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Desde os primórdios até os nossos dias PRAÇA DA MATRIZ CRISTINE ROCHOL/PMPA Asfaltamento da Av. Mauá nas proximidades da esquina com Chaves Barcelos RICARDO GIUSTI/PMPA DIVULGAÇÃO Acompanhando toda a evolução da cidade, a Praça Marechal Deodoro tem apelo turístico e político, evocando nostalgia e civismo no Centro Histórico Página Central O teatro é uma das principais atrações em destaque na nova edição do projeto Usina das Artes ANO I - Nº 04 Junho de 2012 www.jornalruadapraia.blogspot.com Asfalto renovado Importantes vias do Centro Histórico vêm tendo seu revestimento asfáltico revitalizado. Calçadas do bairro têm igualmente recebido atenção da Prefeitura Municipal Página 03 8ª Usina das Artes Gasômetro abre espaço, novamente, para as mais variadas manifestações artísticas em seu interior e área externa. Página 05

Rua da Praia # 04

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O jornal do Centro Histórico de Porto Alegre.

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Porto Alegre - Ano INº 04 - Junho de 2012

Desde os primórdios até os nossos dias

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Asfaltamento da Av. Mauánas proximidades da esquina com Chaves Barcelos

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Acompanhando toda a evolução da cidade, a Praça Marechal Deodoro tem apelo turístico e político,

evocando nostalgia e civismo no Centro Histórico

Página Central

O teatro é uma das principais atrações em destaque na nova edição do projeto Usina das Artes

ANO I - Nº 04Junho de 2012

www. jornal ruadapra ia .b logspot .com

Asfalto renovadoImportantes vias do Centro Histórico vêm tendo seu

revestimento asfáltico revitalizado. Calçadas do bairro têm igualmente recebido atenção da Prefeitura Municipal

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8ª Usina das ArtesGasômetro abre espaço, novamente, para as mais variadas

manifestações artísticas em seu interior e área externa.Página 05

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“Na geração mais velha, respeito era

só medo.”

Família: cada um com seu papel

Vamos analisar um exem-plo: o filho, em determi-nada circunstância, co-meça a sair do seu papel

de filho e passa a assumir o papel de pai ou de mãe. A família torna-se disfuncional. Aumentam as chances de se ter problemas. Pode até ser, quando o pai morre e o filho passa a ser arrimo de família. Começa-se a ter uma disfunção na família. Ou outro exemplo: quando o pai é au-toritário, agressivo, ausente, etc.. A disfunção familiar aumenta a chance de vir a ter problemas.

Veja bem: o pai ser “amigo” de filho é muito relativo, porque pai é pai, amigo é amigo, mãe é mãe, amiga é amiga. O pai pode ser amigável, mas não apenas “amigo” do filho. Tem coisas que você pode ouvir do seu filho que, como pai, você não suportaria, mas ouviria de um amigo sem maiores proble-mas. Precisamos trabalhar nosso papel e nossa função neste con-junto de pessoas.

Muitos dos problemas são consequência da competição na família, como da mãe com o irmão da mãe e os sobrinhos, na educa-ção. A mãe fica ansiosa e come-ça a cobrar o estudo dos filhos de forma precipitada, começa a se agitar. Então a competição entre irmãos adultos repercute no pro-blema comportamental da criança

que está sendo educada.Comparações consitem em

um outro problema. Elas devem ser feitas de uma maneira muito cuidadosa. Se você disser ao seu filho que faz bagunça na escola “olha o filho do fulano! Veja que exemplo”. Isso vai provocar uma baixa na autoestima no seu filho.

Voltando ao caso dos irmãos: um irmão admira o outro, tem um lado positivo nisso que é a ética entre os filhos, entre as crianças, é muito mais facilmente compre-endida do que a ética imposta pe-los pais. As crianças criam entre si as próprias regras e respeitam essas regras. O difícil para elas é respeitar as regras impostas pelos adultos. Quem trabalha em esco-la observa isto. Tem um grupinho de colegas que criam suas próprias regras e entre eles as coisas se re-solvem. O que atrapalha é quando um adulto interfere precocemente. Entre irmãos com pouca diferença de idade, vão se criando certas re-gras entre eles e isso é bom para a união deles, porque é muito melhor ter filhos unidos para lidar com a autoridade dos pais do que filhos divididos pela autoridade dos pais.

Os pais falam em colocar li-mites nos filhos… a escola fala em colocar limites, então, antes de se colocar limites tem que se criar vínculos. Para se ter respei-

to é preciso ter vínculos. Respei-to é uma parte grande de afeto com um pouquinho de medo e um pouquinho de admiração.

Na geração mais velha, res-peito era só medo. Havia mui-ta rigidez e uma grande mentira, porque os pais não conheciam os filhos, ninguém conhecia ninguém e isso gerava uma mentira atrás da outra. O que existe de grave hoje é a autoridade inconsciente dos pais, onde muitas vezes, o pai diz não para o filho e depois muda de ideia ou pede desculpas para o filho por ter dito não. Cometemos mui-to esse erro com nossos filhos. Um dia, meu filho disse “pai, você diz não e depois pede desculpas”. A gente vem com aquele modelo an-tigo que aprendemos e aí passamos a errar também. É importante que se diga não, só que dizemos mais “não” do que devemos.

Tem pais que têm medo de tudo, é lógico que o perigo exis-te. Mas a criança com medo é uma criança agitada, a criança quando fica tranquila, se agita menos. O que tranquiliza uma criança é a sensação de confor-to, de aconchego.

A angústia e ansiedade exis-tem quando não se transforma em sintoma, é o sintoma que equilibra. Veja como funciona o “não”: “Não olhem para isto”. Ok. Quem sen-

tiu vontade de olhar? Todos, não foi? Aí eu digo “não olhem para o buraco porque é perigoso”. To-dos irão olhar para o buraco. É uma forma de induzir uma pessoa a ter curiosidade mórbida, que vai virar um desejo e vai querer realizá-lo. Você cria uma atração por aquilo que você quer evitar. Por exemplo, você diz ao seu filho: “não fume, não fume, não fume!” Ele vai sentir desejo de fumar.

Precisamos ficar atentos quando falarmos “não” sem ou-vir. É preciso trabalhar primeiro a mudança interna de nós mesmos para conseguirmos a mudança da criança. Existem muitos pais au-sentes de corpos presentes. Que não dão respostas, não escutam. Dizer “não” demais é uma forma de estar distante dos filhos.

Dámaso MacmillanDiretor Executivo

Rua dos Andradas, 1560 - 6º andar - Galeria MalconCentro Histórico - CEP: 90020-012 - Porto Alegre - RSFone: 51 3433.7640

www. jornal ruadapra ia .b logspot .com

Direção Executiva: Dámaso Macmillan

Edição, Design Gráfico e Criação Publicitária:José Francisco Alves – Cel: 51 9941.5777

Consultor Editorial: Voltencir FleckDRT/RS - 10.010

Conselho editorial:Dámaso Macmillan e José Francisco Alves

Gerência Comercial: FontouraF.: 51 3343.7643 - Cel: 51 8156.9995

Fotografia: Gilmar Bitencourtwww.gbfotos.com.br - F.: 51 3340.065 - Cel: 51 9210.6197

Colaboradores desta edição:Adeli Sell, Guinter Lühring, Potiguara Pereira Jr. e Rogério de Almeida

O jornal Rua da Praia é um veículo de comunicação de grande circulação, que enfoca o cotidiano e os aspectos mais destacados do bairro Centro Histórico da Capital gaúcha e de suas cercanias. O periódico traz, em suas páginas, os assuntos mais variados, passando por cultura, gastronomia, história, curiosidades e contempla todo o tipo de informação indispensável para cada um dos públicos que reside, trabalha ou transita nesta nobre e tradicional região da cidade de Porto Alegre.

Os artigos e anúncios são de responsabilidade exclusiva de seus autores e agências. Portanto, não representam a opinião do jornal Rua da Praia. A reprodução do conteúdo da edição é expressamente proibida sem consulta prévia à editoria.AB

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Ruas têm seu asfalto renovado

Dando seguimento ao pro-grama de Revitalização Asfáltica que vem sendo executado desde 2007, a

prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), renovou totalmente o asfalto de várias ruas no Centro Histórico de Porto Alegre. Trechos da av. Alberto Bins (entre av. Cristóvão Colombo/Conceição), Dr. Flores (Voluntários da Pátria até a Duque de Caxias), Pça. Otávio Rocha (Dr. Flores/Se-nhor dos Passos) e avenida Mauá (Chaves Barcelos/Uruguai), entre outros, foram revitalizados e apre-sentam novíssima capa asfáltica, garantindo melhor trafegabilidade

e mobilidade à população. Nas re-feridas vias já concluídas, foram in-vestidos R$ 720.174 mil, numa área total de 18.100 metros quadrados.

Também foram executados os serviços na rua General Vitori-no, entre a Marechal Floriano e a professor Annes Dias, trecho com extensão de 340 metros por 6 de largura, totalizando 2.040 metros quadrados. Com investimentos de R$ 90 mil, foram utilizadas 99 mil toneladas de asfalto. Mais recen-temente, foram trabalhados ain-da trechos das ruas Vigário José Inácio (Salgado Filho/Andradas) e Marechal Floriano Peixoto (Salga-do Filho/Riachuelo), totalizando

209 metros de extensão e sete de largura, cada um, numa área total de 1.463 metros quadrados. Com investimentos previstos em torno de R$ 66 mil, esses últimos tre-chos receberam 179.22 toneladas de asfalto. Outras vias vêm sendo trabalhadas nas proximidades da catedral Metropolitana.

Recuperação integral

Segundo o secretário mu-nicipal de Obras e Viação, enge-nheiro Adriano Gularte, as vias re-pavimentadas contam agora com excelentes condições de tráfego, tendo sido recuperadas integral-mente. “Diferente dos serviços de

manutenção com asfalto, o pro-grama de revitalização retira todo o asfalto velho através da fresa-gem da pista, colocando outro inteiramente novo, qualificando a trafegabilidade em nossas princi-pais vias”, destacou Gularte.

Desde 2007, durante as ou-tras três etapas do Programa de Revitalização Asfáltica, a prefei-tura investiu R$ 30 milhões no recapeamento de 176 trechos, em 96 das principais artérias da capi-tal gaúcha. O número representa renovação integral do pavimento de mais de 84 quilômetros de vias, onde foram empregadas cerca de 100 mil toneladas de asfalto.

Um dos pontos de maior cir-culação do Centro de Porto Alegre passa por obras de revitalização feitas pela Prefeitura e parceiros. O Largo Glênio Peres, que será o local da Fan Fest da Copa do Mun-do (com shows e jogos transmi-tidos em telões), está recebendo uma série de melhorias. As inter-

Calçadas também são alvo de melhorias no bairrovenções no Largo começaram com a troca do piso através de parceria com a Coca-Cola e ações como a construção de quiosques, bicicle-tário, decks com cobertura, ilumi-nação, flores na Praça XV e câme-ras de monitoramento. O piso de basalto, que sofre com o excesso de carga, está sendo substituído

por blocos de concreto, o que tor-nará o local mais resistente. Outra novidade é que estão sendo colo-cados reservatórios de água para o funcionamento de 14 pontos de jatos d’água, que compõem o novo projeto paisagístico do Largo.

Além desse local de grande circulação, já foi revitalizada as cal-

çadas do Paço Municipal. Estão em obras outros pontos importantes no Centro Histórico, como na Praça da Alfândega, Praça Otávio Rocha e Praça Daltro Filho. Estão em anda-mento, ainda, projetos de revitali-zação das calçadas na Andrade Ne-ves, José Montaury, Viaduto Otávio Rocha e calçadão na Rua da Praia.

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A avenida Mauá foi uma das vias que já teve alguns trechos

plenamente revitalizados

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A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) deu continuidades na sexta-feira, 1º, à ação Passeio Livre. A fisca-lização aconteceu em estabelecimentos do bairro Centro Histórico, ao longo da avenida Voluntários da Pátria. O objetivo da fiscalização foi orientar os comerciantes sobre a proibição quanto à exposição de produtos, equipamentos e veículos que obstruam, ou dificultam, a passagem de pedestres. Foram inspecionados 23 locais e houve uma advertência verbal, além de três notificações e uma autuação por não cumprimento da Lei Complementar nº 12/75.

Nesta sexta-feira, 1º, ocorreu mais uma Ação Integrada, desta vez no bairro Centro Histórico. Participaram da ação 41 servidores com o apoio do 9º Batalhão de Polícia Militar para a vistoria de 10 locais. Por parte da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), foram três estabelecimentos interditados por funcionamento irregular. Cinco locais foram autuados por alvará em desacordo - horário de funcionamento e utilização de música amplificada. Participaram do processo além da fiscalização da Smic, Smam, EPTC, Guarda Municipal e DMLU. A equipe de atividades ambulantes não flagrou o comércio de bebidas alcoólicas nas vias da região.

Ação Passeio Livre no bairro Casas noturnas são interditadas

Viva o Centro a Pé expande sua açãoA caminhada orientada do

sábado, 30 de junho, vai passear pela história e arquitetura do bairro Moinhos de Vento, visitando a Hi-dráulica, edifícios com característi-cas arquitetônicas da década de 40, conjuntos de mansões e palacetes preservados, além de praças e tú-neis verdes, que dão identidade ao bairro. A saída da caminhada será na Demétrio Ribeiro em frente à Praça Daltro Filho, no encontro das ruas Coronel Genuíno e Marechal Floriano, às 10h, onde um ônibus da Carris levará os participantes até a Praça Júlio de Castilhos, local em que se inicia o roteiro a pé, com duração aproximada de duas horas.

Os interessados devem fazer sua inscrição pelo e-mail [email protected], e aguar-dar confirmação. Para participar é necessário doar alimentos não perecíveis, que serão encaminha-dos a instituições do município. Outra opção é a doação de ração para cães e gatos, que será des-tinada aos animais, por meio da Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda). Existem caixas para o recolhimento no ponto de saída das caminhadas.

RoteiroO roteiro a pé inicia-se na

Praça Júlio de Castilhos, conside-rada a porta de entrada do bair-ro Moinhos de Vento, apesar de, oficialmente, não fazer parte do bairro, como informa o orientador da caminhada, o arquiteto Silvio Belmonte de Abreu Filho.

Um dos pontos altos do pas-seio será a Hidráulica do Moinhos

de Vento (Dmae), primeira grande hidráulica da cidade, datada do iní-cio do século passado. O roteiro se-gue pelas ruas Barão de Santo Ân-gelo e Fernando Gomes, com suas mansões e palacetes remanescen-tes, com ênfase em dois deles que estão localizados na esquina das ruas Santo Inácio com Luciana de Abreu, das famílias Barth e Farias. Na Dinarte Ribeiro, a ênfase serão os conjuntos de casas e os túneis verdes, que também podem ser visi-tados na Fernando Gomes e Luciana de Abreu, agora protegidos por lei.

O passeio termina na Praça Maurício Cardoso, onde antigamen-te era o Arraial de São Manoel. A praça foi implantada no ano de 1878 com o loteamento do Arraial de São Manoel. Chamava-se então Praça São Manoel, na qual foi lança-da, em 24 de fevereiro daquele ano,

a pedra fundamental de uma capela homônima. Essa capela chegou a ser sede de um curato (1912), mas este foi transferido em 1917 para a Igreja São Pedro, na avenida Cris-tóvão Colombo. O logradouro teve seu nome alterado para o atual, numa homenagem a Joaquim Mau-rício Cardoso em 1938. Ocupando uma área de 6.420 m², a praça contém um espelho d’água, parque infantil, monumentos pérgulas, bancos e vasos ornamentais.

FotografiasHaverá premiação para as

melhores fotos que deverão ser en-caminhadas para o e-mail, [email protected], acom-panhadas do nome completo, RG do participante e número de tele-fone para contato. Para participar do concurso de fotografias que visa

premiar as melhores fotos produzi-das durante as caminhadas orien-tadas, é preciso que as imagens sejam tiradas durante os passeios, mostrando os detalhes, lugares ou personagens que mais chamaram a atenção do participante.

InformaçõesAs caminhadas do Viva o

Centro a Pé são realizadas duas ve-zes por mês, sempre aos sábados, orientadas por professores espe-cialistas em história ou arquitetu-ra. Mais informações pelo telefone 3333-1873. A realização é da Se-cretaria do Planejamento Municipal (SPM), da Cultura (SMC), Turismo (SMTUR), Programa Viva o Centro (GPE) e Gabinete da Primeira Dama, com o apoio da Carris e EPTC. Visite o site: www.portoalegre.rs.gov.br/vivaocentro.

PICOTES

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ÃO Hidráulica do Moinhos de Vento, com seus jardins em estilo francês, comemorou 50

anos de existência no final de 2011

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AÍPorto Alegre - Ano I

Nº 04 - Junho de 2012

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Depois de viver bastanteNão me limita a matéria.Eu mesmo sou uma bactéria.Também sou as constelações.E escrevi os sonetos de Camões.

Se cuspo no prato de alguém.É porque sou alma do além.Brincando pela vida afora.Peguei até mesmo a catapora.

De tudo, um pouco, me aconteceu.Já morri. Sou aquele que faleceu.Mas estou vivo, agora e para sempre.Pois não morri, nem mesmo estou no ventre.

Pairo sobre os oceanos soprando tormentas.Podes acabar com o mundo. Coragem, tenta!Segue o meu exemplo, cospe fogo.Compra uma briga feia, joga com sabor o jogo.Aguarda tua presa. Não peleia.Espera com calma, como uma aranha na teia.

Um colaborador p'rá lá de polivalente

A equipe do jornal Rua da Praia tem o prazer de contar, em suas filei-ras, com um colaborador repleto de talento. Trata-se de Rogério de Almei-da, cujos trabalhos podem ser apreciados no blog www.rogeriodealmeida.blogspot.com.br. Além de um desenhista/caricaturista de mão cheia, Ro-gério ainda revela-nos mais duas facetas criativas: a de músico e de poeta.

Podemos conferir o traço do artista, acima, em uma imagem de si mesmo (à esquerda) e na do rei Pelé. A produção poética de Almeida pode ser observada no exemplo aqui ao lado. Quanto à veia musical, basta acessar o blog e apreciar.

Foi realizada, na noite de 22 de junho, a abertura da 8ª edição do Usina das Artes. A apresentação da Usina

Polifônica, um espetáculo coletivo de teatro, dança e música, ocorreu no mezanino do Centro Cultural Usi-na do Gasômetro.

Com o objetivo de dinamizar o local através de diversos grupos de teatro, dança e música, pas-sou-se a utilizar os espaços para pesquisa, produção e circulação de novas linguagens cênicas. O Usina das Artes é uma parceria entre poder público, classe artís-tica e empresas privadas.

Desenvolvido pela Secretaria Municipal da Cultura, o projeto sur-giu em março de 2005 em torno da ideia do “território cultural”. Hoje,

Gasômetro sedia 8ª edição do Usina das Artesa Usina Polifônica está formada pe-los grupos Teatrofídico, Teatro Sar-cáustico, Santa Estação, Depósito de Teatro, Grupo dos Cinco, Neelic, Cuidado que Mancha, Grupo Jogo, Levanta Favela, Ânima, Teatro Geo-gráfico, Eduardo Severino e Cômica.

Seleção

No começo do ano, o edital foi publicado e diferentes grupos apresentam propostas para ocupar os espaços culturais de Porto Alegre por 12 meses. As companhias pas-saram por um processo de seleção que exige, entre outras coisas, um trabalho continuado de, pelo me-nos, três anos de existência, além do cumprimento de uma temporada com o mínimo de quatro semanas e seis apresentações do grupo e a re-alização de oficinas bimestrais. Os grupos também se comprometem a realizar atividades com entrada franca em um dia do mês.

As atividades culturais se dividem entre peças teatrais, in-tervenções coreográficas, shows musicais, oficinas e cursos. A se-leção foi realizada por um cole-giado formado pelo representan-

te do Gabinete da Secretaria da Cultura, Antônio Hohlfeldt, pelo diretor da Usina do Gasômetro, Caco Coelho, e pelo coordenador de Artes Cênicas da Prefeitura de Porto Alegre, Breno Ketzer.

Centro Cultural Usinado Gasômetro

Atualmente, recebe mais de 1 milhão de visitantes ao ano. O Usi-na das Artes realizou até o momen-to 14 mil atividades culturais, sen-do mais de 4,5 mil apresentações de teatro, dança, música e circo, feitas por 95 grupos artísticos. Em 2009, o projeto se tornou lei mu-nicipal aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores, sendo o único no país que reconhece o

trabalho continuado do artista. O projeto nasceu em 2005, quando agregava o nome “Gestação Cultu-ral”. Em 2010, dele surgiram outros dois projetos: o Usina da Educação e o Usina na Praça.

Usina na Praça

Realizado em parceria com a Coordenação de Música e a Des-centralização da Secretaria Mu-nicipal da Cultura (SMC), estende para a rua o mundo artístico vivi-do dentro da Usina do Gasômetro, com espetáculos na Praça da Usina do Gasômetro no palco próximo à estátua de Elis Regina. A iniciativa teve até o momento 61 edições, com um público total de aproxi-madamente 45 mil espectadores.

Divisão atual das salas: Sala 209 – Ânima Cia. de Dança; Eduardo Severino Cia. de Dança;Sala 309 – Santa Estação Cia. de Teatro; Teatro Sarcáustico;Sala 400 – Tetrofídico;Sala 402 – Depósito de Teatro;Sala 502 – Cuidado que Mancha;Sala 504 – Cômica Cultural;Sala 505 – Cambada de Teatro em ADLV; Grupo dos Cinco.

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COPorto Alegre - Ano I

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A Praça Marechal Deodo-ro, popularmente co-nhecida como Praça da Matriz, está localizada

no coração da cidade, no Centro Histórico, e existe desde os pri-mórdios da capital.

A primeira menção que há do local da praça remonta ao ano de 1753, quando ali foi constru-ído um cemitério. Seu lado sul foi o primeiro a ser ocupado, construindo-se ali a Igreja Matriz. Em consequência disso, seu nome passou a ser Praça da Matriz. Pou-co tempo depois, em 1772, apare-ce no primeiro mapa da pequena povoação que era Porto Alegre em seus primórdios, como Praça do Novo Lugar. Quando a capital da Capitania foi transferida de Via-mão para Porto Alegre, a praça foi escolhida para abrigar o Palá-cio do Governador, concluído em 1789, passando a ser conhecida também como Praça do Palácio da Presidência. Ao lado do Palá-cio, apareceu em 1790 a Casa da Junta ou da Real Fazenda e, entre 1837 e 1839, ao lado da Matriz, a primeira Capela do Espírito Santo.

Estabelecendo-se lentamen-te, a praça até 1840 não passa-va de uma elevação erodida, sem

qualquer adorno. Nessa década foram então construídas as primei-ras calçadas, e na segunda metade do século XIX, passada a agitação causada pela Revolução Farroupi-lha, quando a cidade foi sitiada por dez anos, outros edifícios im-portantes foram sendo construído no seu entorno, como o Palácio do Ministério Público, a sede da Sociedade Bailante, a primeira hi-dráulica da cidade, a primeira sede da Intendência municipal, o Thea-tro São Pedro e seu edifício gêmeo (este sede da Câmara Municipal) e a Junta Criminal.

Em 1858, seu nome foi alte-rado para Praça Dom Pedro II, por ocasião da visita do Imperador à capital da província. Logo depois foi instalado um chafariz, com está-tuas de mármore, que simbolizavam os grandes rios da Bacia do Guaíba, hoje transferidos para a Praça Dom Sebastião, e resolveu-se dar início à arborização. Entretanto, uma fo-tografia tomada após 1870 mostra apenas poucas palmeiras.

O ajardinamento só foi em-preendido de fato entre 1881 e 1883, incluindo 20 oliveiras vin-das de Portugal. Em 1885 recebeu o Monumento ao Conde de Porto Alegre, depois removido para a

praça que leva seu nome, a Pra-ça Conde de Porto Alegre. Em 11 de dezembro de 1889, um decre-to municipal alterou o nome do logradouro para Praça Marechal Deodoro, que conserva até os dias de hoje. Em 1896, o antigo Palá-cio do Governo foi demolido para dar lugar a uma sede mais ampla e luxuosa, o atual Palácio Piratini.

Em 24 de outubro de 1914 foi inaugurado o Monumento a Júlio de Castilhos, em homenagem ao gran-de estadista gaúcho Júlio de Cas-tilhos. O monumento, em bronze, construído na gestão do governa-dor Carlos Barbosa, foi criado pelo escultor Décio Villares. Cercam a fi-gura central do governante diversas personificações de virtudes, como a Coragem e a Prudência, e de valo-res e instituições, como a Educação e o Civismo. Assim como muitas construções de Porto Alegre, o Monumento sofreu ao longo do tempo com atos de vandalismo e de depredação. Pouco depois, a antiga Matriz era demolida para a construção de uma catedral maior, a presente Catedral Metro-politana de Porto Alegre.

Posteriormente, a Praça rece-beu grandes melhoramentos, que foram concluídos em 1919. Em

1927, onde se localizava o antigo prédio da Assembleia Legislativa, foi construído o primeiro Auditó-rio Araújo Viana, para concertos da banda municipal, e que foi de-molido na década de 1960 para erguer-se em seu lugar o moderno Palácio Farroupilha, sede do Poder Legislativo do Estado.Nas vizinhan-ças imediatas da Praça da Matriz encontram-se ainda o Solar dos Câ-mara, o Museu Júlio de Castilhos e a Biblioteca Pública do Estado, to-dos em edificações históricas.

Nas palavras da arquiteta An-dréa Soler Machado, pesquisado-ra da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), “os deuses de Porto Alegre habitam esta espé-cie de Acrópole que é a Praça da Matriz. Tratemos, pois, de encon-trá-los, para que os mortos que jazem na praça que um dia foi ce-mitério não reclamem seu espaço e para que, no próximo milênio, pos-samos produzir uma arquitetura que outorgue novos sentidos às perma-nências, unindo os fragmentos e preenchendo os interstícios da ci-dade contemporânea, que seguirá crescendo sobre si mesma, alargan-do e asfaltando suas ruas, multipli-cando seus pisos e absorvendo as tendências mais progressistas”.

A Praça da Matriz remonta às origens de Porto Alegre

CADA LUGAR, UMA HISTÓRIA

O destacado apelo turístico da

praça confirma a importância do

lugar na cronologia da Capital gaúchaRI

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Em meados do mês de maio deste ano, ocorreu o lançamento do Espaço Cultural Nova Acrópole, no Centro Histórico. Há 54 anos, a organização internacional promo-ve o voluntariado em 63 países com mais de 400 sedes. Em Porto Alegre, atua há 25 anos. Instalado no lado leste da Praça da Matriz, no Solar Palmeiro, o espaço será destinado a exposições, oficinas, cursos de filosofia e palestras. A Nova Acrópole é uma organização de caráter filosófico, cultural e social. Atua como uma escola de filoso-fia que ministra suas atividades à maneira clássica, visando a preservar e difundir os valores da cultura e do humanismo.

Durante os meses de maio e junho, a Associação Cultural Nova Acrópole abre as

Novo espaço culturalportas para a primeira de quatro exposições culturais temáticas que serão realizadas no ano de 2012. A Exposição Leonardo Da Vin-ci, que inaugura o local, apresenta ao público este grande mestre da Renascença e traz para Porto Alegre um pouco da atmosfera deste período. Além da exposição, o público conta ainda com palestras e apresentações artísticas com abordagem renascentista. A visitação é de segunda a sexta, a partir de 13h e 30min, encerrando-se às 22h até quinta e às 19h na sexta. No sábado, o horário é das 10h às 20h. A mostra encerra-se no dia 30 de junho.

Maiores informações podem ser obti-das no site nova-acropole.org.br, pelo e-mail portoalegre.nova-acropole.org.br ou pelo fone 51 3023.4433.

Figura histórica que dá nome à Praça da Matriz, Marechal Deodo-ro da Fonseca nasceu na cidade de Alagoas, atual Marechal Deodoro, em Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827. Ele estudou em escola mi-litar desde os 16 anos. Em 1848, aos 21 anos, integrou as tropas que se dirigiram a Pernambuco para combater a Revolução Praiei-ra e participou ativamente de ou-tros conflitos durante o Império, como a brigada expedicionária ao rio da Prata, o cerco a Montevidéu e da Guerra do Paraguai.

Ingressou oficialmente na política em 1885, quando exerceu o cargo de presidente (equiva-lente ao atual de governador) da província do Rio Grande do Sul. Assumiu a presidência do Clube Militar de 1887 a 1889 e chefiou o setor antiescravista do Exército. Com o título de marechal, Deodoro da Fonseca proclamou a república brasileira no dia 15 de novembro

se caracterizou pelo incentivo à emissão de moeda por alguns ban-cos e pela criação de sociedades anônimas. Como resultado, houve forte especulação financeira e fa-lência de bancos e de empresas.

A formação de um novo mi-nistério liderado pelo barão de Lucena, político vinculado à or-dem monárquica, a tentativa de centralização do poder e às resis-tências encontradas no meio mili-tar conduziram o país a uma crise política, que teve seu ápice na dis-solução do Congresso Nacional. Ao mesmo tempo crescia no meio mi-litar a influência de Floriano Pei-xoto, que também fazia oposição a Deodoro juntamente com as forças legalistas que levaram à renúncia de Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891.

No ano de 1992, em 23 de agosto, o Marechal Deodoro vi-ria a falecer na cidade do Rio de Janeiro.

de 1889 e assumiu a chefia do go-verno provisório.

A primeira constituição repu-blicana estabelecia que as eleições no Brasil seriam diretas e que o presidente e seu vice seriam elei-tos pelo voto popular. Entretan-to, determinava também que, em caráter excepcional, o primeiro presidente e o primeiro vice se-riam eleitos indiretamente, isto é, pelo Congresso Nacional. Foi o que aconteceu. No dia seguinte à pro-mulgação da Constituição, o Con-gresso elegeu de forma indireta os marechais Deodoro da Fonseca para presidente e Floriano Peixoto para vice-presidente, em 25 de fe-vereiro de 1891.

O governo do Marechal deve-ria terminar em 1894, mas o pe-ríodo registrou sérios problemas políticos e econômicos. A política econômica, que tinha como mi-nistro da Fazenda Rui Barbosa, foi marcada pelo “encilhamento”, que

O pai da república

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PA PARA CONFERIR

O Marechal Deodoro da Fonseca foi o responsável

pela Proclamação da República em nosso país

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A Nova Acrópole estebeleceu-se nas cercanias da Praça da Matriz para trazer uma visão clássica à cultura da população

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CULT

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Exposição Clandestinos no Porão do PaçoA artista plástica Eneida

Ströher traz para o porão do Paço a exposição “Clandestinos”, que utiliza materiais muito diferentes entre si para gerar um contraste único em sua obra. A exposição tem abertura marcada para quin-ta-feira, 28, às 19 horas no Porão do Paço (Praça Montevidéu, 10). A visitação vai de sexta-feira, 29, até o dia 27 de julho.

Esta proposta de exposição tem por objetivo fazer conviver duas vertentes de produção que exploram materiais muito dife-rentes entre si. Os trabalhos em cerâmica privilegiam as texturas ásperas e as formas irregulares e orgânicas. A pintura é feita com engobe dando preferência ao manchado irregular e, em mui-tos trabalhos, deixando aparente a cor natural do barro cozido. Os

trabalhos em tecido apresentam também formas irregulares e or-gânicas, são costurados à mão, em malhas de diversos tipos e bordados em linhas variadas.

Como conjunto, os dois gru-pos de peças configuram-se como estruturas híbridas que explora-ram a ambigüidade e a organici-dade das formas e sentidos.

ServiçoExposição “Clandestinos”,de Eneida StröherAbertura:28 de junho, às 19hVisitação: 29 de junho até 27 de julho, de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18hLocal: Porão do Paço (Praça Montevidéu, nº 10)Entrada franca

‘Tempo de Almanaque’ segue na Capital

Os porto-alegrenses têm até o mês de setembro para conferir a exposição “Tempo de Almanaque”.

Promovida pelo Sistema Fecomér-cio-RS/Sesc, a mostra sobre a in-dústria farmacêutica no Brasil pode ser visitada gratuitamente, de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h, na Sala O Arquipélago, do Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo (Rua dos An-dradas, 1223). A entrada é franca.

A exposição Tempo de Al-manaque tem como base o acervo da pesquisadora e escritora cuia-bana Yasmin Nadaf. Além de fa-zer uma viagem pelos almanaques que durante décadas divulgaram a existência de produtos como o Dinamagenol, o Elixir Nogueira, o Petrolovo e o Sabonete Orgel, o público vai poder conhecer as revistinhas de farmácia que com-põem a coleção e foram publicadas entre o período de 1902 até 2009. O diferencial da mostra é o extenso período histórico e a diversidade de marcas laboratoriais, já que os

almanaques eram distribuídos por mais de 30 laboratórios diferentes, alguns inclusive com matrizes ame-ricanas ou francesas.

Editados no Brasil no século XIX, os almanaques de farmácia, tão importantes e difundidos no passado, eram os veículos de pu-blicidade de medicamentos produ-zidos por laboratórios farmacêuti-cos, que prometiam saúde e beleza. Além de ser uma significativa fonte de informação gratuita, as “revisti-nhas” cumpriram durante décadas a

função de informar e entreter até mesmo nos espaços de maior carên-cia cultural do Brasil.

Sarau LiterárioO lançamento da “Tempo de

Almanaque” aconteceu na noite de 13 de junho e contou com o Sarau Literatura de Almanaque – dentro do projeto Sarau Senti-mentos do Mundo. A atividade foi ministrada pela poetisa Daniela Damaris e teve como convidado especial o repórter-fotográfico Ri-

cardo Chaves (Kadão), responsá-vel pela página Almanaque Gaú-cho no jornal Zero Hora.

Segundo Daniela, os alma-naques foram por muito tempo a principal fonte de informação para as pessoas em geral. “Certa-mente os mais tradicionais foram os almanaques de farmácia, como o do Biotônico Fontoura”, comen-ta a poeta. Kadão fez a seguinte alusão a esse tipo de publicação: “Naquela época, os almanaques eram uma espécie de Google”.

AGENDE-SE

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Visitantes dos oito aos oitenta encantam-se com um rico capítulo na história da comunicação e da publicidade no Brasil

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Cada vez que eu leio ou ouço alguma manifestação sobre salá-rios de professores, descaso com a profissão e a educação em geral, alguma coisa parece que não encaixa.

Por mais que tenha razão salientando a importância do profes-sor na formação de seres humanos completos, além de alfabetiza-dos e formalmente educados, por mais que os argumentos estejam embasados em pesquisas e que seja de senso comum a idéia de que a profissão devesse ser melhor remunerada, parece que ainda falta alguma coisa neste discurso.

As peças não se encaixam como deveriam.Eu não sou muito novinho, e lembro que as professoras do meu

tempo nunca ganharam muito bem. Todas trabalhavam o dia todo na escola e viviam chorando as mágoas. Tinha professora boa e profes-sora ruim, assim como serventes boas e ruins, e alunos bons e ruins.

Tinha o aluno comportado e o endiabrado, um mais marginal, outro que sofria bullying, apesar do termo não ser utilizado naquela época, enfim, tinha tudo o que tem hoje, porém em uma escala me-nor, tanto em volume quanto em intensidade, mas a coisa fluía de uma forma ou de outra.

Profissão professor

Por Adeli Sell*

Lembro-me do campeonato de 70, com aquela fami-gerada música dos mili-cos “Noventa Milhões em

Ação/ Pra Frente Brasil/Do Meu Coração!”… Naquela época, ainda distante da Capital gaúcha - sou natural do oeste catarinense -, não tinha ideia da ideologização do fu-tebol e do controle da ditadura so-bre as pessoas. Até porque minha família não era politizada.

Passadas algumas décadas, mais uma vez me deparo com uma Copa do Mundo. Creio que me politizei, já sei o que está em jogo e quais são os inte-resses econômicos que circun-dam este meio. Infelizmente o futebol deixou de ser arte. Não apenas por causa dos péssimos exemplos que temos hoje, como o do Ronaldinho Gaúcho e de outros de sua espécie. Mas por-que agora o sujeito não joga mais por amor ao time. Tudo gira em torno do dinheiro.

Mas não sou estudioso de futebol e talvez você tenha razão se achar que nada entendo do as-sunto. Mas posso garantir que dos interesses de nossa cidade, do seu povo, eu entendo. Entendo que a Copa será legal e deixará um bom legado para nós e nosso futuro. Ela modificará Porto Alegre. Até o

antigo Eucaliptos foi vendido e vai virar condomínio; o Beira Rio não reinará sozinho ali na Orla, edifí-cios brotarão em seu entorno.

O Olímpico vai sumir e 19 novas torres de edifícios vão sur-gir. E vamos ter que voltar a fa-lar nas trincheiras por debaixo da Carlos Barbosa, para sair pela Goi-ás e pela Mato Grosso para usar a Florianópolis que será a rota ao Centro, porque fará binário com a Azenha – que terá mão única Centro/Bairro. Duvidam? Eu apos-to que será assim. Não tem alter-nativa. E ali na entrada da cidade a Arena já começa a ser vistosa.

Mas como ficarão as obras de infraestrutura? Algumas estão saindo, outras estão a caminho. Mas há algumas que não virão a tempo. Como o metrô, que poderia ter vindo até bem perto do Beira Rio para depois seguir pela Ben-to Gonçalves rumo ao Campus da UFRGS. Os governos foram incom-petentes para tal. Mas com nossa pressão sairá até a Fiergs, mas isto só para depois da Copa.

E a gente só queria calçadas bem cuidadas, e os que não as ar-rumassem poderiam ser multados e quem sabe assim pensariam nos cadeirantes, deficientes visuais e idosos. E os turistas iriam agrade-cer e compartilhar com os outros suas experiências em Porto Alegre. Isso nos renderia novas visitas. Mas muito mais falariam se viessem so-madas as ciclovias e as ciclofaixas. Mas estas estão virando piada na ci-dade, como é o caso da mais curta do mundo, aquela que liga “nada a lugar algum” na Ipiranga.

Mas já seria uma boa se os próximos ônibus fossem biarticu-lados, com piso baixo, com aces-sibilidade e com ar condicionado. Quero as Lotações Transversais também. Se as coisas fossem as-

sim, eu acho que teríamos um mi-lhão e meio de porto-alegrenses em ação. Atingindo, por que não, os 10 milhões de gaúchos também.

E como agirão os outros 180 milhões de brasileiros? Acho que pela paixão todos vão torcer pela seleção, mesmo com um nó na garganta. Mas seus gritos seriam mais audíveis se o Brasil conseguisse fazer o que deve fazer: obras eficientes que contemplem nossas necessida-des atuais e futuras, não é?

Eu não gostaria de rever aquela euforia sem sabedoria de 1970. Eu não gostaria de ver ago-ra 190 milhões berrando como se tudo estivesse bem, se os está-dios forem feitos na base da cor-rupção, como sabemos que pode acontecer neste país.

Eu gostaria de ver euforia, sim, por um futebol arte de um lado e de obras que fossem boas para mim e para os demais brasilei-ros. Eu quero ver desde já o Brasil em ação, acreditando que muitas benfeitorias ficarão em benefício das populações das cidades-sedes. Afinal, transporte coletivo, rede ho-teleira, comunicações, aeroportos, hospitais e toda a infraestrutura de suporte ao maior evento esportivo mundial não serão desfeitos após o apito final em que se saberá quem será o novo campeão mundial.

Sou mais um dos que está preocupado e estarei em ação com nossos 190 milhões de brasileiros lutando para que o Brasil consiga dar a volta por cima, recuperar o tempo perdido e fazer as obras que tiverem que ser feitas, com gestões honestas e transparentes.

*Vereador do municípiode Porto Alegre

www.adelisell.com.br

Cento e noventa milhões em ação

Bem ou mal, as professoras controlavam o ímpeto dos alunos com a autoridade que lhes era natural pelo respeito que tínhamos por elas, respeito este que nos era ensinado em casa. Respeito pelos pais, pelos professores, escola, família, instituições em geral.

Professor sempre ganhou muito mal, assim como a maioria dos trabalhadores. Pedreiro, motorista, policial, gari, bancário, quase todo mundo ganha mal. Bancário então nem se fala, como ganham mal os coitados, mas não é esse o ponto.

Me parece que a desvalorização dos professores apenas se refle-te no salário. Começa muito longe da escola, nas casas e nas famílias que criam crianças egoístas e mimadas que levam para a escola, assim como antigamente, os hábitos, as manias e o comportamento tolerado em casa, só que antes era o respeito, agora é o descaso. Hoje em dia respeito é um conceito muito vago e cada vez mais raro.

Não é qualquer um que merece respeito. Professores serão res-peitados ou não de acordo com uma série de variantes que deveriam ser irrelevantes, mas o comportamento das crianças baseia-se no conceito que recebem direta ou indiretamente dos pais e da socie-dade em geral.

Repito, acho que professores deveriam ganhar muito mais do que ganham, em qualquer nível, mas creio que esta valorização passa por uma mudança no nosso comportamento.

Devemos tratar a educação e os agentes dela com o respeito que merecem. Não só no discurso eleitoreiro ou na fila do banco comentando a greve do magistério. Em casa, quando falar com seu filho, quando ouvir as queixas dele com relação ao professor, nas reuniões no colégio ou no perfil do Face, lembrar que o professor é uma pessoa e que merece ser respeitado e admirado, pois escolheu esta profissão não só para ensinar esta ou aquela matéria, mas para ajudar na sua formação como cidadão.

Aquele abraço!

*Profissional de TI, Blogueiro e CronistaBlog Beleza Pura - http://potijr.blogspot.com

OPINIÃOPor Potiguara Jr.*

[email protected]

CENTRO EM CRÔNICA

Vestir a camiseta do Brasil não se resume a usar a “amarelinha” em dia de jogo. É preciso querer e trabalhar por um país verdadeiramente melhor

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EPorto Alegre - Ano I

Nº 04 - Junho de 2012

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Uma iniciativa da SOS Rim, que mantém em sua sede, local para acondi-cionamento e distribui-

ção, de forma gratuita e organi-zada, para medicamentos de uso contínuo à comunidade que não tem possibilidade de os adquirir. A sistemática do projeto baseiase na arrecadação de medicamentos não mais utilizáveis, já que mui-tas vezes as embalagens de remé-dios vêm com quantidade maior que a prescrita para o tratamen-to, ou o mesmo é interrompido. Assim, em lugar de se jogar fora essa sobra, o Banco de Remédios cumpre o papel de arrecadar e

distribuir tal excedente, evitando o seu desperdício. Proporciona--se, com isso, que outros pacien-tes com menor poder aquisitivo utilizem-no. Cria-se, assim, uma grande rede de doação e colabo-ração a quem tanto precisa.

A linha de ação deste pro-grama visa minimizar as despesas de famílias carentes, bem como educar e conscientizar a popu-lação quanto ao risco da posse de medicamentos em desuso nas residências e/ou do seu descarte em locais inadequados. Ao mes-mo tempo, objetiva despertar para o fato de que aquilo que está sendo desperdiçado e atra-

palhando pode ser aproveitado em beneficio de outros cidadãos.

A SOS Rim, por sua vez, é uma Associação de Amparo So-cial e Científico aos pacientes renais crônicos e tem como foco dar-lhes apoio social e jurídico, tal como na aposentadoria, auxí-lio-doença, isenções fiscais, dis-ponibilização de medicamentos via judicial ou através do aten-dimento social. Um exemplo é o encaminhamento de documenta-ção para acesso aos medicamen-tos especiais junto aos órgãos públicos municipais, estaduais e federais, pois, na maioria das vezes, o usuário desconhece os

trâmites administrativos. No plano científico, a SOS Rim vem realizando parcerias com várias entidades e pesquisadores, a fim de buscar novos caminhos para os pacientes, dos quais a asso-ciação traça o perfil, no estado e no país. São feitas pesquisas na área de fármacos que os auxiliem nos tratamentos contínuos e que lhes proporcionem melhores con-dições de vida. A SOS Rim não se restringe só ao âmbito da “doen-ça” em si, mas também a fatores econômicos e relações familiares e psicológicas dos pacientes. Dispõe, para esse fim, de serviço de assistência social.

Doação de medicamentos tem espaço destacado

Lojas PicorruchoAlvorada: Av. Getúlio Vargas, 1899Centro - (51) 3442.9968Bagé: Av. Sete de Setembro, 855Centro - (53) 3241.2050Caxias do Sul: Av. Júlio de Castilhos, 1881Centro - (54) 3215.1777Gravataí: R. Coronel Fonseca, 777Centro - (51) 3484.1243Novo Hamburgo: R. Pedro Adams Filho, 5525Industrial - (51) 3594.4636Passo Fundo: Av. Brasil Oeste, 475Boqueirão - (54) 3045.7523Pelotas: R. Marechal Floriano, 7Centro - (53) 3274.4040Porto Alegre: Rua Dos Andradas, 1555Centro - (51) 3094.0280Porto Alegre: Av. Assis Brasil, 2471Passo D’Areia - (51) 3337.9360Porto Alegre: Av. Otto Niemeyer, 2623

Tristeza - (51) 3244.1071Porto Alegre: R. Voluntários da Pátria, 38Centro - (51) 3026.9114Porto Alegre: R. Voluntários da Pátria, 299Centro - (51) 3224.3802Rio Grande: R. General Bacelar, 439Centro - (53) 3233.1316Santa Maria: Calçadão Salvador Isaías, 1305Centro - (55) 3026.4647São Leopoldo: Av. Independência, 367Centro - (51) 3037.2555Sapucaia do Sul: R. Prof. Brochadoda R. , 395Centro - (51) 3034.4999Viamão: Av. Américo Vespúcio Cabral, 331Centro - (51) 3492.8634

Rotary Club de São LeopoldoImobiliária Vila Rica – Alugueis:Rua Independência, 552Centro - São Leopoldo

Linhas e Fitas:Rua Lindolfo Collor, 481Centro - São LeopoldoEscola Prof. Gustavo Schreiber:Avenida Dom João Becker, 155Centro - São LeopoldoClinica Dr. Wagner:Rua Osvaldo Aranha, 1353Centro - São LeopoldoAssoc. dos Portadoresde Lúpus do Vale dos Sinos:Rua Brasil, 725 - Sala 10Antiga Unisinos - São LeopoldoLavanderia Alternativa de Walmor Lopes:Rua Marques do Herval, 150Centro - São LeopoldoSede do Rotary Clubde São Leopoldo:Rua João Neves da Fontoura, 362Fundos - Terças-feiras - 20h

Postos de coleta dos parceiros do Banco de Remédios

PUBLIEDITORIAL

Apoio:

www.picorrucho.com.br [email protected]

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