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Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMG Nº 4 - Ano I - Belo Horizonte, agosto de 2010 3 6 7 Páginas 4 e 5 N a primeira semana de aula, os novos alu- nos dos três cursos da Faculdade de Me- dicina da UFMG participaram da Semana de Recepção dos Calouros e puderam conhecer um pouco mais sobre as profissões que esco- lheram. Foram diversas palestras ministradas por profissionais das áreas, visitas ao campus com os veteranos, apresentações dos planos de curso e muitas boas impressões. Ilustração: Ana Cláudia Ferreira PÓS-GRADUAÇÃO Exames de tireóide podem apresentar falso-negativo SAÚDE Dicas para melhor qualidade de vida no dia a dia PESQUISA Escassez de médicos em municípios é tema de estudo Faculdade de Medicina dá boas vindas a 235 novos alunos

Saude Informa 04

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Boletim Informativo da Faculdade de Medicina da UFMGNº 4 - Ano I - Belo Horizonte, agosto de 2010

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Páginas 4 e 5

Na primeira semana de aula, os novos alu-nos dos três cursos da Faculdade de Me-

dicina da UFMG participaram da Semana de Recepção dos Calouros e puderam conhecer um pouco mais sobre as profissões que esco-lheram. Foram diversas palestras ministradas por profissionais das áreas, visitas ao campus com os veteranos, apresentações dos planos de curso e muitas boas impressões.

Ilustração: Ana Cláudia Ferreira

PÓS-GRADUAÇÃOExames de tireóide podem apresentar falso-negativo

SAÚDEDicas para melhor qualidade de vida no dia a dia

PESQUISAEscassez de médicos em municípios é tema de estudo

Faculdade de Medicina dá boas vindas a 235 novos alunos

Mês de boas vindas

A edição de agosto do Saúde Infor-

ma traz como matéria de capa a experiência do primeiro dia de aula em uma Faculdade. Além da cobertura da recepção dos calouros, o boletim foi em busca dos relatos dos novos alunos de Medicina, Fonoaudiologia e Cur-so Superior de Tecno-logia em Radiologia.

Outro assunto desta edição é a pes-quisa sobre a aplicação do exame citológico Paaf, desenvolvida no Programa de Pós-gra-duação em Medicina. O estudo alerta para a ineficiência do exame, que pode apontar a ausência de tumor em pacientes com câncer de tireóide.

A carência de médicos nos municí-pios brasileiros tam-bém é tema este mês. Estudo desenvolvido pelo Núcleo de Educa-ção em Saúde Coletiva da Faculdade (Nescon) revela um cenário po-sitivo no país, e apre-senta dados que pos-sibilitam formulação de novas estratégias e políticas públicas.

Show Medicina, eventos e lançamentos também são destaca-dos no Saúde Informa de agosto. Tenha uma boa leitura!

Editorial Saúde do português

De encontro aos anseios

Em 1937, o professor Clóvis Salgado as-sumiu a cátedra de Ginecologia e Obs-

tetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG. Homem da política, ligado ao Partido Repu-blicano Mineiro (PRM), sob o comando de Arthur Bernardes, logo a seguir vê sua carreira política deslanchar: vice-governador de Minas, ministro da Educação de JK. Nesse período sofreu muitas pressões. Algumas de dentro da própria Faculdade, no sentido de contra-tar esse ou aquele. E uma delas foi especial. Salgado recebe ofício de um correligionário solicitando a contratação de um “mestre” em Ginecologia e Obstetrícia. “Esse médico seria importante na construção de ambulatórios específicos para atendimento à mulher”, jus-tificava o chefe do departamento. E finalizava com “chave de ouro”, utilizando a seguinte expressão: “Tal contratação vem de encontro aos anseios de nosso departamento, que se encontra empenhado ....” O professor Clóvis Salgado era ligado a outro partido e, em ra-zão de disputas internas na Universidade, não perdeu a oportunidade e despachou no pró-prio ofício: “Estou de acordo com a opinião do chefe do departamento. Portanto, indefi-ro”. O solicitante, sem entender o que esta-va ocorrendo, disse enraivecido: “Ele está me gozando”! Após alguns esclarecimentos e con-sultas a outros professores que dominavam um pouco melhor a língua portuguesa, veio o esclarecimento: “de encontro a”, significa “contrário”, que se choca. O correto seria “ao encontro de”, que significa concordância, interesse mútuo. Expressões semelhantes na forma, mas diferentes na idéia que exprimem. O chefe escorregou na gramática e quem caiu foi o “mestre”.

Washington Cançado de AmorimProfessor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia

Contribua para a ‘Saúde do Portu-guês’. Envie sua sugestão ou opinião para [email protected].

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Publicações

O menino que jantava mangaDia 25 de agosto, às 18h30, no Salão

Nobre da Faculdade de Medicina, será lança-do o livro “O menino que jantava manga” do professor emérito da UFMG, Pedro Raso.

A obra traz as memórias do professor e os fatos marcantes de sua vida. Retoma lem-branças de infância, família, pais, amigos e tra-jetória profissional. “Esta é uma história ver-dadeira, igual a de muitos que não nasceram em berço de ouro, mas que tiveram infância, adolescência, mocidade e velhice, e consegui-ram se firmar na vida”, define o autor.

No livro, o autor faz uma homena-gem “à centenária Faculdade de Medicina da UFMG (1911-2011), meu sonho de criança (1937) transformado em realidade de adulto (1949), onde ensaiei os primeiros passos na Medicina e os últimos também; onde estudei, ensinei, aprendi, conquistei láureas e inúme-ros amigos, onde vivi os melhores momentos da minha vida, da juventude à maturidade”.

Pedro Raso estudou na Faculdade de Medicina da UFMG, na turma de 1954. Es-pecializou-se em Anatomia Patológica. É pro-fessor emérito da UMFG e da Faculdade de Medicina de Barbacena. É membro da Aca-demia Mineira de Medicina e já recebeu vários prêmios e medalhas como reconhecimento de suas pesquisas. Ed. Letra por Letra.

Internato Rural no Festival de Inverno em Diamantina

Cerca de 250 moradores e visitantes de Diamantina participaram da IV Semana da Saúde durante a realização do Festival de Inverno da UFMG, em julho.

Alunas do Internato em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG, Flávia Dan-tas e Letícia Drumond foram convidadas a ministrar palestras em escolas da cidade.

As palestras tiveram como tema central “Hábitos de vida saudáveis”, e abordaram os de-safios e benefícios de se levar uma vida saudável, hábitos alimentares, atividade física e relações interpessoais.

Aferições de peso, altura, pressão arterial e glicemia capilar também foram realizadas, e os ouvintes receberam orientações das estudantes, enfermeiros e nutricionistas do Programa de Saúde da Família de Diamantina.

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Metade dos resultados de exames de tireóide podem ser falso-negativos

Pesquisa comprova que existem problemas na metodologia atualmente usada para identificar nódulos palpáveis na glândula tireóide.

Divulgação Científica

Agosto de 2010

Entre 4% e 7% das pessoas possui nódu-los tireoidianos palpáveis e até 70% da

população geral brasileira pode apresentar al-gum tipo de nódulo na glândula tireóide iden-tificado no exame de ultrassom do pescoço.

O problema é que o exame citológico de Punção Aspirativa com Agulha Fina (Paaf), não é tão eficiente como se pensa.

O alerta foi feito pelo cirurgião de ca-beça e pescoço Orlando Barreto Zocratto, em sua pesquisa de doutorado em Medicina na área de gastroenterologia, pela UFMG.

Comumente indicado por endocrino-logistas, o exame é aplicado para orientar a necessidade de enfrentar uma mesa cirúrgica por causa de problemas na glândula tireóide.

O estudo comprovou que, indepen-dentemente da experiência profissional do examinador, os resultados apresentaram taxas elevadas de falso-negativos. Isto significa que o paciente tem o câncer de tireóide, mas o re-sultado da Paaf foi de ausência de tumor.

“Além da história clínica, o exame físi-co e outros procedimentos complementares, tais como o ultrassom e exames de sangue, os médicos acreditam muito na Paaf ”, observa Zocratto. “Os examinadores parecem estar usando critérios subjetivos no ato da análise”.

O estudoZocratto comparou, de várias formas,

74 exames realizados por dois especialistas. Um recém-formado, que realiza 40 exames por ano, e outro com 25 anos de profissão, que realiza cerca de 500 exames anuais.

Os resultados do estudo mostra-ram que o índice de falso-negativo é alto: de 25% a 50% do total de exames rea-lizados. De todas as amostras analisadas, 17 continham tumo-res malignos.

Porém, ape-nas quatro a seis

foram identificados pela Paaf, independen-temente da experiência do examinador. Por-tanto, um número elevado de pacientes pode ter seu tumor não identificado e consequente-mente não tratado.

Método“Tivemos uma grande preocupação

com o método. Precavemos todos os proble-mas imagináveis. Por exemplo, os patologistas não conheciam um ao outro e nem sabiam que analisariam o mesmo material seis meses de-pois”, esclarece o autor. Depois, os resultados foram comparados de variadas formas.

As comparações permitiram eviden-ciar que, mesmo depois de seis meses, existe grande repetição dos resultados emitidos por um mesmo examinador. Quando houve dis-cordância entre dois resultados do mesmo examinador a percentagem da variação foi in-significante.

Por outro lado, além do alto número de diagnósticos equivocados, a comparação entre os resultados encontrados pelo profissional mais jovem e pelo mais experiente foi muito diferente. “Isso é grave, uma vez que estamos falando de um paciente que vai ou não ser ope-rado a partir desse laudo”, destaca o cirurgião.

Ilustração: Leonardo Lopes Braga

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Título “Estudo citológico da glândula tireóide: comparação (intra e interexaminador)dos resultados com o exame histológico das peças cirúrgicas“Autor Orlando Barreto Zocratto Nível DoutoradoPrograma Pós-graduação em Medicina - Área de concentração em GastroenterologiaOrientador Professor Paulo Roberto Savassi RochaDefesa Julho de 2010

No esclarecimento do diagnóstico dos

nódulos tireoidianos, o ideal é aliar:

Análise doHistórico Clínico

Exame Físico

Ultrasom

Punção Aspirativa com Agulha Fina

Calouros demonstram as expectativas na semana da recepção Na primeira semana de agosto, a Faculda-

de de Medicina da UFMG deu as boas vindas aos mais de 200 alunos que integram as turmas do segundo semestre de 2010. Palestras, passeios pelo campus Saúde e apre-sentação do curso e dos colegas marcaram a recepção dos novos alunos de Medicina, Fo-noaudiologia e do Curso Superior de Tecno-logia em Radiologia.

Medicina“Escolhi pela admiração que tenho

pela profissão, pela vocação que acredito ter e, também, por curiosidade”. As razões que levaram Robson Iago a se inscrever no cur-so mais concorrido da Universidade também inspiraram vários outros estudantes a seguir o mesmo caminho. Depois do sucesso no ves-tibular, os 160 novos alunos de Medicina se uniram pela primeira vez na Semana de Re-cepção dos Calouros, que aconteceu entre os dias 2 a 6 de agosto, na Faculdade de Medici-na da UFMG.

Durante a recepção, os futuros médi-cos assistiram a palestras sobre a profissão que escolheram, apresentações de projetos e setores da Faculdade e participaram de um tour pelo campus Saúde.

“A recepção acalma, porque explica bastante e tira as dúvidas que temos sobre o curso. Isto é importante, já que nós ficamos seis meses na espera. Além de tudo, nossos veteranos foram muito receptivos”, conta o calouro Pablo Torres, que sempre teve a Me-dicina como única opção profissional.

Para Camila Conradi, aprovada no úl-timo vestibular, as expectativas aumentaram

diante de tantas novidades e possibilidades. “Depois de conhecer um pouco mais sobre o curso de Medicina, estou muito ansiosa para as aulas de Anatomia. Acredito que a disciplina será a mais próxima do restante do curso, já que o ciclo básico é mais teórico”, comenta.

Já Verônica Botelho confessa que a animação não é relacionada apenas aos estu-dos. “Descobrir que havia sido aprovada foi a melhor sensação da minha vida. Desde então, estou cheia de expectativas, tanto em aprender como também em participar das confrater-nizações e formar amigos para a vida toda”, diverte-se Verônica.

Para assegurar que os calouros não es-tarão sozinhos durante esta adaptação, os co-legas do 2º período prepararam uma palestra diferente. A aluna Déborah Six falou aos no-vatos sobre alguns dos desafios que eles irão enfrentar no primeiro semestre e deu conse-lhos de como superá-los.

“Pode ser que alguma matéria não agra-de o aluno. O essencial é ter em mente que o curso é muito completo, que foi sonhado e es-colhido por todos nós, e valorizar isto”, afirma Déborah, que garante que os veteranos estão disponíveis para orientar os calouros sobre tra-balhos, oferecer xerox ou livros do semestre.

Médico recém-formado, Gustavo An-tônio Lima, de 25 anos, também falou de sua experiência na Faculdade e ressaltou que o aluno deve encontrar seu próprio caminho dentre as várias oportunidades oferecidas na graduação.

“O desenvolvimento dentro do curso é individual e o estudante precisa buscar o que o motiva. A forma que você leva o curso resulta

“Fiquei muito interessada nos projetos de extensão da Faculdade. O Abraçarte, em es-pecial, chamou muito minha atenção”

Gabriela Assunção, caloura de Medicina

“Escolhi o curso porque queria trabalhar com crianças, adultos, e idosos. As disciplinas do curso atenderam as minhas expectativas”.

Nayara Silva, caloura de Fonoaudiologia

“As palestras ajudaram a entender como as coisas funcionarão aqui dentro e, sobretudo, no mercado de trabalho”.Rafael Ferreira, calouro do Curso Superior de

Tecnologia em Radiologia

“Fiz dois anos de cursinho antes de ser apro-vado no vestibular. Estou ansioso porque é a primeira vez, desde então, que sei que vou aprender coisas novas”.

Victor Faleiro, calouro de Medicina

“Achei muito legal o esforço da Diretoria, dos professores e dos veteranos para que fôs-semos bem recebidos. Também gostei de conhecer os projetos de extensão, principal-mente o Frutos do Morro e o Abraçarte”.

Pedro Damião, calouro de Medicina

“O primeiro dia foi muito bom. Todo mundo conversou e se conheceu. Além disso, as pa-lestras foram muito esclarecedoras”.

Michelle Porto, caloura de Fonoaudiologia

“Foi bom conhecer o que a Faculdade ofere-ce para os alunos, assim é mais fácil decidir o que queremos fazer. Em particular, gostei muito das visitas aos centros de saúde.”.

Flávia Duarte, caloura de Medicina

“Escolhi o curso por causa do campo de tra-balho. A palestra do Luís abordou algumas das possibilidades da área”.

Raphaela Vila Real caloura do Curso Supe-rior de Tecnologia em Radiologia

Agosto de 2010

Calouros demonstram as expectativas na semana da recepção Ensino

“Fiquei muito interessada nos projetos de extensão da Faculdade. O Abraçarte, em es-pecial, chamou muito minha atenção”

Gabriela Assunção, caloura de Medicina

“Escolhi o curso porque queria trabalhar com crianças, adultos, e idosos. As disciplinas do curso atenderam as minhas expectativas”.

Nayara Silva, caloura de Fonoaudiologia

“As palestras ajudaram a entender como as coisas funcionarão aqui dentro e, sobretudo, no mercado de trabalho”.Rafael Ferreira, calouro do Curso Superior de

Tecnologia em Radiologia

“Fiz dois anos de cursinho antes de ser apro-vado no vestibular. Estou ansioso porque é a primeira vez, desde então, que sei que vou aprender coisas novas”.

Victor Faleiro, calouro de Medicina

“Achei muito legal o esforço da Diretoria, dos professores e dos veteranos para que fôs-semos bem recebidos. Também gostei de conhecer os projetos de extensão, principal-mente o Frutos do Morro e o Abraçarte”.

Pedro Damião, calouro de Medicina

“O primeiro dia foi muito bom. Todo mundo conversou e se conheceu. Além disso, as pa-lestras foram muito esclarecedoras”.

Michelle Porto, caloura de Fonoaudiologia

“Foi bom conhecer o que a Faculdade ofere-ce para os alunos, assim é mais fácil decidir o que queremos fazer. Em particular, gostei muito das visitas aos centros de saúde.”.

Flávia Duarte, caloura de Medicina

“Escolhi o curso por causa do campo de tra-balho. A palestra do Luís abordou algumas das possibilidades da área”.

Raphaela Vila Real caloura do Curso Supe-rior de Tecnologia em Radiologia

em como você receberá sua vida profissional, no futuro”, aconselha.

Os novos estudantes visitaram a sede do Diretório Acadêmico Alfredo Balena (DAAB), onde participaram de confraterniza-ções e conheceram as atividades promovidas por outros alunos do curso.

Segundo Brenda Costa, do DAAB, o di-retório procurou receber os calouros da forma mais pessoal possível. “Tentamos fazer uma recepção que seja mais a cara do estudante, para mostrar pra ele que esse é o espaço dele e que ele deve usufruir do DAAB”, convida.

FonoaudiologiaAs calouras do curso de Fonoaudiolo-

gia foram recebidas na tarde do dia 4 de agosto e, após a apresentação no Salão Nobre, par-ticiparam de atividades de integração com o Diretório Acadêmico da Fonoaudiologia (DA Fono).

As novas alunas aprovaram a progra-mação e demonstraram estar animadas com o curso que escolheram. “O primeiro dia foi muito bom. Todo mundo conversou e se co-nheceu. Além disso, as palestras foram mui-to esclarecedoras, principalmente a proferida pela coordenadora de curso, professora Laélia Vicente”, contou Michelle Porto, que pesqui-sou muito antes de escolher o curso de gra-duação.

A caloura Nayara Silva também afir-ma ter escolhido a Fonoaudiologia depois de muita reflexão. “Escolhi o curso porque queria trabalhar com crianças, adultos e idosos. Outra razão foi por já ter trabalhado com crianças especiais. As disciplinas do curso atenderam as minhas expectativas”, relembra.

Divididas em pequenos grupos, as ca-louras tiveram a oportunidade de visitar o espaço físico da Faculdade e conversar com membros do DA Fono. De acordo com o re-presentante do diretório, Renato Alves, o ob-jetivo dos veteranos foi acolher as calouras e apresentar o espaço, que também será delas.

“Procuramos receber as alunas como receberíamos uma visita em nossa casa, da melhor maneira possível. Além de serem nos-sas calouras, são, também, futuras colegas de profissão”, pondera o veterano.

O aluno do 6º período de Fonoaudio-logia, Otávio Marques, participou da recepção pela segunda vez e dividiu sua experiência com

as novas estudantes do curso. “Meu conselho para as calouras é descobrir se querem ficar aqui mesmo e, se quiserem, se esforçarem. Se a aluna se identificar com o curso, vai gostar ainda mais”, garante.

Superior de Tecnologia em RadiologiaAinda no dia 4 de agosto, o curso mais

recente da Faculdade recebeu sua segunda turma de alunos com diversas novidades em sua estrutura para melhor atender aos futuros profissionais. Além da mudança no nome da graduação, inicialmente denominada curso de Tecnologia em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, o quadro de professores também foi reforçado, com a admissão de seis novos do-centes.

Os alunos assistiram à palestra da co-ordenadora pro tempore do curso, professora Viviane Parisotto, que abordou as possibilida-des profissionais da área e as particularidades do curso oferecido. Em seguida, o engenheiro Luís de Andrade Mendonça, gerente de pro-dutos de ressonância magnética da GE Health-care, falou de sua experiência própria no ramo.

“As palestras foram muito esclarecedo-ras porque ajudaram a entender como as coi-sas funcionarão aqui dentro e, sobretudo, no mercado de trabalho”, disse o calouro Rafael Ferreira. Ele acredita que o curso está de acor-do com suas aspirações profissionais, já que apresenta uma área de atuação muito ampla e grandes oportunidades de crescimento.

A nova aluna, Raphaela Vila Real, con-corda com o colega e ressalta que a palestra do engenheiro Mendonça confirmou suas im-pressões sobre a área. “Escolhi o curso por causa do campo de trabalho. A palestra do Luís abordou algumas das possibilidades da área”, opina.

Os alunos do 2‘ período foram dis-pensados das atividades letivas nesse dia, para também participarem do evento. As veteranas Bruna Kellen e Esther Lorraine contam que aproveitaram a oportunidade para interagir com os calouros e reforçar a importância des-ta união.

Esther explica que “é importante inte-grar os calouros e veteranos, já que as turmas iniciais têm um grande desafio pela frente”. “Só unidos poderemos alcançar os nossos ob-jetivos dentro do curso”, completa Bruna.

5Agosto de 2010

Pequenas dicas adotadas no cotidiano ajudam trabalha-dores e estudantes a cuidarem da saúde e terem me-

lhor qualidade de vidaNo mês de agosto, é comemorado o Dia Nacional

da Saúde. Será que você cuida da sua todos os dias? O Saúde Informa buscou médicos e especialistas da Facul-dade de Medicina da UFMG para saber quais recomen-dações seguir para manter uma boa saúde e alcançarmos cada vez mais qualidade de vida.

Você sabia que a infelicidade e a insatisfação no tra-balho são as causas de muitas doenças? Quem afirma isso é o professor Marco Antônio Parreiras de Carvalho, do Depar-tamento do Apare-lho Locomotor. Ele explica que “quem encara o trabalho como uma missão na vida e gosta do que faz, tem amor pela profissão e é feliz. Essas pessoas não adoecem”.

Uma das li-nhas de pesquisa de Marco Antônio é sobre fibromialgia. “A doença causa dor muscular difusa as-sociada à sensação de fadiga, cansaço, insônia. Acredita-se que fatores com-portamentais como preocupações, per-feccionismo, difi-culdades em pedir e dizer não e baixa autoestima, se rela-cionem com a mani-festação da doença”.

A alimenta-ção é outro ponto chave para a saúde. A professora e nu-tróloga Maria Isabel Toulson Correia, do Departamento de Cirurgia dá a dica: “Uma alimentação saudável deve ser colorida”. Ela recomenda a ingestão de três frutas diferentes por dia, verduras e folhas variadas, leite e derivados, e os alimentos típicos do cardápio do brasileiro: arroz, feijão e carnes. No trabalho, uma boa op-

Agosto de 20106

Saiba quais são as principais dicas dos especialistas para a sua saúde

ção é dar preferência a alimentos como pão integral, frutas secas, grãos, castanhas, e iogurte, além da ingestão regular de líquidos, principalmente a água.

Já o professor Jefferson Soares Leal, do Departa-mento do Aparelho Locomotor, ressalta a importância da atividade física e da boa postura (ver quadro) para quem permanece muito tempo sentado no trabalho. A recomen-dação é não permanecer mais de uma hora sentado sem intervalo. “Levante-se e ande um pouco, isso melhora a nutrição das articulações”, diz Jefferson.

Com relação aos exercícios, a indi-cação é consultar um fisioterapeuta para aprendê-los adequa-damente. “Devemos fazer exercícios para fortalecer a muscula-tura estabilizadora da coluna, caminhadas e atividades aeróbi-cas pelo menos três vezes por semana. O alongamento dos músculos deve ser praticado diariamen-te”, explica o profes-sor.

O profes-sor André Aguiar Oliveira, do De-partamento de Of-talmologia e Otorri-nolaringologia, alerta para os cuidados que devemos ter com os olhos. “Além de ócu-los de proteção, que previnem pequenos acidentes, ele dá a dica para quem tra-balha com compu-tadores: “Quando fixamos a vista para leitura ou na tela de computadores, pis-camos menos, con-sequentemente a lu-brificação do globo ocular diminui e isso

pode provocar ardência ou sensação de areia nos olhos. Pode-se usar uma lágrima artificial, um colírio lubrificante, para evitar este ressecamento. Além disso, é indicado que se faça uma pausa a cada hora ou hora e meia para descan-sar os olhos”, sugere André.

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Qualidade de vida

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A cadeira ideal deve ser regulável. Ao sentar, o ângulo formado pelos joelhos deve ser em torno de 90º (1) e os pés devem ficar sempre apoiados no chão (2).

O encosto deve ser regulado em um ângulo em torno de 100º a 110º (3) já que a recomendação antiga de 90º aumenta a pressão no disco intervertebral.

O encosto também deve apoiar a curva lombar, a curva logo acima da cintura. Deve se evitar encostos longos, pois estes não permitem o apoio lombar. Nos casos em que a cadeira não proporcionar isso, o ideal é colocar uma almofada fina como apoio.

O apoio para os braços deve ser regulado na altura dos cotovelos, de forma a prover um apoio para descanso dos membros superiores. A altura da tela do computa-dor deve estar levemente abaixo da linha dos olhos, em torno de 10º abaixo (4).D

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Divulgação Científica

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Estudo identifica municípios que sofrem com escassez de médicos

Agosto de 2010

Cerca de doze mil médicos se formam a cada ano nas universidades brasileiras. À primeira vista, não é difícil

imaginar que o ritmo de crescimento de profissionais ga-rante maior acessibilidade ao atendimento médico. Nem sempre. Estudo desenvolvido por pesquisadores da Esta-ção de Pesquisa de Sinais de Mercado em Saúde do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (Nescon) aponta para um cenário positivo, mas que demonstra existir ainda um razoável número de muni-cípios que sofrem com a falta de médicos.

Os resultados são da pesquisa Construção do índice de escassez de profissionais de saúde para apoio à Política Nacional de Promoção da Segurança Assistencial em Saúde, elaborada por equipe coordenada pelo pesquisador Sábado Nicolau Gi-rardi, que objetiva identificar municípios carentes em assis-tência à saúde.

Os resultados têm caráter preliminar. Foram aplica-das duas metodologias, mas o rigor científico pede que ou-tras também sejam testadas. “Acreditamos que este estudo construirá uma base para se pensar a distribuição racional de recursos, estratégias e programas do SUS. Por isto, que-remos cruzar resultados obtidos a partir de metodologias distintas, para que nenhum município carente deixe de ser considerado na elaboração de políticas. Todo cuidado é pouco”, explica Lucas Wan Der Maas, pesquisador que in-tegrou a equipe.

Os resultados preliminares apontaram números animadores: 4.103 (76,9%) municípios brasileiros não me-tropolitanos gozam de um serviço de saúde onde não há escassez de médicos. Por outro lado, preocupa a situação de 1.280 municípios identificados com escassez. 783 re-

gistram mais de três mil habitantes por médico ou não há nenhum médico. São sete os municípios em situação de es-cassez severa, sendo um em Minas Gerais e o restante na região Norte. Já os municípios com escassez alta somaram 88, a maioria localizado nas regiões Norte e Nordeste.

Maior confiabilidadeHoje, o Brasil conta com cerca de 540 habitantes

por médico, proporção que supera diversos países desen-volvidos. Preocupa, porém, a desigualdade na distribuição espacial da força de trabalho médica. Mas essa não foi a única preocupação do estudo. “Uma típica razão popula-ção-médico usa apenas três peças de informação: a área ge-ográfica, o número de habitantes e o número de médicos. Este caminho desconsidera elementos importantes como a carga horária de trabalho, a produtividade, o trabalho não clínico, o efeito de variáveis sociodemográficas como idade e gênero dos profissionais, entre outros”, comenta Lucas, alertando que, sem estas variáveis, a razão pode dar uma ideia falsa do real serviço médico de uma região.

Interiorização da saúdeOs pesquisadores sinalizam que a situação tem melho-

rado bastante ao longo do tempo. Políticas e estratégias volta-das para a interiorização da medicina têm sido adotadas com sucesso, tais como o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass), os internatos rurais nas gradua-ções da área da saúde e a Estratégia de Saúde da Família. “Os dados que levantamos são úteis no estabelecimento de novas prioridades para enfrentar os problemas de assistência em saúde no âmbito do SUS no território nacional”, diz Lucas.

Brasil tem cerca de 540 habitantes por médico

Foto: Léo Rodrigues

Memória Acontece

Piadas de políticos, sátiras do cotidiano, caricaturas dos pro-

fessores, causos de médicos, paró-dias feitas de improvisos e humor inteligente. Você consegue imaginar onde encontrar tudo isso?

Criado em 1954, o Show Me-dicina se apresenta ano após ano, se superando nos quesitos originalida-de e criatividade. O show interrom-pido entre 1978 e 1986, por causa da ditadura. Quem já assistiu ou participou dos espetáculos, prova-velmente tem boas lembranças.

Naquela época“Quando eu participava do

show, tinha a companhia de pessoas formidáveis: Jota Dângelo, Ângelo Machado e Carlo Americo Fattini. Eles eram brilhantes no teatro, ti-nham uma criatividade ímpar” lem-bra José Euclides Ribeiro, aluno da escola entre 1964 e 1968. “Em um espetáculo, um colega, o Rock, alto e engraçado, entrava no palco de cueca samba canção. Na frente do público ele vestia um smoking para apresentar o Show. O público ia ao delírio”, conta José Euclides, rindo.

Quando o Show Medicina viajava para apresentações em ou-tras cidades era, segundo José Eucli-des, uma “farra danada”. “Uma vez, em Londrina, andamos vestidos de padre pela cidade”, se diverte.

DitaduraPara José Euclides, alguns

espetáculos entraram para a his-tória. “Em 1966, alguém jogou um ácido na platéia e uma moça foi atingida, tendo queimaduras no rosto. Fomos levados para prestar esclarecimentos no Dops (Departamento de Ordem Políti-ca e Social). Depois descobrimos que era uma tentativa de acabar com o Show Medicina por parte de pessoas de direita que faziam parte do governo ditatorial da época”, conta.

“Era um desafio. Tudo passava pela aprovação da cen-sura. Tínhamos duas versões: uma para quando o censor ia ao espetáculo e outra para quando ele não aparecia”, explica José Euclides.

56 anosAinda hoje, o Show é um

grande espetáculo, com muito mais recursos tecnológicos. José Euclides assiste aos espetáculos todos os anos e sempre ajuda o grupo com patrocínios. “Atual-mente as piadas são mais globa-lizadas, mas o objetivo continua o mesmo. É uma maneira leve de mostrar o que é e como é a Faculdade de Medicina. É o lado alegre da escola”, comenta.

Por trás das cortinasSenhoras e senhores, por favor,

desliguem os celulares que o espetáculo vai começar!

Agosto de 20108

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – Diretor: Professor Francisco José Penna – Vice-Diretor: Professor Tarcizo Afonso Nunes – Coordenador da Assessoria de Comunicação Social: Gilberto Boaventura (Reg. Prof. MG 04961JP) – Editora: Mariana Pires – Redação: Jornalistas: Maíra Lobato e Zirlene Lemos – Estagiários: Ennio Rodrigues, Estefânia Mesquita, Léo Rodrigues e Renata Ferreira. Projeto Gráfico e Diagramação: Leonardo Lopes Braga - Estagiária: Ana Cláudia Ferreira de Oliveira - Atendimento Publicitário: Janaína Carvalho – Impressão: Imprensa Universitária – Tiragem: 2 mil exemplares – Circulação mensal – Endereço: Assessoria de Comunicação Social, Faculdade de Medicina, Av. Prof. Alfredo Balena, 190 / sala 5 - térreo, CEP 30.130-100, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefone: (31) 3409-9651 – Internet: www.medicina.ufmg.br; www.twitter.com/medicinaufmg e [email protected]. É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.

Expediente

IMP

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SO

Progressão docenteProfessores devem protocolar o pedido de progressão vertical à classe de Professor Associado até 30 de setembro, na Secreta-ria Geral da Faculdade de Medicina, sala 83, térreo da Unidade.

Projeto HorizonteTrês trabalhos desen-volvidos pelo Projeto Horizonte, coorde-nado pelo professor Dirceu Grecco, foram apresentados na XVIII Conferência Bienal Internacional da Aids em Viena, Áustria, no mês de julho. O even-to foi palco de discus-sões sobre prevenção, avanços nas terapias antiretrovirais e ex-pansão de políticas e programas contra a doença.

Imagem da SemanaJá está no ar a pági-na eletrônica Imagem da Semana. O espaço divulga, semanalmen-te, imagens de casos clínicos. O internauta deve responder uma pergunta relaciona-da à imagem para ter acesso a mais informações sobre os casos. Acesse: medic ina .ufmg.br /imagemdasemana

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