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SÃO PAULO, 08 DE AGOSTO DE 2013
vc repórter: Peixes morrem por frio no Ibirapuera, diz
prefeitura de SP
Mortes de peixes, frequentes no parque, não são causadas por falta
de oxigênio ou poluição, garante Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente Foto: Vagner Landi / vc repórter
Quem passeia pelo Parque do Ibirapuera com alguma frequência
certamente já viu peixes mortos na superfície do lago que ocupa
parte do espaço destinado ao lazer na zona sul de São Paulo. No
último domingo, por exemplo, era possível ver animais boiando em
suas águas.
Questionada sobre o assunto, a Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente negou que as causas das mortes sejam a poluição das
águas ou a falta de oxigenação própria à vida aquática. O motivo,
segundo o órgão da prefeitura é, muitas vezes, o frio.
A secretaria informou que "a vida aquática no lago é monitorada
diariamente e nas épocas de temperaturas mais baixas, a morte em
cadeia pode ocorrer com maior frequência”.
O lago do Parque Ibirapuera abriga principalmente carpas e tilápias,
além de aves como biguás, garças, marrecos, gansos e urubus. Para
manter o equilíbrio no ecossistema, “diariamente a Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) realiza a
coleta de flutuantes e monitora oxigenação e o PH da água, na
estação de tratamento. Além disso, com o movimento das águas pela
Fonte Multimídia, é produzida a oxigenação necessária para a
sobrevivência dos peixes", explica o órgão.
Circuito Popular de Corridas de Rua: etapa Itaquera acontece
no Dia dos Pais
O percurso da corrida terá 5km. Já o da caminhada terá 2,5km.
Com cinco mil participantes, a Etapa Itaquera está marcada para o
dia 11 de agosto, no Parque do Carmo. A etapa do Circuito Popular de Corridas de Rua fará parte do “Dia dos Pais no Parque”, evento
que conta com o apoio da Secretaria de Esportes, Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) e Rede Globo de Televisão. O percurso da
corrida terá 5km. Já o da caminhada terá 2,5km.
A largada vai ocorrer às 8h, mas os participantes devem chegar ao
local do evento entre 6h e 7h30 para retirada do chip e da camiseta.
Para a retirada destes itens, é necessário apresentar um documento original com foto. Após esse horário, o kit de participação só será
retirado após a corrida. A organização do evento recomenda que os
participantes cheguem cedo para evitar filas.
Sé, Vila Maria, Cidade Tiradentes, Freguesia do Ó, Capela do Socorro,
Cidade Ademar, Lapa e M’Boi Mirim foram as subprefeituras que já
receberam etapas do Circuito Popular em 2013. No total, 21 mil vagas foram disponibilizadas pelo Circuito neste ano.
O Circuito Popular de Corridas de Rua é o único a oferecer etapas
inteiramente gratuitas na cidade de São Paulo, atendendo assim a
diferentes públicos. Também é intenção do Circuito equilibrar e
descentralizar a oferta de provas na capital, com opções de provas
em regiões nunca contempladas por produtoras da iniciativa privada. Esse fator também estimula o turismo interno, levando o participante
a conhecer outras regiões da cidade.
Confira as subprefeituras que ainda vão receber etapas do Circuito
em 2013:
• Etapa Santana/ Casa Verde - 18/08
• Etapa Perus - 25/08
• Etapa São Mateus - 01/09
• Etapa Butantã - 08/09
• Etapa Pirituba - 15/09
• Etapa Guaianases - 29/09
• Aricanduva/Vila Formosa/Carrão
• Campo Limpo
• Itaim Paulista/São Miguel
• Mooca
• Jabaquara
• Jacanã/Tremembé
• Parelheiros
• Penha/Ermelino Matarazzo
• Vila Prudente/Sapopemba
Serviço:
Data: 11/08/2013
Retirada de kits: das 6h às 7h30
Largada: 8h
Local: Parque do Carmo
Endereço: Av. Afonso de Sampaio e Souza, 951, Itaquera
Fritjof Capra aponta Brasil como possível líder para um futuro
sustentável
por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil
Foto: Fabricio Basilio
Físico e teórico do pensamento sistêmico cobra uma ‘alfabetização ecológica’ e destaca que a sociedade precisa urgentemente lidar com
as desigualdades para alcançar um crescimento qualitativo.
Reconhecido internacionalmente por livros como ‘O Tao da Física’ e
‘Teia da Vida’, o físico Fritjof Capra esteve no Brasil na semana passada e surpreendeu a plateia do ‘10° Congresso Brasileiro de
Direito Socioambiental e Sustentabilidade’ ao colocar o país como um dos possíveis líderes para o caminho que segue a um crescimento
qualitativo – ao invés do quantitativo que temos vivido.
O físico abriu a sua fala buscando esclarecer o que seria o conceito de
sustentabilidade, que tem assumido diversas formas desde a sua concepção na década de 1980.
“Não é o que os economistas gostam de falar – sobre crescimento
econômico e vantagens competitivas”, colocou. “Uma comunidade sustentável deve ser desenvolvida de forma que a nossa forma de
viver, nossos negócios, nossa economia, tecnologias, e estruturas físicas não interfiram na capacidade da natureza de sustentar a vida.
Devemos respeitar e viver de acordo com isto”.
Os primeiros passos para tal seriam entender como a natureza
sustenta a vida, isso envolve toda uma nova compreensão ecológica, um pensamento sistêmico, explica Capra.
“Não podemos mais enxergar o universo como uma máquina, composta de blocos elementares. Descobrimos que o mundo material
é principalmente uma rede inseparável de relações. O planeta é um sistema vivo e auto-regulado. A evolução não é uma luta competitiva
pela existência, mas sim uma dança cooperativa.”
Nesta nova ênfase na complexidade, as redes são o padrão básico da
organização dos seres vivos. Os ecossistemas são uma rede de organismos, por exemplo. Para compreender as redes, Capra explica
que precisamos pensar em termos de relacionamentos, de padrões.
“Isto é o pensamento sistêmico. É compreender que a natureza tem sustentado a ‘Teia da Vida’ por milhões de anos e que para isto são
necessários ecossistemas e não apenas organismos ou espécies.”
Alfabetização Ecológica
Nas próximas décadas, a sobrevivência da humanidade vai depender
da nossa capacidade de entender os princípios básicos da ecologia e de viver de acordo com eles, ressalta o físico. Isso significa que a
alfabetização ecológica precisa se tornar um campo crítico para políticos, lideres empresariais e profissionais de todas as áreas, além
de ser a parte mais importante da educação em todos os níveis.
“Quando pensamos sobre os maiores problemas, o surpreendente é
que estão interconectados. Não temos apenas uma crise econômica, ou ecológica, ou de pobreza, ou financeira, elas estão todas
conectadas. Esses problemas não podem ser compreendidos isoladamente. São sistêmicos, interdependentes e precisam de
soluções correspondentes”.
Capra elogiou o Programa Água Boa, desenvolvido pela Itaipu
Energia, classificando a iniciativa como um “exemplo muito bonito de solução sistêmica”.
Ilusão do crescimento infinito
“Analisando os problemas atuais dessa forma sistêmica, podemos constatar que a questão subjacente é a ilusão que o crescimento
infinito pode continuar em um planeta finito. Os economistas, com o seu pensamento linear, parecem não entender”, lamenta o físico.
“Nosso sistema econômico é movido pela ganância e pelo
materialismo, pensando que não há limites. Isto resulta nas diferenças imensas entre o preço de mercado e o verdadeiro custo,
como é visto com os combustíveis fósseis. Ouvimos sobre o gás de
xisto e o novo processo de ‘fracking’ – ouvimos que é muito barato, mas o fato é que devasta o ambiente e é tóxico para as pessoas (..)
O pensamento linear leva a concluir que o xisto é muito barato, mas se pensarmos nisso sistemicamente, ele é muito caro e perigoso”,
explica Capra.
“No centro da economia global está uma rede de crescimento financeiro, criado sem qualquer enquadramento ético. Hoje, se você é
especulador pode investir em qualquer projeto ao redor do mundo e computadores levam uma fração de segundo para movimentar
dinheiro. O único critério é lucrar (..) não há critérios éticos
envolvidos nesta economia global. Exclusão social e desigualdades são elementos inerentes desta globalização.”
O crescimento indiscriminado é na verdade “uma doença”, nota,
completando que o desafio elementar é como mudar do crescimento ilimitado para um sistema ecologicamente sustentável e socialmente
justo.
Crescimento qualitativo
Para Capra, o crescimento zero não é a resposta, pois crescer é uma
característica central da vida.
“Na natureza o crescimento não é linear e ilimitado. Em um
ecossistema, uns crescem mais, outros declinam e assim reciclam seus componentes, que se tornam recursos para um novo
crescimento. Há um crescimento multifacetado, qualitativo, que contrasta com o quantitativo pregado atualmente por economistas”.
Assim como outros grandes pensadores, Capra questiona o uso
preponderante Produto Interno Bruto (PIB) para medir a saúde dos países.
Custos sociais como acidentes, guerras, mitigação e cuidados com a saúde são adicionados e aumentam o PIB e o fato que o seu
crescimento pode ser patológico raramente é citado por economistas, alerta.
“Esse reconhecimento da falácia do crescimento econômico é
essencial. É o primeiro passo para superar a atual crise econômica global (..) Grande parte do que se chama de ‘crescimento’ é lixo e
destruição.”
O verdadeiro crescimento, explica, melhora a qualidade de vida e
aumenta a sua complexidade, sofisticação e maturidade.
“Isto faz parte de uma mudança de paradigma de quantidade para
qualidade. O crescimento qualitativo é consistente com a nova concepção científica da vida”, explica. “Não se pode medir a natureza
de um sistema complexo, como os ecossistemas, a sociedade ou a economia, em termos puramente quantitativos.”
Para Capra, a qualidade não pode ser agregada em um único
número. “Então, como seria possível promover o crescimento
qualitativo? Definitivamente não através do PIB”.
“Precisamos distinguir o bom do ruim para que os recursos naturais presos a processos ruins possam ser direcionados para os eficientes e
sustentáveis”, comentou. “O crescimento ruim é aquele que gera externalidades ambientais, econômicas e sociais e o bom envolve
processos produtivos mais eficientes, que usam energias renováveis, têm emissões zero, reciclam, restauram ecossistemas e a apoiam as
comunidades locais.”
Construindo a qualidade
Entender as conectividades dos nossos problemas globais e
reconhecer soluções sistêmicas é a primeira lição para construir a qualidade que precisamos hoje para a liderança global, segundo
Capra. Outra lição seria a construção de um ‘senso moral’.
A perspectiva sistêmica mostra que dois problemas urgentes, a
desigualdade econômica e as mudanças climáticas, resultam da estrutura econômica e corporativa global que não têm ‘senso moral’,
nota.
Um exemplo disso são as conclusões de um estudo de 2012 apontando que os ricos globais somam juntos até US$ 32 trilhões
(Leia a reportagem do The Guardian). “Se eles tivessem um senso
moral e pagassem seus impostos não haveria mais crise. Haveria dinheiro suficiente”, ressaltou Capra.
Outro exemplo citado pelo físico se volta para as conclusões
inequívocas da ciência sobre as mudanças climáticas e a necessidade das empresas que exploram combustíveis fósseis de abandonar os
planos de exploração de 80% das reservas contabilizadas em seus ativos (Leia a nossa reportagem sobre a Bolha de Carbono)
“Elas estão dispostas a fazer isso? As empresas precisam se perguntar: o meu modelo de negócios inclui a destruição do planeta?
Ou tem uma alternativa moral?”
Liderança e o Brasil
“Hoje temos conhecimento e tecnologia para a transição para um futuro sustentável, não precisamos dos perigos da energia nuclear e
nem de gás de xisto. Podemos ir além dos combustíveis fosseis”, defendeu Capra.
“Precisamos de vontade política e liderança (..) O que em tempos
estáveis é diferente do que em tempos de crise ambiental e econômica, que é o que temos hoje. A maioria dos problemas são
globais, apesar da demanda por lideranças em nível regional e
corporativo, precisamos também de lideranças em nível global”.
Capra ressalta que na atual crise global, o Brasil e a Alemanha estão melhor posicionados do que a maioria dos países.
Ele comentou que nos Estados Unidos, Barack Obama foi eleito com
grandes esperanças, mas sucumbiu ao sistema corrupto, e no fim, a
riqueza dos pobres está sendo sistematicamente repassada para os ricos. Porém, ele acredita que no Brasil a situação está melhor,
apesar da população não estar satisfeita.
“Programas como o Bolsa Família e o Fome Zero reduziram a desigualdade econômica ao retirar milhões de pessoas da pobreza,
mas mesmo assim muitos problemas de desigualdade e corrupção permanecem e ainda há muito trabalho a ser feito.”
“O Brasil pode ser um líder global”, ressaltou após assistir apresentações sobre o Programa Água Boa e sobre as ações de
sustentabilidade previstas para a Copa de 2014. “Estes são ótimos exemplos de liderança global que precisam ser divulgados. O que
pode acontecer no ano que vem, já que todo o mundo vai olhar para o Brasil”.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
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O mundo não acabou em 2012, mas deu alertas para a ciência
Mudanças climáticas em decorrência do aquecimento global já
aparecem em todo o mundo, mostra o relatório Foto: Good Kitty
Já sabemos que o calendário Maia não estava certo quanto ao fim do mundo se dar em 2012. Mas uma publicação da Sociedade Americana
de Metereologia mostra que o ano passado deu vários indícios de que o aquecimento global já é uma realidade em todo o planeta, o que
alerta os cientistas para eventos naturais cada vez mais imprevisíveis.
Uma reunião de diversos estudos sobre o clima, alguns já publicados, constam no relatório de 260 páginas, intitulado o State of The
Climate in 2012. O material foi divulgado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e conta com a participação de
384 cientistas, informa o Huffington Post. "É extremamente importante ter essas informações compiladas", disse o diretor da
National Climatic Data Center, Tom Karl, ao site norte-americano. "Os sinais que vemos são de um mundo em aquecimento."
Fatos estranhos
Se por um lado, de modo “estranho” os fenômenos El Nino e La Ninã não predominaram e até enfraqueceram seu ciclos levando o Oceano
Pacífico a ter seu nível de acidez da água neutralizado, o Ártico desde janeiro de 2012 vem dando sinais de uma catástrofe, que inclusive a
ciência já mensura em um prejuízo de 60 trilhões de dólares (180
trilhões de reais).
Como consequência do que ocorre no Ártico, o Norte da África, a
Europa Oriental e a Ásia Ocidental, em fevereiro do ano passado sofreu com as baixa temperaturas. Enquanto no Brasil, o Nordeste
enfrentava sua pior seca dos últimos 40 anos. O clima árido não ficou restrito para nordestinos e na América Central e do Norte houve
também houve grande estiagem.
Mas enquanto havia estiagem em diversos pontos do continente
americano, o Caribe viveu seu ano mais chuvoso dentro de meio século. Tudo isso em um ano em que a temperatura média global da
terra e dos oceanos esteve entre as mais quentes registradas no mundo, desde 1880, quando esse registro começou a ser feito.