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2015 FOI um ano rico em eventos na África Austral, destacando-se a aprovação histórica de uma estratégia de industrialização e um plano de desenvolvimento regional reajustado, bem como o lançamento de um mercado alargado que se estende do Cabo ao Cairo. Os líderes da SADC aprovaram a Estratégia e o Roteiro de Industrialização da SADC 2015-2063, durante uma Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo realizada em Abril no Zimbabwe. A estratégia e roteiro destina-se a garantir que os Estados-Membros aproveitem todo o potencial dos seus vastos e diversificados recursos naturais. A maioria dos Estados Membros da SADC recebem muito pouco em troca dos seus valiosos recursos porque estes são normalmente exportados em forma bruta, com a maior parte do valor acrescentado ocorrendo fora da região, beneficiando assim os outros países. A estratégia e roteiro está assente em três pilares, a saber, "Industrialização, Competitividade e Integração Regional". Durante o período 2015-2020, a SADC vai 2015 Rumo a Industrialização e integração Regional esforçar-se em progredir de uma economia orientada para a indústria para uma economia orientada para investimentos, enquanto entre 2021- 2050 a região pretende avançar para uma economia orientada para a inovação. A meta da SADC entre 2051 e 2063 será alcançar altos níveis de crescimento económico, competitividade, renda e emprego. O desenvolvimento da estratégia e o do roteiro foi determinante para a finalização do novo Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP), que também foi aprovado pela Cimeira Extraordinária. O RISDP é um plano estratégico de 15 anos aprovado por líderes da SADC em 2003 como um projecto de integração e desenvolvimento regional. O plano esteve sob avaliação e revisão como parte dos esforços para realinhar agenda de desenvolvimento da região em função das novas realidades e dinâmicas globais emergentes, e tomando em conta questões de industrialização. O RISDP Revisto identifica quatro prioridades principais a serem implementadas na região entre 2015-2020. Á FRICA AUSTRAL HOJE continua na página 2... SADC HOJE VOL 18 NO 1 DEZEMBRO 2015 Durante o período 2015- 2020, a SADC vai esforçar-se em progredir de uma economia orientada para a indústria para uma economia orientada para investimentos, enquanto entre 2021-2050 a região pretende avançar para uma economia orientada para a inovação. POLITICA 3 MUDANÇAS CLIMÁTICAS 4-5 ELEIÇÕES 6 PAZ & SEGURANÇA 7 ENERGIA 8-10 COMÉRCIO 11 CHINA-ÁFRICA 12-13 COOPERAÇÃO 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16

SADC HOJE VOL 18 NO 1 DEZEMBRO - sardc.net · presidente da União Africana. Entre as resoluções da Cimeira, destaca-se a uma histórica decisão para desenvolver um plano para

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Page 1: SADC HOJE VOL 18 NO 1 DEZEMBRO - sardc.net · presidente da União Africana. Entre as resoluções da Cimeira, destaca-se a uma histórica decisão para desenvolver um plano para

2015 FOI um ano rico em eventos na África Austral,destacando-se a aprovação histórica de umaestratégia de industrialização e um plano dedesenvolvimento regional reajustado, bem como olançamento de um mercado alargado que seestende do Cabo ao Cairo.

Os líderes da SADC aprovaram a Estratégia e oRoteiro de Industrialização da SADC 2015-2063,durante uma Cimeira Extraordinária dos Chefes deEstado e de Governo realizada em Abril noZimbabwe.

A estratégia e roteiro destina-se a garantir queos Estados-Membros aproveitem todo o potencialdos seus vastos e diversificados recursos naturais.

A maioria dos Estados Membros da SADCrecebem muito pouco em troca dos seus valiososrecursos porque estes são normalmente exportadosem forma bruta, com a maior parte do valoracrescentado ocorrendo fora da região,beneficiando assim os outros países.

A estratégia e roteiro está assente em três pilares,a saber, "Industrialização, Competitividade eIntegração Regional".

Durante o período 2015-2020, a SADC vai

2015 Rumo a Industrialização e integraçãoRegional

esforçar-se em progredir de uma economiaorientada para a indústria para uma economiaorientada para investimentos, enquanto entre 2021-2050 a região pretende avançar para uma economiaorientada para a inovação.

A meta da SADC entre 2051 e 2063 será alcançaraltos níveis de crescimento económico,competitividade, renda e emprego.

O desenvolvimento da estratégia e o do roteirofoi determinante para a finalização do novo PlanoEstratégico Indicativo de DesenvolvimentoRegional (RISDP), que também foi aprovado pelaCimeira Extraordinária.

O RISDP é um plano estratégico de 15 anosaprovado por líderes da SADC em 2003 como umprojecto de integração e desenvolvimento regional.

O plano esteve sob avaliação e revisão comoparte dos esforços para realinhar agenda dedesenvolvimento da região em função das novasrealidades e dinâmicas globais emergentes, etomando em conta questões de industrialização.

O RISDP Revisto identifica quatro prioridadesprincipais a serem implementadas na região entre2015-2020.

ÁFRICAAUSTRALHOJE

continua na página 2...

SADC HOJE VOL 18 NO 1 DEZEMBRO 2015

Durante o período 2015-2020, a SADC vai

esforçar-se em progredir deuma economia orientada

para a indústria para umaeconomia orientada parainvestimentos, enquantoentre 2021-2050 a região

pretende avançar para umaeconomia orientada para a

inovação.POLITICA 3

MUDANÇAS CLIMÁTICAS 4-5

ELEIÇÕES 6

PAZ & SEGURANÇA 7

ENERGIA 8-10

COMÉRCIO 11

CHINA-ÁFRICA 12-13

COOPERAÇÃO 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

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C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

A prioridade A visa promover odesenvolvimento industrial e aintegração do mercado através doreforço da capacidade decompetitividade e do lado daoferta produtiva dos Estadosmembros, bem como melhorar acirculação de mercadorias efacilitar a integração do mercadofinanceiro e de cooperaçãomonetária.

A Prioridade B centra-se nofornecimento e aperfeiçoamentode infra-estruturas de apoio para aintegração regional.

A Prioridade D centra-se napromoção de programas especiaisde dimensão regional comoeducação e desenvolvimento dosrecursos humanos; Saúde, HIV eSIDA e outras doençastransmissíveis; segurançaalimentar e recursos naturaistransfronteiriços; ambiente;Estatística; igualdade de género;ciência, tecnologia e inovação, ainvestigação e desenvolvimento.

As três prioridades acimaindicadas serão apoiadas pelaPrioridade C atinente a promoçãoda paz e segurança.

Apesar da execução dos doisprogramas regionais já teriniciado, a região está a finalizarum plano detalhado de custospara assegurar que os planos deacção sejam efectivamenteaplicados.

Além da aprovação do RISDPrevisto, da estratégia e do roteiro, oano de 2015 testemunhou a criaçãode um mercado integrado queabrange 26 Países na ÁfricaAustral e Oriental, o querepresenta um movimento ousadode África para promover ocomércio interno.

A Área Tripartida de ComércioLivre (ATCL), que compreende oMercado Comum da ÁfricaOriental e Austral, a Comunidadedos Estados da África Oriental ea SADC, foi lançado em Junho,em Sharm El Sheik, no Egipto.

A criação do mercado alargadovai impulsionar o comércio intra-regional em Áfricae aprofundar aintegraçãoregional através damelhoria das infra-estruturas dedesenvolvimento,fluxos de

investimentos e aumento daconcorrência.

A ATCL cria uma populaçãocombinada de cerca de 600milhões de pessoas, cobrindometade dos Estados-Membros daUnião Africana (UA) e umProduto Interno Bruto (PIB) decerca de um trilião de dólaresnorte-americanos.

Mais importante ainda, aATCL é um passo decisivo para arealização da visão da UA de criaruma Comunidade EconómicaAfricana como previsto no Planode Acção de Lagos, na DeclaraçãoFinal de Lagos de 1980, noTratado de Abuja de 1991, bemcomo na Resolução da Cimeirada UA realizada em 2006 emBanjul, na Gâmbia.

África vai lançar uma ACLContinental em 2017 parapromover o movimento suave debens, serviços e pessoas em todoo continente.

No desenvolvimento deenergia, a África Australtestemunhou a históricaaprovação do Centro Regionalpara Energia Renovável eEficiência Energética da SADC(SACREEE).

Aprovado na 34ª Reunião dosMinistros de Energia da SADC,realizada em Julho, na África doSul, o SACREEE poderá mudar a"cenário de desenvolvimento deenergia na SADC", permitindoque a região aproveiteplenamente o seu vasto potencialde energias renováveis.

Baseado na Namíbia, o centrovai, entre outras coisas, liderar apromoção do desenvolvimentodas energias renováveis naregião.

No que diz respeito à paz, oano foi marcado, mais uma vez,para consolidar as credenciais daSADC como uma região estávelem vários aspectos. Estes incluema mediação de paz em Paísescomo Lesotho e Madagáscar, bemcomo o envio de missões deobservação para quatro Países

que realizarameleições durante osúltimos 12 meses.

Lesotho,República Unidada Tanzânia,Zâmbia e

Seychelles realizaram eleições,que foram endossadas pelaSADC e outros observadorescomo tendo sido credíveis epacíficas.

Houve uma transição suave depoder nos três Países, bem comona Namíbia e Moçambique.

A região da SADC acolheuAMANI África II na África doSul. O exercício, que reuniumilhares de forças armadas deÁfrica é um grande passo naformação da força continental deprontidão.

A finalidade do exercíciocontinental é testar a implantaçãode uma força africana deprontidão, com especialreferência na rápida capacidadede mobilização e posicionamentonum prazo de 14 dias após adecisão das autoridadescompetentes.

Durante este ano, os Ministrosda SADC responsáveis peloGénero e Assuntos da Mulherconcordaram em rever as metasdo Protocolo da SADC sobre oGénero e Desenvolvimento, noâmbito dos novos Objectivos deDesenvolvimento Sustentável dasNações Unidas aprovados em2015 para substituir os Objetivosde Desenvolvimento do Milênio.

O Protocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento foiadoptado em 2008 para promovera autonomia das mulheres,eliminar a discriminação e alcançara qualidade e equidade de gêneroatravés de legislação, políticas,programas e projectos sensíveis aogénero.

O protocolo entrou em vigorem 2013, após a ratificação doinstrumento pelos necessáriosdois terços dos Estados-Membrosque tinham assinado.

Os ministros refletiram sobreos progressos realizados naimplementação dos objectivos doProtocolo de 2015.

Quanto a aspectosrelacionados com odesenvolvimento da água, osMinistros da Águada SADCconcordaram emapoiar pessoasfocais do género, afim de sustentaras actividades de

integração do género no sector daágua.

A medida está em consonânciacom os instrumentos da políticaregional que insta todas asinstituições do sector de Águas daSADC para integrar os princípios,metas e objectivos da integraçãodo género nos seus programas deadministração e implementação.

O ano também testemunhou aadopção de um novo acordosobre o clima, que estabeleceuuma base para a comunidadeglobal visando combater osimpactos das mudançaclimáticas. No entanto, houvepouco de agrado para a Áfricaporque algumas de suasprincipais expectativas, queincluem uma maior atenção àagricultura, a melhoria dasfinanças, transferência detecnologia e adoção, ecapacitação, ainda continuam porresolver.

A 35ª Cimeira da SADCrealizada em Agosto marcou oinício de uma nova liderançaliderada pelo Presidente SeretseKhama Ian Khama, do Botswana,que assumiu a presidência daSADC do seu homólogo doZimbabwe, o Presidente RobertMugabe, que também épresidente da União Africana.

Entre as resoluções daCimeira, destaca-se a umahistórica decisão paradesenvolver um plano parahomenagear os fundadores daSADC, e um novo livro sobreJulius Nyerere, intitulado AsanteSana, obrigado Mwalimu,lançado na Cimeira.

O ano de 2015 também viu aregião da SADC a acolher comsucesso o Fórum de CooperaçãoChina África (FOCAC) emJoanesburgo, na África do Sul.

A cimeira tomou medidascorajosas para cimentar benefíciosmútuo entre os dois ladoselevando os laços de cooperaçãoao mais alto nível, incluindo umnovo fundo chinês avaliado em 60

biliões de dólaresnorte-americanospara apoiar odesenvolvimentono continenteAfricano. sardc.net r

2015 Rumo a Industrialização e integração Regional

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2015

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Rumo a utilização e gestão sustentável do meioambiente e recursos naturais

P O L Í T I C A

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

OS MINISTROS aprovaramnovos programas e estratégiaspara fazer avançar a agenda deintegração regional, promover aresiliência às mudançasclimáticas, reduzir as emissões

dos gases de efeito estufa, e promover formas de desenvolvimentode baixo carbono e eficiência de utilização dos recursos.

As estratégias aprovadas são o Programa de Acção Sub-Regional de Combate à Desertificação (SRAP) e Estratégias deMudanças Climáticas e Economia Verde, e operacionalização da LeiContra a Caça Furtiva.

Os Ministros também elogiaram a inclusão da eczonomia azulcomo uma das novas fronteiras para Estados Membros da SADC.

Os Estados-Membros e outras partes interessadas foraminstados a acelerar a implementação das estratégias e programasaprovados, a fim de conter e, quando possível, inverter a actualtendência de degradação do meio ambiente e dos recursos naturais.

A reunião acordou que os Estados-Membros deverão continuara implementar os acordos ambientais multilaterais prioritários paraa região da SADC, particularmente as três Convenções do Rio sobreas Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Desertificação.

A reunião sublinhou a necessidade da região desenvolverposições comuns para falar com uma só voz, a fim de alcançarresultados benéficos para a região. r

OS MINISTROS EXORTARAM osEstados Membros para seprepararem e fazerem apresentaçõesna 17ª Conferência das Partes daConvenção sobre o ComércioInternacional de EspéciesAmeaçadas (CITES) marcada para24 Setembro - 5 Outubro 2016 noJoanesburgo, África do Sul.

A CITES é um acordointernacional que visaassegurar que ocomércio internacionalde animais e plantas

selvagens sem ameaçar a sua sobrevivência.O Comércio internacional de espécies selvagens é lucrativo, estimado

em biliões de dólares. Os níveis de exploração e comercialização dealgumas espécies animais e vegetais são elevados e, juntamente comoutros factores como a perda de habitat, há uma forte probabilidade deestarem a ser esgotadas as suas populações e levando algumas espéciesà beira da extinção, daí a necessidade de regulamentar o comércio, a fimde salvaguardar esses recursos.

Uma das questões actuais que os Países da SADC querem discutir éa necessidade de levantar a proibição internacional do comércio demarfim. A comunidade internacional impôs uma proibição do comérciode marfim, há alguns anos para proteger os elefantes e rinocerontes, queestavam rapidamente a esgotar em algumas áreas.

No entanto, a proibição afecta seriamente as receitas pela conservaçãodos animais na maioria dos países. A maioria dos países com uma grandepopulações de elefantes acumulou grandes quantidades de marfimapreendido e não podem vender enquanto a proibição prevalecer,estimulando a o aumento da caça furtiva uma vez que as comunidadesnão estão a beneficiar dos rendimentos do comércio do marfim. r

O DESENVOLVIMENTODE Áreas de ConservaçãoTransfronteiriças (ACTFs) éuma das principaisiniciativas para a gestãosustentável dos recursos

naturais na região, e os ministros observaram queo desenvolvimento de uma série de ACTFs comoKavango-Zambezi (KAZA), o Grande Limpopo e,mais recentemente, Malawi-Zâmbia.

Os Ministros aprovaram orientações sobreconcessões de turismo no contexto dodesenvolvimento de ACTFs para facilitar parceriasequitativas e empresas mistas entre ascomunidades locais e o sector privado.

As orientações poderão ajudar aimplementação de projectos futuros nas ACTFspara que coexista a conservação e o investimento.

Concessões de turismo estão a emergir comoum novo produto turístico poderoso na ÁfricaAustral e no resto do mundo. Uma grandevariedade de atracções, como montanhas paraalpinismo, trilhas para caminhada, corrida eeventos de canoa, eventos culturais e festivais,além de rotas transfronteiriças, contribuem para oaumento das receitas e impulsionam as ACTFs. r

Aprovada novaEstratégia sobreMudanças Climáticas

SADC prepara-se para CITES

A UTILIZAÇÃO e gestão sustentável do meio ambiente e dos recursos naturais para o crescimentosocioeconómico é um compromisso constante no Tratado da SADC, e esse compromisso reflete-se napromulgação de vários protocolos, programas e instrumentos regionais, bem como na participaçãoactiva dos Estados-Membros nas negociações e ratificação de acordos multilaterais sobre o meioambiente. Os Ministros da SADC responsáveis pelo Meio Ambiente e Recursos Naturais estiveramreunidos em Novembro, em Gaborone, Botswana, para rever o progresso feito na implementação dessescompromissos sobre a gestão do meio ambiente e dos recursos naturais, e ainda analisar e aprovar novosprogramas, estratégias e políticas regionais para o sector do meio ambiente. Algumas das questõesdiscutidas foram as seguintes. r

Rumo a ACTF econcessões de turismo

OS MINISTROS reconheceram aimportante contribuição dos recursosnaturais e do meio ambiente nodesenvolvimento socioeconómico da

região, observando que a SADC é rica em recursos naturais, como a pesca, florestas eminerais, e é o habitat das maiores populações de animais selvagens, incluindo elefantes erinocerontes.

A maioria desses recursos naturais estão ameaçados pela exploração ilegal, comércioilegal, pela exploração excessiva e pelos impactos das mudanças climáticas. Comoresultado, esses desafios minam o progresso que a região está a fazer na componente dasegurança alimentar, criação de emprego e desenvolvimento económico.

Os Ministros destacaram a necessidade de reforçar os esforços para combater a caçailegal e controlar o comércio ilegal de animais selvagens e proteger a flora e a fauna daregião.

Eles observaram progressos na contenção da caça furtiva de rinocerontes e elefantes,desenvolvimento da capacidade na educação ambiental, medição do carbono florestal ehabilidades de negociação para o engajamento eficaz nos fóruns multilaterais.

A SADC desenvolveu vários instrumentos para impedir o comércio ilegal de animaisselvagens. Estes instrumentos incluem os protocolos sobre silvicultura, pescas, conservaçãodos animais selvagens e manutenção da Ordem Pública, Gestão Ambiental para oDesenvolvimento Sustentável, e Gestão dos Recursos Hídricos Partilhados, que promovema gestão e utilização sustentável dos recursos naturais e do meio ambiente. r

Necessidade de eliminar ocomércio ilegal na floresta,fauna e flora

Page 4: SADC HOJE VOL 18 NO 1 DEZEMBRO - sardc.net · presidente da União Africana. Entre as resoluções da Cimeira, destaca-se a uma histórica decisão para desenvolver um plano para

pelo COP", deixando a África emdesvantagem porque não hánenhuma garantia de que omecanismo irá no futuro sertransformado para beneficiar ocontinente.

O acordo faz referência aospequenos Estados insulares e aospaíses em desenvolvimento, semmencionar especificamente aÁfrica, um continente que temuma grande proporção da suapopulação severamente afectadapelos impactos das mudançasclimáticas.

Apesar da África ser o menorcontribuinte para as emissões degases de estufa que causam asmudanças climáticas, o continenteé o mais afectado devido aoslimitados recursos financeiros parase adaptar a essas mudanças.

Zhakata disse que a Áfricapreferiu ser particularmentemencionado no artigo sobreFinanças e na secção sobre avulnerabilidade. Este foi, noentanto, não foi o caso.

Quanto a concessão definanciamento, o artigo 9º doacordo estabelece que "Os Paísesdesenvolvidos devem proverrecursos financeiros para ajudaros países em desenvolvimento noque diz respeito a mitigação eadaptação no quadro das suasobrigações existentes no âmbitoda Convenção e que outras partessão encorajados a fornecer taisapoios voluntariamente. "

Esta cláusula deixou ocontinente duvidoso docompromisso dos paísesdesenvolvidos na concessão de

financiamento para adaptação emitigação, pois numa basevoluntária o compromisso não évinculativo.

O acordo indica que as partesdecidiram "reforçar a concessãourgente de financiamento,tecnologia adequada ecapacitação institucional porparte dos Países desenvolvidos, afim de aumentar o nível deambição da acção pré-2020."

O acordo insta fortemente osPaíses desenvolvidos paraincrementar o seu nível de apoiofinanceiro, com um roteiroconcreto para atingir a meta deconceder em conjunto 100 biliõesde dólares norte-americanos porano até 2020 para a mitigação eadaptação às mudançasclimáticas.

No entanto, a experiênciapassada mostrou que os Paísesdesenvolvidos têm falhado emviver de acordo com estecompromisso e o ritmo em queos países desenvolvidos estão acontribuir para o financiamentodo clima é muito lento.

Os Países africanos achamque as grandes e históricospoluidores devem assumir umaparte justa da responsabilidade,não só para reduzir as suasemissões, mas ajudar as vítimasa se adaptarem aos impactosclimáticos.

Até agora o acesso aos Fundodo Clima Verde tem sido umdesafio desde que foi criadodevido às rígidas condiçõesimpostas pelos paísesdesenvolvidos.

M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S

4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2015

COP 21 adopta Acordo de Paris que por Neto Nengomasha

O NOVO acordo sobre o clima,adoptado nos princípios deDezembro, estabelece uma basesólida para a comunidade globalcombater os impactos dasmudanças climáticas, embora nãosatisfaça as principais expectativasde África.

Especialistas africanos emmudanças climáticas destacaramque o Acordo de Paris adoptadopela 21ª Conferência das Partes(COP21) da Convenção-Quadrodas Nações Unidas sobreMudanças Climas (UNFCCC)realizada de 30 Novembro a 11 deDezembro na França nãoconseguiu conferir a devidaatenção à agricultura.

"Ao longo das negociações,tentamos fazer com que aagricultura fosse integrada notexto de negociação", disseEstherine Fotabong, o Director deCoordenação e Implementação doPrograma da Nova Parceria para oDesenvolvimento de África(NEPAD).

A falta de atenção dada àagricultura no acordo é umdesenvolvimento preocupantetomando em conta a importânciadesempenhada pela agriculturana agenda de desenvolvimentode África.

O sector agrícola éconsiderado como um motorpara o desenvolvimentosocioeconómico na maioriados países africanos.

De acordo com a UniãoAfricana (UA), a agricultura é

responsável por cerca de umterço do Produto Interno Brutodo continente, e mais de doisterços dos seus cidadãosdependem directamente destesector para a sua subsistência.

Um dos pontos que a Áfricatinha na lista para a COP 21 era anecessidade de clareza sobre ofinanciamento por perdas e danosassociados com os efeitos adversosdas mudanças climáticas.

Além de reconhecer aimportância de evitar, minimizar etratar perdas e danos erecomendar para a continuação doMecanismo Internacional deVarsóvia (WIM), o acordo carecede clareza sobre a forma como esteseria financiado.

O WIM foi adoptado na COP19em Varsóvia, Polônia, para lidarcom a questão dos impactos dasmudanças climáticas, incluindoeventos extremos e eventos deinício lento, nos Países emdesenvolvimento que sãoparticularmente vulneráveis aosefeitos adversos das mudançasclimáticas.

Washington Zhakata, Diretordo Departamento de MudançasClimáticas do Ministério do MeioAmbiente, Água e Clima noZimbábue, disse que "os paísesdesenvolvidos se recusaram aaceitar a responsabilidade decompensação, devido a falta declareza sobre o financiamento porperdas e danos."

Artigo 8.1of o acordo indicaapenas que WIM por perdas edanos "pode ser melhorada ereforçada, conforme determinado

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Embora o Artigo 9.9 doacordo visa assegurar um acessoeficiente aos recursos financeirosatravés de procedimentos deaprovação simplificados ereforço do apoio aos países emdesenvolvimento, ele aindacontinua a ser visto como umamiragem.

No que diz respeito aosaumentos de temperatura, oacordo enfatiza a necessidade demanter a média global bemabaixo de 2 ° C, no contexto dodesenvolvimento sustentável edos esforços para erradicar apobreza.

O Artigo 4 do acordoestabelece que, a fim de atingir ameta de temperatura a longoprazo, as partes devem ter comoobjectivo atingir um pico dasemissões de gases com efeito deestufa o mais rapidamentepossível, embora reconhecendoque os Países emdesenvolvimento vão demorarmais tempo para atingir o picodas emissões de gases de efeitoestufa antes do corte para níveisaceitáveis.

A este respeito, as partesreconheceram que os Países estãoem diferentes níveis dedesenvolvimento. Igualmenteimportante é o reconhecimentoda resistência às mudançasclimáticas como um desafioglobal para todos a nível local,sub-nacional, nacional, regional einternacional.

O acordo destaca que aadaptação é uma "componenteimportante e faz uma

contribuição para a respostaglobal a longo prazo asmudanças climáticas no que dizrespeito a protecção daspessoas, dos meios desubsistência e dosecossistemas."

O pacto de Paris sublinha que"medidas de adaptação devemseguir, uma abordagemparticipativa e totalmentetransparente e sensível ao génerono País, tomando emconsideração os gruposvulneráveis, as comunidades eos ecossistemas."

Isto deve basear-se e orientar-se pela "disponibilidade de umaboa base científica e por sistemasde conhecimento tradicionais,indígenas e locais apropriadoscom vista a integrar a adaptaçãonas políticas e acçõessocioeconómicas e ambientaispertinentes."

Para a África, oreconhecimento de sistemas deconhecimento indígena (IKS) naresiliência é crucial porque ascomunidades usam os IKS nocontinente para se adaptarem àscheias e secas e outros desafiosclimáticos.

As Partes acordaram que oacordo estará aberto paraassinatura e sujeito a ratificaçãode 22 de Abril de 2016 a 21 deAbril de 2017.

O acordo entrará em vigordepois de pelo menos 55UNFCCC partes teremdepositado os seus instrumentosde ratificação, aceitação,aprovação ou acessão. sardc.net r

Posição Africana Comum sobreMudanças Climáticas

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S

não agrada a África

ANTES DAS conversações sobre as mudanças climáticasrealizadas em Paris, França no final de Novembro, a ÁfricaAustral adoptou uma posição regional comum para sobre asnegociações.

Os principais elementos da posição, que foi desenvolvidapor negociadores do clima, incluem a questão da adaptaçãomantendo o foco na mitigação e nas medidas para atingir issocomo finanças, adopção e transferência de tecnologia ecapacitação institucional.

A decisão, que foi alinhada com a posição de África, foiaprovada pelos Ministros da SADC responsáveis pelo meio erecursos naturais, que sublinharam a necessidade de falar comuma só voz, a fim de alcançar resultados benéficos para aregião.

De acordo com os especialistas em clima da SADC, aCOP21 devia assegurar que o acordo sobre as mudançasclimáticas fosse baseado em resultados e orientado pararesultados juridicamente vinculativos.

Negociadores africanos também salientaram que asnegociações de Paris deviam conter decisões para apoiar aimplementação do acordo, bem como as declarações sobrefinanciamentos, energia renovável e adaptação.

Especialistas em clima afirmaram ainda que a COP 21devia reforçar os planos nacionais de adaptação e darcoerência ao processo para permitir um maior acesso e apoiopara a implementação das estratégias.

África espera também um continuo financiamento públicopara a adaptação, uma maior cooperação Sul-Sul, bem comoum aumento no financiamento privado e misto para aimplementação.

A posição da África observou que o acordo deveriasublinhar a necessidade dos países desenvolvidos a reduziremas suas emissões a nível nacional e considerem o princípio dasresponsabilidades diferenciadas sobre as respectivascapacidades.

África apelou ao reforço das capacidades técnicas e deapoio aos serviços de informação para uma gestão eficaz dosriscos associados as mudanças climáticas e resiliência. r

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volta participaram70.943 eleitores navotação. Apopulação dasSeychelles é de cerca de93.000 habitantes.

O Presidente Michel, quepassa exercer o seu terceiro eúltimo mandato de acordo coma Constituição do País, apeloupara a unidade nacional eprometeu continuar a promovero d e s e n v o l v i m e n t osocioeconómico do País.

"O resultado da eleição nãosignifica que a nossa nação estádividida. Nós sempre vivemosjuntos, trabalhamos juntos,apesar das nossas diferenças deopinião. E isso vai continuardurante o meu novo mandato",disse Michel, durante a suainvestidura.

Observadores eleitoraisregionais e internacionais

enviados para toda a ilhadeclararam que a votaçãodecorreu em conformidade comas normas regionais einternacionais.

O Chefe da Missão deObservadores da SADC, PatrícioJosé, que é o vice-Ministro daDefesa de Moçambique, disseque "houve uma aderência geralaos instrumentos legaisnacionais relevantes, bem comoaos Princípios e Orientações queregem as eleições democráticasna SADC."

As eleições presidenciais nasSeychelles estavam inicialmenteprevistas para 2016. No entanto,Michel anunciou em Outubroque as eleições seriam realizadasantes da data prevista.

Ele tinha marcado os dias 19a 21 novembro como as dataspara as eleições, mas devido aotempo limitado e reclamaçõesdos partidos da oposição, acomissão eleitoral marcou osdias 03 a 05 Dezembro comodata para as eleições para darmais tempo para que o País sepreparasse para a votação.

Alguns analistasargumentaram que oreescalonamento das eleiçõespara Dezembro foi uma jogadade Michel para gerir ainstabilidade dentro do PartidoLepep onde alguns membrosnão se sentiam satisfeitos comas suas políticas.

Isto pode explicar o resultadotangencial das eleiçõespresidenciais pois o partido nopoder nunca antes tinha sidoforçado a uma segundavolta nas eleiçõesdesde a reintrodução domultipartidarismo em 1993. r

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2015

JAMES MICHEL conseguiumais um mandato para serPresidente das Seychelles depoisde uma das mais disputadaseleições na história daquelaNação insular.

De acordo com os resultadosfinais anunciados pela comissãoeleitoral, o Presidente Michel, doPartido Lepep, obteve 50,15 porcento do total dos votos contra49,85 por cento de WavelRamkalawan, do PartidoNacional das Seychelles,durante as eleições realizadas de16 a 18 de Dezembro.

Isso foi o suficiente paraMichel a ser declarado vencedorabsoluto, por ter acumuladopelo menos 50 por cento maisum voto exigido pelaConstituição.

No entanto, Ramkalawan,contesta os resultados eproclama-se vencedor alegando

que houve irregularidadesdurante a votação em algunsdistritos.

Na primeira volta daseleições presidenciais realizadade 03 a05 de Dezembro, Michele Ramkalawan obtiveram 47,76e 33,93 por cento dos votos,respectivamente, o que levou auma segunda volta já quenenhum dos candidatos haviaobtido votos suficientes.

Esta foi a primeira vez desde1993, quando o Paísreintroduziu a políticamultipartidária, que a ilha tevede ir a uma segunda volta devotação uma vez que o partidono poder sempre havia vencidotodas as eleições presidenciaisna primeira volta.

Um total de 63.893 pessoasvotaram na segunda volta, deacordo com a Comissão Eleitoraldas Seychelles. Na primeira

UM TOTAL de quatro Paísesrealizaram eleições pacíficas naÁfrica Austral em 2015,consolidando ainda mais ascredenciais da SADC como umaregião estável.

O primeiro a ir às urnas foi aZâmbia a 20 de Janeiro paraescolher um novo líder após amorte do Presidente MichaelSata, em Outubro de 2014.

O candidato da FrentePatriótica, Edgar Lungu, recebeu51 por cento dos votos, contra 46por cento de Hakainde Hichilemado principal partido de oposição,o Partido Unido para oDesenvolvimento Nacional, parase tornar no sexto Presidente daZâmbia desde que o País obteve asua independência da Grã-Bretanha em 1964.

No entanto, o País espera maisuma vez realizar eleições geraisem 2016 de acordo com a sua

Constituição, e tem já marcado odia 11 de Agosto como a data daseleições.

O Reino do Lesotho remarcouas suas eleições gerais para o dia28 de Fevereiro 2015 contra operíodo inicial de 2017 como partedos esforços regionais pararesolver a instabilidade políticaque ameaçava o desenvolvimentosocioeconómico do País.

O líder da oposição PakalithaMosisili, que foi Primeiro-Ministro de 1998-2012, obteveuma maioria dos votos naseleições para recuperar o posto.

A SADC está, no entanto, aacompanhar a situação noLesotho após os desafios políticosque surgiram após o assassinatodo ex-Chefe do Exército, GeneralMaaparankoe Mahao, em Junho.

Na República Unida daTanzânia, o Dr. John PombeMagufuli, do Chama Cha

Mapinduzi, foi eleito o quintoPresidente do País a 25 deOutubro.

Ele assumiu o lugar deixadopor Jakaya Kikwete que concluiuo seu segundo e último mandato,de acordo com a Constituição doPaís.

O outro País da SADC arealizar eleições em 2015 foramas ilhas Seychelles (Veja históriaacima).

O ano também testemunhoutransição suave de poder naNamíbia e Moçambique.

O Presidente Filipe Nyusi deMoçambique foi investido emJaneiro, assumindo o lugar deArmando Guebuza na sequênciada sua eleição no final de 2014.

Na Namíbia, Hage Geingobfoi empossado como Presidenteem Março para suceder aHifikepunye Pohamba pós aseleições realizadas em 2014. r

SADC consolida a paz e estabilidade em 2015

E L E I Ç Õ E S

Michel re-eleito Presidente das Seychelles

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

P A Z & S E G U R A N Ç A

A Troika do Órgão Político de Defesa e Segurança da SADC tra-balha em estreita colaboração com o Secretariado da SADC e éresponsável pelas seguintes seis principais áreas:• Política e Diplomacia - inclui a cooperação dos governos e

gestão de desastres;• Defesa - inclui as forças armadas;• Polícia - Organização Regional de Cooperação entre os

Chefes da Polícia da África Austral (SARPCCO) - inclui asegurança de civis;

• Segurança do Estado - inclui o Centro Regional de AvisoPrévio (REWC);

• Segurança Pública - inclui imigração, refugiados, serviçoscorrecionais e parques e vida selvagem;

• Manutenção da Paz Regional - inclui força de prontidão e acomissão regional de manutenção da paz. r

Responsabilidades da Troika do Órgão da SADC

SADC monitora a situação Política no Lesotho

do Primeiro-Ministro PakalithaMosisili.

Durante as audiências, osrepresentantes da Força deDefesa de Lesotho disseram queMahao foi baleado pelossoldados que tentaram prendê-lo depois dele ter iniciado osdisparos com a sua pistola.

No entanto, a família e ospolíticos da oposição de Mahaoinsistem que ele foi baleado semprovocação.

O Juiz Phumaphi entrouvárias vezes emdesentendimentos com osmembros do Governo doLesotho e oficiais superiores doexército sobre o que eleconsidera implícita atitudeevasiva de não responder aperguntas sobre assuntos quedeveriam saber ou sobre a suarecusa em permitir que ossoldados implicados na morte deMahao pudessem prestardepoimentos.

O governo, por sua vez,criticou publicamente o juiz porcolher depoimento de ex-primeiro-ministro Tom Thabanee outros políticos da oposição naÁfrica do Sul.

Eles haviam fugido nomomento da morte de Mahao,dizendo temer pelas suas vidas.Mas o Governo de Lesothoacusou Phumaphi de ter violadoos termos de referência da suacomissão ao colher depoimentosfora do Lesotho.

Phumaphi anunciou emOutubro que estava encerrandosua investigação precocementepor causa da falta de cooperação

dos funcionários do Governo eoficiais do exército. Acredita-seque o seu relatório é muitocrítico do governo, apesar de nãoter sido divulgado.

Mosisili já havia pedido aopresidente Nyusi, comopresidente da Troika do Órgãoda SADC, para repreenderPhumaphi por desrespeitar ostermos de referência dacomissão. Mais tarde, elecontestou a validade dacomissão no tribunal.

Numa conferência deimprensa realizada logo após areunião Troika do órgão daSADC, a Secretária Executiva daSADC, Dra. StergomenaLawrence Tax, disse queRamaphosa iria para o Lesotho"logo que possível" para discutiro relatório e o processo judicialcom o governo lá e informar aTroika.

A SADC manifestoupreocupação pelo facto doGoverno do Lesoto tercontestado o relatório de umacomissão regional de inquéritosobre o assassinato do ex-Chefedo Exército, GeneralMaaparankoe Mahao, em Junho.

Os sentimentos foramexpressos pela Troika do ÓrgãoPolítico de Defesa e Segurançada SADC, que esteve reunido emJoanesburgo, África do Sul, nosprincípios de Dezembro.

A Troika do órgão da SADC,composta pelo Presidente Sul-Africano, Jacob Zuma, seuh o m ó l o g o m o ç a m b i c a n oPresidente Filipe Nyusi, e umfuncionário sénior da Tanzâniarepresentando o presidente JohnMagufuli, indigitou o antigo vicePresidente Sul-Africano, CyrilRamaphosa, "para comunicarrapidamente as preocupações daSADC ao Reino de Lesotho".

Ramaphosa é o facilitador daSADC na crise do Lesotho.

O Órgão Político de Defesa eSegurança da SADC funcionanuma base de Troika e éresponsável pela promoção dapaz e da segurança na região.

É responsável pelofornecimento de orientaçãopolítica aos Estados-Membrossobre questões que ameaçam apaz, segurança e estabilidade naregião. A nível da Cimeira, ondeapresenta relatórios das suasactividades, é composta peloPresidente da Cimeira da SADC,vice-presidente e presidentecessante.

Em Julho, a SADC nomeouuma comissão de inquérito,presidida pelo Juiz do Botswana,Mphaphi Phumaphi, paraexaminar o assassinato de Mahaoe outras circunstânciasrelacionadas que ameaçavam apaz e a segurança no Lesotho, emseguimento da mediação pacíficaque culminará com a realizaçãodas eleições em Fevereiro.

Mahao foi morto a tiros porsoldados que vieram prendê-lo,alegadamente por cumplicidadenum complô contra o Governo

A morte de Mahao foi partede uma grande crise política emilitar no Lesotho que tambémlevou a uma tentativa de golpeem Agosto de 2014, quando oentão chefe do Exército, GeneralTlali Kamoli atacou a residênciade Thabane, que na altura eraprimeiro-ministro, obrigando-oa fugir para a África do Sul.

Depois disso, Thabane tentoudemitir Kamoli e substituí-lo porMahao. O pano de fundo datentativa de golpe foi umadivisão entre Thabane e seuentão parceiro de coaligaçãoMethotjoa Metsing, que depoispassou para o grupo de oposiçãode Mosisili.

Ramaphosa foi nomeadopara facilitar uma solução para acrise e eleições antecipadasintermédias em Fevereiro,ganhas por Mosisili e Metsing.

Eles imediatamentesubstituíram Kamoli como chefedo Exército e analistas noLesotho acreditam que istoprecipitou a crise actual porqueKamoli embarcou num "reinadode terror" contra Thabane e osseus apoiantes. Africa NewsAgency. r

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8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2015

Aquecimento solar de água - umasolução para os desafios energéticosda SADC por Joseph Ngwawi

A ÁFRICA Austral está a enfrentar uma grande escassez de energia,detetada pela primeira vez em 1999, forçando a maioria dos Países aimplementarem programas de gestão da procura, tais como restriçõesno fornecimento da corrente eléctrica.

Considerada como uma das "Cinturas Solares" de África e dotadade uma das melhores zonas de radiação solar do mundo, aComunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) estáintensificando esforços para aproveitar o potencial fornecido pelaenergia solar.

Uma dessas iniciativas é a Iniciativa de Formação e Demonstraçãode Energia Térmica e Solar da África Austral (SOLTRAIN), umainiciativa regional sobre capacitação e demonstração de sistemas solarestérmicos na região da SADC.

O principal objectivo do projecto é ajudar a tirar a região da ÁfricaAustral do uso de combustíveis fósseis prejudiciais ao meio ambientee promover o uso de energias renováveis, com foco no aquecimentosolar de água.

Sistemas solares térmicos, tais como aquecimento solar de água têmum enorme potencial para aliviar os problemas de desemprego, a faltade fornecimento de energia, altos custos de energia e poluição.

Iniciado em 2009, com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento e o Fundo da OPEP para o DesenvolvimentoInternacional, a iniciativa beneficiou cinco países durante as duasprimeiras fases - Lesoto, Namíbia, Moçambique, África do Sul eZimbabwe.

O Coordenador do Projecto SOLTRAIN, Werner Weiss, disse que aprimeira fase decorreu de Maio de 2009 a Agosto de 2012 e a actualsegunda fase começou em Novembro de 2012 e está prevista para serconcluída no final de Fevereiro de 2016.

Weiss disse que as duas primeiras fases do projecto tiveram quatroáreas de foco:• Aumentar a consciência sobre o potencial da tecnologia de

aquecimento solar na região da SADC;• Construir competência na produção de tecnologia de aquecimento

solar;• Criar plataformas de discussão e de incentivo os países participantes;

e,• Estabelecer projecto de demonstração para mostrar que a tecnologia

funciona."Entre 2009 e 2015 cerca de 2.150 pessoas foram treinadas em 80

cursos de formação," disse Weiss, acrescentando que pelo menos 187pequenas e sistemas de aquecimento solar de grande escala foraminstalados durante a primeira e a segunda fase do SOLTRAIN.

As aplicações desses sistemas vão desde sistemas de termossifão depequena escala para casas unifamiliares para sistemas de tamanhomédio até a aplicações industriais e comerciais.

Alguns dos projectos de demonstração foram instaladas emempresas de alimentos e bebidas que requerem uma grandequantidade de água quente para suas operações.

África do Sul tem o maior número de sistemas de aquecimento solarinstalados com 85 beneficiários em cervejarias, matadouros, orfanatos,hospitais, lares de idosos e instituições de ensino superior. Ela é seguidapela Namíbia, que tem 71 instalações de aquecedor solar de água emum projeto habitacional do governo de baixo custo, restaurantes einstituições de ensino superior.

O Zimbabwe tem o terceiro maior número de beneficiários em 19projectos, seguido de Lesotho com 10 e Moçambique com dois projetos.

De acordo com Weiss, a terceira fase do programa terá início emMarço e vai expandir a iniciativa para incluir Botswana como o sextoPaís. A fase decorrerá até Julho 2019.

A terceira fase do projecto vai ver a implementação de planosdesenvolvidos pelos países participantes.

Três dos países participantes desenvolveram roteiros. Trata-se deMoçambique, Namíbia e África do Sul.

Os roteiros delineiam as estratégias e metas definidas pelos países aserem cumpridas até 2030.

Por exemplo, Moçambique pretende instalar pelo menos um milhãode aquecedores solares de água em áreas residenciais até 2030, bemcomo mais de 30.000 em hotéis e outros estabelecimentos de turismo e15.000 em instituições públicas, tais como repartições públicas, hospitaise escolas no mesmo período.

O roteiro Sul Africano mostra que o País pretende instalar pelomenos oito milhões de geiseres solares de água de alta pressão e debaixa pressão em áreas residenciais ao longo dos próximos 14 anos.

Para incentivar e promover a implementação generalizada deaquecimento solar de água, o Departamento de Energia Sul-Africano,através da empresa de electricidade Eskom, lançou um programa deaquecimento solar de água em grande escala.

A Namíbia também tem igualmente objectivos ambiciosos parainstalar sistemas solares térmicos em áreas residenciais, instalações deturismo, hospitais e prédios de escritórios em 2030.

Isto incluirá mais de 200.000 instalações em casas e pelo menos 343em hospitais e clínicas em todo o país.

Mesmo os países participantes, sem roteiros têm os seus própriosobjectivos para promover a implantação de sistemas de aquecimentosolar.

O governo do Zimbabwe vai anunciar, em breve, o lançamento deum Programa Nacional de Água Aquecimento Solar (SWHP) que visainstalar e equipar 250.000 geysers solares durante os próximos cincoanos.

O Ministro do Desenvolvimento de Energia, Samuel Undenge, disseque preparativos para a o SWHP estavam num estágio avançado,estando em curso a elaboração da legislação apropriada para fazercumprir as novas normas de aquecimento solar de água.

O programa obrigaria a todos os novos programas habitacionais aassegurar que sejam instalados aquecedores solares em cada nova casaantes de ligação à rede, com incentivos a ser postas em prática. sardc.net r

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

O MUITO aguardado Centro Regional para Energia Renovável eEficiência Energética da SADC (SACREEE) será oficialmentelançado em Junho 2016, após a conclusão do processo de selecçãodo País que vai ser vir de sede e da nomeação do pessoal para orespectivo secretariado.

De acordo com Nokwazi Moyo, Coordenador Interino doSACREEE, que actualmente funciona em Windhoek, Namíbia, oCentro será lançado nos próximos meses pois o processo derecrutamento do pessoal para o secretariado já foi concluído.

A equipa de gestão será dirigida por um Director Executivo eterá vários níveis de pessoal permanente a serem complementadospor consultores e destacados funcionários internacionais quepossam ser necessárias ao longo do tempo.

A Namíbia foi confirmada como sede do SACREEE pela reuniãodos Ministros da Energia da SADC, realizada em Julho de 2015, naÁfrica do Sul. O Centro será alojado na Universidade de Ciência eTecnologia da Namíbia, que antes era a Politécnica da Namíbia.

Os Ministros da Energia da SADC agradeceram a Organizaçãodas Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) eAgência Austríaca para o Desenvolvimento (ADA) pelo seucontributo durante o processo preparatório do centro.

A ADA e a UNIDO se comprometeram a fornecer apoiofinanceiro para o centro durante os primeiros três anos. Depoisdisso, o centro deve ser autossustentável.

A Criação do centro vai decorrer em três fases, a primeira dasquais envolve a selecção de um País para servir de sede esecretariado do SACREEE.

A fase preparatória, que deveria ser executada de Janeiro aOutubro de 2014, permitiu a criação das comissões técnicas eexecutivas do SACREEE.

A Primeira Fase Operacional foi projectada para ser executadade 2014-2017, durante a qual o centro irá concentrar-seprincipalmente nodesenvolvimento de programas deenergia renovável para a região emobilização de recursos.

A segunda fase operacional, de2018-2021, incidirá sobre asactividades para garantir asustentabilidade do centro após asaída de parceiros de cooperaçãointernacional, tais como a UNIDO.

A criação do SACREEE vai

O CENTRO Regional para Energia Renovável e Eficiência Energéticada SADC é um dos cinco centros regionais de excelência a ser criadopela Organização das Nações Unidas para o DesenvolvimentoIndustrial em todo o mundo.

O Chefe da Divisão de Energia na UNIDO, Pradeep Monga, disseque outros centros de excelência foram estabelecidas ou estão emprocesso de constituição na Comunidade Económica dos Estados daÁfrica Ocidental (CEDEAO), na Comunidade dos Estados da ÁfricaOriental e nas ilhas das Caraíbas e do Pacífico.

O Centro da CEDEAO para a Energia Renovável e EficiênciaEnergética (ECREEE), com sede na cidade da Praia, capital de CaboVerde, é o centro regional mais antigo e o de excelência mais bem-sucedido.

Foi criado em 2010 com o apoio da Áustria, da UNIDO ednaEspanha, e tem vários projectos emblemáticos que cobrem 15 Paísesda CEDEAO.

Estes incluem um projecto para promover a integração do génerono sector das energias renováveis, bem como um banco de dados on-line para a partilha de informação entre os Estados membros.

Monga disse que o SACREEE e o Centro para as EnergiasRenováveis e Eficiência Energética da África Oriental (EACREEE)

poderão estar operacionais nos meados de 2016, devendo osrespectivos secretariados estar localizados em Windhoek,Namíbia, e em Kampala, Uganda, respectivamente.

O Centro para Energia Renovável e Eficiência Energéticadas Caraíbas (CCREEE), localizado em Barbados, foiinaugurado em Outubro 2015, enquanto o Centro Regionalpara Energia Renovável e Eficiência Energética das Ilhas doPacífico (PCREEE) será inaugurado em Setembro de 2016 emTonga.

O objectivo dos centros de excelência é aumentar a absorçãode energia limpa nas várias regiões. r

Centro Regional para Energia Renovávele Eficiência Energética da SADC Lançamento previsto para os meados de 2016

Rede Global de Centros de Energia Renováveis

aumentar a absorção de energia limpa na África Austral,possibilitando a região lidar com alguns dos seus desafiosenergéticos.

O desenvolvimento de um quadro de política regionalharmonizada para energias novas e renováveis foi identificadocomo um importante passo para realização do objectivo de alcançaro equilíbrio entre a satisfação das necessidades energéticas daregião e garantir a sustentabilidade do meio ambiente na SADC.

A SADC está a trabalhar num projecto de Estratégia Regionalde Energias Renováveis, que procura promover a absorção deenergia limpa e garantir que a África Austral tire proveito dasinúmeras oportunidades de energias renováveis que existem naregião.

De acordo com a Divisão de Infra-estrutura e Serviços deEnergia da SADC, quase todos os Estados Membros têm políticasde energia, havendo apenas três que ainda estão a desenvolverpolíticas de energia renovável. Trata-se da Namíbia, África do Sule Zâmbia.

Dados da SADC também mostram que apenas as Maurícias,África do Sul e Zâmbia tem actualmente estratégias de energiarenovável. As Maurícias são o único Estado-Membro com um PlanoDirector de Energia Renovável. r

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10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2015

ÁFRICA AUSTRAL está aenfrentar uma grande escassezde energia, que foi detetada pelaprimeira vez logo em 1999,forçando a maioria dos Países aimplementarem programas degestão da procura, tais comocorte da corrente.

Apesar do controlo dacorrente ter conseguido conter ademanda total de eletricidadena região, a medida tambémafeta o crescimentosocioeconómico porque adisponibilidade de energia é umdos elementos fundamentaispara o desenvolvimentosustentável e é essencial para aagenda de industrialização.

Constituindo mais dametade da população damaioria dos Estados Membrosda SADC, as mulheres sãodesproporcionalmenteafectadas pelos desafiosassociados ao acesso a fontesmodernas de energia em

Para promover os benefíciosda ER, bem como a integraçãodo género no sector, o Centro deDocumentação e Pesquisa paraa África Austral (SARDC) está,portanto, a implementar umprojecto sobre Integração daPerspectiva de Género no Setorde Energia Renovável da SADC.

O projeto tem comoobjectivo incentivar os Países daSADC à criar condições quepromovam a integração dogénero no sector de ER.

Esse projecto envolve não sóa disseminação doconhecimento, mas também apromoção de mudanças deatitudes e comportamentos,incluindo um sentido decompromisso com as diversaspolíticas e tratados regionais einternacionais de que osEstados Membros são partes.O projeto tem como objectivo:

• Coordenação de

acções e prioridadesregionais para a integraçãodo género no sector da ER

• Criar na África Austral umaabordagem integrada paraER

• Reforçar as ligações entre asvárias instituiçõesenvolvidas na ER na região,evitando assim a duplicaçãode esforços

• Aumentar a participação demulheres e homens noc o n h e c i m e n t o etransferências tecnológicasna região

• Capacitação institucional daregião em ER como umsector que pode geraremprego para homens emulheres

• Compilar e divulgar históriasde sucesso sobre ER

O SARDC, que é um parceirodo Grupo Temático de Energiada SADC (ETG) que tem atarefa de sensibilização regionalentre as partes interessadas daÁfrica Austral sobre o domíniode questões fundamentais deenergia na região, irá trabalharem estreita colaboração com aUnidade de Género da SADC ea Divisão de Energia da SADCna implementação do projecto.

O u t r o s p a r c e i r o simportantes incluem o Grupode Empresas de Electricidadeda África Austral (SAPP) e oCentro da SADC para EnergiaRenovável e EficiênciaEnergética (SACREEE).

O projecto conta com o apoioda Agência Austríaca deDesenvolvimento (ADA).Áustria é o principal ParceiroInternacional de Cooperação(ICP) para o sector de energiada SADC responsável emassistir a SADC na facilitaçãoe c o o r d e n a ç ã o d odesenvolvimento de energia naregião. r

comparação com os homens.O acesso à energia por parte

das mulheres na maioria dosPaíses da região é muito baixa eafecta severamente as mulheresdo que os homens.

As Mulheres e raparigas são,em grande medida,responsáveis pelas actividadesdomésticas e comunitárias,incluindo o fornecimento deenergia na maioria dos Paísesda SADC.

Apesar de se reconhecer queos desafios de energia na SADCnão ocorrem de forma isolada eque eles estão ancoradas dentrodo contexto mais amplo dedesenvolvimento, os serviços deEnergia Renovável (ER)apresentam muitasoportunidades para facilitar aretirada da população dapobreza, especialmente quandodirigidos as mulheres devido aoseu papel estratégico nasociedade.

OS PAÍSES da África Oriental eAustral estão a intensificar osesforços no sentido da eficiênciaenergética, que tem estado ausar pouca energia parafornecer o mesmo serviço.

A eficiência energética éconseguida de várias maneiras,incluindo a substituição de umalâmpada incandescente por umalâmpada fluorescente compactapois esta última usa muitomenos energia do que a outrapara produzir a mesmaquantidade de luz.A substituição das lâmpadastradicionais para lâmpadasfluorescentes compactas temsido eficaz na maioria dos Paísesda SADC pois eles reduziramsignificativamente o consumode energia doméstica eimpedem as emissões de gasescom efeito de estufa quecontribuem para as alteraçõesclimáticas.

Por exemplo, aslâmpadasfluorescentescompactaseconomizam até 80 por cento doconsumo de electricidade, emcomparação com lâmpadasincandescentes. Entre 2010 e2014, foram poupados cerca de4,561MW através de iniciativasde gestão da procura na região,de acordo com a SADC.

Prevê-se que a região daSADC possa economizar maisde 6,000MW em 2018, se taisi n i c i a t i v a s f o r e mimplementadas de acordo com oplano.

Especialistas em energia doMercado Comum da ÁfricaOriental e Austral (COMESA),da Comunidade do Estados daÁfrica Oriental (EAC) e daSADC reuniram-se emNovembro, em Windhoek,Namíbia, num seminário

regional sobre eficiênciaenergética para explorarsinergias e coordenação emactividades de eficiênciaenergética na região e paraadoptar uma estratégia que irácriar uma plataforma para aimplementação de eficiênciaenergética na região.• Desenvolvimento de política

e plano de acção • Padrões de eficiência

energética e mecanismos deapoio da procura e da oferta

• D i s s e m i n a ç ã o d einformação, sensibilização ecapacitação

• D e s e n v o l v i m e n t o d enegócios e de mercado. r

E N E R G I A

A Integração do Género no Sectorde Energia Renovável da SADC

Rumo a eficiência energética

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

O Reconhecimento da moedaglobal é mais do que simbólico e,embora não seja um objectivo dapolítica económica chinesa, é maisum passo em direcção a umamoeda comercializadaglobalmente. O principalresultado poderá ser que os paísesda África, como Zimbábwe eoutros, passem a aceitar o RMBpara a troca.

Um contribuinte disse paraforbes.com que este anúncio diz-nos que o FMI, e por extensão acomunidade financeira mundial,acredita na China como "umactor indiscutível de nívelsuperior na economia global;que apoia os esforços da Chinapara internacionalizar a suamoeda; que acredita no processode reforma económica deBeijing".

Sanjiv Shah, o Diretor deInvestimentos da Sun GlobalInvestments diz que "o impacto alongo prazo será maissignificativo, uma vez que levaráa um maior uso do yuan nastransações internacionais."

A firma japonesa deconsultoriasa, Nomura, disse queespera que o RMB possa superar

o iene e a libra esterlina em cincoanos em termos do seu nível deutilização no comércio mundial, ejuntar-se-a ao dólar e ao Euro em2030.

"Depois de anos como a maiornação exportadora do mundo",disse a Nomura, "A China estáagora a tentar exportar o produtofinal 'Made in China': ORenminbi"

O fundador da Capital Hao,Charles Liu, disse à TelevisãoCentral da China (CCTV) que,pesar do impacto positivo dadecisão, o reconhecimento doRMB pelas instituições financeirasinternacionais é "tardia" e"relutante".

O anúncio do FMI veioapenas horas antes do Presidentechinês, Xi Jinping, terdesembarcado em Harare,Zimbabwe, a capital doPresidente Robert Mugabe, queé o actual presidente da UniãoAfricana. O Presidente Mugabedisse à imprensa durante umaconferência de imprensaimprovisada na casa do Estadoque o presidente Xi é "o nossomaior amigo na comunidadeinternacional". r

PAÍSES da África Oriental eAustral iniciaram o processo deratificação do Acordo Tripartidoda Área de Comércio Livre(ATCL), assinado em Junho de2015.

A rápida ratificação doacordo da ARCL irá garantir aaplicação harmoniosa e olançamento final de um mercadoalargado que se estende do Caboao Cairo.

Dezasseis países assinaram aACL Tripartida até a data. Trata-se de Angola, Burundi, Comores,República Democrática doCongo, Djibuti, Egipto, Quênia,Malawi, Namíbia, Ruanda,Seychelles, Sudão, Swazilândia,a República Unida da Tanzânia,

Uganda e Zimbabwe. Destes,oito são Estados Membros daSADC.

Os restantes Países poderãoassinar o acordo logo após otempo que solicitaram paraconcluir os seus processosinternos antes de assinarem odocumento. Estes sãoBotswana, Etiópia, Eritreia,Líbia, Lesotho, Madagáscar,Maurícias, Moçambique, Áfricado Sul, Sudão do Sul e Zâmbia.

Para que o acordo entre emvigor é necessário que pelo menos14 dos 27 Países do arranjotripartido o ratifiquem. .

O processo de aprovação deum instrumento jurídico regionalrequer, em primeiro lugar, a

assinatura, ratificação e, emseguida - um processo quedifere de país para país.Alguns exigem a aprovação doParlamento.

O protocolo, emseguida, "entra em vigor",após a ratificação por doisterços dos Estados membros eo avanço da lei regional deveser uma intenção declarada deaplicação real. r

C O M É R C I O

O FUNDO MonetárioInternacional reconheceu o reallugar da China nas finançasglobais, adicionando a moedachinesa à sua cesta de moedasglobais.

Um anúncio do FMI, feito a 30de Novembro, disse o renminbi(RMB) será integrado na suaBolsa de Direitos Especiais (SDR)que inclui quatro outras moedasinternacionais.

O FMI disse que o valor daSDR será baseado na médiaponderada dos valores dasmoedas, e outras fontes disseramque o RMB seria ponderada a umvalor de 10,92, que é inferior aodólar americano e ao Euro, massobretudo a libra britânica e aoiene japonês.

A mudança no estatutointernacional da moeda chinesaem termos de instituiçõesfinanceiras de Bretton Woods, queterá efeitos a partir de 1 deOutubro de 2016, é um

reconhecimento de que

o RMB (também conhecido poryuan) é uma importante moedade reserva.

O FMI revê a sua cesta demoedas em intervalos de cincoanos, e rejeitou o RMB, há cincoanos, em 2010, dizendo que amoeda não respeitava algunscritérios, essencialmente dois:volume do comércio e uso damoeda no comércio internacional.

A China, sem dúvida, tem omaior volume de comérciointernacional, mas apenas 2,5 porcento do comércio internacionaltabulado usa a moeda chinesa,devido à falta de reconhecimentocomo uma moeda negociável, eRMB é usado apenas emtransações envolvendo China.Para efeito de comparação,enquanto o dólar dos EstadosUnidos que é usado para ocomércio dos Estados Unidos, eleé usado principalmente para ocomércio envolvendo terceiros.

Mas agora, a 30 de Novembrode 2015, o FMI diz que a moedachinesa cumpre a norma"livremente utilizável", e que anegociação é significativamenteem dois dos três fusos horáriosinternacionais.

FMI reconhece moeda chinesa como mundial

ACL Tripartida prestes a serratificada

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C H I N A - Á F R I C A

estratégica" pode beneficiar odesenvolvimento local,contribuindo simultaneamentepara redefinir as estruturas degovernação global.

O Presidente Xi chegou aoZimbabwe a 1 de Dezembro afrente de uma delegação de maisde 200 pessoas, incluindo altosfuncionários do governo e dopartido.

O Presidente Mugabe disseaos jornalistas que as relaçõesentre o Zimbabwe e Chinaatingiram um novo recorde nasequência da visita de Estado.

"Apesar de sua breve estadiana essência a visita foifenomenal e será semprelembrada por nós no Zimbabwe.Os chineses e os Zimbabweanossão excelentes amigos, amigosnão apenas hoje, amigos queestabeleceram a sua amizade háanos trás e nosso futuro serásempre nessa direcção. Nóssomos amigos de longa data. "

O Presidente Xi agradeceuaos Zimbabweanos pelacalorosa recepção, dizendo:"Estou satisfeito com esta visita."Ele disse que a consolidação dasrelações com o Zimbabwe eoutros países africanos continuaa ser uma pedra angular dapolítica externa chinesa,acrescentando que ele valoriza acontribuição importante doZimbabwe para a solidariedade

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2015

em Gwayi. O outro foi assinadopela AVM África e Assembleiade Automóveis de Beijing.

Os acordos irão dar umimpulso para a implementaçãodo plano de desenvolvimentodo Zimbabwe, da Agenda parao Desenvolvimento Sustentávele TransformaçãoSocioeconómica do Zimbabwe(Zim-Ativos).

Outros acordos geraisincluem um sobre a cooperaçãoeconómica e técnica entre oZimbabwe e a China assinadopelos Ministros de Comérciodos dois Países.

Outro acordo-quadro sobre oreforço do investimento foiassinado pelo Ministro naPresidência para a CoordenaçãoPolítica e Promoção da EmpresasMistas e Socioeconómicas com aprincipal Agência dePlaneamento da China, AComissão de Reforma eDesenvolvimento Nacional(CNDR).

China, como o maior país emdesenvolvimento, e a África, ocontinente com o maior númerode Países em desenvolvimento,são cada vez mais influentes nosassuntos globais e reforçamactivamente a cooperação.

Um recente simpósio emHarare sobre as relações China-África abordou a forma comoesse "novo tipo de parceria

DOZE ACORDOS deinvestimento foram assinadospela China e Zimbabwedurante a visita de Estado doPresidente chinês, Xi Jinping.

O Presidente Xi e o seuanfitrião, o Presidente RobertMugabe, testemunharam aassinatura dos acordos pordiferentes ministros no valor de4 biliões de dólares norte-americanos, cobrindo as áreasde aviação, energia,telecomunicações, infra-estrutura e empreendimentosdo setor privado.

Os acordos incluemfinanciamento para expansãoda Central Eléctrica de Hwangee um projecto nacional de bandalarga de fibra óptica, aconstrução de um novo edifíciodo Parlamento e um armazémde produtos farmacêuticos, efornecimento de equipamentosde monitoria da vida selvagem.

Durante o primeiro semestredo próximo ano, o Banco ChinêsEximbank vai começar aconceder empréstimos aoZimbabwe de mais de 1,1 biliãode dólares para a expansão daEstação de Energia de Hwangee o projecto TelOne de bandalarga de fibra óptica.

A firma chinesa Sino-Hydrofoi contratada para realizar oprojecto Hwange que vaiadicionar 600 megawatts deenergia à rede nacional, que estáa enfrentar baixos níveis deágua na central hidroeléctricade Kariba e falhas recorrentesem Hwange.

Os acordos incluem umadoação de 65 milhões de dólarespara a construção de um novoedifício do Parlamento e umarmazém farmacêutico.

Dois dos acordos sãodirigidos ao sector privado. Umfoi assinado pelo CentroInternacional de Negócios daChina e pela Firma de Energiade Luz Solar para África e Chinasobre o desenvolvimento deminas de carvão e de gásmetano e uma central térmica

e o desenvolvimento de Áfricadurante o ano passado, quandoo Presidente Mugabe ocupou aPresidência da União Africana."Na condução das relações daChina com África, aderimos aosprincípios da sinceridade,resultados práticos, afinidade eboa-fé, e defesa dos valores daamizade, justiça e interessespartilhados".

Ele disse que os dois líderesse encontrariam novamente noFórum de Cooperação China-África (FOCAC) que vaidecorrer em Joanesburgo,África do Sul, de 4-5 deDezembro.

FOCAC é uma plataformacada vez mais influente que temdesempenhado um papelimportante no reforço dodiálogo colectivo e cooperaçãoprática desde que foi criado há15 anos.

Numa declaração sobre apolítica da China em Áfricaapresentada no ano passado nasede da União Africana naEtiópia, o Presidente doConselho de Estado da China,Li Keqiang, comprometeu-se apromover grandes projectos emseis áreas de cooperação -finanças, a redução da pobrezaindustrial, ecológica e aprotecção do ambiente,intercâmbios culturais einterpessoais, reforço da paz eda segurança. Estas são asprincipais áreas de foco para adiscussão no FOCAC e nosubsequente Plano de Acçãopara os próximos três anos2016-2018.

O Plano de Acção tem umadimensão regional significativa,porque pela primeira vez apoiaàs estruturas regionais queconstroem a unidade Africana.A segunda Cimeira do FOCAC,que vai decorrer emJoanesburgo após a 6ª reuniãoministerial, vai continuar amelhorar este mecanismo decooperação, enriquecer o seuconteúdo e tornar a plataformamais prática e eficiente. r

Presidente Chinês realiza visita histórica ao Zimbabwe

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C H I N A - Á F R I C A

por Munetsi Madakufamba

DESDE A formação do FórumChina África há 15 anos, asrelações entre os dois ladoscontinuam a atingir novospatamares nas esferaseconómicas, culturais, políticas ede segurança.

A Cimeira do Fórum deCooperação China Áfricarealizada em Joanesburgo, de 4-05 Dezembro de 2015, tomounovas medidas ousadas paracimentar o benefício mútuo entreos dois lados, tendo os laçosatingido níveis ainda maiselevados, incluindo um novofundo chinês de 60 biliões dedólares norte-americanos paraapoiar o desenvolvimento docontinente Africano.

Embora as relações entreChina e África datem de váriosséculos - desde as relações pré-coloniais, que foram em grandeparte conduzidas através dasrelações comerciais da eracolonial, quando a cooperaçãopolítica e militar floresceu, paraa era pós-colonial, quando acooperação económica tomou ocentro do palco apesar deprevalecerem os laços políticos -a China mostrou recentementeum interesse sem precedentespela África.

O Fórum de CooperaçãoChina África (FOCAC), em 2000,constituiu-se numa plataformamais estruturada paraaprofundar os laços entre os doislados em várias esferas desdeassuntos de cariz política atéáreas económicas.

Os dados mais recentesindicam que o comércio entre osdois lados chegou a 220 biliões dedólares norte-americanos em2014, enquanto o investimentodirecto da China em Áfricasuperou 30 biliões de dólaresnorte-americanos no mesmo ano.

Num discurso proferido nacerimónia de abertura daCimeira de Joanesburgo do

nunca nos colonizou, fazendoaquilo que aqueles que já noscolonizaram deveriam fazer ",disse ele.

O Presidente Sul-Africano,Jacob Zuma, anfitrião da cimeirado FOCAC 2015, disse que aChina tem sido um "amigoconsistente de África".

Ele disse que o tema daCimeira de 2015, "África-ChinaProgredindo Juntos: Ganhoscolectivos da cooperação para odesenvolvimento comum",alinha com a Agenda 2063, umavisão do continente a longoprazo.

Todos, desde os EstadosUnidos da América até a Europaestão a tentar fazer negócios coma China, apontando para umaquota de 4,3 triliões de dólaresnorte-americanos de reservas dogigante asiático.

África não é excepção, e oslíderes africanos estão buscandoa cooperação mutuamentebenéfica com a China. TantoMugabe e Zuma deixaram esteaspecto bastante claro. Mugabedisse que algumas pessoas têmuma visão distorcida dasrelações entre a China e a África.

Ele disse que o Ocidente"procura retratar e reduzir asnossas relações numa perspectivapuramente comercialimpulsionada na sua opinião,como eles dizem, por apetites daChina pela vontade de extrairmatérias-primas do nossocontinente ... Pelo contrário, arealidade, felizmente, não vai deencontro com as tais criaçõesimaginativas distorcidas ".

Ele disse que as "relações sãomuito mais profundas do que aextração de recursos."

A estratégia da China de nãoconcentrar-se somente nosrecursos em África apenas temsido clarificada pelasautoridades chinesas em muitasocasiões. Xi, em particular, faloude forma consistente das "novasnormas" através das quais

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

mundo está a efectuar mudançasprofundas.

Parte dessas "nova normas"são, sem dúvidas, manifestadaspela maturação da economiachinesa, que agora procuramudar da dependência de umrecurso para um novo sistemaeconômico centrado noconsumidor e com uma classemédia forte.

É uma economia que está atentar exportar algumas das suasindústrias de trabalho intensivopara África, por exemplo aconstrução de parquesindustriais que irão tirar proveitodo dividendo demográfico docontinente.

A Dra. Nkosazana Dlamini-Zuma, que é presidente daComissão da UA, disse que aÁfrica está a beneficiar deinvestimentos das empresaschinesas tomando em conta queo continente "tem umapopulação jovem num mundoem envelhecimento".

Ela disse que este movimentoé bem bem-vindo porque ocontinente procura tirar proveitodo valor acrescentado a fim decriar postos de trabalho e lidarcontra a volatilidade dos preçosdos seus produtos primários nomercado internacional.

A Cimeira de Joanesburgo,realizada nos dias 4-5 deDezembro, foi precedida porreuniões de Ministros e AltosQuadros, bem como fóruns para osector privado, universidades eórgãos de comunicação social, queprepararam a cimeira.

Esta é a sexta reunião doFOCAC, a nível ministerial desde2000, e em termos Cimeira é asegunda. A primeira cimeirarealizou-se em Beijing, em 2006. ACimeira de Joanesburgo teve aparticipação de 50 Paísesafricanos, principalmente a nívelde Chefes de Estado, bem comorepresentantes da União Africanae das suas comunidadeseconómicas regionais. r

FOCAC a 4 de Dezembro, oPresidente chinês, Xi Jinping,anunciou 10 Projetos deCooperação China África, queseriam apoiados com um fundode 60 biliões de dólares norte-americanos.

O plano abrange odesenvolvimento de uma amplagama de sectores do continenteAfricano, incluindo a melhoriada capacidade industrial docontinente, a modernizaçãoagrícola, o desenvolvimento deinfra-estruturas, modernizaçãode assentamentos rurais eurbanos, o desenvolvimentoverde, facilitação do comércio einvestimento, a redução dapobreza, a melhoria da saúde, dacultura e vida das pessoas atroca, cooperação para a paz esegurança.

Delineando a visão do seupaís para a África, Xi disse que ofundo, que consiste emsubvenções, empréstimosconcessionais favoráveis e outrosfundos de investimento, serãocanalizados para áreasselecionadas pelos paísesafricanos contrastando com asprioridades impostas por outrosparceiros.

Ele disse que a política externada China em África é orientadapor cinco princípios que incluema igualdade política e confiançamútua, a cooperação económica,enriquecedor mutuamente ointercâmbio cultural e de povo apovo, a assistência mútua na paze segurança, e a solidariedade ecooperação nos assuntosinternacionais com vantagenscolectivas.

O Presidente do Zimbabwe,Robert Mugabe, que é Presidenteda União Africana, convidou oslíderes africanos a agradecer aopresidente chinês, pela suagenerosa assistência aocontinente.

"Aqui está um homem querepresenta um País antesconsiderado pobre; um país que

Cooperação China-África atinge novos patamares

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SADC e UNODC avaliam a implementação conjuntado programa regional

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O SECRETARIADO da SADCenviou uma delegação de altonível para Tóquio em Novembro,para reforçar as relações com oJapão na qualidade de umimportante parceiro.

A visita, liderada pelaSecretária Executiva da SADC,Dra. Stergomena Lawrence Tax,faz parte dos esforços paraacelerar a mobilização derecursos para as prioridades daSADC e explorar asoportunidades de investimentona região, com base no novoPlano Estratégico Indicativo deDesenvolvimento da SADC, naEstratégia e Roteiro deIndustrialização da SADC, nosprojectos de infra-estruturasregionais prioritárias e no quadroda Conferência Internacional deTóquio sobre o DesenvolvimentoAfricano (TICAD).

O Vice-Ministro japonês dosNegócios Estrangeiros eAssuntos Parlamentares,Masakazu Hamachi, assegurouque o seu País pretendeaprofundar as relações com a

A SADC e os Escritório das Nações Unidas contraDrogas e Crime (UNODC) identificaram áreasprioritárias para uma futura cooperação visandoa promoção da saúde, justiça e segurança,combate ao uso de drogas ilícitas e ao crimeinternacional.

As áreas prioritárias foram identificadas emNovembro numa reunião do Comité Directivo doprograma regional realizado para avaliar aimplementação do Programa Regional Conjuntoda SADC-UNODC, que visa tornar a SADC umaRegião Segura e Livre do Crime e Drogas: 2013-2016. O programa tem três pilares estratégicos:• Pilar 1. . Combater o Tráfico Ilícito de Drogas

e o Crime Organizado. Este destina-se areforçar as capacidades de controlo e de gestãodas fronteiras regionais, apoiar os esforçosantinarcóticos com especial atenção aosprecursores químicos, apoiar os países aresolver crimes urbanos e emergentes, efortalecer os programas contra a lavagem dedinheiro e as capacidades forenses na região.

• Pilar 2. Justiça Criminal e Integridade. Este

pilar está virado para apoiar os esforçosnacionais no combater a corrupção e fortaleceras instituições de justiça penal na região,melhorando a eficácia de investigação, acessoà justiça, julgamento justo e execução desanções penais, e garantir a protecção degrupos vulneráveis.

• Pilar 3. Melhorar a prevenção datoxicodependência, tratamento, cuidados eprevenção do HIV, tratamento e cuidados parapessoas que usam drogas, incluindo usuáriosde drogas injetáveis e em AmbientesPrisionais. Este pilar visa apoiar os países areduzir a demanda de drogas, prevenirinfecções pelo HIV e outras enfermidadesrelacionadas com a droga, bem como o HIV eSIDA nas prisões, e promover o tratamentopara reduzir consequências sanitárias e sociais.

Há três áreas transversais de apoio àimplementação desses pilares.

Essas são a recolha de dados e análise,assistência legislativa e capacidade dedesenvolvimento. sadc.int r

Estratégia e Roteiro deIndustrialização da SADC.O Secretariado apresentouos projectos prioritáriosregionais de infra-estruturas da SADC queestão prontos para oinvestimento, e enfatizou anecessidade de aprofundara colaboração SADC-JICA anível regional através daTICAD VI, enfatizando a

importância de projectosregionais para os investidores.

"Os projectos regionaispermitem aos investidorestirarem proveito das economiasde escala, de um mercado maiore alcançar maiores retornossobre o investimento. Eles sãomais fáceis de implementardevido à participação eapropriação por parte de váriosPaíses", disse a Dra. Tax.

O Japão tranquilizou a SADCsobre o seu compromisso com aregião devido aos seusabundantes recursos naturais, oelevado potencial de crescimentoe a estabilidade política.

Por exemplo, a proposta doPlano Director para o Sector deEnergia na África Austral está aser utilizada para a mobilizaçãode recursos para os projectosprioritários de energia.

Com o apoio do Japão e deoutros investidores, Moçambiqueestá a estudar formas demelhorar e desenvolver umacadeia de valor do gás.

A SADC também obteveapoio japonês noestabelecimento do PostoFronteiriço de Paragem Únicaem Chirundu, entre a Zâmbia eZimbabwe, bem como nos seusplanos para a construção daponte de Kazungula.

Um dos principais destaquesda visita foi um seminário sobreoportunidades de investimentona região da SADC,onde a SADC apresentoudetalhadamente os projectosprioritários de infra-estruturasregionais nos sectores daenergia, transportes, TIC, água eturismo. sadc.int r

C O O P E R A Ç Ã O

SADC, e afirmou que oJapão vai utilizar a TICADVI em 2016 para tornarmais visível o apoio àÁfrica.

"Entre outras coisas, oJapão está a considerarformas de aumentar aparticipação dos sectorespúblico e privado, comfoco, entre outras coisas:nos Transportes e Energia eDesenvolvimento daAgricultura através do agro-processamento", disse.

O Japão e SADC reafirmarama importância da sua cooperaçãoe comprometam-se a continuar atrabalhar juntos, guiados peloMemorando de 2012, sobre aCooperação, que prioriza oDesenvolvimento de Infra-estruturas; Promoção e Expansãodo Comércio, Investimento eTurismo; Desenvolvimento doSector Privado; Cooperação naAgricultura e Recursos Naturais;e diálogo político.

A este respeito, ambos oslados concordaram, entre outras

coisas, na implementação rápidados recém-assinado ProjectoRegional de Florestas SADC-Japão e em implementar o PlanoDirector da SADC para o Sectorde Energia, actualmente a serpreparado com a assistência daAgência de CooperaçãoInternacional do Japão (JICA).

Durante a visita, oSecretariado da SADC reuniu-secom vários outrosintervenientes, incluindo a JICA,onde os principaisdesenvolvimentos na regiãof o r a m d e l i n e a d o s ,nomeadamente a revisão doRISDP e a preparação da

SADC reforça cooperação com o Japão

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

Dezembro - Março 2015Dezembro30 Novembro – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas11 Dezembro, A 21ª Conferência das Partes (COP 21) na UNFCCC reúne- se em Paris França para prosseguir as negociações no sentido de um consenso global sobre

as mudanças climáticas. Apesar do progresso feito no sentido de umacordo vinculativo, prevalecem profundas divisões sobre os níveis deemissões de carbono, financiamento do clima, tecnologia, capacidadede adaptação e gestão de riscos.

4- 5, África do Sul 2ª Cimeira do Fórum de Cooperação China-África

Esta é a sexta reunião a nível ministerial desde a criação do FOCAC no2000, e é a segunda cimeira de líderes africanos e da China. A primeiracimeira realizou-se de 2006, em Beijing. Reunião decorreu sob o lema"África-China Progredindo Juntos: Ganhos colectivos da cooperação parao desenvolvimento comum" e serviu para melhorar a cooperação China-África, enriquecer o seu conteúdo e tornar a plataforma mais prática eeficiente.

10-11, Botswana Mecanismo Sub-Regional de Coordenação para a África Oriental e Austral

A reunião das partes interessadas é um fórum para consultas sobre aforma de alcançar os objectivos do Plano de Negócios do MecanismoSub-Regional de Coordenação (SRCM), incorporando-o como umacomponente crucial dos planos de trabalho e orientações estratégicaspara as comunidades económicas regionais e organizaçõesintergovernamentais. O lema é: "Rumo a uma integração eficaz doPlano de Negócios do SRCM, 'Processo de Planeamento e Definiçãode Prioridades".

15-18, Quénia 10ª Conferência Ministerial da OMCO mais alto órgão de tomada de decisão da Organização Mundial doComércio (OMC) é a conferência ministerial, que se reúne em intervalosde dois anos, abarcando todos os membros da OMC. A conferênciaministerial toma decisões sobre questões abrangidas por qualquer dosacordos comerciais multilaterais.

Janeiro11-13, França Seminário sobre Cooperação Regional no Sector Energias Renováveis

O objetivo deste seminário é iniciar um intercâmbio entre fornecedoresde dados regionais e especialistas em energia renováveis sobre tópicose iniciativas em curso bem como estratégias futuras para promover arápida implantação das energias renováveis.

18–21, Emiratos Cimeira Mundial sobre Energia do FuturoÁrabes Unidos A cimeira será dedicada às energias renováveis, eficiência energética e

energias limpas. WFES 2016 apresentará as partes interessadas do sectorde energia uma oportunidade única para troca e partilha de tecnologia,boas práticas e parcerias de negócios.

30-31, 26ª Sessão Ordinária da União AfricanaEthiopia Chefes de Estado e de Governo reúnem-se na sua 26ª Sessão Ordinária da

União Africana, precedida por reuniões ministeriais e técnicas dosfuncionários. O tema da UA para este ano é "2016: Ano Africano dosDireitos Humanos com especial incidência sobre os Direitos das Mulheres".

Fevereiro 2, Global Dia Mundial de Zonas Húmidas

Esta data marca a adopção da Convenção sobre Zonas Húmidas em1971 na cidade iraniana de Ramsar, hoje amplamente conhecida comoa Convenção de Ramsar

16-17, Feira de Energia Indaba 2016África do Sul O Indaba reunirá especialistas internacionais e continentais para partilhar

ideias e soluções para os desafios energéticos de África explorando, aomesmo tempo, as vastas oportunidades de desenvolvimento de energiaexistentes em África.

Março9, Botswana Grupo Temático de Energia da SADC

O ETG SADC é uma reunião de coordenação de parceiros decooperação, especialistas da SADC e das suas organizações subsidiáriaspara discutir formas de ajudar a região a lidar com os desafiosenergéticos.

E V E N T O S

AFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimentoregional. Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação

social e outras entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,Phyllis Johnson, Danai Majaha, Shirley Pisirai, Anisha Madanhi,

Ntombikamama Moyo, Nyarai Kampilipili, Allan Chiduza

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE conta com o apoio da Agência Austríaca para oDesenvolvimento, que assiste o Grupo Temático de Energia da SADC co-presidido pela

Áustria.

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COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

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SADC HOJE Vol 18 No 1 DEZEMBRO 2015

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8 Dezembro Imaculada da Conceição Seychelles9 Dezembro Dia da Independência Tanzânia10 Dezembro Dia Internacional dos Direitos Humanos Namíbia 16 Dezembro Dia Reconciliação África do Sul22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe25 Dezembro Natal Toda SADC menos Angola e Moçambique Dia da Família Angola, Moçambique 26 Dezembro Dia da Boa-Vontade África do Sul Dia da Família Namíbia Dia do Boxe Botswana, Lesotho, Swazilândia, Tanzânia, Zimbabwe29 Dezembro Dia do Incwala Swazilândia

1 Janeiro Dia do Ano Novo SADC2 Janeiro Feriado Público Botswana,Maurícias, Seychelles4 Janeiro Dias dos Mártires RDC12 Janeiro Dia da Revolução de Zanzibar Tanzânia15 Janeiro Dia de John Chilembwe Malawi16 Janeiro Dia dos Heróis (Laurent Kabila) RDC17 Janeiro Dia dos Heróis (Patrice Lumumba) RDC

1 Fevereiro Dia da Abolição da Escravatura Maurícias 3 Fevereiro Dia dos Heróis Moçambique 4 Fevereiro Dia Nacional da Luta Armada Angola8 Fevereiro Festival da Primavera Chinesa Maurícias

FERIADOS PÚBLICO NA SADC Dezembro de 2015-Fevereiro de 2016

04 DE JANEIRO é comemorado como Dia dosMártires na República Democrática do Congo

(RDC), que celebra a acção de massas naqueladata, em 1959, que foi o início do fim do domínio

colonial belga no Congo. "Independênciaimediata", o slogan dos manifestantes de

Kinshasa, logo se tornou uma exigênciainegociável do movimento da independêncianacional e marcou o início da radicalização daluta. O curso da história congolesa foi alteradopor este evento.

Um futuro partilhado no seio da Comunidade Regional

RDC lembra Mártires da LibertaçãoH I S T Ó R I A H O J E

11 DE Novembro foi a data que Angola ganhou a suaindependência há 40 anos, em 1975, na sequência de uma guerrade libertação nacional contra o colonialismo Português. Navios portugueses chegaram a Angola em 1483 ostentandoa bandeira do cristianismo, mas na verdade, voltado paraconsignar milhões de africanos como escravos através do mar paraas Américas. Cerca de quatro milhões de escravos foramtransferidos para o exterior de Angola durante cerca de 300 anospara trabalhar em plantações no Brasil e nas minas do México. A Resistência aumentou porque angolanos indígenas erambrutalmente reprimidos até os meados do século 20, porquePortugal, uma metrópole na Europa, considerava Angola eMoçambique como territórios das suas províncias. Nacionalistas angolanos criaram e sustentavam movimentos políticosclandestinos até os anos 1950. Inspirados pelo aumento dos sentimentosanticoloniais em toda a África, eles realizaram uma série de revoltas violentas em1961, destinadas a libertar os presos políticos e protestando contra os abusos dotrabalho agrícola. Isto tornou-se a faísca para o começo da guerra de libertação,desencadeada pelo Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA),liderado pelo Dr. António Agostinho Neto. Apesar de dois movimentos criados e apoiados pelo Ocidente para colaborarcom o poder colonial e luta contra o MPLA, o movimento de libertação assaltou acapital e territórios suficientes para reivindicar a independência. A 11 de Novembrode 1975, a administração Portuguesa embarcou nos seus navios que estavamatracado no porto de Luanda, navegaram de volta para casa. A Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), liderada por umemigrante do Congo, Holden Roberto, lutou contra o MPLA, no norte; enquanto aUnião Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderada por JonasSavimbi, lutou no sul, apoiado pelo apartheid na África do Sul. O novo governo do MPLA recebeu apoio material da União Soviética, Jugosláviae Cuba, e as tropas cubanas lutaram como aliadas no sul de Angola depois do Paíster sido pelas Forças de Defesa Sul-Africano depois da independência. As forçasconjuntas realizaram uma ponte estratégica e impediram o objectivo apartheid demarchar para Luanda. Uma escalada de guerra total continuou depois da independência, com ataques doexército Sul Africano, invasões e ocupações e, talvez mais significativamente, o intensointeresse demonstrado pelos Estados Unidos da América no destino de Angola, foramfactores que marcam a história recente de Angola. Em 1991 realizaram-se eleiçõesmultipartidárias, no meio de um cessar-fogo que logo foi quebrado e a guerracontinuou até que Savimbi foi derrotado e morto em Fevereiro de 2002. O envolvimento ocidental e em particular dos Estados Unidos em Angolaremonta ao início da luta pela independência no início de 1960. A razão é agoraevidente. Angola é rica em minerais, incluindo diamantes, mas o mais importante,tem vastas reservas de petróleo no litoral. Angola é agora o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana,depois da Nigéria e é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo(OPEP) desde 2007, fornecendo uma parcela significativa das importações depetróleo dos EUA. A produção de petróleo em Angola aumentou gradualmente a partir da década de1960 até a década de 1990, atingindo cerca de 750.000 barris / dia em 2000. Os primeiroscampos em águas profundas foram abertos no Kuito em 1999 e aumentaram em 15 porcento por ano a partir de 2002-2008, operado principalmente por empresas dos EUA eda Europa. Angola detém 9 biliões de barris de reservas provadas de petróleo bruto,de acordo com as últimas estimativas do Jornal Oil & Gas. r

ANGOLA @40 1975-2015

Agostinho Neto

Patrice Lumumba