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CREA REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA v. 15, n. 56, Segundo trimestre de 2017 ISSN 1679-2866 Lei de combate a incêndio reforça segurança nas edificações baianas Livro de Ordem será obrigatório em todo o Brasil a partir de julho

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creaREVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA

v. 15, n. 56,Segundo trimestre

de 2017

ISSN 1679-2866

Lei de combate a incêndio reforçasegurança nas edificações baianas Livro de Ordem será obrigatórioem todo o Brasil a partir de julho

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SeguraNça em prImeIrO LugarA revista traz como matéria principal um assunto muito importante para toda a sociedade, que é a segurança das edificações. Depois do incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, quando morreram centenas de jo-vens asfixiados, houve um clamor popular por medidas que evitassem a repetição daquela tragédia. Na Bahia, uma lei estadual obriga que, para funcionar, os estabelecimentos precisam cumprir requisitos de segurança a partir de um projeto de combate a incêndio e pânico. Nesse aspecto, ganha relevância o papel dos engenheiros Civil e de Segurança do Trabalho, responsáveis pela elaboração desses projetos.

Outro assunto relevante da revista é o Prêmio Arlindo Fragoso de Tecnologia e Inovação 2017, cujas inscrições estão abertas e que serve de estímulo à inovação na Bahia. Quando iniciamos esse projeto em parceria com o Instituto Politécnico da Bahia, tínhamos certeza que seria uma grande contribuição da área tecnológica para o desenvolvimento da Bahia, mas a participação tem superado as expectativas. Já em sua terceira edição, o prêmio tem revelado talentos e até aumentado a demanda pelos cursos de iniciação científica nas faculdades, como mostra a reportagem.

A publicação traz também uma entrevista com o contra-almirante da Marinha e engenheiro naval Alan Paes Leme, que participou, em Salvador, do II Simpósio SOS Brasil Soberano. Alan defende que não existe crescimento econômico sem desenvolvimento industrial e que a Engenharia precisa ser mais valorizada, pois é a atividade que mais gera riqueza para a sociedade.

Por fim, é preciso destacar a força do CreaJr, que realizou um evento durante dois dias, o Multiplica, que conseguiu incorporar mais de 4 mil novos associados ao programa em todo o estado. É o jovem sendo protagonista, cuidando para que as novas gerações conheçam o Crea e reforcem o seu papel em defesa do exercício legal da profissão.

Marco AmigoPresidente do Crea-BA

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Presidenteeng. mec. Marco Antônio Amigo

diretoria 20151º. Vice-presidente: engº. Quím. Luciano Sérgio Hocevar 2º. Vice-presidente: engº. Civil José de Souza Neto Júnior

1º. Diretor administrativo: engº. agrôn. Jonas Dantas dos Santos2º. Diretor administrativo: engº. Civil Neuziton Torres Rapadura

1º. Diretor Financeiro: engº. elet. Carlos Guaracy Santos Nascimento2º. Diretor Financeiro: geól. Marjorie Csekö Nolasco

3º. Diretor Financeiro: engª agrôn. Catarina Cotrin de Mattos Sobrinho

Conselho editorial Andersson Ambrósio – engenharia elétrica

Antônio Arêas – engenharia mecânicaCaiuby Alves – Instituto politécnico da Bahia

Herbert Oliveira – Chefia de GabineteKaren Daniela – engenharia Civil

Manuel Albuquerque – engenharia CivilMarjorie Nolasco – geologiaPaulo Baqueiro – agronomia

Rodrigo Lobo – engenharia de SegurançaLuciano Hocevar – engenharia Química

assessora de Comunicação Daniela Biscarde

elaboraçãoÉComunicação

JornalistaAdelmo Borges

Foto CapaClara Feliciano

Projeto gráfico e diagramaçãoAutor Visual/Perivaldo Barreto

ImpressãoGráfica Edigráfica

Tiragem 45 mil exemplares

Nosso endereçoav. professor aloisio de Carvalho Filho, 402, engenho Velho de Brotas

Cep: 40243-620 – Salvador/BahiaTels.: (71) 3453-8989/Telecrea: (71) 3453-8990

e-mail: [email protected]

As opiniões emitidas nas matérias e artigossão de total responsabilidade de seus autores.

revista Crea-Ba/Conselho regional de engenharia eagronomia da Bahia. Nº 56 (Segundo trimestre de 2017). Salvador: Crea-Ba, 2006 - ISSN 1679-2866

Trimestral

1.engenharia. I. Conselho regional de engenharia eagronomia da Bahia

CDu 72:63 (813.8) CDD 720

issn 1679-2866v. 15, n. 56,

segundo trimestre de 2017

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20artigo:

Lições da experiência israelense

06Livro de OrdemDocumento passa a ser obrigatório em julho

08prêmio arlindo FragosoInscrições estão abertas

11geologiaProfissional sempre está um passo à frente

16empreendedorismo

Abrir uma empresa, só com planejamento

26Segurança

Projeto de prevenção abre campo de trabalho para engenheiros

Foto: Gobetago

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eSpaçO DO LeITOr

FalE conoscoEnvie sua mensagem com nome completo, e-mail e telefone para os endereços eletrônicos: [email protected] e [email protected]. Lembramos que as mensagens poderão ser resumidas ou adaptadas ao espaço da revista. Siga o Crea-BA nas redes sociais www.facebook.com/creabahia e Twitter: @CreaBahia.Para anunciar, ligue para (71) 99956-0558. Edição online no site: www.creaba.org.br.

Engenheira parabeniza a revistaParabenizo toda a equipe do conselho editorial da revista Crea-BA. Sou engenheira eletricista formada há mais de 15 anos. Fiquei muito tempo sem ler a revista, achava os assuntos desinteressantes. Hoje tive paciência de ler a revista v.15 n.55, primeiro trimestre de 2017. O conteúdo estava fascinante, melhor que muita revista de renome. Parabéns!

Engenheira Sibele A. Costa Sousa – Salvador

Elogio à postura do conselhoRecebendo a revista eletronicamente por meio do IPB, tenho notado e elogio a postura do Crea-BA, centrado na tecnologia e na aplicação desta para fazer uma Engenharia cada vez melhor, como atividade sobretudo intelectual, com base científica, distante das solicitações ideológico-partidárias que são apropriadas em entidades e publicações políticas (devem ser respeitadas), mas costumam contaminar e matar organismos que devem estar concentrados no pensar e no fazer construtivo (científico-tecnológico). Evidentemente, há questões referentes a aspectos profissionais – por exemplo, o da remuneração do trabalho – que são do escopo e das atribuições da

entidade, mas até estes são melhor conduzidos sem os arroubos passionais que mais geram conflitos do que trazem soluções, estas sempre obtidas intelectualmente. Nenhuma nação e nenhum ser humano cresce e evolui, nem se mantém no topo, sem tal cuidado.

Engenheiro Adinoel Motta Maia – Salvador

Que tipo de empresa precisa ter o registro no Crea-BA?Segundo a Lei Federal nº 5.194/66 e a Resolução nº 336/89 do Confea, o registro no Crea é obrigatório a toda “pessoa jurídica que se constitua para prestar ou executar serviços e/ou obras ou que exerça qualquer atividade ligada ao exercício profissional da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia, Meteorologia e outras áreas tecnológicas fiscalizadas pelo Sistema Confea/Crea.”

Fábio Santos – Salvador

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LIVrO De OrDem paSSa a Ser OBrIgaTórIO a parTIr De 1º De JuLhOO Crea vai exigir o documento em todas as obras e serviços de Engenharia

#LIVrO De OrDem

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Instrumento de fiscalização que permite verificar a existência do responsável técnico por obras e serviços, o Livro de Ordem passa a ser obrigatório em todo o Brasil a partir de 1º de julho deste ano. A exigência voltou a ser estabelecida pela revogação da Resolução nº 1.084, de 26 de outubro de 2016, que havia tornado facultativo o uso do Livro de Ordem aos Creas e a aos profissionais do Sistema Confea/Crea.

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LIVrO De OrDem

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os rEGistros quE dEvEm constar no livro dE ordEm

1. Dados do empreendimento, de seu proprietário, do responsável técnico e da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica;

2. As datas de início e de previsão da conclusão da obra ou serviço;

3. As datas de início e de conclusão de cada etapa programada;

4. A posição física do empreendimento no dia de cada visita técnica;

5. Orientação de execução, mediante a determinação de providências re-levantes para o cumprimento dos projetos e especificações;

6. Nomes de empreiteiras ou subempreiteiras, caracterizando as atividades e seus encargos, com as datas de início e conclusão, e números das ARTs respectivas;

7. Acidentes e danos materiais ocorridos durante os trabalhos;

8. Os períodos de interrupção dos trabalhos e seus motivos, quer de cará-ter financeiro ou meteorológico, quer por falhas em serviços de tercei-ros não sujeitas à ingerência do responsável técnico;

9. As receitas prescritas para cada tipo de cultura nos serviços de Agronomia; e

10. Outros fatos e observações que, a juízo ou conveniência do responsá-vel técnico pelo empreendimento, devam ser registrados.

objEtivos• Comprovar autoria de trabalhos;• Garantir o cumprimento das instruções, tanto técnicas como administrativas; • Dirimir dúvidas sobre a orientação técnica relativa à obra; • Avaliar motivos de eventuais falhas técnicas, gastos imprevistos e acidentes

de trabalho; • Eventual fonte de dados para trabalhos estatísticos; • Confirmar, juntamente com a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART,

a efetiva participação do profissional na execução dos trabalhos da obra ou serviço, de modo a permitir a verificação da medida dessa participação, inclusive para a expedição de Certidão de Acervo Técnico.

De acordo com o assessor técnico do Crea-BA Eduardo Rode, apesar de o Livro ter sido instituído em 2009, ele nunca foi implantado efetivamente por questões operacionais. Agora, com a recomendação da Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União para que o sistema Confea adotasse medidas para tornar o seu uso novamente obrigatório, o Crea vai passar a exigir o documento em todas as obras e serviços de Engenharia.

Essa medida vai garantir maior transparên-cia nas obras e serviços, que passarão a ter uma memória de execução. Com isso será possível, por exemplo, identificar os moti-vos de serviços paralisados ou com atraso.

Rode explica que, a partir de 1º de julho, os responsáveis por obras e serviços de Engenharia, que iniciaram a partir dessa data, só poderão obter a Certidão de Acervo Técnico – CAT mediante a apresentação do Livro de Ordem devidamente preenchido.

Atualmente existem algumas leis mu-nicipais que exigem que os contratos de Engenharia tenham o documento. Além disso, empresas de grande porte costu-mam adotar o livro, que serve como a memória da execução do serviço. O as-sessor técnico do Crea-BA dá o exemplo de uma obra em que uma chuva forte e/ou constante, atrasa o cronograma. Ao final, o engenheiro vai poder saber, com preci-são, as causas do adiamento da entrega, assim como outros aspectos relevantes da obra. Esse documento permitirá demons-trar as instruções técnicas e administra-tivas, adotadas para o bom andamento da obra/serviço, ajudará a avaliar os mo-tivos de eventuais problemas técnicos e as soluções adotadas para solucioná-los, gastos imprevistos ou acidentes de traba-lho ocorridos no empreendimento.

O profissional que não apresentar o livro durante uma fiscalização do Crea-BA, pode-rá responder processo por acobertamento e, se for reincidente, a um processo ético no conselho.

O conselho vai fazer uma ampla campanha para divulgar entre os interessados a neces-sidade do documento, que já está disponível no site da instituição para download gratuito (www.creaba.org.br).

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Foto: Clara Feliciano

Diego Mendes, vencedor da edição passada

#prêmIO arLINDO FragOSO

Depois que um aluno do curso de Engenharia Civil da Unijorge, Diego Mendes, ganhou o primeiro lugar no Prêmio Arlindo Fragoso de Tecnologia e Inovação no ano passado, diversos alunos daquela instituição passaram a se interessar pelo curso de iniciação científica, que saltou de oito para 26 projetos. Quem informa é o professor Armando

Andrade Peixoto, que elogia a iniciativa do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) e do Instituto Politécnico da Bahia (IPB), que estão fomentando a inovação entre os jovens estudantes.

prêmIO arLINDO FragOSO CrIa NOVa mODaLIDaDeInscrições estão abertas até o dia 7 de julho e na edição 2017 poderão participar projetos em operação

O professor destaca que faltava um prêmio desse tipo para que os alunos se engajassem em projetos de pesquisa. Outro fator decisivo foi o primeiro lugar obtido por um aluno da instituição, que mostrou aos demais que é possível ga-nhar. O laboratório da faculdade passou a ter mais movimento e, em vez de três, agora são oito monitores orientando os alunos. O professor acredita que pelo menos quatro projetos têm chances no prêmio.

Diego Mendes, vencedor do ano pas-sado, destaca que sempre é chamado a participar de eventos na faculdade, entre eles a Semana de Engenharia. Ressalta que sua invenção, o aplicativo “Construcode”, voltado para a constru-

ção civil, já está com a parte tecnológica desenvolvida, falta agora a inserção comercial. O produto está sendo testado gratuitamente em algumas obras de Salvador para validação.

Vencedor do segundo lugar, com o pro-jeto “Borratrativo”, que usa o descarte da borra de glicerina para combater a mosca das frutas, o jovem Jânio Rodrigo diz que sua intenção é abrir um CNPJ para viabilizar o projeto comercialmen-te. “O prêmio é um bom estimulo para o estudante colocar em prática suas ideias, tirar do papel e colocar no mer-cado.” Jânio ressalta que está buscan-do parcerias para testar o produto em larga escala e, para tanto, vai precisar captar recursos.

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Foto: Crea-BA

Eduardo sousa, coordenador da comissão julgadora

prêmIO arLINDO FragOSO

Nova modalidadeEste ano o Arlindo Fragoso tem como novidade a criação de uma nova mo-dalidade: Projetos em Operação. A in-tenção é contribuir para a formação de profissionais inovadores oriundos dos cursos superiores e técnicos da área tecnológica da Bahia.

Segundo o engenheiro mecânico Eduardo Sousa, coordenador da comissão julgadora, a expectati-va é que mais trabalhos desen-volvidos no interior do estado participem da edição deste ano. No ano passado, um projeto de Paulo Afonso ficou em terceiro lugar. “As inspetorias do Crea-BA têm um papel fundamental no pro-cesso, que é o de multiplicar a oportu-

baseada na busca de anterioridade, em bancos de patentes, de forma a assegurar o caráter inovador da tecnologia.”

O engenheiro lembra que participar do Prêmio Arlindo Fragoso é ter a oportunidade de estar em uma importante vitrine e também de po-der aproveitar oficinas complementares que serão oferecidas para as equipes, dentre elas “Transforme sua Ideia em Modelo de Negócio” e “Plano de Negócios – Começar Bem”, ambas promovidas pelo Sebrae. Além disso, os selecio-nados na modalidade 2 participarão das ofici-nas “Estratégia de Crescimento do Negócio”, do Sebrae, e “Propriedade Industrial”, promovida pela Village Marcas e Patentes.

professor armando andrade peixoto destaca que o prêmio arlindo Fragoso de Tecnologia e Inovação está despertando o interesse dos estudantes da unijorge pela ciência

Foto: Clara Feliciano

nidade para as instituições de ensino superior do interior.”

Eduardo alerta os candidatos que de-vem ler atentamente o edital. “As pro-postas deverão apresentar uma revisão,

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O prêmio é um bom estímulo para o estudante colocar em prática suas ideias, tirar do papel e levar

para o mercado

#prêmIO arLINDO FragOSO

Premiação e inscriçãoOs interessados precisam apresentar soluções sustentáveis para as áreas de energia, saneamento básico, construção civil, segurança pública, mobilidade ur-bana, produção agrícola, produção mi-neral, petróleo e gás natural. O prêmio é voltado para estudantes do ensino téc-nico e superior vinculados ao Sistema Confea/Crea no estado da Bahia (de instituições públicas ou privadas), e que tenham cursado pelo menos 50% dos períodos da graduação até o fim do semestre 2017.1.

Na Modalidade 1, podem participar pro-jetos na fase de desenvolvimento de produtos e da validação do modelo de negócio; e na Modalidade 2, projetos em operação, mas que estão buscando oportunidade de crescimento e ain-da não possuem estratégia clara para atingir escala.

A premiação em dinheiro para a moda-lidade 1 é de R$ 18 mil (1º lugar – R$ 10 mil, 2º lugar – R$ 5 mil e 3º lugar – R$ 3 mil). A modalidade 2 vai destinar R$ 27,5 mil (1º lugar – R$ 15 mil, 2º lugar – R$ 7,5 mil e 3º lugar – R$ 5 mil) para os melhores trabalhos. As inscrições estão abertas e poderão ser feitas até o dia 7 de julho.

Os melhores trabalhos serão divulgados no dia 24 de julho e a premiação será no dia 23 de novembro. Uma seleção inter-mediária vai escolher 10 projetos, cinco em cada modalidade. Os interessados deverão preencher a ficha de inscrição disponível no site do Prêmio, imprimi-la,

assiná-la e enviá-la ao Gabinete da Presidência do Crea-BA – Rua Professor Aloísio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas, CEP – 40243-620.

A comissão julgadora é constituída por professores de instituições públicas e privadas, representantes do Crea/Mútua, do IPB, Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação do Estado, Sebrae, de dife-rentes grupos de investidores e um jor-nalista da área de Economia e Negócios.

Todas as dúvidas a respeito do prêmio podem ser esclarecidas pelo e-mail: [email protected]. O edital está disponível no site do Prêmio: www.premioarlindofragoso.org.br

Vencedores do segundo lugar, com o projeto Borratrativo, michele medeiros e Jânio rodrigo

Jânio Rodrigo, segundo lugar na última edição

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O prOFISSIONaL Que eSTá Sempre um paSSO à FreNTeO geólogo, que comemora o seu dia 30 de maio, tem um vasto campo de atuação, que inclui desbravar territórios, analisar rochas e o solo e fazer estudo de riscos, impacto ambiental e geodiversidade

Profissional que investiga a ação das forças do planeta, que forjam a natureza dentro da qual vivemos, o geólogo é estratégico para localizar jazidas minerais, depósitos subterrâneos de água e reservas de petróleo e gás. É o profissional também que pode ajudar a reconstituir estabilidade natural, a prever erosões e desertificações, bem como investigar as causas de acidentes geológicos como

inundações e escorregamentos.

geOLOgIa#

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A Petrobras, a Vale e tantas outras gran-des empresas do Brasil não existiriam se não fosse por esse profissional na li-nha de frente, desbravando territórios e apontando caminhos. As grandes obras de infraestrutura, transportes e sanea-mento também não seriam possíveis sem o geólogo para fazer a análise do solo e das rochas e elaborar o estudo de impacto ambiental.

De acordo com a geóloga Marjorie Nolasco, conselheira do Crea-BA, em sentido amplo esse profissional tra-balha com a compreensão do planeta e seu funcionamento, o que inclui a dinâmica dos rios, do mar, dos vulcões, dos terremotos, ou seja, de todos os fenômenos naturais.

Segundo Marjorie, que é graduada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e tem mestrado em Geologia e doutorado em Geociências (UFRGS), o geólogo lida com recursos básicos, como água, minério e óleo. “Se formos falar do equilíbrio entre o oceano, o rio e uma barragem estamos falando de Geologia. A barragem em si é construção da Engenharia, mas sua estabilidade é o encontro da Engenharia com a Geologia, na Geotecnia.”

Marjorie, que é professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), destaca que existem diversas divisões dentro da Geologia, como o hidrogeólogo, o geofísico, o geo-químico, o paleontologista, entre outras.

Na Bahia, quem quiser se graduar em Geologia tem duas opções: a Ufba (Salvador) e a Ufob (Barreiras). Marjorie explica que é um curso muito caro, mais que Medicina, por exemplo. Além dos equipamentos de alta complexidade, exige muitas saídas de campo e viagens.

Marjorie acredita que esse profissional poderia ser melhor aproveitado se suas competências fossem mais conhecidas. Além de trabalhar para empresas de mineração, o geólogo é necessário em empresas de meio ambiente, ONGs e, em especial, em prefeituras, cuidando da locação de poços de água, busca de materiais construtivos, estabilidade das encostas, evitando inundações e prevendo desastres naturais em geral. Ele pode também analisar processos de contaminação diversos, como a partir do lixo produzido pelo município.

Em uma ONG ambiental, uma empresa ou instituição que lide com as questões

ambientais pode desenvolver aspectos de dinâmica sedi-mentar, de geodiversidade, geoturismo e patrimônio mi-neiro e geológico.

Com relação à atividade mais tra-dicional, Marjorie lembra que mesmo que uma empresa tenha encontrado um metal valioso sem a ajuda do geó-logo, ela vai precisar desse profissional para, em parceria com o engenheiro de Minas, proceder a retirada do mineral. “O geólogo é quem mapeia a continuação da exploração”, ressalta a especialista, acrescentando que o profissional vai determinar também a profundidade, o tempo de exploração e quanto a mina vai render, junto com outros profissionais.

Observação e gosto por viagensPara o estudante que pretende fazer esse curso, a conselheira do Crea-BA destaca que, além de gostar das discipli-nas básicas de Engenharia (Matemática, Física e Química), ele precisa gostar de viajar, não necessariamente para locais

#geOLOgIa

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Foto: Blog Somos Físicos

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turísticos, senão ficará restrito aos labo-ratórios. Ele vai conhecer lugares inós-pitos, de difícil acesso, como florestas e desertos. Além disso, tem que ser uma pessoa observadora, detalhista.

Dentro do curso, o aluno pode fazer disciplinas optativas e se aprofundar em áreas como geoquímica, geofísi-ca, hidrologia, petróleo, mineração e mapeamento. Marjorie explica que as universidades geralmente direcionam o curso para as vocações regionais. Em São Paulo, por exemplo, há um forte direcionamento para a geologia urbana; na Bahia, mineração, petróleo e hidrolo-gia; enquanto no Rio Grande do Sul, a paleontologia é muito valorizada.

Tecnologia a serviço das descobertas A tecnologia facilitou muito a vida desse profissional. Marjorie lembra que quan-do se formou, em 1982, o mapeamento era feito exclusivamente em papel, com fotos aéreas, o que levava muito tempo para se chegar a um resultado. Hoje, com as imagens de satélites e dos dro-nes e o uso do geoprocessamento e da modelagem 2D e 3D, em um conjunto

chamado geotecnologias, esse tempo foi bastante reduzido.

A exploração do mar também usa alta tecnologia. A Petrobras, por exemplo, usa equipamentos de última geração para descobrir reservas de petróleo e gás no litoral brasileiro. A conselheira do Crea-BA destaca que a descoberta do pré-sal, por exemplo, só foi possível por causa da atuação dos geólogos da estatal, que estão entre os melhores do mundo. “O coração da Petrobras é a Geologia”, afirma Marjorie.

O Brasil é rico não só em petróleo, mas também em água potável e em diver-sos recursos minerais. Marjorie dá o exemplo do nióbio, produto altamente cobiçado pela indústria de alta tecnolo-gia. Só existem duas minas no mundo: uma no Brasil e outra no Canadá.

Na visão da conselheira do Crea-BA, os países ricos têm interesse nos minerais que existem no subsolo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Ela acredita que boa parte da crise que o Brasil atravessa hoje faz parte desse xadrez geopolí-tico, no qual a intenção é internacio-nalizar as empresas nacionais e des-truir a sua soberania no setor, caso da Petrobras, Vale e das próprias empresas de engenharias mais pesadas como a Odebrecht e a OAS.

geóloga Marjorie Nolasco, conselheira do Crea-Ba

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Foto: Blog Somos Físicos

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ProsPEcção dE NOVOS MINÉRIOSO geólogo Marcelo Conceição, que trabalha na Mineração Caraíba, destaca a importância desse profissional na prospecção de novos minérios. Ele dá o exemplo da própria Caraíba, que passou três décadas sob a ameaça de fechar por falta de minério, porém, nesse intervalo, foram descobertos novos depósitos e a mina hoje ainda tem mais de dez anos de exploração pela frente.

Para Marcelo, o geólogo que faz pesquisa dentro da mineração é fundamental e toda empresa que pretende ter um futuro sem turbulência tem que investir na sua equipe de sondagem.

Marcelo informa que a equipe de pesquisa de longo prazo da empresa se reúne todos os anos para traçar um plano estratégico para os próximos cinco anos, no qual são colocadas metas a serem cumpridas para au-mentar as reservas minerais da empresa, tudo baseado nas informações e experiência da equipe.

O geólogo, que trabalha 20 dias no campo e folga dez, diz que ama o que faz. “É um trabalho prazeroso, estou sempre em contato com a natureza.”

O geólogo Emanoel Barreto da Rocha Neto, ex-presidente da CPRM (Serviço Geológico do Brasil), destaca a importância da estatal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, na difusão do conhecimento geo-lógico e hidrológico. “A partir desses dados, as empre-sas brasileiras podem chegar a ocorrências minerais”, destaca Emanoel.

Outra ação importante dos geólogos da CPRM é no es-tudo de inundações e encostas, que são muito úteis em áreas urbanas. Os dados coletados pela estatal servem também para subsidiar o sistema hidrelétrico brasileiro em relação a enchentes e secas em nossos rios.

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É um trabalho prazeroso, estou

sempre em contato com a natureza

Marcelo Conceição, geólogo

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Para muitos, o empreendedorismo pode ser uma saída para alçar voos mais altos, mas não adianta achar que abrir um negócio próprio é a solução para resolver todos os problemas. Antes de embarcar nessa empreitada, o potencial empresário precisa ter cautela, estudar

bastante o mercado e avaliar os riscos e oportunidades, mas sem perder o otimismo.

Essa preparação foi fundamental para que o engenheiro civil recém-forma-do Danilo Morais decidisse abrir uma empresa de reparos e reformas. Na fa-culdade, ele passou por uma empresa Jr. de Engenharia da Ufba, o que o fez despertar interesse pelo campo do em-preendedorismo. Além disso, a família de Danilo possui uma construtora em Salvador, onde ele trabalhou por algum tempo antes de abrir o negócio próprio.

“Sempre tive essa veia do empreende-dorismo. Na faculdade e trabalhando na construtora da minha família, fui estudando negócios relacionados a Engenharia e encontrei uma oportuni-dade na área de serviços de reparo e ma-nutenção”, revela. A Faz Tudo, empresa fundada por ele e pelo sócio Alcides Lisboa, foi aberta em abril deste ano e a ideia é profissionalizar um segmento da Engenharia Civil. “Percebemos que há demanda para reparos e reformas, mas ainda são realizados de maneira muito informal. Queremos trazer mais conforto e comodidade para os clientes que solicitam esses serviços em estru-turas de casas e apartamentos”, explica.

A decisão de abrir a empresa surgiu em outubro de 2016. “Observamos que, nesse momento, muitas pessoas esta-vam optando mais por reformas do que por adquirir um imóvel novo. Foi assim que começamos a estudar e planejar o negócio.”

empreeNDer, Só COm pLaNeJameNTOAbrir a própria empresa pode ser uma alternativa para profissionais da área técnica em busca de novas oportunidades, mas é preciso ter cautela e buscar diferenciais de mercado

#empreeNDer

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Foto: Clara Feliciano

empresário Thiago Martins, da Golden Engenharia, conta que a ideia de abrir um negócio próprio surgiu ainda quando ele trabalhava em uma administradora de condomínio. “Percebi a escassez de opções no segmento de manutenção predial. Então, veio a ideia de abrir uma empresa.”

No mercado desde 2009, a Golden Engenharia oferece serviços de pintura e revitalização de fachadas, pastilha-mento em fachadas, impermeabiliza-ções, recuperação estrutural e diversos tipos de reformas para condomínios. Thiago destaca a importância da res-ponsável técnica da empresa, Maíra Neves, para a execução dos serviços.

A concorrência aumentou nos últimos anos, enfatiza Thiago, lembrando que muitos engenheiros e técnicos optaram por abrir empresas nesse setor.

Apesar disso, ele reforça que, para se manter em um mercado competitivo,

bém no estado de Sergipe. Raymundo conta que a abertura da empresa de-correu de um processo natural, diante da experiência profissional que já havia adquirido à época. “Depois de passar por diversas empresas e ter gerenciado obras importantes, decidi investir no campo do empreendedorismo”, lembra.

Com mais de 20 anos de atuação, o em-presário acredita que o desafio de encarar o mercado depende também do esforço do empreendedor. “É preciso pensar em diferenciais, conhecer bem o mercado que vai atuar e ter um bom conheci-mento do setor tributário”, recomenda.

qualificação é o diferencialCom um mercado que gera oportunida-des diversas, uma questão importante precisa ser destacada: o diferencial. O

Planejar é uma recomendação que vem também de quem já está no mercado há algum tempo. O engenheiro civil Raymundo Dórea tem uma ampla ex-periência. À frente da Engpiso desde 1995, ele conta que, capacitação e o desenvolvimento de um bom plano de negócios são fundamentais para quem deseja abrir um negócio próprio.

A Engpiso oferece soluções em pisos e revestimentos industriais e atua tam-

empreeNDer

Danilo Morais e Raymundo Dórea, engenheiros e empresários

Thiago martins, empresário

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Lei 5.194Toda empresa que presta serviços e/ou executa obras de Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia deve ser registrada

previamente no Crea.

FiscalizaçãoO Crea verifica a regularidade da empresa e do seu quadro técnico

perante o conselho.

Montando um negócioNão existem boas ou más ideias. A ideia é um embrião; precisa ser

trabalhada e desenvolvida.

Pesquisa e planejamentoAlém do conhecimento técnico,

é importante ter o conhecimento de mercado. Portanto, a busca por

informações sobre o segmento é fundamental.

técnica e eficiênciaNo caso da Engenharia, técnica

apurada aliada à eficiência e qualidade no atendimento, além da boa execução

do serviço, podem fazer a diferença.

ParceriasPara diminuir os custos no início é preciso manter uma estrutura

enxuta. Busque parcerias com outras empresas para reduzir as despesas.

#empreeNDer

informações úteis antes de empreender

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empreeNDer

Planejamento é a palavra-chavePlanejar deve ser a palavra-chave para qualquer pessoa que dese-ja empreender. É o que destaca o diretor de atendimento do Sebrae Bahia, Franklin Santos. “Pesquisas revelam que a maior causa de morte das empresas é a falta de planejamento.” Franklin afirma que o planejamento deve começar no momento em que o empreendedor decide montar o negócio. “Gerir uma empresa significa entender de mercado e finanças. Exige muito preparo e conhecimento. Por isso, é im-portante se capacitar.”

O diretor de atendimento do Sebrae reforça que é importante observar duas questões: construir uma boa oportunidade de negó-cio e se preparar para ter uma boa gestão. “O conhecimento técnico é fundamental, ainda mais para um negócio na área de Engenharia. Mas ele por si só não garante a sustentabilidade da empresa. É preciso fazer o ne-gócio prosperar, com uma gestão eficiente nas áreas de finanças, marketing, de pessoas, além de conhecer bem o mercado que se pretende investir”, disse.

Foto: João Alvarez ASN

é importante estudar e buscar quali-ficação. Para Thiago, a atualização de conhecimentos pode fazer a diferença. “É importante fazer cursos de empreen-dedorismo, gestão e participar de even-tos ligados à área”, conclui.

Aspectos legaisAbrir uma empresa tem sido uma al-ternativa para muitos engenheiros. Mas, além do planejamento e estudo de mercado, é preciso estar atento aos aspectos legais de abertura de empresas na área de Engenharia. O assessor técnico do Crea-BA, Eduardo Rode, destaca que, conforme disposto no artigo 59 da Lei 5.194, toda empresa que presta serviços e/ou executa obras de Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia deve ser re-gistrada previamente no conselho.

“Muitas vezes recebemos contadores aqui no conselho nos pedindo orienta-ções sobre o objetivo social ou mesmo sobre a razão social que pode ser uti-lizada. Nesse aspecto, é importante ressaltar o que rezam os artigos 4º e 5º da referida lei: quando na razão social constar, por exemplo, ‘engenheiros as-sociados’, todos os sócios da empresa devem possuir o título”, alerta Eduardo.

Por outro lado, o assessor técnico cha-ma a atenção para outro aspecto, no caso de, na razão social, constar o termo “Engenharia”. “Nesse caso, a maioria da diretoria deve ser composta de enge-nheiros. Se for sociedade limitada, o

sócio engenheiro deve responder ex-clusivamente pela empresa.  O ideal é que se evite colocar esses termos se não houver predominância de profissionais vinculados ao Crea na sociedade.”

Eduardo destaca ainda que o profissio-nal deve participar efetivamente das atividades desenvolvidas pela empresa, evitando o que pode ser caracterizado por acobertamento, que em caso de reincidência, pode levar até mesmo à suspensão do registro desse engenhei-ro, técnico ou tecnólogo. O papel do Crea junto às empresas de Engenharia envolve, justamente, a verificação da sua regularidade e da do seu quadro técnico perante o conselho. “Os fiscais do Crea verificam, a partir de diversas fontes, se a pessoa jurídica possui re-gistro ou visto na Bahia, pois ela pode estar registrada em Crea de outro es-tado, mas deve obrigatoriamente ter visto na Bahia para execução de obras e determinados serviços.”

São verificados também se os con-tratos firmados pela empresa estão devidamente registrados por meio da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e se as empresas, eventualmen-te subempreitadas, também possuem esse registro e respectiva ART.

Já no tocante ao quadro técnico, verifi-ca-se se todos os profissionais, de nível médio e superior, estão registrados ou possuem visto e estão em dia com suas anuidades, e se foram anotadas as res-pectivas ART de cargo ou função, que é uma obrigação da empresa.

PlanEjamEntoPerguntas que devem ser respondidas antes da abertura do empreendimento

O que é o negócio?Quais os principais produtos ou serviços?

Qual o público-alvo?Onde será localizada a empresa?

Qual o montante de capital a ser investido?Qual a projeção de faturamento mensal?

Que lucro espera obter do negócio?Em quanto tempo espera que o capital investido retorne??

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Em março passado, por iniciativa do Instituto Politécnico da Bahia e do Crea-BA, a comunidade técnica da Bahia teve oportunidade de discutir a questão da água como vetor de desenvolvimento sustentável. Para participar desse evento, convidamos a autoridade israelense de Águas (Israel Water Authority), que enviou um representante, o engenheiro Amir Schischa, coordenador do

grupo que orienta e fiscaliza a atuação das 56 companhias municipais responsáveis pelo abastecimento urbano, incluindo água, coleta e tratamento de esgotos de mais de 200 municípios, distribuídos em sete regiões administrativas.

O Que pODemOS apreeNDer Da eXperIêNCIa ISraeLeNSeProfessor asher Kiperstok, da universidade Federal da Bahia, mostra o quanto temos que aprender com Israel na questão da água. Aquele país, que é pouco menor que o estado de Sergipe, possui um clima desértico e semi-desértico e, além de suprir suas necessidades de abastecimento, ainda exporta água.

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Asher Kiperstok, Teclim, rede de Tecnologias Limpas, Departamento de engenharia ambiental, escola politécnica da ufba

Qual seria o motivo de discutir a experiência israelense se aquele país difere tanto de nossa realidade? Israel é um país pequeno, com uma extensão em torno de 21 mil km2, um pouco menor que o esta-do de Sergipe, uma população inferior a 9 milhões de habitantes e com um clima desértico a semi-desértico. Um país que hoje não só atende sua demanda de água como, em função de tratados inter-nacionais, exporta água para outros países. Possui ainda um agri-cultura pujante com altos índices de irrigação e tecnificação, além de padrões de renda, educação e tecnológicos bastante elevados.

O fato de estarmos passando, no estado, pela maior crise hídrica da história, incluindo o risco de desabastecimento batendo na porta de Salvador, deve nos provocar algumas reflexões. Como é que isto está ocorrendo em uma região de altos índices plu-viométricos (no caso, acima de 1.900 mm na região costeira)?

É também preocupante ouvir que, em alguns meios já se considera a alternativa de dessalinização da água do mar como alternativa para um futuro não distante. E ainda, se utiliza como exemplo o que se conseguiu em outros países, inclusive Israel.

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Como um país poderia almejar ter um terço da sua água potável perdida daqui a 15

anos? em mim, a reação dele provocou uma reflexão: Como é que nos acostumamos

com tamanha incompetência?

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• Aproveitamento integral dos esgotos sanitários. Hoje, mais de 90% do esgoto é utilizado na agricultura. Em 2015, 60% da água utilizada para irrigar as culturas agrícolas era proveniente de esgotos tratados. Deve-se observar que são utilizados método de irrigação avançados que fornecem às plantas a quantidade de água estritamente necessária para o seu desenvolvimento;

• Aproveitamento de águas salinas oriundas de aquíferos na região sul do país (deserto do Neguev);

• Estocagem de água a partir da re-carga de aquíferos com esgotos tratados;

• A partir de decisões tomadas em 2001, começaram a ser construídas plantas de dessalinização de água do mar. A primeira (Ashkelon) começou a operar em 2005 e teve como di-retor de inovação, durante muitos anos, um brasileiro/israelense. No momento operam cinco grandes unidades de dessalinização e mais uma está sendo planejada.

O convívio com o engenheiro Amir Schischa trouxe mais informações do que aquelas proferidas nas suas pales-tras na Escola Politécnica da Ufba e no auditório da Cerb. Devemos destacar duas situações que ele declarou não ter conseguido entender: uma afirmação por mim feita e uma pergunta feita por membros do público assistente.

A primeira se refere a uma tabela que eu apresentei mostrando que umas das metas do Plano Nacional de Saneamento seria a de se atingir um índice de perdas na distribuição de água de 31% até 2033. A segunda ocorreu quando um membro do públi-co, no auditório da Cerb, perguntou se existiam ingerências diretas de políticos nas decisões da IWA.

No referente às perdas de água na dis-tribuição das concessionárias, que hoje atingem um média nacional superior a 45%, ao voltar à mesa, depois da mi-nha apresentação Amir me perguntou: “Asher, você disse que a meta de vocês era a de atingir 31% de perdas em 2033?”

cursos hídricos do pais são de pro-priedade pública, controlados pelo Estado e destinados a atender as necessidades dos seus residentes e o desenvolvimento do País” (Lei Israelense das Águas);

• Uma Autoridade Israelense das Águas (IWA), subordinada a um Conselho Deliberativo com repre-sentação pública. Esta IWA toma decisões de caráter técnico-econô-mico, regulando a relação entre os fornecedores e os consumidores. São fornecedores: a empresa nacional de águas, Mekorot, que produz a água, 56 companhias municipais e mil fornecedores rurais, que compram a água da Mekorot e a vendem para seus consumidores. São consumido-res: a natureza, os produtores agrí-colas, as residências, a indústria, os acordos diplomáticos e as futuras gerações” (grifos nossos);

• Estar preparados para os efeitos da mudança climática. A IWA considera no seu planejamento de médio e lon-go prazos os efeitos indicados pelas previsões da mudança climática;

• Controle da demanda a partir do sis-tema tarifário, campanhas nacionais de esclarecimento e fixação de cri-térios para que as companhias mu-nicipais mantenham níveis baixos de perdas. No momento as perdas das companhias devem se ajustar a 10% da água que compram. Algumas companhias já praticam perdas in-feriores a 3%. As companhias mu-nicipais devem renovar suas redes a taxas entre 3% e 4,7% ao ano, de-pendendo do estado de depreciação em que se encontrem;

Vamos então contextualizar melhor o que po-demos apreender de Israel, à luz dos conheci-mentos que o engenheiro Schischa nos trouxe, até porque o fenômeno da mudança climática aponta para uma redução significativa da dis-ponibilidade hídrica na nossa região, inclusive dos mananciais que hoje atendem Salvador.

A água que a sociedade israelense utiliza sem-pre foi cara, em função da sua baixa disponi-bilidade e da necessidade de elevados gastos energéticos para ela poder chegar até os seus usuários. O aproveitamento das fontes de água doce, seja do Mar da Galileia, seja dos aquíferos da costa e da montanha, implicam em recalques de mais de 400 metros. Desta forma, encargos energéticos de mais de 2,5Kwh/m3 sempre fize-ram parte do cotidiano daquele país. No Brasil, as empresas de saneamento têm trabalhado com valores em geral inferiores a 1Kwh/m3.

Esses custos e a baixíssima disponibilidade de água doce exigiu de Israel grandes esforços gerenciais e tecnológicos que hoje vêm sendo compensados, não apenas por terem conse-guido equacionar o problema mas, também, por terem desenvolvido tecnologias que hoje exportam para diversos países.

Evidentemente que, para aproveitar da expe-riência Israelense, não basta importar algumas tecnologias. Por exemplo, não tem sentido neste momento se pensar em dessalinizar água do mar, que implica em custos energéticos acima de 3,6Kwh/m3 e custos adicionais de operação e manutenção, antes de se tomar outras providências mais prementes. Talvez seja mais importante refletir sobre uma série de aspectos e sequências de ações do modelo israelense e pensar se poderiam ser aplicadas à nossa realidade. Entre eles:

• Gestão da disponibilidade hídrica a partir de um equilíbrio entre gestão da demanda e da oferta, definidos em diretrizes legais aprovadas no Parlamento Nacional. “Os re-

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Eu disse: exatamente isso. Essa é uma das nossas metas nacionais. Ele retru-cou: “Não pode ser, você deve ter errado em alguma vírgula ou algum número. Isso simplesmente não é possível! Como um país poderia almejar ter um terço da sua água potável perdida daqui a 15 anos?” Em mim, a reação dele provocou uma reflexão: Como é que nos acostumamos com tamanha incompetência. Operamos sistemas de distribuição que são verdadeiros baldes furados, querendo atender à demanda colocando mais água neles.

A segunda questão sobre ingerências políticas nas decisões da IWA. A pergun-ta foi claramente formulada e traduzida para ele, com precisão. Mesmo assim, ele se virou para mim pedindo para eu explicar o que colega tinha perguntado. Quando eu terminei de explicar que era comum na nossa realidade se atender solicitações de políticos, preocupados

com seus dividendos eleitorais, com obras mal planejadas de saneamento, ele disse: “Agora é que não entendi mes-mo.” Mesmo assim, ele respondeu. As decisões políticas quanto à gestão das águas em Israel se dão na forma das leis aprovadas pela Knesset (Parlamento). Cabe a IWA cumprir estas determina-ções de forma absolutamente autô-noma, utilizando as melhores práticas administrativas e os conhecimentos técnicos disponíveis. O auditório res-pondeu com uma sonora salva de pal-mas que deve, espero, ter levado a uma reflexão dos políticos presentes.

A título de conclusão, deixo uma per-gunta: Como é que em um país que pra-tica perdas de água nos seus sistemas de distribuição superiores a 45%, que pratica técnicas de irrigação extrema-mente perdulárias, em que quase não se faz reuso de água, que sequer considera o futuro da disponibilidade hídrica à luz

dos conhecimentos científicos sobre as mudanças climáticas, se pense que o problema pode ser resolvido a partir de mais água no balde furado. Mais trans-posições de bacias, novas barragens, adutoras e recalques cada vez maiores, dessalinização da água do mar, agências reguladoras sem autonomia, enfim...

Concluo com uma afirmação de Allan Lambert, líder da primeira força ta-refa para redução de perdas de água da Associação Internacional da Água (por mera coincidência, também IWA) quando perguntado: Qual é a melhor forma de reduzir e controlar perdas de água? Disse: “O primeiro passo é admi-tir que você tem um problema.” Está mais do que na hora de parar de jogar a culpa nos outros.

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híbrido de carro e aviãoUm veículo que parece ter saído diretamente dos filmes de ficção científica para a realidade. Assim é o Aeromobil 4.0, um híbrido de carro e avião criado por uma empresa eslovaca e que deve começar a ser vendido em 2020. Com as asas fechadas, o aeromobil pode circular como qualquer veículo terrestre, enquanto que, com elas abertas, pode decolar e aterrissar de pontos habilitados para pequenos aviões, sendo necessário uma licença de piloto. Na estrada, o carro, de aspecto esportivo, tem um sistema de tração elétrica nas rodas dianteiras, e pode chegar a 160 quilômetros por hora. No modo de voo, o motor turbo oferece uma velocidade de cruzeiro de 259 km/h e uma máxima de 360 km/h. O preço, entretanto, não será para qualquer um: o novo veículo custará entre 1,2 e 1,5 milhão de euros.

microscópio de baixo custoO professor de Bioengenharia e inventor indiano manu prakash desenvolveu um microscópio de baixo custo, feito basicamente de papel, dobrável e resistente à água. a ideia é ajudar comunidades carentes ao redor do mundo. Batizado de Foldscope, o equipamento tem a lente e a bateria integradas ao papelão, e há cortes e dobraduras para tornar a montagem o mais fácil possível. a versão de alta resolução, que pode ampliar as análises 2100 vezes, custa apenas u$1. O inventor destaca que é possível identificar várias doenças, inclusive a malária, que causa muitas mortes em todo o mundo. Basta aplicar um corante no sangue a ser analisado e observar pela lente do microscópio dobrável.

Voo sem asasO inglês richard Browning, 38 anos, conseguiu reproduzir, em escala menor, um feito do homem de Ferro, personagem das histórias em quadrinhos da marvel: voar com a ajuda de propulsores nos braços e nas pernas. O sistema consiste em ter minipropulsores, ou jatos, nos braços e nas pernas, de modo que richard consiga manter-se no ar. por enquanto, o inventor só se movimentou, no máximo, a 8 km/h e a meio metro acima do solo, mas ele acredita que a sua invenção será capaz de alcançar 100 km/h e voar a uma altitude de 100 metros.

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Fuligem de carros vira tinta a sujeira que sai dos escapamentos dos carros, em vez de poluir o ar, pode ser aproveitada para produzir tintas. essa foi a ideia do indiano anirudh Sharma, que criou, junto com outros sócios, um pequeno dispositivo cilíndrico adaptado para escapamentos para capturar partículas de fuligem antes de serem liberadas para o ar. a fuligem é primeiro purificada em partículas de metal e vidro e, em seguida, misturada com óleo vegetal para criar tintas que variam de tinta de caneta a tintas usadas em muros e painéis.

Telhado verde reduz o calor Telhado verde pode reduzir em até 70% o calor de um ambiente, dependendo da construção. além disso, é um protetor de ruído e absorve a água da chuva. realidade em vários países do mundo, esse tipo de tecnologia começa a ganhar espaço no Brasil. mas essa iniciativa tem que ter um profissional habilitado orientando para evitar o excesso de peso, verificar a saída de água e a impermeabilização, entre outros fatores, como o tipo de planta a ser usada.

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guarda-chuva para foto e vídeoQuem trabalha com fotografia ou filmagem já deve ter se deparado com situações em que a chuva impede o uso dos equipamentos. uma empresa dos estados unidos criou um guarda-chuva que pode ser vestido, como uma roupa ou um chapéu, protegendo as câmeras e deixando as mãos livres. Feito de nylon à prova de água, possui estrutura de alumínio e plástico.

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#prOJeTO De preVeNçãO Foto: Clara Feliciano

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SeguraNça NaS eDIFICaçõeS é reFOrçaDa COm LeI CONTra INCêNDIO e pâNICODecreto estadual abre oportunidades de trabalho para engenheiros civis e de Segurança do Trabalho

Karen Daniela, engenheira civil

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Foto: Edson Ruiz

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013, que deixou 242 mortos asfixiados por fumaça tóxica, foi um divisor de águas em termos de segurança e prevenção de acidentes em estabelecimentos fechados e casas de shows no Brasil. Depois daquela tragédia, diversas prefeituras e governos estaduais passaram a criar decretos e uma legislação específica sobre o tema.

Recentemente, o governo federal sancionou a Lei 13.425/2017, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios.

Foram abertas então novas possibili-dades de trabalho para engenheiros civis e de segurança do trabalho, que podem fazer projetos para esses esta-belecimentos.

A coordenadora adjunta da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-BA, engenheira civil Karen Daniela, que tem escritório em Eunápolis, per-

Aqui no estado, a Lei 12.929, de 27 de dezembro de 2013, instituiu o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico nas Edificações e Áreas de Risco da Bahia, sendo regulamentada em 27 de agosto de 2015, por meio do Decreto Estadual 16.302. Com isso, integrantes do Corpo de Bombeiros passaram a vistoriar esta-belecimentos comerciais e condomínios de apartamentos.

cebe o aumento na demanda na região da Costa do Descobrimento, extremo sul do estado. Segundo ela, antes da lei, somente empresas de grande porte faziam o projeto por conta de exigência das seguradoras, que só aceitam cele-brar contrato com a garantia do projeto aprovado com o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). Além da cres-cente demanda de projetos, Karen des-

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É, sem dúvida, um avanço enorme do estado da Bahia para a segurança de toda a população,

incluindo funcionários, clientes e moradoresKaren Daniela, engenheira civil

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Foto: Clara Feliciano

taca a conscientização por parte dos empresários de ter o empreendimento regularizado e atendendo a todas as normas técnicas da ABNT e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros aplicá-veis a edificação e área de risco. “É, sem dúvida, um avanço enorme do estado da Bahia para a segurança de toda a po-pulação, incluindo funcionários, clientes e moradores.”

A engenheira informa que um empreen-dimento comercial na região teve, re-centemente, um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões com um sinistro provocado por incêndio. “Se tivesse elaborado um projeto de prevenção e solicitado o AVCB junto ao Corpo de Bombeiros, o empresário gastaria apenas de 1% a 2% desse valor entre projeto e execução, incluindo todos os equipamentos de combate a incêndio e pânico”, destaca.

Karen cita a decisão PL 0489/98, do Confea, que unifica o entendimento de que os profissionais competentes para elaborar projetos de prevenção são os detentores das prerrogativas conferi-das pelo artigo 1º da Resolução 218/73, dentro do contexto de sua respectiva formação profissional.

A conselheira ressalta que, os novos projetos de edificações, deverão con-templar todas as medidas previstas no Decreto Estadual 16302/2015, con-forme o tipo de empreendimento. Um projeto de proteção contra incêndios, bem elaborado, deve ser desenvolvido em conjunto com o arquitetônico, es-trutural, elétrico e hidráulico. A especi-ficação das medidas passivas e ativas de controle a incêndio na edificação, passa pelo estudo preliminar, concep-ção do anteprojeto, projeto executivo, construção, operação e manutenção.

O engenheiro civil e de Segurança do Trabalho Rodrigo Lobo ressalta que antes da lei o Corpo de Bombeiros era reativo, só visitava os estabelecimen-tos se fosse acionado. Agora não, os responsáveis pelos imóveis fiscalizados (síndicos e proprietários) estão sendo visitados e precisam apresentar o pro-jeto de combate a incêndio e os dispo-sitivos de proteção implementados, sob pena de multa.

Rodrigo, que é coordenador da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho do Crea-BA, explica que a taxa a ser paga varia de acordo com o coeficiente de risco de incêndio e que existe uma faixa pro-gressiva de descontos. Ele lembra que empresas do Polo Petroquímico de Camaçari, por exemplo, que atendem a todos os requisitos, chega a ter uma redução de 50% no custo anual gasto com o Corpo de Bombeiros. Possuir uma brigada de incêndio, por exemplo, sig-nifica pagar uma taxa menor.

O engenheiro acredita que com essa fiscalização por parte do Corpo de Bombeiros deve diminuir o número de ocorrências nos estabelecimentos. “Falta ao brasileiro a cultura da pre-venção”, afirma Rodrigo, lembrando que nos Estados Unidos as crianças aprendem desde cedo sobre rotas de fuga em caso de incêndio, os tipos de alarme de emergência e até como se comportar em caso de invasão do pré-dio. Para o engenheiro, noções básicas de segurança deveriam fazer parte do currículo escolar brasileiro.

Rodrigo Lobo, engenheiro civil e de Segurança do Trabalho

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municíPios baianos quE PossuEm o sEtor dE atividadEs técnicas Em sEus GruPamEntos dE

bombEiro militar:• Feira de Santana (2º GBM)• Itabuna (4º GBM)• Ilhéus (5º GBM)• Porto Seguro (6º GBM)• Vitória da Conquista (7º GBM)• Jequié (8º GBM)• Juazeiro (9º GBM)• Camaçari (10º GBM)• Itaberaba (11º GBM)• Madre de Deus (14º GBM)• Paulo afonso (15º Gbm)• Santo Antônio de Jesus (16º GBM)• Barreiras (17º GBM) • Teixeira de Freitas (18º GBM).

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Aumento de demandaO engenheiro de Produção e de Segurança do Trabalho Roberto Carvalho comemora o aumento na demanda por projetos de segu-rança e combate a incêndio e pânico. Segundo ele, que faz esse tipo de serviço desde 2013, ultimamente houve um aumento de 50% a 70% na quantidade de pedidos.

O engenheiro ressalta que o tempo de exe-cução de cada projeto vai depender da área construída, da atividade e dos dispositivos de segurança envolvidos. Roberto Carvalho destaca que os critérios básicos envolvem a altura do empreendimento, a área construída e a atividade exercida (tipo de ocupação), mas existem outros itens também que precisam ser considerados. Um galpão, por exemplo, que vai armazenar material incombustível (que não entra em combustão) pode exigir um projeto menos complexo que um prédio residencial.

O prazo de entrega do projeto depende de algumas variáveis. “Pode levar poucos dias até mais de um mês”, destaca Roberto. Ele acrescenta que, a depender da complexida-de do empreendimento, vários profissionais precisam ser acionados, cada um ficando res-ponsável por uma etapa.

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PRINCIPAIS NÃO-CONFORMIDADES IDENTIFICADAS NAS VISTORIAS

PENALIDADES

Ausência de projeto aprovado pelo CBMBA e de AVCB, o que dificulta a verificação das medidas de segurança.

Extintores vencidos, mal posicionados e em quantidades insuficientes para cobertura de toda edificação.

Ausência de sinalização de equipamentos, saídas e rotas de fuga fotoluminescentes.

Ausência de corrimões nas escadas de emergência.

Falta de manutenção

das portas corta-fogo.

Saídas de emergência obstruídas.

Hidrantes sem água, com pressão insuficiente de trabalho, com mangueiras furadas ou faltando algum equipamento na caixa de hidrantes.

Bombas com mal funcionamento, muitas vezes não estando automatizadas.

Sistema de alarme e detecção desativados.

Advertência;

Multa, conforme valores previstos em Regulamento, aos proprietários ou responsáveis pelo uso das edificações e áreas de risco;

Interdição total ou parcial de estabelecimento, máquina ou equipamento;

Cassação do Auto de Vistoria que aprovar projetos de instalações preventivas de proteção contra incêndio e pânico pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia;

Embargo, temporário ou definitivo, de obras e estruturas.

As penalidades previstas no Art. 11, da Lei 12.929/13, são:

Foto: Xxxxxxxx

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201730

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PRINCIPAIS NÃO-CONFORMIDADES IDENTIFICADAS NAS VISTORIAS

PENALIDADES

Ausência de projeto aprovado pelo CBMBA e de AVCB, o que dificulta a verificação das medidas de segurança.

Extintores vencidos, mal posicionados e em quantidades insuficientes para cobertura de toda edificação.

Ausência de sinalização de equipamentos, saídas e rotas de fuga fotoluminescentes.

Ausência de corrimões nas escadas de emergência.

Falta de manutenção

das portas corta-fogo.

Saídas de emergência obstruídas.

Hidrantes sem água, com pressão insuficiente de trabalho, com mangueiras furadas ou faltando algum equipamento na caixa de hidrantes.

Bombas com mal funcionamento, muitas vezes não estando automatizadas.

Sistema de alarme e detecção desativados.

Advertência;

Multa, conforme valores previstos em Regulamento, aos proprietários ou responsáveis pelo uso das edificações e áreas de risco;

Interdição total ou parcial de estabelecimento, máquina ou equipamento;

Cassação do Auto de Vistoria que aprovar projetos de instalações preventivas de proteção contra incêndio e pânico pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia;

Embargo, temporário ou definitivo, de obras e estruturas.

As penalidades previstas no Art. 11, da Lei 12.929/13, são:

Foto: Xxxxxxxx

Capitão Leandro Costa Lima Vaz de Souza, coordenador de análise de projetos do CaTp

De acordo com coronel Alan Kardec Alves Barreto, comandante de Atividades Técnicas e Pesquisas

(CATP) do Corpo de Bombeiros, a ativi-dade de fiscalização foi iniciada a partir de 28 de agosto de 2016 “e vem sendo intensificada a cada dia.”

O coronel destaca ainda que os outros dois braços da atividade técnica, que são a análise de projetos e vistoria, já estavam sendo realizados antes mesmo da lei e de sua regulamentação. “A novi-dade é que hoje essas atividades estão normatizadas pelo Estado, existindo ainda Instruções Técnicas que detalham todo o processo de regularização de um imóvel.”

O oficial explica que a fiscalização tem o objetivo de verificar a segurança contra incêndio dos imóveis. “Se uma edificação não possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), sig-nifica que não teve suas medidas de segurança contra incêndio avaliada pelo CBMBA”, ressalta o oficial, acres-centando que esse é um dos pontos constatados na fiscalização, que verifica também se os equipamentos estão bem instalados e funcionando corretamente.

Quando uma edificação é notificada pela fiscalização, o seu proprietário ou

Atuação do Corpo de Bombeiros

responsável pelo uso precisa fazer a regularização. A partir daí o processo se inicia da seguinte forma: é elaborado e apresentado ao CBMBA para análise um Projeto de Segurança contra Incêndio e Pânico (PSCIP), o qual, estando de acordo com as normativas de segurança contra incêndio exigidas no Decreto 16.302/15, é devolvido aprovado ao interessado, que, após executá-lo, deve solicitar a vistoria técnica, que consta-tará se todos os dispositivos de prote-ção previstos no Projeto (PSCIP) foram implementados, na edificação e estão corretamente instaladas e funcionando em perfeito estado.

O capitão Leandro Costa Lima Vaz de Souza, coordenador de Análise de Projetos do CATP, ressalta que as ativida-des de análise de projetos e vistoria téc-nica não prescindem de uma fiscaliza-ção, devendo todos os imóveis do estado se regularizarem, à exceção das residên-cias unifamiliares, conforme estabele-cido pelo Art. 3º, §1º, da Lei 12.929/13.

O coronel Alan Kardec explica que as multas são aplicadas se for cometida al-guma das infrações previstas no Art. 12 da Lei 12.929/13 “e apenas nos casos em que, após a aplicação da penalidade de advertência escrita, as irregularidades

observadas e previstas na notificação emitida não forem sanadas dentro do prazo estabelecido.”

Os valores variam em função da área construída, altura e risco da edifica-ção e infração cometida, podendo ser cumulativos.

O capitão Leandro Costa informa que fo-ram realizadas, de janeiro a abril de 2017, 1.131 vistorias em toda a Bahia. Com relação aos critérios para a fiscalização, ele destaca que o Corpo de Bombeiros verifica a vulnerabilidade e risco, sendo que neste momento inicial, a priorida-de são os locais de reunião de público, hospitais, escolas, shoppings e galerias comerciais. “A vistoria é a segunda etapa do processo de regularização e deve ser requisitada pelo interessado.”

O coronel Alan Kardec lembra que as áreas de atuação dos grupamentos, além de diretrizes e normativas referentes à área de prevenção e combate a incên-dio foram definidas pelo Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, coronel Francisco Luiz Telles de Macêdo.

Por fim, o oficial lembra que em breve a corporação vai realizar um cadastra-mento dos profissionais e empresas que trabalham na área de segurança contra incêndio e pânico. A listagem contendo esses profissionais e empresas ficará disponível para consulta dos interessa-dos no site www.cbm.ba.gov.br.

a novidade é que hoje essas atividades estão normatizadas pelo estado,

existindo ainda Instruções Técnicas que detalham todo o processo de

regularização de um imóvelAlan Kardec, coronel

prOJeTO De preVeNçãO

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 2017 31

Fotos: Adelmo Borges

Coronel Alan Kardec Alves Barreto, comandante de

atividades Técnicas e pesquisas

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#INSTITuTO pOLITéCNICO Da BahIa – engenharia aplicada

rua Prof. severo Pessoa, 31, Bairro Federação – salvador-Ba – CeP 40210-700 – telefax (71) 3331-8481www.ipolitecnicobahia.org.br | e-mail: [email protected] | https://youtu.be/4-YNzte5HnE

Expertise e áreas do saberiPb e ufba na linha e trilhos

dos transportes VLT – Robério Bezerra

O IPB está desenvolvendo, em parceria com a Ufba, um

projeto cujo objetivo é proporcionar aos seus associados, à comunidade tecnológica dos profissionais e aos alunos a possibilidade de

se familiarizarem com o tema por meio de modernas

ferramentas informatizadas.

Os temas abordados serão desenvolvidos na Escola Politécnica, abrangendo aspectos dos projetos de vias para os VLT e também o projeto de túneis para pedestres.

O programa está em fase conclusiva de elaboração e a sua divulgação será feita por meio do site do Instituto Politécnico da Bahia: www.ipolitecnicobahia.org.

Linhas de incentivoEngenharia clínica

e Biomédica na ampliação de mercado –

Lenaldo AlmeidaOs avanços da Engenharia no

campo da Medicina estão acentuados, permitindo que sejam desenvolvidas novas

tecnologias que amparem o profissional da saúde, beneficiando os pacientes.

A Engenharia Clínica verifica e executa a operação dos equipamentos médico-hospitalares e sua manutenção, com análise do impacto de instalações e instrumentos descalibrados na diagnose e resultados das intervenções médicas.

Já a Engenharia Biomédica é uma área em que conhecimentos de Engenharia, Matemática, Computação, Física e Química são utilizados para resolver problemas da Biologia e Medicina. A Engenharia Biomédica pode ser dividida em: Bioengenharia, Engenharia de Reabilitação, Engenharia Médica e Engenharia Clínica ou Hospitalar.

O IPB está liderando a retomada do curso de especialização em parceria com a Ufba, como parte do processo de ampliação do mercado de trabalho para os engenheiros.

Engenharia e mercado O IPB conquista o mundo Web

www.ipolitecnicobahia.org – Anailde Pereira

O IPB conquista o mundo web, no alto dos seus 121 anos de existência, tendo uma ponte de conexão sem limites. Ocupamos, todos juntos, um espaço no concorrido mundo virtual. Hoje falamos a linguagem web, universal.

Depois da criação, o caminho agora é de esforço do grupo IPB para assegurar a qualidade, a manutenção e uma longa vida de conexões. Este é nosso compromisso com a missão de fazer Engenharia com eficiência, para a promoção do desenvolvimento humano e social.

É o IPB em conexão com o mundo, integrando os aspectos humanos, econômicos, sociais e ambientais face às técnicas produtivas.

É o IPB em conexão mundial, para desenvolver a sustentabilidade, a ecologia e a sociedade.

TecnologiaiPb e ufba têm projeto piloto para uso de

drones – Isaac Quintino

O IPB articula com a Ufba um plano de trabalho de inspeção e avaliação de encostas, via reconhecimento de imagens, usando o drone. Antes um simples dispositivo do aeromodelismo, hoje o drone é uma ferramenta da Engenharia. O sistema piloto é vinculado a uma área de concessão de exploração e produção de petróleo na Bahia. O objetivo é a melhoria na qualidade dos diagnósticos e redução no risco de acidente de trabalho. O resultado será a eficácia na visualização, inspeção, medição e registro da situação de taludes e encostas e serviços de agrimensura.

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201732

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FundamEntos dE EnErGia Eólica

Indicado tanto para estudantes de Engenharia quanto para profissionais formados, o livro tem o objetivo de

aprofundar a literatura técnica sobre esse

tipo de energia, que possui grande demanda na Bahia.

É uma obra detalhada, resultado de uma

pesquisa minuciosa e que que aborda

questões históricas, técnicas, operacionais e econômicas dessa

indústria. Oferece desde capítulos sobre a física e as distribuições

estatísticas abrangidas no

vento, a temas como equipamentos e

parques elétricos.

Autor: Milton de Oliveira Pinto

Ano: 2013

Páginas: 392

Editora: LTC

ciência E EnGEnharia dE

matEriais - uma introdução

O objetivo principal dessa publicação é levar os leitores a compreender,

desenvolver e usar diferentes matérias-primas. A intenção é propor soluções e inovações aos

problemas de aplicações técnicas,

econômicas e ambientais da

indústria com a utilização de materiais nos processamentos

e composições necessários à fabricação de

produtos. O livro já está em sua nona

edição.

Autores: William Callister e David Rethwisch

Páginas: 912

Ano: 2016

Editora: LTC

EnErGia Elétrica – GEração,

transmissão E sistEmas

intErliGados

O livro trata do desenvolvimento do modelo energético

brasileiro, destacando aspectos históricos, sociais e políticos, além das questões

técnicas envolvendo teoria e prática. A publicação é bem

didática e traz vários aspectos desse campo da Engenharia, como

os fundamentos da energia elétrica,

procedimentos operacionais,

questões relacionadas à segurança, dados

comerciais e aspectos legais do sistema

brasileiro.

Autor: Milton de Oliveira Pinto

Ano: 2014

Páginas: 160

Editora: LTC

FundamEntos dE EnGEnharia

GEotécnica

A publicação foi pensada para atender

aos estudantes que fazem o

curso introdutório em Engenharia

Geotécnica e também como

livro de referência para engenheiros

já atuantes. A publicação oferece

uma visão geral das propriedades e da

mecânica dos solos, com a cobertura de práticas de campo e procedimentos

básicos de Engenharia.

Autores: Braja Das e Khaled Sobhan

Ano: 2015

Páginas: 630

Editora: Cengage Learning

TOPOGRAFIA PARA EnGEnharia -

tEoria E Prática dE GEomática

Os principais interessados nessa

publicação são os profissionais e estudantes de

Engenharia Civil e de Agrimensura. Os assuntos tratados no livro abrangem

os conceitos fundamentais da Geomática, com

ênfase na Topografia e na Geodésia,

relacionando detalhes técnicos dos principais

equipamentos de medição. Descreve ainda os métodos e técnicas disponíveis

para a coleta de dados em campo e o

georreferenciamento.

Autores: Irineu da Silva e Paulo Cesar Lima

Segantine

Ano: 2015

Páginas: 432

Editora: Campus

PErícias dE EnGEnharia - a aPuração dos

FATOS

A engenharia legal é uma atividade ligada

ao Direito e exige conhecimento de ambas as áreas. O

profissional que milita nesse campo deverá

estar capacitado para realizar perícias

técnicas, que são consideradas como

prova técnica dentro dos Autos. É um ramo

de especialização da Engenharia

dos profissionais registrados no

Crea que atuam colaborando com

juízes, advogados e as partes, para esclarecer

aspectos técnico-legais envolvidos em

demandas.

Autora: Simone Feigelson Deutsch

Ano: 2016

Páginas: 270

Editora: Leud

#COmparTILhaNDO CONheCImeNTO

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201734

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muLTIpLICaçãO De aSSOCIaDOS e De eXperIêNCIaSDurante ação em instituições de ensino, CreaJr atingiu mais de 11 mil sócios na Bahia

CreaJr#

associados do CreaJr de Feira de Santana visitaram a mineradora São Francisco. uma

aula prática propiciada pelo programa.

Foto: Arivaldo Publio

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 2017 35

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Multiplica, Yuri Dias, destaca que os resultados alcançados superaram todas as expectativas. “Ao longo do ano de 2016, quando estávamos retomando as atividades, conseguimos atrair 3 mil novos associados. Só nesses dois dias do Multiplica, foram quase 5 mil novos associados”, relata.

Agora com mais de 11 mil membros, o programa baiano é hoje o 4º do país em número de associados, atrás apenas de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Graças ao programa, consegui-mos integrar estudantes de diversas áreas, possibilitando aproximação e diá-logo, além de contribuir para a formação

#CreaJr

Conhecer todas as nuances de sua área pode ser um enorme diferencial para quem sai da faculdade e entra no mercado de trabalho. Nesse sentido, o CreaJr traz inúmeras oportunidades para estudantes de cursos técnicos e de nível superior em Engenharia. Além de possibilitar a aproximação com o conselho

profissional, os estudantes associados ao CreaJr têm acesso a diversos benefícios, como participação em cursos específicos da área, palestras, visitas técnicas, banco de estágio, entre outros.

Só nesses dois dias do Multiplica, foram quase 5 mil novos associados

Yuri Dias, coordenador estadual de projetos do CreaJr

O programa na Bahia foi retomado com força total no final de 2015. Liderado por estudantes de curso de Engenharia, o CreaJr. vem buscando ampliar o seu quadro de associados, disseminando os benefícios oferecidos. Nos dias 25 e 26 de maio, uma ação realizada em sete municípios baianos cumpriu essa dupla tarefa.

Chamado de Multiplica, a iniciativa pro-moveu atividades em 28 instituições de ensino de sete cidades: Salvador, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Barreiras e Juazeiro. O coordenador estadual de projetos do CreaJr e um dos responsáveis pelo

Foto

: Ped

ro A

ugus

to

profissional”, diz Yuri, que é estudante de Engenharia de Petróleo da Unijorge.

Durante o Multiplica, os estudantes pu-deram conhecer mais detalhes sobre o programa e, quem teve interesse, fez a sua adesão gratuita. Além disso, foram realizadas diversas palestras, minicur-sos, oficinas, mesas-redondas e visi-tas técnicas. Estudantes já associados também participaram da ação, como foi o caso da estudante de Engenharia Civil da Unifacs em Feira de Santana, Monique Paixão.

Em Feira, houve visitas à fábrica da Itaipava e à mineradora São Francisco. Para Monique, é uma oportunidade de vivenciar a prática da Engenharia. “Agrega muito conhecimento, além de podermos ouvir profissionais com expe-riência no mercado”, afirma a estudante, que é associada do CreaJr desde 2016.

Futuro profissionalO mercado de Engenharia foi tema de muitos debates ao longo do Multiplica e é também, obviamente, o foco do CreaJr. Em uma das mesas-redondas, reali-zada no Senai/Cimatec em Salvador, profissionais e estudantes falaram de suas experiências e expectativas para o futuro do mercado de Engenharia.

O presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, participou do evento e externou preocupação com o futuro, diante do atual contexto. “A vida do engenheiro trilha o mesmo caminho das obras públicas, essa cri-se política atrapalha o nosso desen-volvimento.” Durante o bate-papo, o presidente enfatizou a importância do profissional se posicionar politicamente diante dos episódios de corrupção. “O espaço existe e precisa ser ocupado. Sem a nossa atuação não chegaremos a lugar algum.”

A mesa-redonda foi mediada pelo ex-coordenador estadual adjunto do CreaJr, Vitor Caldine, e contou com a presença da mestre em Engenharia Civil em Estruturas Inês Rezende, do doutor em Engenharia Mecânica Valter Beal, do engenheiro Civil Vinícius Gama e do

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201736

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CreaJrFoto: Clara Feliciano

Foto

: Ped

ro A

ugus

to

empresário na área de TI, Gabriel Góes.

O estudante de Engenharia Mecânica e coordenador do CreaJr no Senai/Cimatec, Menezio Alves, destacou a importância do debate sobre o mercado profissional. Para ele, esse é um dos benefícios de se associar ao programa. “Entramos no mercado com um diferen-cial e podendo ouvir as experiências de quem já atua na área. Isso é fundamen-tal para a nossa formação.”

PreparaçãoDiante de um cenário de incertezas, é fundamental sair cada vez mais pre-parado da universidade. É importante trocar experiências e fazer networking. Integração é considerada uma pala-vra-chave para muitos associados do CreaJr. O Multiplica representou esse conceito de união para participantes e organizadores.

O coordenador regional do Núcleo Sudoeste Erick Silva, que abrange a cidade de Vitória da Conquista, destacou resultados acima das expectativas. “Na nossa região, conseguimos a adesão de cerca de 800 novos associados. O programa possibilita o trabalho em diversas vertentes, inclusive no cam-po da liderança”, diz o estudante de Agronomia.

Já o coordenador do Núcleo Sul, Caio Maciel, responsável pelas cidades de Ilhéus e Itabuna, informou que foram contabilizados 480 novos associados. “Acredito que o programa possibilitou uma união em âmbito estadual dos es-tudantes de Engenharia, além de apro-ximá-los do conselho”, diz Caio, que é estudante de Engenharia de Produção em Itabuna.

O coordenador do Núcleo Leste, Jeovanne Argolo, que atende o mu-nicípio de Feira de Santana, ressaltou também a possibilidade de integração entre os estudantes. “O Multiplica cum-

priu o seu papel de disseminar conhe-cimento e atrair novos associados ao programa, que poderão ter acesso a inúmeros benefícios”. Em Feira, foram 871 novos associados.

O assessor de projetos na Comissão Estadual e assessor de Expansão do Núcleo RMS, Cássio Moreno, acompa-nhou as ações realizadas em Salvador, onde mais de 2 mil novos associados aderiram ao programa. “Nossa meta é continuar expandido e agregando mais conhecimento à formação do estudan-te”, finaliza Caio, que é aluno do curso de Engenharia Civil da Unijorge.

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 2017 37

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cidadE instituiçõEs atividadEs rEsultados

SALVADOR Ufba, senai/Cimatec, Ucsal, Uni-jorge, Área 1, Unifacs, estácio

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•aulão – cálculo, programação e química•estande de informações sobre o CreaJr.

2.144 novos associados

FEira dE santana Fat, FtC, Unifacs, Unirb, Unef/Fan, Pitágoras

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.•Visitas técnicas

871 novos associados

ilhéus Uesc,MadreThaís

•Minicursos •Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.

480 novos associados(Núcleo Sul – Ilhéus e Itabuna)

itabuna FtC, Unime

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.

480 novos associados(Núcleo Sul – Ilhéus e Itabuna)

vitória da conquista Uesb, Ceetep, ifba, FtC, Fainor, Maurício de nassau

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.

Cerca de 800 novos associados

barrEiras Uneb •estande de informações sobre o CreaJr. Cerca de 200 novos associados

juazEiro Univasf e Uneb •estande de informações sobre o CreaJr. Cerca de 400 novos associados

multiPlica Em númEros

Ascensão e novos núcleos

O CreaJr foi um programa iniciado pelo Crea em Minas Gerais, há 17 anos. Na Bahia, foi implantado em 2010, mas foi interrompido

e retomado no final de 2016. “Dentro dessa rees-truturação, somos um dos mais novos no cenário nacional e conseguimos resultados bastante ex-pressivos em um curto período de tempo”, relata o coordenador estadual Fábio Leão.

O programa possui núcleos em praticamente to-das as regiões da Bahia e vem expandido a sua atuação. Os núcleos Norte e Oeste, que compreen-

dem, respectivamente, os municípios de Juazeiro e Barreiras, são os mais recentes. Mesmo assim, com as ações do Multiplica, obtiveram resultados expressivos. Em Barreiras, foram 200 novos asso-ciados, e em Juazeiro, 400.

“A capacitação do estudante é o objetivo principal do CreaJr., que estende os benefícios até dois anos após a conclusão do curso. Isso é fundamental para que o estudante complemente a sua formação, obtenha mais conhecimento e desenvolva também habilidades de liderança”, conclui Fábio.

#CreaJr

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201738

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Fábio Leão, coordenador estadual do CreaJr

Somos um dos mais novos no

cenário nacional e conseguimos

resultados bastante expressivos em um

curto período de tempo

cidadE instituiçõEs atividadEs rEsultados

SALVADOR Ufba, senai/Cimatec, Ucsal, Uni-jorge, Área 1, Unifacs, estácio

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•aulão – cálculo, programação e química•estande de informações sobre o CreaJr.

2.144 novos associados

FEira dE santana Fat, FtC, Unifacs, Unirb, Unef/Fan, Pitágoras

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.•Visitas técnicas

871 novos associados

ilhéus Uesc,MadreThaís

•Minicursos •Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.

480 novos associados(Núcleo Sul – Ilhéus e Itabuna)

itabuna FtC, Unime

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.

480 novos associados(Núcleo Sul – Ilhéus e Itabuna)

vitória da conquista Uesb, Ceetep, ifba, FtC, Fainor, Maurício de nassau

•Minicursos•Palestras•Mesas-redondas•estandes de informações sobre o CreaJr.

Cerca de 800 novos associados

barrEiras Uneb •estande de informações sobre o CreaJr. Cerca de 200 novos associados

juazEiro Univasf e Uneb •estande de informações sobre o CreaJr. Cerca de 400 novos associados

CreaJr

Foto: Clara Feliciano

Foto

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aula dada para alunos associados ao CreaJr em Salvador

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 2017 39

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O professor Valter Pomar participou da primeira mesa do seminário, inti-tulada “O papel das Empresas Estatais e Privadas no país Soberano.” Durante sua palestra, ele disse que uma das saídas seria fortalecer nossas estatais e garantir que as pequenas e médias empresas tenham mais espaço na economia. Falou ainda da necessida-de de elevar os padrões de educação política para que os temas da sobe-rania nacional sejam ampliados para toda a população.

As empresas públicas nacionais são taxadas de ineficientes e burocratizadas, o que favorece as multinacionais e o grande capital estrangeiro. Além disso, o Brasil tem oligopólios que esmagam as pequenas e médias empresas, dificultando o

desenvolvimento do país.

eNgeNheIrOS DeBaTem a SOBeraNIa NaCIONaLEspecialistas apontam saídas para o brasil retomar o caminho do desenvolvimento

#SOS BraSIL SOBeraNO

Interestadual de Sindicatos de Enge-nheiros (Fisenge) e o Sindicato dos Professores de Instituições de Ensino Superior da Bahia (Apub), com o apoio do IPB, Faculdade Politécnica e Crea-BA.

Esta é a visão do historiador Valter Pomar, primeiro palestrante do II Simpósio SOS Brasil Soberano, evento realizado em abril pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado da Bahia (Senge-BA), Federação

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201740

Fotos: Clara Feliciano

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Além de Valter Pomar, participaram da mesa de abertura o presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo; o presidente do Senge-BA, enge-nheiro civil Ubiratan Félix; a presidente da Apub Sindicato, Luciene Fernandes; a vice-presidente da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas, Eleonora Mascia; o presidente do Instituto Politécnico da Bahia, o engenheiro ele-tricista Caiuby Alves; o presidente da Fisenge, Clóvis Nascimento; a deputada estadual Maria del Carmen; a diretora da Escola Politécnica, Tatiana Dumêt, e o coordenador do SOS Brasil Soberano, Manoel Barretto.

O geólogo Guilherme Estrella proferiu a palestra seguinte, destacando que o desmonte de setores estratégicos para o desenvolvimento econômico do Brasil tem interesses internacionais. Segundo ele, estamos convivendo com a desa-gregação do Estado brasileiro.

Na sequência, o professor de rela-ções internacionais do Instituto Rio Branco, Luís Fernandes enfatizou que o destino da Engenharia passa necessariamente por um projeto na-cional. Ele criticou também a forma como as empresas de Engenharia do Brasil passaram a ser criminalizadas no exterior, segundo ele uma manei-ra de favorecer o capital estrangeiro.

união da EngenhariaPara o presidente do Crea-BA, esse tipo de evento é muito importante para a Engenharia, que precisa estar unida para enfrentar os desafios. Para ele, a soberania do Brasil passa pelo for-talecimento das estatais, que devem ser eficientes e competitivas, como as empresas privadas.

O Simpósio SOS Brasil Soberano foi idealizado pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e teve sua primeira edição na capital carioca, no dia 31 de março.

A palestra do contra-almirante e enge-nheiro Naval Alan Paes Leme abordou a necessidade de desenvolvimento e crescimento tecnológico e industrial. Disse que a indústria brasileira não tem sido capaz de suprir a nossa sociedade. Para evitar a importação de tecnologia, o Brasil precisa investir em inovação e em novos sistemas de organização da produção para ser capaz de crescer, além do estímulo à educação.

A mesa teve ainda a participação do jornalista Fernando Brito, que tentou mostrar a falácia do argumento de que as empresas estatais tendem a ser mais corruptas que as privadas. Ele fez sérias críticas ao empresariado nacional por investir no mercado financeiro em detri-mento da produtividade, mas também disse acreditar que o Brasil tem toda condição de sair da crise atual.

SOS BraSIL SOBeraNO

uma das saídas é fortalecer nossas estatais e garantir que

as pequenas e médias empresas tenham mais espaço na economia

Valter Pomar, professor e historiador

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 2017 41

Fotos: Clara Feliciano

Marco Amigo, presidente do Crea-Ba, engenheiro mecânico

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Alan Paes Leme Arthouengenheiro naval

Contra-almirante da marinha e engenheiro naval,

pós-graduado em projeto de Submarinos pela IKL-alemanha

#eNTreVISTa

Não podemos viver apenas de serviços, a

não ser que esse seja um item da pauta de exportação

“a eNgeNharIa DeVe aSSumIr Sua pOSIçãO De FOrça mOTrIz Da eCONOmIa”Engenheiro naval destaca que o brasil não pode viver apenas de serviços, mas estimular a indústria, um setor que gera riqueza e desenvolvimento.

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201742

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pINg-pONg

Nesse contexto, como podemos competir com as empresas de fora?

Temos empresas de alto padrão interna-cional, como a WEG, a Embraer e tantas outras ligadas à Engenharia. O nosso problema não é falta de competência ou eficiência. O que precisamos é fazer a seguinte pergunta: Os procedimentos usados nas indústrias nacionais são nossos ou estamos apenas replicando o que vem de fora?

O problema é que o Brasil não tem cons-ciência de que a economia depende da indústria e consequentemente da Engenharia. Alguns acham que foi a crise política que fez com que a popula-ção parasse de consumir e as indústrias então passaram a demitir. Não foi bem assim. A crise começou com o declínio da Petrobras, que deixou de encomen-dar e também de pagar fornecedores que já estavam contratados. A conse-quência foi a quebra de empresas dessa importante cadeia que é a de petróleo

de que forma o brasil pode ser soberano?

Por meio da Engenharia, que deve as-sumir sua posição de força motriz da economia. O princípio básico que eu defendo é de que não existe desenvolvi-mento econômico sem desenvolvimen-to industrial. Não podemos viver apenas de serviços, a não ser que esse seja um item da pauta de exportação, como é o caso da Suíça e de Luxemburgo, que exportam serviços bancários. No Brasil, o percentual para cada setor do PIB e da população ativa está distribuído da seguinte forma: no setor de serviços, os percentuais são praticamente iguais. Na agricultura, o percentual de mão de obra é de 23,6% para uma produção de 7,8% do PIB. A indústria, diferentemente dos outros, produz 24,8% do PIB com 12,8% da população ativa. Ou seja, é um setor que gera mais riqueza, com menos gente.

Mas para entender a situação atual é preciso recuar um pouco no tempo. Na década de 1950, a economia brasileira era a 52ª no mundo e hoje é a oita-va. A partir do Governo de Juscelino Kubitschek, o país começou a se indus-trializar, a trazer fábricas de automóveis e outras de bens duráveis. Hoje temos um parque industrial grande, mas que não produz tanto quanto deveria.

Nós somos hospedeiros de indústrias multinacionais, que vêm para o Brasil porque aqui existe um mercado interno interessante, mas elas não permitem que as nossas fábricas inovem e expor-tem. Não admitem concorrência com a matriz.

e gás. Quando isso acontece, o resultado é o seguinte: a cada 1% de queda na indústria, o setor de serviços encolhe de 3% a 4%. Isso inclui educação, saúde, transporte. O dinheiro deixa de circular.

Então a solução é diminuir o setor de serviços e investir na indústria?

Não. Os serviços, assim como a agricultura, são essenciais em qualquer lugar do mundo. Na Dinamarca, por exemplo, os serviços cor-respondem a 40% da economia. Nos Estados Unidos, 30% corresponde à indústria e o resto é serviço e agricultura. A sociedade não fun-ciona sem os serviços, mas não há sociedade sem a indústria.

Qual a saída então?

Teríamos que pensar a indústria como a solu-ção da economia. Da década de 1950 para cá, o mundo mudou muito. A globalização não existia e conseguimos desenvolver bem nosso parque industrial. Aos poucos, nossa mão de obra começou a ter alguns ganhos sociais e isso passou a interferir no preço final dos produtos.

A Engenharia deve assumir sua condição de protagonista da economia para que o Brasil possa sair da crise em que se encontra. Essa é a opinião do contra-almirante da Marinha e engenheiro naval Alan Paes Leme Arthou, que participou, dia 27 de abril, na Escola Politécnica da Ufba, do II Simpósio SOS Brasil Soberano, evento que está percorrendo o país debatendo a situação da Engenharia nacional. Além de engenheiro naval, Alan tem mestrado pela Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo e pós-graduação em Projeto de Submarinos pela IKL-Alemanha. Foi gerente executivo do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear da Marinha (Prosub) e atuou como diretor do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nuclear do Ministério de Ciência e Tecnologia. Acompanhe a seguir a entrevista que ele concedeu com exclusividade para a revista do Crea-BA.

Foto

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crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 2017 43

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Então, as indústrias básicas, como de metalur-gia, mineração e outras, que precisam de muita mão de obra, foram buscar mercados asiáticos onde o custo com pessoal é menor. Portanto, o Brasil precisa avançar tecnologicamente, passar a produzir componentes de informática, softwares, dominar a energia nuclear e outras formas de conhecimento que agreguem valor. Se ficarmos apenas com a indústria de base, vamos ter que concorrer com outros países da África e Ásia, onde o custo da mão de obra é mais baixo. Estamos, portanto, em uma encru-zilhada. Vamos ter que substituir, brevemente, as indústrias de base por outras de alta tecno-logia. Nossa indústria precisa desse upgrade.

Como chegar nesse estágio?

Isso é um investimento de longo prazo. Apesar de sermos a oitava economia do mundo, a nossa renda per capita é a 72ª. Temos uma população pouco ativa no setor industrial. Precisamos, portanto, aumentar a nossa ca-pacidade industrial e investir em educação básica e profissionalizante. Os países europeus só sobrevivem porque vendem tecnologia. E eles sabem que daqui a 20 anos, mesmo isso eles terão perdido. Precisamos, portanto, melhorar as condições de nossa indústria e incentivar novos modelos mais tecnológicos.

Isso não precisaria de investimento do governo federal?

Claro que redução da carga tributária e educa-ção são responsabilidade do Estado, mas nem tudo depende do governo. São quatro coisas que toda indústria precisa: pessoal, tecnologia, investimento e matéria-prima. Neste último

item, o governo pouco pode fazer. Já na área de tecnologia, o governo poderia fa-zer mais. Gastamos muito dinheiro com pesquisas voltadas para a publicação de trabalhos no exterior que têm pouca relação com nossos problemas. Existem pesquisas que interessam a outros países, que abordam tecnologias que ainda não temos. Precisamos de uma espécie de Embrapa industrial, uma entidade que pesquise e repasse esse conhecimento sem custo para o setor.

E o que o sr. diria para o engenheiro que está se formando?

O grande sonho de quem está se for-mando é abrir a sua própria empresa de Engenharia. O problema é que ele

geralmente encontra um ambien-te hostil ao empreendedorismo. No campo da pesquisa é a mesma coisa. Precisamos de um programa do go-verno que consiga identificar projetos na área de Engenharia que realmente interessem ao nosso desenvolvimento. Não podemos continuar produzindo co-nhecimento para indústria de base, mas para a fábrica do futuro, de alta tecnolo-gia. O que agrega valor é a inteligência.

Para finalizar, como o sr. enxerga a situação da Engenharia nacional depois dos escândalos da Lava Jato?

Não comento decisão judicial, mas lamento que nossa indústria esteja sendo destruída. Não dá para admitir que venham empresas estrangeiras realizar os nossos serviços com a mão de obra delas. Isso mexe com a nossa soberania. A sociedade não tem noção da importância da Engenharia para a economia, portanto são os engenheiros e técnicos que precisam se mobilizar.

Talvez parte da culpa seja nossa. Eu penso que qualquer coisa que acon-teça tem sempre várias causas e uma delas pode estar dentro de nós. Precisamos fazer uma autoanálise para que a Engenharia volte a ser valorizada. Esse Simpósio SOS Brasil Soberano é uma ideia fantástica, que congrega os engenheiros e aponta soluções que queremos para o futuro.

Foto: Agência Força Aérea Sgt BatistaBatista

A crise começou com o declínio da Petrobras,

que deixou de encomendar e também de pagar fornecedores

Foto: Agencia Petrobras

crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 201744

#eNTreVISTa

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INFOrme puBLICITárIO

1. Prevalência do negociado sobre o legisladoNa prática, a lei do salário mínimo profissional deixará de ter eficácia, pois será possível que o empregador, por meio de acordo com o sindicato da categoria majoritária ou categoria profissional, possa pagar valores abaixo do piso profissional e de acordo com a realidade do mercado de trabalho;Poderá também haver flexibilização no pagamento dos valores de periculosidade, insalubridade, aviso prévio e adicional de férias.

2. Os acordos celebrados serão válidos apenas para os profissionais filiados à entidade Na prática, os engenheiros e engenheiras poderão não ter direito aos benefícios do acordo coletivo em seu local de trabalho, caso este não tenha sido celebrado pela entidade que o profissional é filiado. Na atual legislação, toda a cate-goria tem os benefícios do acordo coletivo, independente de filiação à entidade sindical.

3. Trabalho intermitenteO profissional poderá ser contratado e ficará aguardando a convocação da empresa para trabalhar em um determinado período (horas, dias e meses). Por exemplo: na execução da fundação de empreendimento imobiliário por tempo determinado, ele será pago exclusivamente pelas horas trabalhadas, sem direito a benefícios, férias, horas extras e indenização por demissão sem justa causa.

4. jornada flexívelO profissional poderá trabalhar até 12 horas por dia sem recebimento de horas extras, sendo que a totalização da jornada mensal não poderá ultrapassar 176 horas/mês.

5. HomologaçãoNão será mais obrigatório que o profissional com mais de um ano de empresa homologue na Delegacia Regional do Trabalho ou no sindicato da categoria profissional.

6. Trabalho insalubreAs engenheiras que estiverem grávidas e/ou lactantes poderão trabalhar em local insalubre mediante laudo pe-ricial fornecido pela empresa atestando que as condições laborais não afetam a saúde da mãe e/ou criança.

7. redução do prazo de prescrição dos direitos trabalhis-tas para seis mesesAtualmente, o profissional tem até dois anos para entrar com reclamação na Justiça do Trabalho, podendo requerer direitos (como pagamento do Salario Mínimo Profissional, por exemplo) dos últimos 05 anos; além disso, o trabalhador ou trabalhadora poderá ser multado, caso o juiz comprove “má-fé” na ação ajuizada.

8. Contrato de experiência de 09 mesesAtualmente o contrato de experiência é de 45 dias podendo ser prorrogado por mais 45. Na proposta de reforma tra-balhista, o prazo é dilatado para 180 dias podendo ser prorrogado por mais 90 dias.

9. Contratação de Pessoa Jurídica Possibilidade de contratação de Pessoa Jurídica (com único empregado e/ou proprietário) ou profissional autônomo para realização de trabalho técnico em uma determinada empresa com subordinação, jornada determinada e sem vinculo empregatício. 

10. Parcelamento de fériasAs férias anuais poderão ser parceladas em até três períodos distintos - sendo que um deles não pode ser inferior a 14 dias e os demais não podem ser inferiores a 5 dias - com remuneração proporcional.

11. Demissão consensualO texto da reforma possibilita um “acordo” na demissão do trabalhador, segundo o qual ele receberá apenas 50% do aviso prévio, 20% da multa do FGTS e 80% do saldo do Fundo. Nesse caso, o trabalhador também não terá direito ao Seguro-Desemprego.

MATERIAL ELABORADO PELO SINDICATO DOS ENGENHEIROS DA BAHIA

O impacto das reformas para os engenheiros

As reformas trabalhista e previdenciária foram debatidas no IV Congresso de Engenheiros e Engenheiras do Sindicato da

categoria, no período de 05 a 07 de maio de 2017, no auditório anexo da sede da entidade.

Essas reformas terão como consequência, para engenheiros e engenheiras, a precarização das condições de trabalho,

flexibilização da aplicação da lei do salario mínimo profissional, aumento dos acidentes e doenças ocupacionais, além da perda

generalizada de direitos trabalhistas e da seguridade social.Em vista desse quadro, foi apresentado um roteiro sucinto

explicitando os principais impactos na carreira para os profissionais de engenharia. ubiratan Félix Pereira dos santos / Presidente

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#uma INSpeTOrIa perTO De VOCê

maIOr pOLO regIONaL DO eXTremO SuLTeixeira de Freitas tem no plantio de eucalipto um dos pilares de sua economia

Município localizado no extremo sul da Bahia, Teixeira de Freitas é um polo regional que oferece atividades comerciais e serviços para 12 cidades do entorno. Com cerca de 160 mil habitantes, possui um comércio forte, assim como um setor de saúde e educação muito demandados. Possui duas faculdades particulares e um Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (Ifba).

Foto: Folha Academica

A região possui uma grande fábrica de papel e celulose, a Suzano, localizada em Mucuri, que não só emprega mora-dores da região, como gera renda para produtores individuais de eucalipto, por

meio de contratos de compra e venda de madeira.

Segundo o fiscal José Edmundo Jovita, que trabalha há 13 anos no órgão, so-mente duas empresas, a Suzano e a

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da Faculdade Pitágoras, explicando o que é acervo técnico, ART e a importância desses do-cumentos para uma licitação pública. Além das universidades, fiscais e inspetores ministram também palestras no Ifba sobre o papel do Crea.

Com relação à economia local, Washington acredita que as pessoas estão temendo in-vestir devido à incerteza política. Com isso, a quantidade de obras diminuiu na cidade, o que acaba gerando um problema para os jovens engenheiros que estão se formando. Somente no ano passado, em Engenharia Civil, 200 novos profissionais entraram no mercado. “Muitos esperam a retomada da economia e das obras públicas para conseguir trabalho”, destaca o inspetor chefe.

O engenheiro civil José Neves destaca a im-portância do trabalho do Crea na fiscalização do exercício profissional. Ele conta que sempre que precisou usar os serviços da inspetoria foi bem atendido e com rapidez.

José Neves, que está na região desde 2013, diz que o extremo sul é próspero, com muitas oportunidades, mas falta investimento em in-fraestrutura, sobretudo em saneamento básico. Ele espera que sejam realizadas obras públicas na região para abrir novas perspectivas de trabalho para os engenheiros locais.

municíPios sob a jurisdição da insPEtoria dE tEixEira dE FrEitas

Prado, Itamaraju, Jucuruçu, Vereda, Itanhém, Medeiros Neto, Lajedão, Ibirapuã, Mucuri, Nova Viçosa, Caravelas e Alcobaça.

uma INSpeTOrIa perTO De VOCê

Fibria, fomentam o plantio de eucalipto para aproximadamente 700 produto-res florestais. Dessa forma, os recursos oriundos dessa atividade acabam sendo injetados na economia local.

Nesse contexto, a inspetoria do Crea-BA no município de Teixeira de Freitas tem um papel importante na fiscalização do exercício profissional das diversas atividades ligadas ao conselho. A maior demanda de sua atuação se concentra nas obras de Engenharia Civil e ativida-des agroflorestais, mas todas as demais profissões são fiscalizadas.

José Edmundo informa que ainda existe desinformação por parte da população. “Algumas pessoas resolvem mudar a cobertura do imóvel com uma laje, por exemplo, e acham que seria des-necessário contratar um profissional habilitado para elaborar o projeto ou uma empresa registrada no Crea para executar o serviço”, conta o fiscal, que atua na região juntamente com o colega Geraldo Ferreira.

A mesma falta de informação ocorre em algumas fazendas, onde os proprietários executam ou mandam leigos executa-rem tarefas específicas de profissionais da área agroflorestal, técnicos de nível médio ou de engenheiros agrônomos e florestais.

Parceria com a prefeituraO inspetor chefe do Crea de Teixeira de Freitas, o engenheiro civil Washington Luís, destaca a importância da parceria com a prefeitura local no trabalho de orientação e fiscalização. O Crea faz parte do Conselho do Plano Diretor Urbano e também da Secretaria de Trânsito local.

Isso facilita o acesso às informações cadastrais das residências e estabele-cimentos comerciais, que precisam de autorização da prefeitura para construir ou reformar.

O inspetor chefe destaca que tem atua-do também esclarecendo o papel do conselho nas universidades. No final do ano passado, por exemplo, ministrou uma palestra para alunos de Engenharia

Foto

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Foto: Prefeitura de teixeira de Freitas

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AlAgoinhAs

Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping, Centro. CEP: 48.030-030(75) [email protected]: Eng. agrônomo Luiz Cláudio Ramos Cardoso

BArreirAs

Rua Maria Mendes Ferreira, nº21 – Sandra ReginaCEP: 47.802-022(77) 3611-2720/[email protected]: Eng.civil Edson José Boll

Bom Jesus dA lApA

Av. Manoel Novaes, Nº 1.586, Edifício Avenida Center, Sala 6B – Centro CEP: 47.600-000(77) [email protected]: Eng. civil Fábio Lúcio Lustosa de Almeida

BrumAdo

Praça Coronel Zeca Leite, 460 – CentroCEP: 46.100-000. (77) [email protected]: Eng. agrônomo Sinval Xavier de Aguiar

CAmAçAri

Av. Radial A, nº 67, Edifício Empresarial Pacific Center, salas Q e R, 1º andar – Centro CEP: 42.807-000(71) 3621-1456/[email protected]: Téc. Eletrotéc. Sandro Augusto Vieira da Silva

Cruz dAs AlmAs

Rua J. B. da Fonseca, nº 137 – CentroCEP: 44.380-000(75) [email protected]: Eng. civil Luís Carlos Mendes Santos

eunápolis

Rua Castro Alves, 374, sala 02 e 03 – Centro CEP: 45.820-350(73) [email protected]: Eng. agrônomo José Emarcio Bezerra Torres

FeirA de sAntAnA

Rua Prof. Geminiano Costa, 198 – CentroCEP: 44.001-120(75) [email protected]: Eng. eletricista Edson José Nunes

guAnAmBi

Av. Messias Pereira Donato, 495 – Aeroporto Velho CEP: 46.430-000(77) [email protected]: Eng. agrimensor Wellington Donato de Carvalho

Ilhéus

Praça Rui Barbosa nº 32 – CentroCEP: 45.653-340(73) [email protected]: Eng. civil Cláudio Nepomuceno Pinto

Irecê

Avenida Tertuliano Cambuí, n° 350 – CentroCEP: 44.900-000(74) 3641-3708/[email protected]: Eng. agrônomo André Fernando Martinez Rocha

Itaberaba

Praça Flávio Silvany , 130, sala 105, Ed. Empresarial João Almeida Mascarenhas– Centro. CEP: 46.880-000(75) 3251-3213/[email protected]: Eng. eletricista Jayme Carneiro Calmon Neto

Itabuna

Avenida Princesa Izabel, 395. Cond. Itabuna Trade Center, sala 202 – São CaetanoCEP: 45.607-291. (73) [email protected]: Eng. agrônomo José Celso de Santana

JacobIna

Rua Duque de Caxias, 400A – Estação CEP: 45.600-124(74) [email protected]: Geólogo Rossini Barreto Cocentino

JequIé

Rua Frederico Costa, 61 – CentroCEP: 45.2036-30(73) [email protected]: Eng. civil Deusdete Souza Brito

JuazeIro

Rua do Paraíso, nº 97, Centro Médico e Empresarial Dr. Olavo Balbino, sala 35 Santo Antonio. CEP: 48.903-050(74) 3611-3303/[email protected]: Eng. agrônomo Luciano César Dias Miranda

lauro de FreItas

Av. Brigadeiro Mário Epighaus, 78, Ed. Business Center, sala 115, bloco B, Condomínio Porto 3 – Centro(71) [email protected]: Téc. de Telec. Johnson Euclides Pacheco

luís eduardo Magalhães

Av. JK, nº 1.973, salas 1 e 3 – Centro CEP: 47.850-000(77) [email protected]: Eng. agrônomo Paulo Roberto Gouveia

Paulo afonso

Rua Carlos Berenhauser, 322, térreo – Alves de Souza. CEP: 46.608-080(75) [email protected]: Eng. agrônomo Arquimedes Ferreira Faria

RibeiRa do Pombal

Av. Oliveira Brito, 310, Ed. Bruna Center, salas 09 e 10, Centro. CEP: 448.400-000(75) [email protected]: Eng. civil Jone Souza Santos

santa maRia da VitóRia

Rua 06 de Outubro, S/Nº – CentroCEP: 47.640-000(77) 3483-1090/Fax: [email protected]: Eng. civil Antocélio Ribeiro Teixeira

santo antônio de Jesus

Av. Roberto Santos, 88, Ed. Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104 – Centro. CEP: 44572-060(75) [email protected]: Eng. eletricista Leonel Pereira dos Reis Neto

seabRa

Rua Jacob Guanaes, 565 – CentroCEP: 46.900-000(75) [email protected]: Eng. de Computação Jacques Jefferson Leão Lima

teixeiRa de fReitas

Av. Presidente Getúlio Vargas, 3.421, Edifício Esmeralda, salas 203, 204 e 205 – CentroCEP: 45.985-200(73) 3291-3647/[email protected]: Eng. civil Sancho Netto da Cruz

Valença

Rua Dr. Heitor Guedes de Melo, nº 111, Ed. Argeu Farias Passos – CentroCEP: 45.400-000(75) [email protected]: Eng. sanitarista e ambiental Márcia Cristina Alves do Lago

VitóRia da Conquista

Avenida Otávio Santos, 722 – RecreioCEP: 45.020-750(77) 3422-1569/(77) [email protected]: Eng. civil Alexandre José Brasil Pedral Sampaio

#INSpeTOrIaS DO Crea-Ba

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crea, Salvador, BA, v. 15, n. 56, segundo trimestre de 2017 49

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40�REAISnos 40 anos da Mútua

Novos Sócios Contribuintes

1ª anuidade por apenas

20�benefícios�reembolsáveis�e�sociais�+�plano�de�saúde�+�previdência�complementar�+�descontos�na�sua�região�e�em�todo�o�Brasil

Benefícios reembolsáveis após 12 meses de carência e extensivos aos dependentes.* Juros a partir de 0,3% a.m.

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Ligue! (71) 3453-8946 / 3481-8997 | *Taxa de inscrição fixa de R$10.

GECOM/2017

Bahia:força econômica no polo de petroquímica e tecnologias

A Mútua fomenta a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico desse setor

-BA

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