligação até ao destino final, constituído por redes de

colectores, instalações de tratamento e dispositivos de descarga final.

Uma ETAR (Estação de Tratamento de Àguas Residuais) compreende

várias etapas de tratamento em série. Paralelamente ao tratamento,

através de análises em laboratório, é controlada a qualidade dos

efluentes que entram e saem da estação, e os parâmetros de

funcionamento do processo.

CONCEITOS

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ENQUADRAMENTO LEGAL

Anexo I ao Decreto-Lei n.º 84/97 - Lista indicativa de actividades com risco biológico

inclui o trabalho nas instalações de tratamento de águas residuais.

Portaria N.º 762/2002 - Locais de trabalho potencialmente perigosos, em sistemas de

águas residuais:

- As instalações de digestão de lamas e as de recuperação e armazenagem de biogás;

- As zonas de armazenagem, preparação e aplicação de substâncias utilizadas nas

instalações de tratamento de águas residuais;

Portaria N.º 762/2002 - Riscos específicos associados à exploração de sistemas de

saneamento de águas residuais:

- Contacto com reagentes, águas residuais ou lamas

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RISCOS BIOLÓGICOS INERENTES AO

FUNCIONAMENTO DE UMA ETAR

As águas residuais transportam bactérias, vírus, fungos e parasitas. Geralmente, estes

são microorganismos de origem fecal e não patogénicos e podem viver naturalmente na

água e no solo.

Outros microorganismos que podem existir estão associados à presença de animais que

vivem na envolvente (ratos e insectos) ou a objectos contaminados com fluídos biológicos

(seringas, preservativos, pensos higiénicos, compressas, etc.).

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A concentração de agentes biológicos nas águas residuais depende de vários factores:

existência de resíduos agrícolas,

existência de resíduos de produção de alimentos,

diluição com águas pluviais,

epidemias, que podem aumentar temporariamente a contaminação das águas

residuais pelo microorganismo causador.

Page 5: Riscos Biológicos Trabalhos em ETAR

RISCOS BIOLÓGICOS INERENTES AO

FUNCIONAMENTO DE UMA ETAR

O risco biológico nas ETAR está ligado aos agentes patogénicos que podem ser

transportados pelas águas residuais, e cuja natureza depende das condições climáticas,

do nível de higiene e das doenças endémicas de pessoas e animais.

Por seu lado, os microorganismos implicados no tratamento biológico das àguas residuais

pertencem, normalmente ao grupo 1 (presumivelmente não causam doença humana).

As àguas residuais constituem um vector para numerosos microorganismos e, além

disso, podem ser um meio de proliferação para muitos deles.

O risco de contaminação biológica depende da presença em quantidades

significativas do microorganismo, da sua sobrevivência no meio conservando o poder

infeccioso, e do grau de exposição.

Há risco de infecção se o trabalhador for receptivo e se o microorganismo encontrar

uma via de entrada no organismo.

Cada um destes elementos por si só não chega para provocar a infecção, mas se

coincidirem vários podem originá-la...

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AGENTES BIOLÓGICOS MAIS COMUNS

NAS ÀGUAS RESIDUAIS

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Bactérias

Klebsiellae pneumoniae Leptospira interrogans

Escherichia coli Legionella spp

Salmonella spp Yersinia enterocolitica

Shigella spp Pseudomonas aeruginosa

Vibrio cholerae Clostridium tetani

Mycobacterium tuberculosis Clostridium botulinum

Bacillus anthracis Clostridium perfringens

Actinomyces

Vírus

Influenzae virus Rotavirus

Enterovirus: Adenovirus

- Coxsackie A e B Reovirus

- Echovirus Parvovirus

- Poliovirus Coranovirus

Virus da Hepatite A

Fungos

Candida albicans Trichophyton spp

Cryptococcus neoformans Epidermophyton spp

Aspergillus spp

Parasitas

Protozoários:

- Entamoeba histolytica

- Giardia lamblia

- Balantidium coli

Helmintos:

- Ascaris lumbricoide - Fasciola hepatica

- Ancylostoma duodenale - Taenia saginata

- Anguillula intestinalis - Taenia solium

- Toxocara canis - Hymenolepis nana

- Toxocara catis - Toxoplasma gondii

- Trichiuris tricgiura - Echinococcus spp

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VIAS DE CONTAMINAÇÃO

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Vía cutânea-mucosas

o contacto directo com o foco de contaminação, onde os micróbios podem penetrar através

de feridas, como é o caso do Anquilostoma, ou através das mucosas conjuntivas, no caso de

salpicos para os olhos.

pelo contacto da pele com águas residuais e com o pó das lamas, pode surgir dermatite por

irritação, bem como eczemas alérgicos devidos aos produtos químicos.

Via respiratória

provocada essencialmente pelos aerossois produzidos nos dispositivos de arejamento de

lamas e pela dispersão aérea das lamas secas, que podem transportar microorganismos que

podem ser patogénicos se inalados, como por exemplo: Klebsiella pneumoniae, Mycobacterium

tuberculosis, Influenzae virus, Myxovirus, Aspergillus fumigatus, Legionella, etc.

Via digestiva

ocorre essencialmente através das mãos, directamente (mãos sujas levadas à boca) ou

indirectamente (através de alimentos e cigarros), embora também possa dar-se de forma

acidental por queda dentro da àgua ou projecção.

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MEDIDAS GERAIS DE PREVENÇÃO

A ADOPTAR

Deve dar-se informação e formação aos trabalhadores, de modo a conseguir o

empenho permanente e comportamentos responsáveis por parte de cada um.

Todos os trabalhadores devem usar equipamento de protecção individual adequado

às actividades que exercem;

O laboratório, caso exista, deve estar equipado com equipamentos de emergência

(chuveiros de emergência, lava-olhos e caixa de primeiros socorros);

Deve evitar-se a utilização de material de vidro na amostragem e controlo analítico

de campo de águas residuais, pois a sua natureza propicia que qualquer corte ou

contusão provoque uma infecção, dando preferência a outro material (ex: polietileno).

Devem adoptar-se medidas para limitar o aparecimento de insectos e roedores, uma

vez que estes podem ser vectores de transmissão de microorganismos patogénicos;

Os trabalhadores sujeitos à manipulação de águas residuais ou lamas devem

realizar exames médicos específicos periodicamente e ter acesso a informação sobre

as possibilidades, vantagens e inconvenientes da vacinação.

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HIGIENE E PROTECÇÃO INDIVIDUAL

Proibição de:

Comer

Fumar

Beber

Aplicar cosméticos

Pôr ou tirar lentes de contacto nas zonas laboratoriais e adjacentes

Sempre que haja possibilidade de contacto directo da pele com materiais infecciosos, os

operadores devem usar uvas de protecção contra agressões biológicas

Deve ser feita a lavagem e desinfecção das mãos e unhas após manipulação de materiais

suspeitos de contaminação; usar toalhas descartáveis

Todo o vestuário de protecção (batas, luvas, calçado) deve ser meticulosamente limpo e

desinfectado

O vestuário de protecção não deve ser trazido para o exterior do laboratório, para evitar

contaminações externas

Utilização de calçado apropriado (botas impermeáveis com solas anti-derrapantes)

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LEGISLAÇÃO

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Portaria nº

762/2002, de

1 de Julho

Decreto-Lei nº

84/97, de 16

de Abril

Regulamento de Segurança e Saúde no Trabalho na Exploração dos

Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas

Residuais (estabelece um conjunto de prescrições que garantam a

segurança, higiene e saúde dos trabalhadores no exercício das

actividades de exploração dos sistemas públicos de distribuição de

água e de drenagem de águas residuais, domésticas, industriais e

pluviais)

Transpõe para a ordem jurídica interna as Directivas do Conselho n.º

90/679/CEE , de 26 de Novembro, e 93/88/CEE, de 12 de Outubro, e

a Directiva n.º 95/30/CE, da Comissão, de 30 de Junho, relativas à

protecção da segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos

resultantes da exposição a agentes biológicos durante o trabalho.

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BIBLIOGRAFIA

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DIRECÇÃO-GERAL DA SAÚDE, Divisão de Saúde Ocupacional, 30 de Junho de 2004. Medidas

de controlo de agentes biológicos nocivos à saúde dos trabalhadores - recomendações gerais.

TEIXEIRA D’ AZEVEDO, Rita., (2004). Higiene e Segurança no Trabalho na área do Saneamento

Básico – Água de Abastecimento e Águas Residuais, Portal Naturlink.

MINISTERIO DE TRABAJO Y ASUNTOS SOCIALES ESPAÑA, Instituto Nacional de Seguridad e

Higiene en el Trabajo, NTP 473: Estaciones depuradoras de aguas residuales: riesgo biológico

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