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MINHA SÉRIE... Os leitores desta coluna certa- mente notaram que, merecida- mente, diga-se de passagem, este quem vos escreve estava em férias. E, só para constar, elas foram excelentes. Diversos motivos colaboraram para is- so. O primeiro é que pude sair para aproveitar o mês de des- canso sem qualquer preocupa- ção, pois sabia que este espa- ço, tão querido, ficaria nas mãos da amiga e editora Lalá Ruiz. Ela, aliás, trouxe aos leito- res diversas entrevistas e curio- sidades de séries consagradas, como Orange is the New Black, e também de outras fresqui- nhas, como Sense8. Legal, não?! O segundo motivo é que to- dos os dias destas esperadas fé- rias foram preenchidos por uma incrível viagem, começan- do por Orlando, seguindo para o Canadá, onde pude conhe- cer, de trem, toda a costa leste, e terminando na vibrante No- va York. E, foi justamente no úl- timo destino das férias, no final- zinho da semana passada, que mais uma situação colaborou para a coroação deste excelen- te período que passei. Que a Big Apple é cenário das mais diversas produções audiovisuais, isso não é novida- de, mas dar de cara com a gra- vação de uma série em plena Times Square, isso é para dei- xar qualquer amante do gêne- ro, principalmente um que é jornalista e escreve sobre o as- sunto, enlouquecido. Pois é, ca- ros leitores, eu posso ter me desligado por quatro domin- gos das séries, mas elas me se- guem onde quer que eu vá. E retornar das férias e para a colu- na para contar essa experiên- cia é muito bom. A bola da vez, no caso, foi a novíssima Mr. Robot, um “cy- ber-thriller” psicológico produ- zido pela NBC Universal e estre- lado por Rami Malek ( Uma Noi- te no Museu e as séries The Paci- fic e The War at Home). A série estreou nos EUA, no USA Ne- twork, no dia 26 de junho — o terceiro episódio foi ao ar na úl- tima quarta-feira — e mostra a vida de Elliot Alderson (Malek), um jovem de Nova York que se resume como um engenheiro de segurança de dia e um hac- ker vigilante à noite. Mas a reali- dade não é bem assim. Elliot é quase um lunático, regado a morfinas e medica- mentos pesados, que anda de metrô e tem uma vida miserá- vel. Fala sozinho, tem dificulda- de para separar ilusão de reali- dade e passa a vida bisbilhotan- do a vida dos outros, seja por pura curiosidade, seja para pro- teger (do jeito dele) pessoas que gosta, como a melhor ami- ga Angela (Portia Doubleday) e a psicóloga Krista (Gloria Reu- ben), ou mesmo para detonar e mandar para a cadeia contra- bandistas, pedófilos e adúlte- ros. Sua vida muda quando ele é desafiado pelo misterioso Mr. Robot (Christian Slater, muito bem, aliás), mentor de uma re- de de hackers chamada F Socie- ty, a derrubar um dos maiores conglomerados financeiros dos Estados Unidos — a Evil Corp. Um grupo, por sinal, que é cliente da empresa de segu- rança cibernética em que Elliot trabalha. Segundo o Mr. Robot, 70% de todas as dívidas da so- ciedade são cobradas pela Evil Corp e, caso eles conseguiam derrubá-los, o país recomeça- ria do zero, sem dívidas e sem ter sua vida e seu dinheiro con- trolados pelos poderosos. Por mais difícil que possa parecer, boa parte da Times Square, no dia 2 de julho, à noi- te, foi fechada para a equipe de Mr. Robot rodar o nono (e pe- núltimo) episódio — uma gi- gantesca manifestação a favor da F Society. Até o dia da grava- ção, apenas dois episódios ti- nham ido ao ar e, na história, a organização ainda era um se- gredo muito bem guardado. Eles, aos poucos, estavam con- seguindo se infiltrar na Evil Corp, mas de forma completa- mente anônima. Tudo o que acontecia nas gravações era visível aos inúme- ros turistas que passavam por ali e fotos era permitidas, desde que sem flash. Avisos por toda a área, entretanto, indicavam que ali estavam acontecendo filmagens da série e que, se vo- cê estivesse naquela área, con- cordava em, possivelmente, aparecer na série, liberando a sua imagem para a produtora. As gravações daquele dia deixaram claro que, no decor- rer da trama, os planos de Mr. Robot, Elliot e companhia se- rão escancarados de alguma forma e que, parte da socieda- de, irá apoiá-los. Cartazes com “F Society para presidente”, “abaixo aos débitos” e “nós fi- nalmente acordamos” davam o tom da manifestação, en- quanto uma mulher e uma criança (ainda não apresenta- dos na trama) tentavam passar pelos manifestantes. Críticas positivas A série recebeu ótimas críticas da mídia especializada ameri- cana, sendo considerada por al- guns como a melhor série cy- ber dos últimos tempos. E real- mente o enredo é poderoso, muito diferente, por exemplo, de CSI: Cyber, que se mostrou extremamente cafona. Aqui, as discussões cibernéticas são mais aprofundadas e as tramas paralelas pesadas e bem desen- volvidas. Bom, para fechar a Ti- mes Square em plena semana do feriado de 4 de julho, dá pa- ra ver que investimento na tra- ma não falta. Só para ressaltar o quão sor- tudo sou, esta não foi a primei- ra vez que me deparei com uma importante gravação du- rante as férias. No ano passa- do, na Áustria, pude assistir, de camarote, Helen Mirren e Ryan Reynolds nas filmagens do longa-metragem A Dama Dourada (Woman in Gold), do cineasta britânico Simon Cur- tis (Sete Dias com Marilyn). O filme já estreou nos Estados Unidos (estava até disponível no catálogo do voo de volta ao Brasil) e deve chegar aos cine- mas nacionais no mês que vem. Mr. Robot, por outro lado, ainda não tem previsão de es- treia no Brasil, mas como a sé- rie é boa, e já foi até renovada para a 2ª temporada, logo pinta nas nossas telinhas. Fico ape- nas ansioso para saber o que, por sorte, vou acompanhar no ano que vem para, assim, po- der contar aqui para vocês. Aguardemos. Daniele Groff, 22 anos, fotógrafa “Sou apaixonada por American Horror Story por vários motivos. Gosto da forma que eles trabalham os personagens, que de alguma forma sempre são fixos em cada temporada. Dificilmente vemos uma rosto estranho na tela. Amo como a série aborda os temas, desde a casa assombrada até o circo. Afinal, quem nunca teve medo de um manicômio ou de um circo dos horrores? Ou seja, é o tipo de série que sempre faz você pesquisar algo na internet para saber mais e mais, uma forma de interação com o telespectador simplesmente fantástica.O ator Rami Malek, o protagonista da série Mr. Robot: boa surpresa Figurantes durante a gravação do nono (e penúltimo) episódio da série Mr. Robot em plena Times Square, em Nova York, na noite do dia 2 de julho Cyber-thriller MR. ROBOT acompanha o cotidiano de Elliot Alderson (Rami Malek, de Uma Noite no Museu 3), um jovem de Nova York que se resume como um ENGENHEIRO DE SEGURANÇA de dia e um HACKER VIGILANTE à noite; 1ª temporada estreou em 26 de junho nos Estados Unidos Perdeu, C.S.I.: Cyber ! Divulgação Fábio Trindade/AAN Campinas DOMINGO 12 / 07 / 2015 CORREIO POPULAR

Serí(e)ssima: Mr. Robot - Perdeu, C.S.I.: Cyber

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Acompanhamento das gravações da série em Nova York

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MINHA SÉRIE...Os leitores desta coluna certa-mente notaram que, merecida-mente, diga-se de passagem,este quem vos escreve estavaem férias. E, só para constar,elas foram excelentes. Diversosmotivos colaboraram para is-so. O primeiro é que pude sairpara aproveitar o mês de des-canso sem qualquer preocupa-ção, pois sabia que este espa-ço, tão querido, ficaria nasmãos da amiga e editora LaláRuiz. Ela, aliás, trouxe aos leito-res diversas entrevistas e curio-sidades de séries consagradas,como Orange is the New Black,e também de outras fresqui-nhas, como Sense8. Legal,não?!

O segundo motivo é que to-dos os dias destas esperadas fé-rias foram preenchidos poruma incrível viagem, começan-do por Orlando, seguindo parao Canadá, onde pude conhe-cer, de trem, toda a costa leste,e terminando na vibrante No-va York. E, foi justamente no úl-timo destino das férias, no final-zinho da semana passada, quemais uma situação colaboroupara a coroação deste excelen-te período que passei.

Que a Big Apple é cenáriodas mais diversas produçõesaudiovisuais, isso não é novida-de, mas dar de cara com a gra-vação de uma série em plenaTimes Square, isso é para dei-xar qualquer amante do gêne-ro, principalmente um que éjornalista e escreve sobre o as-sunto, enlouquecido. Pois é, ca-ros leitores, eu posso ter medesligado por quatro domin-gos das séries, mas elas me se-guem onde quer que eu vá. Eretornar das férias e para a colu-na para contar essa experiên-cia é muito bom.

A bola da vez, no caso, foi anovíssima Mr. Robot, um “cy-ber-thriller” psicológico produ-zido pela NBC Universal e estre-lado por Rami Malek (Uma Noi-te no Museu e as séries The Paci-fic e The War at Home). A sérieestreou nos EUA, no USA Ne-twork, no dia 26 de junho — oterceiro episódio foi ao ar na úl-tima quarta-feira — e mostra a

vida de Elliot Alderson (Malek),um jovem de Nova York que seresume como um engenheirode segurança de dia e um hac-ker vigilante à noite. Mas a reali-dade não é bem assim.

Elliot é quase um lunático,regado a morfinas e medica-mentos pesados, que anda demetrô e tem uma vida miserá-vel. Fala sozinho, tem dificulda-de para separar ilusão de reali-dade e passa a vida bisbilhotan-do a vida dos outros, seja porpura curiosidade, seja para pro-teger (do jeito dele) pessoasque gosta, como a melhor ami-ga Angela (Portia Doubleday) ea psicóloga Krista (Gloria Reu-ben), ou mesmo para detonare mandar para a cadeia contra-bandistas, pedófilos e adúlte-ros.

Sua vida muda quando ele édesafiado pelo misterioso Mr.Robot (Christian Slater, muitobem, aliás), mentor de uma re-de de hackers chamada F Socie-ty, a derrubar um dos maioresconglomerados financeirosdos Estados Unidos — a EvilCorp. Um grupo, por sinal, queé cliente da empresa de segu-

rança cibernética em que Elliottrabalha. Segundo o Mr. Robot,70% de todas as dívidas da so-ciedade são cobradas pela EvilCorp e, caso eles conseguiamderrubá-los, o país recomeça-ria do zero, sem dívidas e semter sua vida e seu dinheiro con-trolados pelos poderosos.

Por mais difícil que possaparecer, boa parte da TimesSquare, no dia 2 de julho, à noi-te, foi fechada para a equipe deMr. Robot rodar o nono (e pe-núltimo) episódio — uma gi-gantesca manifestação a favor

da F Society. Até o dia da grava-ção, apenas dois episódios ti-nham ido ao ar e, na história, aorganização ainda era um se-gredo muito bem guardado.Eles, aos poucos, estavam con-seguindo se infiltrar na EvilCorp, mas de forma completa-mente anônima.

Tudo o que acontecia nasgravações era visível aos inúme-ros turistas que passavam porali e fotos era permitidas, desdeque sem flash. Avisos por todaa área, entretanto, indicavamque ali estavam acontecendo

filmagens da série e que, se vo-cê estivesse naquela área, con-cordava em, possivelmente,aparecer na série, liberando asua imagem para a produtora.

As gravações daquele diadeixaram claro que, no decor-rer da trama, os planos de Mr.Robot, Elliot e companhia se-rão escancarados de algumaforma e que, parte da socieda-de, irá apoiá-los. Cartazes com“F Society para presidente”,“abaixo aos débitos” e “nós fi-nalmente acordamos” davamo tom da manifestação, en-quanto uma mulher e umacriança (ainda não apresenta-dos na trama) tentavam passarpelos manifestantes.

Críticas positivasA série recebeu ótimas críticasda mídia especializada ameri-cana, sendo considerada por al-guns como a melhor série cy-ber dos últimos tempos. E real-mente o enredo é poderoso,muito diferente, por exemplo,de CSI: Cyber, que se mostrouextremamente cafona. Aqui, asdiscussões cibernéticas sãomais aprofundadas e as tramas

paralelas pesadas e bem desen-volvidas. Bom, para fechar a Ti-mes Square em plena semanado feriado de 4 de julho, dá pa-ra ver que investimento na tra-ma não falta.

Só para ressaltar o quão sor-tudo sou, esta não foi a primei-ra vez que me deparei comuma importante gravação du-rante as férias. No ano passa-do, na Áustria, pude assistir, decamarote, Helen Mirren eRyan Reynolds nas filmagensdo longa-metragem A DamaDourada (Woman in Gold), docineasta britânico Simon Cur-tis (Sete Dias com Marilyn). Ofilme já estreou nos EstadosUnidos (estava até disponívelno catálogo do voo de volta aoBrasil) e deve chegar aos cine-mas nacionais no mês quevem. Mr. Robot, por outro lado,ainda não tem previsão de es-treia no Brasil, mas como a sé-rie é boa, e já foi até renovadapara a 2ª temporada, logo pintanas nossas telinhas. Fico ape-nas ansioso para saber o que,por sorte, vou acompanhar noano que vem para, assim, po-der contar aqui para vocês.Aguardemos.

● Daniele Groff,22 anos,fotógrafa“Sou apaixonadapor AmericanHorror Story por váriosmotivos. Gosto da forma queeles trabalham os personagens,que de alguma forma sempresão fixos em cada temporada.Dificilmente vemos uma rostoestranho na tela. Amo como asérie aborda os temas, desde acasa assombrada até o circo.Afinal, quem nunca teve medode um manicômio ou de umcirco dos horrores? Ou seja, é otipo de série que sempre fazvocê pesquisar algo na internetpara saber mais e mais, umaforma de interação com otelespectador simplesmentefantástica.”

O ator Rami Malek, o protagonista da série Mr. Robot: boa surpresa

Figurantes durante a gravação do nono (e penúltimo) episódio da série Mr. Robot em plena Times Square, em Nova York, na noite do dia 2 de julho

Cyber-thriller MR. ROBOT acompanha o cotidiano de Elliot Alderson (Rami Malek, de Uma Noite noMuseu 3), um jovem de Nova York que se resume como um ENGENHEIRO DE SEGURANÇA de dia eum HACKER VIGILANTE à noite; 1ª temporada estreou em 26 de junho nos Estados Unidos

Perdeu, C.S.I.: Cyber!

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Fábio Trindade/AAN

CampinasDOMINGO 12 / 07 / 2015

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