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SEMINÁRIO DE BOAS PRÁTICAS DA PPGPGP – UTFPR. “ENERGIAS RENOVÁVEIS”
Organizadores: Mestrandos Adilson Ivan e Claudia Cartes Data e Local: 14/11/2014 – Casa Verde – UTFPR
Este Seminário trata-se de trabalho obrigatório ao Programa de Mestrado
em Planejamento e Governança Pública da UTFPR e foi desenvolvido com a
colaboração do Prof. Dr. Christian L. Silva, tendo como debatedores os seguintes
convidados: Prof. Luiz Carlos Balcewicz – PUC/PR, falando sobre Biomassa
Residual, Prof. Walter Sanchez - UTFPR, falando sobre Energia Eólica, Emerson
Alberti, Eng. da ELEJOR, falando sobre Energia Hidráulica, Prof. Eloy Casagrande –
UTFPR, falando sobre Energia Solar. Para mediador do debate e do seminário foi
convidado o Prof. Dr. Alain Hernández Santoyo – Universidade Pinar Del Rio/Cuba.
O seminário, seguido de um debate aberto, foi estruturado da seguinte
forma.
Foram selecionados 5 temas relativos, de forma geral, as Energias
Renováveis. Os temas apresentados, como módulos foram, Energia e
Biodiversidade, Impacto, Viabilidade Técnica, Produção e Consumo, Matriz
Energética e Ecologia (esta última foi englobada pelos demais temas).
Desenvolvimento da atividade:
a) Inicia-se com a apresentação dos debatedores 5 min;
b) Apresenta-se a proposta do debate;
c) Inicia-se a apresentação da 1ª área temática – cada debatedor terá 5
min para exposição; (aproximadamente 20 min), a cada área temática abrir para
intervenções do público;
d) Segue esta dinâmica dentro das 5 grandes áreas; fechando com
aprox. 1h20m
e) Fechando o seminário com no máximo 2 horas de duração.
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Compareceram ao seminário, naquela data, 31 (trinta e um) participantes
das mais diversas áreas e entidades, participantes estes, também, dos mestrados
de Planejamento e Governança pública e Tecnologia.
Os trabalhos foram abertos pelo Mediador Prof. Dr. Alain H. Santoyo
explicando como seria a condução do mesmo e a forma de participação dos
debatedores e do público, após, foi passada a palavra para o Prof. Eloy Casagrande,
o qual explicou o funcionamento do espaço em que se realizava aquela prática
acadêmica, Casa Verde, explicando, também, sobre a valorização e uso de energias
renováveis, principalmente, a solar onde o mesmo levantou as variantes do custo
desta energia, após uma pergunta de um participante da plateia, explicando que no
decorrer da década o custo já caiu em 50%, passando uma visão otimizada da
exploração do calor a qual encontra-se dentro dos parâmetros ecologicamente
corretos.
1 – Energia e Biodiversidade
Fugindo as regras do seminário, foi permitido ao Prof. Luiz Carlos Balcewicz
que, no tempo de 25 minutos, realizasse toda a sua apresentação sobre o tema
biomassa residual. Em seguida, o Prof. Balcewicz, relatou dos programas
desenvolvidos no Brasil com apoio de entidades pesquisadoras e do próprio trabalho
dele quando ligado a pesquisa no Ministério do meio Ambiente em Brasília. Fez
também, um breve histórico sobre a evolução do uso e da tecnologia desta produção
energética, relatando sobre o sistema indiano e o sistema chinês. Relatou ainda que,
a Usina de Itaipu, com seu reservatório é uma grande produtora de gás metano.
Comentou também que, grandes empresas utilizam este tipo de energia em suas
fábricas, como exemplo citou a Sadia. O professor teve como ênfase em sua
explanação a critica a empresa Compagás pela falta de apoio e interesse no
desenvolvimento desta tecnologia no estado do Paraná e enalteceu a prefeitura de
Toledo pelo apoio a esta energia (deu como exemplo uma empresa em Toledo que
gasta 300 mil reais em consumo de energia e em sua frente existe um produtor rural
que poderia lhe fornecer todo o seu consumo através da geração de energia biogás
através do aproveitamento dos dejetos de suínos). Salientou, ainda, a produção
deste tipo de energia pelos agricultores do nosso Estado, o qual esta gerando
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energia, economia e modernidade para as propriedades rurais, salientando que se
trata de uma energia que não agride o meio ambiente, limpa, reduzem doenças e
substitui o GLP, rede de captação de biogás auxiliando diretamente o produtor rural
gerando renda para o mesmo através da produção de biogás nas propriedades
rurais.
Na continuidade do seminário, houve a apresentação do Sr. Emerson Alberti
– crise do setor - sobre o Impacto da produção de energia hidráulica e o seu
potencial de renovação por volta dos 45% e o resto do mundo só tem 13%, o Brasil
consome 2500KWh por habitante enquanto os países desenvolvidos estão em
8500kwh por habitante.O Brasil tem tempo de crescimento e para explorar 132GW
de capacidade instalada, China/EUA 1 TW. Relatou, ainda, que é a energia mais
barata e acessível para um país em desenvolvimento, mas, que, infelizmente, tem o
seu custo sobre o meio ambiente, impactando o mesmo de grande forma. Ainda em
sua apresentação, o Sr. Emerson afirmou que a matriz elétrica hidráulica é
responsável por 70% da energia em nosso País e é a mais utilizada pela sociedade
em geral e meios de produção, sustentabilidade das barragens brasileiras saíram de
8 meses para 4 meses.
Foi realizada uma pergunta, pela plateia, ao Sr, Emerson, referente ao
impacto das usinas hidroelétricas. A resposta dada pelo debatedor foi de que, o
consumo em 2014 aumentou “mais na carga do que na geração”. O custo da
mesma, para um país em desenvolvimento e muito melhor do que qualquer outra
forma de energia, porém, reconheceu o declínio da produção de energia elétrica
hidráulica e a necessidade de diversificação, incentivar a construção de pequenas
usinas hidroelétricas.
Seguindo aos debatedores e tema, foi dada a palavra para o Prof. Sanchez
para falar sobre energia eólica, este realizou um breve contesto nacional e estadual,
A Copel em 1995 lançou um projeto para avaliação dos recursos eólicos do Paraná,
com ênfase a para a elaboração do atlas eólico do Brasil de 1999 que, no ano de
2007 se realizou um trabalho de elaboração do atlas eólico do nosso estado, manual
de avaliação eólio-elétrico. Relatou o Prof. que a energia eólica não é muito
difundida no Brasil, com pequenos projetos modelos no nordeste e no extremo sul
mas, existem projetos para se elevar a capacidade da produção de energia eólica de
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56GW para 125GW, sendo que no Sul do Brasil o potencial é de 25GW. PROIMPA,
incentivo as energias alternativas do Brasil.
Em seguida, foi perguntado ao Prof. Sanchez sobre o impacto ambiental da
energia eólica. Este reconheceu que existe um impacto, sobretudo, com o barulho
das turbinas geradoras e a possibilidade de mortandade de pássaros e o desvio das
rotas migratórias dos mesmos.
O próximo palestrante foi o Prof. Eloy Casagrande, o qual veio a explanar
sobre a energia solar, ressaltando antes, porém, aproveitando a pergunta feita ao Sr.
Emerson, para frisar o alto impacto da exploração de energia hidroelétrica e seu
pesado impacto sobre a biodiversidade, sobretudo, nas grandes extensões de terras
alagadas, com custo social.
Continuando, o Prof. deu uma rápida visão global de como anda o efeito
exploratório da energia solar afirmando que o maior usuário deste tipo de energia é
a Alemanha (a qual tem o seu pico de consumo de energia igual a 40% a hora mais
crítica de consumo no Brasil), Espanha, França, na Europa, e nas Américas
destaca-se o EUA.
Frisou ainda que, o alto custo no investimento da aparelhagem para
captação e distribuição e uso na rede, inibe investidores domésticos ao uso,
insistindo o Prof. Eloy, ainda, na necessidade de diversificação da matriz energética
brasileira.
Comentou ainda, o Prof. Eloy, que mesmo com um clima fechado, como o
da cidade de Curitiba, o sistema de energia solar é viável e deu como exemplo a
Casa Verde, laboratório de materiais alternativos, desenvolvido pela UTFPR.
Após a participação de todos os debatedores foi aberto um espaço para que
os presentes fizessem perguntas sobre os temas apresentados.
A primeira pergunta foi dirigida ao Prof. Eloy e foi relativa ao custo da
energia solar? A resposta foi que, a energia solar já teve uma queda de 50% em seu
custo, sendo que frisou, também, uma visão otimizada da exploração desta energia,
sendo que a energia positiva demanda mais do que a energia consumida. Ainda,
relatou da visão ecológica deste tipo de energia a qual não possui impacto ambiental
e é totalmente limpa.
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A segunda questão levantada pelos presentes foi sobre o impacto da
energia hidráulica? A resposta do Sr. Emerson relatou as estatísticas do crescimento
da demanda em 2014, o consumo aumentou criando a necessidade de mais carga
do que geração. Esta energia é a mais viável para países em desenvolvimento.
Porém, houve um declínio da energia hidrelétrica de 2000 para cá, acentuou o
debatedor a necessidade de diversificação das fontes energéticas, sendo que a
solução mais básica é a hidroelétrica. Relatou ainda, da queda do mercado de
carbono o que desestimulou investimentos em países como o Brasil.
2 – O segundo tema a ser debatido foi o IMPACTO.
Iniciou-se este tema com o Sr. Emerson, assim como é a nuclear, dizendo
que a hidráulica é imputada como a bandida entre as matrizes energéticas, é certo
que a hidroelétrica tem problemas com ”flechinha de índios, vasinhos, desvio de rio,
pedrinha peixinho” reconheceu que 25% do custo de uma usina hidroelétrica é
ambiental, que estas possuem uma garantia física de 60% de sua capacidade
instalada (uma usina de 1MW para gerar 600KW) que está ocorrendo uma
diminuição dos potenciais hidráulicos, sendo necessário a elaboração de um plano
de diversificação da produção hidrelétrica, aproveitamento de todos os potenciais
possíveis e investimentos em pequenas usinas geradoras.
O segundo debatedor foi o Prof. Sanchez que, novamente frisou o impacto
ambiental da geração eólica de energia elétrica, sobretudo, da mortandade de
pássaros, ruído mecânico e aerodinâmico que podem chegar a 105 db, relatou,
ainda, os atlas de energia eólica do Brasil e do Paraná e os programas de incentivo
a produção de energia eólica, abandonado no estado do Paraná, incentivado no
extremo sul e nordeste brasileiro, afirmando que este tipo de energia só muda a
paisagem.
O terceiro debatedor foi o Prof. Eloy, o qual, iniciou sua explanação frisando
o impacto visual da geração de energia eólica, sendo que, a solar só possui como
impacto, o silício utilizado nas placas solares e o impacto destas que possui um
rendimento de menos de 16%. Ainda, ressaltou que os componentes das baterias de
armazenamento podem influenciar o meio ambiente. Porem, esta possui, ainda,
entre todas, o menor custo ambiental.
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Após a fala do prof. Eloy foi aberto um espaço para perguntas dos
presentes.
Foi realizada uma pergunta para o Sr. Emerson sobre a vida útil dos
reservatórios das usinas? E este respondeu que, existe um tempo para estes que
pode ser minorado pelos processos de dragagem e trocas de equipamentos, que o
acumulo de sedimentos no fundo do reservatório é sim um problema que torna-se
crítico ao longo dos anos.
Houve ainda, perguntas sobre biomassa e centros urbanos, sobre energia
eólica a qual a resposta já havia sido dada na explicação do prof. e novamente
sobre hidrelétrica a qual, também, já havia sido respondida.
3 – O terceiro tema a ser debatido foi o de Viabilidade Técnica
Este bloco iniciou-se com a apresentação do prof. Eloy o qual teceu criticas
contra a política energética nacional, principalmente, do estado do Paraná o qual
não possui um programa de pesquisa e investimentos no setor, burocracia e falta de
vontade política,por outro lado, teceu elogios a Eletrosul a qual vem desenvolvendo
e incentivando o uso de energia solar, reduzindo impostos, realizando um choque de
gestão no setor
O segundo a apresentar foi o Prof. Sanchez que destacou as características
da energia eólica como competitiva e sustentável, sendo que a China é o grande
expoente deste setor. Destacou o projeto na cidade de Palmas/PR no ano de 1999,
ainda, sobre a viabilidade, destacou que, quanto mais alto as torres de sustentação
das turbinas, maior a eficiência da captação, deu como exemplo que a 50m – gera
300MW, a 100m poderá gerar até 3500MW, ainda, ressaltou a ideia e dificuldade da
microgeração desta energia na cidade, criando um ambiente de poluição visual.
Seguindo, foi a ez do Sr. Emerson falar sobre a viabilidade técnica da
produção hidrelétrica, fez uma ressalva que o tema já fora ressaltado no bloco
anterior e preferiu falar sobre a obrigação das empresas geradoras de energia com
seus acionistas, uma verdadeira “saia justa” a qual espelha-se na taxa de retorno
dos investimentos, sendo que a viabilidade, logicamente, esbarra em um custo de
U$ 1.800,00 por KWh instalado, ressaltou, também, a necessidade de construção
PGHs.
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Foi aberto um novo espaço para debates onde o Sr Emerson apenas
ressaltou a perda de 18% na transmissão de energia elétrica.
4 – O quarto e último bloco, por motivo de tempo, foi o da Produção e
Consumo.
Este bloco foi aberto pelo Sr. Emerson que ressaltou que o consumo de
energia cresce 4% ao ano enquanto a geração cresce 2% ao ano, que se faz
necessário uma racionalização do uso e, até, o uso de produção complementar
como a usina termoelétrica a qual possui uma baixa eficiência, falou, ainda, do
fenômeno de mudança de matriz e os problemas com a eficiência, autogeração e do
sistema de rede inteligente para a compensação.
Em seguida, iniciou-se a participação do Prof. Walter que afirmou que a
energia eólica é competitiva porém, esta só participa com 2,8% na matriz energética
nacional. Ressaltou as ações da iniciativa privada em utilizar esta matriz,
principalmente, da empresa WEG de Santa Catarina. Falta incentivo e a produção é
competitiva, o consumo é um fato, quanto a microgeração deste tipo de energia, é
discutível.
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Fotos do Debate
Prof Dr Eloy Casagrande − Energia Solar
9
Participantes do Debate
10
Sr. Emerson Alberti − Energia Hidráulica
11
Prof. Dr Walter Sanchez
12
Profº Luiz Carlos Balcewicz − Energia Biomassa Residual