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Newsletter Silveira e Basso
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10
Tributário
A CPI da Espionagem no Senado, criada para apurar as
denúncias dos monitoramentos dos Estados Unidos no
Brasil irá iniciar os trabalhos averiguando se houve
proteção dos dados da Petrobrás e da ANP, ante a sus-
peita de que supostos acessos poderiam ter viés econô-
mico (com foco na análise do leilão do Campo de Li-
bra).
Estas questões mobilizam a comunidade jurídica, que
já ensaia discussões sobre o acirramento nos marcos
normativos da Espionagem Internacional na legislação
brasileira.
No entanto, antes mesmo de tomar medidas de apri-
moramento da legislação, tem um ponto que necessita
de especial atenção na pauta dos governos, no geral: se
a informatização dos procedimentos está sendo desen-
volvida de forma segura.
Ao que parece, não é o caso, pois falta governança es-
tratégica da tecnologia da informação nos próprios ór-
gãos administrativos, conforme relatório do TCU so-
bre Boas Práticas em Segurança da Informação. Identi-
ficou-se, por exemplo, que, em 2012: 17% dos órgãos
declararam possuir plano de continuidade; 10% de
“análise de risco”; e 45% uma política de segurança da
informação.
Se não houver melhorias nesta seara, há perigos de
acesso e vazamento de dados estratégicos não apenas
por parte de governos estrangeiros (o que fulmina,
sem dúvida, a soberania nacional), mas a ausência de
medidas mais eficazes na proteção dos dados facilita
sobremaneira a ação de hackers de qualquer origem.!
Edição 1 | Volume 3 | 2013
Newsletter
ÍNDICE
02
Telecom 06
Trabalhista
Cível e Consumidor
Êxitos Judiciais
08
12
ESPIONAGEM E SEGURANÇA DE INFORMAÇÃO DO PODER PÚBLICO
O ministro das comunicações, Paulo Bernardo, pediu tratamento
de urgência na análise do projeto de Lei nº 5.013/2013 (Lei das
Antenas), sob o argumento de que a legislação poderia acelerar os
investimentos das operadoras de telefonia.
O relator da Comissão Especial criada para discutir a Lei das An-
tenas, deputado Edson Santos (PT-RJ), prometeu concluir seu tra-
balho até o fim de novembro para que a lei possa entrar em vigor
no ano que vem, a tempo de beneficiar as empresas na instalação
da infraestrutura de telecomunicações necessária para os grandes
eventos.
"É um prazo razoável de análise do projeto para que possamos, se
for o caso, devolver para o Senado, para que ele possa votar ainda
esse ano. Assim, nós teremos com isso um marco legal para que as
operadoras possam trabalhar atendendo uma exigência do Estado
brasileiro, instalando as antenas que darão suporte aos equipa-
mentos de telecomunicações no Brasil".
OCUPAÇÃO DE APENAS UM PONTO DE FIXAÇÃO NOS POSTES COLOCA ATENDIMENTO EM RISCO
Um dos principais aspectos da proposta de reso-
lução conjunta da Anatel e da Aneel para disci-
plinar a ocupação dos postes foi criticado pelas
empresas de telecomunicações na consulta públi-
ca lançada para debater o texto.
Trata-se da regra que prevê a utilização de ape-
nas um ponto de fixação por grupo econômico,
aspecto fundamental da proposta. Segundo as
operadoras, seria operacionalmente inviável que
redes distintas como as redes de cabo coaxial, as
redes de par metálico do Serviço Telefônico Fixo
Comutado (STFC) e ainda as redes de fibra ótica
ocupem o mesmo ponto de fixação.
"Cada uma dessas redes exige utilização de pro-
cedimentos e equipamentos próprios para as ati-
vidades de operação e manutenção (O&M), de
tal forma que a formação de mão-de-obra quali-
ficada para prestar atividades de O&M também
exige treinamentos distintos, o que, por sua vez,
leva a equipes para realização de atividades em
campo separadas para cada tecnologia. Desta for-
ma, justifica-se a utilização de um Ponto de Fixa-
ção também distinto para cada rede, ainda que
operado por empresas pertencentes ao mesmo
grupo econômico", diz a contribuição da Telefô-
nica.
Outro argumento apresentado pelas empresas se
refere à imposição do Plano Geral de Metas de
Universalização (PGMU) de que o atendimento a
um pedido de linha do STFC seja realizado em
no máximo sete dias. A ocupação de apenas um
ponto de fixação poderia colocar em risco o
cumprimento deste prazo. "Tal obrigação torna
absolutamente indispensável a existência de uma
rede externa com capacidade, robustez e flexibi-
lidade suficientes para atender tais solicitações, o
que, em muitos casos, demanda e justifica a ne-
cessidade de um ponto de fixação adicional no
mesmo poste", diz a Telefônica.
Fonte: Teletime
2 | Silveira e Basso Advogados | 2013
TRANSFERIR INDEVIDAMENTE RECURSOS DAS TE-
LES PARA AS ELÉTRICAS
O preço de referência, de R$ 2,44, proposto pela
Anatel e pela Aneel para dirimir os conflitos acerca
do aluguel de postes das distribuidoras de energia,
vai acarretar uma transferência indevida de recur-
sos do setor de telecom para o setor de energia. Pelo
menos é isso que se depreende da manifestação da
tele que mais usa postes (cerca de dez milhões) no
Brasil, a Oi.
Segundo a operadora, ao preço de R$ 2,44, se duas
ou mais empresas ocuparem o poste, as teles paga-
rão o custo do poste de mais ou menos R$ 450 em
menos de 20 anos, que é o tempo médio de vida ú-
til. "Tal fato demonstra a desproporcionalidade do
valor proposto por ponto de fixação, dado que todo
o segmento reservado a telecomunicações corres-
ponde a apenas 20% do espaço útil de cada poste",
diz a companhia.
A Oi se mostra como a operadora de telecomunica-
ções mais prejudicada pelas negociações da Anatel e
Aneel que sugerem o valor de R$ 2,44 para o alu-
guel de postes do setor elétrico. Segundo argumenta
a tele, na prática a empresa paga um valor médio de
R$ 0,60 atualmente.
Telecom
O ministro das comunicações, Paulo Bernardo, pediu tratamento
de urgência na análise do projeto de Lei nº 5.013/2013 (Lei das
Antenas), sob o argumento de que a legislação poderia acelerar os
investimentos das operadoras de telefonia.
O relator da Comissão Especial criada para discutir a Lei das An-
tenas, deputado Edson Santos (PT-RJ), prometeu concluir seu tra-
balho até o fim de novembro para que a lei possa entrar em vigor
no ano que vem, a tempo de beneficiar as empresas na instalação
da infraestrutura de telecomunicações necessária para os grandes
eventos.
"É um prazo razoável de análise do projeto para que possamos, se
for o caso, devolver para o Senado, para que ele possa votar ainda
esse ano. Assim, nós teremos com isso um marco legal para que as
operadoras possam trabalhar atendendo uma exigência do Estado
brasileiro, instalando as antenas que darão suporte aos equipa-
mentos de telecomunicações no Brasil".
GOVERNO PEDE URGÊNCIA NA VOTAÇÃO DA LEI DAS ANTENAS
O presidente da Comissão, deputado Hugo Mota (PMDB-PB), concorda que é preciso analisar o projeto
com celeridade. "O Brasil precisa disso, acredito que vamos prestar um grande serviço para o nosso País",
disse ele.
O objetivo principal da Lei das Antenas é encurtar o prazo das licenças para a implantação de antenas de
celular. Segundo o Minicom, as autorizações municipais podem levar um ano para serem expedidas. O pro-
jeto fixa um prazo máximo de 60 dias para que isso aconteça.
O projeto prevê que “as licenças necessárias para a instalação de infraestrutura de suporte em área urbana
serão expedidas mediante procedimento simplificado, sem prejuízo da manifestação dos diversos órgãos
competentes no decorrer da tramitação do processo administrativo, ressalvadas as licenças ambientais” –
estas últimas terão tratamento específico a cargo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
As operadoras de infraestrutura de torres American Tower, BR Towers, SBA Torres e Grupo TorreSur se
uniram para criar uma entidade de classe que dê voz ao setor que começa a ganhar força no Brasil.
A ideia é que a associação consiga ajudar na tramitação do PL 5.013/2013.
Fonte: Teletime
2013 | Silveira e Basso Advogados | 3
4 | Silveira e Basso Advogados | 2013
Rezende explicou que as empresas terão de dis-
ponibilizar uma opção no call center para can-
celar o serviço sem precisar falar com o aten-
dente. As operadoras, contudo, será permitido
um contato posterior com o usuário para ofere-
cer opções de retenção, explicar sobre eventuais
contratos de fidelidade ou oferecer planos mais
vantajosos.
O cancelamento automático
foi uma alternativa pensada
para driblar os obstáculos
que as empresas colocam
quando o usuário chama o
call center com o objetivo
de cancelar o seu contrato.
"Muitas vezes o cidadão não
consegue cancelar o seu contrato", constata Re-
zende.
Fonte: Teletime
A Anatel está avaliando a possibilidade de trans-
ferir o custo do seu call center para as empresas
de telefonia, uma vez que os consumidores insa-
tisfeitos com os serviços procuram a Agência por-
que não conseguiram resolver seus problemas
com a prestadora
"Estamos discutindo que o custo do nosso call
center seja repassado para as empresas, já que o
nosso atendimento é fruto da incapacidade das
empresas em resolver os problemas", disse o pre-
sidente da Anatel, João Rezende, em audiência
nesta quarta,9, no Senado Federal.
O call center da Anatel goza de uma excelente
reputação junto aos usuários. Isso porque as em-
presas se esforçam para resolver as demandas que
chegam até lá, uma vez que
as queixas não resolvidas têm
impacto nos indicadores de
atendimento usados pela a-
gência. A Anatel gasta por
ano aproximadamente R$ 20
milhões com o seu call cen-
ter.
Outra iniciativa que deve ser implementada pela
agência, essa no âmbito do Regulamento de Aten-
dimento, Oferta e Cobrança (RACO), é o cancela-
mento automático dos serviços.
“...nosso atendimento
é fruto da incapacida-
de das empresas em
resolver os proble-
mas.”
CALL CENTER DA ANATEL PODERÁ SER CUSTEADO PELAS TELES
CALL CENTER DA ANATEL PODERÁ SER CUSTEADO PELAS TELES
A dificuldade para cancelar um serviço com uma
operadora de telecomunicações figura entre as prin-
cipais queixas dos usuários e a Anatel promete ata-
car o problema no novo regulamento de Atendi-
mento, Cobrança e Oferta: vai determinar que os
call centers das teles incluam uma opção de encer-
ramento automático de contratos.
“Vamos ter um ‘botão para cancelar o serviço, por-
que muitas vezes o cidadão não consegue”, disse o
presidente da agência, João Rezende, ao participar,
nesta quinta-feira, 9/10, de audiência na Comissão
de Infraestrutura do Senado. “Como tem disque 2
para isso, 3 para aquilo, poder ter ‘digite 5’ para can-
celar”, explicou.
Segundo ele, a nova norma será aprovada em breve
pelo Conselho Diretor. “No máximo, até 15 de no-
vembro”, afirmou. Esse regulamento deve tocar em
diversos pontos com potencial de facilitar a vida dos
clientes, como pelo uso mais intensivo da Internet
para solucionar demandas.
Além disso, uma das perspectivas é que seja estabe-
lecido um sistema pelo qual será possível comparar
diferentes ofertas e promoções, de forma que cada
cliente possa escolher dentre os diversos planos a-
quele mais adequado ao seu perfil de uso – e impac-
to no bolso.
Fonte: Convergência Digital
MINICOM CALCULA EM R$ 18,5 MILHÕES NOVO PREGÃO DO GESAC
Foi publicado no dia
4/10, o edital para
uma nova contrata-
ção dos serviços de
conexão fornecidos
no programa que oficialmente foi batizado de Gover-
no Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão,
melhor chamado simplesmente de Gesac.
O objetivo dessa nova contratação é triplicar o núme-
ro de pontos onde é oferecido acesso gratuito à Inter-
net – atualmente cerca de 11 mil deles estão ativos no
programa, e o novo edital eleva para 31 mil. A esti-
mativa do Ministério das Comunicações é de que o
valor chegue a R$ 18,5 milhões.
Parte da expectativa é de que a nova contratação – a
partir de um pregão eletrônico previsto para o próxi-
mo 29/10 – mude significativamente o programa.
Mais do que ampliar em quantidade os pontos atendi-
dos, a promessa é de conexões melhores.
A ideia é de que 70% das conexões sejam de 1 Mbps e
boa parte das demais de 512 kbps. Se parece pouco, é
muito superior à realidade atual dos telecentros. Se-
gundo uma avaliação do próprio ministério, cada
computador em um desses centros gratuitos navega a
aproximadamente 40 kbps.
Nessa questão, o perfil das conexões vai mudar muito.
Atualmente, a maioria dos 11 mil pontos ativos – dos
13 mil contratados – envolve conexão via satélite. O
novo pregão prevê uma inversão, com o satélite real-
mente concentrado em regiões longínquas e 26 mil,
das 31 mil conexões, terrestres.
2013 | Silveira e Basso Advogados | 5
6 | Silveira e Basso Advogados | 2013
A Turma Nacional de Uniformização dos Juiza-
dos Especiais Federais (TNU) decidiu cancelar a
Súmula 61 que tinha o seguinte enunciado: “As
alterações promovidas pela Lei 11.960/2009 têm
aplicação imediata na regulação dos juros de
mora em condenações contra a Fazenda Pública,
inclusive em matéria previdenciária, indepen-
dentemente da data do ajuizamento da ação ou
do trânsito em julgado”. O colegiado determi-
nou que a sistemática a ser adotada a partir de
agora é a de juros de mora de 1% ao mês e atua-
lização monetária pelo INPC.
A decisão foi tomada na sessão desta quarta-feira
(9/10), em Brasília, durante julgamento de um
pedido de uniformização interposto pelo Institu-
to Nacional de Seguro Social (INSS) contra um
acórdão da 5ª Turma Recursal da Seção Judiciá-
ria de São Paulo. A decisão recorrida divergia da
orientação firmada pela Turma Regional de Uni-
formização da 4ª Região, no sentido de que não
se aplicaria o artigo 1º-F da Lei 11.960/2009, já
que a ação foi ajuizada antes de 30 de junho de
2009.
Para cancelar a Súmula 61, a TNU levou em
conta a declaração de inconstitucionalidade, pe-
lo Supremo Tribunal Federal (STF), do disposto
no artigo 1º-F da Lei 11.960/2009. “O Plenário
do STF, quando do julgamento das ADIs 4.357/
DF e 4.425/DF, ao apreciar o artigo 100 da Cons-
tituição Federal, com redação que lhe foi confe-
rida pela Emenda Constitucional 62/2006, decla-
rou a inconstitucionalidade de determinadas ex-
pressões constantes dos parágrafos do citado dis-
positivo constitucional, além de, por arrasta-
mento, declarar inconstitucional o artigo 1º-F da
Lei 9.494/1997, com redação dada pela Lei
11.960/2009”, explicou o relator do caso na
TNU, juiz federal João Batista Lazzari.
Segundo o magistrado, em razão da declaração
de inconstitucionalidade do artigo 1º-F, decisão
com efeitos pata todos e eficácia vinculante, não
é possível continuar aplicando os índices previs-
tos na Lei 11.960/2009. Por esse motivo, o rela-
tor propôs “o cancelamento da Súmula TNU 61
e, consequentemente, o restabelecimento da sis-
temática vigente anteriormente ao advento da
Lei 11.960/2009, no que concerne a juros e cor-
reção monetária, qual seja, juros de mora de 1%
(um por cento) ao mês e atualização monetária
pelo INPC”, concluiu.
Processo 0003060-22.2006.4.03.6314
TNU CANCELA SÚMULA SOBRE CORREÇÃO DE ATRASADOS EM CONDENAÇÕES CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
Tributário
Os advogados podem receber os honorários
sucumbenciais por meio da requisição de pe-
queno valor (RPV), nos processos contra a Fa-
zenda Pública, mesmo quando o crédito prin-
cipal, referente ao valor da execução, seja pago
ao seu cliente por precatório.
Esse foi o entendimento da maioria dos minis-
tros da Primeira Seção do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) ao julgar recurso especial do Insti-
tuto Nacional do Seguro Social (INSS). O re-
curso contestava acórdão do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4) que autorizou o
desmembramento da execução, permitindo
que o crédito relativo aos honorários advocatí-
cios fosse processado mediante RPV, enquanto
o crédito principal sujeitou-se à sistemática do
precatório.
Devido à grande quantidade de recursos sobre
esse assunto, o relator, ministro Castro Meira
(aposentado em setembro), submeteu o feito
ao rito dos recursos repetitivos, previsto no
artigo 543-C do Código de Processo Civil. Des-
sa forma, a posição do STJ em relação ao tema
orienta a solução de casos idênticos e impede
que sejam admitidos recursos contra esse en-
tendimento.
Após o voto do ministro Castro Meira, proferi-
do em agosto, no sentido de confirmar a tese
do tribunal de origem, o ministro Benedito
Gonçalves pediu vista e apresentou voto diver-
gente, no que foi acompanhado pelos ministros
Arnaldo Esteves, Sérgio Kukina e Eliana Cal-
mon. A maioria, no entanto, acompanhou a
posição do ministro Meira.
Fonte: TJSP – VG
MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES COMEÇA A APROVAR ISENÇÕES FISCAIS PARA REDES
O Ministério das Comunicações publicou nesta segunda-feira, 23/9, o primeiro projeto a ser bene-
ficiado com isenção de PIS e Cofins nos termos do Regime Especial de Tributação do Programa
Nacional de Banda Larga. É uma rede da Telebras.
A estatal foi a primeira a encaminhar vários projetos ao Minicom – mesmo antes da prorrogação
do prazo de submissão de propostas, que passou de 30/6 deste ano para o mesmo dia em 2014.
No caso, foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria relativa ao backbone entre Campo
Mourão, no Paraná, até Cuiabá, no Mato Grosso, cruzando parte do Mato Grosso do Sul. O projeto
é orçado em R$ 6,06 milhões.
Segundo o Minicom, vários projetos já estão sendo aprovados e começam a ser publicados. No caso
da Telebras, a empresa apresentou cerca de três centenas de propostas.
O desenho do programa incentiva as operadoras a apresentarem vários projetos, ‘quebrados’ em
diversos trechos, como forma de garantir os benefícios fiscais do programa.
Diante da contrapartida obrigatória de que investimentos desonerados nas regiões Sul e Sudeste
exigem ampliações ou implantações de redes nas demais regiões do país.
Fonte: Convergência Digital
ADVOGADOS PODEM RECEBER ANTES DOS CLIENTES EM EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA
2013 | Silveira e Basso Advogados | 7
Os magistrados da 8ª Turma não acolheram o
recurso ordinário (interposto por uma empresa
de telemarketing) que pretendia reformar a
decisão do juízo de origem que não havia reco-
nhecido a justa causa na demissão da trabalha-
dora. No processo, a empresa qualificou como
desidiosa (negligente) a conduta da funcionária
que faltara ao trabalho de forma reiterada.
Em seu voto, o relator, desembargador Rovirso
Boldo, ponderou que "Um aspecto relevante é
o suficiente para afastar qualquer alegação de
justa causa por parte da ex-empregadora: a a-
nálise da gradação das penalidades aplicadas à
reclamante. Segundo o arrazoado recursal, en-
tre 2009 e 2010, a autora não comparecia cons-
tantemente ao serviço. Foi penalizada, contu-
do, apenas uma vez, através de advertência,
pela falta ocorrida em 16/09/2009 (doc. 10, do
volume em apartado). Dessa forma, em mais de
um ano de desregramento profissional da re-
clamante, a atuação da empresa ficou restrita à
aplicação de uma advertência".
O magistrado enfatizou
ainda a transcendência
do atual papel do em-
pregador que, conforme
consagra a norma con-
solidada, tem a relevan-
te atribuição de condu-
zir a vida profissional de
seus subordinados, ga-
rantindo a efetiva educação e promoção do
bem-estar no ambiente de trabalho. "Trata-se
de uma das vertentes do princípio da função
social da empresa. Assim, antes de se atingir a
situação da quebra de confiança, cabe aos em-
pregadores propiciar oportunidades de ressoci-
alização profissional do empregado desorienta-
do, principalmente quando a atitude imprópria
deriva de atrasos e ausência ao trabalho. Nesse
contexto, não se presume a desídia, nem se ca-
racteriza a justa causa", lembrou.
Dessa forma, não havendo a aplicação gradati-
va das penalidades previstas em lei, ficou des-
caracterizada a aplicação da punição máxima,
afastando-se, assim, o reconhecimento do pe-
dido da empresa.
Fonte: AASP
AUSÊNCIA DE PUNIÇÃO GRADATIVA DESCARACTERIZA A DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA
8 | Silveira e Basso Advogados | 2013
Trabalhista
DISPARA NÚMERO DE DISSÍDIOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO
O número de processos no Tribunal Regional
do Trabalho relacionados a dissídios teve um
forte aumento em 2013. Entre janeiro e setem-
bro, foram computadas 109 ações, acima da 61
recebidas em todo o ano passado.
O aumento considerável indica a dificuldade de
negociação entre trabalhadores e empresas num
cenário de economia fraca. "Houve um aumen-
to substancial. A grande maioria vem por causa
da Participação nos Lucros e Resultados", afir-
ma Rilma Hemetério, vice-presidente judicial
do TRT da 2ª Região, que engloba os municí-
pios da grande São Paulo e da Baixada Santista.
"Temos feito a mediação e procuramos apontar
caminhos para que os casos sejam solucionados
por meio do nosso núcleo. E os resultados têm
saído." De acordo com Rilma, no núcleo, em
alguns meses, as soluções chegam a 60% dos
casos.
O primeiro semestre já mostrou que o cenário
de negociação seria mais difícil este ano. O le-
vantamento do Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
apontou que 84,5% das negociação resultaram
em ganho acima do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor (INPC). O resultado é inferior
ao verificado em 2012, quando 96,3% das nego-
ciações superaram o índice, mas acima do veri-
ficado em 2011.
"É um cenário mais complicado, ainda que a
economia deva crescer mais do que no ano pas-
sado. Mas agora o contexto é diferente: houve
um aumento da inflação, a retomada da alta dos
juros e a renda cresceu numa velocidade me-
nor", afirma José Silvestre Prado de Oliveira,
coordenador de relações sindicais do Dieese.
"Tem-se o sentimento de que a economia pati-
na."
A expectativa do Dieese é de que a quantidade
de ganho real no segundo semestre fique no
mesmo patamar dos primeiros seis meses de
2013. Normalmente ocorre o contrário: as ne-
gociações dos último semestre são marcadas por
grandes categorias com melhor organização e,
portanto, mais poder de barganha. "No segundo
semestre, havia uma expectativa de
um resultado melhor do que no
primeiro semestre por causa das
categorias com maior poder de ne-
gociação e pelo fato de a inflação
estar cadente. Mas, pelo visto, deve
manter a tendência do período an-
terior", diz Oliveira.
Fonte: O Estado de São Paulo
“O aumento considerável indica a
dificuldade de negociação entre
trabalhadores e empresas num
cenário de economia fraca.”
2013 | Silveira e Basso Advogados | 9
OPERADORA DE TELEFONIA É CONDENADA EM DANOS MORAIS COLETIVOS POR PROPAGANDA ENGANOSA
O juiz Fernando Antonio de Lima, do Juizado
Especial Cível e Criminal de Jales, condenou uma
empresa de telecomunicações a pagar R$ 6 mil a
uma consumidora, a título de danos morais, por
propaganda enganosa de um dos serviços ofereci-
dos pela companhia.
Comprovado o prejuízo à coletividade, a ré foi
condenada, também, à reparação pelo dano social
causado – o valor, R$ 5 milhões, deverá ser re-
partido entre a Santa Casa (R$ 3,5 milhões) e o
Hospital do Câncer do município (R$ 1,5 mi-
lhão).
A cliente havia contra-
tado um plano pré-pago
para telefone celular, ao
custo de R$ 0,25 em
cada ligação a outros
números da operadora.
Segundo relatório de
fiscalização da Agência
Nacional de Telecomu-
nicações (Anatel), cons-
tatou-se que a empresa se utilizava de interrup-
ções constantes e forçava o consumidor a fazer
mais ligações e despender mais tarifas, o que não
ocorria quando a chamada era para outra opera-
dora. Ficou comprovado que algumas ligações
duraram apenas 5, 8 e 10 segundos.
O magistrado afirmou em sua decisão que “a pu-
blicidade sobre o plano é falsa, induz o consumi-
dor a erro, omite sobre a qualidade e preço do
serviço. O consumidor acaba pagando várias tari-
fas de R$ 0,25, quando quer entabular uma con-
versa. Em vez de pagar uma só tarifa, é obrigado
a refazer, várias vezes, a ligação, e, assim, acaba
despendendo o valor de mais de uma tarifa”.
Ele ainda ressaltou que os danos morais estão ca-
racterizados, não sendo hipótese, apenas, de pre-
juízos materiais ao consumidor. “É que o direito
à transparência nas relações de consumo não é
um direito restrito à simplicidade das teias con-
tratuais. Quando se age sem transparência, enga-
na-se o outro. E, quando se engana o outro, pro-
duz-se-lhe não apenas um dano material. Tam-
bém um dano moral.”
“A violação não atinge apenas a
parte-autora, mas também toda
a coletividade”, frisou. “Nestes
tempos de globalização, é co-
mum às grandes corporações
econômicas repetir condutas ilí-
citas que alcançam grupos soci-
ais ou mesmo toda a coletivida-
de.”
O juiz sustentou que “as decisões judiciais têm de
ser efetivas, para que os conflitos sociais cessem,
mormente os que tocam a toda a coletividade.
Para quem ostenta um capital social de quase R$
10 bilhões, uma indenização menor do que R$ 5
milhões permitiria ao Judiciário pôr-se de joelhos
ao grande capital econômico, como se o reinado
das decisões judiciais fosse o cortiço da decrepi-
tude e da frouxidão, em desprestígio ao interesse
legítimo e justo da população brasileira”.
“Para quem ostenta um ca-
pital social de quase R$ 10
bilhões, uma indenização
menor do que R$ 5 milhões
permitiria ao Judiciário pôr-
se de joelhos ao grande
capital econômico...”
10 | Silveira e Basso Advogados | 2013
Cível Consumidor
Os valores das condenações fixadas em juizados es-
peciais cíveis podem ultrapassar o limite da alçada,
de 40 salários mínimos (R$ 27.120 mil, atualmente).
A decisão, por maioria de votos, é da 2ª Seção do Su-
perior Tribunal de Justiça (STJ), que reúne as duas
turmas de direito privado da Corte.
Apesar de só valer para a Telefônica Brasil (atual Vi-
vo) e uma consumidora de São Paulo, a definição era
aguardada pelo mercado, segundo advogados. Em
especial, pelas empresas de telefonia, bancos e pla-
nos de saúde, alvos mais frequentes de ações de con-
sumidores nos Juizados Especiais Estaduais.
É comum os valores de condenações superarem - e
muito - o limite de "valor da causa" para que o pro-
cesso possa ser analisado pelos Juizados Especiais.
Pela Lei nº 9.099, de 2005, o teto é de 40 salários mí-
nimos.
Mais que os juros e a correção monetária, o proble-
ma das condenações acima do teto é a chamada as-
treinte, multa diária aplicada para o caso de descum-
primento de decisão.
No caso analisado pelo STJ, a Telefônica questiona-
va, a partir de uma reclamação, uma condenação de
R$ 471,5 mil. Esse valor foi alcançado devido à mul-
ta diária de R$ 400. A sentença estabeleceu danos
morais de R$ 3,5 mil por inscrição em cadastro de
inadimplentes de uma dívida de R$ 200. Como cerca
de 800 dias se passaram e o nome da cliente não foi
retirado do cadastro, o juiz decidiu, então, multar a
companhia em R$ 320 mil.
Para a maioria dos ministros, o valor da condenação
com todos os encargos não é limitado a 40 salários.
STJ AFASTA LIMITE PARA DECISÃO DE JUIZADO
O limite, segundo eles, importa apenas no pedido
inicial da ação. A superação do teto não "importará
na renúncia aos encargos", segundo a decisão.
Apesar disso, o relator do caso, ministro Luís Felipe
Salomão, ressaltou ser "prudente" o juiz evitar que a
multa e demais encargos ultrapassem
"excessivamente o teto do juizado especial". No caso
da Telefônica, os ministros reduziram a condenação
de R$ 471,5 mil para R$ 30 mil.
Para advogados, o STJ fechou uma porta, mas abriu
uma janela para as empresas questionarem, por meio
de reclamação, condenações abusivas.
O STJ tem admitido reclamações de empresas sobre
o problema enquanto não é criado um órgão que u-
nifique a orientação dos juizados estaduais. Proposto
pela Corte em junho, o anteprojeto de lei que cria a
Turma Nacional de Uniformização (TNU) de Juris-
prudência dos Juizados Especiais Estaduais e do Dis-
trito Federal aguarda votação .
Fonte: TJSP – VG
2013 | Silveira e Basso Advogados | 11
“O limite, segundo eles,
importa apenas no pedido
inicial da ação.”
COBRANÇA DE PIS E COFINS EM CONTA TELEFÔNICA É LEGAL
PERDA DE INTERESSE PROCESSUAL GLOBAL INFO E ABRAMULTI
A Associação Municipal de Proteção ao
Consumidor e ao Meio Ambiente
(AMPROCOM)propôs ação civil pública
sob o suposto faturamento ilícito, incorrido
pelas operadoras de telefonia, das contribu-
ições do PIS e da COFINS nas contas telefô-
nicas dos usuários da Cidade de Uberlândia/
MG .
A associação defendia que a cobrança era
indevida justamente porque não existe lei
específica prevendo a exação, sendo ainda
que o contribuinte destes tributos eram os
prestadores de serviços e não os consumi-
dores, uma vez que tratam-se de tributos
diretos, bem como que seus fatos geradores
são o faturamento e que a base de cálculo é
o valor do faturamento, pelo que relata que
não deve haver o repasse.
Acolhendo os argumentos apresentados em
defesa, o juiz julgou extinto o feito sem re-
solução de mérito tendo em vista a falta de
interesse processual da autora tendo em vis-
ta que a Primeira Seção do Superior Tribu-
nal de Justiça já fixou entendimento a res-
peito da matéria em recurso repetitivo, de-
cidindo pela legalidade do repasse do encar-
go do PIS eda COFINS nas faturas de servi-
ço de telefonia
As associações Global Info e Abramulti propu-
seram ações civis públicas contra as operadoras
de telefonia fixa pleiteando a anulação dos ter-
mos aditivos realizados nos Termos de Explo-
ração do SCM (telefonia móvel), pelos quais as
operadoras de STFC (telefonia fixa) foram au-
torizadas a prestarem o serviço de valor adicio-
nado consistente em SCI (serviço de conexão à
internet), em razão de suposta vedação expres-
sa no art. 86 da LGT e dos contratos de conces-
sões.
Alegavam ainda que o PGMU (Decreto
6.424/08) substituiu a meta de universalização
do STFC pela edificação do backhaul, determi-
nando a disponibilização dessa infraestrutura a
outras empresas. Assim, entendiam que os ter-
mos aditivos afrontavam a LGT e o contrato de
concessão, visto que impuseram a obrigação de
prestar o SCI de forma gratuita até 2025 nas
escolas públicas.
No entanto, em razão da edição do Decreto n.
7.512/11 que editou o novo PGMU, os termos
de aditamento foram alterados a fim de obser-
varem esta nova norma, pelo que houve falta
de interesse de agir superveniente, o que levou
a extinção dos processos.
12 | Silveira e Basso Advogados | 2013
Êxitos Judiciais