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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO SÔNIA MIRIAN GUGLIELMI O USO DA MÍDIA INFORMÁTICA SEGUNDO A VISÃO DE PROFESSORES DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA IGNÁCIO STAKOWSKI, DE IÇARA - SC TUBARÃO, 2011

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SEED/MEC …nead.riogrande.ifrs.edu.br/midias/Ciclo%20Avancado%20-%20(2010... · À Escola de Educação Básica Ignácio Stakowski, principalmente

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

SÔNIA MIRIAN GUGLIELMI

O USO DA MÍDIA INFORMÁTICA SEGUNDO A VISÃO DE PROFESSORES

DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA IGNÁCIO STAKOWSKI, DE IÇARA -

SC

TUBARÃO, 2011

SÔNIA MIRIAN GUGLIELMI

O USO DA MÍDIA INFORMÁTICA SEGUNDO A VISÃO DE PROFESSORES

DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA IGNÁCIO STAKOWSKI, DE IÇARA -

SC

Monografia apresentada ao Programa de Formação Continuada

em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Rio

Grande, como requisito para a obtenção do Título de

Especialista em Mídias na Educação.

Orientador: Fabiano Couto Corrêa da Silva.

TUBARÃO, 2011

SÔNIA MIRIAN GUGLIELMI

O USO DA MÍDIA INFORMÁTICA SEGUNDO A VISÃO DE PROFESSORES

DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA IGNÁCIO STAKOWSKI, DE IÇARA -

SC

Monografia apresentada ao Programa de Formação Continuada

em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Rio

Grande, como requisito para a obtenção do Título de

Especialista em Mídias na Educação.

Orientador: Fabiano Couto Corrêa da Silva

Rio Grande, RS _____/_____/2011. Nota: ________

Nome do Orientador: Fabiano Couto Corrêa da Silva

Orientador (a)

Coordenação da Pós-Graduação

Rio Grande, 2011

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela oportunidade de compartilhar dessa grande experiência e por ter

iluminado meu caminho nesses anos.

A minha filha, Patrícia, e a minha neta, Júlia, pelo colorido especial que trazem

ao mundo e por estarem presentes em todas as horas, sempre tornando os momentos

mais alegres, dando estímulo para continuar apostando em minhas realizações.

Ao meu esposo, Antenor, pelo apoio e incentivo durante toda a jornada na

realização do curso. E aos meus enteados, Jéssica e Luiz Fernando, pelo carinho e

paciência nos momentos de espera.

Aos meus irmãos, que de algum modo sempre me ajudam, de maneira direta ou

indireta. A eles, meu carinho e gratidão eternos.

Ao professor Alexandre e a toda a sua equipe, que nos incentivaram e apoiaram

em cada etapa dessa caminhada.

Às Tutoras Graciele e Gorete, que estiveram ao nosso lado a cada etapa do

curso, enriquecendo nossos trabalhos com seus conhecimentos e apoio.

A meu orientador, professor Fabiano Couto Corrêa da Silva, que partilhou todo

seu conhecimento, contribuindo para a realização deste trabalho, que, com certeza, não

seria realizado sem a sua ajuda.

À Escola de Educação Básica Ignácio Stakowski, principalmente à pessoa da

diretora geral, Maria Gricelda Guglielmi Coelho, e aos profissionais que contribuíram

respondendo aos questionamentos deste estudo, sem os quais nada seria possível.

Aos amigos que conquistei ao longo do curso, que dividiram comigo

conhecimentos e também dúvidas, dificuldades e alegrias, fazendo dessa caminhada,

uma fase inesquecível em minha vida.

E a todas as demais pessoas que estiveram presentes durante minha caminhada

acadêmica e contribuíram de alguma maneira para concretização desta etapa.

“[...] Por trás da cortina que avistam, desenrola-se meu

verdadeiro caminho. Mas dele sei tão pouco quanto qualquer um

de vós”.

(Lya Luft)

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RESUMO A introdução de Tecnologias de Informação e Comunicação, nas quais inserem-se a

informática, tem provocado uma verdadeira revolução na concepção de ensino e de

aprendizagem. Diante destes pressupostos, este trabalho teve por objetivo geral

identificar as formas pelas quais as mídias de informática vêm sendo utilizadas na EEB

Ignácio Stakowski e a visão dos professores sobre o uso do computador como recurso

para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Realizou-se uma pesquisa descritiva

e de campo, com abordagem qualitativa, considerando-se como população os

professores da Escola de Educação Básica Ignácio Stakowski, de Içara – SC. A amostra

foi selecionada pelo critério de intencionalidade simples e compreendeu 05 (cinco)

docentes da escola em questão. Foi possível concluir que, as novas mídias, em geral,

são consideradas pelos professores como poderosas ferramentas para a educação,

porém, alguns ainda não fazem uso das mesmas na prática docente. Porém, as mídias

vêm colocar os professores e profissionais da educação diante de um novo repensar

educacional com o qual pode-se chegar a resultados muitos satisfatórios. É necessário,

portanto, que façam uso das mídias como aliada no processo ensino-aprendizagem,

adequando-as às potencialidades que elas apresentam

Palavras chave: Educação. Informática. Tecnologias da Comunicação e Informação-

TIC.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 10

2.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 10

2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 10

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 11

3.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A INTRODUÇÃO DA INFORMÁTICA NA

EDUCAÇÃO NO BRASIL ...................................................................................................... 11

3.2 O COMPUTADORE COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO .......................... 13

3.3 O PAPEL DOS PROFESSORES FRENTE AS TECNOLOGIAS DE

INFORMÁTICA NA ESCOLA .............................................................................................. 16

3.4 AS TIC COMO RECURSOS DIDÁTICOS-PEDAGÓGICOS NO ENSINO

PÚBLICO ................................................................................................................................. 17

3.5 O PAPEL DO PROFESSOR E A INFORMÁTICA NA ESCOLA .................................. 19

3.6 POSSIBILIDADES E CONTRADIÇÕES DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ....... 22

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 27

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 32

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 34

APÊNDICES ........................................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

Hoje não é mais concebível falar em educação sem o uso das Tecnologias de

Informação e Comunicação - TIC, onde estão enquadrados os computadores, a Internet,

vídeos, televisão e outras mídias. Com a utilização na prática escolar destas mídias, que

podem ser considerados como recursos pedagógicos, tem-se criado novas tendências na

educação e uma nova concepção no fazer didático-pedagógico. Com isso, nasce também

um novo desafio, no qual os profissionais da educação precisarão se preparar para

dominar o uso das TIC, com atualização constante.

Segundo Andrade (2003), um ambiente inovador, gerado na escola com o

uso de mídias educativas vai refletir na postura dos futuros profissionais e cidadãos que

se está formando, pois haverá a inclusão digital destes alunos no mundo da pesquisa

com novas técnicas de ensino. Com isso ocorre não apenas a mera transmissão de

conhecimento, mas a articulação do diálogo com o aluno de forma que este descubra e

estruture seu próprio conhecimento, podendo aplicá-lo em realidades diferentes e

adversas. O professor, neste contexto, é incentivador de novos conhecimentos, não

estando mais sozinho em suas leituras e reflexões, mas em parceria com os educandos.

O uso das mídias possibilita, também, a experiência nova da geração e transferência do

saber que a interação com os alunos irá proporcionar, sendo este espaço uma alavanca

para o futuro desenvolvimento tecnológico preparando os alunos para a sociedade, para

a vida e para o futuro mercado de trabalho.

Contudo, percebe-se que os recursos audiovisuais e de informática não são

utilizados pelos professores como ferramenta didática e de aprendizagem. É possível

constatar que os professores utilizam-se deste recurso quando geralmente não se tem

mais nada de conteúdo a ser cumprido, e ainda quando o usam, não fazem relação com

o conteúdo trabalhado em sala de aula.

Além disso, dificilmente as crianças fazem uso do computador, internet, TV e

vídeo com um objetivo educacional, por isso, faz-se necessário aprofundar a

importância desses recursos como instrumentos de trabalho pedagógico, a fim de

possibilitar um meio educacional no qual há mais interação, motivação e cumprimento

da função social da escola.

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Assim, a introdução das TIC nas escolas provoca questionamentos sobre os

métodos e prática educacional, gerando a tomada de ação por parte dos professores para

que possam utilizar este recurso de maneira eficaz.

Portanto, acredita-se que faz-se necessário observar a forma como está sendo

desenvolvido o trabalho com estas ferramentas, a fim de se identificar a introdução

desses recursos na unidade escolar, o uso que se faz deles nas atividades curriculares e,

principalmente, se os professores têm a concepção da importância que as mídias podem

apresentar para o processo de aprendizagem.

O propósito é levar os professores a refletirem e buscarem, juntamente com

toda a equipe pedagógica, soluções para o uso adequado dos recursos midiáticos, tanto

no uso pedagógico como no uso domiciliar, com propósitos educativos. Desse modo,

considera-se que o presente trabalho pode ser relevante para a escola, a partir do

momento em que poderá contribuir para uma reflexão acerca do uso das TIC no

processo de ensino aprendizagem.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

- Identificar as formas pelas quais as mídias de informática vêm sendo utilizadas

na EEB Ignácio Stakowski e a visão dos professores sobre o uso do computador como

recurso para a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Verificar a importância atribuída por professores às TIC na educação;

- Analisar fatores que dificultam o uso das TIC no ambiente escolar;

- Formular estratégias para assessorar os professores para incluírem as Mídias de

informática e audiovisuais em seus planejamentos.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A INTRODUÇÃO DA INFORMÁTICA NA

EDUCAÇÃO NO BRASIL

Os recursos tecnológicos vêm ocupando espaços variados na escola, ainda que,

na maioria das vezes, de maneira pouco conhecida. De acordo com Moraes (2002),

projetos nesse sentido tiveram início, no Brasil, na década de 80, com o objetivo de

identificar meios de aplicar os recursos computacionais como apoio aos objetivos

educacionais.

O Educom foi o primeiro projeto público a tratar da informática educacional.

Segundo Valente e Almeida (1997), foi criado em 1983 com o patrocínio do Ministério

da Educação. Através desse projeto, foram implantados centros-piloto de Informática

em Educação nas Universidades Federais de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro

e Rio Grande do Sul como também na Estadual de Campinas, com o objetivo de

desenvolver pesquisas e metodologias para o uso do computador como recurso.

tecnológico.

Andrade (2003) relata que o Educom surgiu também como parte integrante do

projeto de informatização da sociedade brasileira dentro da política modernizante então

vigente no país, que buscou uma autonomia tecnológica no setor de informática e

microeletrônica, associada a uma perspectiva de progresso econômico e social.

O Projeto Educom perdurou de 1984 a 1987, a partir do qual se formaram

grupos de profissionais com condições de desenvolver projetos e pesquisas na área da

Informática na Educação em várias universidades do País. Conforme expõem Valente e

Almeida (1997), várias foram as metas do projeto Educom, uma delas era desenvolver a

pesquisa do uso educacional da informática, ou seja, perceber como o aluno aprende

sendo apoiado pelo recurso da informática e se isso melhora efetivamente sua

aprendizagem. Outra meta era levar os computadores às escolas públicas para

possibilitar as mesmas oportunidades que as particulares ofereciam a seus alunos. No

entanto, o Educom não obteve sucesso em relação à mudança de cultura do sistema

educacional, pois os resultados alcançados através de tal projeto não foram suficientes

para sensibilizar ou causar profundas mudanças na educação.

Posteriormente, em 13 de outubro de 1989, foi instituído pelo Ministério da

Educação e do Desporto o Programa Nacional de Informática Educativa – Proninfe.

12

Este projeto, segundo Andrade (2003), visava incentivar a capacitação contínua

e permanente de professores, técnicos e pesquisadores no domínio da tecnologia de

informática educativa. Dentro da concepção Proninfe/MEC, foram estruturados de

acordo com as atividades, clientelas e campos de atuação dos estabelecimentos ou

características dos sistemas de ensino. Estes locais, de acordo com a concepção do

Proninfe, eram considerados ambientes de ensino-aprendizagem, integrados por grupos

interdisciplinares de educadores, especialistas e técnicos, sistemas e programas

computacionais de suporte ao uso/aplicação da informática na educação.

Na visão de Moraes (2002), o Proninfe representou um grande avanço em

relação à democratização das decisões sobre essa política, já que contou com a

colaboração de docentes-pesquisadores das universidades envolvidas no projeto

Educom.

Em seguida, o Ministério da Educação e Cultura - MEC adotou uma política que

visava implantar, em cada estado, Centros de Informática Educativa (CIEd). Porém,

para o funcionamento de tais centros, era necessário capacitar professores em

Informática na Educação e torná-los aptos a atuarem como multiplicadores no processo

de formação de outros professores em suas instituições de origem. Para tanto, o MEC

criou o Projeto Formar.

Valente e Almeida (1997) destacam como pontos positivos do Formar:

preparação de profissionais da educação que não tinham tido contato com o

computador, visão ampla dos diferentes aspectos computacionais e pedagógicos em

relação à Informática na Educação e conhecimento das diversas pesquisas e trabalhos

realizados em Informática na Educação, visto que o curso foi ministrado por

especialistas de todos os centros brasileiros. Entretanto, os autores apontam como

pontos negativos: realização do curso distante do local de trabalho e da residência dos

participantes, curso extremamente compacto dificultando o processo de assimilação dos

novos conteúdos e a prática com os alunos das novas idéias, falta de condições físicas e

de interesse de vários estabelecimentos de ensino em relação à implantação da

Informática na Educação.

Em 1989, foi implantado o Programa Nacional de Informática na Educação

(Proinfo) que, de acordo com Moraes (2002), foi uma iniciativa do Ministério da

Educação, por meio da Secretaria de Educação a Distância – SEED, sendo desenvolvido

em parceria com os governos estaduais e alguns municipais. É um programa

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educacional que visa à introdução das novas tecnologias da informação e comunicação

na escola pública como ferramenta de apoio ao processo ensino-aprendizagem.

Contudo, na visão de Andrade (2003), apesar de ser este o modelo de

organização e funcionamento até então vigente, sabe-se que os laboratórios,

particularmente nos CIEd, nos estados brasileiros, são insuficientes até para um

primeiro contato pelos alunos e professores com a informática (a rede oficial brasileira

tem mais de duzentas mil escolas), estando também muito longe de proporcionar aulas

das matérias do currículo. Embora exista um número mínimo de docentes capacitados

no domínio da informática educativa, e alguns centros terem se desdobrados em

subcentros, a maioria dos laboratórios estão com os equipamentos desatualizados e não

permitem as novas aplicações em multimídia e em rede telemática, que são opções

consideradas indispensáveis na nova proposta de informatização das escolas de 1º e 2º

graus.

Assim, na visão de Andrade (2003), há necessidade de ampliar o uso da

informática nas escolas da rede oficial, numa plataforma computacional atualizada,

considerando as suas expectativas para a melhoria da qualidade do ensino; mudanças na

cultura educacional; atualização do ensino à modernidade científica e tecnológica;

acesso à informação ao maior número possível de usuários; expansão e valorização da

escola. É preciso ampliar as oportunidades educacionais através do uso da informática,

desenvolver metodologias com as novas possibilidades para utilização na educação à

distância, e produzir materiais interativos adequados aos currículos, que reconhecemos

importante tanto quanto as estratégias que promovem mudanças na estrutura cognitiva,

haja vista que são padrões de distribuição do conhecimento num sistema educacional de

mobilidade social competitiva da rede oficial.

3.2 O COMPUTADOR COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

A capacidade dos computadores de processar e exibir programas com sons,

imagens, animação e textos, de modo interativo e integrado, na visão de Moraes (2002),

pode contribuir significativamente para a melhoria da qualidade do processo ensino-

aprendizagem.

Na visão de Barbosa (2002), a tecnologia de informação e comunicação

articulada com outros recursos tecnológicos e diferentes mídias (TV, computador,

Internet, vídeo) oferecem meios para o aluno diversificar a representação de

14

conhecimento através de diferentes formas de linguagem, que são específicas de cada

um desses recursos. No sentido de resolver um problema ou desenvolver um projeto, o

aluno aprenda a selecionar, comparar, diferenciar, buscar informações que sejam

significativas para aquilo que estiver produzindo.

A utilização do computador no ensino, a que permite a realização de

atividades pedagógicas por seu intermédio encontra nos aplicativos que envolvem

processamento de texto, planilhas, manipulação de banco de dados, construção e

transformação de gráficos, sistemas de autoria, etc., mas que também possibilite ao

aluno do campo criar ambientes de aprendizagem que façam surgir novas formas de

pensar e aprender de acordo com sua realidade e aplicação no seu dia a dia.

Moraes (2007) destaca os seguintes aspectos com relação à melhoria da

qualidade no processo ensino-aprendizagem com a informática como recurso

pedagógico: desenvolvimento da compreensão de conceitos matemáticos; melhoria da

linguagem e da escrita; favorecimento da interdisciplinaridade; desenvolvimento da

criatividade; desenvolvimento da autonomia, da cooperação e da criticidade.

Ambientes computacionais que utilizam ferramentas apropriadas criam espaços

para a interdisciplinaridade, afirma Moraes (2007), através de projetos e atividades que

integram várias disciplinas. O computador, analisa o autor, é visto como um objeto para

a expressão da criatividade e uma ferramenta para a integração e a organização de

conteúdos socialmente relevantes.

Em função disso, a escola, principalmente, a pública, considera Barbosa

(2002), precisa garantir aos alunos o acesso às mídias de forma ativa e produtiva,

favorecendo a comunicação e, conseqüentemente, a possibilidade de fazer circular, em

condições de igualdade, diferentes discursos e entendimentos. Novos objetos só podem

ser valorizados, analisados e utilizados de maneira crítica e inovadora se forem

compreendidos. Portanto, para atuar e intervir no espaço eletrônico é necessário

desenvolver a fluência tecnológica, explorar as telecomunicações no trabalho, entrar em

rede para trocar idéias com os pares, aprender a se localizar, mover, estabelecer

parcerias e cooperar em ambientes virtuais.

A tecnologia da informática deverá ser instrumento para desenvolver

habilidades nos alunos, de forma que, os conteúdos trabalhados na escola sejam

significativos socialmente e provoquem mudanças individuais e coletivas. Deverá

promover a democratização do ensino no Brasil e instituir a formação de cidadãos

participativos para a construção de uma sociedade mais justa e melhor.

15

No entanto, Petrin e Spigolon (2006) ressaltam que a inserção não é

simplesmente a instalação dos computadores nas unidades de ensino, sendo que um

problema muito comum que se tem visto na maioria das escolas é a utilização dessa

ferramenta como um simples meio de transmissão do conhecimento, no qual o professor

mantém a mesma prática pedagógica adotada numa sala de aula. É dessa forma,

afirmam os autores, que essa ferramenta passa a ser usada, para simplesmente,

informatizar os procedimentos pedagógicos que já estão em curso, não viabilizando

conteúdos ou práticas novas aos educandos, o aluno passa a utilizar o computador e a

internet apenas para fazer a leitura de textos que podem ser encontrados também, em

livros, perdendo-se a oportunidade de se fazer uma leitura reflexiva e critica sobre o

assunto estudado. Percebe-se que quando as TIC são usadas dessa forma no contexto da

sala de aula, não é necessário que se faça investimentos consideráveis em termos de

preparação do corpo docente, tendo em vista que o conhecimento requerido será apenas

a de um simples usuário e os resultados também serão muito pouco qualitativos em

termos de conhecimento ficando sem sentido a informatização do ensino.

Dentro deste contexto, Moraes (2002) afirma que, embora se encontre numa

nova etapa de desenvolvimento científico, intelectual, político e social, continua-se

oferecendo uma educação dissociada da vida, desconectada da realidade do indivíduo,

descontextualizada, Ignorando-se ainda a grande importância da agropecuária no

desenvolvimento do país e as suas potencialidades.

Sabe-se que o desafio de integrar as tecnologias nas escolas públicas não é

só um esforço tecnológico, mas também humano. Esse desafio, considera Castells

(1999), também se concentra na inclusão digital de alunos que, de fato, estão inseridos

em segmentos menos privilegiados da sociedade e que, mesmo nascidos em uma

sociedade informatizada e contemporâneos a ela, poderão ter o seu primeiro contato

com as tecnologias digitais e o computador na escola.

Para Winner (1998), a inclusão digital vai muito além da simples

disponibilização de alguns equipamentos de informática para os professores e alunos,

como tem ocorrido em muitas escolas, na tentativa de passar para sociedade a idéia de

que têm procurado se manter modernas e atualizadas. Na verdade, a inclusão digital só

trará ganhos significativos de aprendizado se o computador for capaz de ajudar os

cidadãos e a escola, como um todo, a integrar as tecnologias dentro do contexto escolar,

como mais uma ferramenta de apoio, de acordo com a prática pedagógica adotada.

Assim, será mais fácil se construir uma sociedade de informação para todos, utilizando

16

as TIC em favor dos interesses e necessidades individuais e comunitários, com

responsabilidade e senso de cidadania.

3.3 O PAPEL DOS PROFESSORES FRENTE AS TECNOLOGIAS DE

INFORMÁTICA NA ESCOLA

A grande disseminação da informática, conforme assinala Boelter (2006),

em segmentos importantes da sociedade, revoluciona formas tradicionais de equilíbrio e

institui um novo paradigma que alcança e modifica a comunicação, os modos de

aprendizagem, as relações humanas e as organizacionais. Com as mudanças ocorridas

na organização das sociedades através das inovações técnicas e científicas que

configuram a chamada revolução tecnológica, a educação escolar não pode ficar à

margem dessa evolução.

Na área das comunicações, segundo Castells (1997), ocorre a popularização

dos recursos da informática, antes restrita a pequenos setores privilegiados; atualmente

novos instrumentos permitem acesso mais ágil às fontes de conhecimento e recursos

que cada vez mais, favorecem avanço cultural, e meios para adquirir conhecimentos.

Neste contexto a escola é a principal condutora desse processo. Devido a isso,

considera o referido autor, é se faz necessário que o professor deixe de reclamar de sua

condição frente a sociedade e aos alunos que está recebendo e passe a acompanhar e,

consequentemente, se adequar a essa evolução no que se refere às novas formas de

conduzir o processo ensino-aprendizagem, passando a dispor também, não só de um

novo olhar sobre esses procedimentos culturais e tecnológicos, como também dispor de

meios para agregar novos métodos de ensino a sua prática, pois os mesmos estão

moldando e criando a atual sociedade.

Mas, pondera Boelter (2006), pensar em inovações tecnológicas educacionais é

antes de tudo repensar os ambientes de aprendizagem e a capacitação dos profissionais

da educação e não apenas a aplicação da técnica pela técnica. Ambientes de

aprendizagem abertos e motivadores através da multimídia devem contribuir para

promover as competências nos alunos de aprender a aprender.

Por isso, prossegue Boelter (2006), para garantir o êxito da incorporação do

recurso informático como instrumento útil para a atividade intelectual, criativa e

profissional, é preciso que se garanta uma capacitação do docente não somente em nível

técnico, como também, e fundamentalmente, pedagógico. O professor precisa apropriar-

17

se da tecnologia em função de seus interesses profissionais, e assim situar-se, avaliar e

planejar sua aplicação em aula.

Desse modo, afirma Castells (1997), em meio ao cenário tecnológico em

que se encontra o profissional docente, as atuais discussões e políticas públicas na área

de informática (na educação) têm considerado o professor como um componente

fundamental para o processo de introdução do computador no cotidiano do ensinar e

aprender, mas na prática pouco se tem feito.

Neste sentido, para Petrin e Spigolon (2006), qualquer que seja o recurso

tecnológico a ser utilizado na prática de ensino, considerando-se o mais trivial ao mais

elaborado, tudo será dependente de quem estará utilizando-o, do uso que está sendo

feito e da forma utilizada. Ao docente, cabe, portanto, trabalhar seu planejamento, no

sentido de buscar uma diversificação dessa nova abordagem dentro de seu componente

curricular.

Espera-se que o docente, na sala de aula, promova a interação entre a

informática e a sua disciplina e, por meio dessa interação, proporcione aos alunos o

acesso às novas informações e experiências, de modo que aprendam efetivamente, e que

sejam críticos diante das informações e do conhecimento promovido por meio da

tecnologia.

Assim sendo, é importante que em um processo de formação em informática

na educação o professor seja concebido não apenas como um profissional, mas como

uma pessoa que tem sentimentos e reações diversas diante do computador. Desse

modo, conforme coloca Barbosa (2002), não basta apenas o professor saber

operacionalizar a tecnologia, ele precisa compreender as implicações pedagógicas

envolvidas no seu uso para poder criar condições de aprendizagens que favoreçam o

processo de construção de conhecimento do aluno e saiba aplicar esse conhecimento

para resolver problemas cotidianos ou participar da busca de alternativas para

solucioná-los.

3.4 AS TIC COMO RECURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO NO ENSINO

Com o avanço das tecnologias, as políticas educacionais voltadas para o uso

de mídias como ferramenta agregadora no processo ensino-aprendizagem se

diversificam e tomam rumos diferentes nos dois sistemas de ensino: o público e o

privado (FRANÇA; SANTOS, 2005).

18

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996

(LDB), em seu artigo 36, a introdução das novas tecnologias deve fazer parte dos

currículos das escolas públicas do País, bem como discussão crítica dos meios de

comunicação social. Esse processo perpassa, obrigatoriamente, pela necessidade de

explorar os diversos meios como: a televisão, o rádio, o jornal, o vídeo, a revista, o

computador, o teatro, o fax, os softwares educacionais. (FRANÇA; SANTOS, 2005).

Não resta dúvida de que, nos dias de hoje, a utilização de novas formas de

interação on-line atende às novas necessidades dos alunos; o incentivo à aprendizagem

ativa e significativa ao aluno já pode ser comprovada por meio de vários projetos já

desenvolvidos em todos os países; é evidente o acesso rápido e eficiente na obtenção de

informações relevantes e diversificadas e a melhoria da qualidade da comunicação entre

professores e alunos são viabilizadas pelas ferramentas interativas (BUCKINGHAM,

2008).

A revolução tecnológica se reveste de uma grande promessa para a

educação. A tecnologia da comunicação e de processamento de dados e imagens está

avançando em uma velocidade enorme e sem precedentes, ao mesmo tempo em que se

faz mais econômica e confiável, com enormes conseqüências para a educação,

oferecendo, em escala crescente, um potencial preciso e bem definido como um recurso

pedagógico, campo no qual, mesmo que ainda não esteja ocorrendo de forma plena, se

reveste de uma possibilidade de uma revolução tecnológica (BUCKINGHAM, 2008).

Porém, é importante ressaltar que as tecnologias da informação e

comunicação permitem um reencantamento na escola. Portanto, não há mais como

negar a importância desses recursos na educação, vislumbrando um futuro na sociedade

do conhecimento. A presença plena da informática na educação é inevitável.

Nesse contexto, conforme França e Santos (2005, p. 101):

O projeto político-pedagógico da escola deve contemplar “as novas

tecnologias para agregar novos conhecimentos educacionais e, não

simplesmente, incluí-las como apenas acessório tecnológico; até porque as

novas relações entre as sociedades exigem tais conhecimentos e agilidade nas

respostas, uma vez que o compartilhamento das informações tem grande

influência nos diversos segmentos da sociedade, sejam eles econômicos,

políticos, ou culturais.

A principal meta da utilização e adaptação das TIC na prática curricular das

escolas encontra-se no uso dessas ferramentas como material de apoio para o repasse

dos conteúdos e para subsidiar as disciplinas lecionadas. Contudo, tal prática também se

19

destina ao preparo dos alunos para uma inserção numa sociedade que já se encontra

informatizada (FRANÇA; SANTOS, 2005).

Desse modo, é preciso que os professores compreendam como as novas

gerações interagem com as diversas mídias, conscientes da diversidade dos grupos

escolares e das disparidades e ambivalências presentes nas escolas dos diversos

municípios e estados brasileiros. Essas diferenças são significativas em muitos aspectos,

especialmente nas limitações de acesso aos recursos telemáticos de natureza econômica.

O impasse para a implementação das tecnologias da informação e comunicação nas

escolas brasileiras se configura de forma consistente, tanto no âmbito econômico,

quanto no que tange à qualificação dos professores para sua utilização no espaço escolar

integrada aos conteúdos programáticos (KELLNER, 2003).

Na visão de Barbosa (2002), a tecnologia de informação e comunicação

articulada com outros recursos tecnológicos e diferentes mídias (TV, computador,

Internet, vídeo) oferecem meios para o aluno diversificarem a representação de

conhecimento através de diferentes formas de linguagem, que são específicas de cada

um desses recursos. No sentido de resolver um problema ou desenvolver um projeto, o

aluno necessita aprender a selecionar, comparar, diferenciar, buscar informações que

sejam significativas para aquilo que estiver produzindo.

Em função disso, a escola, principalmente, a pública, considera Barbosa

(2002), precisa garantir aos alunos o acesso às mídias de forma ativa e produtiva,

favorecendo a comunicação e, conseqüentemente, a possibilidade de fazer circular, em

condições de igualdade, diferentes discursos e entendimentos. Novos objetos só podem

ser valorizados, analisados e utilizados de maneira crítica e inovadora se forem

compreendidos. Portanto, para atuar e intervir no espaço eletrônico é necessário

desenvolver a fluência tecnológica, explorar as telecomunicações no trabalho, entrar em

rede para trocar idéias com os pares, aprender a se localizar, mover, estabelecer

parcerias e cooperar em ambientes virtuais.

3.5 O PAPEL DO PROFESSOR E A INFORMÁTICA NA ESCOLA

As tecnologias trazem desafios e promovem novas interações, sejam elas

aluno-professor, aluno-aluno, aluno-máquina, professor-máquina ou professor-

professor. Essas relações criam situações jamais vividas, modificando, portanto, todos

20

os papéis na escola. Novos conhecimentos e novas linguagens vão surgindo no

cotidiano dos nossos alunos. São novidades atrás de novidades. O contato com o

mundo, com a atualidade praticamente imediata é sem dúvida o grande fascínio dessas

tecnologias, que já fazem parte de todas as áreas, do cotidiano de muitas pessoas, e

agora, mais conscientemente, da educação.

Contudo, França e Santos (2005) refletem que em pleno século XXI, ainda

há professores que não consideram a informática como imprescindível nas atividades

escolares e muitos não têm afinidade com a máquina, que dessa forma passa a ser

considerada como barreira.

Por isso, é preciso que nos cursos de formação não seja ensinado apenas o

domínio do computador, mas sim, que ocorra uma integração entre as teorias

educacionais que darão suporte às suas aplicações pedagógicas, às habilidades e à

tecnologia, dando condições para o professor desenvolver atitudes críticas e reflexivas

acerca dos aplicativos dos programas, dos softwares a serem usados. Os professores

precisam conhecê-los a fundo, analisá-los, dimensionando a sua real importância e

verificando se eles propiciam uma mudança efetiva, contribuindo para a construção do

conhecimento do aluno. A possibilidade do professor se qualificar para integrar a

informática à atuação pedagógica envolve o domínio de diferentes ferramentas

computacionais e as interações que se estabelecem na rede virtual podem favorecer a

formação do professor, construindo e reconstruindo conhecimentos na e para sua prática

pedagógica (VALENTE, 2005).

Sob tal ótica, Boelter (2006) aponta a alfabetização tecnológica do professor

como base para a sua atuação pedagógica, criando situações e experiências que

permitam aos alunos apropriarem-se dos conhecimentos. A alfabetização tecnológica é

compreendida como um conceito que envolve o domínio contínuo e crescente das

tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico com

elas.

Frente a esse contexto, para Lopes (2007, p. 08):

É importante que o professor possa refletir sobre essa nova realidade,

repensar sua prática e construir novas formas de ação que permitam não só

lidar, com essa nova realidade, com também construí-la. Para que isso

ocorra! O professor tem que ir para o laboratório de informática dar sua aula

e não deixar uma terceira pessoa fazer isso por ele.

Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela

afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo

21

computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão

se aprofundando às nossas vistas. (BUCKINGHAM, 2008).

Mas, para o professor apropriar-se dessa tecnologia, deve-se, segundo

Boelter (2006) mobilizar o corpo docente da escola a se preparar para o uso do

Laboratório de Informática na sua prática diária de ensino-aprendizagem. Não o caso,

no entanto, refere o autor, de se transformar o profissional da educação em especialista

em recursos tecnológicos de informação, mas o de prover ambientes e pessoas para que

busquem se apropriar da gama de possibilidades que esses recursos podem oferecer no

ambiente escolar.

Na verdade:

Se um dos objetivos do uso do computador no ensino for o de ser um agente

transformador, o professor deve ser capacitado para assumir o papel de

facilitador da construção do conhecimento pelo aluno e não um mero

transmissor de informações. Mas o professor deve ser constantemente

estimulado a modificar sua ação pedagógica. Não basta haver um laboratório

equipado e software à disposição do professor; precisa haver o facilitador que

gerencie o processo o pedagógico (LOPES, 2007, p. 10).

Na visão de Kellner (2003), compreender os novos processos de aquisição e

construção do conhecimento é básico para tentarmos superar este impasse. Esta

compreensão, por outro lado empurra-nos necessariamente para considerarmos

fundamental a introdução das chamadas tecnologias da comunicação e informação nos

processos de ensino-aprendizagem.

Neste sentido,

Qualquer instrumento de ensino, desde o mais simples até o mais altamente

elaborado, depende de quem o usa e de como isso é feito. Cabe ao professor a

responsabilidade de diversificar a abordagem de seu componente curricular,

mas para isto também é necessário que ele, professor, saiba fazer e quando

fazer. (BUCKINGHAM, 2008, p. 85).

Espera-se que o docente, na sala de aula, promova a interação entre a

informática e a sua disciplina e, por meio dessa interação, proporcione aos alunos o

acesso às novas informações e experiências, de modo que aprendam efetivamente, e que

sejam críticos diante das informações e do conhecimento promovido por meio da

tecnologia.

Assim sendo, é importante que em um processo de formação em informática

na educação o professor seja concebido não apenas como um profissional, mas como

uma pessoa que tem sentimentos e reações diversas diante do computador. Desse

22

modo, conforme coloca Barbosa (2002), não basta apenas o professor saber

operacionalizar a tecnologia, ele precisa compreender as implicações pedagógicas

envolvidas no seu uso para poder criar condições de aprendizagens que favoreçam o

processo de construção de conhecimento do aluno e saiba aplicar esse conhecimento

para resolver problemas cotidianos ou participar da busca de alternativas para

solucioná-los.

Nesse contexto, o professor deve assumir uma postura coerente com as

possibilidades do uso das novas tecnologias na sala de aula, que consiste na abertura

para a interatividade, considerada aqui na perspectiva de modificação da comunicação

no espaço escolar. Assim, é indispensável que se preparem os professores para a

aplicação das TIC, tanto nas salas de aulas com seus alunos, quanto no relacionamento

com as mesmas em sua formação pessoal, em caráter contínuo. (BUCKINGHAM,

2008).

Deseja-se, portanto, que os professores se apropriem do computador de uma

forma que permita que eles possam incorporá-lo na sua prática, com seus alunos,

sempre levando a refletir sobre o seu papel.

3.6 POSSIBILIDADES E CONTRADIÇÕES DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Atualmente, há de se considerar que a tecnologia não é uma atividade

educativa, é um instrumento, um meio para alcançar um fim. As tecnologias podem ser

eficazes se forem concebidas e aplicadas com um propósito expresso de aumentar a

aprendizagem dos alunos (BUCKINGHAM, 2008).

Na verdade, a linguagem é uma atividade constitutiva dos sujeitos, das relações

sociais e das formas de organização da sociedade, por isso o modo de se relacionar entre

as pessoas e as formas de organização da sociedade estão em permanente

transformação, em um caminho sem volta e de imprevisíveis efeitos. “Supõe-se que

uma nova tecnologia provoca o surgimento de uma nova linguagem, e esta afeta as

condições de exercício do pensamento” (KELLNER, 2003, p. 50).

Atualmente, quem não está familiarizado com as tecnologias de informação

e comunicação é considerado um “analfabeto tecnológico”. Inúmeras publicações em

jornais e em revistas especializadas tratam o computador como ferramenta

indispensável ao processo de ensino e de aprendizagem. Boelter (2006) ressalta a

indispensável formação do professor. Neste sentido, é importante que esta formação

23

possibilite a apropriação das diferentes linguagens existentes no mundo midiático, de

maneira crítica.

Para inovar a metodologia do professor e superar o analfabetismo

tecnológico, é preciso investir na formação de educadores para assumir uma postura

ética na sociedade e na vida profissional. A participação no processo de construção de

uma nova sociedade, na qual todos possam usufruir os benefícios das conquistas

científicas, no âmbito da escola, deve ser uma reivindicação da comunidade escolar

(KELLNER, 2003).

Para utilizar este recurso é preciso saber o que se quer e saber onde e como

encontrar. Para tanto, é fundamental a presença do educador munido de uma

fundamentação teórico-metodológica e com conhecimento do conteúdo objetivado, a

fim de trabalhar pedagogicamente no ambiente informatizado, pois o acesso à

informação não significa acesso ao conhecimento. (BUCKINGHAM, 2008).

É preciso garantir uma relação entre educador-educando com o

conhecimento, em uma constante articulação dos conteúdos com a prática social no

processo de apropriação, reprodução e produção do conhecimento. Uma consciência

crítica em relação ao uso das tecnologias pode proteger educadores e educandos dos

malefícios que a ideologia capitalista traz no bojo de sua dualidade. Não se pode cair na

armadilha de se tornar mero consumidor, mas sim usufruir das vantagens que esta

tecnologia pode proporcionar.

No universo escolar, a utilização das mídias deve viabilizar a leitura da

realidade concreta, não enquanto mero recurso facilitador, mas como um instrumento

que permite a visualização de um conteúdo cultural. O trabalho docente deve organizar

um debate crítico para estimular a curiosidade, problematizar o conteúdo fragmentado

da mídia e confrontar as teorias sociológicas com as idéias e opiniões que contemplam a

cultura dominante de valores, modismos e ideologias que circulam nos meios de

comunicação. (BOELTER, 2006).

O trabalho docente precisa ser exercido com competência. A inclusão digital

nas escolas não pode se limitar a colocar computadores na sala de aula, mas deve ter

como objetivo a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

Uma outra medida importante é não dar ouvidos aos mitos. A questão “os

computadores tomarão o lugar dos docentes?”, vem sendo sempre colocada, o que faz

com que se reforce a idéia de que o docente se recusa a inovar-se. Mas o que existe de

verdade é a falta de conforto com o uso da tecnologia nos ambientes educacionais, que é

24

decorrente do escasso investimento governamental em políticas de formação e

atualização do professor. (BUCKINGHAM, 2008).

25

4. METODOLOGIA

Para a realização da investigação, utilizou-se a pesquisa qualitativa,

diagnóstica e exploratória com o propósito de buscar na literatura e junto aos

professores na sua prática as respostas para os questionamentos elencados.

O ambiente de estudo é a Escola de Educação Básica Ignácio Stakowski,

localizada na SC – 443, N.º 3410, Bairro Presidente Vargas, no município de Içara –

SC. Essa escola iniciou suas atividades no ano de 1959, com o nome de Escola Isolada

Encruzo da Corda Bamba. Em 1961, foi construído prédio próprio, passando a se

chamar “Grupo Escolar Ignácio Stakowski”, em homenagem ao doador do terreno.

Atualmente, os alunos são oriundos de bairros de zona rural e urbana: Linha

Batista, Demboski, Linha Anta, Vila Rica, Imigrantes e Presidente Vargas; sendo a

escola pertencendo ao município de Içara, mas atende cerca 90% de alunos do

município de Criciúma, por encontrar-se no limite entre ambos município. Em 2011,

encontra-se com 700 alunos matriculados.

A filosofia da escola está centrada em educar para o compromisso e

solidariedade, formando cidadãos críticos, autônomos, criativos e atuantes. Através da

articulação escola/comunidade com ações que promovam a integração de interesses

comuns, é que a escola busca formar e construir a cidadania de seus educandos.

A pesquisa envolveu 05 professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental

da escola em estudo.

Utilizou-se como instrumento de pesquisa, além da pesquisa bibliográfica,

um roteiro de coleta de dados (questionário), que depois de aplicados, foram tabulados e

analisados, com suporte da literatura revisada (Apêndice A). A pesquisa foi realizada

entre os dias 16 a 20 de maio de 2011.

O questionário aborda as formas pelas quais os recursos midiáticos vêm

sendo utilizados na EEB Ignácio Stakowski, a visão dos professores sobre o uso do

computador como recurso para a melhoria do processo ensino-aprendizagem e os

fatores que dificultam o uso das TICs no ambiente escolar.

As respostas oriundas dos questionários foram transcritas, analisadas e

interpretadas de acordo com o referencial teórico utilizado no estudo. Os sujeitos foram

selecionados pelo critério de acessibilidade, ou seja, os questionários foram aplicados a

professores a quais teve-se fácil acesso, pois, conforme Luciano (2001), na amostra

intencional, em estudos qualitativos, pode-se chegar aos sujeitos pela acessibilidade,

26

pois o pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que, de alguma

forma, estes possam ser representativos.

Com base nas respostas, foi possível formular propostas de intervenção, ou

seja, estratégias de ação, a fim de assessorar os professores para incluírem a informática

no trabalho pedagógico.

27

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Visando cumprir os objetivos pretendidos, aplicou-se um questionário a

05 professores da EEB Ignácio Stakowski, que atuam em séries do Ensino

Fundamental, conforme acima já pontuado.

Num primeiro momento, as quatro primeiras questões aplicadas tinham

por objetivo traçar um perfil dos professores participantes da amostra, no que se

refere à formação, carga horária, disciplina em que atuam e tempo de serviço,

conforme pode ser observado no quadro 1.

Ressalta-se que, visando-se a preservar a identidade dos entrevistados, os

mesmos receberam a denominação de A a E, sendo: Professor A, B, C , D, e E, quando

o trabalho se reporta à fala dos mesmos na análise das questões pesquisadas,

apresentada na sequência, a seguir:

Professor Formação Carga

Horária

Disciplina em

que atuam

Tempo de

Serviço

A Superior – Letras, Especialista em

Fundamentos Psicopedagógicos do Ensino,

Mestrado em Educação

40hs/aula Português 22 anos

B Superior – Matemática, Especialista em

Educação Inclusiva

40hs/aula Ciências 15 anos

C Superior – História, Especialista em História

do Brasil

40hs/aula História 05 anos

D Superior – Pedagogia, Especialista em Gestão

Escolar

40hs/aula Ensino

Fundamental

12 anos

E Superior – Pedagogia, Especialista em

Educação

40hs/aula Ensino

Fundamental

17 anos

Quadro 1 – Perfil dos Professores

Conforme os dados do questionário aplicado, a amostra envolveu 05

profissionais, sendo todos formados em nível superior, nas respectivas áreas das

disciplinas em que atuam, todos com Especialização e uma com Mestrado.

No que se refere ao tempo de serviço, todos têm tempo de atuação na função

de docência de mais de 05 anos, sendo 22 anos o maior tempo de serviço encontrado.

No que se refere às disciplina em que atuam, verifica-se que duas trabalham com todas

as disciplinas do Ensino Fundamental, enquanto as demais são professores de

Português, Ciências e História.

Segundo o que se pôde verificar todos os profissionais da amostra possuem

formação superior para o exercício da profissão, com todos tendo ido além da formação

requerida, ou seja, com formação em nível de Especialização, observando-se a formação

28

em Mestrado de um dos professores integrantes da amostra, o que significa a busca pela

formação continuada e uma maior preparação para o trabalho docente.

A carga horária quando cruzada com o tempo de serviço, relativamente

expressivo, revela que são professores de carreira no Magistério, de onde se supõe uma

vasta experiência e um maior comprometimento com a profissão.

Na questão seguinte, foi indagado aos professores sobre as formas pelas

quais a informática vem sendo utilizada em suas aulas. Os resultados podem ser

visualizados no Quadro 2.

PROFESSOR Reforço nas

aulas

Comunicação

virtual

Tarefas de

casa/pesquisa

Não utiliza

A X X

B X

C X

D X X X

E X

Quadro 2 – Formas pelas quais a informática vem sendo utilizada nas aulas

A análise das respostas do quadro 2 permite evidenciar que a maioria dos

professores do estudo utiliza o computador e a informática em suas aulas. As tarefas de

casa e pesquisa parecem ser as atividades em que o uso do computador se faz mais

presente, predominando em todos os professores que afirmaram que fazem uso dessa

ferramenta. Em seguida, destacam-se atividades de reforço nas aulas em após, para

comunicação virtual com os alunos. Contudo, também pode ser observado que alguns

professores, apesar de não ser a maioria, ainda não buscam o computador como um

aliado para a sua prática ensino-aprendizagem.

Conforme considera Barbosa (2002), os professores e a escola,

principalmente a pública, precisam garantir e levar os alunos ao acesso às mídias de

forma ativa e produtiva, favorecendo a comunicação e, conseqüentemente, a

possibilidade de fazer circular, em condições de igualdade, diferentes discursos e

entendimentos. Para o autor, é necessário explorar essa ferramenta no trabalho docente,

levando os alunos a entrarem em rede para trocar idéias com os pares, buscar novos

conhecimentos, extrapolar conhecimentos repassados, aprender a se localizar, mover,

estabelecer parcerias e cooperar em ambientes virtuais.

29

Na pergunta subseqüente, objetivou-se conhecer a visão que os professores

têm sobre o uso do computador como recurso para a melhoria do processo ensino-

aprendizagem.

PROFESSOR Muito importante De extrema

relevância

Condição essencial para se educar

os cidadãos do futuro

A X X

B X X

C X X

D

E X X

Quadro 3 – Visão dos professores sobre o uso do computador como recurso para a melhoria do

processo ensino-aprendizagem

No Quadro 3 pode-se evidenciar que há uma opinião unânime a respeito

dessa tecnologia na educação, mesmo por aqueles professores que afirmaram que não

usam (Professores C e E), inclusive com professores apontando ser o uso do

computador na escola como uma condição especial para se educar os cidadãos do

futuro.

A análise dessas respostas demonstra que os professores possuem uma clara

concepção dos benefícios que as TIC podem trazer para a sala de aula e para a sua

prática docente.

Para Boelter (2006), a informática na educação favorece fatores como a

motivação e a inclusão digital dos alunos; o interesse dos mesmos para as disciplinas

que estão sendo ministradas, o que é capaz de levá-los a uma aprendizagem de

qualidade.

Moraes (2002) destaca os seguintes aspectos com relação à melhoria da

qualidade no processo ensino-aprendizagem com a informática como recurso

pedagógico: desenvolvimento da compreensão de conceitos matemáticos; melhoria da

linguagem e da escrita; favorecimento da interdisciplinaridade; desenvolvimento da

criatividade; desenvolvimento da autonomia, da cooperação e da criticidade.

Dessa forma, ao se introduzir esses recursos como ferramentas para a

prática de ensino-aprendizagem, é necessário que se leve em conta os grandes entraves

que registrados no sistema de educação no país, como por exemplo, a repetência,

desmotivação dos alunos e a evasão (BOELTER, 2006).

Também destaca-se a questão dos altos índices de repetência e evasão como um

exemplo claro e objetivo para se aumentar a presença da informática na educação e seus

30

desdobramentos, que poderia ser o de reter os alunos na escola, porque, sem dúvidas,

essa ferramenta gera motivação no aluno.

Na questão seguinte, foi questionado aos professores sobre quais os fatores

que dificultam o uso da informática no ambiente escolar da escola pública.

PROFESSOR Falta de

computadores

Falta de

manutenção das

máquinas

Falta de

programas

específicos

Falta de

preparação dos

professores

A X X X X

B X X

C X X X

D X

E X X X

Quadro 4 – Dificuldades do uso da informática no ambiente escolar

Conforme pôde-se verificar, a falta de preparação dos professores para

trabalharem com a informática na escola é a principal dificuldade apontada para o uso

desse recurso na educação, no ambiente da escola pública. Em seguida, aparece a falta

computadores para atender todos os alunos da turma, a falta de programas específicos

(software) e a falta de manutenção das máquinas como fatores apontados que dificultam

o trabalho com essas ferramentas.

Ressalta-se que a falta de preparação dos professores foi assinalado

inclusive pelos professores que afirmaram não fazer uso dessa ferramenta na prática

docentes (Professores C e E), podendo essa ser a causa que desmotiva os mesmos a

usarem a informática na sua prática docente.

Esse fator, portanto, pode ser considerado um dos mais relevantes a ser

resolvido, tendo em vista que, em meio ao cenário tecnológico em que se encontra o

profissional docente, as atuais discussões e políticas públicas na área de informática (na

educação) têm considerado o professor como um componente fundamental para o

processo de introdução do computador no cotidiano do ensinar e aprender.

Por isso, conforme Valente (2005), para garantir o êxito da incorporação do

recurso informático como instrumento útil para a atividade intelectual, criativa e

profissional, é preciso que se garanta uma capacitação do docente não somente em nível

técnico, mas também no pedagógico. O professor precisa apropriar-se da tecnologia em

função de seus interesses profissionais, e assim situar-se, avaliar e planejar sua

aplicação em aula.

31

Assim, é preciso, prossegue Valente (2005), que nos cursos de formação

ocorra uma integração entre as teorias educacionais que darão suporte às suas aplicações

pedagógicas, às habilidades e à tecnologia, dando condições para o professor

desenvolver atitudes críticas e reflexivas acerca dos aplicativos dos programas, dos

softwares a serem usados. Os professores precisam conhecê-los a fundo, analisá-los,

dimensionando a sua real importância e verificando se eles propiciam uma mudança

efetiva, contribuindo para a construção do conhecimento do aluno. A possibilidade do

professor se qualificar para integrar a informática à atuação pedagógica envolve o

domínio de diferentes ferramentas computacionais e as interações que se estabelecem na

rede virtual podem favorecer a formação do professor, construindo e reconstruindo

conhecimentos na e para sua prática pedagógica.

Frente a essa realidade e pelo fato de se observar que a falta de preparação

dos professores para trabalharem com TIC na escola é a principal dificuldade apontada

para o uso desse recurso na educação, pode-se sugerir algumas alternativas para

assessorar os professores para incluírem as mídias de informática e audiovisuais em

seus planejamentos, entre as quais destaca-se:

- Curso de capacitação/treinamento para a ampliação dos conhecimentos e

destreza dos professores para adotarem as inúmeras possibilidades das mídias na

educação, tais como: como se realiza pesquisa na internet, utilização dos softwares

educacionais, o uso de e-mail, Blog, Flog, Vlog e Webquest no desenvolvimento das

atividades, pesquisas e interação pedagógica.

- Capacitação e esclarecimentos sobre redes de relacionamento (Orkut,

Facebook, Youtube, entre outras), mediante as quais os professores podem interagir

com os pais e com alunos, pois essas ferramentas já são de inteiro domínio dos

educandos e podem ser utilizadas para ajudar no processo de ensino-aprendizagem.

- Desenvolvimento de um quadro digital, que pode ser feito com recursos da

própria escola, mediante a contratação de um profissional da área de informática, que

pode contribuir para aprimorar as aulas, levando os alunos a se sentirem mais motivados

para a retenção dos conteúdos

32

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante este trabalho, foi possível verificar que a educação e a informática

podem ser consideradas práticas sociais que agem em sociedades determinadas,

reforçando ou colaborando com a transformação dos modelos e estruturas sociais.

Devido a isso, a utilização TIC na educação é uma questão de suma e presente

importância hoje em dia, tanto para os alunos como para as escolas.

Com base nisso, o objetivo deste estudo, foi verificar as formas pelas quais

as mídias de informática vêm sendo utilizadas na EEB Ignácio Stakowski e a visão dos

professores sobre o uso do computador como recurso para a melhoria do processo

ensino-aprendizagem. Também buscou-se avaliar a visão dos professores sobre o uso do

computador como recurso para a melhoria do processo ensino-pedagógico e analisar

fatores que dificultam o uso das mídias no ambiente escolar.

Os resultados permitiram sugerir algumas estratégias de ação para promover o

uso de mídias de informática, especialmente os recursos oferecidos por redes sociais,

tais como Orkut, Facebook, Youtube, entre outras. Acredita-se que, no atual contexto,

educar é preparar os alunos para fazer bom uso desses recursos, com critério, ética e

responsabilidade. Além disso, tais recursos permitem uma maior aproximação com os

educandos e pais, numa rede de inúmeras possibilidades, possibilidades essas

construídas com a colaboração e interação de todos os envolvidos.

Assim, o que se pode considerar, após o término desta pesquisa, é que o

computador, em geral, é um instrumento considerado pelos professores como uma

poderosa ferramenta para a educação, porém, alguns ainda não fazem uso do mesmo na

sua prática docente. Assim, entende-se que o computador ainda esbarra na necessidade

de o professor ser preparado para integrar estas novas tecnologias em sua atuação

pedagógica, pelo fato de que a informática representa a possibilidade de reverter as

velhas mazelas da educação, ou seja, a evasão escolar, a falta de motivação e o manejo

da disciplina por parte do professor. O profissional pode não se sentir ainda à vontade

para se expressar em novas tecnologias, mas deve se trabalhar no sentido de conhecê-las

e entender o universo de atuação que elas possibilitam.

Desta forma, discutir maneiras de se introduzir as mídias na educação e analisar

os efeitos da utilização desses recursos na dinâmica de sala de aula, implica em seguir

uma tendência nova no modo de se projetar o uso de TIC na educação, cujo elemento de

partida é a própria análise da introdução da informática no âmbito específico da escola.

33

Nesse sentido, as mídias vêm colocar os professores e demais profissionais da

educação diante de um novo repensar educacional que, com muita seriedade e propostas

simples, mas significativas, pode-se chegar a resultados muitos satisfatórios. Então, é

necessário que todos os professores façam uso das mídias como aliadas no processo

ensino-aprendizagem, adequando-o às potencialidades que elas apresentam refletindo

também sua didática de ensino, pois de nada adianta passar o conteúdo da lâmina do

Retroprojetor para o computador em PowerPoint, se sua prática de ensino permanecer a

mesma.

Dessa forma, acredita-se que os resultados poderão subsidiar uma reflexão

acerca de TIC na educação, não somente para o ambiente da Escola de Educação

Básica Ignácio Stakowski, mas para todos os interessados em uma educação para a

cidadania e para a formação integral dos sujeitos, numa perspectiva dos novos

paradigmas da educação, no qual se insere o contexto de ambientes midiáticos.

34

7. REFERÊNCIAS

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CAMPOS, Tadeu. Uma visão resumida da justificativa e da priorização de projetos.

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CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura -

Volume I:A Sociedade em Rede. Tradução de Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz

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FRANÇA, Altar; SANTOS, Rita de Cássia Guarezi. Educação a distância: uma

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conhecimento. Florianópolis: UFSC, 2001.

KELLNER, Douglas. Novas tecnologias: novas alfabetizações. São Carlos:

Unesp/Ufscar/CNPq, 2003.

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Disponível em: < http://www.clubedoprofessor.com.br/artigos/artigojunio.htm>. Acesso

em 21 maio 2011.

LUCIANO, Fábia Liliã. Metodologia científica e da pesquisa. Criciúma: Ed. do autor,

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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:

planejamento e execução de pesquisa, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração,

análise e interpretação de dados. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MORAES, Cristiane Campos de Oliveira. Integração da Informática na Educação: a

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PETRIN, Everton; SPIGOLON, Ana Lucia. Viabilidade da informática da Educação.

2006. Disponível em: <http//www. fatec.br/html/edicao.php - 26k>. Acesso em 15 maio

2011.

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educação a distância: um estudo de caso. Florianópolis: UFSC, 2002.

TOFFLER, Alvim. A terceira onda. 28 ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.

VALENTE, José Armando. Informática na educação Brasília: Ministério da

Educação e do Desporto, Seed, 1997.

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Educação. In: Salto para o Futuro: TV e Informática na Educação. Brasília:

Ministério da Educação e do Desporto, Seed, 2005.

WINNER, E. Informática: mitos e realidades. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

36

APÊNDICES

37

APÊNDICE A

ROTEIRO PARA COLETA DE DADOS

1 - Formação: ______________________________________________________

2 – Carga horária: ___________________________________________________

3 – Disciplina em que atua: _____________________________________________

4 – Tempo de serviço: _________________________________________________

4 - Quais as formas pelas quais a informática vem sendo utilizada nas suas aulas?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

5 - Como você concebe o uso do computador como recurso para a melhoria do

processo ensino-pedagógico?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

6 - Segundo sua visão, quais os fatores que dificultam ou uso da informática no

ambiente escolar da escola pública?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

38

APÊNDICE B

AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

39

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

PROGRAMA MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) Colega:

Meu nome é SONIA MIRIAN GUGLIELMI. Estou realizando uma pesquisa intitulada:

O USO DAS MÍDIAS NA EDUCAÇÃO, vinculada ao “Curso de Educação à

Distância Mídias na Educação”, que tem como objetivos:

- Identificar as formas pelas quais os recursos midiáticos vêm sendo utilizados na EEB

Ignácio Stakowski e a visão dos professores sobre o uso do computador como recurso

para a melhoria do processo ensino-aprendizagem;

- Analisar fatores que dificultam o uso das Mídias de Tecnologia e Informação no

ambiente escolar;

- Formular estratégias para assessorar os professores para incluírem as Mídias de

informática e audiovisuais em seus planejamentos.

Para sua realização, será necessária a aplicação de questionário.

Neste sentido, gostaria de contar com a sua participação. Se você tiver alguma dúvida

em relação ao estudo antes ou durante seu desenvolvimento, ou desistir de fazer parte

dele, poderá entrar em contato comigo pessoalmente ou através do telefone (0xx48)

96194055. Se você estiver de acordo em participar, posso garantir que as informações

fornecidas serão confidenciais, sendo que os nomes dos/as participantes não serão

utilizados em nenhum momento. As informações coletadas poderão ser utilizadas em

publicações como livros, periódicos ou divulgação em eventos científicos.

Sua participação poderá contribuir para a melhoria no processo ensino aprendizagem

pela utilização das mídias no cotidiano da sala de aula.

Atenciosamente,

______________________

SONIA MIRIAN GUGLIELMI

Consentimento Pós-informação

Eu, Adriana de Andrade da Silva, fui esclarecido(a) sobre a pesquisa “O USO DAS

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO,” e concordo em participar da mesma.

Nome do(a) professor(a) participante :___________________________

Assinatura do participante: _______________________________________

Assinatura da responsável :_______________________________________

Içara, 03 de março de 2011.