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www.semmaisjornal.com Director: Raul Tavares Sábado | 19.Maio 2012 semanário - edição n.º 715 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Distribuído com o VENDA INTERDITA Pub. Anti-stress Fingertips actuam em Almada 9 500 anulam matrícula no Superior da região +NEGÓCIOS A presiden- te da Câmara de Palmela, à margem de uma reunião realizada quarta-feira com a direcção-geral da empre- sa, revela ao Semmais ter conhecido de que o proces- so de despedimento colec- tivo de 100 funcionários vai avançar. A Cabovisão alega ter gastos excessivos e par- cos lucros. POLÍTICA O presidente da Câmara de Grândola já de- clinou vários convites para se candidatar a outras au- tarquias em 2013 e não quer, para já, apoiar um sucessor. Em entrevista exclusiva ao Semmais, o autarca reafir- ma o seu «amor» pela ‘Vila Morena’ e promete continu- ar a fazer parte do seu de- senvolvimento. ABERTURA As ma- nobras que a Marinha Portuguesa executa ao largo da Costa de Se- túbal nem sempre é do agrado da classe pisca- tória. As associações do sector falam mesmo de enormes prejuízos que, só no caso da Sesibal, já ultrapassou os 3 mi- lhões de euros. Em cau- sa estão as várias inter- dições que ocorrem em média 80 dias em cada ano e alguns estragos das redes. Neste últi- mo caso, a Marinha não confirma. ACTUAL Meio milhar de alu- nos do ensino superior do distrito de Setúbal já anularam a sua ma- trícula devido à falta de condições económicas. Os dados foram con- firmados ao Semmais por respon- sáveis da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Charneca, do Insti- tuto Politécnico de Setúbal e Pia- get de Almada. ACTUAL A Câmara do Barreiro está a prepara- ra uma mega operaçãao de requalificação dos espaços públicos em todo o conce- lho e quer envolver a popu- lação. O projecto vai contar com o apoio ao abrigo do mecenato e a iniciativa inte- gra-se no âmbito das come- morações do Dia da Cidade. Voluntariado vai deixar Barreiro irreconhecível Cabovisão avança com rescisões esta semana PÁG. 8 PÁG. 4 PÁG. 13 PÁG. 5 PÁG. 2 Carlos Beato indisponível para sair de Grândola Manobras da Marinha custam mais de três milhões aos pescadores que operam na nossa Costa O Sul Jornal de Cultura e debate Caderno Impressão Digital Sadino Diogo Faria e o Cirque du Soleil 10

Semmais Jornal 19 Maio 2012

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www.semmaisjornal.comDirector: Raul TavaresSábado | 19.Maio 2012 semanário - edição n.º 715 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbal

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

Pub.

Anti-stressFingertipsactuam em Almada

9

500 anulam matrículano Superior da região

+NEGÓCIOS A presiden-te da Câmara de Palmela, à margem de uma reunião realizada quarta-feira com a direcção-geral da empre-sa, revela ao Semmais ter

conhecido de que o proces-so de despedimento colec-tivo de 100 funcionários vai avançar. A Cabovisão alega ter gastos excessivos e par-cos lucros.

POLÍTICA O presidente da Câmara de Grândola já de-clinou vários convites para se candidatar a outras au-tarquias em 2013 e não quer, para já, apoiar um sucessor.

Em entrevista exclusiva ao Semmais, o autarca reafir-ma o seu «amor» pela ‘Vila Morena’ e promete continu-ar a fazer parte do seu de-senvolvimento.

ABERTURA As ma-nobras que a Marinha Portuguesa executa ao largo da Costa de Se-túbal nem sempre é do agrado da classe pisca-tória. As associações do sector falam mesmo de enormes prejuízos que, só no caso da Sesibal, já ultrapassou os 3 mi-lhões de euros. Em cau-sa estão as várias inter-dições que ocorrem em média 80 dias em cada ano e alguns estragos das redes. Neste últi-mo caso, a Marinha não confirma.

ACTUAL Meio milhar de alu-nos do ensino superior do distrito de Setúbal já anularam a sua ma-trícula devido à falta de condições económicas. Os dados foram con-firmados ao Semmais por respon-sáveis da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Charneca, do Insti-tuto Politécnico de Setúbal e Pia-get de Almada.

ACTUAL A Câmara do Barreiro está a prepara-ra uma mega operaçãao de requalificação dos espaços públicos em todo o conce-lho e quer envolver a popu-

lação. O projecto vai contar com o apoio ao abrigo do mecenato e a iniciativa inte-gra-se no âmbito das come-morações do Dia da Cidade.

Voluntariado vai deixar Barreiro irreconhecível

Cabovisão avança com rescisões esta semana

PÁG. 8 PÁG. 4 PÁG. 13

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Carlos Beato indisponível para sair de Grândola

Manobras da Marinha custam mais de três milhões aos pescadores que operam na nossa Costa

O SulJornalde Culturae debate

Caderno

Impressão DigitalSadino DiogoFaria e o Cirquedu Soleil

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2 S á bado | 19. M a io. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Abertura

A interdição de pescar em determinadas extensões da costa do

distrito devido a manobras e treinos militares da Marinha e Força Aérea provocou preju-ízos de 3,2 milhões de euros nas últimas duas décadas às doze embarcações da Sesibal. Os números foram avançados ao Semmais pelo presidente da cooperativa de pescas de Setúbal, Sesimbra e Sines, Ricardo Santos, e são apenas

uma face de um problema que assume contornos bem maiores junto de pescadores de toda a região, que conti-nuam a desesperar por indem-nizações que nunca chegaram ao longo do tempo.

A zona da cadeia de Pinheiro da Cruz, no muni-cípio de Grândola, é a prefe-rida pela Marinha para a realização de exercícios de tiro e é apontada pelos pescadores como aquela que traz todos os anos mais prejuízos às frotas pesqueiras. Em média, as doze embarcações da coope-rativa ficaram sem pescar 80 dias por ano, acumulando prejuízos de dois mil euros ao dia, num total de 160 mil por ano. «Uma forma de encurtar estes prejuízos seria reduzir para 1500 metros a proibição de pescar», afirma Ricardo Santos, que recorda que a interdição abrange actualmente uma extensão de costa de 7 milhas e longi-tude de 4 a 6 mil metros.

Traineira capturamaterial que reagia ao ar

Perto da lagoa de Albu-feira, uma embarcação teve recentemente um prejuízo de 5 mil euros. As redes da traineira “Princesa de Sesimbra” tinham recolhido um cilindro com 50 centí-metros, que se presume ser

um facho, um pote de sina-lização de fumo utilizado pela Marinha em exercícios de treino com helicópteros. Terá, alegadamente, desa-parecido num exercício militar. «Quinze minutos depois de as redes terem sido puxadas para terra, os empregados da Docapesca disseram que o material estava a fumegar», descreve o proprietário da embar-cação.

António Cagica recorda também que o «objecto se partiu, reagiu ao ar e dani-ficou as redes, obrigando à chamada da Polícia Marí-tima». Tal como é hábito nestas situações, o proprie-tário fez um auto sobre o caso junto da Polícia Marí-tima, mas não sabe, até ao momento, em que ponto está o processo. Desconfia, porém, do desfecho: «não se vai conseguir identificar o culpado e o prejuízo, que rondará os cinco mil euros, ficará por pagar por quem de direito».

Ao Semmais, Joaquim Piló, do Sindicato Livre dos Pescadores, presume que mais de uma centena de pescadores já tenham sido afectados de algum modo pelas manobras e treinos militares e pede indemniza-ções ao Governo, «através do Fundo de Compensação Salarial».

Marinha diz que só houveuma ocorrência em 2011

A Marinha Portuguesa esclarece ao Semmais,

todavia, que em 2011 só foi registada uma ocorrência sobre a detecção de objectos suspeitos «com o conse-quente empenhamento das

unidades de inactivação de engenhos explosivos e que se veio a constar tratar-se de um invólucro inerte». A mesma fonte explica ainda que as indemnizações só têm lugar quando os armadores apresentam queixa na Polícia Marítima e depois de se provar que há relação com os engenhos encontrados.

Contudo, a identificação da origem é difícil, dada a utilização generalizada de engenhos de sinalização internacional nos espaços marítimos por embarcações, navios e aeronaves, no âmbito da busca e salvamento marí-timo. A Marinha realiza ao longo do ano um elevado número de exercícios e treinos ao longo da área de Sesimbra, envolvendo unidades navais, de mergu-lhadores e fuzileiros e só em exercícios de tiro sobre terra, na zona de Pinheiro da Cruz, ou na zona da praia do Meco se efectua largada ou disparo de material.

A Marinha aconselha quem achou um objecto suspeito de ser explosivo a não tocar no engenho e a contactar, logo que possível, a Autori-dade Marítima local (capitania) ou o 112. Perante as autori-dades, o ideal é fazer desde logo uma descrição porme-norizada daquilo que vê.

*Com Vanda Pinto

Jogosde guerrada Marinha‘atingem’pescadoresda nossacosta

Manobras geram prejuízos de 3,2 milhões e não pagam indemnizações

Associações de armadores lamentam interdições ao largo de partes da costa do distrito e querem novo olhar do Governo sobre o problema. Marinha contrapõe número de incidentes com embarcações avançado por sindicato ao Semmais.

Apesar de não ser muito afectada pelas manobras da Marinha e Força Aérea, a secretária-geral da Asso-ciação de Armadores Pesca Artesanal da Costa Vicen-tina fala de outro «grande flagelo». Filipa Faria exige dos grandes navios comer-ciais um olhar mais atento

sobre as redes das traineiras, que diz serem frequente-mente cortadas pelas hélices das embarcações das grandes dimensões. Mesmo sendo os incidentes repor-tados às autoridades marí-timas, é difícil encontrar os culpados e acautelar indem-nizações.

Mão pesada para grandes navios

::::::::::: Bruno Cardoso* :::::::::::

Sofia

Pal

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DR

Redes da traineira “Princesa de Sesimbra” sofreram prejuízos

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3S á bado | 19. M a io. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com Espaço Público

Sou militante do Partido Socia-lista há mais de uma década e autarca eleito nas Listas do PS desde 1997. Aliás, sou vereador na Câmara Muni-cipal do Barreiro em mandatos inin-terruptos desde 1997 até ao presente, sempre nas Listas do PS. Fui diri-gente concelhio e distrital em vários mandatos. Apoiei a candidatura de Jorge Sampaio à Presidência da Repú-blica e integrei o grupo coordenador do Distrito de Setúbal na campanha para a regionalização. Conheço bem o Partido, os militantes, o concelho do Barreiro e o distrito de Setúbal. Sinto-me, por isso, muito à vontade para dar voz pública aquilo que muitas dezenas de camaradas me têm dito nos últimos dias: que campanha é esta feita com recurso a ataques ao Partido e às suas estru-turas? E como pode isto ser dito, agora, aparentando um cândido desconhecimento? Que campanha é esta feita com considerações pessoais e juízos de valor relativa-mente a uma camarada do Partido, companheira de tantos combates e que tantas vezes tem dado a cara pelo nosso Partido?

No Barreiro, o PS tem muitos rostos. E ainda bem que assim acon-tece. É que não pode desperdiçar nenhum, para nos fortalecermos no combate que travamos contra a CDU.

Recordo que em 1997 fiz, ao lado de José Miguel Leal da Silva e Aires de Carvalho, uma campanha autár-quica empenhadíssima e muito deter-minada. O PS estava no Governo, mas nem assim pudemos contar com dirigentes nacionais nas nossas acções. Alguém do nosso concelho e próximo da então direcção nacional referiu que a vitória no Barreiro era inalcançável. Nem valia a pena perder tempo connosco. E, de facto, perdemos por 167 votos. Em 2001 ganhamos as eleições autárquicas. Nesse momento todos quiseram reclamar-se donos dessa vitória – e ainda hoje o fazem. Há quem não tenha consciência de si.

A minha camarada Madalena Alves Pereira integrava a lista que concorreu e ganhou a maioria no executivo municipal. Deu muito de si no tempo que exerceu o mandato e ainda hoje é vista com carinho, respeito e reconhecimento por muitos funcionários da autarquia e por membros de outras forças partidá-rias. Renunciou ao mandato, sem

deixar esmorecer o seu amor ao Partido e à cidade como provou no mandato seguinte na Assembleia Municipal, onde tantas vezes assumiu quase sozinha a defesa do Governo.

A Madalena tem-nos demons-trado que na política não vale tudo e não há projectos individuais. O seu percurso é o do combate em nome de valores e de princípios e com o desprendimento próprio de quem está na política pela convicção, sem dependência, nem subserviências o que a levou, por mais do que uma vez, a dizer não.

Nem sempre concordei com ela, mas sempre lhe reconheci uma lide-rança inata, na qual protege os seus e os interesses da equipa, algumas vezes em detrimento dos seus indi-viduais.

Há quem apareça só para a composição das listas, para os momentos de campanha, mas esteja quatro anos sem participar numa reunião das estruturas do Partido, sem partilhar uma informação, sem dar um contributo que seja para a elaboração de um programa elei-toral. Infelizmente, não será caso único, mas aqui no Barreiro nós conhecemo-lo bem. E já chega.

É tempo da Federação estar ao serviço das Concelhias, das Secções, dos Militantes. Não podemos permitir que a Federação, ou a sua Presidência, sirva para a realização de projectos pessoais de sobrevivência politica. É que a Madalena não foi empur-rada, mas muito apoiada e incenti-vada para este desafio. Quanto a outros candidatos não sei. Mas estou em crer que não terá sido bem assim.

Espero sinceramente, que esta campanha para a Federação do PS/Setúbal decorra com a elevação que o Distrito, a Região e o próprio Partido merecem. Que os autores de algumas afirmações infelizes, norteadas pelo ataque pessoal infundado ainda possam corrigir os seus métodos de comunicação e assumir a postura exemplar que a candidata Madalena Alves Pereira tem defendido em todos os debates realizados com militantes. Que a contenção de argumentos na afirmação de cada projecto de candi-datura elevem a nobreza da política, pela afirmação do PS.

Venha daí e junte-se a nós para ganharmos o futuro.

*Militante do PS

Para além dos estigmas sociais que sempre atormentaram a margem sul, a região foi acumulando déficites que corromperam o seu desenvolvimento.

Depois do rumo anacrónico da sua industrialização extensiva e da voragem da revolução o distrito foi bebendo aos poucos um suco de crescimento paulatino, com ritmos incertos e de pouca consistência.

O monopolismo industrial morreu de vez e depois foi a vez de definhar a pesca e a agricultura, sustentos primários de uma sociedade isolada por uma ponte altiva de interesses políticos centrados no Terreiro do Paço.

Depois dos ciclos da fome e do miserabilismo, os últimos vinte anos procuraram inverter essa penumbra e esse ostracismo aceites por uma região acomodada e por uma administração central dominadora.

Estudada até ao tutano, nos anos 80, clamámos pela chegada de ‘massa cinzenta’, infra-estruturas e investimento público e privado. A acção autárquica, a que devemos muito, foi fazendo o seu caminho. E chegou gente nova, quadros superiores e mais virados para o futuro.

Mas as acessibilidades e os investimentos públicos são muito recentes e esse facto é decisivo para um eterno passo mortiço de que nos queixamos.

O ensino universitário, por exemplo, nasceu em 1977, com a implementação do pólo da Universidade Nova na Charneca. Dois anos depois instalou-se o Instituto Politécnico de Setúbal e só em 1986 ergue-se o Piaget de Almada.

Foi alguma coisa em tão pouco tempo e os tempos que correm poder deitar tudo a perder. Os tão falados mega-investimentos foram suspensos, estamos no topo das falências e do desemprego. Voltaram os tempos da emergência social. E os futuros licenciados estão a cair a meio do caminho.

Quem viveu a insipidez e os solavancos que marcaram este distrito não pode deixar de estar muito preocupado. E por isso é preciso mais que um plano de emergência, mas um plano de relançamento da economia regional, acautelando essas conquistas tardias.

Tudo fazer para manter a Autoeuropa e outras empresas sólidas, fortificar os nossos portos, incentivar novos clusters, vivificar o sector primário e não deixar cair o nosso ensino universitário.

Sim, um plano de prevenção pode ser a almofada para garantir um novo ciclo, esperando, como se espera, que a crise vá passando aos poucos.

Distrito precisa de plano de prevenção

Editorial // Raul Tavares

A vida não está fácil. A vida dos partidos também não, e a do PS não foge à regra. Junho é mês de esco-lhas internas a nível local e conce-lhio, mas também distrital. Apesar do âmbito restrito aos militantes, as escolhas feitas agora serão determi-nantes num futuro próximo para a afirmação do PS. Apesar de mediar apenas 14 dias entre atos eleitorais, há quem tente reduzir os sufrágios a um único, numa tentativa ilegítima de plebiscitar uma estratégia de unici-dade partidária, em nome da unidade. Mas a unidade constrói-se no debate e na acção, é inclusiva e plural, não estabelece condições à partida nem resulta por via de acordos ou alianças contra natura. Infelizmente vê-se acontecer com frequência o rateio e a negociação de votos para compo-sição de listas, trocas e baldrocas de apoiantes e apoiados, num déjà-vu que desmotiva e desmobiliza e que receio se repita nestas eleições. Existem fundados receios de que tal aconteça. Por isso há cada vez menos militância e, ao invés de se qualificar a intervenção partidária como ato de cidadania, se degrada a confiança nas pessoas e nas instituições. A vida está difícil e a vida partidária também. Desistir não é uma opção. Cada um de nós pode fazer a diferença. Se no plano da comissão concelhia e da secção de Setúbal a situação estará clarificada logo a 1 de junho, há um combate que é preciso travar e que tem a ver com a liderança da Fede-ração Distrital. E esse combate tem várias facetas.

Em primeiro lugar, é importante desmistificar a tal unicidade plebis-citária. Uma coisa é votar a comissão concelhia e o secretariado da secção e outra bem diferente é escolher o presidente da Federação. Âmbito, lógicas e campanhas diferentes, com escolhas individuais, livres e que não podem ser condicionadas por estra-tégias redutoras ou impercetíveis, apesar da tentação de alguns em querer reduzir os militantes a um nº de votos num envelope, a negociar com quem der mais, vulgarmente conhecidos como sindicatos de votos. Ninguém é dono dos militantes ou da sua vontade. A liberdade ainda hoje é o ponto de partida para a democracia.

Em segundo lugar, temos de perceber o que está subjacente a uma candidatura, o que se vê e o que se não descortina, o que está presente/

ausente, distinguir o imediato do mediato. Não pode haver candida-turas por interpostas pessoas ou de estratégias de consolidação de poder interno partidário, ou que utilizem a sombra de maiorias legitimadas noutros areópagos. Para haver escolha, consciente e livre, as candi-daturas devem ser transparentes e disponíveis para o debate clarificador com os militantes.

Depois, há que exigir uma lide-rança política forte no distrito esco-lhendo alguém com qualidade polí-tica, com experiência e que não desista em circunstância alguma, sobretudo na adversidade. Alguém que não confunda organização partidária com aparelho e que, através da afir-mação de um espaço político próprio, mantenha a autonomia da Federação Distrital de Setúbal no contexto orga-nizativo do PS, como de resto lhe tem sido característico. É preciso que a candidatura de suporte a tal desígnio não tenha na sua génese ou na sua composição interesses circunstan-ciais ou estranhos, reflectidos em alianças conjunturais de interesses variados e até contraditórios, e que não compactue com práticas que degradem o funcionamento parti-dário, devendo antes assentar na relação direta e no diálogo com os militantes, base essencial de onde devem emergir os seus apoios.

Impõe-se, pois, uma candidatura plural, mas de combate e um líder com princípios, com propostas de atuação que unam e afirmem o PS num contexto distrital, com atenção para as especificidades geográficas e políticas do distrito e das suas dife-renças, mas que sobretudo prepare o partido para os desafios que se avizi-nham nos próximos anos. O distrito de Setúbal precisa de um PS forte e responsável, que suscite a confiança dos cidadãos e que lhes permita ter uma alternativa ao actual estado de coisas, para que seja relançado o investimento e o emprego. Mas para tanto é preciso fazer a escolha certa, votar num presidente que saiba distin-guir entre luta interna e batalhas contra os adversários que estão fora do partido, que perceba que o que nos une é mais do que nos divide. As eleições têm esta responsabilidade. Eu assumo a minha apoiando inequi-vocamente o Eduardo Cabrita.

*Militante do PS

A vida não está fácil mas temos escolha

Ricardo Roque*

Ganhar o Futurocom MadalenaAlves Pereira

AmílcarRomano*

ficha técnica Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Marisa Batista. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 810 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Caixa de correio

Na última edição datada de 12 de Maio de 2012, saiu notícia na página 8 onde o meu nome é refe-rido.

No que há noticia se refere, dizer que apenas recebi um pedido – e exclusivamente um – de debate formulado pelo Gabinete de Estudos, Cultura, Desporto e Associativismo da Federação Distrital de Setúbal do PS, o qual não pude aceitar por razões que aqui enuncio e que por certo terão sido transmitidas ao outro candidato. Tenho um calen-dário de campanha de há muito defi-nido e que procuro conciliar, por um lado, com o processo eleitoral

que decorre até dia 02 de Junho para as comissões políticas concelhias, bem como, por outro lado, com as minhas obrigações decorrentes do exercício do meu mandato como Presidente da Comissão Politica Concelhia do Barreiro; tenho um compromisso moral e político de debate com todos os militantes do distrito e não com nenhum em parti-cular.

Candidato-me à Presidência da Federação Distrital de Setúbal e é perante os militantes de todas as Secções e concelhias que quero apre-sentar a minha moção, as minhas propostas, o meu percurso e sujeitar-

me ao salutar confronto democrá-tico, com a elevação e o respeito que os militantes socialistas sabem ter.

Refiro, por último, que no próprio sábado em que saiu a notícia a que aqui aludo, a nossa candidatura recebeu um contacto da candida-tura adversária propondo um debate. Ou seja, depois de veicularem uma notícia infundada tentam compor o texto. É incorrecto e grave, a menos que tenha sido um lapso de escrita, até ao momento não desmentido.

Receba, Senhor director, os meus cumprimentos.

Madalena Alves Pereira, mili-tante nº 21739 do Partido Socialista,

Candidata à Presidência da Fede-ração Distrital de Setúbal

NR: O Semmais apenas pode confirmar não se ter tratado de nenhum lapso de escrita e que as declarações e informações contidas no texto aludido são da responsa-bilidade de quem a proferiu. Apenas lamentamos e, disso nos peniten-ciamos, não termos conseguido o contraditório por parte da candi-data Madalena Alves da Silva, com a qual não foi possível contactar a tempo útil do fecho de referida edição, apesar dos contactos tardios, è verdade, que a redacção do Semmais tentou estabelecer.

Fuga ao debate nas eleições federativas do Partido Socialista

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A CÂMARA do Barreiro está a tentar envolver toda a população numa iniciativa de voluntariado urbano sem precedentes no muni-cípio, através da dinamização de diferentes acções que contribuam para o reforço local da coesão sócio-territorial. Na prática, o voluntariado incidirá em campa-nhas de limpeza urbana, requali-ficação do espaço público e mobi-liário urbano, manutenção de jardins e espaços verdes e arte urbana.

Carlos Humberto, presidente da autarquia, revela que a ideia poderá «ser uma verdadeira pedrada no charco», tendo em conta a dimensão política e social que assume numa altura em que «são precisas cada vez mais pessoas

com atitude que levem o país para a frente». O edil recorda que o projecto de voluntariado, o “Dia B”, já vinha desde o seu primeiro mandato à frente da Câmara Muni-cipal do Barreiro, mas diz que agora a iniciativa poderá assumir outro tipo de contornos, tendo em «conta o momento psicológico e as difi-culdades financeiras que o país atravessa».

Já a vereadora Sofia Martins, que tem a seu cargo as pastas das Obras Municipais e dos Jardins e Espaços Verdes, considera que a iniciativa «fomenta a cidadania activa e a capacidade de reorga-nização na procura colectiva de soluções», contribuindo para o aumento do sentimento de pertença da população e para uma imagem mais positiva de todo o concelho. «Trata-se, efectivamente, de um projecto ambicioso, montado em tempo cruzeiro, mas que surgiu de uma mera perspectiva de ajudar a sensibilizar as pessoas para a necessidade de requalificar um espaço que também é o seu», descreve.

Iniciativa integraaniversário da cidade

As intervenções a realizar estão previstas para todas as freguesias do Barreiro, embora já seja certo que estas foquem os núcleos mais antigos na sede de concelho e no Lavradio. A iniciativa está prevista para o dia 30 de Junho e está inte-grada nas comemorações da cidade.

A autarquia está em conver-sações com uma grande empresa a nível nacional para a cedência de materiais, em regime de mece-nato. As inscrições para participar na iniciativa podem ser feitas nas juntas de freguesias, no Posto de Turismo Municipal e no Espaço J, ambos no Mercado 1.º de Maio.

A ficha de inscrição está também acessível na página da Câmara Municipal do Barreiro na Internet e em www.facebook.com/DiaB.MovimenteEstaIdeia. As inscrições decorrem até dia 15 de Junho. Há possibilidade de parti-cipar durante todo o ideia ou nos períodos da manhã, das 9h às 13:30, ou da tarde, das 13:30 às 20h.

Grau de voluntariado não tem precedentes no município e câmara espera grande envolvimento da população. Carlos Humberto diz mesmo que projecto pode ser «pedrada no charco» perante dificuldades económicas do país.

União de autarquia e moradores lava cara do concelho do Barreiro

Iniciativa decorre a 30 de Junho e integra aniversário da cidade

Qual a vossa ideia para a Travessa do Loureiro?Bruno Contreira: Este espaço está fechado há três anos, mas vamos criar aqui uma área de lazer, de modo a tornar o Barreiro mais digno.

E o que vão fazer?Luís Kikko: A ideia é ter pinturas na parede, reabilitar as fachadas destes edifícios e fazer com que as pessoas possam contemplar a vista para o rio e avenida da Praia, requalificada há pouco tempo.

O que pode trazer esta inicia-tiva de positivo?Bruno Contreira: As obras podem trazer mais vida a todo o concelho. Estamos envolvidos na arte urbana.

Como está a ser a mobilização das pessoas?Luís Kikko: Conseguimos mobi-lizar muitas pessoas e artistas do Barreiro, congregando esforços de vários quadrantes da socie-dade. Existe uma enorme vontade de fazer. Faltam os meios.

Flash / Bruno Contreira e Luís Kikko, moradores do Barreiro e artistas plásticos

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Carlos Humberto satisfeito com iniciativa inédita no município do Barreiro

A PRESIDENTE da Câmara Muni-cipal de Palmela faz um balanço posi-tivo do primeiro ano de actividade da Loja do Cidadão de 2.ª geração do mercado municipal do Pinhal Novo. Durante uma visita do execu-tivo à freguesia, Ana Teresa Vicente destacou o crescimento em termos homólogos de 17% daquele serviço, cuja média mensal de atendimentos directos pulou de 3700 em 2011 para 4300 este ano. E a tendência, prevê, «é para aumentar».

Em declarações ao Semmais, a autarca considerou que estes números confirmam a reivindicação que o município fazia junto da Admi-nistração Central «há anos» e deixou em aberto a possibilidade de o espaço e o número de funcionários ser even-tualmente alargado no futuro. «Faz falta, aqui na Loja do Cidadão de Pinhal Novo, um serviço de Finanças, mas nunca houve acordo com a Direcção-Geral do Tesouro para que tal viesse a acontecer», desabafa.

Segundo os números a que o Semmais teve acesso, a Segurança Social foi o serviço que mais cresceu em um ano, cerca de 35,15%, embora a procura seja mais acentuada no que ao Atendimento Municipal diz respeito. «É preciso consolidar primeiro estes números e ver como se comportam pelo menos até final deste ano para que a seu tempo se considere se vamos tomar uma posição formal ou não sobre a neces-sidade de expansão desta loja do cidadão», avança Ana Teresa Vicente.

A Loja de Cidadão do Pinhal Novo foi inaugurada em Maio de 2011 e disponibiliza desde então diversos serviços da autarquia, através de postos de atendimento municipal, e da Administração Central, de enti-dades como a Caixa Geral de Aposen-tações, Autoridade Regional de Saúde, Instituto da Mobilidade e dos Trans-portes Terrestres, Governo Civil ou Instituto dos Registos e Notariado, entre outros. Na ocasião, foi ainda inaugurada a Loja Móvel, que consistiu na adaptação da Viatura de Atendimento Móvel (VAM) da Câmara Municipal de Palmela para disponibilizar os serviços da Loja do Cidadão.

Loja do Cidadão de Pinhal Novo cresce 17%

O PRIMEIRO-MINISTRO afirmou esta semana na Base do Alfeite, em Almada, que o Governo tem uma estratégia clara sobre o mar, um valor «essencial para ajudar no desenvolvimento nacional». Passos Coelho realçou também a ideia de que o seu Governo vai promover a «intero-perabilidade» entre os sectores ligados às actividades marítimas, tendo uma «abordagem sistémica e integrada que actuará nos sectores dos portos, da logística e dos transportes».

Durante uma visita à Marinha, em que afirmou ter concluído «o primeiro ciclo de visita às Forças Armadas Portuguesas», o chefe de Governo falou da ligação do país ao mar e não esqueceu o grau de entendimento existente com os parceiros europeus, «unidos no desígnio de usar estrategicamente e sustentadamente este grande bem». «Há uma perspectiva cada vez mais consensual quanto à utili-zação a dar ao mar», sublinhou.

Na ocasião, Passos Coelho asse-gurou que a conversão do mar num

vector essencial do desenvolvi-mento de Portugal estará vertida na reapreciação do conceito estra-tégico do país. O Primeiro-Ministro realçou ainda a atenção sobre o incentivo ao desenvolvimento das pescas, da aquicultura e da indús-tria do pescado, «apostando na formação de uma classe rejuve-nescida de profissionais».

Forças Armadas elogiadasem «tempos difíceis»

Na deslocação à Base do Alfeite,

em que se fez acompanhar pelo Ministro da Defesa Nacional, Aguiar-Branco, Pedro Passos Coelho deixou uma palavra de elogio às Forças Armadas Portu-guesas, cuja «excelência do trabalho» merece um «reconhe-cimento público, pelo elevado sentido de dever, de profissiona-lismo e de honra que têm demons-trado nestes tempos difíceis». Apesar dos cortes orçamentais, o chefe de Governo garantiu ainda que as missões das Forças Armadas «não estão em causa».

Primeiro-Ministro garantiu que futuro das Forças Armadas «não está em causa»

Passos vê no mar hipótese de desenvolvimento

Sofia

Pal

ma

Edil em visita à Loja do Cidadão

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SÃO os efeitos da crise nos bolsos dos estudantes da região. Os números reportam-se aos dois últimos anos lectivos entre os três estabelecimentos de ensino supe-rior do distrito e mostram já que mais de 500 alunos se viram obri-gados a anular matrículas, tendo a maioria justificado não reunir condições financeiras para continuar a estudar nem se quer pagar as propinas pelos valores mais baixos.

O Instituto Politécnico de Setúbal é o único que exibe os números oficiais de desis-tências, tendo sido requeridas 172 anulações de matrículas, mais 17 do que no ano passado, que se ficou pelas 155. Já o Insti-tuto Piaget e a Faculdade de Ciên-cias e Tecnologia admitem não ter os dados sistematizados, mas revelaram ao Semmais que, juntos, ultrapassam as 200 desistências.

Aliás, Marlene Vale da Silva, vice-presidente do Instituto Piaget, confirma que tem verificado «um aumento do número de anula-ções neste ano lectivo» superior ao normal, «quando comparado com as anulações de anos ante-riores». Outra curiosidade apon-tada pela mesma responsável indica que um número conside-rável de estudantes reduziu as

unidades curriculares em que se encontrava inscrito.

«Estamos preocupados com esta situação e temos procurado criar as condições mais favorá-veis, que estejam ao nosso alcance, para que os estudantes não vejam comprometida a concretização

dos seus projectos de

vida», refere Marlene Vale da Silva, revelando

existirem diversos projectos que têm sido implemen-tados para aliviar a crise instalada.

Piaget vai manter propinas

Entre eles, está o trabalho realizado pelo sector jurídico na implementação de planos de paga-mento ajustados a cada estudante, tendo o Instituto Piaget decidido já manter o valor das propinas

para o próximo ano lectivo, «de modo a não aumentar os encargos dos estudantes e das suas famí-lias», nota a mesma responsável.

Um representante da escola sadina recorda que há quem diga que 17 anulações de matrícula a

mais do que no passado representa pouco, mas

alerta que o problema é «mais

grave e sério, porque estamos a falar de estudantes que não têm condições para

conti- nuarem a estudar. E isso é uma coisa terrível», insiste a mesma fonte, para quem este cenário significa que não está a ser cumprida a Constituição do país.

«Está previsto que nenhum estudante deve ser impedido de continuar os estudos por razões financeiras, mas isso não é verdade neste momento nesta região. Temos situações em que acção social não tem capacidade de dar cobertura e é com isso que temos estado a viver», refere a mesma fonte.

E os problemas não ficam por aqui, já que se estima que mais de 20% dos estudantes estejam em incumprimento no pagamento das propinas, mas terão que liquidar o valor em falta até final do ano lectivo se quiseram validar os respectivos actos académicos.

Crise obriga estudantes a anularem mais de 500 matrículas na regiãoA falta de condições económicas para continuar os estudos está a lançar milhares de alunos no desespero. As escolas não têm mãos a medir e o drama promete acentuar-se.

A PRONTIDÃO do Sistema de Autoridade Marítima foi posta à prova no simulacro realizado na semana passada, na Baía de Sesimbra.

Com o nome de código Xávega 2012, o exercício simulou a colisão de dois navios mercantes, do qual resultou o derrame de 500 metros cúbicos de combustível, que neste caso foram substituídos por 700 quilos de pipocas e 150 quilos de estilha de madeira.

A operação envolveu vários barcos da Marinha Portuguesa, um navio tanque, uma embarcação de combate à poluição no mar, várias lanchas, uma aeronave C295 da Força Aérea, viaturas pesadas e ligeiras, e perto de 270 pessoas, muitas delas centradas na recolha

dos poluentes e na limpeza do areal.«Tínhamos como principais

objectivos preparar os auditores do curso de Aperfeiçoamento em Auto-ridade Marítima, a Brigada de Inter-venção Rápida de Combate à Poluição do Departamento Marí-timo do Centro, e testar a articu-lação entre as entidades que parti-cipam neste tipo de situações», referiu Quaresma de Lemos, capitão-de-mar-e-guerra, que planeou, dirigiu e dinamizou e exercício.

Apesar do nevoeiro inespe-rado, que dificultou a acção de combate à poluição, os objec-tivos «foram ultrapassados», já que os meios envolvidos «desem-penharam o seu papel e ficaram melhor preparados para uma situação real que pode acon-

tecer devido ao elevado tráfego de navios que se verifica diaria-mente ao largo de Sesimbra», sustenta.

Opinião partilhada por Lopes da Costa, capitão do Porto de Setúbal, que coordenou a operação no molhe interior do Porto de Sesimbra, em parceria com a Admi-

nistração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS).

Sesimbra mais segura

«Este exercício foi extrema-mente positivo, não apenas para o treino dos meios e capacidades

da Autoridade Marítima e da Marinha no combate à poluição, mas também porque foram testados e validados os procedimentos de coordenação e actuação com as entidades que, de alguma forma, têm responsabilidades nesta matéria”, disse, acrescentando que «Sesimbra ficou mais segura».

Já o presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, salientou a importância deste exercício se ter realizado em Sesimbra, porque, «permite-nos ter mais confiança e estarmos mais preparados para responder com maior eficácia a um acidente desta natureza», o que, caso viesse a acontecer, «poderia ter conse-quências ambientais extremamente nefastas no plano ambiental, econó-mico e turístico para esta região».

A ESCOLA Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal vai iniciar mais uma edição do Mestrado e Pós-Graduação em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico, estando as candi-daturas abertas até dia 1 de Junho.

O curso de Mestrado (2º ciclo) permite a aquisição da habilitação para a docência de Educação Musical no Ensino Básico. Este ciclo de estudos tem a duração de três semestres lectivos e integra as componentes de Formação educa-cional geral, Didácticas específicas, Formação na área de docência e Prática de ensino supervisionada. O mestrado funcionará em regime presencial às sextas-feiras e sábados, todo o dia, e será complementado com formação à distância.

Paralelamente, a ESE recebe, já este sábado, iniciativas de cele-bração dos cinco anos do ambiente gráfico de programação Scratch, com aplicação em contextos educa-tivos e também de lazer, desen-volvido pelo Massachusetts Insti-tute of Technology - MIT.

O Scratch Day é um aconteci-mento mundial, onde pessoas de todas as idades se encontram para conhecer outros Scratchers, parti-lhar projectos e experiências e aprender mais sobre o Scratch. Uma das celebrações deste dia, em Portugal, vai ser concretizada num evento gratuito, aberto a todos os professores, educadores, futuros professores e suas famílias. Os monitores de apoio serão crianças e jovens já com experiência de utili-zação do Scratch e que irão auxi-liar na iniciação a esta linguagem de programação.

ESE abre mestradoem Educação Musical

::::::::::::::::: Roberto Dores :::::::::::::::::

Exercício Xávega 2012 em Sesimbra simulou colisão de dois navios mercantes

Marinha passa com distinção em simulacro de catástrofe

DR

‘Incidente’ derramou 500 metros cúbicos de combustível

ARRANCOU ontem e prolonga-se pelo dia de hoje, no Campo de Tiro de Alcochete, o 9º Cinotéc-nico da Força Aérea - Kanicross 2012, um exercício anual de avaliação de equipas cinotécnicas.

Neste exercício, constituído por 21 obstáculos ao longo de nove quilómetros, participam todas as secções cinotécnicas da Força Aérea e várias equipas do Exér-cito e da PSP. O Kanicross 2012 contará ainda com uma delegação da Guarda Prisional que assistirá ao exercício.

A competição, organizada pelo Comando Aéreo e coordenada pelo Centro de Treino Cinotécnico da Força Aérea, é destinada a testar a capacidade física do cão e do seu treinador, a capacidade de controlo do cão por parte do tratador e as capacidades de tiro dos militares. É também tida em conta a moti-vação do cão em acompanhar o seu treinador sob circunstâncias exigentes.

O exercício pretende avaliar o grau de preparação das equipas para o cumprimento das missões que lhes são atribuídas.

Exercício militar com cães ‘invade’ Campo de Tiro de Alcochete

DR

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CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL

DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES

Certifico narrativamente que, por escritura de dezasseis de Maio de dois mil e doze, a folhas cento e quarenta e três do Livro cento e cinquenta e oito-A deste Cartório, foi rectificada a escri-tura de Justificação lavrada no dia vinte e quatro de Julho de dois mil e três, a folhas setenta e oito do Livro cento e seteta e seis-I do então Segundo Cartório Notarial de Lisboa, em que foram outorgantes JOÃO DUARTE TAVARES, natural da freguesia de Miragaia, do concelho do Porto, e mulher JOAQUINA JESUS DA FONSECA, natural da freguesia de Santiago de Piães, do concelho de Cinfães, que declararam ser casados sob o regime da comu-nhão geral de bens, com resi-dência habitual na Rua do Vale Formoso, número 29, segundo andar esquerdo, em Lisboa, contri-buintes fiscais, respectivamente, números 115612092 e 115612084, no sentido de ficar a constar que: a) Que o vendedor não foi António Manuel Jesus, como, por lapso foi mencionado, mas sim António Cravidão Duarte, divorciado, residente no Cruza-mento de Pegões, Canha, Montijo. b) Que o objecto da venda usuca-pida não foi mencionado lote de terreno, mas sim uma parcela de terreno de cultura arvense, titu-lada apenas verbalmente, em finais de mil novecentos e oitenta e um; e c) Que após a mencio-nada compra verbal da parcela de terreno de cultura arvense, em finais de mil novecentos e oitenta e um, os ora primeiros outorgantes, no ano de mil nove-centos e oitenta e seis, alteraram o destino da parcela adquirida para prédio urbano composto de lote de terreno; tendo sido notifi-cados os titulares constantes do registo.

ESTÁ CONFORME.Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos dezasseis de Maio do ano

de dois mil e doze.O Notário,

(Lic. João Farinha Alves)

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL

DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES

Certifico narrativamente que, por escritura de dezasseis de Maio de dois mil e doze, a folhas cento e trinta e nove do Livro cento e cinquenta e oito-A deste Cartório, foi rectificada a escritura de Justi-ficação lavrada no dia vinte e quatro de Julho de dois mil e três, a folhas setenta e oito do Livro cento e setenta e seis-I do então Segundo Cartório Notarial de Lisboa, em que foram outorgantes JOÃO DUARTE TAVARES, natural da freguesia de Miragaia, do concelho do Porto, e mulher JOAQUINA JESUS DA FONSECA, natural da freguesia de Santiago de Piães, do concelho de Cinfães, que declararam ser casados sob o regime da comu-nhão geral de bens, com residência habitual na Rua do Vale Formoso, número 29, segundo andar esquerdo, em Lisboa, contribuintes fiscais, respectivamente, números 115612092 e 115612084, no sentido de ficar a constar que: a) Que o vendedor não foi António Manuel Jesus, como, por lapso foi mencionado, mas sim António Cravidão Duarte, divorciado, resi-dente no Cruzamento de Pegões, Canha, Montijo. b) Que o objecto da venda usucapida não foi mencio-nado lote de terreno com a área de cinco mil metros quadrados, mas sim uma parcela de terreno de cultura arvense, com a área de cinco mil duzentos e seis metros quadrados, titulada apenas verbal-mente, em finais de mil novecentos e oitenta e um; e c) Que após a mencionada compra verbal da parcela de terreno de cultura arvense, em finais de mil nove-centos e oitenta e um, os ora primeiros outorgantes, no ano de mil novecentos e oitenta e seis, alteraram o destino da parcela adquirida para prédio urbano composto de lote de terreno; tendo sido notificados os titulares cons-tantes do registo.

ESTÁ CONFORME.Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos dezasseis de Maio do ano

de dois mil e doze.O Notário,

(Lic. João Farinha Alves)

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL

DO NOTÁRIO LICENCIADO JOÃO FARINHA ALVES

Certifico narrativamente que, por escritura de dezasseis de Maio de dois mil e doze, a folhas cento e trinta e cinco do Livro cento e cinquenta e oito-A deste Cartório, foi rectificada a escritura de Justi-ficação lavrada no dia vinte e quatro de Julho de dois mil e três, a folhas setenta e oito do Livro cento e setenta e seis-I do então Segundo Cartório Notarial de Lisboa, em que foram outorgantes OSVALDO ALMEIDA FREITAS, natural da freguesia de Ferreiros de Tendais, do concelho de Cinfães, e mulher NAZARÉ DA FONSECA TAVARES FREITAS, natural da freguesia de ALVARENGA, do concelho de AROUCA, que decla-raram ser casados sob o regime da comunhão de bens adquiridos, com residência habitual na Rua da Estremadura, Monte Isidoro, Craveira do Norte, Pegões, Montijo, contribuintes fiscais, respectiva-mente, números 107876787 e 144462630, no sentido de ficar a constar que: a) Que o vendedor não foi António Manuel Jesus, como, por lapso foi mencionado, mas sim António Cravidão Duarte, divorciado, residente no Cruza-mento de Pegões, Canha, Montijo. b) Que o objecto da venda usuca-pida não foi mencionado prédio urbano, mas sim uma parcela de terreno de cultura arvense, com a área de dois mil duzentos e sessenta e cinco metros quadrados, titulada apenas verbalmente, em finais de mil novecentos e oitenta e um; e c) Que após a mencionada compra verbal da parcela de terreno de cultura arvense, em finais de mil novecentos e oitenta e um, os ora primeiros outorgantes, no ano de mil novecentos e oitenta e seis, alteraram o destino da parcela adquirida e nela construíram um edifício de rés-do-chão, inicialmente com a área coberta de cento e vinte e nove vírgula noventa e três metros quadrados, e descoberta com dois mil cento e trinta e cinco vírgula zero sete metros quadrados, e, em virtude da ampliação da construção, o indicado prédio ficou com a área coberta de cento e noventa e dois vírgula cinquenta e um metros quadrados, e descoberta com dois mil e setenta e dois vírgula quarenta e nove metros quadrados; tendo sido notificados os titulares cons-tantes do registo.ESTÁ CONFORME.Cartório Notarial de Setúbal, do Notário Lic. João Farinha Alves, aos dezasseis de Maio do ano de dois mil e doze.O Notário,(Lic. João Farinha Alves)

Pub.

A PISTA 01-19 da Base Aérea n.º 6 do Montijo «é a única» que não coloca em causa o normal funciona-mento da Portela, de entre todas as possibilidades de localização do futuro aero-porto complementar para as low costs que o Governo tem em cima da mesa. Especia-listas no sector e pilotos de aviação civil estão em consonância quanto às potencialidades da principal pista da base aérea do Montijo e acrescentam mesmo que esta «apresenta um histórico de ventos favoráveis que ajudaria nos procedimentos normais a tomar neste tipo de movimentos». Ainda assim,

alertam, a pista secundária, a 08-26, praticamente não poderá ser utilizada e há grandes investimentos a realizar, caso a infra-estru-

tura venha mesmo para a

margem sul.O principal, pela sua

complexidade, tem subja-cente a expansão para 2500 mil metros da pista 01-19, bem como o reforço da sua capacidade de resistência, essencial para acolher futu-ramente os Boeing 737 ou Airbus 320, os principais modelos utilizados por companhias aéreas como a Easyjet, Ryanair ou Tran-savia. Posteriormente, teria

de ser construído um corredor de circulação para-lela à pista, placas de esta-cionamento, um terminal de passageiros e acessibilidades viárias. O último estudo conhecido, de Miguel Cadilhe

e que data de 2008,

estima um inves-timento de 150 milhões na infra-estrutura, mas o número não foi confirmado no debate sobre o tema, orga-nizado esta semana pelo PSD no Montijo.

Na ocasião, o presidente da distrital do PSD, Pedro do Ó Ramos, recordou as vanta-gens de a região acolher uma infra-estrutura deste tipo, sublinhando o facto de o Governo anunciar, prova-

velmente até ao final deste mês, a decisão final sobre o assunto. O líder laranja disparou ainda críticas ao PCP e PS local, por consi-derar que estão «contra» este projecto. «A intensa

discussão do tema pelo PSD poderá ser visto

como um lobby, mas é um lobby legítimo, tendo em conta os ganhos económicos e sociais que podem ser gerados aqui no distrito», sublinha.

9 mil postos de trabalho em 2050

De acordo com Fátima

Rodrigues, especialista em gestão aeroportuária, a criação de um aeroporto complementar na região poderá vir a gerar perto de 9 mil postos de trabalho

em 2050, hori-zonte do projecto , data em

que se pers-pectiva a exis-

tência de 63 mil movi-mentos por ano e um

impacto de 1,4 a 2,5% no PIB nacional. Apesar de as companhias low costs terem afirmado taxativa-mente esta semana que não estão interessadas em mudar as suas operações da Portela, Pedro do Ó Ramos acredita que o Governo «está a acautelar a competitividade do novo aeroporto na discussão do grupo de trabalho».

Bruno Cardoso

PSD critica posições do PCP e PS em debate sobre discussão do aeroporto para as low costs

Pista principal de base aérea do Montijo reúne consenso alargado entre especialistas

OS SOCIALISTAS de Setúbal acusam a maioria CDU na câmara de «não gostar dos setubalenses, nem das pessoas, nem dos empre-sários» suportando essa acusação nos dados rela-tivos à taxa de execução orçamental e ao elevado valor da dívida a fornece-dores.

As acusações dos socia-listas foram tornadas públicas numa conferência de imprensa onde a execução orçamental dos últimos anos foi o principal tema de discussão. «A prestação de contas da câmara de Setúbal, com uma taxa de execução de 52.5%, demonstra aquilo que foi denunciado desde o início pelo PS, de que se tratava de um orçamento irre-alista e demagógico», acusa a vereação socialista. O orça-mento camarário para o ano de 2011 previa uma verba de 113,5 milhões de euros e a execução orçamental ficou-se pelos 59,6 milhões.

Luís Gonelha, presidente da comissão política de Setúbal do PS, acusa ainda a maioria comunista de ter uma «política irresponsável e fantasiosa» e uma «fraca capacidade de orçamentar e planear» o que, no entender dos socialistas, coloca a autarquia numa situação de «falência técnica e provoca a falência de muitas empresas da região».

Sem querer avançar com nomes de empresas, admi-tindo que poderia ser nega-tivo para as mesmas, Luís Gonelha afirma ter sido infor-mado, em reunião com a Associação de Comerciantes, que «cerca de uma dezena de empresas do concelho se encontra em difícil situação financeira fruto de dívidas não pagas pela autarquia de cerca de 6 milhões de euros». Para além dos fornecedores, os socialistas acusam a câmara de não assumir os compromissos com as colec-tividades e associações, exem-plificando com os casos do Teatro de Animação de Setúbal e algumas colectivi-dades participantes nas marchas que ainda não rece-beram as verbas já aprovadas em reunião pública, mas não transferidas.

Marta David

PS acusa CDU sadina de “não gostar” dossetubalenses

O VEREADOR do PSD na Câmara de Setúbal, Paulo Calado, foi entrevistado por Fernanda Freitas, no passado dia 17, no programa da RTP 2 ”Sociedade Civil”, mas na qualidade de vogal da Mise-ricórdia de Lisboa, onde falou de empregabilidade no sector não lucrativo. A vertente social da instituição esteve em foco.

Paulo Calado, que é vogal da Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, falou da importância do Gabinete de Apoio Social, que imple-mentou na instituição para apoiar os funcionários em época de crise. «É um espaço que pretende ser uma ajuda concreta e que oferece solu-ções diferenciadas que respondem directamente à especificidade de cada caso»,

referiu, acrescentando que tais soluções podem passar por uma simples alteração do horário de trabalho ou deslocação para uma infra-estrutura mais próxima de casa, até ao adiantamento de salário ou mesmo ajuda financeira».

Paulo Calado destacou ainda o projecto “Saúde Mais Próxima”, lançado recente-mente em Lisboa, onde a instituição se encarrega de rastreios de saúde e da sensi-bilização da população para a prevenção de algumas patologias que afectam a população. A promoção do empreendedorismo social que a instituição coloca no terreno, através de programas de apoio à criação de auto-emprego, foi também debatido.

Paulo Calado na RTP 2 pela Misericórdia de Lisboa

D.R

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O líder do PSD sadino foi entrevistado na RTP 2

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Semmais – Tendo em conta que estamos a pouco mais de um ano das próximas autárquicas, e não podendo recandidatar-se à Câ-mara de Grândola, já decidiu a eventual candidatura a outros municípios?Carlos Beato - Depois de um pe-ríodo de longa e profunda refle-xão tomei a decisão de não me can-didatar à presidência de qualquer outra autarquia. Entendi que, após estes anos de construção e con-solidação de um projecto relevan-te, numa terra que me acolheu de braços abertos e com um povo que depositou em mim toda a confian-ça, não seria correcto voltar as cos-tas a Grândola e às suas gentes.Por outro lado importa não esque-cer que sou o presidente de câma-ra mais votado, em termos per-centuais, de toda a região de Se-túbal e da Costa Alentejana e isso deve merecer da minha parte uma

única conclusão. Não posso aban-donar o projecto a que me dedi-quei com todas as minhas forças, nem defraudar a expectativa de todo este povo que, desde a pri-meira hora, acreditou em mim e me deu a força e o ânimo para le-var para a frente os destinos des-te Concelho.

Não receia estar a desiludir todos os que, em outros concelhos, no-meadamente da nossa região, acreditavam e apostavam na sua capacidade para dirigir os desti-nos desses territórios que tão bem conhece. Há notícias que recebeu vários apelos e convites…É verdade que tenho sido alvo de inúmeros apelos e tenho recebido convites que muito me honram. Agra-deço, do fundo do meu coração, aos que julgaram que eu poderia con-tribuir, com o meu trabalho e as mi-nhas ideias, para a valorização e pro-moção dos seus concelhos e para o fortalecimento da estratégia de de-senvolvimento que o concelho de Grândola e a Costa Alentejana têm vindo a consolidar nos últimos anos. Espero e desejo que esta minha de-cisão não represente, para eles, uma desilusão. Mas, em boa verdade, eu não poderia tomar outra posição, em nome dos valores que defendo e do projecto que tenho liderado ao lon-go destes últimos anos. Não pode-mos, nem devemos, servir múltiplas causas ao mesmo tempo. Como te-nho vindo a afirmar, ‘Grândola, Vila Morena’ foi, para mim, uma ppção e é, e sempre será, a minha paixão.

Com a sua experiência e tendo em conta o capital político que o “Novo Ciclo” lançado em Grândola al-cançou com os seus mandatos, vai certamente deixar um sucessor. Aníbal Cordeiro e António Can-deias já manifestaram a sua dis-ponibilidade para se candidatarem

à autarquia, pode saber-se qual deles é o seu candidato?Diz o povo, na sua grande sabedoria, que o tempo não perdoa aquilo que se faz sem ele. Há, pois, que dar tem-po ao tempo. No momento certo di-rei quem apoio não deixando de re-ferir, contudo, que o meu candidato será sempre aquele que eu conside-re que melhor serve os interesses de Grândola e do seu concelho. Como já declarei noutro contexto conside-ro que qualquer dos nomes referi-

dos tem perfil adequado para asse-gurar que o “Novo Ciclo” continue a honrar os compromissos assumidos com o concelho de Grândola. E ou-tros nomes da sociedade civil e, in-clusivamente, da minha actual equi-pa, poderiam ser igualmente apon-tados. Candidatos, e candidatos de qualidade, não faltam, felizmente, na área do “Novo Ciclo”.

Mas essa eventual proliferação de possíveis candidatos não será pre-

judicial para a unidade do projecto que tem vindo a liderar há dez anos?Permita-me que lhe responda com humor e um exemplo. Não é por ha-ver primárias nos Estados Unidos que as candidaturas são mais fra-cas, ou os candidatos menos repre-sentativos. Antes pelo contrário. Como sempre tenho referido o “Novo Ci-clo” irá encontrar o seu candidato, no âmbito de um amplo consenso relativamente ao que é melhor para o concelho e para a sua população e escolherá aquele ou aquela que re-úna as condições ideais para pros-seguir o rumo de desenvolvimento e de reforço constante da qualidade de vida dos cidadãos, que temos vin-do a percorrer nos últimos anos.

Mas ainda assim, não lhe parece que já seria adequado uma escolha mais decisiva…É óbvio que a clarificação é neces-sária e irá ser feita em breve sem nun-ca colocar em causa um projecto de sucesso, que tem crescente aceita-ção na sociedade civil e que é refe-rência e inspiração, inclusivamen-te, para muitos outros locais.

Há quem sustente que aguarda uma decisão do PS relativamente à es-colha do próximo candidato, que comentário lhe merece?O Partido Socialista, em cujo berço nasceu o nosso projecto autárquico, tem naturalmente uma palavra im-portante a dizer em relação à esco-lha do futuro candidato. Mas, ao lon-go destes anos, um dos méritos do “Novo Ciclo” tem sido a relação de confiança que se estabeleceu de par-te a parte e a total autonomia e liber-dade concedida pelo PS aos que fo-ram eleitos nas suas listas. Tenho sé-rias dúvidas de que outro partido ti-vesse esta atitude de desprendimen-to em relação ao “poder”, colocando em primeiro plano os interesses lo-cais e das populações e não os inte-resses partidários. Deste modo estou certo de que a solução para o futuro resultará de um amplo consenso, es-cutada a sociedade civil, auscultado o Partido Socialista e para a qual te-rei, seguramente, o papel determi-nante que decorre das minhas res-ponsabilidades e do capital de con-fiança que tenho vindo a granjear.

Carlos Beato declina convites para candidatar-se a outras autarquias do distrito

«Não seria correcto voltar as costas a Grândola e às suas gentes»A pouco mais de um ano das próximas autárquicas, Carlos Beato, presidente da Câmara de Grândola, afasta a possibilidade de se candidatar a outras autarquias para onde tem sido convidado. Não quer ainda apontar sucessores, mas quer participar das escolhas do “Novo Ciclo”. E garante que vai manter-se ligado à vila morena e às suas gentes.

Carlos Beato garante que o seu futuro, «por decisão própria», está a continuará a estar ligado ao futuro de Grândola e das suas gentes. «Até ao final do meu mandato irei pros-seguir e reforçar o trabalho já reali-zado, concluindo os projectos estru-turantes em curso e preparando o município para poder enfrentar, adequadamente, os tempos difíceis que se avizinham, tudo fazendo para continuar a estar à altura da confiança que a população do concelho tem

vindo a depositar em mim ao longo destes mais de 10 anos», afirma ao Semmais. E a partir de Outubro de 2013 não tem dúvidas de que estará disponível para continuar a servir o município e o concelho de Grândola, «nas funções ou cargos que esta comunidade e a vontade soberana das suas gentes entendam que eu posso ser útil, de modo a que a nossa terra prossiga e reforce o rumo de progresso e do desenvolvimento atingido na última década».

Ligação a Grândola para manter após 2013

OS DEPUTADOS Vieira da Silva, Eduardo Cabrita, Eurí-dice Pereira e Ana Catarina Mendes, acompanhados pelo presidente da concelhia do PS do Seixal e por membros da secção socialista de Corroios, estiveram, no passado dia 14, na Secundária João de Barros, no Seixal, e na EB 2+3 Trafaria, em Almada.

Em relação à escola em Corroios, com 1 008 alunos e 41 turmas, a visita incidiu, funda-

mentalmente, nas consequên-cias que a paragem das obras de reabilitação, iniciadas em Outubro de 2010, está a provocar ao normal andamento dos anos lectivos seguintes. A 1.ª fase da obra está parada, segundo repre-sentantes da Parque Escolar, por processo de insolvência de uma empresa do consórcio. Os depu-tados ficaram a saber que se prevê, nos próximos dias, uma tomada de decisão que poderá passar pela rescisão ou pela reso-

lução parcial do contrato.Incluída em Território Educa-

tivo de Intervenção Prioritária (TEIP), a Escola de Ensino Básico de 2.º e 3.º Ciclos da Trafaria recebeu os deputados que pretenderam saber das previ-sões de continuidade deste projecto de prevenção e combate ao insucesso escolar do ensino básico, lançado pelos anteriores governos socialistas, face à dependência de recursos rela-tivamente ao Ministério da tutela.

A EB conta com 316 alunos e fez decrescer substancialmente o abandono escolar que foi, no final do ano lectivo de 2010/2011, na ordem de 0,2 por cento. «Esperemos que o Governo seja sensível a este projecto e que os recursos para garantir a sua prossecução sejam assegu-rados», referiu a deputada Eurí-dice Pereira.

Os socialistas agendaram, na passada quinta-feira, uma interpelação parlamentar ao

Ministro da Educação, exac-tamente com o mote da defesa da escola pública em conse-quência das medidas que o Governo PSD/CDS vem tomando, em áreas como a revisão curricular, dúvidas sobre a continuidade dos TEIP, que fomentam escolas de quali-dade e inclusivas, garantindo respostas diferenciadas; viabi-lização de mega-agrupamentos sem qualquer critério, entre outras preocupações.

Deputados socialistas preocupados com escolas

DR

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A rua, o voto e a crise

Quanto mais o cenário de crise se instala na sociedade, mais algumas pessoas se começam a sentir encurraladas e sem nada a perder, situação que, por vezes, conduz a que alguns só consigam responder com violência à violência das circunstâncias.No dia 1 de Maio, Setúbal assistiu a uma situação destas, junto ao Monumento à Resistência Anti-Fascista, quando alguns, poucos, elementos que participavam na manifestação anarquista convocada pelo colectivo Terra Livre não foram capazes de manter a calma, nem de ouvir os apelos – sensatos – de outros manifestantes para que não atirassem pedras em resposta às provocações de militantes do Partido Nacional Renovador (PNR) que, do outro lado da rua, mostraram as suas bandeiras à passagem pelo monumento, cerca de meia hora antes de iniciarem a sua celeb-ração, não do Dia Mundial do Trabalhador, mas do Dia do Trabalho Nacional – uma clara reminiscência salazarista.Nada de mais grave aconteceu porque as forças da autoridade – que dispunham de um contingente considerável no local – se interpuseram entre nacionalistas e anarquistas e sanaram a situação em dois minutos.Fora este incidente, a manifestação anti-autoritária e anti-capitalista decorreu em clima de festa, juntando cerca de 200 pes-soas numa marcha que percorreu a Baixa, do Largo da Misericórdia à Fonte Nova – onde no ano passado a celebração do Terra Livre foi reprimida pela polícia –, e terminou com a deposição de faixas junto ao monumento que homenageia os homens e mulheres que não tiveram medo de lutar por uma vida melhor, mais livre, em terras do Sado.

E a Grécia aqui tão perto...Também neste mês de Maio, vários jornalistas e políticos europeus revelaram uma certa surpresa com os resultados das eleições gregas, como se fosse de esperar que, depois de toda a austeridade aplicada naquele país, tudo se mantivesse na mesma, isto é, que o equivalente local ao PS e ao PSD continuassem a receber mais de metade dos votos.

Detentora de uma forte tradição anar-quista, que ganhou novo ímpeto com o fracasso de socialistas e conservadores a gerir o país, a Grécia começou por reagir às medidas de austeridade com motins nas ruas. A violência pouco resolveu, conduzindo até a um aumento do investimento grego em armamento que agravou a dívida do Estado.Perante a impossibilidade de mudar

a situação através da acção na rua, os gregos fizeram do voto uma arma e

tornaram o Syriza no partido mais vota-do à esquerda do centro – mas também deram quase 7% ao Aurora Dourada,

um partido nacionalista, xenófobo, anti-marxista e anti-liberal. Um caso e outro podem não passar de votos de protesto, mas é provável que representem algo mais.Quando somos levados aos nossos limites, os nossos limites alargam-se. E quando os nossos limites se alargam, descobrimos novas paisagens no horizonte, novas formas de olhar o mundo. Perante elas, podemos despertar

para a importância da tolerância e do confronto de ideias, ou acentuar

a nossa desconfiança face àquilo que desconhecemos, cerrando filei-

ras contra “os outros”, seja por medo, ignorância ou pura estupidez.

Tudo isto é fruto da crise e, como afir-mava Hipócrates (o grego pai da medicina),

a crise é o momento exacto em que se torna possível discernir a doença e desvendar a

sorte do paciente.Aproveitemos então a crise, esta excelente ocasião para reflectir, aprender e perceber para onde caminhamos (e para onde quere-mos caminhar) enquanto sociedade.

Luís Humberto TeixeiraJornalista

ano: 2012 . nr 22 . mês: Maio . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

http://jornalosul.hostzi.com

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“Túbal te Fez” é um livro, um ensaio, um manifesto de um ar-queólogo de Setúbal, mas afinal, historiador em qualquer parte, de seu nome José Luís Neto. O livro fala -nos da história de Setúbal, das suas origens, as suas gentes, a propósito da arqueologia, mas também nos fala do futuro da arqueologia em Setúbal, ou da arqueologia e o futuro, ou seja, das respostas que ela nos pode dar, para nos entendermos me-lhor, no futuro. Não sei bem responder a todas estas questões, mas sei que o autor sabe mesmo muito do seu ofício, embo-ra no fundo, caiba a cada leitor do livro-ensaio-manifesto res-ponder por si, a tais perguntas. Mas que é uma obra marcante da “periferia” que vai ao centro das coisas em termos culturais, disso não tenho dúvi-das! Entretanto, falei com o autor para nos explicar algumas coisas sobre o livro, e aqui ficam as respostas.

AS - Setúbal é uma cidade onde a arqueologia sempre fez história, e aqui nasce cedo a pri-meira Academia dedicada a esses trabalhos. Queres dizer-nos como se passa isso?

Setúbal é uma cidade interes-sante, muito interessante mesmo, no panorama nacional e europeu. Se as pessoas tivessem consciência o quanto da cultura portuguesa se deve a Setúbal, creio que não haveria ninguém que não se apai-xonasse por esse lugar. Há muito mais para além de “setubalenses da diáspora”, casos de Bocage, Luísa Todi ou Mourinho, como há muito para além dos “conver-tidos”, casos do Zeca Afonso, do Luís Pacheco ou da Odete Santos. O que impressiona em Setúbal é que, independentemente de uma desequilibrada presença do Estado, frágil e geralmente de rosto e uso autoritário, as suas gentes sempre se souberam juntar e colectiva-mente construir respostas para os problemas que se foram colo-cando, tanto de ordem material, como da imaterial. A arqueologia não foge a isto, pelo que não é de espantar que a primeira associa-ção arqueológica portuguesa e

uma das primeiras a nível mun-dial tenha nascido nessa cidade. Porém, sublinho, não é situação única. De cariz precocemente ur-bano, Setúbal é uma cidade em auto-gestão desde, pelo menos, os últimos 500 anos. Isso moldou o carácter da mesma, influenciou os ali nascidos e os que para lá foram morar, sedimentando uma determinada maneira de ser, que não é muito bem compreendida no resto do país.

AS - No teu en-saio” Túbal te fez” introduzes, de certo modo, um conceito novo de arqueologia, a arqueologia do fu-turo, ou a arqueologia e o futuro? Podes ex-plicar como vês hoje esta disciplina histó-rica?

JLN - Por mais que me agradasse, se-ria mentir às pessoas, o assumir a paterni-dade de uma ideia que não é minha, mas sim de António Quadros,

se bem que já estava esboçada desde o Padre António Vieira. O primeiro a adoptar esta perspec-tiva, de forma sistemática, foi D. Manuel Martins, o que permitiu, a alguém que veio da região do Por-to, se tenha tornado, com rapidez e eficácia, um símbolo da cidade. A ele devo a primeira interpreta-ção global de Setúbal que conheci, tinha para aí uns quinze anitos e, com o tempo, vou-me cada vez mais convencendo da sua correc-ção e razoabilidade. Trata-se de uma perspectiva que é pertinente para Setúbal. A “arqueologia do futuro” não é, como se depreende, uma disciplina, mas uma perspec-tiva. Através da arqueologia e da história conseguimos entender, com menor ou maior certeza, o passado colectivo. Após, verifi-camos permanências e linhas de tendência dessa evolução. Con-frontamos o conhecimento com o saber do colectivo no presente. Nesta fase acaba a ciência propria-mente dita e começa a engenharia social, que pretende pegar em tudo isto e trazer um sentido utilita-rista e objectivamente criador de riqueza a toda esta informação, melhorando a vida das pessoas concretas e respeitando a natureza da comunidade. Temos de pensar

que o património e o conhecimen-to são recursos dos quais nos de-vemos socorrer.

AS - “Quando pensamos a arqueologia a uma escala mu-nicipal, temos de começar por radicar essa análise no conceito de Identidade.” Hoje fala-se muito na importância das identidades, que podem ser múltiplas. Como integras esta tua afirmação a propósito da arqueologia e de Setúbal?

JLN - Setúbal, ao longo dos últimos cerca de 3000 anos, é o seu porto. E como em todos os portos, uns chegam, outros vão. É a sua natureza. É mesclada, é mestiça, é promíscua e aí reside o seu encanto. A mestiçagem e a auto-gestão quase permanente ofereceram a Setúbal um espí-rito de lugar particularmente li-bertino e libertário, que provoca sentimentos extremos. Aprecio bastante essa característica. Po-rém, ninguém é apenas “filho da terra”. Antes do mais é filho dos

pais, dos avós, da condição social, das preferências de toda a ordem, das suas escolhas, etc. Porém, se as pessoas não souberem a história da sua terra, como não sabem no geral, é difícil que venham a ter um sentido colectivo que lhes realce a importância da sua pertença à comunidade geográfica. Indepen-dentemente dos muitos traços e características específicas locais que em si mesmo carreguem, a falta de consciência do mesmo, é reveladora da falta de coesão dessa comunidade. E uma comunidade pouco coesa é uma comunidade fraca, manipulável e, em última análise, uma comunidade sem futuro.

AS - Há uma discussão solene sobre se Cetóbriga seria em Tróia, ou Palmela, ou Setúbal. Hoje as questões parecem mais assentes. Para qual destas localidades te inclinas?

JLN - A discussão a propósito da localização de Cetóbriga tem já 5 séculos e é, sem qualquer

Setúbal é uma cidade onde a arqueologia sempre fez história

“ Há muito mais para além de “setubalenses da diáspora”, casos de Bocage, Luísa Todi ou Mourinho, como há muito para além dos “convertidos”, casos do Zeca Afonso, do Luís Pacheco ou da Odete Santos.

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dúvida, um dos mais importan-tes contributos regionais para a arqueologia europeia, mas não é o único. Cetóbriga é indissociável da região do Baixo Sado e motiva tanta polémica pela contradição entre a etimologia linguística em confronto com as realidades materiais arqueológicas. É um dos, se não o mais, interessante debate científico produzido pela arqueologia portuguesa, onde se digladiaram, no geral com eleva-ção intelectual, mas sempre com profunda paixão, alguns dos maio-res investigadores portugueses. Contudo, tudo isto tem passado ao lado dos próprios setubalenses, o que me parece empobrecedor. No fundo, é como quando médicos falam entre si e o paciente está deitado na cama de um hospital. Eles decidem tudo, mas é o doente que leva os cortes e remendos. É um absurdo este tema, relacionado com as origens da cidade, ter dei-xado os seus habitantes ignorantes do mesmo.

AS - Falas muito nos suces-sivos “monolitismos económicos“ que têm pesado sobre Setúbal. Queres explicar o que são, e por-quê?

São um bom exemplo daquilo que se pretende caracterizar como

“espírito do lugar”. Não há aí, como é evidente, nada de metafísico. O primeiro surto industrial local existiu no Século I, com a expor-tação para a Europa de um molho de peixe conhecido como “garum”. Quase todas as actividades econó-micas eram-lhe subsidiárias e/ou dependentes desta. Se olharmos para o papel da Auto-Europa hoje em dia, vemos que, apesar de pro-dutos e tempos distintos, não se

alterou a forma de perspectivar e gerar riqueza na região. Trata-se de investimento de capitais exógenos, de grande monta, que articulam a economia regional. Entre estes, muitos outros houve, casos mais conhecidos do Sal nos séculos XV a XVIII, ou da indústria conserveira dos Séculos XIX e XX. Ainda há pouco nos pregaram as delícias do TGV e do aeroporto. É sempre o mesmo. Para criar futuro e em-

pregos, temos de romper com a lógica milenar das elites locais que, preguiçosas, põem todos os ovos no mesmo cesto. Quando tudo está bem, as coisas vão funcionando, mas em períodos de crise, esta sente-se ali de forma mais aguda. Basta ver o que se está a passar para se perceber que as pessoas têm fome, muitas já não têm casa, água e/ou electricidade.

AS - Que futuro para o patri-

mónio da região de Setúbal, que é tão rico?

JLN - Neste actual paradigma político, económico e cultural re-gional, temo não lhe antever gran-de futuro. É preciso mudar de vida, romper “monolitismos”. Porém, sinto-me muito honrado por ter vindo para aqui, fazer arqueologia num local de tão ilustres tradições, onde tenho tido a oportunidade de aprender tanto com aqueles que aqui vivem.

AS - Como interpretas, no dia do lançamento do teu livro - ensaio sobre Setúbal, a ausên-cia de alguém da Câmara de Se-túbal, nem sequer do “pelouro da cultura”, ou, ao menos, uma mensagem?

JLN - É que o futuro presidente da câmara estava ao meu lado. (ri-sos) Olha, sinceramente, não sei o que te diga. Confesso que não dei por isso. As pessoas foram con-vidadas, mais a mais aquelas que figuram na capa do livro, pelo que terás de colocar-lhes directamente a questão.

António SerzedeloEditor do programa de

radio Vidas Alternativas [email protected])

“Sonhar acordados” é uma recente iniciativa levada a cabo por dois formadores, na cidade do Barreiro, interessados em fazer com que a arte chegue a todos, independentemente da idade. O projecto começou por se dirigir numa primeira fase aos mais novos e, devido ao seu êxito, a partir do próximo mês, alarga os horizontes também a todos os adultos.

Sofia Jesus, Psicopedagoga e Arte-educadora, e Teodorico Tei-xeira Mendes, especialista em Artes Plásticas e Designer de Comunica-ção, através da realização de ateliês, fazem com que a arte seja uma rea-lidade presente da vida de dezenas de crianças. Os próximos ateliês de desenho e pintura inserido no pro-jecto “Artistas a brincar”, já estão agendados para os meses de Maio (dias 12 e 19) e Junho (dias 2 e 16, na Galeria Municipal de Arte do

Barreiro - Av. Alfredo da Silva nº15 (antigo tribunal do Barreiro) - local habitual para a concretização das actividades. Com um custo médio de 10€/dia, qualquer criança pode ter contacto com esta área, numa perspectiva divertida e, simultane-amente, pedagógica. As inscrições são limitadas e a marcação deve ser feita de forma prévia, via telefone (212 076 759 – Das 14h00 às 20h00) ou por e-mail, através do endereço [email protected].

Desde a sua criação, este pro-jecto retrata diferentes temáticas, como o Carnaval, a Páscoa, o Natal, temas alusivos às estações do ano, entre outras questões relevantes para os mais jovens. Numa primei-ra fase, o público-alvo constituiu crianças com idades compreen-didas entre os 6 e os 12 anos de idade que, mesmo sem qualquer experiencia na área, ao longo da actividade têm a possibilidade de explorar diferentes técnicas e materiais, de modo a realizar tra-balhos criativos e a desenvolver o potencial artístico presente em cada uma delas.

Até à data, o projecto tem ad-quirido uma enorme expressão e conquistado “miúdos e graúdos”. Também devido ao seu impacto, captou a atenção dos meios de co-

municação, nomeadamente, da RTP, que através de um directo para o programa ”Praça da Alegria”, a 22 de Fevereiro de 2012, deu a conhecer a acção destes dois jovens que têm em comum o gosto pela arte.

Para o sucesso desta iniciati-va contribuem, principalmente, os mais novos, os seus familiares e também a Divisão de Cultura da Câmara Municipal do Barreiro, que tem assumido um papel bastante importante no auxílio e na divul-gação do evento.

Alguns dos momentos são registados e partilhados, através de fotografias, no blog oficial, em sonharacordados.blogspot.pt, onde também são encontradas informa-ções adicionais relativas a cada um dos encontros.

Durante as sessões, os sentidos das crianças bem como a criati-vidade são colocados à prova e, a diversão e a partilha adquirem uma posição de destaque. Todo este processo contribui para o desen-volvimento pessoal das crianças, em termos de aquisição de compe-tências e de novas aprendizagens, e para a compreensão do mundo que as rodeia.

De acordo com Sofia e Teo-dorico, a iniciativa “Sonhar acor-dados” surge como uma forma de

«liberdade emocional para cada um se expressar de forma a poder conhecer-se melhor e dar-se a co-nhecer ao mundo». Esta é de facto uma forma bastante apelativa de fazer com que os mais pequenos despertem o gosto pelas artes e pela criação artística. No entanto, nos meses de Maio e Junho (to-das as terças-feiras, das 18h às 20h, com um custo de 25€ mensais),

o projecto estende-se a todos os adultos, que também têm agora a oportunidade de se expressarem de uma forma artística. Esta realidade faz com que a arte chegue a todos, possibilitando-lhes dar asas à ima-ginação e, acima de tudo, sonhar acordados.

Eliana [email protected]

Setúbal é uma cidade onde a arqueologia sempre fez história

SONHAR ACORDADOSO Barreiro abre

portas a uma nova forma de expressão

artística que per-mite a todos os que

a integram, SONHAR ACORDADOS

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Camarate - Um apelo aos deputadosSenhores deputados, por favor,

não cometam o erro de criarem a 10ª Comissão de Inquérito Par-lamentar à Tragédia de Camara-te (CIPTC). Ouçam as vozes bem avisadas, sensatas e honestas da-queles que pedem que não gastem mais dinheiro do orçamento da Assembleia da República.

Pensem, isso sim, em medidas para combater a actual situação económica em que se encontra o País. Combatam o desemprego, desenvolvam a produtividade nacional, ouçam as palavras do senhor Presidente da República no 25 de Abril e promovam uma imagem positiva de Portugal no estrangeiro. Não gastem tempo a analisar uma situação do pas-sado, que já não interessa e não vai adiantar ao futuro.

Por favor, senhores deputa-dos, não percam tempo com mais comissões quando já houve nove, nove comissões de inquérito par-lamentar onde não há mais nada a acrescentar. Ou preferem con-tinuar a distrair-nos com estas questões do passado enquanto o povo passa fome? Ouçam, por favor, o ex-conselheiro da Revo-lução, Sousa e Castro, que diz que os militares de Abril derrubaram o Estado Novo para acabar com a fome em Portugal e investiguem, por exemplo, o negócio dos sub-marinos. Esse sim, um verdadeiro escândalo, a par de casos como o BPN ou estas vergonhas do Fre-eport e os seus “envelopes cas-tanhos” mais os gabinetes de ar-quitectura de amigos.

Por favor, ouçam este apelo de um simples cidadão: não criem a 10ª CIPTC. Senhores deputados, se caírem no erro de criarem a 10ª CIPTC, a situação económi-ca vai piorar, pois arriscam-se a meter a mão num ninho de vespas internacional que depois vai agra-var o já apertado su-foco financeiro na tentativa de nos calar. É assim que eles têm feito há anos e anos. Desde Camarate. Os senhores deputados vão abrir uma caixa de Pandora com todas as desgraças do mundo dentro dela.

Se cometerem a imprudência de quererem saber se a “alegada confissão” de um alegado respon-sável do alegado atentado, que, alegadamente, foi funcionário da CIA, com alegadas ligações a um – e aqui não é alegado, pois é um facto – ex-embaixador norte-americano em Portugal e poste-rior número dois da CIA, Frank Carlucci, que até era amigo pes-soal de um ex-primeiro-ministro e ex-Presidente da República, Má-

rio Soares -, então vão deixar em maus lençóis os nossos aliados norte-americanos e a sua imagem no resto do mundo.

Acaso imaginam as impli-cações que teria para o nosso futuro se acusarmos os Estados Unidos da América de estarem por detrás do assassinato do nosso primeiro-ministro e ministro da Defesa, apenas porque estes que-riam impedir que tivesse lugar em Portugal uns estranhos negócios ilegais de tráfico de armas que desrespeitavam a soberania do nosso País? Mas, onde é que já se viu isso?

Se a vossa 10ª CIPTC provar que Portugal andava a vender armas para o Irão em 1980, fu-rando assim um embargo inter-nacional, que havia elementos da CIA por detrás desse negócio e Sá Carneiro, dois meses antes

de Camarate, descon-fiava estar a ser per-seguido pela secreta norte-americana por querer investigar es-sas ilegalidades, pelo que teria sido então “encomendada” a sua morte por um milhão de dólares, isso vai deixar em maus len-çóis muita boa gente que ainda hoje está viva. E não é só nos EUA. É também por

cá. E aviso-vos que nem sequer é necessário chamar o desacredi-tado Fernando Farinha Simões de Vale de Judeus para testemunhar no Parlamento que Sá Carneiro desconfiava da CIA, pois podem perfeitamente chamar para ir à 10ª CIPTC uma pessoa credível, Vasco Abecassis, ex-marido de Snu Abecassis (a companheira de Sá Carneiro que faleceu também em Camarate), que contou preci-samente isso à jornalista Cândida Pinto (outra pessoa credível), da SIC (a televisão do ex-primeiro-ministro Pinto Balsemão, também pessoa credível), que o escreveu na biografia sobre Snu, editada pela Dom Quixote (que é uma

editora igualmente credível e bastante respeitada).

Senhores deputados, por favor, não cometam ainda o imenso e superlativo erro de irem inves-tigar o Fundo de Defesa Militar de Ultramar - o “saco azul” do exército do tempo da guerra co-lonial, destinado a fi-nanciar a compra de material de guerra fora do controle do Orçamento do Esta-do e que, desde o 25 de Abril de 1974, era gerido em segredo pelos “militares de Abril”, esses, ingratos, que, tal como Mário Soares (o amigo do Carlucci da CIA), fal-taram às celebrações da data de Liberdade no vosso Parlamento.

Se insistirem nessa perigosa ideia, então façam tudo para enga-nar o povo Português e escondam a necessidade de envolver o nome do Presidente da República nessa questão. Eu sei que vai ser difícil, pois quando o actual Presidente da República era ministro das Fi-nanças recebeu ordens de Sá Car-neiro para investigar o Fundo de Defesa Militar de Ultramar e nun-ca o fez. Assim, qualquer comissão séria teria de ir perguntar-lhe o motivo pelo qual não conseguiu cumprir as ordens do primeiro-ministro e se manteve calado ao longo destes anos todos. E, mais uma vez, não é sequer necessário recorrer a “alegadas confissões” no YouTube para confirmar isso, pois basta consultar os comuni-cados do Conselho de Ministros de Novembro de 1980 onde essa ordem está bem explícita. Ou en-tão a imprensa da época – tenho cópias que vos posso fornecer.

Senhores deputados, não su-jeitem o Presidente da República a perguntas incómodas sobre qual o conteúdo da última reunião de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Cos-ta, na qual ele esteve igualmente presente, na manhã do fatídico

dia 4 de Dezembro de 1980, jun-tamente com as mais altas chefias militares do País, para falarem precisamente sobre questões de dinheiro e Orçamento. Não façam essas perguntas ao Presidente

da República, pois o País já tem tantos problemas económi-cos que a imagem de Portugal no estran-geiro iria ficar arrui-nada para sempre. Já basta termos um ex-primeiro-ministro com fama de corrup-to, imaginem agora só se, na sequência da vossa investiga-ção, um jornalista norte-americano, ou inglês, ou francês, ou alemão se lembrasse de escrever lá no país

dele que, aqui, no belo e tranquilo Portugal, o Presidente da Repú-blica é suspeito de ter encoberto o móbil do assassinato de um antigo primeiro-ministro e ministro da Defesa pela CIA. Que o fizera para proteger militares portugueses e norte-americanos. Que assim escondeu um negócio de tráfico de armas de Portugal para o Irão no tempo em que o ex-director da CIA, George Bush, era candidato a vice-presidente dos EUA.

Imaginem ainda que esses jor-nalistas se lembrassem ainda de que, no dia da primeira tomada de posse do nosso Presidente da República, George Bush esteve no Parlamento português como seu convidado de honra, confir-mando assim uma longa amizade. Imaginem então uma coisa ainda mais grave, pois esses jornalistas estrangeiros iriam depois ficar a saber que, a ter havido negócio de tráfico de armas para o Irão através de Portugal em finais de 1980, isso iria demonstrar que ele-mentos da campanha republicana Reagan/Bush, ex-agentes da CIA, teriam negociado secretamente com os iranianos a não liberta-ção dos reféns de Teerão antes das eleições presidenciais nos

EUA, a 4 de Novembro de 1980, roubando assim a reeleição de Jimmy Carter. Isso significaria que a administração Reagan chegara ao poder através de um acto de traição. Iria colocar em causa toda a política norte-americana no Mé-dio Oriente na actualidade, pois a mesma tem sido a sequência lógica das acções iniciadas por esse negócio da CIA em Portugal com a cumplicidade dos nossos dirigentes, dirigentes norte-ame-ricanos republicanos e até com complacência dos democratas.

Não, senhores deputados, a morte de um estadista em Por-tugal não pode chegar as estas conclusões. É preciso manter esta Ordem Mundial, senão ainda se chega à questão de saber de onde vinha o dinheiro para manter es-tes negócios e revelar as redes de tráfico de droga, as organizações terroristas que são promovidas para justificar as mortes e assas-sinatos que cresceram da mesma forma que os furacões nascem com o bater de asas de borbo-letas. E é por isso que temos a crise económica mundial de hoje, precisamente por causa de todos os negócios que se fizeram depois destes negócios que levaram a Camarate. Sei que parece ser algo pretensioso querer dizer que Ca-marate está na origem de todos os males no mundo, mas, de certo modo, infelizmente, e sem exa-geros, até está. E não podemos mostrar essa verdade aos Portu-gueses: eles não iriam aguentar. É pior do que o holocausto de Hitler, acreditem.

Daí o meu apelo para que não iniciem sequer os trabalhos. Ten-tem ir adiando até ser esquecido. A imprensa está a dar o exemplo e está fazer um bom trabalho ao ignorar o assunto. Deram a notícia, mas hoje já ninguém se lembra. Não falem mais nisso e daqui a nada, os portugueses já se esqueceram e podem continuar infelizes e domesticados como sempre. Qualquer CIPTC nesta altura ou noutra qualquer, mesmo que conseguisse abafar metade daquilo que eu aqui digo, ainda assim iria descobrir muita coisa, pois os factos existem e até estão à vista. Não os liguem entre si. Não estraguem a verdade oficial que tantos anos demorou a cons-truir. Lembrem-se que, se houver sangue, ainda pode ser o vosso a jorrar nas escadas do Parlamento. Não deixem falar quem quer falar, não façam falar quem não pode falar. Por favor, senhores deputa-dos, não falem mais em Camarate!

Frederico Duarte Carvalho (autor do livro: “Eu sei que você sabe”)

Jornalista

“ (...) quando o actual Presidente da República era ministro das Finanças recebeu ordens de Sá Carneiro para investigar o Fundo de Defesa Militar de Ultramar e nunca o fez.

“ (...) no dia da primeira tomada de posse do nosso Presidente da República, George Bush esteve no Parlamento português como seu convidado de honra, confirmando assim uma longa amizade.

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Comédia com Teresa Guilherme “Toda a gente sabe que toda a gente sabe” é o novo espectáculo da autoria do génio da comédia, Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, que marca o regresso de Teresa Guilherme aos palcos nacionais juntamente com um elenco de luxo.Casino de Tróia | 22h30

Espírito académicoA banda almadense UHF e os Blasted Mechanism actuam na Semana Académica do Instituto Politécnico de Setúbal, um evento que promete muita animação e diversão. Instituto Politécnico de Setúbal | 21h30

Concerto de beneficênciaOs Fingertips, banda pop/rock portuguesa, agora com uma nova formação, estão de regresso os palcos para uma tour em diversos auditórios. Cinema-Teatro Joaquim d´Almeida, Montijo | 21h30

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Poesias de António Pina “Ainda Não é o Fim” é a nova criação do Teatro o Bando, que conjuga poesia e crónicas de António Pina, encenação de João Brites e música de Jorge Salgueiro. Centro Histórico de Palmela | 21h30

História de sonho e magiaO Teatro Extremo apresenta a peça “Estória Abensonhada”, inserida no Festival Sementes, que nos conta uma história de sonho e magia.Cineteatro João Mota, Sesimbra | 17h

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+ Cartaz...

A 17.ª edição do “Sementes” - Mostra Internacional de Artes para o Pequeno

Público - arrancou, ontem, sexta-feira, e prolonga-se até ao dia 3 de Junho com espec-táculos nos palcos, praças e ruas de Almada, Alcochete, Barreiro, Moita, Seixal, Sesimbra, Cascais, Crato e Montemor-o-Novo. O Teatro Extremo, fundado em Almada, em 1994, promete um Festival de Artes Performativas, que envolve a participação de artistas ligados às artes cénicas, novo circo e música.

Rui Cerveira, director do certame, reconhece que o “Sementes” é um dos projectos «mais bem-sucedidos» do Teatro Extremo. «Começou por ser uma mostra de teatro dirigido a crianças, com a duração de nove dias, mas, a partir da 5.ª edição, passou a integrar outras artes performativas e plásticas, assu-mindo a actual designação e alar-gando a duração», sublinha o responsável.

O evento, na sua já longa vida tem apresentado espectáculos de diversas vertentes e estéticas artís-

ticas, oriundos de vários pontos do País e do Mundo, nomeada-mente de Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Bélgica, República Checa, Rússia, Suíça, Brasil, Argentina ou Angola.

O desejo de fomentar e conso-lidar o gosto pelas artes, procu-rando sensibilizar e atrair novos públicos, levou o Teatro Extremo a procurar parcerias em vários concelhos da região e não só.

Teatro Extremo semeia artes para o pequeno público O circo Dallas, instalado no Parque

Sant´Iago, em Setúbal, promete muita animação, alegria e fantasia nos dias 19, 20, 25, 26 e 27. A principal atracção desta companhia, com gerência de Renato Alves, é o número das Águas que Dançam. Mas o público também

vai deliciar-se com os cavalos, os leões e a dupla roda da morte, entre outras atracções. As sessões são às sextas-feiras às 21h45, aos sábados às 16h30 e 21h45, e aos domingos às 15 e às 18 horas. Ligue 918 047 918 e ganhe convites.

Após o sucesso da sua primeira tour em Portugal, a companhia MáximLuftmanWrestling (MLW), vai realizar o Campeonato Europeu da MLW, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa no dia 16 de Junho, às 21h30. Os bilhetes rondam entre os 15 e os 40 euros.

O evento conta com a presença de treze lutadores de wrestling, entre os quais se encontram os melhores da actualidade. Da Irlanda, Garth Mandrake Kid e Captain Rooney; da Holanda, Kenzo Richards; do Reino Unido, James Bruiser Erin Angel e Holly Rocamora; de Portugal, Seth Rodriguez, João “Pegaso” Sena; Mad Dog e Arte-Gore. De Espanha, Juan Casanova; dos Estados Unidos, Leo Cristiani e Johnny Moss. Estes são os lutadores que vão estar em acção numa

noite cheia de adrenalina e combates emo -cionantes. O evento começa às 21h30 e estende-se durante 2h15.

O show será composto por Light Show de aber-tura; combate Battle Royal para decidir os dois lutadores que irão disputar o Titulo Europeu da MLW; dois combates singulares normais; um combate sem desqualificações; um combate de acção feminina; um combate de equipas; um combate pelo título europeu da MLW.

Habilite-se aos convites. Basta ligar 918 047 918 ou enviar um email para: passatempos.semmais@mediasado,pt.

Convites para o circo Dallas

Convites para o show wrestlingcom os melhores lutadores

Ofertas Semmais

Graças às parcerias, o Teatro Extremo vai organizando o Sementes

DR

Page 14: Semmais Jornal 19 Maio 2012

10 S á bado | 19. M a io. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.comImpressão Digital

Como é vestir a pele do "Big Bird" no Cirque du Soleil?É óptimo. Ado-ro o meu traba-lho e é sempre um enorme de-safio estar em

palco a actuar para milha-res de pessoas. Gosto mui-to.

Alguma vez pensou integrar o elenco do Cirque du Soleil?Sim, pensei, mas nunca achei que fosse possível. Foi mais um sonho tornado realida-de e ainda bem.

Até onde os palcos inter-nacionais o poderão levar?Espero que me levem até onde for possível. Gostaria de trabalhar para o Cirque du Soleil o maior tempo pos-sível, ganhar experiência, aprender e ter novos desa-fios. Tenho de ter pensamen-to positivo para que tudo corra pelo melhor.

Se não fosse ginasta que outra profissão escolheria?Fui ginasta durante muitos anos no Vitória de Setúbal mas quan-

do entrei para o Cirque du So-leil tornei-me num acrobata/artista. Eles dão-nos formação, o que é óptimo. Mas se não ti-vesse esta profissão não faço ideia do que estaria a fazer.

Gostaria de um dia vir a tra-balhar com Filipe La Feria?Talvez um dia, quem sabe. Tra-balhei na criação do show “Vi-sions”, no Casino Estoril com uma companhia americana. Foi uma experiência fantás-tica, pois aprendi imenso.

Que recordações guarda da sua passagem pelo Vitória de Setúbal?Guardo as melhores. Cres-ci no Vitória e aprendi mui-to com os meus treinadores e colegas de treino. O clube está e sempre ficará no meu coração. São coisas que não se esquecem.

Tem inimigos de estimação no mundo de espectáculo?De que eu tenha conheci-mento não.

O que o faz zangar seria-mente?A injustiça.

Qual a sua opinião sobe o trabalho dos autarcas da região?Talvez eu não seja a pessoa mais indicada para falar so-bre o trabalho dos autarcas mas pelo que sei e vejo, a ci-dade está mais bonita e lim-pa, mas, claro, que há pesso-as que estão insatisfeitas e ou-tras satisfeitas com os traba-lhos feitos pelos autarcas.

Há alguma figura da região de Setúbal que lhe mereça rasgos de elogios?Fico contente por saber que o José Mourinho tem tido uma carreira de sucesso. Es-pero que haja atletas, des-portistas e outras pessoas de Setúbal a conseguirem conquistas e sucesso nas suas vidas. Mas quem me-rece os meus maiores elo-gios é a minha mãe que eu admiro muito.

Idade: 34 anos // Naturalidade: Setúbal Família: Normal e em contacto regular Estado civil: Solteiro // Residência: Setúbal

B. I.

Pub.

Diogo Faria, acrobata/artista do Cirque du Soleil

«É um sonho e um enorme desafio trabalhar no Cirque du Soleil»

Íntimo Filme ou livro de cabeceira: O livro “1.000 Lugares para ver antes de morrer”.

Férias de sonho: Espero vir a ter.

Local de eleição: Casa da minha avó, em Setúbal.

A primeira paixão: Ginástica.

Maior ousadia: Ter arriscado e largado tudo para ir para o Cirque du Soleil.

Ídolo de referência: A minha mãe, uma mulher com uma força incrível.

Projecto de vida por realizar: Estar ligado a uma criação de um novo show do Cirque du Soleil.

“TODOS os Afectos” é o título do novo livro de José António Chocolate-Contra-danças que vai ser lançado no próximo dia 19, pelas 17h30, no salão nobre da Câmara de Setúbal. O pintor Carlos Pereira da Silva vai expor alguns dos seus quadros e leiloar uma obra cujas receitas revertem a favor dos mais carenciados que recebem apoio através da Cáritas Diocesana de Setúbal. O evento conta ainda com um momento musical, entrevista e poesia, não faltando os petiscos e o vinho do Alentejo.

José António Chocolate-Contradanças conta que o seu mais recente trabalho pretende ser uma antologia dos 30 anos de poesia publicada nos sete livros a solo que já deu ao prelo. Mas a obra também contém um capítulo com um conjunto de poemas inéditos escritos nos dois últimos anos. «É um percurso feito por entre pala-

vras, que mais que tudo convergem e vivem na profun-deza dos afectos que estão quando enalteço o vigor e a irrequietude do amor e da paixão; quando regresso às origens e procuro alimento nas raízes fincadas, na minha aldeia e no meu Alentejo; quando viajo e registo o olhar sobre outras vidas e outros lugares; e quando me recolho na interpretação reflexiva do silêncio».

O primeiro livro individual de José António Chocolate-Contradanças foi lançado há 30 anos atrás com o título

“Ninfite – Mal do Poeta”. Segundo o poeta, esta obra de poesia, com uma edição de mil exemplares, foi uma «coisa estrondosa, que me deu um gozo extraordinário e esgotou por completo».

O poeta confessa que nos dias que correm «não se preo-cupa em fazer poemas porque eles acontecem no local mais inusitado, como por exemplo num guardanapo de papel». E recorda que o seu poema foi publicado num jornal quando tinha apenas 14 anos. «A poesia é inspiração e trabalho, aprende-se ao longo da vida», vinca, acrescentando que Setúbal precisa de «um grande evento inovador dedicado à poesia, sob a égide de Bocage, com um ou dois dias de debates de várias temáticas, de poemas colectivos, de poemas a surgirem nos cafés, nos guar-danapos, e de um jornal parti-cipado por muitos poetas».

Contradanças celebra 30 anos de poemas com antologia

Natural da aldeia de Santa Eulália, perto de Elvas, o poeta, de 56 anos, escolheu Setúbal para viver vai para 33 anos. Nos dias de hoje desempenha as funções de assessor da Administração do Porto de Sines, depois de

já ter passado por gestor público de diversas empresas.

José António foi o coor-denador de um grupo de poetas em Setúbal, que durou mais de dez anos e editou diversas publicações colec-tivas. Durante 48 semanas

manteve no Semmais Jornal uma coluna de poesia e publicou o livro “28 Poetas Sadinos”, com o apoio do nosso semanário. Já fez parte do júri do Prémio Sebastião da Gama e este ano foi convi-dado para o Prémio Bocage.

DR

Poeta Chocolate Contradanças

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Especial “Voar Mais Alto“

A Associação Baptista Shalom lança hoje, em Setúbal, um projecto modelar para creche e pré-escolar “Voar Mais Alto”, que mostra bem a filosofia de uma instituição de cariz social. O empreendimento, localizado na Quinta da Amizade, no Vale Ana Gomes, orçou 1,6 milhões de euros e a educação vai ser complementada com outras valências de apoio às famílias.

Semmais – Em que momento foi gizado o projecto para a criação desta escola modelar e qual foi o principal ponto de partida?

Associação Baptista Shalom – Quando decidimos avançar com o projecto partimos de duas pre-missas essenciais. A primeira ali-cerçado no sonho de contribuir para a comunidade e o segundo pelas evidentes necessidades das famílias em relação aos seus filhos. Foi a aliança destes dois pressu-postos que originou este novo pro-jecto da Shalom.

S+ - Tratando-se de uma institui-ção sem fins lucrativos, quais são, em síntese, aos vossos principais objectivos e metas?

ABShalom – A concepção que temos para o êxito deste empreendimen-to é fundamentalmente a satisfação dos pais, dos seus filhos e, em úl-tima análise, da equipa educativa ao constatarmos os resultados obtidos. Tudo está a ser implemen-tada com esforço, mas também com grande dedicação e profissio-nalismo, apanágio desta instituição.

S+ - Dada a dimensão do projecto e a qualidade que parece mais que evidente na sistematização dos

equipamentos, estamos a falar de investimentos muito avultados…

ABShalom – Estamos precisamen-te a falar de um esforço financei-ro de cerca de 1,6 milhões de eu-ros, sendo que 571 mil euros foram comparticipados pela Segurança Social e pelo Ministério da Educa-

ção. Todavia, considerámos rele-vante para a situação actual do mer-cado avançarmos com o projecto e não deixa de ser, da nossa parte, uma aposta forte, porque o nível de financeiro próprio é muito sig-nificativo.

S+ - Que vantagens comparativas

podemos aferir em relação à equi-pamentos congéneres existentes no mercado a que a Shalom se destina?

ABShalom - Acreditamos que a maioria das associações como a nossa tem nos seus objectivos a mesma qualidade que desejamos

para nós e como tal não as vemos como concorrência, mas sim com muito carinho e respeito. Todavia cremos que nos apresentamos com um espaço muito moderno, de con-cepção de grande qualidade, ape-

trechados com materiais de últi-ma geração e uma equipa bem pre-parada e motivada. No futuro as associações que não estiverem na área educativa com espaços, ma-térias e equipas educativas de qua-lidade acabarão por não resistir.

S+ - Vão arrancar nesta fase com a Creche e Pré-escolar. Há alguma perspectiva de empreender outros ciclos de ensino num futuro bre-ve?

ABShalom – Para já não está no nosso horizonte próximo o desen-volvimento educativo de outros ci-clos de ensino. Queremos, funda-mentalmente centrar a nossa aten-ção naquilo que para nós é essen-cial, que são estas faixas etárias. Por outro lado, como queremos prestar um serviço de alta quali-dade, não faria sentido dispersar a nossa actividade de saber em ou-tros ciclos. Este projecto cumpre e serve, no essencial, a matriz que idealizámos e sobre a qual temos garantidas todas as competências e capacidades, tanto ao nível téc-nico, pedagógico e de gestão.

S+ - Que relações mantém a Sha-lom com as diversas instituições oficiais?

ABShalom – As melhores. O nos-so trabalho tem sido reconhecido e o nosso investimento também. Com a Segurança Social privilegia-mos as parcerias e cooperamos sempre que somos solicitados, pro-curando encontrar respostas para as dificuldades das famílias. Esse é o nosso papel decisivo e é para cumprir essas funções sociais que existimos, agora na área do apoio ao ensino, mas também no apoio alimentar, na doação de bens e na interajuda com as famílias mais ca-renciadas e desprotegidas.

Creche e Pré-Escolar “Voar Mais Alto” da Associação Baptista Shalom com investimento de 1,6 milhões de euros é a nova aposta de qualidade em Setúbal

«Este projecto é um sonho concretizado de apoio às famílias»

NOVO LAr dE IdOSOS EM tErrENO cONtíGuO

A direcção da Shalom tem previsto também num terreno contíguo ao Colégio “Voar Alto” a criação de um novo lar de idosos. Trata-se de um projecto igualmente ambicioso que está ainda em fase de maturação. «Vamos aproveitar este terreno cedido pela Câmara de Setúbal para criar uma nova valência nesta área em que o concelho é tão carenciado», confirma a direcção da instituição. Mas o empre-endimento está ainda pendente do lançamento de projectos de apoio por parte da administração central, o que não esmorece os respon-sáveis da Shalom, que estão mesmo confiantes na concretização, a prazo, «de mais este sonho».

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Especial “Voar Mais Alto“II Sábado | 19.Maio.2012 www.semmaisjornal.com

O novo edifício foi concebido para dotar a instituição de todas as condições para o exercício da actividade escolar sofisticada e com recurso a todas as performances de um ensino de alta qualidade.

O edifício, apetrechado com condições ímpares de conforto e segurança, é composto por três pisos e está preparado para receber 81 crianças da Creche e 75 crianças do ensino Pré-Escolar.

Espaço multiusosConta também com um

espaço multiusos para actividade de tempos livres, apoio domiciliário, ampla e moderna cozinha com capacidade para produzir mais de 600 refeições diárias e uma lavandaria do mais sofisticado que existe no mercado actualmente.

O Piso 0 inclui os serviços de cozinha, lavandaria, escritórios e um armazém. No Piso 1 estão instaladas as salas do Pré-Escolar, recepção, gabinetes técnicos,

refeitório, e sala de isolamento, destinada a proteger as crianças em casa de doença, sempre acompanhada por uma ajudante de acção educativa. e sala polivalente. E o Piso 2 está reservado para as salas da Creche, gabinetes técnicos respectivos, refeitório, sala de isolamento e gabinetes da direcção.

40 postos de trabalhoEm pleno funcionamento,

o empreendimento vai gerar a criação de cerca de 40 postos de trabalho em diversas áreas, sendo que o projecto vai contar com a gestão de dois coordenadores pedagógicos e com um excelente grupo de educadoras e ajudantes de acção educativa.

Para além da Creche e do ensino Pré-Escolar, o edifício “Voar Mais Alto” oferece uma gama de serviços complementares singulares neste tipo de instituição que vai das áreas da motricidade física, música, línguas estrangeiras, apoio médico e fisioterapia.

Projecto modelar tem capacidade para 81 crianças na creche e 75 no Pré-Escolar

Um espaço diferente, moderno e multidisciplinar

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Especial “Voar Mais Alto“ IIISábado | 19.Maio.2012 www.semmaisjornal.com

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Especial “Voar Mais Alto“IV Sábado | 19.Maio.2012 www.semmaisjornal.com

A actividade da Shalom tres-passa todo o universo da acção social e representa hoje uma das frentes mais versáteis e relevantes no apoio às famí-lias mais carenciadas e despro-tegidas do concelho de Setúbal. Mensalmente, as equipas da instituição distribuem cabazes alimentares a cerca de 2000 pessoas e acompanham, no âmbito do Rendimento Social de Inserção, mais de 250 famí-lias, com o fornecimento gratuito de cerca de 140 refei-ções diárias.

Os responsáveis da Shalom enfatizam o facto de traba-lharem «com os pobres e entre os pobres», e por isso mesmo, a organização dispõe igual-mente da Loja Social Shalom em Setúbal onde é distribuída roupa e calçado, para além de apoiar, através de «uma rede de doadores de boa vontade», famílias carenciadas com produtos de higiene pessoal, limpeza, mobílias e electrodo-mésticos.

A ideia de lançar a instituição partiu dos responsáveis da Primeira Igreja Evangélica Baptista, corria o ano de 2000, com base num projecto mais lato que pudesse «servir toda a comunidade sem excepção e respeitando as convicções de todos», como salientam os dirigentes da instituição.

E são doze anos de trabalho intenso a um corpo vasto de voluntários que abraçaram a filosofia da instituição, que procura o bem-estar completo e a partilha da vida com os seus iguais. «São homens e mulheres que oferecem o seu tempo e

capacidades a todos os que precisam de ajuda e que o fazem de uma forma abnegada e sem interesse pessoal», explica Joaquim Moreira, da direcção da Shalom.

Associação Baptista Shalom IPSS

Doze anos De intensa acção socialEspírito de voluntariado

equipa de Voluntários ao serviço de toda a comunidade

shalom é o «bem-estar completo» Do homem

A designação ‘Shalom’ deriva do aramaico e tem uma semântica muito própria. Segundo os respon-sáveis da instituição setubalense, «o termo significa o bem-estar completo do homem em todas as suas valências e áreas». É este o princípio base e milenar que a Shalom defende e que é transversal aos diri-gentes, voluntários e colaboradores. «Acreditamos que a vida só faz sentido quando partilhada com os outros!», advoga Joaquim Moreira.

ABERTURAOFICIAL1 De JUnho 2012QUinta Da amizaDesetÚbal

inscriçÕes e inFormaçÕes:www.abshalom.pt

[email protected]/abaptistashalom

265 541 093

VOARMAISALTOcreche e pré-escolar

Page 19: Semmais Jornal 19 Maio 2012

11S á bado | 19. M a io. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Reportagem

A Fundação Herdade da Comporta acabou de promover, ontem,

sexta-feira, aulas gratuitas de iniciação à equitação para os alunos das escolas da Comporta e do Carva-lhal. A iniciativa abrangeu 60 crianças, cada uma com direito a um conjunto de cinco aulas, que decorreram no pica-deiro da empresa Cavalos-NaAreia, com gerência de José Ribeira, na localidade de Torre. A organização da iniciativa está a analisar a mehor forma para dar conti-nuidade às aulas.

Joana Espírito Santo, porta-voz da Fundação Herdade da Comporta, refere que o feedback desta acção é bastante positivo. «As crianças estão bastante satisfeitas por participar nestas aulas e os

pais também se mostram muito satisfeitos pela opor-tunidade que está a ser dada de fazer algo diferente para ocupar os tempos livres dos mais novos. Quem sabe se não poderão sair daqui futuros praticantes de hipismo?».

A iniciação às aulas de equitação tem como finali-dade levar as crianças «a conhecer realidades com as quais nunca tinham contac-tado, contribuir para o seu crescimento e desenvolvi-mento e elevar os níveis de motivação e auto-estima». Além disso, a Fundação Herdade da Comporta pretende que as crianças possam tirar partido daquilo que a Herdade disponibiliza em termos de oferta turística.

Aquela Fundação tem vindo a desenvolver uma série

de actividades ao longo do ano escolar e nas férias lectivas, desde o final de 2011, como o lançamento do concurso junto dos centros escolares da Comporta e do Carvalhal para a criação do logótipo da insti-tuição e a realização da “Hora do Conto”, na qual uma cola-boradora da Herdade da Comporta visita a Escola da Comporta duas vezes por semana para ler umas histó-rias e orientar actividades ligadas à história com as crianças. Foi também desen-volvido um workshop multi-média. O resultado desse trabalho consta na exposição patente no Museu do Arroz, cujas fotos estão a ser vendidas para que a continuidade do projecto seja realidade.

Nas férias da Páscoa foi organizada uma visita às ruínas

de Tróia, ao Museu do Arroz e à adega, bem como duas caminhadas ecológicas, que levaram os alunos das escolas básicas até às praias da Comporta e do Carvalhal. É de destacar ainda o workshop para os mais pequenos, desti-nado a aprender a fazer teatro, com a actriz Ana Brito e Cunha.

Aplausos e elogios

A reportagem do Semmais acompanhou a aula do passado dia 11e falou com as crianças, pais e instrutor. Manuel Latas, 10 anos, rotula a acção de «gira» e não esconde que não tem perdido nenhuma aula. Já Ruben Silva, com a mesma idade, confessa que já aprendeu que é necessário ter sempre as costas direitas

quando se anda a cavalo. A mãe Filomena Latas, que não deixa de elogiar a iniciativa, admite que a equitação é «algo diferente para a ocupação dos tempos livres» dos mais novos. Por seu turno, Patrícia Pratas, 6 anos, conta que adorou a experiência e que vai convencer a amiga Cátia, que não se inscreveu, a aprender a andar de cavalo. O pai da pequena Patrícia, Luís Pratas avança que o projecto é muito positivo, uma vez que ensina as crianças a andarem de cavalo, numa zona onde escas-seiam as actividades de lazer.

Novas acções na calha

José Ribeira é o instrutor das aulas de equitação e o responsável pelo picadeiro

CavalosNaAreia, empresa, com dois anos de vida. Está dotada de catorze cavalos, organiza passeios equestres e localiza-se num antigo armazém de arroz. Na sua opinião, o balanço das aulas é positivo, sendo que no final do projecto, as crianças vão ter direito a diploma de parti-cipação e, aquelas que preten-derem prosseguir, a algumas surpresas. «Estou a pensar trocar serviços por serviços, para aqueles pais que, de futuro, não possam pagar as aulas de equitação aos seus filhos», sublinha. No futuro, a empresa poderá avançar com outras acções, como cano-agem, percursos pedestres e passeios de bicicleta. «Quando houver crescimento e auto-suficiência poderemos partir para outras actividades», vinca.

Herdade da Comporta ensina 60 criançasa andar a cavalo

Com o intuito de melhorar a qualidade de vida da comunidade e dar a conhecer a oferta turística, a Herdade da Comporta ofereceu aulas de equitação a 60 crianças das escolas da Comporta e Carvalhal.

Foto

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Reportagem

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12 S á bado | 19. M a io. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

EDITALCARLOS RABAÇAL, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE

SETÚBAL:

FAZ PÚBLICO QUE, no uso de competência delegada pela Presidente da Câmara, nos termos do artº 70º do CPA, procede à notificação edital, nos seguintes termos:

Em 13 de Janeiro de 1987, foi celebrado contrato promessa de compra e venda do imóvel em regime de propriedade resolúvel, sito na Rua Dr. Álvaro Gomes, 8-5º Esq. Em Setúbal, a favor de Luís Carnot dos Reis, o qual veio a falecer em 1 de Janeiro de 2006.

Os herdeiros do Sr. Luís Carnot dos Reis, têm o direito de adquirirem o referido imóvel. Face ao exposto, consideram-se os mesmos devidamente notificados, para no prazo máximo de 15 dias (úteis) manifestarem o seu interesse na aquisição do referido imóvel. Caso contrário e na ausência de resposta, considera-se que não têm interesse na respectiva aquisição.

Para constar se publica o presente edital num jornal de âmbito local e vai ser afixado edital de idêntico teor nos lugares públicos do costume.

O VEREADOR,Carlos Alberto Mendonça Rabaçal

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A EDIÇÃO de estreia do Finisterra - Arrábida Film Art & Tourism Festival que arranca na quarta-feira, em Setúbal, Palmela, Sesimbra e Lisboa, «supera todas as expectativas», com uma centena de filmes oriundos de 18 países a concurso.

O mentor da iniciativa, Carlos Sargedas, «não espe-rava uma adesão tão grande logo no primeiro ano» e regista o facto de estes resul-tados terem sido conseguidos em apenas dois meses. A iniciativa começou a ganhar corpo quando o fotógrafo sesimbrense deu largas a duas paixões: a fotografia e os filmes aliados ao amor pelas paisagens da Arrábida e do Cabo Espichel. Foi assim que surgiram os primeiros filmes promocionais, resultado dos passeios aéreos promovidos pela empresa de que é proprietário. A participação em festivais um pouco por toda a Europa foi sendo compensada com prémios, e de participante a organi-zador foi um salto.

A mostra de filmes de promoção turística que o fotógrafo apresentou no ano passado foi o ponto de partida para a preparação do Finisterra que vai decorrer entre 24 de Maio e 3 de Junho, em Lisboa, Setúbal, Sesimbra e Palmela. Para além da mostra, vai contar com exposições, palestras, debates e promoção de produtos regio-nais e de divulgação de operadores turísticos, nas Docas, em Lisboa.

O objectivo é promover do ponto de vista turístico

«alguns locais que já foram utilizados e serviram de cená-rios em grandes produções cinematográficas», explica Sargedas, para quem importa «mostrar ao mundo o nosso potencial turístico, fortale-cendo a imagem internacional da Arrábida, de Sesimbra e do Cabo Espichel, de modo a potenciar a atracção de novos investimentos turísticos».

Numa altura em que se unem esforços para levar a Arrábida a Património Mundial da Unesco, esta é «uma boa oportunidade de promover a Serra e toda a sua envolvente através de um festival desta dimensão que chegará a muitos olhares espalhados pelo mundo».

Embora trabalhe sem

orçamento, o promotor já tem as contas feitas. «Um festival desta envergadura, durante tantos dias e com tantas acti-vidades custa cerca de 75 mil euros», pelo que as parcerias são a base desta iniciativa. «Os hotéis da região oferecem praticamente todas as dormidas aos convidados e os restaurantes oferecem muitas refeições». Para além da empresa que faz os trans-feres, os apoios na construção do site do festival e a elabo-ração de todo o programa, há um conjunto de empresas que «apoiaram desde a primeira hora», sendo os apoios das entidades oficiais «são essen-cialmente logísticos».

Marta David

Arrábida Film Festival arranca quarta-feira em quatro cidades para projectar distrito no mundo

O Finisterra vai trazer à região da Arrábida indivi-dualidades de peso inter-nacional e os media estran-geiros que podem traduzir-se «em mais-valias para a divulgação desta zona como destino turístico pela exce-lência da sua oferta». A comunicação social inter-nacional «que fará fortes

coberturas dos eventos» já confirmou em número considerável a sua presença e Carlos Sargedas sabe que poderá contar com acom-panhamento jornalístico do Travel Channel Polaco e de um canal de televisão privado do mesmo país, assim como de uma comi-tiva de jornalistas gregos.

Está, também, garantida a presença, em Sesimbra, durante três dias, do embai-xador da China, já que no dia 30 será inaugurada uma exposição sobre aquele país, numa unidade hoteleira da vila. Presença assegurada é também a de uma comi-tiva de Marrocos e do embai-xador da Áustria.

Da Arrábida para o mundo em nome da promoção turística

O elevado número de participações a concurso e a grande qualidade das pelí-culas levou a que, em colabo-ração com o júri do concurso, Sargedas optasse por aumentar o número de cate-gorias a premiar. É por isso que o Festival vai «atribuir 40 prémios e mais um» aludindo à frase tornada célebre por Paulo Futre.

Assim, para além das cate-gorias inicialmente previstas de melhor documentário; melhor filme de promoção/divulgação; melhor filme publicitário; melhor fotografia; melhor música/banda sonora; melhor guião/argumento; inovação e melhores efeitos visuais e pós-produção, o júri vai premiar as melhores pelí-

culas nas categorias de turismo religioso; turismo de montanha; praia/mar; destinos; viagens; mergulho; natureza e vida selvagem; locais na História e depois o Grande Prémio que será atri-buído ao filme que reunir melhor pontuação.

«A decisão do júri foi tomada às centésimas e os primeiros lugares, com algumas produções nacionais pelo meio, foram decididos com muita dificuldade», adianta, ao revelar que o filme promocional da Candidatura da Arrábida é um dos filmes premiados, «sem qualquer espécie de favoreci-mento, o que vai trazer ainda mais projecção internacional não só para o vídeo como para a causa».

«40 prémios e mais um»

Prémio do Festival alude ao faroi do Cabo Espichel, ícone da iniciativa

DR

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Ensino Superior sem bolsa de estudo, quais as alternativas?

BOREAL

Muito se tem falado dos alu-nos do ensino superior que se vêm obrigados a desistir dos estudos, pois não têm condições financeiras para continuar, mas não se vê os responsáveis do governo a dedica-rem um pouco do seu tempo sobre os problemas que os afetam, e a apresentarem soluções que ga-rantam um emprego, à próxima geração de trabalhadores. Será que esse trabalho fica relegado para as instituições de ensino superior?

Os serviços de ação social, do Instituto Politécnico de Setúbal criam alternativas às tradicionais bolsas de estudo, para que os seus estudantes possam continuar a estudar.

Após a alteração na legislação da atribuição de bolsas de estudo no ensino superior, Andreia Godi-nho Lopes, diretora dos serviços de ação social do IPS, salienta que “o novo despacho veio restringir mais o leque de estudantes que nós podemos apoiar”. O instituto sentiu necessidade de criar apoios indiretos aos estudantes, tais como o “PAAS, que com recurso a recei-tas próprias”, pretende dar uma resposta extra aos “estudantes que não podem ser abrangidos pelo apoio social direto.”

Como salienta a diretora dos serviços de apoio social do IPS,

a nova legislação veio redefinir o limiar de carência do agregado familiar, ou seja, neste momento aos olhos da lei “é considerado carenciado nos termos da legis-lação em vigor todos os estudantes que têm um rendimento per capita anual, inferior a 6868,79€”.

Todavia, foi em 2010 que hou-ve realmente uma grande altera-ção na legislação, pois todas as instituições começaram a seguir as mesmas regras de seleção dos bolseiros. Antes de 2010 nenhu-ma instituição considerava para efeitos de atribuição de bolsa de estudo a questão das dívidas à se-gurança social, “e a partir do mo-mento em que saiu a regulamen-tação de 2010, fomos obrigados a isso”. Outra alteração também referida pela Dra. Andreia Godinho Lopes foi a alteração das regras do aproveitamento escolar, “que passou de 40% para 50%, e logo aí houve de facto um decréscimo grande”.

Contudo, a maior alteração foi no cálculo dos rendimentos do agregado familiar do aluno, que se candidata a uma bolsa de estudo, pois como mencionado pela Dra. Andreia Godinho Lo-pes, “antes nós considerávamos o rendimento líquido e passámos a considerar o rendimento ilíquido, considerávamos abatimentos e deduções, como a renda da casa, etc. Deixámos de poder considerar, portanto um estudante que tinha condição de bolseiro, depressa a perdeu. Só o facto de considerar-mos apenas o rendimento ilíquido foi uma quebra muito grande”.

A diretora do serviço de ação social do IPS partilha a sua opi-nião, dizendo que “o regulamento

e a legislação em vigor estão a ser feitos um bocadinho ao contrário. Primeiro vemos quanto é que dis-pomos para gastar com bolsas de estudo, e depois criamos as regras, quando não devia ser assim”.

Muito antes de existirem to-dos estes problemas na atribuição de apoios financeiros, e de forma a combater as dificuldades dos alunos deste instituto, foi criado em 1997 um serviço de saúde, que começou inicialmente apenas com o apoio psicológico, em que o Instituto foi pioneiro, e desde 2009 alargaram às restantes valências médicas, como con-sultas de planeamento familiar e consultas de clinica geral.

Uma das psicólo-gas deste serviço, Dra. Graça Palmito, explica que grande parte das vezes os alunos pro-curam este serviço por “questões de an-siedade, rendimento académico, casos de depressões associadas a todo este quadro. “

Era esperado que com a atual conjuntura económica, houvesse mais alunos a recorrer a este tipo de serviço indireto, pois com a aju-da que este serviço disponibiliza, é possível não só tratar dos pro-blemas psicológicos referidos pela Dra. Graça Palmito, bem como, realizar um projeto de vida, que ajude os jovens a delimitar um pla-no de vida, que torne mais simples a concretização dos seus objetivos. A Dra. Graça Palmito salienta que, “o apoio psicológico indiretamente ajudaria na situação económica, porque mesmo que o aluno não

tenha bolsa ele pode arranjar uma estrutura interna e melhorar uma série de competências que também são importantes no mercado de trabalho. Porque a missão não é só preparar estudantes, do ponto de vista dos conhecimentos. Estas competências que são transversais ao ser humano, também aqui, se-jam desenvolvidas”.

Contudo a psicóloga, Dra. Isabel Teixeira, salienta que “a psicologia não está introduzida como um benefício nesse sentido, de utilizarem novas estratégias,

fazer um planeamen-to futuro, um proje-to de vida diferente, porque entretanto a vida mudou com a crise. Tudo isso não está introduzido nas pessoas, e eventual-mente será por isso que não fazem um recurso tão grande à psicologia como po-deriam fazer”.

Espera-se dos jovens portugueses uma força interior, uma chamada teimosia, em continuar a perseguir os seus objetivos, e a realizá-los. A Dra. Graça Palmito refere que de “facto há aqui uma série de apoios e de competências que até se podem desenvolver do ponto de vista da chamada inteligência emocional, que são importantíssimas, e é uma ótima altura para se desen-volverem”. Do ponto de vista da psicologia, referindo a Dra. Graça Palmito “as crises também podem trazer benefícios, podem ser fases de crescimento e desenvolvimento, e os estudantes são uma popula-ção extraordinária nesse aspeto,

porque os jovens têm a capacidade de flexibilidade e de adaptação”.

Assim o papel das instituições tornar-se-á muito importante, pois como diz a Dra. Andreia Godinho Lopes, “se nós não conseguimos por limitações, por um lado orça-mentais, por outro da legislação, apoiar diretamente os estudantes, devemos promover o reforço das estruturas que apoiam estes de modo indireto. E continuar a tra-balhar para termos cada vez mais e melhores estruturas, e assim dar respostas cada vez mais aproxima-das àquilo que são as expectativas e as necessidades da nossa comu-nidade estudantil. É por aí que eu acho que vai passar o nosso papel nos próximos tempos”.

Com certeza que o mais pro-vável no futuro, será os estudan-tes em que se investiu “fugirem” para outros países, que garantam uma maior estabilidade financeira e também emocional, pois as duas estão intrinsecamente ligadas.

Desta forma podemos ver que o futuro dos jovens portugueses, não depende somente deles, mas também daqueles que acreditam e apostam no seu país, reforçando todo o tipo de apoios, para que a juventude portuguesa não volte às condições de outros tempos, em que só podia estudar quem tinha condições financeiras para o fazer.

E como refere a diretora do serviço de ação social do Insti-tuto Politécnico de Setúbal, “um estado sem ensino é um estado que hipoteca o seu futuro”.

Telma [email protected]

Após nova legislação do atual Governo, para as bolsas de

estudo no ensino su-perior, as instituições criam alternativas à

tradicional ajuda.

“ (...) para que a juventude portuguesa não volte às condições de outros tempos, em que só podia estudar quem tinha condições financeiras para o fazer.

25 de Maio “Os donos de Portugal”

documentário com a presença do realizador, Jorge Costa

21:30h

1 de Junho Debate

sobre o Sahara Ocidental21:30h

Ciclo de documentários sobreo Sahara Ocidental8, 15 e 22 de Junho

21:30h

Programação Academia Problemática e Obscura

Rua Fran Pacheco n.º 178, Setúbal - Tel. 963 683 791 / 969 791 335

Page 22: Semmais Jornal 19 Maio 2012

Propriedade e editor:Prima Folia - Cooperativa Cultural, CRL

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Consumo compulsivo, necessidade(s) insatisfeita(s)

Fechar a MAC é (também) impedir a especialização!

Assistimos nas últimas déca-das a profundas alterações a nível cultural, económico e social. As sociedades ociden-tais tornaram-se es-paços de consumo, em que os bens ma-teriais e a sua posse passaram a desem-penhar um papel e a ter uma função e um significado im-portantes. Vivemos num espaço social do ter para ser e não tanto do ser para ter, em que vale mais as coisas que se conse-guem, e menos, a forma como se conseguem essas mesmas coisas. Uma sociedade onde há um empobrecimento afectivo; uma sociedade das tecnologias e da eficácia, do pronto a pen-sar e a consumir. Uma sociedade dos programas e do que está na moda. As próprias actividades de lazer passaram a estar, sobre-tudo nas últimas duas décadas e meia, muito ligadas, interde-pendentes mesmo, do consumo.

A facilidade na obtenção de cré-dito foi também um factor que muito contribuiu para tornar o

consumo apetecível e ilusoriamente fá-cil e sem custos. Os comportamentos de consumo compulsi-vo devem ser vistos como intimamente intrincados nas alte-rações, que podemos mesmo rotular de radicais, que se têm vindo a verificar em todo o tecido social que nos envolve.

O fenómeno do consumo compulsivo tem-se tornado cada vez mais prevalen-te, independentemente do nível socioeconómico das pessoas, do seu vencimento e do seu crédi-to disponível, fenómeno a que naturalmente não são alheias as alterações sociais referidas. Trata-se de um fenómeno com uma relevância clínica significa-tiva e que tem tido nos últimos tempos cada vez mais interesse por parte de psicólogos e inves-

tigadores. Mas porque será que algumas pessoas, mais do que outras, sentem uma enorme ne-cessidade de comprar? O acto de comprar preenche sempre uma necessidade. Mas de que neces-sidade, ou necessidades falamos? Diríamos apenas que quando algo é excessivo no ser humano, no seu comportamento, ge-nericamente na sua personalidade, esse carácter excessivo é sempre compensa-tório, tem sempre a função de compensar alguma coisa que a pessoa sente que falta, dir-se-ia, se se precisa muito, é porque se teve pouco…. O que hoje nós psicólo-gos bem sabemos é que ao longo do desenvolvimento, e para além das necessidade mais básicas de protecção e cuidados, a criança tem diversas outras necessidades, de afecto, proximidade, reconhe-cimento, valorização, autonomia. Quando por diversas razões, a criança, e mais tarde o adoles-

cente e adulto, não vê satisfeitas estas e outras necessidades, que obviamente vão sofrendo altera-ções na sua importância relativa ao longo do desenvolvimento, geram-se focos irritativos, fica o sentimento de insatisfação, o mal-estar, a sensação de boca

seca num dia de ve-rão, de frio num dia de inverno porque o casaco não prote-ge do vento gelado, numa palavra, fica a frustração. E esse amargo de boca, di-gamos assim, não desaparece nunca, marca o registo da memória para sem-

pre e coloca a pessoa na posi-ção de carência e de necessidade permanentes a que pode tentar responder de várias formas, in-cluindo o consumo compulsivo.

Rui C. CamposPsicólogo

Professor de Psicologia da Universidade de Évora

O processo da MAC não é ape-nas uma questão de acesso do povo a cuidados de alta qualidade ou do favorecimento de maternidades privadas ou público-privadas, nem é apenas uma questão de se des-mantelar uma instituição de nível, orgulho legítimo do SNS. Uma insti-tuição que de resto demorou anos a edificar e que demoraria décadas a reconstruir se o país aceitasse o seu desmantelamento puro e simples.

Há um aspecto que porven-tura escapa ao público mas que interessa trazer à colação e que concerne àquilo que é o evolucio-nismo hospitalar em todo mundo desenvolvido.

Importa pois saber se é o ge-neralismo e os chamados hospitais gerais que vingam ou se vamos no sentido de organiza-ções especializadas de elevado foco em entidades nosológi-cas concretas. Foco esse que implica alta especialização, indus-trialização e dedicação articulada de meios para lidar com actos que devem ser repeti-tivos, estritos, com alta dextreza e eficiência clínica, ainda que se admitam formas de partilha de serviços comuns na esfera da hotelaria e de meios tecnológicos pesados.

A resposta é simples: o evolu-

cionismo hospitalar vai no sentido da alta especialização reservando para uma certa periferia a noção antiga de hospital generalista. Só com especialização é que foi possí-vel ao país edificar uma instituição de elevados padrões como é a MAC, mesmo que a ela se apontem al-guma cristalização ou falta de ino-vação nesta ou naquela valência. A MAC, na neonatologia, no alto risco e nos seus brilhantes resultados na mortalidade materna e infantil, dificilmente poderia surgir de uma qualquer dinâmica generalista ou a partir de um qualquer hospital geral. Só atingiu esses padrões porque teve oportunidade de es-capar à pressão conservadora do generalismo.

É bom dizer aliás que num ambiente de forte con-tracção da natalidade é a MAC que continua a ser a grande atracção para as mães dese-josas de fornecer as melhores condições de nascimento aos seus filhos. Quem pelo contrário mostra séria quebra na procura e sinais evidentes de cri-se são as maternidades de hospitais gerais em Lisboa.

A vantagem evo-lutiva da especializa-

ção estende-se aliás aos IPOs e ao Hospital de Santa Cruz com a sua forte valência de Cardiologia

Médico-Cirúrgica, instituições tam-bém elas enraizadas na admiração de doentes, mas igualmente dos profissionais que nelas confiam para referenciar os seus doentes.

As fulcrais instituições espe-cializadas do SNS não deixarão de sentir o ataque inexplicável à MAC como prenúncio de futuras tentativas de desarticulação que possam estar em preparação.

O papel da especialização na indústria hospitalar é fácil aliás de mostrar quando se pergunta a qualquer especialista quais são as instituições estrangeiras de maior prestígio. Logo surgem ao de cima, entre as primeiras, inúmeros exem-plos de hospitais especializados na Europa e nos EUA.

As crises, como a actual, sempre exacerbam lutas de interesses que antes evoluiam de forma menos in-tensa nos bastidores do ministério.

A voz do generalismo sempre soprou forte da João Crisóstomo, deu guarida aos velhos interesses dos hospitais gerais e sentiu-se agora mais livre para sair à rua de tesoura em punho.

Apenas esgrime esta corrente com o princípio de cortar na des-pesa – embora o fulcro da inefici-ência esteja nos hospitais gerais e não nos especializados – porque haveria, em resultado da crise, uma espécie do direito do generalismo à liberdade em detrimento da es-pecialização. Na crise, parecem di-zer, deveríamos voltar ao regaço

do antigo regime, uniforme, das instituições generalistas.

As saídas para a difícil situação em que está o país não poderão ser encontradas no retrocesso, mas em apostas fortes na especialização e na obtenção dos mais elevados pa-drões de qualidade. Deixar desman-telar a MAC é deixar agravarem-se os factores de crise. Apostar na es-pecialização e na forte industriali-zação, largamente permitida pelas instituições do tipo da MAC, é que será o caminho capaz de ajudar à saída da presente crise.

Paulo FidalgoMédico, IPOL-FG

[email protected]

“ As próprias actividades de lazer passaram a estar, sobretudo nas últimas duas décadas e meia, muito ligadas, interdependentes mesmo, do consumo.

“ (...) O acto de comprar preenche sempre uma necessidade. Mas de que necessidade, ou necessidades falamos?

“ A voz do generalismo sempre soprou forte da João Crisóstomo, deu guarida aos velhos interesses dos hospitais gerais e sentiu-se agora mais livre para sair à rua de tesoura em punho.

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ISTO NÃO É UMA OKUPA: é uma discussão sobre planeamento urbano

ASSOCIATIVISMO NR

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15%descontos

O que têm de diferente a Es.Co.La da Fontinha, no Porto, ou a casa de S. Lázaro, em Lisboa, dos res-tantes movimentos de ocupação? Porque é que, de uma casa para a outra, estes movimentos ganham poder no espaço público media-tizado, levando a discussão para além da questão da propriedade privada? As explicações podem tecer-se com diversos motivos, mas há um que parece não levantar dúvidas: perante um estado social falido, que não consegue garantir nem os direitos cidadãos, nem a preservação do seu próprio patri-mónio, há que pôr mãos à obra e criar alternativas, negando o papel de «vítima da crise» e provocando autonomamente novas possibili-dades de desenvolvimento pessoal, social, cultural e económico.

É fácil aceitar o argumento de que a propriedade privada deve ser respeitada. Também é fácil acei-

tar que «propriedade privada» não pode querer dizer o mesmo quando a propriedade privada é pública, como no caso de um edifício municipal. Os impostos representam uma receita pública demasiado alta para não nos interessar o destino das nossas linhas ferroviárias, das nossas barragens, das nossas escolas e do nosso património. Deve interessar-nos, portanto, discutir o destino dos milhares de alojamentos muni-cipais devolutos que apodrecem no centro das cidades e, pelos vistos, isso interessa também a quem ocupou e resiste na Fonti-nha e em S. Lázaro.

Os recentes movimentos de

ocupação de propriedade privada municipal conseguiram fazer, do seu quintal, um trampolim para

todos os quintais dos centros urbanos, ge-rando discussões ao nível do planeamen-to urbano e territorial, das políticas de habi-tação, das políticas sociais e da gestão pública do património. Em Lisboa, o colecti-vo que ocupou o n.º 94 da rua de S. Lázaro, no Martim Moniz, na sua primeira Carta Aberta dirigida à vereadora da Acção Social Helena Roseta, afirmou-se como um grupo de

habitantes da cidade de Lisboa que assistem, pensam e criticam há vá-rios anos o modelo de revalorização a que têm sido sujeitos os bairros

da cidade. A ocupação torna-se um meio privilegiado para accionar a revisão de leis obsoletas, que deser-tificam os centros urbanos, adubam as periferias, favorecem a especu-lação imobiliária, negam o direito à habitação e sustentam, ainda assim, o direito a manter vazios os seus edifícios. Helena Roseta, por seu lado, não tem estado à altura de um diálogo sério e fundamenta-do. Perante um colectivo que exige um novo paradigma, afirmou: não me agradam as desocupações, mas todos os dias as temos: de famílias carenciadas que querem casas. Seria um precedente enorme. Não posso tratar este grupo de forma diferente do que trato essas famílias pobres. A vereadora da Acção Social prefere admitir que todos os dias expulsa dos seus edifícios municipais vazios famílias pobres, a discutir as polí-ticas que levam a essa inexplicável acção social kafkiana.

Resta saber que o colectivo de S. Lázaro se nega a discutir uma política do bate-pé e da barri-cada. A uma reunião convocada pela vereadora, compareceram representados por especialistas na área social e urbana. Perante a afirmação, da mesma vereadora, de que o edifício estava em risco de derrocada, o colectivo recorreu a especialistas para produzir o seu próprio relatório de peritagem, que comprovou a segurança do n.º 94. Quando um despacho proferido pela vereadora alterou o prazo de desocupação voluntária previsto no n.º 2 do artigo 4.º do Regulamento das Desocupações de Habitações Municipais (RDHM), reduzindo-o de 90 para 10 dias úteis nas situa-ções de ocupações não autoriza-das de habitações municipais, o colectivo avançou com uma pro-vidência cautelar no Tribunal Ad-ministrativo de Círculo de Lisboa, denunciando a aprovação ilegal de um despacho fora da Assembleia Municipal.

Se os Estado continuar a olhar estes movimentos como insignifi-cantes actos de rebeldia, desobedi-ência ou provocação, vão atrasar-se

na discussão. E quando chegarem à falência, cheios de propriedade que não podem gerir, os cidadãos já terão encontrado, afirmado e con-quistado as suas próprias soluções.

Sandra CoelhoJornalista

[email protected]

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A&DArte e DecoraçãoJosé Paulo B. Nobre

[email protected] tm: 963106106 Rua do Pincho nº 10 - 2250-055 Constância

“ A vereadora da Acção Social prefere admitir que todos os dias expulsa dos seus edifícios municipais vazios famílias pobres, a discutir as políticas que levam a essa inexplicável acção social kafkiana.

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+ Negócios

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A maior parte dos 100 trabalhadores abran-gidos pelo processo de

despedimento colectivo levado a cabo na Cabovisão poderá em breve fazer aumentar o número de desempregados do distrito, que, no final do primeiro trimestre do ano, chegava já perto dos 50 mil. O número é considerado «alto» pelo coordenador da União de Sindicatos de Setúbal, Luís Leitão, que

confessa estar igualmente preocupado com o futuro incerto de meia centena de colaboradores da Cimentos Nacionais e Estrangeiros, S.A. (CNE).

Os colaboradores da CNE manifestaram-se esta semana em frente à Câmara Municipal de Setúbal e temem já não regressar à empresa porque o seu processo de viabilização ainda não está resolvido. Reivindicam o pagamento do subsídio de Natal e

contestam a recente proposta de férias apresen-tada pela administração. Em declarações ao Semmais, Luís Leitão lamenta que o impasse dependa apenas «da injecção de 5 milhões de euros na empresa» e afirma mesmo não compre-ender as razões que levaram a CNE a chegar até esta situ-ação, tendo em conta que esta tinha, alegadamente, «lucros, bem como uma quota de 6% do cimento nacional, o equivalente à produção de 18 mil tone-ladas por dia».

Por sua vez, os trabalha-dores da Cabovisão também mobilizaram esta semana, às portas da Câmara Muni-cipal de Palmela. Na ocasião, António Caetano, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Comu-nicações e Audiovisual

(SINTTAV), pediu ajuda à presidente da autarquia, Ana Teresa Vicente, para travar o processo de despedimento colectivo e lamentou que a administração da Cabovisão não tivesse falado previa-mente com o sindicato a dar conta das suas intenções. Até ao momento, a empresa não prestou qualquer tipo de comentários sobre o assunto, embora tenha recentemente emitido um comunicado a dar conta dos atrasos que tinha junto dos fornecedores de conteúdos.

Legislação laboral pode combater desemprego

O Secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins, considerou, porém, que as alterações recentes implementadas na legis-lação laboral podem ajudar

a «combater o desemprego» e gerar «ganhos e condições que possam colocar as empresas a funcionar de forma mais eficiente». «Estão a ser desenvolvidas medidas que vão centrar-se na protecção do Estado ao trabalhador e não tanto no posto de trabalho», acres-centou o membro do Governo, durante um semi-nário no Seixal sobre empre-endedorismo e autoemprego organizado pelo IEFP e IAPMEI.

150 colaboradores das duas empresas temem os próximos dias e aguardam reestruturações prometidas

Futuro incerto na Cabovisão e CNEpode engrossar desemprego da regiãoTrabalhadores das duas empresas pediram ajuda esta semana em frente às câmaras de Palmela e Setúbal. Sindicatos temem que novos despedimentos aumentem número de desempregados do primeiro trimestre.

:::::::::::: Bruno Cardoso :::::::::::

O processo de despedi-mento colectivo na Cabo-visão deverá começar para a semana. A revelação foi feita ao Semmais por Ana Teresa Vicente depois da reunião que esta teve com a direcção-geral da empresa.

De acordo com a edil, a Cabovisão alega ter «excesso de gastos e poucos lucros», justificando assim o despe-dimento de 100 trabalha-dores. «Ainda assim, disseram que a inteção seria manter a empresa», afirma.

Apesar de a questão das indemnizações ainda não estar a ser tratatada, a autarca diz que a Cabovisão «pretende minimizar os impactos reais da medida, cumprindo não apenas aquilo que a lei diz».

Despedimento arranca em breve

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Page 26: Semmais Jornal 19 Maio 2012

14 S á bado | 19. M a io. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

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A REPSOL registou um lucro líquido de 643 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, mais 12,4 por cento que os 572 milhões de euros registados no período homólogo de

2011. Incluindo as actividades de YPF, o resultado líquido do trimestre ascendeu a 792 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,5 por cento face aos 765 milhões de euros do mesmo

período do ano anterior.De acordo com o grupo

petrolífero espanhol, os números alcançados devem-se, fundamentalmente, à «melhora dos preços de reali-zação do crude e do gás da

Repsol, com incrementos de 15,5 por cento e 12,1 por cento, respectivamente, à prática normalização da actividade na Líbia, e aos maiores resul-tados da divisão de gás natural liquefeito».

O GRUPO Portucel Soporcel é um dos desta-ques na primeira edição da Setúbal Concelho Sustentável, uma feira promovida pelo município setubalense, que decorre até domingo, na Avenida Luísa Todi.

Ambiente, sustentabili-dade e responsabilidade social são temáticas centrais num evento que conta com a participação de empresas e instituições locais, estabe-lecimentos de ensino, e da população setubalense.

A presença do grupo nesta iniciativa constitui para a administração da empresa, «uma oportunidade para partilhar com a população a sua missão de proteger a

floresta e o meio ambiente», dar a conhecer a sua polí-tica de responsabilidade social e «as boas práticas ambientais» seguidas pelo grupo no complexo indus-trial de Setúbal.

No stand, irá distribuir plantas dos seus viveiros e organizar jogos infanto-juvenis, numa «oportuni-dade para reforçar o seu compromisso na geração de riqueza e bem-estar nas

regiões onde está presente, promovendo comporta-mentos responsáveis e aler-tando para a necessidade de preservar o meio ambiente», adianta a empresa.

O grupo Portucel Soporcel é um grupo florestal verticalmente integrado, com actividade de investigação própria, desenvolvendo acti-vidades em toda a cadeia de valor, desde a floresta à produção de pasta de celu-lose, energia e papel.

O grupo é um dos prin-cipais responsáveis pela valorização da floresta portuguesa, contribuindo para a dinamização da fileira florestal nacional que repre-senta 10 por cento das expor-tações de bens do país.

Portucel promove Setúbal Sustentável

Repsol cresce no primeiro trimestre de 2012

DR

A Portucel vai mostrar à cidade todas as suas potencialidades

O Art.º 68 da Lei Geral Tribu-tária (LGT) e o Art.º 57 do Código de Procedimento e Processo Tributário (CPPT) trata das “informações vincu-lativas”Em termos práticos, os contri-buintes podem solicitar à Auto-ridade Tributária, informações sobre qualquer questão sobre a sua situação tributária, exceto quanto a factos abrangidos por procedimento de inspecção tributária e cujo início tenha sido notificado ao contribuinte antes do pedido.Atento o principio da boa fé, as informações prestadas vinculam a Autoridade Tributária, que não poderá proceder de forma diferente do sentido da infor-mação, a não ser em cumpri-mento de decisão judicial.Ou seja, a informação vincula-tiva, produz efeitos numa situ-ação individual e concreta, perante a própria Autoridade Tributária, que fica obrigada a decidir em conformidade com o informado.Apesar da decisão sobre o pedido do pedido de infor-

mação vinculativa admitir recurso hierárquico, não constitui um ato administra-tivo, pelo que não é suscep-tível de recurso contencioso.No que concerne às orientações genéricas, estas normalmente assumem a forma de circulares administrativas, instruções e despachos administrativos.As orientações genéricas, não são, regra geral, fonte de Direito Fiscal, não vinculam os contri-buintes nem os tribunais, não tendo o valor de interpretação autêntica. Vinculam apenas a Autoridade Tributária.Na esteira do princípio da colaboração da Autoridade Tributária com os contri-buintes, impõe que se dê publi-cidade às orientações gené-ricas relativas à interpretação de normas tributárias, acessí-veis através de base de dados com atualização permanente, como assim o exige o Art.º 56 do CPPT. A referida base de dados encontra-se disponível no Portal das Finanças em, http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/.

Informações Vinculativas e Orientações Genéricas

Paulo Janela

[email protected]

Notas Físcais

Page 27: Semmais Jornal 19 Maio 2012

15S á bado | 19. M a io. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Região

A FRE ­GUESIA de Cacilhas é palco da cerimónia militar de encer­ramento do Dia da Marinha, este domingo, a partir das 11h30, junto à Fragata D. Fernando II e Glória.

A partir das 10 horas, realiza­se na Igreja Paro­quial de Nossa Senhora da Assunção, uma missa em sufrágio dos militares, mili­tarizados e civis da Marinha falecidos.

Em Cacilhas tem lugar a cerimónia militar, seguida de vários exercícios de demonstração de capaci­dades por parte da Armada Portuguesa, que marca o ponto alto e o encerramento das comemorações.

O Dia da Marinha, 20 de Maio, celebra a chegada da

Armada de Vasco da Gama a Calecute, nesse mesmo dia, em 1498, tornando­se

no primeiro europeu a circundar o continente afri­cano pelo Cabo da Boa

Esperança e a descobrir o caminho marítimo para a Índia.

ESTE ano, pela primeira vez, o muni­cípio montijense vai assinalar o Dia Municipal da Protecção Civil e da Segurança, sendo o domingo dedicado a inicia­tivas marcadas para a Praça da República.

Uma parada estática com todas as forças e agentes de protecção civil do distrito de Setúbal e do concelho do Montijo abre as cerimónias, que prosseguem com as intervenções oficiais e uma exposição de meios de protecção e socorro.

A meio da manhã, a frente ribeirinha será palco para um simulacro de acidente aéreo, que simu­lará um cenário real de emer­gência onde será possível assistir à actuação dos meios de socorro dos Bombeiros Voluntários do Montijo, da Cruz Vermelha Portuguesa, da Polícia Marítima e da

Força Aérea, coordenados pelo Serviço Municipal de Protecção Civil e CDOS de Setúbal.

O Dia Municipal Segu­rança pretende mobilizar todos os agentes da socie­dade para temas como a criminalidade e a insegu­rança urbana, os novos fenó­menos resultantes das alte­rações climáticas, bem como para questões como os riscos da actividade industrial, as novas acessibilidades terres­tres e a probabilidade de acidentes com matérias peri­gosas, o manuseamento de equipamentos e do gás doméstico.

Com esta iniciativa, a autarquia apela a uma atitude proactiva de todas as entidades e agentes com responsabilidades na prevenção, socorro e segu­rança, mas também de todos os cidadãos.

Montijo quer mais protecção e segurança

O MUNI­CÍPIO avança, a partir da próxima semana, e até ao final de Maio, com uma semana totalmente dedicada aos agentes da protecção civil a operarem no concelho.

A ideia é destacar o papel que as várias entidades ligadas a esta área desempe­nham na segurança e salva­guarda de populações e bens, adianta o executivo barrei­rense, para quem as inicia­tivas previstas pretendem, também, alertar os munícipes para os cuidados a ter em caso de emergência.

A semana é também aproveitada para a entrega de condecorações aos bombeiros, seguida de uma cerimónia oficial de home­

nagem às corporações presentes no município.

Um dos maiores desta­ques do programa de inicia­tivas vai para o simulacro na Escola Secundária Alfredo da Silva, com os operacionais dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste; bem como para o Dia do Bombeiro, celebrado a 27 de Maio, que contempla visita do executivo camarário aos quartéis, um desfile de viaturas dos bombeiros e respectivas fanfarras.

A reter, tamb+em, no dia 30, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro/Instituto Politéc­nico de Setúbal, um semi­nário com o tema Riscos Sociais, Naturais e Tecno­lógicos.

Barreiro ajuda soldados da paz

A ideia é divulgar os diversos agentes de protecção civil O ponto alto das comemorações do Dia da Marinha inclui vários exercícios de demonstrações

A CÂMARA da Moita e a Junta de Freguesia de Vale da Amoreira estão revoltadas com a decisão do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), de pôr fim a Iniciativa Bairros Críticos (IBC) que definia a requalificação do bairro Vale da Amoreira.

As duas autarquias locais acusam o IHRU de ter tomado uma decisão «unila­teral» prejudicando milhares de habitantes do concelho, bem como «a intenção daquele instituto de não dar sequência aos compromissos assumidos» no âmbito da parceria Vale Construir o

Futuro. Lamentando o suce­dido, as autarquias afirmam que a medida «impede a consolidação do projecto, frustrando as expectativas das instituições e da popu­lação do Vale da Amoreira, confiantes no prolonga­mento da IBC até 2013, conforme decisão do Governo».

O compromisso assinado em Janeiro de 2010, no âmbito da parceria Vale Construir o Futuro, previa um investimento global de 8 milhões de euros, sendo o IHRU, responsável pela execução de projectos no valor de 4,6 milhões de euros,

dos quais se destaca a requa­lificação do espaço público.

As autarquias lamentam este desfecho para uma intervenção que, segundo afirmam, «se pretendia estru­

turante e mobilizadora», num território socialmente frágil como é o Vale da Amoreira.

A IBC foi criada pelo Governo em 2005 e desti­nada à qualificação e rein­serção urbana de bairros críticos. Actuava em três locais, tratando­se de uma iniciativa interministerial experimental, enquadrada na política de cidades e orientada para a integração sócio urbanística de terri­tórios que apresentam factores de vulnerabilidade.

O protocolo. de 2006, articula a perspectiva de desenvolvimento econó­mico, social e ambiental.

Moita acusa Governo de ‘fechar’ Bairros Críticos

OS SA ­BORES característicos do mar de Sesimbra voltam à mesa na 7.ª edição da Quinzena Gastronómica do Peixe­espada Preto, entre 26 de Maio a 10 de Junho.

Durante o certame, algumas dezenas de restau­rantes do concelho apre­sentam várias receitas à base desta espécie, desde os famosos filetes de peixe­espada preto fritos com arroz de tomate, ao peixe­espada preto guisado com ervilhas, passando por outras propostas mais sofisticadas.

Um dos destaques deste ano é a realização do workshop Peixe­espada Preto na Sua Mesa, marcado para 9 de Junho, sábado, no restaurante O Canhão, onde cada participante tem a

oportunidade de confec­cionar a sua própria refeição.

A organização promove ainda o Dia do Peixe­espada Preto, no dia 7 de Junho, em que o prato fica pelo preço de 7 euros, e um passatempo. O programa vai estar dispo­nível num site, que reunirá

toda a informação sobre esta e edições anteriores deste acontecimento gastronómico.

A Quinzena do Peixe­espada Preto é promovida pela Câmara de Sesimbra, em parceria com a Junta.

Em terra de tradições pesqueiras, a autarquia

promove, mais uma vez, o dia de homenagem ao pescador sesimbrense, a 31 de Maio. A entrega de distinções aos barcos com maior volume de vendas em 2011 e ao pescador mais antigo em actividade é um dos momentos altos das comemorações.

O tributo aos homens do mar prossegue com a colo­cação de uma coroa de flores no Monumento ao Pescador e uma missa em honra dos pescadores de Sesimbra.

Este ano, o programa será ainda assinalado com uma visita ao Porto de Abrigo, cujo objectivo é dar a conhecer as lojas de companha, as artes de pesca e as actividades que se desenvolvem no porto. A visita é gratuita e está aberta ao público.

Peixe-espada de Sesimbra afirma turismo

Dia da Marinha encerra em Cacilhas

Uma semana gastronómica dedicada ao peixe-espada preto

Vale da Amoreira a meio gás

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ALMADA

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MOITA

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AMORA, Cor ­ roios, Fernão Ferro e Seixal assinalam, este domingo, os respectivos aniversários, com festa um pouco por todo o concelho.

A data em que a cidade do Seixal faz 19 anos é a mesma em que as fregue­sias de Amora, Corroios e Fernão Ferro assinalam os mesmos anos de vida, pelo que as comemorações vão prolongar­se por todo o fim­de­semana.

Este ano dedicada à valo­rização do património das

freguesias, particularmente na área da cultura, estão previstas para domingo uma cerimónia e um concerto na Timbre Seixalense com a banda da casa e a especial participação da Sociedade Filarmónica União Seixalense.

No mesmo dia, em Corroios, a data é assinalada, no pavilhão do Alto do Moinho, com as já tradicio­nais iniciativas Gala das Artes Marciais, Festival Gímnico e Festival Interna­cional da Canção Infantil e Juvenil.

Seixal festeja quatro aniversários em um

O S PRO JECTOS de requalifi­cação da frente ribeirinha de Alcochete já têm ‘luz verde’ do executivo.

Trata­se de projectos da responsabilidade da Câmara de Alcochete, com excepção da requalificação da Ponte Cais e da compo­nente marítima da Avenida D. Manuel I, cujas interven­ções são da responsabili­dade da Administração do Porto de Lisboa.

A requalificação da Avenida D. Manuel I está divi­dida em componentes terrestre e marítima. Sobre a componente terrestre da responsabilidade da Câmara, o edil alcochetense esclareceu que, face à difícil conjuntura económico­financeira, «o concurso para a realização

da empreitada pública vai restringir­se ao revestimento paisagístico do avanço da muralha», sendo o remanes­cente executado «num momento mais oportuno do ponto de vista financeiro».

O projecto prevê a cons­trução de uma plataforma de aterro que avançará 15 metros sobre o rio e a criação de uma nova muralha. Sendo também a Ponte Cais um elemento distintivo na marginal, o projecto inclui a realização de acções de conservação, reparação e renovação de estruturas, assim como a reconfiguração da sua rede de iluminação pública.

A requalificação da Rua do Norte e Largo Miseri­córdia totaliza uma área de intervenção de 5.659 m2 e

abrange também o largo envolvente à Capela da Nossa Senhora da Vida. O projecto de prevê a ampliação da Rua do Norte, com repavimentação e da redução de estacionamento.

A Igreja da Misericórdia verá também alterado o espaço desnivelado de acesso lateral com a construção de um muro de suporte.

Já no Largo da Miseri­córdia será deslocada a via que contorna a Igreja, de modo a alinhar­se com a Rua João Facco Viana, criando um entroncamento entre estas duas ruas e a Avenida D. Manuel I e prevê­se a redefinição dos lugares de estacionamento, assim como a reorganização das circulações viária e pedonal.

A ÁGUA necessária para a rega e para o lago do Parque do Bonfim passa a ser assegurada por um furo de captação subter­rânea que o município está a construir no terreno. O projecto está orçado em cerca de 63 mil euros.

A obra, iniciada esta semana, inclui a execução de um furo para captação e abastecimento de água, com uma profundidade aproxi­mada de 120 metros, apetre­chado com um sistema de eletrobombagem.

Na empreitada, com duração prevista de quatro semanas, está incluída a construção de um depósito para armazenamento e distribuição de adubos e fertilizantes, produtos mistu­rados automaticamente na água aquando da realização da rega no Parque do Bonfim.

O sistema centralizado de rega é controlado por sistema remoto. Assim, as alterações que venham a ser necessárias, como a mudança dos períodos de rega, a dosagem de adubos

e fertilizantes e a interrupção do funcionamento do sistema, são efectuadas sem necessidade de desloca­mento de meios humanos ao local.

Este investimento, à semelhança de outros já realizados no jardim da Algo­deia e em Vanicelos, insere­se na política do município de gestão de recursos hídricos e de redução de custos. Os bebedouros insta­lados no Parque do Bonfim continuam a ser servidos por água da rede.

Água para rega e lago do Bonfim vai ser captada em furo próprio

Alcochete promete revoluçãoem toda a frente ribeirinha

Devolver o espaço às pessoas e promover o usufruto da marginal é o objectivo da autarquia

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Casa Ermelinda Freitas conquista júri de Fernando Pó com os seus bons vinhos

A festa promete em Corroios, Seixal, Amora e Fernão Ferro

A obra do município sadino está orçada em cerca de 63 mil euros e permite poupar água

A CASA Ermelinda Freitas venceu a 17.ª Edição da Mostra de Vinhos de Fernando Pó, que decorreu este mês com a envolvência de 28 vinhos, ou seja, menos um que no ano transacto. O néctar vencedor irá ser a base do futuro Dona Ermelinda, Reserva de 2011, que deverá ser lançado daqui a um ano, após estágio em barrica de carvalho francês durante nove meses.

Leonor Freitas, gerente da empresa vencedora, sente­se «extremamente satisfeita» pela conquista do prémio, subli­nhando que o mesmo repre­senta o «reflexo da qualidade dos vinhos da zona onde nasceu e habita». E faz questão de parti­lhar o galardão com todos os colegas envolvidos na mostra de vinhos.

Duarte Pedroso, respon­sável pela mostra, faz um balanço «muito positivo» e realça que este ano foi batido o recorde de presenças nos três dias da feira. «A crise não passou por Fernando Pó. O tempo ajudou e fizemos

algumas alterações na mostra que foi visitada por cerca de 7 500 pessoas nos três dias».

Na Mostra de Fernando Pó, que contou com treze stands, também estiveram expostos catorze vinhos brancos sem direito a concurso.

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Leonor Freitas recebeu das mãos da organização da Mostra o troféu de melhor vinho tinto

1.º Casa Ermelinda Freitas; 2.º José Bento Freitas; 3.º Fernando Carreira; 4.º Freitas & Palhoça, Lda.; 5.º Naciolindo Baeta; 6.º

Fernando Pereira; 7.º Alice Palhoça; 8.º Pedro Monteiro; 9.º Agro Silvestre; 10.º Casa Assis Lobo.

Os melhores dez vinhos

ALCOCHETE

PALMELASEIXAL

SETÚBAL

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OBSER­ VAR flamingos e outras aves da Reserva Natural do Estu­ário do Sado é o desafio de mais uma actividade inte­grada no programa Alcácer dos 5 Sentidos.

Trata­se de um passeio destinado a birdwatching por esta área protegida de especial importância para as aves aquáticas, na qual se darão a conhecer algumas das cerca de duzentas espé­cies de aves que no Estuário do Sado nidificam e repousam, com especial destaque para o flamingo, que aqui encontra refúgio. A iniciativa está prevista para o próximo dia 26 de Maio, a partir das 15h30.

Toda a informação está disponível em http://www.cm­alcacerdosal.pt/PT/Paginas/Observarflamin­goseoutrasavesdaReserva­NaturaldoEstuáriodoSado.aspxe. , sendo que as inscri­

ções devem ser efectuadas até ao dia 23, em [email protected] ou em www.birds.pt e ainda no Posto de Turismo de Alcácer do Sal e e­mail: postoturismoal­[email protected].

Esta iniciativa de obsser­vação de aves no estuário do Sado está integrada num programa mais vasto, deci­

dado à divulgação do poten­cial turístico do concelho alca­cerense. Trata­se do programa Alcácer dos 5 Sentidos, sob o lema Ver, provar, cheirar, escutar e tocar.

O objectivo, segundo explica a autarquia, uma das entidades que lidera este projecto, passaq por dar a conhecer o potencial deste

território do distrito de Setúbal. De entre outras activi­

dades já marcadas, destaque para Canoagem na albufeira Pego do Altar, no dia 2 de Junho; a caminhada pela ribeira do Sado, a 9 de Junho, e a Maratona Fotográfica – Olhares sobre Alcácer, marcada para o dia 23 de Junho.

Alcácer do Sal mostra flamingos na Reserva do Estuário do Sado

O turismo da Natureza começa a ser uma aposta séria junto das autoridades do concelho

Centro de Artes de Sines acolhe a maior parte das iniciativas

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O ANO Europeu do Envelhecimento Activo foi o mote para a autarquia de Grândola promover, entre hoje e amanhã, no parque de feiras e exposições, a 4ª Feira Sénior de Grândola – Geração +.

De acordo com o execu­tivo de Carlos Beato, trata­se de um espaço que reúne ateliês, produtos e serviços direcionados para apoiar e promover a qualidade de vida dos idosos. Paralela­mente, decorre o 7º Encontro Regional de Ginástica Sénior

para agitar, animar e exer­citar participantes e visi­tantes. O programa de animação engloba atelieres de dança, folclore, geron­tomotricidade, e ginástica sénior, espetáculos com a tuna da Universidade Sénior de Grândola, grupo de

danças coreografadas, grupos de animação do programa “Viver Solidário” e uma arruada intergera­cional com a participação da banda SMFOG – Socie­dade Musical Fraternidade Operária Grandolense.

No segundo dia do

certame, o município irá entregar, a seis Instituições do concelho, material orto­pédico adquirido no âmbito da campanha “O Tampas e o Caricas” iniciada em Setembro do ano passado pela Universidade Sénior e Programa Viver Solidário

e, no entender do executivo, «reflecte bem o trabalho do município ao nível do desen­volvimento social, nomea­damente na implementação de medidas promotoras da qualidade de vida da popu­lação idosa e potenciadoras do envelhecimento activo».

A AS ­SOCIAÇÃO Missão Coragem inaugura este sábado o Núcleo de Santiago do Cacém, ‘apadrinhada’ pelo execu­tivo camarário.

A instalação do núcleo só foi possível graças à oferta, por parte do execu­tivo de Vítor Proença, a título gratuito, das insta­lações para a associação. Trata­se de um espaço localizado no Colégio de S. José, na Rua do Parque, junto ao antigo liceu.

A assinatura do contrato de cedência da sala está marcada para hoje às três da tarde, seguindo­se a assinatura do contrato de cedência da sala.

«Temos um núcleo em Vila Nova de Santo André e no concelho faltava este

espaço onde damos apoio às mulheres afectadas pelo cancro da mama», afirma

Maria Antónia Pacheco, a presidente da associação, adiantando que o espaço destina­se a «receber as mulheres que necessitam de próteses ajudando­as também a outros níveis».

A responsável da Missão Coragem deixa um apelo para a necessidade de encontrarem uma psicóloga em regime de voluntariado. «Sobrevi­vemos apenas das quotas anuais cujas verbas são canalizadas para as próteses gratuitas para as mulheres que nos batem à porta», realçou Maria Antónia Pacheco.

Desde o arranque da Missão Coragem já foram ajudadas 150 mulheres da região.

Missão Coragem vai ter núcleocedido pela Câmara de Santiago

Grândola organiza feira senior no Ano Europeu do Envelhecimento Activo

O núcleo vai apoiar as mulheres com cancro da mama

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A QUARTA semana de Maio, dedicada pela Unesco à educação artística, vai ser celebrada em Sines com diversas iniciativas.

O Centro de Artes de Sines (CAS), através do Serviço Educativo e Cultural e da Biblioteca Municipal, associa­se às comemorações apresen­tando um leque diversifi­cado de actividades sobre esta temática, na Semana da Educação Artística em Sines, de 21 a 26 deste mês.

A semana começa no dia 21, no Agrupamento Vertical de Escolas de Sines, com a apresentação dos trabalhos finais dos ateliês de leitores, dança e artes plásticas, no âmbito do Dia Mundial da Diver­sidade Cultural. Nos dias 22 e 23, o Serviço Educa­tivo e Cultural do CAS distribui o “Livro Escuro e Claro” aos alunos do

concelho. No dia 23, na cafetaria do CAS, o “Livro Escuro e Claro” é o ponto de partida para uma sessão de formação destinada aos professores dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico.

No dia 24 realizam­se as apresentações finais do projecto LCD – Ler, Criar, Dramatizar, para desen­volver nos alunos compe­tências leitoras, expres­sivas, criativas e emocio­nais.

Um dos acontecimentos mais importantes da semana acontece no dia 25, no auditório do CAS: a Conferência sobre Educação Artística em Portugal, com a presença de Manuela Galhardo (secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO) e Elisa Marques, do Departamento de Educação Estética e Artís­tica do Ministério da Educação.

Sines apadrinha educação artística

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ALCÁCER

GRÂNDOLA

SANTIAGO

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+ Desporto

É TIDA como a maior prova de Raid BTT do país e este domingo vai contar com um número recorde. A 14ª edição do Raid BTT Alva-lade/ Porto Covo reúne mais de dois mil participantes.

O evento velocipédico que tem a partida instalada na freguesia de Alvalade, em Santiago do Cacém, conta dois percursos de 70 e 120 quilómetros. O primeiro cumpre-se a partir das 8h30 e tem a meta em Porto Covo. O mais longo, que arranca à mesma hora, fará igual-mente a ligação de Alvalade a Porto Covo mas os participantes nesta prova terão pela frente o regresso a Alvalade.

Luís Raposo, da secção de BTT do FC Alvaladense, emblema que

assume a organização do evento, espera que a edição 2012 do Raid decorra, tal como anteriores, sem problemas, e que volte a ser motivo de satisfação generalizada. «O facto de ser um passeio de família, numa época do ano em que a nossa região assume uma beleza ainda maior, a juntar ao crescimento da prova de uma forma progressiva», são

argumentos do sucesso esperado. O presidente da Câmara de

Santiago do Cacém, Vítor Proença, vai estar na linha de partida, acom-panhado pelo executivo municipal. O autarca vai ser homenageado pelo clube Alvaladense pelo «importante contributo para o cres-cimento do evento, bem como a promoção do concelho e da região».

“Setúbal em Movimento” no Parque de AlbarquelAulas de demonstração e prática de várias actividades físicas e desportivas fazem parte do “Setúbal em Movimento”, iniciativa da Câmara Municipal a realizar este domingo, entre as 9 e as 14 horas, no Parque Urbano de Albarquel.

Fabril começa a disputar título de campeão A equipa de futsal do GD Fabril recebe este sábado, às 16 horas, o Rio Ave, no jogo da primeira mão do apuramento de campeão nacional da 2ª divisão. Recorde-se que os fabrilistas vão jogar na próxima época na I divisão.

Em 2 de Maio de 1962, fez agora 50 anos, o Benfica ‘bisou’ a sua meritória condição de campeão

europeu numa acalorada final em Amesterdão frente ao Real Madrid. Vitória por 5-3, já com Eusébio inte-grado, a ofuscar o quase lendário Ferenc Puskas, o ‘Major galopante’, autor dos três golos dos afanados ‘merengues’ de Chamartin.

Uma data inolvidável que nos apraz trazer a esta minha coluna de semanais croniquetas, enalte-cendo a proeza e também o bom trabalho jornalístico de “A Bola”, na sua edição de 2 de Maio p.p. Emotivos e importantes os depoi-mentos recolhidos de sete sobre-viventes dessa noite festiva de Amesterdão, Mário João, Ângelo, Fernando Cruz, Coluna, José Augusto, António Simões e Eusébio.

Lamentavelmente, o Benfica destes tempos mais próximos, tem andado muito distante daquela equipa de rutilante saga europeia.

Seja-nos permitido revelar um toque de particular emoção ao lembrar o que ocorreu há meio século!

Para quando uma repetição?Fica a demanda à espera de

quem queira e possa responder…Também à escala patriótica, de

menor antiguidade e amplo impacto, devemos adjectivar de inolvidável a data de 22 de Maio referente à chegada de Vasco da Gama à Índia, há 514 anos, feito histórico que a “Expo 98” perpe-tuou com o brilhantismo que se lhe reconheceu.

Curiosamente, um dos mais destacados clubes desportivos do Distrito de Setúbal é o Vasco da Gama, de Sines, a dar muito boa conta de si na decorrente temporada.

Sines afirma-se como terra natal do excelso navegador e mantém viva controvérsia com os que garantem que Vasco da Gama nasceu na Vidigueira.

Não entramos nesse ‘duelo’ de variada argumentação e deixamos tão somente o registo da data solene de 22 de Maio, com felicitações ao Clube Vasco da Gama pela sua prestação nesta época.

A escalas diferentes, necessa-riamente, a proeza do Benfica e o feito do navegador da plena confiança de D. Manuel I, merecem o nosso permanente aplauso, em datas inolvidáveis.

Para tanto convidamos, emoti-vamente, todos os leitores assí-duos do Semmais.

Duas datas inolvidáveis

DavidSequerra

UM LEQUE renovado de viaturas preparadas para enfrentar os desa-fios de puro trial vai estar em acção no próximo dia 27, na localidade de Craveiras, Pegões, Montijo, no Extreme Trial Adega de Pegões.

Com obstáculos de grau difi-culdade máximo os concorrentes prometem conduzir os 4x4 com mestria e perícia, num espectáculo que anualmente atrai centenas de espectadores ao evento monti-jense organizado pela ROSISTT com o apoio da Cooperativa Agrí-cola da Santo Isidro de Pegões e outras entidades privadas da região.

O Secretário de Estado do Desporto considera que a realização do Campe-

onato da Europa de Orientação em Palmela, de 9 a 16 de Abril de 2014, vai trazer um «considerável» retorno económico e desportivo à região, pelo que não descarta a possibilidade de o Governo subsi-diar a competição, mesmo atraves-sando o país dificuldades econó-micas.

Durante a apresentação do evento, Alexandre Mestre reiterou que a iniciativa «entronca no direito à prática do desporto» e sublinhou a importância de existir «ecletismo» no sector, sobretudo perante moda-lidades que abrangem todos os públicos, inclusive pessoas de mobilidade reduzida.

A competição vai ser palco em simultâneo de quatro eventos, nomeadamente o Campeonato da Europa de Orientação Pedestre, o Campeonato da Europa de Orien-tação de Precisão, a Taça do Mundo e WRE e o EOC Tour.

Para o presidente da Federação Portuguesa de Orientação, Augusto

Almeida, o evento resulta do trabalho de parceria estabelecido com a autarquia e diversos parceiros, mas não esquece de recordar que «há que consertar estratégias a todos os níveis para que primemos pela diferença».

Ana Teresa Vicente, presidente da autarquia, destaca a impor-

tância para o município da inicia-tiva, que «diz ser histórica pelo empenhamento das escolas secun-dárias, dos professores e dos alunos em geral». A autarquia deverá apoiar em 40 mil euros o evento, cujo orçamento ascende a 260 mil euros.

Actualmente, o concelho tem cerca de uma centena de alunos das secundárias de Palmela e do Pinhal Novo a praticar a modali-dade, embora apenas 20 sejam federados. A nível nacional, os atletas com licença regular são 3200.

Na orientação, o praticante deve visitar um conjunto de pontos materializados no terreno, através de um prisma a que se dá o nome de baliza, no mais curto espaço de tempo possível e segundo uma sequência pré-determinada.

A 13ª edição dos Jogos Desportivos da Vila Nova de Santo André, Barreiro, encerra esta tarde, às 16 horas, numa cerimónia marcada para o Polidespor-tivo Vítor Manuel Marques Pacheco.

Os Jogos, iniciados em 6 de Abril numa acção conjunta da freguesia local e clubes, movimentaram centenas de atletas, que esta tarde serão premiados com

troféus.Dia 27, a realização da

tradicional Caminhada fecha o programa dos Jogos.

A ÚLTIMA jornada do campeonato só vai jogar-se a 3 de Junho mas os White Sharks Almada Beisebol Clube já conquistaram dois títulos nacionais, de seniores e juniores.

Com estes dois triunfos, o emblema nascido na Escola Emídio Navarro há nove anos, já conta nove títulos nacionais entre campeonatos e taças.

Recorde-se que a equipa sénior vai disputar a qualifi-cação para o Europeu, em Namur, na Bélgica, de 11 a 16 de Junho.

Entretanto, o emblema almadense vai organizar, na Maça, em Sesimbra, entre 25 e 26 deste mês, o Torneio Nacional de Softebol de

Desporto Escolar. O evento de promoção contará com 15 equipas de escolas de nove concelhos, cinco dos quais da região.

Montijo desafia trialmusculado

Dois mil pedalam no Raid BTT de Alvalade

Jogos de Santo André fecham em clima de festa

Beisebol de Almada soma títulos nacionais e faz crescer modalidade

Friso de figuras na apresentação dos campeonatos europeus de orientação

Este ano a prova regista um número recorde de participantes

Europeu de orientação motiva Governo a investir forte em Palmela

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A equipa dos tubarões almadenses soma e segue intramuros

Natação esteve incluída

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Cerca de 3 200 familiares e amigos marcaram presença, apesar do

dia estar convidativo para uma ida até à praia, na sétima edição do Family Day 2012, no passado dia 12, que decorreu no colégio de referência da região St. Peter´s School, na Volta da Pedra, Palmela, com 18 anos de existência.“Se nós sonharmos, nós conseguimos concretizar” foi o lema deste ano da festa, que contou com muita cor e glamour e a presença de divertidas personagens da Walt Disney, e outras que mudaram a História e as Artes, encarnadas por docentes e funcionários.

A directora pedagógica Isabel Simão faz um balanço «muito positivo» do Family Day, um momento «alto» deste colégio que já arre-batou os diversos prémios pela sua excelência e gestão educativa e onde estudam mil e poucos alunos. «O Family Day é, de facto, o grande momento da família do nosso colégio. Estamos a rebentar pelas costuras este ano. Estou muito satis-feita com a excelente adesão das famílias. Valeu a pena o esforço e a dedicação dos quase cinco meses de trabalho dos professores e dos alunos», revela, relem-brando que na véspera da festa, às 2 horas da madru-gada, o colégio esteve repleto de alunos e docentes a preparar e a engalanar o Family Day. «Todos vivem esta festa com muito orgulho e de uma forma muito

intensa. O Family Day repre-senta a alma e o espírito deste colégio», finaliza, muito satisfeita e sorridente a direc-tora, trajada de deusa, em

tons de branco. «As famílias passam por cá e ficam a gostar do Family Day. Vão passando a palavra a outros

e trazem cada vez mais pessoas. É um dia aguardado com grande expectativa», reconhece.

Familiares deslumbrados

Encarregados de educação, alunos e funcio-nários não pouparam elogios ao Family Day, que deu a mostrar os trabalhos e a cria-tividade dos alunos que estudam no colégio, desde o pré-escolar ao secundário, nas mais variadas áreas.

Rita Baguinha, a mãe de Carolina Casqueiro, que estuda no 1.º ciclo, revelou à reportagem do Semmais que foi a primeira vez que

esteve no colégio a assistir à iniciativa. «Gostei imenso de ver os trabalhos dos alunos do 1.º e do Jardim de Infância. Está muito giro.

Ficámos com uma ideia daquilo que andaram a fazer ao longo do ano lectivo».

Já Elisabete Silva, do

Seixal, nunca perde a festa do colégio onde estuda o filho de 6 anos, que esco-lheu o Râguebi como acti-vidade extra-curricular. A

progenitora confessa que adorou assistir às actividades e jogos desportivos, reco-nhecendo que o Family Day

tem vindo a melhorar «signi-ficativamente» de ano para ano.

O encarregado de educação Filipe Jesus, que

tem três filhos a estudar no colégio, considera que o Family Day é um aconteci-mento de «louvar e muito

engraçado» para todos, real-çando que o ensino prestado no estabelecimento de ensino é de «grande nível».

Por sua vez, Maria Gabriela, era uma avó babada. Veio de Arraiolos para contemplar a criativi-dade do neto Guilherme Matos, de 3 anos. «As salas estão lindas. Isto está um espectáculo! Estou deslum-brada», frisa.

Jaime Quendera, o conhecido enólogo da região, também era um papá babado. Além de tirar o chapéu ao afamado colégio, reconheceu que «o convívio entre as famílias e os alunos é sempre de enaltecer».

O ex-aluno Afonso Monteiro, 18 anos, foi à festa para reencontrar e matar saudades dos colegas e professores. «Adorei ver os meus professores trajados, o jogo de futebol entre professores e ex-alunos, que foi um bom momento de convívio, e as bandas a actuar em palco», realça.

Vanessa Semião, que trabalha no colégio há doze anos, como recepcionista, estava no bloco do Jardim de Infância, a encarnar a pele da bela Rapunzel, a distri-buir doces às crianças. «É sempre uma mais-valia o nosso colégio organizar este tipo de iniciativas porque permite criar laços de união e harmonia entre a escola e a família, o que é muito importante. Hoje em dia isto já não existe nas outras escolas», sublinha.

Professores ansiosospor pavilhão desportivo

O professor de Educação Física, Pedro Mata, admitiu que o Family Day, como vem sendo tradição, representa o corolário do ano lectivo e apresentou este ano um programa «muito recheado» de actividades. «Está tudo cinco estrelas», remata. O docente não escondeu que a construção do pavilhão desportivo do colégio St. Peter´s School é uma velha aspiração da actual direcção e do corpo de docentes. «É uma vontade imensa de todos nós. Já temos o aval positivo do Instituto de Desporto de Portugal. Falta apenas que a Câmara Muni-cipal de Palmela nos ajude».

St. Peter s School rebentou pelas costuras para receber o 7.º Family DayO colégio de referência da região engalanou-se para receber milhares de pais e familiares dos alunos em mais um Family Day. Foi uma grande e colorida festa que pôs à prova a criatividade e esforço de alunos, professores e funcionários.

Como momentos altos, a docente destaca um desfile de moda, com fatos realizados pelos alunos do 9.º ano, inspi-rados em pintores contem-porâneos, bem como o musical alusivo aos Castelos de Portugal. A aluna do 12.º ano, Ágata Swiatkiewicz, de 17 anos, campeã nacional de Judo, recebeu no palco uma menção desportiva «muito bem merecida» do colégio. «Cresceu connosco, ainda cá estuda e neste momento já está com uma carreira inter-nacional», frisa Isabel Simão.

Mas também houve canto lírico, hip-hop, ballet,

piano, violencelo, sevilhanas, bandas de rock/pop, orquestra e percussão, dança contemporânea, sapateado, grupo coral, futebol, esgrima, voleibol, râguebi, xadrez, judo e ténis. As salas de aula do pré-escolar e do 1.º ciclo estavam lindamente deco-radas e, em algumas, os alunos recebiam os visi-tantes e explicavam todos os trabalhos que estavam expostos. Não faltaram os insufláveis, os quadros vivos, a doçaria regional, os chás, os jogos tradicionais, a venda de flores e de bijuteria, entre outros.

Homenagem à campeã do Judo

Isabel Simão e a atleta Ágata

A moda mostrou a criatividade e habilidade dos alunos Os pais e familiares estiveram muito atentos aos trabalhos

Foram milhares os pais e familiares que acorreram à festa As crianças ficaram deliciadas com os doces confeccionados

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AS EMPRESAS de transportes espanholas com negócios no distrito de Setúbal vão pedir ao Governo português que elimine as portagens para os camionistas do país vizinho num raio de cem quilómetros, a partir da fronteira do Caia. Este regime de excepção implicaria uma isenção até Montemor-o-Novo, para, segundo alegam, conseguirem melhorar

os serviços que prestam, sobre-tudo, aos concelhos a norte do distrito de Setúbal.

O sector já pediu mesmo uma audiência ao Executivo de Pedro Passos Coelho e conta com o apoio dos autarcas da raia da Extrema-dura espanhola.

No fundo, os camionistas reclamam uma medida seme-lhante à que foi tomada em Sala-

manca e Huelva, beneficiando todo o sector da camionagem, incluindo camionistas portu-gueses, garantindo Mario Aza, secretário-geral da União das Cooperativas Transfronteiriças da Extremadura (Ucotranex) que Portugal não está a cumprir o Pacto de Valência datado de 2003.

Recorde-se que este docu-mento estabelece que na zona de

fronteira, qualquer iniciativa que possa afectar a livre circulação, as relações comerciais, sociais e económicas de Espanha e Portugal, teria que ser tomada de comum acordo. «Não foi isso que aconteceu», denuncia Mario Aza, que representa a associação impulsionadora deste protesto, que junta mais de 700 empresas de camionagem.

Espanhóis querem acelerar negócioscom o distrito mas sem portagens

OS VINHOS da Península de Setúbal voltaram a brilhar na 19.ª edição do Concurso Mundial de Bruxelas, que decorreu no início de Maio, em Guima-rães, no âmbito da Capital Europeia da Cultura. A Península de Setúbal arrecadou um total de 29 medalhas durante os três dias de ‘provas cegas’.

Henrique Soares, presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal, congratula-se com as medalhas conquis-tadas pelos vinhos da região e afirma que «mais uma vez, a Península acabou por ser uma das mais premiadas num concurso de vinhos internacional, o que comprova a exce-lente qualidade e competitividade dos vinhos aqui produzidos». Henrique Soares não deixa de tirar o chapéu ao «enorme investimento que as empresas e produtores de uvas e de vinhos da região têm efectuado na melhoria contínua da qualidade dos seus produtos».

Fonte da Câmara de Palmela reconhece que «os títulos regularmente obtidos pelos nossos vinhos nos grandes certames inter-nacionais valida o grande investimento que os produtores e as entidades da região

têm feito na criação e certificação das suas marcas, e justifica, uma vez mais, a opção do município aquando da candidatura de Palmela a Cidade Europeia do Vinho 2012».

Casa ErmelindaFreitas lidera

Leonor Freitas, gerente da Casa Erme-linda Freitas, a empresa da região que mais medalhas conquistou - três medalhas de Ouro e nove de Prata -, não esconde a sua satisfação e orgulho por ver os seus néctares distinguidos. «Fomos, de facto, a empresa mais premiada da região, mas, penso que toda a região dignificou muito bem os nossos vinhos de grande qualidade». E conclui: «Estou extremamente contente mas sempre com um grande sentido de responsabilidade», frisa. Casa Ermelinda Freitas Merlot 2010, Casa Ermelinda Freitas Petit Verdot 2009 e o Piscadela 2010, este último destinado à exportação para os Estados Unidos, foram os medalhados com o Ouro.

Além da Casa Ermelinda Freitas também foram premiados vinhos da Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, Adega Cooperativa de Palmela, Bacalhôa, José Maria da Fonseca, Herdade da Comporta, Herdade de Espirra, Malo Tojo e Fundação Stanley Ho.

Esta foi a maior edição de sempre do Concurso Mundial de Bruxelas. Para os

avaliar, a organização chamou escanções, compradores, importadores, jornalistas e críticos de vinhos. Ao todo foram 320 os jurados, prove-nientes de 40 países diferentes.

Néctares da região conquistam com brilho29 medalhas em concurso de Bruxelas

A ESCOLA Su - perior de Tecno-

logia do Instituto Politécnico de Setúbal vai marcar presença, este sábado, em mais uma edição da Shell Eco-Mara-thon, com um veículo construído por estu-dantes de Engenharia Mecânica e Enge-nharia Biomédica.

Trata-se de uma maratona de eficiência

energética que coloca em competição protótipos

desenvolvidos nos insti-tutos politécnicos e univer-

sidades de toda a Europa, com a missão de percorrerem a maior distância possível com apenas um litro de combustível.

A prova realiza-se em

Roterdão, na Holanda, e envolve a participação de 227 equipas de 24 países europeus que competem nas categorias Protótipo e Urbanconcept movidos a gasolina, na estreia de um circuito urbano.

Os estudantes de Enge-nharia Mecânica e Enge-nharia Biomédica da EST procederam à construção de um novo protótipo, de modo a cumprir o regula-mento da prova e reduzir ao máximo o número de

componentes e, como tal, o peso total do veículo.

Por isso, optaram por construir uma carroçaria com uma base reforçada, evitando a inclusão de um chassis, utili-zando fibras de carbono e recorrendo, apenas quando estritamente necessário, ao alumínio. A nível mecânico foram utilizadas as tecnolo-gias mais recentes do mercado automóvel, de forma a optimizar a performance do motor STHIL utilizado no projecto.

Politécnico de Setúbal correà eco-maratona

na Holanda

O CENTRO Jovem Tabor, em

Setúbal, que acolhe 24 jovens, dos 12 aos 18 anos, acaba de ganhar um impor-tante patrocínio da Fundação Decathlon, no valor de 18 mil e 301 euros. A verba vem em boa hora, por causa da crise, e destina-se à requalificação do ginásio e à aquisição de equipamentos e material desportivo. A requalificação do ginásio desportivo já arrancou, com as obras de

pintura, e a inauguração deverá acontecer ainda este ano. O projecto tem o prazo de três anos para ser imple-mentado no terreno.

Paulo Lourenço, director da instituição, mostra-se «triplamente satisfeito» com esta parceria, na medida em que a mesma permite «a requalificação da zona desportiva, a inserção dos jovens da instituição nas lojas da Decathlon e a envol-vência de acções de volun-

tariado no Centro Jovem Tabor por parte dos funcio-nários da Decatlhon».

De acordo com a mesma fonte, este tipo de apoios «reforçam a motivação e o orgulho dos colaboradores da nossa instituição» e, por outro lado, «permitem acre-ditar que ainda existem empresas que sabem valo-rizar o trabalho daqueles que se dedicam a uma causa social com elevado desgaste físico e emocional, como é

o caso do acompanhamento de jovens em situação de perigo».

O projecto, intitulado “La Nature du Sport”, foi apro-vado no passado dia 15, em Lille, França, nas instalações da Fundação Decathlon, tendo sido apresentados vários projectos a nível inter-nacional, oriundos de Espanha, França, Portugal, Brasil, Índia, Itália e Marrocos, no global de dez projectos.

Decathlon abraça jovens do Tabor

O protótipo do IPS é revestido a fibras de carbono e alumínio

Sete ‘casas’ da península brilharam lá fora

DR

Sofia

Pal

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