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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
Ficha para Catálogo
Artigo Final
Professor PDE/2010
Título Caracterização do Tabagismo entre Fumantes do Município de Perobal.
Autor Alexandra de Jesus Marchi.
Escola de Atuação Colégio Estadual Ana Neri
Município da Escola Perobal
Núcleo Regional de Educação Umuarama
Orientador Celso Ivam Conegero
Instituição de Ensino Superior UEM - Universidade Estadual de Maringá
Área do Conhecimento/Disciplina Biologia
Relação Interdisciplinar Com todas as disciplinas
Público Alvo O presente trabalho envolveu 300 fumantes do município de Perobal.
Localização Colégio Estadual Ana Néri - Rua Guilherme Bruxel 795 - Centro
Resumo
O tabaco é considerado atualmente uma epidemia, devido aos malefícios que causa. O presente trabalho teve como objetivo realizar diagnóstico dos fumantes de Perobal no ano de 2011. Os dados foram obtidos a partir da aplicação de questionário aplicados a 300 fumantes, de ambos os sexos. A maioria dos entrevistados (65,3%), eram homens. A iniciação ao tabagismo ocorreu em 90,33% antes dos 20 anos de idade. Os motivos verificados foram a curiosidade, a influência de amigos, Influência da família e a mídia. Quanto ao conhecimento dos malefícios do tabaco, verificou-se que 50,00% dos homens e 55,77%, da mulheres tinham consciência. Quanto ao desejo de parar de fumar, (64,28%) dos homens e 67,30% das mulheres já tentaram. A maioria dos entrevistados gostaria de parar com o tabagismo e 87, 67% da amostra, entendem que as campanhas educativas são relevantes enquanto mecanismo de prevenção e que as advertências contidas nos maços de cigarros são esclarecedoras, porem ignoradas por algumas pessoas. Esses dados levam a uma reflexão muito séria, a que precisamos encontrar novos caminhos e metodologias mais eficientes que somem força aos já existentes para atuar, tanto na prevenção, quanto no tratamento.
Palavras-chave Fumantes. Tabagismo. Motivos. Campanhas Educativas. Prevenção.
CARACTERIZAÇÃO DO TABAGISMO ENTRE FUMANTES DO MUNICÍPIO DE
PEROBAL.
Autora: Alexandra de Jesus Marchi1
Orientador: Celso Ivam Conegero2
RESUMO:
O tabaco é considerado atualmente uma epidemia, devido aos malefícios que causa. O presente trabalho teve como objetivo realizar diagnóstico dos fumantes de Perobal no ano de 2011. Os dados foram obtidos a partir da aplicação de questionário aplicados a 300 fumantes, de ambos os sexos. A maioria dos entrevistados (65,3%), eram homens e 34,7% mulheres. A iniciação ao tabagismo ocorreu em 90,33% antes dos 20 anos de idade, sendo que a moda ficou entre 16 e 20 anos (46,33%). Os principais motivos para a iniciação foram a curiosidade (41,67%), a influencia de amigos (34%), Influencia da família (15,66%) e a mídia (8,66%). Quanto ao conhecimento dos malefícios do tabaco, verificou-se que 50,00% dos homens e 55,77%, da mulheres tinham consciência. Quanto ao desejo de parar de fumar, (64,28%) dos homens e 67,30% das mulheres já tentaram, porem a maioria não fizeram uso de medicamentos, 92,34% dos homens e 87,50% das mulheres, respectivamente. A maioria dos entrevistados gostaria de parar com o tabagismo, sendo 75,51% de homens e 83,65% de mulheres. 87, 67% da amostra, entendem que as campanhas educativas são relevantes enquanto mecanismo de prevenção e que as advertências contidas nos maços de cigarros são esclarecedoras, porem ignoradas. Apenas 33,33% disseram que estimulam o individuo a parar de fumar, e 18,67% relataram que são motivos de piadas. Esses dados levam a uma reflexão muito séria, a que precisamos encontrar novos caminhos e metodologias mais eficientes que somem força aos já existentes para atuar, tanto na prevenção, quanto no tratamento.
Palavras-chave: Fumantes. Tabagismo. Motivos. Campanhas. Educativas. Prevenção.
1 1-Graduada em Ciências e Biologia e Pós-graduada em Bases Morfológicas e Fisiológicas da
Integração do Homem com o Meio, UEM-Pr. Atuante no Colégio Estadual Ana Néri de Perobal. 2 2- Professor na Universidade Estadual de Maringá. Graduado em Ciências Biológicas pela UEM-Pr
e Mestrado e Doutorado em Ciências na Área de Concentração de Anatomia Humana. Universidade São Paulo – S. P.
2
Introdução
O fumo tornou-se um grande problema de saúde pública na história da
humanidade. No ano de 2030, o fumo deverá ser a maior causa isolada de
mortalidade, podendo ser responsável por 10 milhões de mortes por ano
(MENEZES, Ana MB et al,2002).
Segundo Rosemberg (2005) estima-se que na atualidade, há no mundo 1
bilhão e 300 milhões de fumantes, dos quais 80% - mais de 1 bilhão – vivem nos
países em desenvolvimento. Os fumantes passivos são cerca de 2 bilhões dos quais
700 milhões são crianças. Resulta que metade da população terrestre está exposta,
direta ou indiretamente, aos efeitos nocivos da nicotina e demais substâncias tóxicas
do tabaco.
Como as perdas de vidas são calculadas com maior segurança nos países
desenvolvidos, sabe-se que, de 1930 a 1989, faleceram 61 milhões de pessoas por
doenças tabaco-relacionadas. Destas, 39 milhões (63,9%-) são da faixa de 35 a 69
ando de idade. Constata-se que o tabagismo é um dos maiores agentes
dilapidadores da vida humana na sua fase mais produtiva. A esperança de vida
perdida é de 20 a 25 anos conforme a região geográfica (ROSEMBERG, 2005).
Embora as maiores taxas de incidência de câncer sejam encontradas em países
desenvolvidos, dos dez milhões de casos novos anuais de câncer, cinco milhões e
meio são diagnosticados nos países em desenvolvimento. Trecho citado por
GUERRA et al,2005 retirado de World Health Organization. Nenhuma outra medida
teria tanto impacto na redução da incidência do câncer como a eliminação do
tabagismo, segundo DOLL R, Peto R 1981 p. 1220, citado por MENEZES, Ana MB
et al, 2002. O principal impacto seria a queda da incidência do câncer de pulmão,
mas outras repercussões importantes seriam observadas no câncer de boca,
faringe, laringe, esôfago, bexiga, pâncreas e rim. Atualmente, sabe-se que, além do
câncer, o fumo é responsável por outras doenças, como: enfisema, bronquite
crônica obstrutiva, cardiopatias, problemas vasculares, entre inúmeras outras
doenças. Os riscos atribuíveis descritos no trabalho de MENEZES, Ana MB et al,
2002 indicam que a eliminação total do tabagismo levaria à prevenção de 54% do
câncer de esôfago, de 71% do câncer de pulmão e de 86% do câncer de laringe.
3
Para Lichtenstein; Prochaska, et al (1989) é extremamente difícil para os
tabagistas abandonar o tabaco, devido à dependência da nicotina. Há inúmeros
registros dos desejosos de cessar de fumar que fracassam nas tentativas, que
quase sempre se repetem por várias vezes, e, por isso, continuam fumando.
Atualmente, a nicotino-dependência é considerada como doença.
Instituições médico-científicas de psiquiatria a definem como “desordem mental de
uso de substância psico-ativa”. Desde 1992, a Organização Mundial de Saúde, na
classificação de doenças, a tipificam como “síndrome do tabaco-dependência”
(ROSEMBERG, 2005). Delfino, (2008) complementa que o tabagismo não é apenas
um fator de risco para diversas enfermidades; ele mesmo é considerado uma
enfermidade. Afirma ainda que atualmente vê-se o tabagismo como luma doença
crônica pela enorme dificuldade para se eliminar o vício do fumante. Já se acreditou
que a força de vontade era suficiente para quem quisesse parar de fumar. A ciência
se encarregou de provar o contrário, ou seja, na prática, mesmo querendo, é muito
difícil abandonar o consumo de tabaco.
Existem basicamente dois métodos de se tratar o tabagismo com eficiência,
segundo as evidências clínicas. Um é o que se faz uso de remédios à base de
bupropiona, um antidepressivo. O outro, é o da reposição controlada de nicotina.
Também já está comprovado que as terapias comportamentais são muito eficientes.
Os pacientes aprendem a entender por que fumam. Essa conscientização os faz
mudar de atitude, quebrando circuito cerebral que leva à vontade de fumar. Em
outras palavras eles aprendem a lidar com seus sentimentos sem ajuda do cigarro.
As terapias comportamentais são mais eficientes quando associadas a remédio
(RIGOTTI, 2004).
A disciplina de Biologia deve contribuir para formar sujeitos críticos e
atuantes, por meio de conteúdos que ampliem seu entendimento acerca do seu
objeto de estudo – o fenômeno VIDA – em sua complexidade de relações,
(Diretrizes Curriculares de Educação Básica Biologia, 2008). Dessa maneira este
artigo visa contribuir para melhor entendimento da relação do fumante com o cigarro,
para tanto teve como objetivo caracterizar o tabagismo no município de Perobal no
ano de 2011.
4
Metodologia
Para a realização desse artigo foram entrevistados 300 pessoas tabaco-
dependente que residem no município de Perobal no ano de 2011, sendo 196 do
sexo masculino e 104 do sexo feminino abordando todas as faixas etárias
encontradas. Como instrumento para a pesquisa utilizou se um questionário que foi
aplicado pelos alunos do terceiro ano matutino do Colégio Estadual Ana Neri. Após a
aplicação do questionário os dados foram compilados e distribuídos na forma de
gráficos para interpretação e análise dos resultados. Segue anexo o questionário
que foi utilizado:
Caracterização do tabagismo entre fumantes do município de Perobal- pesquisa de campo 1- Idade
(escreva a resposta dada em anos)
2- Sexo
1 - ( ) Masculino
2 - ( ) Feminino
3- Com quantos anos você começou a fumar?
1 - ( ) Menos de 10
2 - ( ) 10 a 12
3 - ( ) 13 a 15
4 - ( ) 16 a 20
5 - ( ) Acima de 20
4- Você começou fumar por quê?
1 - ( ) Teve curiosidade
2 - ( ) Mídia – meios de comunicação
3 - ( ) Influência dos amigos
4 - ( ) Influência da família
5
5- Quando você iniciou o hábito de fumar você tinha consciência dos malefícios
que o cigarro causava?
1 - ( ) Sim
2 - ( ) Não
6- Você já tentou parar de fumar?
1 - ( ) Sim
2 - ( ) Não
Se Sim, quantas vezes?
1 - ( ) 1 a 2
2 - ( ) 3 a 4
3 - ( ) Mais de 5 vezes
7- Já fez uso de medicamento para parar de fumar?
1 - ( ) Sim Qual?__________________
2 - ( ) Não
8- Você já incentivou algum amigo ou parente a fumar?
1 - ( ) Sim
2 - ( ) Não
9- Assinale o seu grau de concordância/discordância em relação a seguinte
afirmação: “ Fumar é uma forma de queimar dinheiro e prejudicar a saúde”.
1 - ( ) Discordo totalmente
2 - ( ) Discordo
3 - ( ) Concordo
4 - ( ) Concordo plenamente
5 - ( ) Não tenho opinião
10- Você acha importante fazer campanhas educativas que esclareçam e
sensibilizem a população sobre os males causados pelo tabaco?
1 - ( ) Sim
6
2 - ( ) Não
11- Sobre as Leis antitabagistas o que acha?
1 - ( ) Você acha importante, pois inibe ações tabagistas e protege a população.
2 - ( ) Você acha abusiva e fere o direito do fumante enquanto cidadão.
12- Em sua opinião, o que as advertências contidas nos maços de cigarros causam
nos indivíduos no momento da compra?
1 - ( ) São esclarecedoras porem ignoradas
2 - ( ) São esclarecedoras e estimulam o individuo a parar de fumar
3 - ( ) São motivos de piadas entre amigos fumantes
13- Você gostaria de parar de fumar?
1 - ( ) Sim
2 - ( ) Não
7
Resultados
De acordo com a metodologia empregada, verificamos que a maioria dos
entrevistados foi do sexo masculino (65,3%), sendo 34,7% do sexo feminino.
Conforme Figura 01.
34,67%
65,33%
Figura 01 – gráfico que demonstra a distribuição do sexo dos entrevistados.
Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011.
8
Destaca-se que 11,39% dos entrevistados iniciaram com o tabagismo antes
dos 10 anos de idade, sendo 4,46% do sexo masculino e 6,93% do sexo feminino. A
moda da idade de início no vício é de 16 a 20 anos (19,31%) para o sexo feminino e
dos 13 a 15 anos para o sexo masculino. Figura 02
Figura 02 – distribuição das idades dos indivíduos fumantes, quanto ao inicio do tabagismo.
Fonte – questionário aplicado junto à população do município de Perobal em 2011
Menos de 10 10 a 12
13 a 15 16 a 20
Acima de 21
14
8
26
39
17 18
36
69
61
12
Masculino
Feminino
9
Observa-se que a maioria dos entrevistados do sexo feminino começou a
fumar porque tiveram curiosidade (36,53%), fato observado também nos indivíduos
do sexo masculino (44,38%), sendo que a influencia dos amigos também
representou percentual significativo, 34,18 % para os homens e 33,65%. Quanto a
influência da família tivemos 12,75 % para homens e 21,15% para mulheres. Já a
mídia representou menor papel na influência quanto à iniciação, ou seja, 8,67% para
homens e 8,65% para mulheres. Figura 03.
Teve c
uriosidad
e
Míd
ia(m
eios
com
unicaç
ão)
Influ
ência
dos
amig
os
Influ
ência
da fa
mília
38
9
35
22
87
17
67
25Masculino
Feminino
Figura 3 – gráfico demonstrando a distribuição dos indivíduos fumantes com cruzamento das
variáveis sexo e motivo da iniciação ao tabagismo. Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011
10
Destaca-se que exatamente 50,00% dos entrevistados do sexo masculino
declararam que tinham consciência dos malefícios do tabagismo. Entre os
entrevistados do sexo feminino a maioria, 55,77%, declarou que não tinha
consciência dos malefícios do tabagismo. Figura 04.
Sim
Não
46
58
9898
Masculino
Feminino
Figura 04 – demonstração da consciência dos malefícios do tabagismo pela variável
Sexo. Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011
11
Destaca-se que a maioria dos tabagistas do sexo masculino já tentou parar
de fumar (64,28%), sendo que do sexo feminino esse percentual é de 67,30%.
Figura 05.
126
70
70
34
Sim
Não
Feminino
Masculino
Figura 5 – Figura demonstrando a distribuição quanto às tentativas de parar de fumar em relação ao
sexo. Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011.
12
A maioria de ambos os sexos tentaram pelo menos de 1 a 2 vezes parar
com o vício sendo 39,79% do sexo masculino, e 33,65% do sexo feminino. De 3 a
4 vezes, 13,26% dos homens e 17,30% das mulheres e acima de cinco vezes
11,22% e 16,34% para homens e mulheres respectivamente . Figura 06.
Figura 06 – figura demonstrando quantas vezes os fumantes tentaram parar com o vício pela
variável sexo, Perobal, 2011. Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011
78 35
26 18
22 17
70 34
De 1 a duas vezes
De 3 a 4 vezes
Acima de 5 vezes
Não tentou
Masculino
Feminino
13
A maioria do sexo masculino não fez uso de medicamentos (92,34%) nas
tentativas para parar de fumar. Em relação ao sexo feminino a moda também foi de
não fazer uso de medicamentos (87,50%) Figura 07.
15
13
181
91
Sim
Não
Feminino
Masculino
Figura 07 – Gráfico demonstrando se as pessoas fazem uso de medicamentos para parar de
fumar pela variável sexo. Fonte – questionário aplicado junto a população fumante do município de Perobal em 2011
14
Destaca-se indivíduos de ambos os sexos declararam que já incentivaram
parentes e amigos a iniciarem no tabagismo, sendo 34,69% dos homens e 27,68%
de mulheres. Figura 08.
68
29
128
75
Sim
Não
Feminino
Masculino
Figura 08 – gráfico demonstrando a distribuição dos indivíduos que incentivaram parentes ou
amigos a fumarem Fonte – questionário aplicado junto a população fumante do município de Perobal em 2011.
15
Observamos que 66,83% dos homens concordaram com a afirmativa “
fumar é uma forma de queimar dinheiro e prejudicar a saúde”, enquanto que entre
as mulheres este percentual é de 79,80% , no entanto , 28,99% homens e
10,57% das mulheres discordam da afirmativa. Figura 09.
25
6
24
5
79
4752
36
16
10
Disco
rdo
tota
lmen
te
Disco
rdo
Con
cord
o
Con
cord
o plena
men
te
Não
tenho
opi
nião
Masculino
Feminino
Figura 09 – Demonstração do grau de concordância ou discordância em relação a
seguinte afirmação: “ Fumar é uma forma de queimar dinheiro e prejudicar a saúde” pela variável sexo.
Fonte – questionário aplicado junto a população fumante do município de Perobal em 2011
16
A maioria dos entrevistados 87,24% sexo masculino e 88,46% sexo feminino
acham que é importante fazer campanhas educativas que esclareçam e sensibilizem
a população sobre os males causados pelo tabaco. Figura 10.
171
92
25
12
SimNão
Masculino
Feminino
Figura 10 – Figura demonstrando se o entrevistado acha importante fazer campanhas educativas
que esclareçam e sensibilizem a população sobre os males causados pelo tabaco pela variável sexo. Fonte – questionário aplicado junto a população fumante do município de Perobal em 2011
17
Destaca-se que a opinião em relação às leis antitabagistas é comum em
ambos os sexos, sendo que a maioria considerou relevante, 70,91% entre o sexo
masculino e 76,92% do sexo feminino. Entretanto, 29,08% dos homens e 23,07%
das mulheres entendem que as Leis são abusivas e ferem o direito do fumante
enquanto cidadão. Figura 11.
139
80
57
24
Acha importante, pois inibe ações
tabagistas e protege a população
Acha abusiva e fere o direito do fumante
enquanto cidadão
Masculino
Feminino
Figura 11 – Ilustração sobre a opinião em relação às leis antitabagistas pela variável
sexo. Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011.
18
Em ambos os sexos a opinião da maioria dos entrevistados foi a mesma,
onde declararam que as advertências são esclarecedoras porem ignoradas, sendo
49,48% do sexo masculino e 53,84% do sexo feminino. 29,59% dos homens e
31,73% das mulheres entendem que as leis são esclarecedoras e estimulam os
indivíduos a pararem de fumar. Entretanto 20,91% dos homens e 14,42% das
mulheres responderam que a advertências são motivos de piadas entre os
fumantes. Figura 12.
97
5658
33
41
15
São esclarecedoras
porem ignoradas
São esclarecedoras e
estimulam o individuo a
parar de fumar
São motivos de piadas
entre amigos fumantes
Masculino
Feminino
Figura 12 – Demonstração da opinião dos entrevistados em relação ao que acham que
as advertências contidas nos maços de cigarros causam nos indivíduos no momento da compra pela variável sexo.
Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011
19
Destaca-se que a maioria dos entrevistados gostaria de parar com o
tabagismo, sendo 75,51% para o sexo masculino e 83,65% do sexo feminino. Figura
13.
148
87
48
17
Sim
Não
Feminino
Masculino
Figura 13 – A entrevista ilustrada através do gráfico demonstra se os fumantes gostariam de
parar de fumar pela variável sexo. Fonte – questionário aplicado junto à população fumante do município de Perobal em 2011.
20
Discussão
Analisando os resultados, podemos inferir que a pesquisa realizada atingiu
33,8% da população de fumantes de Perobal, pois segundo dados do IBGE 2008,
17,2%, da população brasileira são fumantes. Considerando que o município conta
com 5.206 habitantes a população de fumantes estimada é de 885. No entanto, se
faz necessário a realização de pesquisa específica para demonstrar o número real
de fumantes do município.
Quanto a distribuição por sexo, verificamos que 65,3% são de indivíduos do
sexo masculino e 34,7% do sexo feminino, dados esses que são semelhantes a
média nacional que é de 60,17% e 39,83% para o sexo masculino e feminino
respectivamente.
Ao analisarmos a iniciação ao tabagismo, verificamos que apenas 11,39%
dos entrevistados iniciaram o hábito de fumar após os 20 anos confirmando o que
se encontra na literatura que cerca de 90% das pessoas iniciam a hábito de fumar
antes dos 20 anos, daí a importância da sensibilização através de campanhas e
programas preventivos direcionados aos jovens uma vez que é na adolescência e
juventude que são mais suscetíveis a influências externas. Apesar do adoecimento
e a morte causada pelo tabagismo se manifestarem entre adultos, ela começa na
infância. Hoje, vários estudos corroboram que 90% dos fumantes iniciaram até os 19
anos e 50% dos que experimentaram 1 cigarro se tornaram fumantes na vida adulta
(Cinciprini, 1997). Para Rosemberg, 2003 “são parcas as possibilidades de uma
pessoa que nunca fumou quando criança ou adolescente tornar-se fumante na vida
adulta”. Delfino, 2005 confirma dizendo que é fato que a grande maioria dos
fumantes iniciam no tabagismo antes dos 20 anos, sendo que nos países
desenvolvidos oito de cada dez fumantes contraem o vício ainda na adolescência.
É muito raro alguém começar a fumar quando já está maduro e com a personalidade
definida. Na maioria das vezes, basta começar para não parar mais. A nicotina
presente no cigarro é uma droga que deixa a pessoa fisicamente dependente
(GOLDFARB; CAVALCANTE; SILVA, 1997).
Na pesquisa de campo realizada no município de Perobal a curiosidade ficou
em primeiro lugar (41%) dentre os quatro motivos questionados. Em segundo a
21
influência dos amigos (34%) sendo que a família também tem grande peso como
modelo a ser seguido (15,67%) e em último influência da mídia (8,67%).
A prevalência e os fatores de riscos para o tabagismo em adolescentes de
10 A 19 anos em fase escolar, caracterizada pela aventura proporcionada por novas
experiências, mas que acaba se tornando um problema. Para muitos fumantes, esta
motivação ocorrida na adolescência, foi o início de uma vida no vício (MALCON;
MENEZES; CHATKIN, 2003). A busca pelo desconhecido, por novas experiências,
encabeçado pela curiosidade realmente é que torna os jovens presas fáceis para se
enredarem em caminhos que nem sempre poderão deixar para trás sem cicatrizes,
sua sensação de invulnerabilidade também contribui para isso. Então sendo grande
a iniciação ao tabagismo na juventude e muitos os motivos que levam a isso faz-se
necessário variadas estratégias e monitoramento para analisar seus efeitos como
diz (MALCON; MENEZES; MAIA, 2003).
Conhecer também as influências que o tabagismo acarreta na qualidade de vida pode contribuir para o corpo de conhecimentos para melhorar as estratégias de combate ao tabagismo entre esta população. As entidades médicas e órgãos de saúde devem garantir a aplicação das leis antitabaco e a enfermagem realizando campanhas preventivas enfocando os malefícios do tabagismo na adolescência assim como a monitorização periódica do efeito de tais campanhas através de pesquisas de base populacional.
Quanto a influencia dos amigos verificamos que 34% dos fumantes
iniciaram o hábito em função desta influencia. É importante ressaltar que ao
analisamos o comportamento dos fumantes quanto a influencia que os mesmos
acabaram gerando em outras pessoas no futuro, verificamos que o percentual de
influencia é muito parecido, ou seja, 32,33%, isso leva-nos a inferir que a influência
de amigos passa de geração para geração.
O que determina a primeira experimentação de cigarros e o posterior
desenvolvimento do tabagismo envolve vários fatores. Considera-se que o estudo
das trajetórias de vida individuais que levam alguém a ser um fumante diário seja
uma das linhas de pesquisa mais promissoras para o estabelecimento de medidas
preventivas (Abroms et al., 2005).
22
É bem provável que a publicidade ficou em último lugar como motivação em
nossa pesquisa por que a legislação já a algum tempo em nosso país não vem
permitindo que a mídia influencie tanto no hábito de fumar, inclusive o que está
mais presente são propagandas anti-tabagismo, porém até os anos 80 era a mídia
uma das principais formas de indução ao tabagismo quando suas propagandas
faziam referência a padrões de inteligência, beleza, aventura e poder. Como é
citado pela. Pan American Health Organization (1992) que a partir da industrialização
dos cigarros e do investimento maciço em propagandas, houve um crescimento
intenso de seu consumo, particularmente na primeira metade do século XX,
atribuindo ao cigarro adjetivos que o transformava em objeto de desejo de milhões
de indivíduos.
“Oh! Aquela fumaça a gente achava gostoso, a gente não sabia a substância que tinha ali dentro... eu não sabia das conseqüências, antigamente não tinha essa pressão que está em cima do tabagismo, tinha propagandas na televisão, as pessoas achavam lindo fumar!”
Em nossos resultados verificamos que 50% dos homens responderam não
ter consciência dos malefícios do cigarro enquanto entre as mulheres a
porcentagem ficou em 55,77%. Ao analisarmos a média nacional divulgada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2008 cerca de 24,6 milhões de
brasileiros de 15 anos ou mais de idade fumavam derivados de tabaco em 2008, o
que correspondia a 17,2% da população nessa faixa etária e quase a totalidade dos
fumantes (93,0%) afirmava saber que o cigarro pode causar doenças graves. Um
dos motivos para a grande diferença pode ser as faixas etárias que foram
estudadas, pois em Perobal estudamos todas as faixas de idade de início ao
tabagismo, enquanto que a pesquisa do IBGE abrange fumantes que iniciaram no
vício a partir dos 15 anos. O percentual de fumantes que desconhece os malefícios
do tabaco, em nosso trabalho, é considerado elevado, o que justificaria a realização
de trabalhos futuros relacionados a prevenção e controle do tabagismo junto a
população de Perobal.
Ao contrário do que parece, começar a fumar é uma “escolha”, porém parar
é muito mais complicado, mesmo querendo muitas pessoas não conseguem se
libertar deste vício e das que conseguem exige-se muito sacrifício. Entre os 300
entrevistados tabacos-dependentes do município de Perobal, ficou constatado que
23
a grande maioria tentou parar de fumar variando de 1 a mais de 5 vezes em ambos
os sexos ( 65,81% no sexo masculino e 67,30% no sexo feminino). Na literatura
encontramos relatados fatos de que a tentativa de parar é uma constante entre
grande parte dos fumantes e que mesmo querendo nem todos conseguem sucesso
nessa tarefa. Seria o tabagismo apenas um hábito que poderia ser abandonado
quando não se quisesse mais fumar? Foi o que a indústria tabaqueira argumentou
por muitos anos, mesmo sabendo que o que pregava não era a verdade como cita
Rosemberg, 2005 “inexplicável é que ainda em 1964, o Comitê consultivo do
Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos, com o endosso do Surgeon General,
tenha declarado que a nicotina causa apenas hábito, não sendo droga que
desenvolve dependência”. Segundo dados coletados, nos município de Perobal em
2011 65,33% dos fumantes tentaram abandonar o hábito ou vício de fumar e não
conseguiram.
Para Lichtenstein; Prochaska, et al (1989) é extremamente difícil para os
tabagistas abandonar o tabaco, devido à dependência da nicotina. Há inúmeros
registros dos desejosos de cessar de fumar que fracassam nas tentativas, que
quase sempre se repetem por várias vezes, e, por isso, continuam fumando.
Mediante essa problemática, o Estado deve exercer sua força e poder por meio de
controle dos corpos individuais e sociais de diversas formas, antes mesmo das
pessoas adoecerem e necessitarem utilizar o sistema de cuidado profissional
(CARMAGNANI; BRÊTAS 2005).
Para Silva .et al, 2005 em estudos com pacientes com problemas
respiratórios crônicos relata que a perda de atividades de lazer pode ser percebida
como perda de prazer ou seja o cigarro é fonte de prazer, mas sabem também que
o fumo é um fator intrinsecamente relacionado às doenças respiratórias, seja como
fator causador ou agravante. Essas duas condições do fumo trazem um sentimento
de ambigüidade para as pessoas, como mostra o depoimento:
É muito gostoso fumar... até fazer mal. (...) Eu sinto muita vontade até hoje. Eu vou para o meu estudo e penso: ah o meu cigarrinho... (Mara).
Manter o controle sobre o conflito entre ter prazer e reconhecer o mal
provocado pelo cigarro é uma batalha que nem sempre as pessoas conseguem
24
vencer. As pessoas lutam para superar as dificuldades e garantir a qualidade de
vida que inclui controlar velhos hábitos, uma vez reconhecido como indesejáveis.
“Não quero fumar nunca mais!” (Mara). “Deixar de fumar é a coisa mais fácil do mundo. Sei muito bem do que se trata, já o fiz cinqüenta vezes”. Mark Twain
“É como se fosse um amigo que você conversa, cigarro é bom... a nicotina dá uma necessidade psicológica e física. Fiquei um mês sem fumar, mas depois eu não agüentei, eu não pensei que ia voltar... acho que eles põem uma composição muito doida no cigarro, eu não consigo superar a vontade”
Considerando a relação do elevado percentual de fumantes que já tentaram
parar de fumar sem sucesso, e o baixo percentual de indivíduos que fizeram uso de
medicamentos (9,33%) podemos inferir que a terapia medicamentosa poderia
colaborar com o processo de abandono do hábito de fumar, pois é sabido que os
remédios e terapias são estratégia importantes para auxiliar as pessoas a se
livrarem desse vício. Estudos mostram que a associação entre adesivo e goma de
mascar de nicotina, ou entre adesivo de nicotina e bupropiona, ou mesmo entre
goma de mascar de nicotina e bupropiona, elevam as taxas de sucesso no processo
de cessação de fumar (Jorenby, 1999). A farmacoterapia pode ser utilizada como
um apoio, em pacientes que querem parar de fumar e tem a função de facilitar a
abordagem cognitivo-comportamental, que é a base para a cessação de fumar
(GUERRA et al, 2006).
71,33% dos entrevistados concordam que fumar é uma forma de queimar
dinheiro e prejudicar a saúde, isso nos remete a novamente à reflexão - Se a maioria
concorda que fumar é prejudicial economicamente e para sua saúde, então por que
não param de fumar? Fica claro que não é uma questão só de vontade. O uso
contínuo do cigarro leva a nicotina dependência e instala-se uma situação de difícil
resolução. A pessoa vive o paradoxo de querer deixar de fumar e não conseguir.
Isso fica evidenciado cada vez mais na literatura, o hábito de fumar é tratado como
doença, dependência e morbidade que demandam tratamento (MENEZES,Ana MB
et al,2002). Goldfarb, 1998 complementa que o ato de fumar deixou de ser
considerado apenas um hábito para ser considerado uma dependência, cujos
malefícios não se limitam só aos fumantes, atingindo de forma ampla e danosa a
todos e ao meio ambiente. A droga-dependência causada pela nicotina quando
25
interrompida seu consumo causa a “síndrome de abstinência”, com seus sintomas
desagradáveis característicos (forte desejo de fumar, inquietação, ansiedade,
irritabilidade, agressividade, tristeza, dor de cabeça, tonturas, vertigens, suores,
sede entre outros). A readministração da droga produz alívio imediato e sensação de
bem estar. As evidências científicas e observadas até por leigos sugerem que é
extremamente difícil aos tabagistas abandonarem o tabaco justamente em função da
dependência pela nicotina (DELFINO 2008 apud ROSEMBERG, 2003).
As evidências reforçam que uma grande parte dos entrevistados de Perobal,
acham importante se livrar do vício do tabagismo, mas depois que se tornaram
tabaco-dependente ficou complicado.
Fica claro através do resultado obtido em Perobal onde 87,67% do homens
e mulheres acreditam que as campanhas educativas preventivas sejam uma forma
eficaz de combater o tabagismo, uma vez constatado pela pesquisa que
abandonar o hábito depois que se tornaram dependentes não é fácil, então
acredita-se que a prevenção seria a forma mais eficaz e menos dolorosa de se
combater esse problema. Para Fraga, 2011 a maioria dos fumadores inicia o
consumo na fase da adolescência. Assim, é necessário um forte investimento na
prevenção durante a fase da adolescência. A eficácia das medidas preventivas
depende do conhecimento sobre os adolescentes, de compreender os motivos que
os levam a iniciar o hábito de fumar e que interferências poderiam ser feitas para
evitar que os mesmos optem pelo tabagismo.
A aposta na prevenção através de medidas educativas, legislativas e
econômicas constitui-se uma alternativa inteligente, pois como cita por Canguilhem
(1990) ”A vida não admite a reversibilidade, aceitando apenas reparações, cada vez
que o indivíduo fica doente reduz o poder que tem de enfrentar outros agravos, ele
gasta o seu seguro biológico, sem o qual não estaria nem mesmo vivo”. Com isso
perde o indivíduo, a família e a sociedade.
As campanhas educativas de prevenção ao tabagismo são importantes, mas
até onde surtiram e surtem efeitos desejados? Existem alertas ao perigo de fumar
estampado nos maços de cigarro, leis que limitam o uso do tabaco e mesmo assim
o número de adolescentes e jovens que continuam a iniciar no tabagismo ainda é
grande, onde estaria a falha nas campanhas anti-tabagismo? Seria necessário mais
empenho dos governos e da sociedade em procurar novas soluções? Ou o
tabagismo depois de séculos em evidência requer persistência para ser reduzido e
26
quiçá eliminado da sociedade? Em estudos realizados por FRAGA, 2011 mostra
que os adolescentes reconhecem consequências a longo-prazo do consumo de
tabaco, mas não as identificam como riscos nos adolescentes, pelo que não se
identificam como grupo-alvo, o que poderá explicar a falta de resultados dos
programas de prevenção desenvolvidos. Talvez procurar entender melhor nossos
jovens seja o caminho para traçar novos embates contra o tabaco? Campanhas e
programas educativos são a melhor forma de evitar maiores problemas com o
tabagismo como cita Ribeiro, S. A. et al 1999 “As campanhas anti-tabágicas nos
Estados Unidos têm alterado os contornos da epidemias, vericando-se uma redução
da prevalência de fumantes de 41% em 1965 para 24% em 1996”. Rosemberg
(2005) afirma que foram positivos os programas nacionais educativos de cessação
de fumar através da mídia e da televisão nos Estados Unidos, na Holanda, na
Finlândia e em Hong Kong. Ainda diz que os métodos indiretos como as campanhas
educativas de ação regional e de âmbito nacional com medidas que dificultam o
consumo de cigarros e dos outros modos de fumar, têm conseguido resultados
positivos diminuindo a prevalência tabágica. Em Hong Kong, inciou-se, em 1982, um
programa nacional de combate ao tabagismo, e em dois anos, 95% da população
estava informada dos malefícios de fumar; em quatro anos a população de fumantes
adultos diminuiu 16%, sendo maior ainda nos adolescentes, 50% ( MACKLIN;
BARNES; 1986). Na Europa, temos o exemplo de Finlândia, Suécia, Noruega e
Reino Unido que, aplicando programas educativos, amparados por legislação
específica, conseguiram reduzir de 24% a 52% o uso do tabaco em ambos os sexos
( ROSEMBERG, 2005). Diante desses dados um dos caminhos seria uma análise de
como os países desenvolvidos executaram suas campanhas e aproveitar sugestões
para que nos países em desenvolvimento também seja feito algo parecido, uma vez
que a indústria tabaqueira percebendo que os paises em desenvolvimento eram
mais vulneráveis concentraram seu potencial nesses mercados. “Na atualidade há
no mundo 1,3 bilhão de fumantes, dos quais 80% vivem em países em
desenvolvimento” (MARQUES; ARANDAS, 2011).
Das 300 pessoas entrevistadas, 81 consideram que as leis são abusivas e
fere o direito do fumante enquanto cidadão, porém 219 responderam que as leis são
importantes, pois inibe ações tabagistas e protege a população. Analisando tal
resultado, poderíamos supor que embora os entrevistados fossem tabacos-
dependentes, a maioria entende que sendo esse vício prejudicial não só a ele mais
27
aos indivíduos ao seu redor, concordam com as restrições legais. As leis
antitabagismo alertam para um problema social que não se restringe ao indivíduo, é
muito mais amplo, diz respeito a toda a sociedade e precisa ser divulgado,
esclarecido e combatido. Através da análise dos fatos históricos percebe-se que
medidas repressoras não conseguiram frear a disseminação do uso de tabaco,
assim a melhor forma ainda é sensibilizar e apostar na boa educação como afirma (
ROSEMBERG, 2005, p.153)
O controle do tabagismo e a decorrente dependência da nicotina funda-se no binômio legislação-educação. Nenhuma legislação tem êxito sem apoio de programas educativos e, por sua vez, a legislação facilita notavelmente a penetração e divulgação da mensagem educativa.
Chor (1999) complementa dizendo que o primeiro nível de intervenção
seria, portanto, o de influenciar valores e condições sociais que não só sustentam,
mas favorecem hábitos com leis e normas que valorizem a vida, sem nos tornarmos
reguladores do que deve ou não deve ser feito para se levar uma vida saudável.
Para Rosemberg, 2005 e para a maioria dos dependentes do tabaco
entrevistados em Perobal as Leis são fortes aliadas no combate ao tabagismo, bem
como as campanhas educativas. Entende-se que certos prazeres podem ser tão
deletérios que não valem a pena. O que precisa ser feito é dar ajuda aos
dependentes e auxilio às famílias atingidas por problemas causados pelo tabaco,
mas sem deixar de cobrar uma postura de respeito àqueles que não optaram por
ser tabagistas e mesmo assim sofrem e são prejudicados pelo tabagismo – os
fumantes passivos. Por isso as leis anti-tabagismo cumprem seu papel social de
proteger a sociedade de problemas causados por ela mesma.
Proíbe ainda a propaganda por meio eletrônico, e a propaganda em
estádios, pistas, palcos ou locais similares. Proíbe o patrocínio de eventos
esportivos nacionais e culturais.
Quanto as imagens contidas nas embalagens de cigarro, 153 dos 300
entrevistados (51%) disseram ser esclarecedoras porém ignoradas, 91 ou 30,33%
responderam que são esclarecedoras e estimulam o indivíduo a parar de fumar e
56(18,66%) responderam que são motivos de piadas entre amigos fumantes.
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Nossos dados são diferentes dos encontrados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, 2008, onde 65,0% dos fumantes que foram entrevistados informaram
que as advertências nos rótulos dos cigarros fizeram pensar em parar de fumar. Tal
divergência pode ser explicada devido ao fato de nossa pesquisa ser de âmbito local
com uma clientela diferente da amostra estudada pelo IBGE.
De acordo com nossos dados, a parcela de fumantes que gostariam parar
de fumar é de 78,33% muito parecido com os divulgados pelo Ministério da Saúde,
2001 que mostram que cerca de 80% dos fumantes querem parar de fumar. No
entanto, apenas 3% conseguem a cada ano, e a maioria desse grupo pára sem
ajuda. Esse dado é um indicador da capacidade da nicotina causar dependência,
pois, provavelmente, os que têm baixa dependência são os que mais conseguem
parar de fumar sem um tratamento formal. Também é um indicador do baixo acesso
dos fumantes aos avanços no campo da cessação de fumar, que chegam a
aumentar as taxas de cessação de 3% para 20% a 30% em um ano. Fazendo-se um
análise simples fica evidente que é essencial que os avanços alcançados na área
de cessação de fumar tornem-se disponíveis aos fumantes para que um número
cada vez maior consiga deixar de fumar a cada ano.
Conclusão
Após análise dos resultados podemos concluir que:
1. Das 300 pessoas tabaco-dependentes a maioria das pessoas
(88,62%) indiferente do sexo iniciaram o hábito de fumar ainda muito jovem, sendo
11,39% antes 10 anos , 42,82% dos 10 aos 15 anos e 34,41% dos 16 aos 20
anos;
2. 2% da população estudadas relataram não ter consciência dos males
causados pelo tabaco quando iniciaram esse hábito.
3. 65,34% já tentaram parar de fumar, sendo que 37,67% tentaram de
uma a duas vezes, 14,67% tentaram de três a quatro vezes e 13% mais de cinco
vezes.
4. Dos entrevistados, 87.67%, entendem que as campanhas educativas
são relevantes enquanto mecanismo de prevenção.
29
5. As advertências contidas nos maços de cigarros são esclarecedoras,
porem ignoradas pelos fumantes, apenas 33,33% dos fumantes disseram que
estimulam o individuo a parar de fumar, e pior 18,67% relataram que as
advertências são motivos de piadas entre amigos e fumantes. Esses dados levam a
uma reflexão muito séria, a que precisamos encontrar novos caminhos, mais
eficientes que somem força aos já existentes.
6. Os vícios e virtudes criados em uma sociedade a caracterizam, para
encontrar o caminho do equilíbrio, ter uma vida saudável cuidando da saúde física,
mental e espiritual é necessário que as pessoas que acreditam que podem fazer a
diferença contribuam com ações que levem à construção de uma sociedade mais
justa e feliz. Muitos já deram e continuam contribuindo no combate ao tabagismo.
Espera-se que esse artigo também sirva como humilde contribuição para a efetiva
erradicação dessa Pandemia que ceifa vidas preciosas, causa muita dor àquele que
um dia foi enredado pelo vício e aos parentes e amigos.
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