16
Sábado 16 | Maio | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 855 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita semmais DISTRITO TEM MAIOR NÚMERO DE IDOSOS ISOLADOS DO PAÍS SOCIEDADE PÁGINA 4 MONTEPIO AJUDA A CONSERVAR MATA DA MACHADA A ação de voluntariado do Montepio também passou pelo distrito, nomeadamente pela Mata da Machada, no Barreiro, e “Cantinho da Milú”, em Setúbal. Os responsáveis da associação mutualista reafirmam os valores da sua raiz. SOCIEDADE PÁGINA 2 CÁRITAS ALERTA PARA AUMENTO DA POBREZA NA REGIÃO O alerta é do presidente da Cáritas Diocesana, Eugénio Fonseca. Em declarações exclusivas ao Semmais, o responsável adianta que o flagelo da pobreza extrema está a atingir crianças e jovens, com efeitos na escola. POLÍTICA PÁGINA 7 ESTADO-MAIOR DO PS NO FUNERAL DE EDUARDO PEREIRA O funeral de Eduardo Pereira, um dos rostos mais considerados dos socialistas do distrito, trouxe a Sesimbra, sua terra natal, o estado-maior do PS, com o líder António Costa à cabeça, mas também Mário Soares e Jorge Sampaio. SOCIEDADE De acordo com os Censos Sénior 2015, a região regista este ano mais 944 sinalizações de idosos isolados e sem apoio familiar em relação ao período homólogo do ano passado. Estão identificados 1732 idosos nesta situação, o número mais elevado do país. Nicolas Vicent | The Noun Project PÁGINA 2

Semmais 16 maio 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição do Semmais de 16 de maio

Citation preview

Sábado 16 | Maio | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 855 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interditasemmaisDISTRITO TEM MAIOR NÚMERO DE IDOSOS ISOLADOS DO PAÍS

SOCIEDADE PÁGINA 4MONTEPIO AJUDA A CONSERVAR MATA DA MACHADAA ação de voluntariado do Montepio também passou pelo distrito, nomeadamente pela Mata da Machada, no Barreiro, e “Cantinho da Milú”, em Setúbal. Os responsáveis da associação mutualista reafirmam os valores da sua raiz.

SOCIEDADE PÁGINA 2CÁRITAS ALERTA PARA AUMENTO DA POBREZA NA REGIÃOO alerta é do presidente da Cáritas Diocesana, Eugénio Fonseca. Em declarações exclusivas ao Semmais, o responsável adianta que o flagelo da pobreza extrema está a atingir crianças e jovens, com efeitos na escola.

POLÍTICA PÁGINA 7ESTADO-MAIOR DO PS NO FUNERAL DE EDUARDO PEREIRAO funeral de Eduardo Pereira, um dos rostos mais considerados dos socialistas do distrito, trouxe a Sesimbra, sua terra natal, o estado-maior do PS, com o líder António Costa à cabeça, mas também Mário Soares e Jorge Sampaio.

SOCIEDADEDe acordo com os Censos Sénior 2015, a região regista este ano mais 944 sinalizações de idosos isolados e sem apoio familiar em relação ao período homólogo do ano passado. Estão identificados 1732 idosos nesta situação, o número mais elevado do país.

Nic

olas

Vic

ent |

The

Nou

n Pr

ojec

t

PÁGINA 2

2 | SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015

POBREZA O ALERTA É DO PRESIDENTE DA CÁRITAS DIOCESANA, EUGÉNIO FONSECA

A pobreza infantil que atormenta o futuro do distrito

SEGURANÇA SEGUNDO OS CENSOS 2015, O DISTRITO JÁ REGISTOU MAIS 944 SINALIZAÇÕES RELATIVAMENTE A 2014

Somos a região onde mais aumentaram os idosos isolados

SOCIEDADE

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O responsável da Cáritas afirma que as crianças subali-mentadas estão «condenadas ao insucesso escolar». E reclama programas que invertam este flagelo.

O número de idosos referenciados pela GNR de viverem sozinhos na região não para de aumen-tar. Segundo dados policiais, situação no distrito é a mais alarmante do país.

Os mais recentes casos me-diáticos de violência juvenil gratuita revelam a gestação de uma sociedade que es-conde um perigo vital e que, a não se por cobro, convoca o que há de pior na natureza humana.Neste caldo efervescente, é preciso convocar as múlti-plas razões que o temperam, a começar, desde logo, pela cavalgada das novas tecno-logias da globalização, capaz de gerar a máquina do mi-metismo ao seu mais alto grau. Na atualidade, as diferentes culturas – a essência da di-versificação civilizacional - misturam-se apenas pela raiz da visualização repetida e multiplicadora das redes sociais. Esta é uma pare que explica a sociedade violenta que hoje percorremos.Depois, há a crise de valores, a financeira, a apatia cívica, a falta de rumo de expetativas, e a contestação aos poderes. Também estes fatores expli-cam a corrente jihadista que invadiu muitos adolescentes do mundo ocidental.E, a montante, não deixa de estar a desagregação do nú-cleo orgânico familiar, a for-çada e não menos precoce emancipação literal de mui-tos jovens e uma escola que não tem cuidado – apesar das novas matrizes pedagó-gicas – de matérias como as disciplinas cívicas e sociais.Os números falam por si, apesar de, felizmente, estar-mos sempre a falar da parte de um todo, e por essa razão subsistirem caminhos de in-versão deste fenómeno.Mas os estados, que perde-ram o norte e a visão estraté-gica, devem arrepiar cami-nho. Sobretudo deixarem de insistir apenas na cruzada das finanças públicas. É uma questão de opção política.Estamos a criar as futuras gerações. E sem pensamento estratégico os hiatos de futu-ros serão colossais e sem volta a dar.A não ser assim, e com o agu-dizar deste fenómeno, have-mos de continuar as políticas de proibição, punição e afins, explodindo a reclusão cada vez mais cedo e deixando que o monstro vai cada vez mais ganhando espaço.

EDITO

RIAL

Raul TavaresDiretor

Criminalidade e violência juvenil

O alerta máximo é acionado pelo presidente da Cáritas, em declarações ao Semmais, numa altura em que as informações disponíveis denunciam a proli-feração da pobreza infantil, à qual o distrito de Setúbal não está a conseguir escapar. «Este flagelo tem repercussões muito perigosas, porque tem a ver com o futuro das crianças, que vai também condicionar a comuni-dade a que essas crianças per-tencem», sublinha Eugénio da Fonseca, acrescentando que hoje estes menores terão menos rentabilidade na escola, mas amanhã estarão mais vulnerá-veis à marginalidade. «Não quer dizer que todas as crianças pobres vão enveredar por comportamentos incorre-tos, mas a pobreza que hoje vi-vem poderá potenciar isso, por-que serão jovens com mais dificuldade de integração na so-ciedade no futuro», esclarece o

O dirigente ressalva, ainda as-sim, que a pobreza dos agregados familiares não deverá ser deter-minante para que alguns meno-res lhes sejam retirados. «Devem é dar-se condições às famílias para terem as crianças, porque as crianças têm direito a ter uma fa-mília», defende, considerando tratar-se da «dimensão social» deste problema, para o qual Eu-génio da Fonseca reclama a cria-ção de programas que permitam envolver «todas as famílias que estejam em dificuldades». Números colocam Portugal à frente da Grécia

Eugénio da Fonseca falou Sem-mais à margem da apresentação do terceiro relatório da Cáritas, relativo a 2013, que monitoriza a situação dos sete países mais afetados pela crise na União Eu-ropeia, onde Portugal surge como o país em que o risco de

pobreza e a exclusão social mais cresceu. Estima-se que existam mais de 2,8 milhões de portu-gueses em risco de pobreza, sen-do que destes mais de 640 mil serão crianças e jovens. «Há dados que são bastante preocupantes e que têm a ver com o facto de ter aumentado a pobreza e a exclusão social rela-tivamente aos anos anteriores em cerca de 2,1 pontos. Suplan-tamos até a Grécia e isso reflete bastante o aumento da pobreza infantil e o desemprego de longa duração», referiu, lamentando que o facto de a dívida pública não estar a decrescer e termos atualmente a segunda maior dí-vida pública da Europa. «Aquilo que foi o grande de-sígnio nacional e que levou a tanto sofrimento, a dívida, con-tinua a ter uma expressão alta-mente preocupante e não dimi-nuiu, pelo contrário, cresceu”, sublinhou.

Aumentou significativamente o número de idosos referenciados pela GNR no distrito como es-tando a viver sozinhos, isolados ou em situação de fragilidade fí-sica e psicológica. Segundo os dados dos Censos Sénior 2015, a região registou mais 944 sinali-

zações relativamente a 2014, pas-sando para um total de 1732. O distrito foi a região do país com mais «novas situações» sinaliza-das pelos militares da Guarda, à frente de Viseu e Beja. Segundo o levantamento fei-to no terreno – que foi realizado pelo país, durante todo o mês de Abril – a região acaba assim de «subir» para um patamar consi-derado mais preocupante pelas autoridades, em face do envelhe-cimento da população, sobretu-do nas zonas mais rurais, onde o isolamento é mais acentuado. Recorde-se que esta opera-ção Censos Sénior tem sido reali-zada anualmente pela GNR, cujo objetivo visa a «atualizar os re-gistos dos idosos que vivem sozi-nhos e isolados, identificar novas situações e informar as entidades competentes das situações de potencial perigo». Paralelamente a esta operação, a GNR realizou o programa Residência Segura.

Georreferenciação da GNR é mais-valia

De acordo com fonte da Guarda, este programa permite à GNR fazer a georreferenciação dos idosos, o que constitui «uma mais-valia para localização em caso de ocorrência ou emergên-cia, permitindo direcionar de forma mais eficaz os meios hu-

presidente da Cáritas, dando como exemplo as várias crian-ças carenciadas que estarão «condenadas ao insucesso esco-lar», diz, pelo facto de pertence-rem a famílias pobres. Justifica Eugénio da Fonseca que estão em causa crianças «que não têm os materiais neces-sários, que são subalimentadas e, por isso, mais desconcentradas. Salvo raras exceções, quem vive este contexto de pobreza tem muitas dificuldades em ir ou es-tar na escola», sublinha, alertan-do ainda para a questão dos pro-blemas de saúde. «Como se alimentam mal e têm menos possibilidades de aceder a cuidados de saúde primários com maior regularidade, estas crianças também estão sujeita a certos tipos de doenças, sendo que algumas patologias até podem passar a cró-nicas, agravando a questão do em-pobrecimento das famílias a que elas pertencem», descreve.

manos e materiais da GNR e au-mentar o sentimento de segu-rança da população aderente ao programa». Durante a operação, os mili-tares realizaram ainda ações de sensibilização para que a popu-lação idosa adote comportamen-tos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes.

Há dados que são bastante preocupantes e que têm a ver com o facto de ter aumentado a pobreza e a exclusão social relativamente aos anos anteriores em cerca de 2,1 pontos. Suplantamos até a Grécia e isso reflete bastante o aumento da pobreza infantil e o desemprego de longa duração.

SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015 | 3

A tenda da água e do ambiente e a ordenha da vaca são duas das novidades deste ano da 28.ª edição da Santiagro – Feira Agropecuária e do Cavalo, que decorre de 29 a 30 deste mês, no parque de feiras e exposições de Santiago do Cacém. A organização, que espera ul-trapassar os 30 mil visitantes do ano passado, aguarda confirma-ção dos ministros da Economia e da Agricultura, que já foram convi-dados para a inauguração, bem como dos vários grupos de depu-tados da Assembleia da República. Com um orçamento de cerca de 170 mil euros, o certame, que terá 136 expositores, ajuda «a projetar o concelho e serve de alavanca ao desenvolvimento económico para os expositores e para a restauração em geral», afirmou o edil Álvaro Beijinha, durante a apresentação da feira à imprensa, que teve lugar na terça-feira, no novo restaurante “Mercado à Mesa”, localizado no piso superior do mercado muni-cipal da cidade. «A Santiagro é um evento que está absolutamente consolidado e traz milhares de visitantes ao nosso concelho, daí o município voltar a investir nesta iniciativa de qualidade que, este ano, vai ser, de certeza uma grande feira, que cresce de ano para ano», vin-cou o presidente santiaguense. O autarca refere que o suces-so da Santiagro «passa muito pelo cartaz», que este ano é «muito bom e equilibrado, pois pretende agradar a vários tipos

FEIRA 28.ª Santiagro dá a conhecer produtos regionais de excelência

28.ª Santiagro dá a conhecer produtos regionais de excelência

Última cena de “Mar Salgado” foi gravada no círio de N.ª Sr.ª de Troia SEGURANÇA SEGUNDO OS CENSOS 2015, O DISTRITO JÁ REGISTOU MAIS 944 SINALIZAÇÕES RELATIVAMENTE A 2014

Somos a região onde mais aumentaram os idosos isolados

SOCIEDADE

de público», e, também pelas «condições climatéricas».

«Divulgação das pequenas atividades»

João Ferreira, em represen-tação do presidente da Entidade Regional de Turismo do Alente-jo, que apoia o certame com 10 mil euros, afirmou que a Santia-gro é uma feira «muito impor-tante» para a comunidade local, reconhecendo que «está conso-lidada» e que «de ano para ano recebe cada vez mais turistas». A seu ver, a Santiagro serve de montra às atividades económi-cas «mais pequenas», que têm «imensas dificuldades em apre-sentar os seus produtos». João Ferreira apelou à «dig-nificação das profissões ligadas ao serviço de sala, uma vez que existe um défice enorme na res-tauração desses profissionais». E revelou que, em breve, a ERTA irá lançar, em papel e online, um guia de restaurantes certifica-dos, tanto típicos como contem-porâneos.

«O sucesso obriga a aposta em novidades»

Já o vereador Albano Pereira, com a pasta das Atividades Eco-nómicas, referiu que o sucesso da Santiagro obriga a diversas novidades, o regresso de iniciati-vas tradicionais e a manutenção de outras que têm corrido bem. «O crescente número de visitan-tes desafiam-nos a apresentar

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGEM SM

A 28.ª Santiagro está de volta para mostrar os produtos regionais de excelência e promover uma região cada vez mais procurada pelo turismo. É também uma oportunidade para testemunhar a luta dos agentes económicos sempre atentos às oportunidades de evolução.

novidades, nesta que é uma das maiores feiras do Litoral Alente-jano, com quase três décadas, bem como a manter as iniciati-vas que têm sido sucesso». Albano Pereira destacou no recinto e na programação, a grande ilha florestal, a ampliação do espaço da maquinaria agríco-la, a tenda da água e do ambiente - uma novidade -, o retomar da gala equestre, a pedido dos visi-tantes, enquanto no pavilhão dos cavalos, ovinos e suínos, a novi-dade é a ordenha da vaca, ao vivo, não esquecendo os pas-seios de burros, os batismos equestres para crianças, a de-monstração de aves de rapina, os passeios de charrete e a popular corrida de touros, com os cava-leiros João Moura, Sónia Matias e Brito Pais. Merecem ainda real-ce os colóquios “O Ambiente, a água e as atividades económi-

cas”, “Suinicultura SAGRAN” e “Apoio e investimentos em espa-ço rural – Portugal 2020”, as pro-vas de vinhos e de produtos re-gionais, entre outros. Cada ingresso diário custa 2 euros, enquanto a entrada para os três dias fica apenas em 4 euros.

A última cena da telenovela da SIC, “Mar Salgado”, foi gravada na quarta-feira na Doca de Recreio de Setúbal e em pleno Rio Sado, através da recriação do círio de Nossa Senhora do Rosário de Troia, perante um sol abrasador. Dezenas de embarcações en-galanadas, com os andores de vá-rios santos e de Nossa Senhora de Troia, transportaram o elenco e a banda Amor Electro, que inter-pretou, ao vivo, o tema genérico da telenovela que gira em torno

de famílias ligadas ao mar e à in-dústria conserveira. Às dezenas de figurantes e po-pulação em geral, juntou também a presidente da Câmara de Setú-bal, Dores Meira, e o presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Setúbal, Rui Canas, que seguiram no barco que leva-va Nossa Senhora de Troia. Diversos atores, que se mos-traram nostálgicos por se esta-rem a despedir do projeto, pu-blicaram nas redes sociais fotos

CARTAZ

DIA 2922h30 TIAGO BETTENCOURT 24h00 DJ CHRISTIAN F

DIA 3022h30 CUCA ROSETA24h00 DJ RUI MIGUEL01h30 DJ ARY (BLASTED MECHANISM)

DIA 31 22h00 NÉLSON FREITAS

de todo o elenco reunido em se-túbal. Muitos confessaram que foi bom trabalhar num projeto, com “equipa fantástica, que vai deixar saudades”. Líder de audiências em Por-tugal, “Mar Salgado” estreou em 15 de Setembro de 2014 e foi gra-vada, na sua maioria, em Setúbal e Troia. Deu emprego a centenas de figurantes que foram recruta-dos em castings realizados na Casa da Cultura. Devido ao sucesso da trama, o

número de episódios foi aumen-tado para 300, o que significa que até setembro vamos continuar a ver “Mar Salgado” na televisão. “Mar Salgado” resulta da par-

ceria SIC/TV Globo, foi escrita por Inês Gomes e conta com Mar-garida Vila-Nova, Ricardo Perei-ra, Joana Santos e José Fidal-go nos papéis principais.

4 | SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015

SOCIEDADE

LIMPEZA CAMPANHA DO ANO PASSADO ‘RENDEU’ 14 TONELADAS DE LIXO

Voluntários encontram baleia anã durante limpeza na praia da Galé

Dia do voluntariado do Montepio passou pelo Barreiro e Setúbal

Os voluntários da associação Brigada do Mar encontraram uma baleia anã morta durante a limpeza da praia da Galé, no concelho de Grândola. O animal, que media 3,5 metros e pesava mais de 500 quilos, segundo o Instituto de Conservação de Na-tureza e da Floresta, foi avistado a boiar, vindo a ser arrastado

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

TEXTO TÂNIA NEVESIMAGEM SM

TEXTO ANTÓNIO GASPAR

TEXTO JESSICA PROENÇA

para o areal pelas viaturas dos serviços municipais, compro-vando a presença frequente de baleias anãs na costa alentejana, como tinha sido avançado pelos dos fotógrafos de natureza Luís Quinta e Ricardo Guerreiro no ano passado. Simão Acciaioli, da Brigada do Mar, avançou ao Semmais, que a baleia já foi enterrada, evi-tando a sua entrada em decom-posição, desconhecendo-se o terá originado a morte do cetá-ceo que faria das águas do Lito-ral Alentejano o seu habitat, à semelhança de outros exempla-res da mesma espécie. Por aqui, os pescadores cha-mam-lhes «cachalotes», sempre que se deparam com os estrondo-sos «espirros» de água a serem li-bertados por estes cetáceos, que, segundo os biólogos, não repre-sentam qualquer perigo para o homem, apesar da imponência do seu comprimento. Chegam a atin-gir o tamanho de uma carrinha de nove lugares. A baleia anã mergu-lha até 90 metros de profundida-

A descoberta deu-se durante a campanha de limpeza deste ano junto da frente atlântica de praias do concelho de Grândola. A “brigada do mar” conta com uma centena de voluntários

CONTRA O LIXO NAS PRAIAS… LIMPAR, LIMPAR

Durante dez dias a Brigada do Mar regressa, assim, à costa de Grândola para limpar 45 quilómetros de areal, entre Melides e Tróia. Desde o primeiro ano da iniciativa, em 2009, a Briga-da do Mar já recolheu das praias portuguesas mais de 150 to-neladas de lixo. Para esta edição tem mais de cem voluntá-rios inscritos, sendo que a maior parte dos participantes adere à iniciativa no fim-de-semana. Muitos dos voluntários são grupos organizados por escolas e empresas, no âmbito da sua vertente social. Mas qualquer pessoa pode participar bastando para isso fazer o registo através do formulário onli-ne. A associação, com o apoio da Câmara Municipal de Grân-dola e de outras entidades como o Parque de Campismo da Galé, garante aos voluntários que participem durante mais de dois dias alojamento, alimentação, equipamento (pás e sacos), seguro e proteção solar.

de, tratando-se de uma espécie solitária, embora possa formar pequenos grupos de indivíduos.

Menos lixo nos areias agiliza campanha

A descoberta feita pelos cer-ca de cem voluntários surge no sétimo ano consecutivo que a Brigada do Mar tenta «varrer» os 45 quilómetros de frente atlânti-ca de Grândola. A operação co-meçou na semana passada e vai permanecer no terreno até do-mingo, admitindo Simão Ac-ciaioli que, depois das limpezas dos últimos seis anos, «já se en-contra menos lixo nos areais desta vez, o que permite andar mais rapidamente». Para que melhor se perceba do que fala o dirigente, três qui-lómetros e meio de areal são hoje limpos durante uma ma-nhã, quando há seis anos era preciso dia e meio. Na campa-nha de 2014 a Brigada recolheu 14 toneladas de lixo ao longo dos mesmos 45 quilómetros.

A barcaça S600, da SAIPEM LID, é apenas uma das reparações de maior destaque que os estaleiros da Lisnave realizaram durante o primeiro trimestre deste ano, num total de 21 barcos, pertencentes a 21 clientes diferentes, oriundos de 11 países. Este movimento de manutenção/reparação já supera o registado o ano passado, com mais um navio, o que representa a continuidade da estabilidade dos estaleiros da Mitrena, em Setúbal, mesmo peran-te grande concorrência internacional. Recorde-se que a Lisnave é reconhecida a nível mundial pelo seu elevado Know-how, revelando uma enorme diversidade das suas re-parações e para diversos tipos de navios, desde mineraleiros, a Ro--ros, porta-contentores, embora o segmento dos petroleiros conti-nue a representar a maior fatia de embarcações docadas na empresa. A empresa de Setúbal tem cerca de 500 colaboradores efetivos e um alto grau de formação, com ações a decorrer ao longo do ano.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Associação Mutualista Montepio Geral empreendeu uma corrente de solidariedade que contou com a colaboração de cerca 400 voluntários, percorrendo o país, incluindo Madeira e Açores. Na região de Setúbal, a me-ga-operação de voluntariado passou pela Mata da Machada, no Barreiro, e pela associação de defesa dos Animais, “Canti-nho da Milú”, onde os ‘operá-rios’ solidários desenvolveram atividades de conservação em nome do ambiente e trataram das rotinas de dezenas de ani-mais. «Estas atividades inse-rem-se nos valores que o Mon-tepio defende todos os dias na sua ação e que faz parte da partilha que desenvolvemos na comunidade», explicou ao Semmais, Carlos Beato, admi-nistrador da instituição mutu-alista, que também participou na jornada da Mata da Machada.

Libertar a Mata da Machada de plantas invasoras

A iniciativa que decorreu na-quela área protegida, teve um

A 5.ª edição da iniciativa “7 Dias do Coração”, iniciativa do Centro Hospital de Setúbal e da Câmara municipal, que decorreu, na Aveni-da Luísa Todi, entre os dias 13 e 15 de Maio, totalizou 600 rastreios cardiovasculares. Os responsáveis do hospital fazem um balanço muito positivo perante um das doenças que estão no topo das causas de morte na região. «O objetivo de intervir na comunidade transmitindo infor-mação sobre a saúde, é um dos nossos focos, e com ele, neste caso, queremos educar os utentes a diagnosticar, prevenir e alterar com-portamentos», explicou ao Semmais Quitéria Rato, cardiologista e diretora clínica da unidade daquela unidade hospitalar. Durante a iniciativa, foram destacados cerca de 50 profissionais de saúde que prestaram conselhos e informações sobre nutrição, exercí-cio físico, colesterol, diabetes, tabagismo e hipertensão. Consultas e exames gratuitos fizeram parte também da rotina da iniciativa.

Lisnave arranca trimestre em grande força

Hospital de Setúbal fez 600 rastreios em três dias na Luísa Todi

alvo muito particular que, se-gundo os especialistas, está a gerar problemas à biodiversida-de da zona. São plantas invaso-ras, cujo número tem vindo a aumentar. «Trata-se de um pro-blema delicado, porque este tipo de plantas acaba por ‘matar’ as plantas exóticos que queremos conservar, daí que o Montepio predispôs-se a libertar a Mata da Machada desta infestação contra-natura», afirmou o res-ponsável do Montepio.

Um dia em cheio com mais de 400 voluntários em 23 locais do país. No distrito, a jornada inclui a conservação da Mata da Machada e ajuda aos animais do Cantinho da Milú.

Em termos de balanço, Carlos Beato frisou que com estas ações, a instituição consolida as fun-ções para que foi criada, «atuar de forma empresarial, sem per-der as suas raízes sociais, solidá-rias, de cidadania e de partilha». Reiterando que o Montepio «é amigo do ambiente pela ação e não com palavras», o adminis-trador quer estender esta onda de solidariedade já no próximo ano, com outras iniciativas, mais parceiros e mais voluntários.

SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015 | 5

é brilhante

ter mais de 4 milhõesde pontos de luz a iluminar todo o país

De norte a sul, estamos ligados à iluminação pública de todo o país, promovendo simultaneamente a implementação de novas tecnologias eco-eficientes que contribuem, já hoje, para que todos tenham um amanhã melhor

E mais brilhante

edpdistribuicao.pta sua energia passa por nós

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015

ALCOCHETE SALINAS COM AÇÃO DE VOLUNTARIADOAs salinas do Samouco vão acolher, no próximo dia 23, uma ação de volunta-riado promovida pela EDP, no âmbito do programa “Parte de Nós”. Esta ação tem como parceiros o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas e a Fundação para a Proteção e Gestão Am-biental das Salinas do Samouco.A organização apela para que a popula-ção trabalhe na área do voluntariado em defesa da natureza e seja ativa na preser-vação da natureza.Fonte da EDP alerta que é importante «acabar com o Chorão-das-praias no complexo das Salinas do Samouco, pelo que a população não pode perder a oportunidade de participar».

SEIXAL MOSTROU MODA DE JOVENS ESTUDANTESEdgar Neves e Danilo Monteiro, da se-cundária Manuel Cargaleiro, venceram, com o tema “Heaven”, o 22.º seixalmoda, no dia 9, na Torre da Marinha. Diz a pro-posta vencedora que “se a cor preta mu-dou o mundo da moda, desta vez é o bran-co que vem tentar revolucionar o que já foi revolucionado. Em 2.º lugar ficou Patrícia Pereira, da mesma escola, com “Classic Waves”, e o 3.º lugar foi para Inês Martins e Joana Oliveira, com o tema “XXI”.

ALCÁCER PROMOVE CAMINHADA “PÉS NO SADO”Desfrutar da natureza no seu esplendor, num passeio a pé em que é possível ob-servar fauna e flora em plena reserva do Sado é a proposta do programa “Alcácer com Vida” para dia 23. Intitulada “Pés no Sado”, a caminhada co-meça às 9 horas com a concentração dos participantes junto ao posto de turismo, e decorrerá depois entre Murta e a Car-rasqueira, incluindo uma visita ao cais palafítico. Os interessados em participar na iniciativa devem inscrever-se até dia 20, no posto de turismo. Canoagem, passeios de galeão, observação de aves e passeios de helicóptero são outras das apostas deste programa turístico, que arrancou em abril e se prolonga até final do ano.

SINES INCENTIVA REABILITAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO

A nova Área de Reabilitação Urbana (ARU) da zona da floresta de Sines e o alarga-mento dos limites da ARU já existente no centro histórico foram publicados em Diário da República no passado dia 8 e encontram-se em vigor.A nova ARU da zona da floresta abrange a ZIL 3, o parque de merendas e as vias e fren-tes edificadas da estrada da floresta e rua da floresta.A iniciativa de criação da ARU pelo município visam ajudar a criar condições para a reabi-litação dos espaços públicos integrados no seu perímetro e promover a reabilitação urba-na de habitação, comércio e indústria ligeira, mediante um conjunto de incentivos fiscais.

LOCAL

PALMELA OUVE POPULAÇÃO PARA MELHORAR TERRITÓRIOContinua a decorrer, até ao final do corrente mês, o período de receção de propostas, no âmbito do processo Orçamento Participativo 2015. Segundo fonte do município, a participação dos munícipes é “essencial para que os resultados e as prioridades a assumir para o próximo ciclo de trabalho reflitam as ex-petativas e as necessidades sentidas pelas populações, em cada ponto do território”.O debate e a hierarquização das ideias apresentadas nas reuniões realizadas em abril, nas cinco freguesias, e recolhidas através dos inquéritos, serão efetuados numa nova ronda de reuniões, em setembro, procurando integrar nas Grandes Opções do Plano 2016/19 o maior número possível de propostas.

SANTIAGO NA ROTA DA PRESIDÊNCIA NAS FREGUESIAS

A 3.ª etapa da Presidência nas Freguesias decorreu no início deste mês, na União de Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e S. Bartolomeu da Serra. Vítor Barata, presidente da União de Freguesias, sublinha o «enorme interesse» da ini-ciativa, porque, refere, «temos de ir aferindo sistematicamente o resultado das políticas que levamos a cabo. E nada melhor do que ir ao terreno, falar com as populações, além de vermos com os nossos olhos as deficiências, as necessidades e as obras realizadas».

ALMADA DÁ A PROVAR EMENTAS DE QUALIDADEAté 7 de junho, é possível saborear as 23 ementas que concorrem ao 11.º concurso gastronómico de Almada. O objetivo é promover a diversidade e a qualidade da restau-ração, apostando na gastronomia como património cultural.Há seis categorias de prémios: cozinha regional portuguesa, cozinha de autor, melhor entrada ou sopa, melhor prato, melhor sobremesa e vinho. Esta última resulta de uma parceria estabelecida com a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal. O valor das ementas completas oscila entre os 9 e os 35 euros. Com o Tejo à vista ou frente ao Atlântico, não deixe de saborear o que Almada tem de melhor.

BARREIRO DEBATE A PLATAFORMA MULTIMODAL O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, João Teixeira, o vereador da Câmara de Lisboa com o pelouro do Plane-amento, o arquiteto Manuel Salgado, e o 1.º secretário metropolitano, Demétrio Alves, são os oradores do debate “A Plataforma Multimodal do Barreiro – Contributos para a Cidade das Duas Margens”, agendado para as 21h30, do dia 26, no Museu industrial da Baía do Tejo. O diretor do jornal “Rostos”, António Sousa Pereira, será o moderador.

SESIMBRA RECEBE A FESTA DAS FAMÍLIAS Ateliês, pinturas faciais, exposições de origamis e brinquedos antigos são algu-mas das propostas da Festa da Família, organizada pela Associação de Pais da Escola Básica do 1.º Ciclo de Sesimbra. Ontem e este sábado e domingo, duran-te todo o dia, as famílias são convidadas a passar um fim-de-semana diferente e muito divertido. Além de um conjunto de atividades, como uma aula de zumba, um cordão humano, uma feira do livro e uma aula aberta de danças de salão, miúdos e graúdos podem ainda habilitar-se a muitos prémios entre os quais entradas gratuitas para o Aquário Vasco da Gama, em Pedrouços, Portugal dos Pequenitos (Coimbra) ou Kidzania (Amadora).

GRÂNDOLA ORGANIZA FEIRA SÉNIOR PARA IDOSOS

A 7.ª Feira Sénior de Grândola realiza-se este sábado, a partir das 9 horas, junto ao des-portivo José Afonso com a receção aos cerca de 400 idosos participantes dos programas para a população idosa do município e concelhos convidados, a que se seguirá a arruada pelas ruas, acompanhada pela banda da Operária Grandolense, até ao parque de feiras.Depois da abertura oficial, os idosos propõem-se realizar um ‘coração humano’, no âmbito das comemorações do mês do coração. Ainda de manhã, decorre o 10.º encon-tro de exercício físico para a terceira idade.

SETÚBAL REVIVE ESPÍRITO ACADÉMICO

A Semana Académica de Setúbal, que decorre de 21 a 31, inclui concertos, serenatas e a bênção dos finalistas e a queima das fitas.Os concertos, no campus do IPS, começam a 22 com os Buraka Som Sistema, numa noite que conta ainda com Indian Man, DJ Manu Varela e ZDeck15 & A. Morph. O recin-to abre às 21h30, com locais onde se pode comer e beber.Os Azeitonas sobem ao palco dia 23, seguindo-se os Tara Perdida, o DJ Foksen e Van Breda. A noite de 24 está a cargo do DJ Monchike, dos Dupla Mete Cá Sets e dos 4U, com o ponto alto a cargo de Quim Barreiros. No dia 25, é a vez de Badoxa, Caelum’s Edge e os DJ Simon e Monchike. Dia 27 há arraial, no polo do IPS Barreiro, com Jorge Nice, iniciativa que se repete a 29, em Setúbal, no Largo José Afonso, em Setúbal, de manhã e à tarde.

MOITA RITMOS BLUES ‘INVADEM’ NOITEO Fórum José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, encheu-se, dia 9, para assistir aos dois concertos que marcaram o Warm Up da IV edição do BB Blues Fest: a banda portuguesa The Ramblers e o inglês Ian Siegal.Nesta noite dedicada ao blues foi co-nhecido o cartaz completo do BB Blues Fest/2015, que irá realizar-se de 18 a 21 de junho, em vários espaços do Fórum Cultural e no Parque José Afonso.

MONTIJO ACOLHE FEIRA DA SAÚDE A II Feira da Saúde, promovida pela MJ Clinics – Saúde e Bem-estar, com o apoio da Câmara do Montijo, decorre este domingo, a partir das 10 horas, no estacionamento do E.Leclerc Montijo.A iniciativa conta com atividades como rastreios de saúde, nomeadamente, à diabetes, colesterol, cancro oral, rastreio dentário, rastreio auditivo ou mini-sessões de acupuntura. Decorre-rá, igualmente, uma recolha de sangue para o Instituto Português do Sangue.No local vai, ainda, decorrer um mega evento de fitness que visa promover a atividade física e desportiva. O evento, de cariz solidária, tem inscrições a 2,5 euros por pessoa, cujas receitas rever-tem a favor da Ajuda de Berço.

SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015 | 7

POLÍTICA

Paulo Morais, candidato a Presidente da República, aler-tou os políticos para acabarem com a corrupção em Portugal para que todos possamos viver melhor. O ex-vice presidente da Câmara Municipal do Porto, no mandato de Rui Rio, falava em mais uma palestra do Rota-ry Club de Palmela, no dia 13, no restaurante D. Isilda, em Palmela, sob o lema “A Corrup-ção na Origem da Crise”, que contou com a presença de 70 pessoas. Paulo Morais, que se demi-tiu do PSD, por considerar que as políticas que estavam a ser seguidas por Pedro Passos Co-elho não eram as que foram prometidas em campanha elei-toral, considera que «os dra-mas que nos têm assolado nos últimos anos derivam quase todos de problemas relaciona-

dos com a corrupção», acres-cendo que «a dívida pública é gigantesca em Portugal, sendo que 30 por cento tem origem na corrupção». A própria vida privada «das famílias, empre-sas e cidadãos, também é origi-nada de uma fortíssima espe-culação imobiliária assente na corrupção nos setores do urba-nismo das câmaras munici-pais». Na sua opinião, Portugal tem um conjunto de problemas que se refletem no Orçamento de Estado e nos orçamentos das famílias e que tem como origem, em quase na totalida-de, na corrupção». «Todos nós hoje em Portu-gal temos impostos mais agra-vados, com redução de salá-rios, com diminuição de condições sociais, ao nível da saúde e da educação, para ali-viar os problemas do Orça-

mento de Estado derivado dos fenómenos de corrupção que têm vindo a depauperar as fi-nanças públicas», afirmou o professor universitário. Na sua ótica, as soluções para combater a corrupção passam pelo «aumento da transparência, pela simplifica-ção das leis, de forma a não fa-vorecer os grandes grupos eco-nómicos, e por uma fortíssima intervenção da justiça para apanhar os corruptos e os cor-ruptores que têm lesado o pa-trimónio público e muitos mi-lhões de euros do erário público». E conclui: «Não é ad-missível em Portugal, depois de escândalos como o BPN, BES, BPP e submarinos, entre outros, o Estado português não consiga recuperar nada do que nos tem sido tirado». De acordo com Paulo Mo-

rais, Portugal ocupa o 32.º lu-gar na lista da corrupção, em 176 países avaliados, mas, ao nível da Europa, está na cauda da tabela, «a par da Itália, Gré-cia e Espanha». O presidente do RCP, Jaime Puna, que faz um balanço «ex-tremamente positivo» da reu-nião, dado que se trata de um tema que nos aflige a todos. «Com a experiência que tem tido no combate à corrupção, Paulo Morais explicou-nos, de uma forma acessível, os mean-dros da corrupção que estalou da administração pública do País e o papel que os cidadãos devem de ter para combaterem este fenómeno». O professor Marcelo Rebelo de Sousa é o palestrante da próxima reunião do RCP, que deverá ter lugar durante o mês de junho.

PRESIDENCIAIS PAULO MORAIS, CANDIDATO A PR, DEU PALESTRA SOBRE CORRUPÇÃO NO ROTARY DE PALMELA

«Só com maior transparência se consegue combater a corrupção»

AUTARQUIAS LÍDER DA CIMAL DIZ QUE ESTÃO EM CAUSA FALTA DE MÉDICOS E SEGURANÇA RODOVIÁRIA

‘Manif’ no Litoral Alentejano promete endurecer luta por serviços públicos

O presidente da CIMAL – Co-munidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, Vitor Proen-ça, garantiu esta semana ao Semmais que a manifestou agendada para a próxima sex-ta-feira vai «reforçar a luta em defesa dos serviços públicos», numa «ação de força de gran-de envergadura». Vítor Proença, que é tam-bém presidente da Câmara de Alcácer do Sal, explica está em causa, numa primeira linha, a falta de médicos na região, in-cluindo centros de saúde e no hospital do litoral alentejano. «Temos mais de 70 por cento

das pessoas sem médico de fa-mília e é reconhecido um défi-ce de quase 90 por cento nas extensões de saúde. É uma si-tuação dramática, caso não se adotem medidas que convi-dem os médicos a voltar ou se renovem contratos com ou-tros estados, nomeadamente Cuba, que é o que tem mais expressão neste tipo de con-vénios».

Intervenções na rodovia são urgentes para a segurança

Também as questões liga-das aos acessos rodoviários fazem parte do cardápio da contestação. Os autarcas pe-dem em especial intervenções nas vias entre Santo André e o Nó da Bermuda e deste até ao Terminal XXI, em Sines. «Es-tão em causa questões de se-gurança e não nos podemos esquecer do IC1, entre Alcácer do Sal e Grândola, onde pas-sam mais de 9 mil viaturas por dia», afirma Vítor Proença. Sem esquecer o impasse em torno do IP8, obra onde, segundo o autarca «já se gas-tou mais de 35 milhões de eu-ros e está esventrada à espera de uma solução». Proença ga-rante que a luta, a partir deste movimento que envolve «po-pulações, autarcas e comis-sões de utentes, é para conti-nuar até que «sejam cumpridas todas as garantias e promes-sas do governo».

REUNIÃO NA EP COM DESCONFIANÇA

As acessibilidades no litoral alentejano vão estar na ordem de trabalhos, terça-feira, numa reunião nas Estradas de Por-tugal. O líder da CIMAL foi convidado para conhecer o proje-to das obras anunciadas pela empresa em Janeiro deste ano, divulgadas em primeira-mão pelo Semmais. «Não vou com grandes expetativas, mas é preciso aguardar», disse Vítor Proença.O autarca lembrou que, no caso de Alcácer, não há muitos dias atrás, foi solicitado à Câmara elementos cartográficos, topográficos e levantes, o que significa que está tudo atrasa-do. «Quem anda nestas andanças de projetos sabe que não é num mês, nem em dois, que se pedem estes elementos. Mas queremos acreditar que vão avançar, até porque há uma do-tação de seis milhões de euros para uma das obras».O que o responsável máximo da CIMAL sabe é que vem ai a época de eleições e não há garantia de nada. «Ouvi o ministro da Economia, Pires de Lima, dizer que ‘querem ganhar as elei-ções’, portanto as legislativas estão à frente de tudo. Se se lan-çar o concurso até outubro já seria bom, mas se isso acontecer terá mesmo que ser para prosseguir a empreitada», disse.

TEXTO RAUL TAVARESIMAGEM SM

TEXTO TÂNIA NEVES

Os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Sines, Santiago e Odemira vão juntar-se, sexta--feira, para reivindi-car a reposição dos serviços públicos, em especial nas áreas da saúde e da rodovia. Os autarcas vão juntar-se à população e comis-sões de utentes.

O funeral do ex-ministro e ‘barão’ Socialista, Eduardo Pe-reira, que faleceu dia 10, aos 87 anos de idade, juntou, em Se-simbra, terça-feira, o estado--maior do partido da ‘rosa’, que incluiu o líder do PS Antó-nio Costa, o ex-presidente da República, Jorge Sampaio, o presidente honorário do parti-do, Almeida Santos, e o atual presidente Carlos César, para além de muitas outras figuras gradas socialistas. Na véspera, durante o velório, esteve pre-sente Mário Soares, a cujos governos Eduardo pereira pertenceu, respetivamente no I e IX governos constitucio-nais, com as pastas de Habita-ção e Administração Interna. «Foi um homem que se en-tregou às causas do socialis-mo com grande empenho, co-locando sempre acima de tudo a defesa dos mais fracos», re-corda ao Semmais, Raul Cris-tovão, coordenador autárqui-co da federação de Setúbal do PS. O dirigente distrital dos socialistas fala mesmo em «vazio difícil de preencher», por ter sido sempre, afirma, «um homem solidário». O desaparecimento do des-tacado socialista não deixou de ser sentido em outras for-ças políticas. Cardoso Ferrei-ra, ex-deputado do PSD, e contemporâneo de Eduardo Pereira, salienta que apesar de terem sido adversários políti-cos, a rivalidade «nunca colo-cou em causa a amizade». E acrescenta: «Tínhamos um re-lacionamento óptimo, ele era um indivíduo extraordinário, rigoroso em tudo o que fazia, e um adversário com quem dava gosto trabalhar». Para Cardoso Ferreira, atu-al provedor da Misericórdia de Setúbal, Eduardo Pereira, «foi um grande servidor da causa pública» e foi um homem que «honrou o lugar que desempe-nhou como deputado» durante tantos anos. «Foi uma perda significativa para o país e foi uma perda para a democracia portuguesa», concluiu. Recorde-se que Eduardo Pereira, natural de Sesimbra, foi destacado dirigente nacio-nal e distrital do PS e encon-trava-se já muito debilitado, na sequência de problemas de saúde que se agudizaram nos últimos anos.

Funeral de Eduardo Pereira juntou em Sesimbra estado--maior do PS

8 | SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015

CULTURA

Depois de ter vencido o progra-ma “Uma canção para ti”, da TVI, em 2009, e de ter feito grande sucesso no Japão, o jovem can-tor setubalense Miguel Guerrei-ro está de regresso às lides mu-sicais com um novo trabalho discográfico intitulado “Até ao fim”, que inclui temas pop/rock e baladas românticas. O ´rouxinol´ de Setúbal, como é conhecido, agora com 16 anos, deposita «boas» expetati-vas no seu novo trabalho disco-gráfico. «Espero que as pessoas gostem deste meu registo musi-cal e que seja um grande suces-so», afirma, acrescentando que o seu grande sonho, em termos musicais, passa por «fazer uma grande carreira musical como cantor e músico». Produzido por Jorge do Car-mo e editado pela editora Espa-cial, o CD “Até ao fim” é compos-to por 10 temas, sendo que as canções “Volta para mim” e “Não quero sonhar” foram compostas pelo próprio cantor, que estuda música há 6 anos e toca piano.

‘Rouxinol’ de Setúbal mostra o lado romântico no novo CD “Até ao fim”

Alcácer do Sal lança Festival de Teatro

«O primeiro fala de uma pessoa que perdeu o seu grande amor e quer que ela volte para ele outra vez, e o segundo fala de uma pes-soa que não quer sonhar em per-der o seu amor», conta o cantor. O vídeo-clip do tema “És só tu” foi gravado a 30 de abril no empreendimento Palmela Villa-ge, num ambiente de festa com a presença de cerca de 30 adoles-centes. «O Miguel vai declarar o seu amor a uma jovem modelo por quem supostamente está apaixonado», refere fonte da editora, que apostou no Miguel Guerreiro por «acreditar no seu talento e valor musical». Já o jo-vem cantor sublinha que a gra-vação decorreu «muito bem e espero que o público goste». Miguel Guerreiro alcançou bastante sucesso no Japão, pri-meiro no âmbito de uma cam-panha publicitária para uma marca japonesa de ambienta-dores e, depois, por intermédio de uma carreira musical que lhe valeu vários prémios e tor-nou-o num «ídolo musical sem precedentes nesse país». No Japão gravou quatro CD´s e em Portugal três, nomeadamente

TEXTO ANTÓNIO LUÍS

TEXTO JESSICA PROENÇA

“Eu quero aquela estrela”, “Eu nasci para cantar” e, agora “Até ao fim”.

A 1ª edição do ‘Encontros – Festi-val de Teatro de Alcácer do sal’, uma iniciativa da Câmara em par-ceria com a Água Ardente – produ-ções teatrais, aposta num cartaz diversificado, recorrendo a produ-tores e atores da região, mas tam-bém conta com nomes de peso, como Lídia Franco e Ana Bola. A iniciativa, considerada «um veículo de partilha» e de «transfor-mação sócio-cultural», segundo Olavo Nóbrega, diretor do Festi-val, pretende também partir à con-quista de novos públicos para o teatro. «Esse é um dos pontos cen-trais, e por isso, além das peças de teatro, vamos promover uma ex-

posição fotográfica e ‘workshops’ de representação, caracterização e expressão corporal», explicou o responsável. Confiante de que esta seja a «primeira de muitas outras edi-ções», o presidente da autarquia, Vítor Proença, entende que o “En-contros” pode ser também «uma forma de dar a conhecer o patri-mónio natural do concelho e atra-ção turística», Já que as apresenta-ções terão lugar em diversos locais históricos da cidade, nomeada-mente a Cripta Arqueológica e o recinto da PIMEL. «Não temos dú-vidas de que o festival será um su-cesso e fará de Alcácer «um local de encontro turístico e cultural», acrescentou o autarca.

É PRECISO FAZER UMDESENHO?FESTADAILUSTRAÇÃOSETÚBALJUNHO2015

CASA DA CULTURAGALERIA DO 11CASA BOCAGEGALERIA DO BANCO DE PORTUGALFÓRUM LUISA TODICLAUSTROS DO IPSCASA DA AVENIDAMUSEU DO TRABALHOLAVADOUROS DE AZEITÃOLARGO DA RIBEIRA VELHALARGO DA MISERICÓRDIALARGO DA FONTE NOVALOJAS DA BAIXA

Chama-se ‘Encontros’, realiza-se entre os dias 5 e 28 de Junho, e promete fazer de Alcácer um ponto de referência artístico e cultural da região

SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015 | 9

CULTURA

MONTIJO16SÁBADO21H30SOLISTAS DA METROPOLITANATeatro Joaquim D´Almeida

Os solistas da Metropolitana Janete Santos (flauta), Daniela Radu (violino) e Vladimir Kouznetsov (contrabaixo) interpretam as obras completas do compositor italiano Arcangelo Corelli. Neste concerto juntam-se ao violino uma parte de flauta e a tradicional formação do baixo contínuo.

PALMELA16SÁBADO21H30ENCONTRO DE CORAISTeatro S. João

Concerto pelo coral Anaconda, da comunidade latino-america-na de Bruxelas, com a participação especial do Coral Luísa Todi, de Setúbal. Este evento integra-se nas comemorações dos 800 anos da língua portuguesa.

SETÚBAL17DOMINGO17HAPELO À CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA Forum Luísa Todi O Espelho Mágico recupera “As Aventuras de Rom Rom e Fofoca”, de Fernando Guerreiro, que contam a história de umas férias na Antártida que se transformam numa grande aventura, onde não faltam vilões, heróis da BD, um cão chamado Rom Rom e a Fofoca, uma simpática foca em perigo.

ALMADA17DOMINGO16HCICLO S. CARLOS “MODERNIDADE”Teatro Joaquim Benite No âmbito do ciclo S. Carlos, o terceiro concerto comentado, intitulado “Modernidade”, inclui a atuação de Dora Rodrigues (soprano), Mário Alves (tenor) e Irene Lima (violoncelo), com João Paulo Santos ao piano, que interpretam obras de António Fragoso, Luís de Freitas Branco, Óscar da Silva e Ruy Coelho.

SEIXAL17DOMINGO16HAlice no País do Soldadinho de ChumboCinema S. Vicente, “Alice no País do Soldadinho de Chumbo” é o novo espetáculo da Animateatro. O que têm o conto “O Soldadinho de Chumbo”, de Hans Christian Andersen, e a obra de Lewis Carroll, “Alice no País das Maravilhas”, em comum? Nada. Para compreender-mos este espetáculo, teremos que nos deixar guiar pela reação espontânea da criança.

SESIMBRA22SEXTA21H30MUSICAL “ROSA-CÃO”Teatro João Mota Com coreografia e interpretação de Ainhoa Vidal, bailarina espanhola de renome, e Pedro Gonçalves, dos Dead Combo, na direção musical, o espetáculo de dança e música “Rosa-cão”, construído com uma orquestra de jovens músicos de Sesimbra, conta a história de vida de uma mulher metade rosa, metade cão.

O grupo Theatron – Associação Cultural, de Montemor-o-Novo, apresenta este sábado, no auditó-rio municipal do Pinhal Novo, às 21h30, a peça “O Coração de um Pugilista”. Trata-se de um texto que mos-tra o melhor de dois seres: o en-contro e o confronto de duas gera-ções, o desafio da descoberta, uma história de amor e coragem, o tempo que passa e não espera. Onde nos levam as nossas esco-lhas? Qual o momento decisivo? Há sempre alguém que nos mostra um outro lado da coisa, mesmo quando tudo corre mal.

Este espetáculo venceu vários prémios, nomeadamente: Melhor Interpretação Masculina Secun-dária (Paulo Quedas) e Principal (Bernardino Samina), no Concur-so Nacional de Teatro 2015 organi-zado pela Federação Portuguesa

PASSATEMPO GANHE CONVITES PARA PEÇA INFANTIL DO SEMENTES

No âmbito da 20.ª edição do Sementes – Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público, te-mos 5 convites duplos para oferecer para a peça “A Maior Flor do Mundo e Outras Histórias Segundo José”, pelo Teatro Art´Imagem, do Porto, que sobe à cena do Forum Romeu Correia, em Almada, no dia 23, às 16 horas. Inspirada na obra de José Saramago, a peça tem encenação de José Leitão e inter-pretação de Daniela Pêgo e Flávio Hamilton. Basta ligar 96 943 10 85.

PRODUÇÃO PREMIADA SOBE AO PALCO DE PINHAL NOVO

de Teatro, município da Póvoa de Lanhoso e Instituto INATEL, bem como os prémios de Melhor Espe-táculo e Melhor Cenografia, no Festival Internacional CALE-se 2015, organizado pelo CALE Estú-dio Teatro, de Canidelo – Gaia.

O 32.º Festival de Teatro de Al-mada, organizado pela Compa-nhia de Teatro de Almada, vai reunir produções de criadores

32.º FESTIVAL DE TEATRO DE ALMADA JÁ MEXE

AGEN

DA

como Peter Stein, Christoph Marthaler, Luis Miguel Cintra, Matthias Langhoff e Katie Mi-tchell.

Segundo a organização, esta edição, reúne todas as condições para que seja «uma das melho-res de sempre». No total, haverá 27 espetáculos distribuídos por 56 sessões, em 14 salas de teatro de Almada e Lisboa, com peças oriundas de nove países da Eu-ropa e da América Latina. A programação de 2015 conta ainda com quatro criações por-tuguesas, uma das quais o “Ham-let”, de William Shakespeare, com direção de Luis Miguel Cin-tra, numa co-produção inédita entre o Teatro da Cornucópia e a Companhia de Teatro de Almada. As assinaturas já estão à venda. Uma geral custa 70 eu-ros; Jovens até aos 25 anos pa-gam 40 euros e os sócios do Clube de Amigos do TMJB, pa-gam 60 euros. O certame, que decorre de 4 a 18 de Julho, será apresentado a 19 de Junho, pelas 21h30, na Casa da Cerca, em Almada.

CORAIS ALENTEJANOS ABRAÇAM SETÚBAL

O 10.º “Encontro de Corais Alentejanos – Alente-jo Abraça Setúbal” realiza-se este sábado, com di-versas atividades culturais. O ponto alto do evento é um concerto no Largo da Misericórdia, marcado para as 12 horas, após o tradicional desfile dos grupos pelas ruas da baixa, com início na Praça de Bocage, às 11 horas. O evento começa às 10 horas, nos Paços do Conce-lho, com confraternização e troca de lembranças entre os grupos participantes. A iniciativa, organizada pelo município, assume ainda maior relevo depois da elevação do cante alentejano a património imaterial da humanidade.Além do grupo anfitrião, a iniciativa conta com a participação dos grupos “Os Amigos dos Sadinos” (Setúbal); “Lírio Roxo” (Seixal); os “Cubenses Ami-gos do Cante” (Cuba), e do grupo feminino “As Cei-feiras de Pias” (Serpa). O encontro inclui a exibição do filme de Sérgio Tréfaut, “Alentejo, Alentejo”, no auditório Charlot, às 16 e às 21h30, com entrada gratuita.

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015

NEGÓCIOS XV CONCURSO DE VINHOS DA CVRPS

Sivipa brilha mais alto no XV concurso de vinhos da CVRPS

A Sivipa, de Palmela, é a grande vencedora do XV Concurso de Vinhos da Península de Setúbal or-ganizado pela Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS), que tem como principal patrocinador a Caixa de Crédito Agrícola Entre Tejo e Sado. Das 9 medalhas con-quistadas pela Sivipa, é de destacar o tinto “Veritas 2013” e o rosado “Terras do Sado 2014”, que foram con-siderados dois dos quatro melhores dos melhores

néctares a concurso. Em 2.º lugar ficou a Cooperativa de St.º Isidro de Pegões, que alcançou 7 medalhas, enquanto a Casa Ermelinda Freitas conquistou 6 medalhas e posicionou-se no 3.º lugar, levando ainda para Fer-nando Pó a medalha de ouro pelo melhor vinho branco de todo o concur-so, o DO Palmela “Dona Ermelinda 2014”. O Mos-catel Roxo 20 Anos da José Maria da Fonseca mantém os títulos de Me-lhor Vinho e Melhor Vinho

Generoso do concurso. A entrega das 39 me-dalhas de ouro e troféus decorreu na quinta-feira, na igreja de Santiago, lo-calizada Castelo de Pal-mela, com a presença de diversos produtores de vi-nhos envolvidos no con-curso, dos presidentes de Câmara de Palmela, Seixal e Sines, do vice-presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, entre muitas outras personalidades. Dos 128 vinhos a con-curso, 94 são Regionais Península de Setúbal, 19

DO Palmela e 15 DO Setú-bal (Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo de Setú-bal). Destes foram premia-dos 22 vinhos regionais, 12 Palmelas e 5 Moscatéis de Setúbal, pertencentes a 12 empresas, perfazendo 39 distinções. O concurso fi-cou marcado pelo aumen-to de 25 por cento de amostras em prova e tam-bém pelo número recorde de participantes.

O orgulho dos produtores

Filipe Cardoso, enólogo da Sivipa, mostrou-se «muito satisfeito» com as meda-lhas conquistadas, subli-nhando que a adega, ao longo do ano, tenta fazer o melhor possível, reconhe-cendo que os vinhos da região estão «cada vez melhores e a conquistar maior quota de mercado». A empresa de Palmela, que apresentou este ano 15 vinhos a concurso, su-blinhou que o sucesso dos vinhos da Sivipa deve-se ao «trabalho de toda a equipa». Jaime Quendera, enó-logo da Cooperativa Agrí-cola de St.º Isidro de Pe-gões, afirmou que as medalhas conquistadas no concurso da CVRPS é sinal de que a adega está a fazer «um bom trabalho», sempre com a aposta na «qualidade com um bom

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGENS TÂNIA NEVES

A CVRPS distri-buiu 39 medal-has de ouro aos melhores vinhos da região, num concurso que bateu recordes de participação. A Sivipa foi a empresa que mais brilhou.

preço». E confessou que a empresa está com um bom crescimento de ven-das no mercado externo, como no Canadá, China, Inglaterra, Alemanha e Su-écia. Já Leonor Freitas real-çou que cada prémio é «uma responsabilidade», pelo que todos são recebi-dos com «muito carinho». «Temos que ser cada vez melhores e corresponder àquilo que nos é atribuído. Estou muito satisfeita por ganhar prémios na nossa região. Isto revela a gran-de qualidade dos nossos vinhos», sublinhou, acres-centando que o lema da empresa é «fazer grande vinhos com a melhor rela-ção preço/qualidade». O presidente do muni-cípio de Palmela, Álvaro Amaro, não tem dúvidas de que o concurso da CVRPS continua a ser «uma exce-lente mostra e montra da pujança dos vinhos da nos-sa região», pelo que a enti-dade certificadora de vi-nhos «está de parabéns» bem como os vitiviniculto-res que têm conquistado «muitos prémios e pontua-ções elevadas». A cerimónia, apresenta-da por Carlos Lopes, da Rá-dio SIM, contou com mo-mentos musicais e de dança a cargo de Pedro Dias (gui-tarra portuguesa) e da bai-larina Andreia Pereira.

SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015 | 11

LUÍS MARQUES, ADMINISTRADOR DA ÁREA COMERCIAL DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA ENTRE TEJO E SADO

«Promovo os nossos vinhos nos restaurantes»

HENRIQUE SOARES, PRESIDENTE DA CVRPS

«2014 deu um pequeno passo atrás no crescimento do setor do vinho»

O administrador da área comercial da Caixa de Crédito Agrícola Entre Tejo e Sado, Luís Marques, entidade que patrocina há vários anos o concurso da CVRPS, afirmou que se trata de uma iniciativa «marcante» na região que está a ser organizada por uma equipa «muito ativa que tem contribuído para o desenvolvimento da Península». Na sua opinião, o Crédito Agrícola tem feito «grandes parcerias» na área do setor do vinho, uma vez que «pre-tendemos estar presentes neste evento fundamental para nós». Luís Marques, que confessou ser apreciador de vi-nhos da nossa região, sempre que não encontra os nos-sos queridos vinhos nos restaurantes, faz questão de lá voltar e deixar uma garrafa de vinhos, como forma de «promover a região», porque «temos de vinhos de gran-de qualidade a preços muito competitivos».

Henrique Soares, presi-dente da Comissão Vitivi-nícola Regional da Penín-sula de Setúbal, após agradecer a todos aqueles que se empenharam e apoiaram o XV Concurso de Vinhos, revelou que o concurso contou com a envolvência de 128 vinhos oriundos de 23 empresas, o que constitui um «núme-ro recorde de vinhos» na história do evento.

Reconheceu que 2014 «não foi um ano fácil» mas constituiu «mais um teste à capacidade dos produtores de diversificar mercados». Além disso, 2014 gerou «al-gumas surpresas positi-vas», uma vez que as difi-culdades sentidas em Angola, Brasil e Portugal, foram ultrapassadas com «o desbravar de novos mercados», como Canadá, Estados Unidos, Noruega,

Japão, China, México, S. Tomé, Sérvia e Ucrânia. Henrique Soares real-çou que o DO Palmela bri-lhou em 2014, tenho sido o seu melhor ano de sempre, pelo «seu crescimento e afirmação comercial e tam-bém na exportação, porque os vitivinicultores conse-guiram fazê-lo sem recor-rer a decréscimo de preço». 2014 registou forte in-vestimento da CVRPS em

promoção nos mercados externos, de onde se desta-ca a execução da candida-tura “Países Terceiros”, com ações nos mercados de Angola, Brasil e China, através de provas e visitas inversas de jornalistas e compradores destes três mercados. No mercado na-cional é de destacar a pre-sença em eventos dedica-dos à região em Lisboa e no Porto, em parceria com o

Turismo de Lisboa. Henrique Soares reco-nheceu que em 2014 o setor vitivinícola deu um «pe-queno passo atrás», após 5 anos de «intenso» cresci-mento. «O patamar de cer-tificação, entretanto atingi-do, fará com que doravante seja muito mais difícil cres-cer e muito improvável que o mesmo aconteça ao rit-mo verificado entre 2009 e 2013», vincou, acrescentan-

do que «o grande desafio será, por isso, e cada vez mais, aumentar o preço médio de venda por contra-partida do aumento da no-toriedade e de reconheci-mento da Península de Setúbal enquanto região que produz não só vinhos de muito boa qualidade/preço, mas, fundamental-mente, vinhos de excelente qualidade seja qual for o preço».

12 | SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015

A Adega Cooperativa de Pal-mela prepara-se para «investir em novo equipamento e infraes-tururas», consolidar o «nosso projeto de exportação» e conti-nuar a trabalhar, com «grande empenho», na estruturação das vinhas dos associados. ACP ganhou duas medalhas de ouro no XV concurso de vi-nhos da CVRPS, com o vinhos “Vale dos Barris Syrah – Colheita Seleccionada 2013” e “AC Palme-la Bonga – Colheita Selecciona-da 2013”, dois tintos RPS. Luís Silva, enólogo da em-presa, confessa que o concurso «correu bastante bem», porque, considerando que «não temos muitas marcas, estou muito sa-tisfeito com os resultados». O Palmela Reserva, que ainda está em «maturação» não foi enviado a concurso, mas, o Moscatel de 2005 já conquistou «uma meda-lha de ouro» no concurso da CVRPS. E o “Vale dos Barris” já ganhou, há dois anos atrás, o Melhor Vinho do concurso da CVRPS. Mostrou-se ainda muito sa-tisfeito com a aposta no vinho “Bonga”, um «vinho de meda-lhas», de «média gama, com uma qualidade fantástica», lançado em outubro do ano passado no Angola Wine Festival. «Foi um grande sucesso, teve logo mui-tas encomendas», vincou, acres-

centando: «É um mercado fan-tástico e esperemos que a situação melhore em Angola, onde os nossos produtos são muito apreciados. Também va-mos trabalhar no mercado bra-sileiro e insistir no mercado chi-nês».

Historial de peso

Fundada em 1955, iniciou a sua atividade em 1958. A ACP é um dos principais polos de de-

Adega de Palmela na vanguarda da tecnologia

senvolvimento do concelho. A principal zona vitícola situa-se na planície arenosa que consti-tui grande parte do concelho de Palmela. Iniciou a sua atividade com 50 associados e com uma pro-dução que não excedia os 1,5 mi-lhões de litros. Hoje, a produção ultrapassa os 8 milhões de litros, e a adega dispõe de capacidade para atingir os 10 milhões. Tem atualmente 300 asso-ciados que possuem uma área

combinada de mil hectares. Uma parte substancial da sua produção é engarrafada através de 5 linhas automáticas com capacidade para 10 mil garra-fas/hora. A ACP é uma unidade certificada (ISO 9001-2000) desde Junho de 2003 com a de-dicação e esforço dos seus 40 funcionários. Produz as marcas Pedras Ne-gras, Vale dos Barris, Adega de Palmela, Adega de Palmela e Pal-ma, aguardente vínica velha.

TEXTO ANTÓNIO LUÍSIMAGENS TÂNIA NEVES

A Adega Cooperativa de Palmela prepara novos investimentos em equipamentos e infra-estruturas para consolidar a fase de internacionalização. Os responsáveis afirmam que os resultados do empenho da empresa, dos seus colaboradores e associados estão a dar nas vistas.

NEGÓCIOS XV CONCURSO DE VINHOS DA CVRPS

SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015 | 13

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015

FUTEBOL A DUAS JORNADAS DO FINAL DA LIGA, VITÓRIA DE SETÚBAL PROCURA MANUTENÇÃO

Obrigatório ganhar ao Arouca para salvar a época

ORDENADOS EM ATRASO REABRE CRISE NO BONFIM

Embora não confirmado pelo presidente Fernando Olivei-ra, as notícias que correm na cidade dão conta de ordena-dos em atraso uma vez mais no Bonfim. Aliás, as notícias indicavam até que os jogadores se teriam recusado a trei-nar face aos atrasos nos vencimentos. O líder sadino reme-te comentários sobre o assunto para «depois do jogo com o Arouca, uma vez que existem outros assuntos de maior prioridade e para os quais todos estamos focados», diz adiantando que «todas as notícias em torno do plantel são falsas». Fonte oficial do clube confirmou, no entanto, que a ordem de pagamento para os salários de Fevereiro só foi dada no início desta semana, ficando assim por regularizar os or-denados a partir de Março.

DESPORTO

Se o Vitória não fazer pelo me-nos três pontos cai mais uma vez para a divisão secundária. A ex-petativa é muita para os lados do Bonfim e, como se não bastasse há a crise financeira para gerir. Está tudo muito cinzento.Marta David A duas jornadas do fim do campeonato o Vitória continua à procura dos três pontos que sig-nificam a manutenção e sosse-gam sócios, simpatizantes, equi-pa técnica e direção. Em Setúbal, este fim-de-semana, tudo se conjuga para que assim seja, mas os fracos resultados e as más exibições da equipa ao longo de toda a temporada, fazem deses-perar os vitorianos. Com o Penafiel já despromo-vido à II Liga resta saber se será acompanhado pelo Vitória ou pelo Gil Vicente. Em caso de em-pate pontual no final da Liga, a vantagem é dos jogadores do Bonfim que conquistaram qua-tro pontos no embate entre as duas equipas. Na primeira volta o Vitória ganhou em casa por dois a zero e foi empatar a uma bola no terre-

no dos gilistas. No entanto, e apesar de estar em vantagem, o Vitória precisa de pontuar frente ao Arouca, este domingo, a partir das 18 horas, para evitar o sufoco de outras épocas. Matematica-mente, o Gil Vicente tem seis pontos mais fáceis de conquistar, até porque o Vitória encontra o Sporting de Braga na última jor-nada, mas, sabendo aproveitar a

vantagem, os sadinos ganhando em casa frente ao Arouca resol-vem a questão da manutenção.

Dia do Vitoriano para dar ânimo

Não será, seguramente por falta de apoio da massa associati-va que o Vitória se encontra uma vez mais numa situação compli-cada a duas jornadas do fim. Ain-

XV Raid Bicasco anima águas do Sado este fim-de-semana

Cerca de meia centena de em-barcações participa, este fim-de--semana, no “Sadocat 2015 – XV Raid Bicasco”, que se realiza en-tre o estuário do Sado e a costa atlântica. A prova de vela, integrada nos Jogos do Sado, conta com a participação de várias dezenas de tripulantes, de equipas maio-ritariamente portuguesas, estan-do prevista também a presença de composições inglesas, holan-desas e algumas espanholas. Os catamarãs em prova per-tencem às classes F18, Dart e Ho-

bie, embarcações compostas por dois cascos, movidas, exclu-sivamente, pela força do vento. A primeira regata realiza-se no dia 23, entre as 14h00 e as 18h00, estando a segunda mar-cada para 24, a partir das 12h00, com entrega de prémios agen-dada para as 17h00. A prova náutica decorre num percurso que engloba a frente da cidade, a entrada da Comporta e a costa atlântica. A chegada das tripulações pode ser acompa-nhada ao longo de toda a zona ribeirinha.

A Selecção Nacional de Sub-20, às ordens do compenetrado técnico setubalense Hélio Sousa (campeão mundial em 1989) já está muito longe de todos nós, na Austrália (Sydney) benefi-ciando da adaptação climática e de fusos horários expectáveis na Nova Zelândia, onde em 31 de Maio, frente ao Senegal, inicia o seu percurso no Campeonato do Mundo, onde se estreou em 1979, no Japão. O certame engloba 24 países divididos por 6 séries, com a seguinte distribuição por Continentes: Europa-6; América do Sul-6; África-4; Ásia 3; Oceania-3; América Central-2.Hélio Sousa teve algumas dificuldades na escolha de 21 jogadores, prescindindo de Ruben Neves (F.C. Porto) e Bernardo Silva (Mónaco) com vista à Selecção consequente, dos Sub-21, que tem compro-missos similares de competição.Não há jovens do Vitória de Setúbal no lote de seleccionados, o que não costuma acontecer.A escolha final para a Nova Zelândia (a partir de 31 de Maio) trouxe consigo algumas novida-des sob especiais expectativas. É bem o caso de Estrela, de 19 anos, a jogar nos Estados Unidos e do ainda júnior Guedes, do Benfica.A viagem para os antípodas tem uma etapa intermédia em

QUATRO LINHAS

DAVID SEQUERRAColaborador

Os jovens “Neozelandeses”

Sydney onde a 20 e 24 de Maio Portugal ensaiará frente ao Ghana e ao Brasil.Depois, já na Nova Zelândia e a “doer” a estreia far-se-á perante o Senegal que tem tido uma rodagem valiosa, desde os tempos do português Norton de Matos.Os outros dois jogos da “poule” cumprir-se-ão com o Qatar (campeão asiático) e a sempre forte Colômbia.Conforme afirmou Hélio Sousa, bastante confiante, é de extrema importância vencer o 1º jogo, superando a atlética equipa do Senegal.Os jovens portugueses benefi-ciam de uma preparação cuidada desde 2013, tendo sido vice-campeões da Europa em 2014, com 14 elementos de tal proeza sobrantes para a Nova Zelândia, uma base que perante uma boa dose de optimismo, com votos de que não haja lesões a atrapalhar.A concluir relembramos que esta Selecção de Sub-20 era a que estava convidada para uma

nova presença no Festival de “Espoirs”, de Toulon, no sul de França, onde tem marcado sempre boa participação.O técnico Hélio Sousa tem feito muito bom trabalho e, a propó-sito, refira-se que dos tão elogiados campeões mundiais de juniores, em 1979 e 1981, há nada menos do que 7 a exercer funções de destaque, aquém e além fronteiras.Recordemos: Emílio Peixe, Filipe Ramos, Brassard e Hélio Sousa nas selecções jovens; Paulo Torres, seleccionador nacional na Guiné, Paulo Sousa, de notável carreira como treinador, na Grécia e na Suíça e, em jeito de “cereja no topo do bolo”, o carismático Luís Figo, candidato a Presidente da FIFA.Convenhamos que se trata de uma plêiade de grande valia que nos incita a fazer votos para que esta geração “neozelandesa”, daqui por uns 20 anos, possa seguir a mesma rota dos ex-pupilos de Carlos Queirós.E vamos lá ganhar ao Senegal na madrugada de 31 de Maio.

da a semana passada, muitos fo-ram os adeptos que se deslocaram a Moreira de Cónegos com o ob-jetivo de apoiar o clube e garantir os pontos da manutenção. As fra-cas exibições e os maus resulta-dos apesar de tudo não têm de-movido os adeptos que este domingo voltam a organizar o “Dia do Vitoriano” no sentido de apoiar a equipa. Ao longo do dia,

no Parque do Bonfim, muitas vão ser as atividades para reunir a fa-mília vitoriana e criar um “déci-mo segundo jogador” forte que possa fazer a diferença no está-dio. O Bonfim terá portas abertas para receber todos quantos quei-ram apoiar o clube bastando para tal levantar os bilhetes para as-sistir à partida na gestão de só-cios ou nas bilheteiras.

SEMMAIS | SÁBADO | 16 DE MAIO | 2015 | 15

GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA

Paulo G. LourençoInvestigador SocialQuando se conta uma história,

convém conhecer bem o tema que se querer narrar, sob pena daquele leitor que se interessa pela narrati-va, dizer que se trata de uma história mal contada.De facto, a história recentemente contada sobre os “netos e sobrinhos chamados a pagar lares de idosos” é sem margem de dúvidas uma história, muito mal contada.Depois de ouvirmos e de lermos o que os representantes das instituições da Economia Social narraram sobre o tema, fica-se com a ideia que são estas organi-zações que suportam o desfasa-mento que existe, entre o custo real de um idoso numa Estrutura Residencial para Idosos ( “ERI” nome pomposo que dão aos Lares de Idosos) e a comparticipação do Estado, a qual é da ordem dos 359 euros, acrescida de 113 euros para as situações de maior dependên-cia, sendo o custo da instituciona-lização em Lar de Idosos, superior a 1.000 euros.

Quem contou a história e foram muitos os autores a explanar o assunto, omitiu, por desconheci-mento, o que eu não acredito, que quem suporta a totalidade dos custos do acolhimento num ERI, ou num Lar de Idosos, o que lhe quiserem chamar, são, sempre foram e continuarão a ser os próprios idosos, incluindo a sua família.Sendo o valor médio das reformas dos pensionistas da Caixa Geral de Aposentações e da Segurança Social da ordem dos 364 euros, pensar que o leitor acredita que o diferencial do custo é suportado na totalidade pelas instituições que dizem ter mais de 500 anos ao serviço dos mais desfavorecidos, é uma tentativa de passar um atestado de ignorância aos leitores, partindo-se da premissa que estes só lêem as pequenas histórias que vêem nas “gordas dos jornais”.Acreditar que são as organizações que se dizem não lucrativas (para o que lhes convém) que são estas

que sustentam os custos das fraldas, dos medicamentos, das visitas a Fátima, das consultas de especialidade, das análises, dos óculos que se perdem todos os meses, da roupa melhor que desaparece, mesmo estando marcada com marcador de tinta permanente e o próprio funeral, é fazer um juízo de valor depreciati-vo, não do leitor, mas sim das famílias e das pessoas mais velhas que foram obrigadas a ir para um Lar de Idosos.É um facto que o perfil do idoso institucionalizado alterou signifi-cativamente na última década; maior longevidade, maior prevalência das situações com demência, aumento da procura para as situações com grande dependência, acamados, entre outros factores, contribuíram para um aumento expressivo do custo médio por utente por ERI. Contudo, não podemos acreditar que só agora é que as ditas

OPINIÃO

A rápida evolução da nossa sociedade para um mundo cada vez mais digital favoreceu o crescimento do comércio eletrónico, que se encontra no seu auge. Esta tendência é demonstra-da em diversos estudos e reforça-da devido ao crescente fenómeno da mobilidade. De facto, e tal como reflete um relatório recente da PayPal, prevê-se um cresci-mento do comércio móvel em Espanha na ordem dos 48%, entre 2014 e 2015, muito acima dos 13% de aumento que se espera no mesmo período para o comércio eletrónico em geral.Esta realidade trouxe um novo ambiente de interação entre compradores e vendedores, com novas regras e diretrizes que mudaram substancialmente as relações comerciais tradicionais.Muitos consumidores encontra-ram no e-commerce uma forma cómoda e, inclusive, mais económica para realizar as suas compras sem terem que se restringir a um determinado horário, ou a um local específico. Do lado das empresas, estas têm visto no mundo online uma forma de escoar os seus produtos de forma mais ágil, sem necessidade de contarem com grandes estruturas e, por conseguinte, com menos custos. Além disso, a atividade comercial através da Internet oferece às empresas uma

nova via para fidelizar e dar resposta às exigências dos clientes, utilizando os mesmos canais que estes já utilizavam para comunicarem, informarem--se, relacionarem-se e desenvol-verem as suas atividades de lazer.No entanto, para dar início a um negócio na Internet não basta criar uma loja online à qual o cliente pode aceder e, autonoma-mente, comprar e pagar os seus produtos e ir embora. Na verdade, o cliente não está disposto a sacrificar um atendimento de qualidade pelo simples facto de estar a fazer as suas compras através de uma plataforma online. Muito pelo contrário, o cliente exige um atendimento muito mais personalizado, direto e ágil, potenciado pelas possibilidades disponibilizadas pela comunica-ção digital e, consequentemente, pela comunicação móvel.Neste ponto, as empresas especializadas em atenção ao cliente trazem um grande valor para os negócios online. De facto, a experiência e o profissionalismo dos agentes, as soluções omnica-nal e os novos serviços no ambiente de contact center contribuem para superar os obstáculos num mundo digital, que é capaz de chegar a um crescente número de pessoas, mas nem sempre prestando o serviço mais adequado ao cliente.

Contudo, o valor dos serviços externalizados de atenção ao cliente não reside exclusivamente no seu contributo para a redução de custos das empresas, e também ajuda a gerir de forma mais eficaz queixas, consultas e incidentes e desempenhando um papel importante nas vendas. O facto é que as interações têm ainda como objetivo proporcionar mudanças e aumentar a atividade dos negócios. Desta forma, uma gestão eficaz por parte de uma empresa especializada em serviços de atenção ao cliente contribui para aumentar as vendas e tem um impacto positivo na rentabilidade. Cada interação com os consumi-dores é uma oportunidade para ações de up-selling e cross-selling, fortalecer a retenção e aumentar a satisfação e, por conseguinte, gerar recomendações para novos potenciais clientes.Por outro lado, convém não esquecer que o ponto de partida para uma abordagem proveitosa e rentável da perspetiva comercial na área de e-commerce passa pelo conhecimento das regras do jogo

O valor das empresas de contact center para dinamizar o comércio online

ATUALIDADES

BENEDITA MIRANDADiretora-geral da Sitel Portugal

deste novo ambiente digital e do novo consumidor, onde a acessi-bilidade 24x7, a agilidade, a rapidez e, inclusive, a capacidade de antecipação são fatores realmente importantes. Contudo, isto não significa que o impulso da atividade comercial na Internet se fixe exclusivamente no estabelecimento de interações com o cliente através da web ou de outros canais online, uma vez que uma aproximação a partir de uma perspetiva multi-canal, contribui para proporcionar um serviço 360º que também pode resultar num aumento das vendas.O apoio através de uma empresa especialista em atenção ao cliente também facilita o impulso de novas estratégias de resultam em vendas, como o chamado customer experience ou emotio-nal marketing. Trata-se de oferecer uma experiência diferen-ciadora ao cliente com a intenção de que este perceba o valor acrescentado de um produto, ou serviço, o atraia, o motive e o leve a comprar e a recomendar a amigos.

Diretor Raul Tavares | Editor-Chefe Roberto Dores | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Proprie-dade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98semmais

Instituições se lembraram se chamar os netos e os sobrinhos, para se chegarem à frente para o pagamento da mensalidade do Lar do avô ou do tio.Quem escreveu a história das compartições familiares para o pagamentos dos Lares de Idosos, dizendo que o Regulamento é antigo, com mais de 18 anos, não leu as histórias que se contam sobre os critérios de selecção da admissão de idosos inscritos as Listas de Espera dos Lares de Idosos e que as ditas organiza-ções de origem secular, não sabem como reabilitar o patrimó-nio das doações e como angariar clientes.Em síntese, quem escreveu a história socorreu-se para construir a narrativa, de fontes de informação que não foram cruzadas com a história real das famílias portuguesas, sendo por isso, uma história muito mal contada.

Não há Futuro sem Memória

- Perdidos estamos nós todos - é uma doença - e tu acabaste de ser contagiada. Prepara-te, porque não se cura, minha fi-lha. A luz do luar dilatava-se nas nuvens do céu, que começa-vam , então, a libertar peque-nas gotas de chuva que, por sua vez, aterravam nos cande-eiros da rua, cuja luz viajava contínua, no espaço e no tem-po, acabando por esbater as rugas assentes no rosto cansa-do daquele estranho homem.- E é essa ausência de rumo que nos move todos os dias, que faz o mundo ser como é, sabes porquê? Porque as pes-soas esperam encontrar-se, ignorando, no entanto, que isso nunca vai acontecer – continuou o homem, certo do que dizia. – Nunca ninguém se encontra porque, então, tudo pararia, ficaria em suspenso, num intenso estado de felici-dade que bloquearia o planeta. A ideia de que é possível en-contrarmo-nos connosco pró-prios é um truque do Tempo – um truque bem estudado e bem desenhado, quase infalí-vel, porque quando é revelado a alguém, a ilusão persiste e vence, aliás, a esperança pene-tra de modo tão profundo to-dos os nossos poros que pas-samos a vida inteira a tentar perceber quem somos. É pos-sível que nunca cheguemos a descobrir e é possível que des-cubramos com a morte, ou, vendo de outra forma, talvez não seja impossível encontrar-mo-nos, talvez possamos en-contrarmo-nos, acabando por morrer nesse preciso momen-to. Estás perdida? Não te preo-cupes, todos estamos.Olhei para o pequeno cão ra-feiro enquanto escutava o ho-mem e, quando ele terminou, levantei os meus olhos e fixei--os nos dele. Assenti, despedi--me gestualmente e saí dali.Fui para a casa da Lara e, no dia seguinte, voltei para casa, tendo agora a certeza de estar no caminho certo, de volta à cegueira.

LETR

AS EM

PAPE

L QU

ADRIC

ULAD

O

Margarida NietoEstudante

As Intrínsecas Questões do Ser (Parte V)