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Histórico e democrático MERCADO PÚBLICO IVO GONÇALVES/PMPA Equipe da SOS Rim mantém espaço permanente em ponto nobre do Mercado Público Para todos os credos e para todas as tribos, o Mercado Público Central de Porto Alegre não discrimina e nem segrega. Ele atende! Página Central ANO I - Nº 05 Julho de 2012 www.jornalruadapraia.blogspot.com Entidades de casa nova SOS Rim e Banco de Remédios transferem suas atividades da Galeria Malcon para o Mercado Público, graças a uma ação impetrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem levar em conta o caráter assistencial das instituições. Página 12 Rotas para pedestres Sinalização especial é criada no bairro para informar aos turistas e à população acerca dos atrativos principais à disposição. Página 03 GILMAR BITENCOURT

Rua da Praia # 05

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O jornal do Centro Histórico de Porto Alegre.

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Porto Alegre - Ano INº 05 - Julho de 2012

Histórico e democrático

MERCADO PÚBLICO

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PMPA

Equipe da SOS Rim mantém espaço permanente em ponto nobre do Mercado Público

Para todos os credos e para todas as tribos, o Mercado Público Central de Porto Alegre não

discrimina e nem segrega. Ele atende!

Página Central

ANO I - Nº 05Julho de 2012

www. jornal ruadapra ia .b logspot .com

Entidades de casa novaSOS Rim e Banco de Remédios transferem suas atividades da

Galeria Malcon para o Mercado Público, graças a uma ação impetrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem levar em conta o caráter assistencial das instituições.

Página 12

Rotas para pedestresSinalização especial é criada no bairro para informar aos turistas

e à população acerca dos atrativos principais à disposição.Página 03

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“...leiloar um punhado de metros quadrados na Galeria Malcon vale mais para o INSS do que 1.500 seres humanos que são atendidos mensalmente pelo SOS Rim e pelo Banco de Remédios.”

Que papelão, hein, senhor INSS?

Corrijam-me se, por um acaso, eu cometer um equívoco. Sempre pensei que instituições como o

ilustre Instituto Nacional do Se-guro Social (INSS), como o nome já evidencia, prestassem-se ao auxílio, ao socorro, da população. Isso está implícito e explícito no conceito da entidade. “Sua mis-são é garantir proteção ao tra-balhador e sua família, por meio de sistema público de política previdenciária solidária, inclusi-va e sustentável, com o objetivo de promover o bem-estar social e tem como visão ser reconhecida como patrimônio do trabalhador e sua família, pela sustentabili-dade dos regimes previdenciários e pela excelência na gestão, co-bertura e atendimento”. Não são minhas palavras. Esta tudo lá no site da Previdência.

Pois então, eu me pergun-to, que melhor maneira de con-tribuir para o bem-estar social, se não fomentando à própria so-ciedade meios e oportunidades de que esta se organize e alcan-

ce indivíduos e necessidades que o Estado nem sempre está apto a alcançar. Soa óbvio, não é mes-mo? Não para o INSS.

Neste último mês de junho, pela força do aparato judicial e na contramão do seu próprio ob-jetivo precípuo, o instituto pro-moveu o despejo das entidades atreladas ao SOS Rim - Socie-dade de Amparo Social e Cien-tífico. Maiores detalhes sobre o

ocorrido podem ser observados na página 12 desta edição.

O que não posso me furtar a mencionar, é que tal atitu-de consiste em uma afronta ao bom-senso. Não quero aqui emi-tir juízo sobre os méritos legais ou jurídicos da questão. Não me cabe. Se fosse o contrário, estaria eu trajando toga e não teclando estas parcas linhas ao nobre leitor. Longe disso.

Só paro e penso: leiloar um punhado de metros quadrados na Galeria Malcon vale mais para o INSS do que 1.500 seres humanos que são atendidos mensalmente pelo SOS Rim e pelo Banco de Re-médios. Os quais, a partir deste atendimento, têm garantia ainda mais concreta de sua cidadania. Mesmo que esta não seja mantida diretamente pelo Governo.

Penso também que esta é mais uma prova provada de que o INSS realmente é um organismo falimentar. Não apenas no sentido econômico da ideia, mas sim no cerne conceitual que deveria nor-tear uma sigla como esta.

Em uma sociedade de dife-renças e discrepâncias, parece incrível, mas somos castigados e combatidos até mesmo quando queremos promover o bem. Até mesmo quando queremos ajudar a máquina governamental a fazer o que ala não pode. Tratar a todos com igualdade e com qualidade.

José Francisco AlvesEditor

Mercado Público Central de Porto Alegre - Largo Jornalista Glênio PeresCEP 90020-070 - B. Centro Histórico - Porto Alegre - RSFone: 51 3433.7640

www. jornal ruadapra ia .b logspot .com

Direção Executiva: Dámaso Macmillan

Edição, Design Gráfico e Criação Publicitária:José Francisco Alves – Cel: 51 9941.5777

Consultor Editorial: Voltencir FleckDRT/RS - 10.010

Conselho editorial:Dámaso Macmillan e José Francisco Alves

Gerência Comercial: FontouraF.: 51 3343.7643 - Cel: 51 8156.9995

Fotografia: Gilmar Bitencourtwww.gbfotos.com.br - F.: 51 3340.065 - Cel: 51 9210.6197

Colaboradores desta edição:Adeli Sell, Potiguara Pereira Jr. e Rogério de Almeida

O jornal Rua da Praia é um veículo de comunicação de grande circulação, que enfoca o cotidiano e os aspectos mais destacados do bairro Centro Histórico da Capital gaúcha e de suas cercanias. O periódico traz, em suas páginas, os assuntos mais variados, passando por cultura, gastronomia, história, curiosidades e contempla todo o tipo de informação indispensável para cada um dos públicos que reside, trabalha ou transita nesta nobre e tradicional região da cidade de Porto Alegre.

Os artigos e anúncios são de responsabilidade exclusiva de seus autores e agências. Portanto, não representam a opinião do jornal Rua da Praia. A reprodução do conteúdo da edição é expressamente proibida sem consulta prévia à editoria.

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Porto Alegre - Ano INº 05 - Julho de 2012

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Começa a ficar mais fácil para turistas e moradores de Porto Alegre conhece-rem os atrativos do Centro

Histórico. A Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR) iniciou em 12 de julho, a instalação de um sistema de informação que ainda é raro em capitais brasileiras. Trata-se da Si-nalização Turística para Pedestres no Centro Histórico, para orientar moradores e visitantes a conhece-rem os atrativos históricos e cultu-rais em roteiros a pé pela região, que concentra mais de 80% do pa-trimônio histórico da cidade.

As primeiras quatro placas, com dimensões de 60cm x 80cm e de 60cm x 40cm, foram instaladas na avenida Presidente João Goulart, em frente à Usina do Gasômetro, indicando a direção da própria Usi-na, do atracadouro dos barcos de passeio no Lago Guaíba e da Praça da Alfândega, e na rua dos Andra-das, orientando pedestres a chegar ao Museu do Trabalho e às Praças Brigadeiro Sampaio e Alfândega, além da Usina do Gasômetros e às embarcações de turismo fluvial.

Até o início de setembro, se-rão 140 placas sinalizando 51 pon-tos turísticos em rotas entre a Usina do Gasômetro e a Santa Casa e dali à Estação Rodoviária, do Mercado Público à Ponte de Pedra, passando pela Esquina Democrática e tam-bém com extensão à Estação Rodo-viária, do Cais do Porto à Praça da Alfândega e à Catedral Metropolita-na e desse ponto até a Santa Casa. Cada um foi projetado em dois per-cursos, um de ida e outro de volta. A empresa vencedora da licitação para execução da sinalização tem prazo até 5 de setembro para fina-lizar o trabalho. O investimento na Sinalização Turística para Pedestres é de R$ 32.254,72, entre recursos do Ministério do Turismo repassa-dos pela Caixa Econômica Federal e contrapartida do município.

Turistas e moradoresO projeto da Sinalização

Turística para Pedestres no Cen-tro Histórico foi desenvolvido em conjunto com a Secretaria Munici-pal da Cultura (SMC) e a Empresa Pública de Transporte e Circulação

(EPTC). Para o secretário municipal de Turismo, Raul Mendes da Ro-cha, o novo projeto complementa as demais iniciativas da SMTUR de suprir essa carência histórica de uma cidade turística como Porto Alegre. O novo sistema se soma ao de Sinalização Turística Viária, finalizada no início de abril, tam-bém no Centro Histórico.

São 60 placas que orientam motoristas a acessarem, a partir das principais entradas da cidade, pontos turísticos como Catedral Metropolitana, Cais do Porto, Paço Municipal, Ponte de Pedra, Mercado Público, as praças da Alfândega e da Matriz, além do Hospital de Pronto Socorro. “Isso tudo acontece em uma área da cidade que passa por amplo processo de revitalização, e vem para beneficiar não apenas os visitantes mas os porto-alegrenses que ainda não conhecem os equi-pamentos turísticos e históricos da sua cidade”, ressalta Mendes.

De acordo com o secretário, a SMTUR encaminhará a contratação de novos projetos executivos de si-nalização turística para os bairros

Cidade Baixa e Ipanema, a região da orla do Guaíba e a rota Caminhos Rurais de Porto Alegre. Acompa-nharam a instalação das primeiras placas para pedestres o presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, o coordenador do Setor da Memória da SMC, Luiz Antônio Custódio, e o coordenador do programa Viva o Centro, Glênio Bohrer.

ModelosO conjunto de 140 placas se

divide em 111 sinalizações indi-cativas e 29 interpretativas, estas com textos bilíngues (português e inglês), fotos dos atrativos e ma-pas de orientação. As placas nes-te modelo medem 120cm x 70cm e 60cm x 50cm. Das placas in-terpretativas, 14 terão impressas ilustrações artísticas de Joaquim da Fonseca, que retratam como era o prédio ou espaço público si-nalizado. Entre outros locais, elas irão sinalizar o antigo abrigo de bondes junto ao Largo Glênio Pe-res, a Praça XV, o Auditório Araújo Viana, o Theatro São Pedro e o Viaduto Otávio Rocha.

A imagem da Usina do Gasô-metro tomou forma rapidamente pelas mãos de Aloísio Patrício Santos, um dos grafiteiros que estão cobrindo os tapumes que envolvem as obras de reforma no Largo Glênio Peres. As imagens que vão sendo desenhadas a spray registram o patrimônio his-tórico e cultural presente na área do Centro Histórico da Capital.

Organizada em parceria da Coca-Cola e da Vonpar Bebidas com a prefeitura, a iniciati-va visa chamar a atenção dos transeuntes sobre o avanço da revitalização desse importante

Artes nos tapumes do Largo retratam o bairroequipamento da cidade, que nas próximas semanas receberá a implantação de 19 jatos de água que jorrarão do piso na parte em frente ao Mercado Público. Os jatos ainda receberão ilumi-nação especial. Paralelamente, à obra de construção do reser-vatório onde ficará armazenada a água, está sendo realizada a troca do pavimento por piso em concreto, mais resistente.

Grafiteiro

Com cinco anos de experiên-cia e mais de 500 trabalhos reali-zados, Aloísio, de 32 anos, sente-

-se privilegiado por apresentar sua produção em um dos locais mais queridos pelos gaúchos. Usa como material para registrar o cotidiano do Centro, tinta spray, compressor e pistola. Diz que o diferencial de seu trabalho é criar aquilo que o cliente pede. “Gosto de realizar o que as pessoas que-rem ver retratado em painéis. Isso me realiza”, explica.

O outro artista que decora o espaço desde 26 de julho, é Cris-tiano Souza, morador do bairro Lomba do Pinheiro. Ambos ins-piram-se no cotidiano do Centro para buscar as melhores imagens.

Iniciada em 2010, a refor-ma do Largo Glênio Peres é uma iniciativa do programa Viva o Centro. Com investimento su-perior a R$ 1 milhão, a obra compreende a revitalização do calçamento e do sistema de ilu-minação, instalação de deques e mobiliário de madeira junto ao Mercado Público, construção de um chafariz, aliado à reforma do Chalé da Praça XV. Ainda está prevista a instalação de uma estátua do jornalista, composi-tor e poeta, que foi vereador e vice-prefeito da cidade, Glênio Peres.

Criadas rotas de pedestres no Centro Histórico

INFRAESTRUTURA

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Porto Alegre - Ano INº 05 - Julho de 2012

04Igreja das Dores, de 1813, é a mais antiga de Porto Alegre

O próximo roteiro da caminhada orientada Viva o Centro a Pé, no sábado, 28 de julho, sairá do Caminho dos Antiquários, às 10h, seguindo pela Duque de Caxias até a rua Riachuelo, destacando os prédios tombados, com visitação interna no Arquivo Público e Igreja Nossa Senhora das Dores. A saída é do totem do Caminho dos Antiquários, na Demétrio Ribeiro em frente a Praça Daltro Filho, no encontro das ruas Coronel Genuíno e Marechal Floriano. A caminhada tem duração aproximada de duas horas.

As inscrições devem ser solicitadas pelo e-mail [email protected]. Para participar é ne-cessário doar alimentos não perecíveis, que serão encaminhados a instituições do município. Outra op-ção é a doação de ração para cães e gatos, que será destinada aos animais, por meio da Secretaria Espe-cial dos Direitos Animais (Seda). Existem caixas para o recolhimento no ponto de saída das caminhadas.

O orientador do passeio será o arquiteto Luiz Merino de F. Xavier, da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (EPAHC), mestre em Planejamento Urbano e Regional, consultor de patrimônio cultural do Projeto Monumenta da SMC.

Caminhada orientada visita prédios históricos no Centro

Bicicletários públicos em estudo

A construção de ciclovias e a criação do sistema de locação de bicicletas, que em breve deverá ser uma realidade em Porto Alegre, terá de se somar ao aumento dos bicicle-tários em locais públicos e privados de grande circulação de pessoas. Na última década, houve um aumen-to da utilização da bicicleta como meio de transporte, seja para o trabalho ou para o lazer. Todas es-sas medidas fazem parte do Plano Diretor Cicloviário de Porto Alegre, Lei Complementar do Executivo nº 626, aprovada pela Câmara Munici-pal e sancionada pelo prefeito em 15 de julho de 2009.

A partir do PDCI, o decreto nº 16.818, de 13 de outubro de 2010, regulamentou a construção de bicicletários. Segundo a legis-lação, é obrigatória a reserva de um determinado número de vagas para bicicletas em empreendi-mentos da Capital. No texto apro-vado pelos vereadores da Capital, o comércio atacadista, as indús-trias, pavilhões e depósitos com até 500m² deverão disponibilizar uma vaga para bicicleta a cada dez vagas destinadas a veículos. Para o comércio varejista, galerias comerciais, feiras e exposições com até 1.000m², deverá ser as-

segurada uma vaga para bicicleta a cada 20 carros. Nos shoppings centers e centros comerciais com até 500m², a proporção deve ser de duas vagas a cada 20. Nos su-permercados até 500m², o número de vagas previsto é de duas para bicicletas a cada 20 para veículos.

Também os usuários das es-colas, estabelecimentos de saúde, espaços de lazer e cultura, parques e outras áreas de grande circulação foram beneficiados pela Legislação. As escolas de 1º e 2º graus, ensino técnico e profissionalizantes de até 2.000m², bem como as escolas de nível superior, cursos preparatórios

para o 3º grau e supletivos com até 5.000m², deverão dispor de uma vaga para cada 20 veículos.

Nos estabelecimentos de saúde com até 3.000m², deve ser assegurada uma vaga a cada 20 destinadas a veículos automoto-res. E nos auditórios, cinemas e centros de eventos com 1.000m², uma vaga para bicicleta a cada 20 para veículos, mesmo número para estádios de futebol e giná-sios esportivos. Para clubes, ce-mitérios, parques, circos, igrejas e templos de até 5.000m², a lei prevê uma vaga para cada 20 destinadas a veículos.

PICOTES

A bicicleta está entre os meios de locomoção e formas de lazer

prediletos do porto-alegrense

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Nº 05 - Julho de 2012

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De acordo com as palavras de Rafahel Moura, idealizador da

Cia. Mundo Paralelo, “é preciso abrir a mão pra receber e fechar para guardar o que se recebe.”

O teatro e a música sempre andaram de mãos dadas. A maioria dos grupos te-atrais que alia os dois,

acaba se destacando pela origina-lidade e inovação. É o caso da Cia.Mundo Paralelo que surgiu em 2003 pela iniciativa do músico, ator e ar-tista circense Rafahel Moura.

A Cia. Mundo Paralelo é uma cia. de artistas circences, atores, bailarinos e músicos. Pro-duz eventos, performances, es-petáculos e oficinas. Possui três espetáculos atualmente sob sua direção: Boraimbolá no Mundo Paralelo, Boraimbolá Acústico e Mundo Paralelo Circo.

“Boraimbolá No Mundo Pa-ralelo” apresenta as músicas de Rafahel Moura. Há mais de oito anos, o artista vem pesquisando as linguagens da expressão e comu-

Mundo Paralelo: arte de rua e de onde mais o público possa se encontrar

nicação, iniciando sua busca nas crenças e figuras do nosso país, na dança-teatro, no contemporâ-neo, no circo novo e na rica Cultura Popular Brasileira. O resultado é a diversidade de ritmos brasileiros circulando pelo baião, o samba, o afoxé e as batidas afro-brasileiras.

Mais recente show do grupo, o intitulado “Boraimbolá Acústico” conta com versões acústicas do já conhecido show da Boraimbolá.

A peça “Mundo Paralelo Circo” traz o picadeiro para o palco fazen-do um resgate aos números clássi-cos apresentados no circo. O espe-táculo transita entre a poesia e a gargalhada, o tradicional e o novo, convidando o público para uma via-gem fantástica ao universo circen-se. No palco, palhaços apresentam acrobacias, contorcionismos, mala-barismos e equilibrismos. A direção

é de Rafahel Moura. O elenco con-ta com Gabriela Moura, Guilherme Gonçalves, Luís Cocolichio, Rafael Gomes, Rafahel Moura, Ridan Albu-querque e Tainá Borges.

Boraimbolá é uma gíria que significa “vamos misturar”. E isso se reflete bastante no repertório da companhia. O artista buscou inspiração nas crenças e figuras do nosso país, na dança-teatro, no contemporâneo, no circo novo e na rica cultura popular brasileira. O resultado é a diversidade de ritmos circulando pelo baião, o samba, o afoxé e as batidas afro-brasileiras. O grupo conta sempre com a parti-cipação de músicos, artistas circen-ses, atores e bailarinos, que juntos oferecem uma ampla diversidade e uma riqueza de elementos culturais elevando o espetáculo ao belo e o onírico. O grupo cresceu tanto que

Rafahel montou a Mundo Parale-lo Produtora, realizando eventos culturais com artistas de diversas áreas, contando com esquetes tea-trais, recitais de poesia, exposições fotográficas e de artes plásticas, além de uma série de outras ativi-dades como oficinas e espaços para ensaios e shows musicais.

É possível, via de regra, de-parar-se com o trabalho da compa-nhia em grandes eventos promovi-dos no Centro Histórico e em outros bairros, como é o caso da Feira do Livro e do Poa Night Run.

Contato para shows: Ra-fahel Moura, pelo e-mail [email protected] ou pelo fone 51 9159.4682.

Mundo Paralelo na In-ternet: ciamundoparalelo.blo-gspot.com.br.

CALÇADAS DA FAMA

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COPorto Alegre - Ano I

Nº 05 - Julho de 2012

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P atrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre, o Mercado Público foi inau-gurado em 1869 para abri-

gar o comércio de abastecimento da cidade. Em 1912 foi construído o segundo pavimento para abrigar escritórios comerciais e industriais e repartições públicas. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Cul-tural de Porto Alegre em 1979, o Mercado Público sofreu três incên-dios (1912, 1976 e 1979) e resistiu à grande enchente de 1941. Além de oferecer bons produtos, procu-rando praticar uma boa política de preços, o Mercado Público também atua como espaço para manifesta-ções culturais e comunitárias.

O Mercado Público Central tem como limites o Largo Glênio Peres, a Avenida Borges de Medei-

ros, a Avenida Júlio de Castilhos e a Praça Pereira Parobé, no centro histórico da cidade. Fica ao lado do prédio da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e de frente para o Chalé da Praça XV.

O Mercado é referência cul-tural, política, social e econô-mica do Estado. Possui hoje 104 estabelecimentos, que oferecem produtos regionais, produtos na-turais, especiarias e alguns itens que o porto-alegrense só encontra no Mercado Público Central.

Produtos Regionais: erva--mate, chás, condimentos, cuias p/ chimarrão, bucha natural (es-fregão), charque, mel.

Produtos Naturais: aveia, farinhas e grãos integrais, açú-car mascavo, soja, multimistura, tofú, pães, bolos, granolas.

Especiarias: frutas secas nacionais e importadas, doces de frutas, lácteos, queijos, patês, manteigas, presuntos, azeitonas, bacalhau, peixe defumado, vinhos, cachaças, produtos para confeitei-ros e sorveteiros, chocolate.

Exclusividades: venda à granel de cereais, farinhas; fiambres cortados na hora; café torrado e moído de várias proce-dências; salada de frutas; o pei-

xe mais fresco da cidade.O Mercado Público funcio-

na de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 19h30 e sábados das 7h30 às 18h30. Em todos os dias, nos horários de encer-ramento, os portões da av. Júlio de Castilhos e da Praça Parobé são fechados, permanecendo abertos até as 24h os portões da av. Borges de Medeiros e do Lar-go Glênio Peres para o público poder acessar os restaurantes e bares do segundo pavimento.

Junto ao Mercado há o Largo Glênio Peres, que funciona como estacionamento, de segunda a sexta-feira, a partir das 19h e sá-bado durante o dia inteiro. Outra opção de estacionamento é a av. Borges de Medeiros, que funcio-na como Área Azul, de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e sábado, das 10h às 13h.

Coordenação doMercado PúblicoSala 132 - 2º PavimentoDe Segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18hCoordenadora: Engª Adriana Leão da SilvaFones: 51 3289.4801/4802E-Mail: mercadopublico@smic.

prefpoa.com.br Site: www.portoalegre.rs.gov.br/mercadopublico

AuditórioQuadrante 1 - Lojas 010 - 012 - 014 - 2º PavimentoAgendamento do auditório: Secretaria Municipal da Governan-ça LocalFone: 51 3289.3661

Associação do Comércio do Merca-do Público Central (Ascopec)Quadrante 2 - Loja T2A - 2º PavimentoTelefone: (51) 3286-1811E-mail: [email protected]

Memorial Quadrante 1 - Lojas 036 - 038 - 040 - 2º PavimentoAtendimento das 9:00 às 12:00 e das 14:00 às 18:00Fone: 51 3225.0793

Serviço de Atendimento ao Turista (SAT)Escritório de Turismo - ESTURQuadrante 3 - TérreoAcesso pelo portão central do Largo Glênio PeresFones: 0800.517686 ou 51 3333.1873.

O Mercado Público reúne atrativos para todos os gostos

CADA LUGAR, UMA HISTÓRIA

A pujança arquitetônica e os laços afetivos

marcam o Mercado no seio da comunidade

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Porto Alegre - Ano INº 05 - Julho de 2012

07Para a população, desde sempre

Até a segunda administra-ção de Saturnino de Souza e Oli-veira, entre 1841 e 1842, Porto Alegre ainda não dispunha de um mercado central, sendo o comér-cio distribuído por vários peque-nos estabelecimentos. Foi então constituída uma sociedade para a construção de um prédio adequa-do, localizado na antiga Praça do Paraíso, na área atualmente arbo-rizada da Praça XV de Novembro. Este primeiro Mercado Público tinha uma planta quadrangular, em alvenaria de tijolos e com um portão de ferro, ficando pronto em 1844 e devendo concentrar todo o comércio de carne da cidade. Em 1845 foi contratado seu reboca-mento externo e caiação.

Em 1857 foram iniciadas discussões para construção de um novo prédio, mais amplo, e o engenheiro Frederico Heydtmann apresentou um projeto em 1861, mas o desenho foi alterado subs-tancialmente com ampliação das dimensões e acréscimo de torreões nos cantos. Homologado o projeto com suas adaptações, a constru-ção teve sua pedra fundamental lançada em 29 de agosto de 1864. A inauguração ocorreu em 3 de outubro de 1869, sendo franque-ado o acesso à população em 1 de janeiro do ano seguinte. A obra custou aos cofres públicos a im-portância de 246 contos de réis, bastante elevada para a época.

Em 1871 o pátio interior foi calçado, e arborizado em 1873. Em 1886 foram instalados 24 cha-lés no lugar das árvores. Na ad-ministração de José Montaury foi elaborado um projeto de amplia-ção, construindo-se um segun-do piso, para abrigar escritórios comerciais e industriais e repar-tições públicas. Em 1912, ainda em obras, irrompeu um grande incêdio que destruiu todos os

chalés na área interna. O segundo pavimento ficou pronto em 1913, e novos chalés, agora de metal, bem como uma câmara frigorífica, foram entregues em 1915 pela empresa Bromberg & Cia.

O mercado sofreu com as en-chentes da cidade, especialmente a de 1941, e com novos incêndios em 1976 e 1979. Na administra-ção de Telmo Thompson Flores correu o risco de ser demolido para construção de uma avenida, mas o clamor popular fez com que a decisão fosse reconsiderada.

RestauraçãoO prédio, em estilo eclético

com forte influência neoclássi-ca, foi tombado como Patrimô-nio Histórico e Cultural de Porto Alegre (Lei 4.317/77) em 12 de dezembro de 1979. Em 1987, foi criado através da Lei 5994/87 o FUNMERCADO (Fundo Municipal do Mercado Público), formado com a receita arrecadada das permissões de uso, tendo a fina-lidade de custear a restauração, reforma, manutenção e revitali-zação do prédio.

Em 1990, a administração da cidade organizou uma equi-pe multidisciplinar para desen-volver um Projeto de Restaura-ção, no qual ficavam claros os seguintes objetivos: resgate da qualidade estética da edificação; otimização de seu potencial de abastecimento; valorização dos espaços de sociabilidade.

A reforma criou uma moder-na estrutura de aço e vidro para cobertura da grande área do pátio interno, recuperou a percepção visual das arcadas, resgatou as circulações internas, criou novos espaços de convivência e implan-tou redes de infraestrutura com-patíveis com o funcionamento do Mercado. Foi construída uma

nova cobertura que possibilitou a integração entre o térreo e o segundo pavimento. No segundo pavimento, onde antes existiam escritórios e repartições públi-cas, atualmente estão instalados diversos estabelecimentos como restaurantes, lancherias, etc.

O custo da reforma ficou, na época, em R$ 9 milhões, sendo, 88% do orçamento da Prefeitura, e os demais 12% pelo Fundo do Mercado e doações diversas. A rei-nauguração ocorreu no dia 19 de março de 1997, e o resultado final foi premiado na 3ª Bienal Interna-cional de Arquitetura de São Paulo, em novembro deste mesmo ano.

Estrutura e serviçosO Mercado Público faz parte

das tradições da cidade, principal-

mente por sua Banca 40 (uma sor-veteria), seu centenário restau-rante Gambrinus e um dos mais tradicionais bares da cidade, o Bar Naval, com 101 anos. O mer-cado tem sua arquitetura externa totalmente preservada. Existem aproximadamente 109 lojas, que vendem de tudo: especiarias, erva-mate e utensílios gaúchos, artigos para cultos religiosos, ba-calhau e outros peixes e carnes, lancherias e restaurantes. Existem mais de 100 mil itens à venda.

O mercado, através da res-tauração, foi dotado de moderna infra-estrutura, qualificando seu espaço interno e externo, com duas escadas rolantes, dois eleva-dores, quatro baterias sanitárias para o público (mais um sanitário para deficientes físicos), um me-

morial, dentre outras melhorias. Com as obras, o mercado também ampliou o seu número de estabe-lecimentos comerciais.

Também possui sistema de gás encanado, cujo produto é for-necido por uma central de gás ex-terna ao prédio, que lhe confere maior segurança, além de contar com vestiários e refeitório para per-missionários e seus funcionários, quatro câmaras frias (uma para lixo e três para produtos perecíveis) e um sistema de refrigeração.

Além de oferecer bons pro-dutos, procurando praticar uma boa política de preços, o Merca-do Público também atua como espaço para manifestações cul-turais e comunitárias da cidade, proporcionando mais qualidade de vida à população.

Todas as classes sociais tem a oportunidade de buscar produtos

acessíveis e de qualidade

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A preservação da memória da Santa CasaO Centro Histórico-Cultural

Santa Casa (CHC) é um espaço aberto para a comunidade exercer seu direito à cultura e à memó-ria histórica. Voltado à pesquisa e à produção de conhecimento, é também um animador da vida cultural da cidade. No cenário na-cional, o CHC tem a peculiarida-de de ser o único espaço junto a um hospital destinado para este fim. Sua proposta é diferenciada por disponibilizar à sociedade um rico e singular acervo documen-tal, verdadeiro patrimônio do Rio Grande do Sul e de sua Capital.

Afinal, a Santa Casa de Mi-sericórdia de Porto Alegre é uma das mais antigas instituições do Estado e da cidade. Suas histórias são indissociáveis, e vêm se cons-

truindo juntas, passo a passo. Desde sua criação, a Santa Casa persegue a missão de prover a po-pulação em diferentes situações. Os testemunhos desse diálogo com a sociedade que serviram, e vem servindo, para contar essa história estão guardados no CHC. Além de mantê-los conservados, o CHC os oferece à pesquisa e di-vulgação. Essa conduta, aliada a uma política de saúde, balizada pela prevenção, transformam o Centro Histórico-Cultural Santa Casa em suporte para a manuten-ção da vida. Nessa perspectiva é que se coloca a linha identitária que orienta o rumo da Institui-ção: completa para a vida. Por esses diferenciais, o CHC situa-se com originalidade dentre os es-

Exposição destacada no Paço Municipal

A exposição “Novas Aqui-sições” traz a público uma parte significati-va das duzentas obras

incorporadas à Pinacoteca Aldo Locatelli nos últimos quatro anos, resultado do esforço para delinear um panorama, o mais vasto e au-têntico possível da memória artísti-ca porto-alegrense. De 3 de agosto a 28 de setembro, a mostra pode ser conferida no Paço dos Açorianos (Praça Montevidéu, 10).

Este processo derivou de uma análise da coleção, consi-derando a sua história e a neces-sidade de reforçar identidades e alteridades. Nomes significativos no campo artístico local agora su-prem lacunas no acervo ao mes-mo tempo em que evidenciam a importância da memória para a invenção do futuro.

De longa tradição em Porto Alegre, a gravura foi um gênero em destaque nas doações, tanto dos artistas como dos coleciona-dores Renato Rosa e Luiz Carlos Lisboa. O marchand e o jornalista concederam significativos lotes de gravuras, pinturas e desenhos, in-dicativos de uma profícua vivência

no âmbito artístico da Cidade. Por outro lado, a fotografia – constan-te na arte contemporânea – em-bora timidamente representada na Pinacoteca, também recebeu um incremento considerável de modo que o gênero passa agora

a constituir outra vertente-chave do acervo. Paradoxalmente, a in-serção de artistas consagrados ocorre em paralelo à produção de jovens de destacada atuação no cenário contemporâneo.

Artistas, familiares e co-

lecionadores, através de gene-rosas doações, compartilharam com a Pinacoteca Aldo Locatelli a responsabilidade devida às gerações passadas e futuras de preservar esta inquietante he-rança cultural, a obra de arte.

paços culturais de Porto Alegre, do Estado e do Brasil.

Local de visitaçãoO rico acervo que o CHC guar-

da já se encontra na sede definitiva – as Casinhas da Independência. Ainda que não inaugurado oficial-mente, está aberto à comunidade, para a realização de pesquisas.

Acadêmicos de diferentes áreas e comunidade, em geral, podem se encontrar com o pas-sado da cidade e do estado, atra-vés dos papéis que a Santa Casa guarda e conserva.

Os registros feitos, na atuali-dade, em papel ou suporte virtual estão recebendo um tratamento es-pecial, com a implantação da Ges-tão Documental. O objetivo princi-

pal é guardar a memória do tempo presente. No futuro, a partir da política arquivística desenvolvida, hoje, no CHC, as fontes documen-tais da trajetória institucional con-temporânea estarão preservadas.

Com a informática cada vez mais presente no cotidiano da pro-dução documental, o CHC reafirma--se como guardiã da memória da mais antiga instituição hospitalar do Rio Grande do Sul.

O acervo arquivístico pode ser consultado, no horário das 8h30 às 17h.

Onde FicaAv. Independência, 75Bairro IndependênciaPorto Alegre - RS

AGENDE-SE

Pinacoteca Aldo Locatelli apresenta mostra Novas Aquisições no Paço dos

Açorianos, anexo à Prefeitura Municipal

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Pilotos de motocicleta, em geral, abominam a denominação “motoqueiro”. Exigem que quando citados use-se “motociclista”.

Motoqueiro lembra aquele cara arrojado, moleque, inconse-quente, que faz manobras arriscadas, anda em alta velocidade e se expõe a toda sorte de acidente ou tragédia. Já motociclista, lembra uma pessoa mais consciente, centrada, careca, talvez um contabilista, com calça de tergal, óculos, bigode, que pilota a moto com cuidado extremo.

Há também quem divida estes grupos entre os que traba-lham com a moto e os que se utilizam dela para lazer. Mas e se o cara faz as duas coisas? Se trabalha com a moto e também se diverte com ela?

Nas suas folgas deixa de ser motoqueiro e passa a ser motoci-clista? Entra em uma cabine telefônica, troca de roupa e vira outra pessoa, com hábitos e comportamento diferentes?

E se o cara tem uma “motoca” para trabalhar e uma motocicleta para lazer? Vai pilotar cada uma de um jeito?

O termo “motoca” surgiu lá pelos anos 70 do século passado para designar as motocicletas de menor cilindrada que se populariza-ram e tomaram conta das ruas. Oras, se anda de motoca: motoqueiro!

Antes, só existiam motocicletas, e antes ainda o que se chama-va de motociclo, consequentemente só existiam motociclistas.

Enquanto as pessoas se perdem nesta discussão de semântica, sinonímia, conotação ou denotação, eu vou andando de moto, cada vez mais livre, cada vez mais feliz.

Existe uma grande diferença entre pegar a estrada montado na moto ou sentado no carro. Não temos ar-condicionado nem som. Em compensação, não temos engarrafamentos. E a minha gata, bem agarradinha em mim, não é atentado ao pudor ou atitude perigosa. Sofremos com chuva, frio, lixo, desrespeito, desconforto... Em com-pensação... Bem, deixa pra lá. Não tem explicação.

Dizem que motociclista consciente é ex-motociclista. Não anda mais de moto, mas eu não concordo. A gente anda, porque é bom, é rápido, fácil, econômico, prazeroso... Só é um pouco perigoso, mas ninguém morre na véspera. Dá pra andar de moto sem se arriscar, com cuidado e alguma paranóia.

Como disse antes, não sei onde me enquadro, onde me en-quadrarei ou onde me enquadrarão. Motociclista, motoqueiro, tanto faz, até porque, além de não me importar muito com opiniões, não gosto de rótulos, principalmente em mim, e não me vejo em nenhum destes dois estereótipos.

Então passei a me sentir total, com meu sonho de metal...Aquele abraço!

*Profissional de TI, Blogueiro e CronistaBlog Beleza Pura - http://potijr.blogspot.com

Motociclista ou motoqueiro?

Por Adeli Sell*

Os moradores de Por-to Alegre que 80 anos atrás estiveram na inau-guração do majestoso

Viaduto Otávio Rocha jamais po-deriam imaginar o seu estado atual de degradação. O cartão postal da cidade está absolutamente degradado, com expressivas in-filtrações, pichações, mofo, pés-simas condições de higiene, além de calçamento e iluminação de-teriorados. Chegamos ao limite. Qualquer avanço na deterioriza-ção seria intolerável.

Desde sua construção, o Via-duto Otávio Rocha é um impor-tante ponto de referência de Por-to Alegre. Possui uma estrutura de concreto armado, com três vãos e quatro rampas de acesso para pe-destres. Na parte central, há dois pórticos transversais onde estão localizados dois grandes nichos, nos quais foram colocados dois grupos ornamentais. Todo o re-vestimento foi feito em reboco de pó de granito, de cor cinza, dando um aspecto de pedra aparelhada.

Não há dúvidas de que o viaduto é marca arquitetônica e cultural de Porto Alegre e, na medida em que traz consigo parte da história da cidade, não deixa dúvidas de que é engloba-do pelo conceito de patrimônio histórico e cultural. É certo e inarredável o dever do Município na preservação do viaduto.

Pouco mais de uma década

depois de um arranjo pontual feito pela gestão do meu partido (que resolveu alguns pontos de infiltração e sujeira), agora fica visível que o problema é mais sé-rio do que se imaginava. A situ-ação de degradação vai além da estrutura. A pichação realizada de ponta à ponta, os moradores de rua - que não apenas se abri-gam ali, mas atacam as pessoas e anarquizam a região – e a dro-gadição do local completam o cenário de abandono deste tradi-cional espaço da cidade.

A insegurança, por incrível que pareça, já foi bem pior. No en-tanto, os avanços que tivemos não conseguiram reverter o quadro de decrepitude do local. E isto con-tradita com as melhorias no en-torno da Praça Daltro Filho, ainda em processo de recuperação, com seus sábados de manhã de feiri-nha, além da feira de antiquários na Marechal Floriano. O que se sal-va ali é as duas bancas de frutas que temos em cada lado da Bor-ges de Medeiros, dando presença e vida a qualquer hora do dia. Mas o próprio comércio do viaduto não condiz com os dias atuais. Afirmo isso porque vivi de um pujante co-mércio de livros, revistas e gibis usados ali por 16 anos.

Além de sua arquitetura exu-berante, o Viaduto Otávio Rocha possui lojas comerciais de diver-sas atividades, como lancherias, artesanato, disco-fitas, serviços de fotocópias, bem como entida-des representativas, como a Casa do Poeta do Rio Grande do Sul e a Associação de Moradores e da Etiqueta Popular. Também no Via-duto estão localizados alguns dos focos de resistência à Ditadura Militar: A ARI - Associação Rio-grandense de Imprensa e o his-tórico Teatro de Arena, além dos Hotéis Everest e Savoy.

Por concentrar tamanha re-presentatividade, o poder público deveria garantir a Guarda Munici-

pal para combater o vandalismo e a insegurança nesta região. A gestão sairia vitoriosa, pois dimi-nuiria o seu gasto com a reposi-ção de lâmpadas; os guardas ga-rantiriam a segurança e poderiam ser “guias informais de turismo”. Também poderia buscar suporte no Sebrae e reciclar o comércio local, propondo novas soluções e outras operações. Pasmem, mas ainda tem copiadora de xerox como atividade principal numa das lojas. Propus ao prefeito pas-sado, em reunião no Paço Muni-cipal, usar aquelas salas fechadas das escadas para um SAT - Serviço de Atenção ao Turista - junto com um SAC - Serviço de Atenção ao Cidadão, onde on line e com um funcionário e estagiários, poder--se-ia acessar serviços, como o 156 da Prefeitura.

Minha proposta prevê, inclu-sive, dois espaços de cada lado, fora da Área Azul, para estacionar 15 minutos, com o objetivo de acessar estes serviços. Implemen-tando estas iniciativas já tería-mos uma nova dinâmica para este pequeno trecho, espaço bacana, com uma das obras de arte mais monumentais de nossa cidade.

Também não poderíamos pensar em melhorias para o via-duto sem pensar em revitalizar o Teatro de Arena, que fica nas ime-diações. Poderíamos buscar par-ceira com os hoteis Savoy e Eve-rest, em troca de contrapartidas e realizações de novas atividades turísticas. Pois onde não há cir-culação de pessoas, quando não existem atividades diferenciadas, que incentive o convívio entre as pessoas, perdemos a vida do lo-cal, como já previa, há 50 anos, a grande urbanista Jane Jacobs ao propagar a vida e a morte das grandes cidades.

*Vereador do municípiode Porto Alegre

www.adelisell.com.br

Viaduto Otávio Rocha: a inspiração que vem do passado

OPINIÃOPor Potiguara Jr.*

[email protected]

CENTRO EM CRÔNICADI

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Uma iniciativa da SOS Rim, que mantém local para acondicionamento e distribuição, de for-

ma gratuita e organizada, para medicamentos de uso contínuo à comunidade que não tem possi-bilidade de os adquirir. A siste-mática do projeto baseiase na ar-recadação de medicamentos não mais utilizáveis, já que muitas vezes as embalagens de remédios vêm com quantidade maior que a prescrita para o tratamento, ou o mesmo é interrompido. Assim, em lugar de se jogar fora essa so-bra, o Banco de Remédios cumpre o papel de arrecadar e distribuir

tal excedente, evitando o seu desperdício. Proporciona-se, com isso, que outros pacientes com menor poder aquisitivo utilizem--no. Cria-se, assim, uma grande rede de doação e colaboração a quem tanto precisa.

A linha de ação deste pro-grama visa minimizar as despesas de famílias carentes, bem como educar e conscientizar a popu-lação quanto ao risco da posse de medicamentos em desuso nas residências e/ou do seu descarte em locais inadequados. Ao mes-mo tempo, objetiva despertar para o fato de que aquilo que está sendo desperdiçado e atra-

palhando pode ser aproveitado em beneficio de outros cidadãos.

A SOS Rim, por sua vez, é uma Associação de Amparo So-cial e Científico aos pacientes renais crônicos e tem como foco dar-lhes apoio social e jurídico, tal como na aposentadoria, auxí-lio-doença, isenções fiscais, dis-ponibilização de medicamentos via judicial ou através do aten-dimento social. Um exemplo é o encaminhamento de documenta-ção para acesso aos medicamen-tos especiais junto aos órgãos públicos municipais, estaduais e federais, pois, na maioria das vezes, o usuário desconhece os

trâmites administrativos. No plano científico, a SOS Rim vem realizando parcerias com várias entidades e pesquisadores, a fim de buscar novos caminhos para os pacientes, dos quais a asso-ciação traça o perfil, no estado e no país. São feitas pesquisas na área de fármacos que os auxiliem nos tratamentos contínuos e que lhes proporcionem melhores con-dições de vida. A SOS Rim não se restringe só ao âmbito da “doen-ça” em si, mas também a fatores econômicos e relações familiares e psicológicas dos pacientes. Dispõe, para esse fim, de serviço de assistência social.

Doação de medicamentos tem espaço destacado

Lojas PicorruchoAlvorada: Av. Getúlio Vargas, 1899Centro - (51) 3442.9968Bagé: Av. Sete de Setembro, 855Centro - (53) 3241.2050Caxias do Sul: Av. Júlio de Castilhos, 1881Centro - (54) 3215.1777Gravataí: R. Coronel Fonseca, 777Centro - (51) 3484.1243Novo Hamburgo: R. Pedro Adams Filho, 5525Industrial - (51) 3594.4636Passo Fundo: Av. Brasil Oeste, 475Boqueirão - (54) 3045.7523Pelotas: R. Marechal Floriano, 7Centro - (53) 3274.4040Porto Alegre: Rua Dos Andradas, 1555Centro - (51) 3094.0280Porto Alegre: Av. Assis Brasil, 2471Passo D’Areia - (51) 3337.9360Porto Alegre: Av. Otto Niemeyer, 2623

Tristeza - (51) 3244.1071Porto Alegre: R. Voluntários da Pátria, 38Centro - (51) 3026.9114Porto Alegre: R. Voluntários da Pátria, 299Centro - (51) 3224.3802Rio Grande: R. General Bacelar, 439Centro - (53) 3233.1316Santa Maria: Calçadão Salvador Isaías, 1305Centro - (55) 3026.4647São Leopoldo: Av. Independência, 367Centro - (51) 3037.2555Sapucaia do Sul: R. Prof. Brochadoda R. , 395Centro - (51) 3034.4999Viamão: Av. Américo Vespúcio Cabral, 331Centro - (51) 3492.8634

Rotary Club de São LeopoldoImobiliária Vila Rica – Alugueis:Rua Independência, 552Centro - São Leopoldo

Linhas e Fitas:Rua Lindolfo Collor, 481Centro - São LeopoldoEscola Prof. Gustavo Schreiber:Avenida Dom João Becker, 155Centro - São LeopoldoClinica Dr. Wagner:Rua Osvaldo Aranha, 1353Centro - São LeopoldoAssoc. dos Portadoresde Lúpus do Vale dos Sinos:Rua Brasil, 725 - Sala 10Antiga Unisinos - São LeopoldoLavanderia Alternativa de Walmor Lopes:Rua Marques do Herval, 150Centro - São LeopoldoSede do Rotary Clubde São Leopoldo:Rua João Neves da Fontoura, 362Fundos - Terças-feiras - 20h

Postos de coleta dos parceiros do Banco de Remédios

PUBLIEDITORIAL

Apoio:

www.picorrucho.com.br [email protected]

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EPorto Alegre - Ano I

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INSS desaloja SOS Rim e Banco de RemédiosH á sete anos, o SOS Rim

- Associação de Ampa-ro Social e Científico - vinha atendendo seus

usuários no sexto andar da Galeria Malcon, salas 601 a 610, na Rua dos Andradas, em Porto Alegre. A tutela do imóvel pertencia, originalmente, à Prefeitura Municipal de Porto Ale-gre (PMPA), gerida pele Secretária Municipal da Saúde (SMS), embora o proprietário de fato fosse o Ins-tituto Nacional do Seguro Social (INSS). O INSS, no caso, concedia o direito de utilização à PMPA, desde que tal uso contemplasse as ques-tões relativas à saúde da popula-ção. É neste ponto que surge o SOS Rim. A entidade, sem fins lucrati-vos, tem por objetivo primordial beneficiar pacientes renais crônicos nos mais diversos níveis, do social ao físico, passando pelo psicológi-co. A conquista do passe livre no transporte público é apenas um dos exemplos de vantagem oferecida pelo SOS Rim aos seus associados. Desta forma, a SMS optou por re-passar o espaço na Galeria Malcon ao SOS Rim, já que a atuação da associação contemplava a exigên-cia original do INSS.

Entretanto, o instituto, ao tomar conhecimento de tal repas-se do imóvel, não concordou com o fato e decidiu ingressar na jus-tiça para dirimir o impasse criado pela situação. A principal alega-ção do INSS voltava-se à discus-são da competência do SOS Rim e de suas organizações co-irmãs em gerir um serviço de saúde adequa-do ao público. Neste sentido, o órgão federal não levou em conta a quantidade de associados fideli-zados e a atuação do Banco de Re-médios, fundado em parceria com o SOS Rim, que promove campa-nhas de doação de medicamentos e se vale de um sistema de do-ação de remédios para a popula-ção de baixa renda. Nas palavras de Dámaso Macmillan, diretor do SOS Rim, “possuímos, atualmente, um quadro social de 1.500 benefi-ciários, que arcam com a quantia simbólica de vinte reais mensais para acessar todas as vantagens que oferecemos”. Também trans-plantado renal, Macmillan enfati-za que “com relação ao Banco de Remédios, temos um total aproxi-mado de 500 mil medicamentos,

para os mais variados fins, à dis-posição do associado. Além disso, criamos uma rede atuante de do-ação, que envolve parceiros como as lojas Picorrucho, o Rotary Club de São Leopoldo e a Cia. Zaffari”.

O desfechoNeste último mês de junho,

o INSS acabou por conquistar uma vitória momentânea no judiciário e forçou a saída do SOS Rim de sua antiga sede. A entidade optou por não buscar os recursos cabí-veis para evitar um desgaste ainda maior. A partir de então, um quios-que permanente foi instituído no Mercado Público Central de Porto Alegre. O espaço encontra-se na Quadra 3, ao lado da escada rolante e em frente à loja 115. O quiosque tem posição frontal ao Largo Glênio Peres. O local passará por amplia-ção e melhorias nas próximas sema-nas e uma nova sede administrativa será anunciada em breve.

AtividadesCompõem a associação as se-

guintes segmentações:SOS Rim - É uma associação

de amparo social que tem por fi-nalidade promover o bem estar, a proteção e o amparo em geral dos doentes renais crônicos, onde quer que se encontrem, bem como

estimular estudos e pesquisas científicas relativas aos proble-mas renais crônicos.

Banco de Remédios - A mis-são do bancoderemédios.org é es-tabelecer ações para captação de medicamentos novos e em desuso nos lares e empresas, descartando adequadamente os não aprovei-táveis e repassando gratuitamen-te os aproveitáveis à população comprovadamente de baixa renda e que tem uso contínuo.

Banco de Órgãos - Doar ór-gãos é um ato de solidariedade. O banco de órgãos está criando uma lista virtual de doadores poten-ciais através de um cadastro úni-co, que viabilizará a rapidez no envio de informações às entida-des envolvidas na captação e con-vencimento dos seus familiares à doação, através de um pré-cadas-

tramento do cidadão doador.SOS Saúde / Banprev - Ins-

tituição de Previdência Comple-mentar iniciou sua implantação de atividades em 2011. A nova Empresa tem como objetivo pro-curar soluções para os problemas sociais e humanos do país. Seu trabalho é centrado na seguran-ça e na proteção do ser humano, por meio de seguros e planos de previdência social complementar.

Banca Jurídica - A bancaju-ridica.org é um escritório de advo-cacia associado a SOS Saúde e SOS Rim, cujo foco principal é direcio-nado para o Direito Previdenciário. Nossa missão é, facilitar a vida dos seus associados que são segurados da Previdência Social. Busca asse-gurar, por meio de ações adminis-trativas e ou judiciais, o cumpri-mento dos seus direitos sociais.

INSTITUCIONAL

Novo local de atendimento do SOS Rim / Banco de Remédios já se tornou ponto de encontro com associados e bons amigos. No detalhe (foto abaixo), o diretor das instituições, Dámaso Macmillan

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