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Sistema de proteção contra incêndio com tubos de CPVC e sprinklers Por Simone Nakamoto e Vera C. Fernandes Hachich Edição 132 - Março/2008 Tweet Os tubos e conexões de CPVC para sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos são largamente utilizados nos Estados Unidos e outros países, e, a partir da publicação da NBR 10897 em outubro de 2007, passam a integrar a lista de materiais (além do aço e do cobre) a serem utilizados no Brasil para esses sistemas. É importante ressaltar também que estão em andamento trabalhos de normalização para a especificação dos requisitos mínimos a serem atendidos pelos tubos e conexões de CPVC. Este trabalho está sendo realizado pela Comissão de Estudo Mista da ABNT (CB-02 Construção Civil e CB-24 Segurança contra Incêndio) CEM-00:002.04 Tubos e Conexões de CPVC para Sistemas de Proteção Contra Incêndio por Chuveiros Automáticos. Os tubos e conexões de CPVC para sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos devem ser utilizados em sistemas de tubo molhado, destinados à aplicação em ocupações de risco leve. Devem ser utilizados para pressões até 1,21 MPa e em temperaturas ambientes até 65ºC. Este artigo aborda os requisitos e condições específicas para as tubulações de CPVC para sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos; as condições gerais são especificadas pela NBR 10897:2007. Termos e definições Sistema de proteção contra incêndio por chuveiro automático: basicamente constituído por uma rede de tubulações fixas, à qual estão conectados chuveiros automáticos (sprinklers) com espaçamento adequado, controlada por uma válvula, e interligada a um sistema de pressurização e a uma fonte de abastecimento de água. O sistema de chuveiros automáticos pode ser decomposto em quatro elementos, que são (Gonçalves, 1998): Fonte de abastecimento de água

Sistema de Proteção Contra Incêndio Com Tubos de CPVC e Sprinklers

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Sistema de Proteção Contra Incêndio Com Tubos de CPVC e Sprinklers

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Sistema de proteo contra incndio com tubos de CPVC e sprinklersPor Simone Nakamoto e Vera C. Fernandes HachichEdio 132-Maro/2008TweetOs tubos e conexes de CPVC para sistemas de proteo contra incndio por chuveiros automticos so largamente utilizados nos Estados Unidos e outros pases, e, a partir da publicao da NBR 10897 em outubro de 2007, passam a integrar a lista de materiais (alm do ao e do cobre) a serem utilizados no Brasil para esses sistemas. importante ressaltar tambm que esto em andamento trabalhos de normalizao para a especificao dos requisitos mnimos a serem atendidos pelos tubos e conexes de CPVC. Este trabalho est sendo realizado pela Comisso de Estudo Mista da ABNT (CB-02 Construo Civil e CB-24 Segurana contra Incndio) CEM-00:002.04 Tubos e Conexes de CPVC para Sistemas de Proteo Contra Incndio por Chuveiros Automticos.Os tubos e conexes de CPVC para sistemas de proteo contra incndio por chuveiros automticos devem ser utilizados em sistemas de tubo molhado, destinados aplicao em ocupaes de risco leve. Devem ser utilizados para presses at 1,21 MPa e em temperaturas ambientes at 65C. Este artigo aborda os requisitos e condies especficas para as tubulaes de CPVC para sistemas de proteo contra incndio por chuveiros automticos; as condies gerais so especificadas pela NBR 10897:2007.Termos e definiesSistema de proteo contra incndio por chuveiro automtico:basicamente constitudo por uma rede de tubulaes fixas, qual esto conectados chuveiros automticos (sprinklers) com espaamento adequado, controlada por uma vlvula, e interligada a um sistema de pressurizao e a uma fonte de abastecimento de gua. O sistema de chuveiros automticos pode ser decomposto em quatro elementos, que so (Gonalves, 1998): Fonte de abastecimento de gua

Sistema de pressurizao

Vlvula de governo e alarme, e respectiva rede de alimentao

Rede de distribuioOcupaes de risco leve:compreendem as ocupaes ou parte das ocupaes onde a quantidade e/ou a combustibilidade do contedo (carga de incndio) baixa, tendendo a moderada, e onde esperada taxa de liberao de calor baixa a mdia. So exemplos: igrejas, clubes, escolas pblicas e privadas, hospitais (com ambulatrios, cirurgia e centros de sade), hotis, bibliotecas e salas de leituras (exceto salas com prateleiras altas), museus, asilos e casas de repouso, prdios de escritrios (incluindo processamento de dados), reas de refeio em restaurantes (exceto reas de servio), teatros e auditrios (exceto palcos e proscnios) e prdios da administrao pblica.Sistema de tubo molhado:sistema de chuveiros automticos fixados a uma tubulao que contm gua e conectada a uma fonte de abastecimento, de maneira que a gua seja descarregada imediatamente pelos chuveiros automticos quando abertos pelo calor de um incndio.Chuveiro automtico:dispositivo para extino ou controle de incndios que funciona automaticamente quando seu elemento termossensvel aquecido sua temperatura de operao ou acima dela, permitindo que a gua seja descarregada sobre uma rea especfica.

Materiais e componentesChuveiros automticos (sprinklers)Os chuveiros automticos a serem instalados juntamente com as tubulaes de CPVC devem ser chuveiros de resposta rpida (possui elemento termossensvel com RTI* igual ou menor a 50 m/s) e devem ter temperatura nominal de 65C.

Tubos e conexes de CPVCOs tubos e conexes de CPVC devem ser de cor alaranjada ou vermelha, e devem atender aos seguintes requisitos especificados pelo projeto de norma ABNT 00:002.04-001: Resistncia exposio ao fogo n Montagem

Coeficiente de frico do tubo n Resistncia presso hidrosttica interna de curta durao

Comprimento equivalente da conexo

Ciclo de presso

Resistncia ao esmagamento n Ciclo de temperatura

Resistncia flexo

Resistncia presso hidrosttica interna de longa durao

Resistncia ao impacto

Determinao da tenso base de projeto (HDB)

Resistncia vibrao

Resistncia exposio ao meio ambiente

Capacidade do chuveiro automtico de incndio alta presso n Permanncia da marcao

Resistncia toro

Resistncia ao fissuramento sob tensoAdesivoDeve ser utilizado o tipo de adesivo solvente indicado pelo fabricante dos tubos e conexes de CPVC.

SuportesDevem ser utilizados os tipos de suportes indicados pelo fabricante dos tubos e conexes de CPVC. Esses suportes devem ser fabricados de material ferroso, e no possuir bordas speras ou afiadas que entrem em contato com o CPVC. Observar tambm as seguintes recomendaes: Caso seja utilizado o suporte tipo "pra", a extremidade do tirante roscado deve ficar a pelo menos 1,6 mm do tubo

Os suportes devem permitir a movimentao longitudinal da tubulao, devido ao efeito de dilatao e contrao gerado pelas variaes de temperatura, bem como limitar o seu movimento ascendente quando do acionamento do chuveiro automticoAlm das distncias para a colocao dos suportes estabelecidas pela ABNT NBR 10897:2007 para as diversas configuraes das tubulaes, e que valem tanto para as tubulaes de CPVC como tambm para o ao e cobre, h algumas distncias mximas que devem ser observadas para as tubulaes de CPVC que so apresentadas na tabela 1.Condies para montagem das tubulaes de CPVCa) Corte dos tubos de CPVCAo realizar o corte dos tubos de CPVC, deve-se ter o cuidado de faz-lo perpendicularmente ao eixo do tubo. Caso se identifique algum dano na extremidade do tubo, realizar um corte a pelo menos 50 mm do dano visvel.Eventuais rebarbas devem ser retiradas e para tanto pode-se utilizar uma lima.Para facilitar o encaixe dos tubos e conexes, deve-se executar um chanfro na extremidade do tubo, o que minimizar a possibilidade do adesivo escorrer para o interior da conexo.b) Aplicao do adesivo solventeAs superfcies dos tubos a serem unidas devem ser limpas com um tecido seco. Obs.: as superfcies no devem ser lixadas!Aplicar uma camada espessa e uniforme de adesivo na extremidade externa do tubo e uma camada mdia no interior da bolsa da conexo. Para tubos de dimetros superiores a DN32, aplicar uma segunda camada na extremidade do tubo. importante retirar o adesivo em excesso com auxlio de uma estopa ou tecido limpo, para evitar que o adesivo se sedimente no tubo ou conexo.c) Montagem dos tubos e conexes de CPVCAps a aplicao do adesivo, encaixar imediatamente o tubo na conexo, rotacionando-o com um quarto de giro, alinhando a conexo a ser instalada, e mantendo o encaixe durante 15 segundos. As peas soldadas no devem ser movimentadas em um intervalo de 1 minuto a 5 minutos.Deve-se observar um cordo de solda de adesivo ao redor da junta do tubo com a conexo. Se esse cordo for descontnuo, pode indicar uma aplicao com quantidade insuficiente de adesivo e, nesse caso, a conexo deve ser cortada e descartada. Obs.: os tubos de CPVC no devem ser dobrados!d) Instalao dos chuveiros automticos (sprinklers)A instalao dos chuveiros automticos deve ser realizada depois que todos os tubos e conexes de CPVC estiverem unidos. No caso das juntas soldadas, deve-se aguardar um tempo de cura do adesivo de no mnimo 30 minutos.Ao instalar os chuveiros automticos, deve-se escorar ou apoiar a tubulao de maneira segura para evitar a rotao da tubulao e das conexes nas quais se aplicou o adesivo previamente.Finalizada a instalao e terminado o tempo de cura do adesivo (esse tempo informado pelo fabricante do adesivo), deve-se prosseguir com os ensaios de aceitao do sistema.e) Transio das tubulaes de CPVC para outros materiaisA transio de tubos e conexes de CPVC para outros materiais pode ser realizada com a utilizao de conexes de CPVC roscadas, flangeadas, dispositivos ou adaptadores em atendimento s instrues de instalao do fabricante e normas especficas. Obs.: vedada a confeco de rosca e ranhuras diretamente na parede dos tubos de CPVC.

Procedimento para reparo e modificao do sistema de tubulao de CPVCNesse procedimento o sistema deve ser drenado. Para os cortes das reas a serem reparadas, devem ser utilizadas as ferramentas indicadas pelo fabricante dos tubos de CPVC. Os cortes devem ser realizados a uma distncia que garanta a insero completa da extremidade do tubo na bolsa da conexo. O corte deve ser feito em esquadro e as rebarbas, retiradas. importante tambm observar o alinhamento da tubulao e o posicionamento dos suportes.O local do corte dever ser acessvel ao reparo, sendo possvel rotacionar o tubo em um quarto de giro, necessrio para as juntas soldadas, caso contrrio utilizar as juntas mecnicas.Antes da aplicao do adesivo, secar e remover resduos da bolsa da conexo e da ponta do tubo a serem unidos, com o auxlio de um pano limpo e seco. Por fim, deve-se seguir as recomendaes para a aplicao do adesivo e montagem das tubulaes conforme os itens b e c. recomendado que a parte do sistema que contenha o reparo/modificao seja submetida ao ensaio de aceitao conforme a NBR 10897:2007.

Aceitao do sistemaAps o trmino da montagem das tubulaes e, finalizado o tempo necessrio para cura do adesivo utilizado nas juntas, o sistema deve ser submetido ao ensaio hidrosttico especificado pela NBR 10897:2007.A tubulao deve ser lentamente preenchida com gua, tomando-se o cuidado de remover todo o ar da tubulao. Recomenda-se retirar o ar pelo chuveiro automtico que se encontra no ponto mais alto e distante. Obs.: nunca utilizar ar ou gs comprimido.De acordo com a NBR 10897:2007, as tubulaes e acessrios (sejam de CPVC, ao ou cobre), passveis de serem submetidos presso de trabalho do sistema devem ser testados hidrostaticamente presso de 1.380 kPa, e devem manter essa presso por duas horas, sem perdas. As partes do sistema normalmente sujeitas a presses de trabalho superiores a 1.040 kPa devem ser testadas a uma presso de 350 kPa acima da presso de trabalho do sistema.Em caso de alterao ou ampliao de um sistema j existente que afete 20 ou menos chuveiros, o teste hidrosttico deve ser feito presso de trabalho do sistema. Caso a alterao ou ampliao afete mais de 20 chuveiros, a nova parte do sistema deve ser isolada e testada presso de 1.380 kPa, no mnimo, durante duas horas. Modificaes que no possam ser isoladas no precisam ser testadas presso superior presso de trabalho do sistema.

NORMAS PARA TUBOS E CONEXES P/ ISTALAE DE INCNDIO.Projeto de Norma 00:002.04-001 Tubos e Conexes de Poli (cloreto de vinila) Clorado CPVC Para Sistemas de Proteo Contra Incndio por Chuveiros Automticos Requisitos e Mtodos de Ensaio. ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). So Paulo, 2007.Projeto de Norma 00:002.04-002 Tubos e conexes de Poli (cloreto de vinila) Clorado CPVC Para Sistemas de Proteo Contra Incndio por Chuveiros Automticos Procedimentos de Instalao. ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). So Paulo, 2007.NORMAS RELATIVAS A PREVENO DE INCNDIOS NBR 10897 - Proteo contra Incndio por Chuveiro Automtico; NBR 10898 - Sistemas de Iluminao de Emergncia; NBR 11742 - Porta Corta-fogo para Sada de Emergncia; NBR 12615 - Sistema de Combate a Incndio por Espuma. NBR 12692 - Inspeo, Manuteno e Recarga em Extintores de Incndio; NBR 12693 - Sistemas de Proteo por Extintores de Incndio; NBR 13434: Sinalizao de Segurana contra Incndio e Pnico - Formas, Dimenses e cores; NBR 13435: Sinalizao de Segurana contra Incndio e Pnico; NBR 13437: Smbolos Grficos para Sinalizao contra Incndio e Pnico; NBR 13523 - Instalaes Prediais de Gs Liquefeito de Petrleo; NBR 13714 - Instalao Hidrulica Contra Incndio, sob comando. NBR 13714: Instalaes Hidrulicas contra Incndio, sob comando, por Hidrantes e Mangotinhos; NBR 13932- Instalaes Internas de Gs Liquefeito de Petrleo (GLP) - Projeto e Execuo; NBR 14039 - Instalaes Eltricas de Alta Tenso NBR 14276: Programa de brigada de incndio; NBR 14349: Unio para mangueira de incndio - Requisitos e mtodos de ensaio NBR 5410 - Sistema Eltrico. NBR 5419 - Proteo Contra Descargas Eltricas Atmosfricas; NBR 5419 - Sistema de Proteo Contra Descangas Atmosfrias (Pra-raios.) NBR 9077 - Sadas de Emergncia em Edificaes; NBR 9441 - Sistemas de Deteco e Alarme de Incndio; NR 23, da Portaria 3214 do Ministrio do Trabalho: Proteo Contra Incndio para Locais de Trabalho; NR 23, da Portaria 3214 do Ministrio do Trabalho: Proteo Contra Incndio para Locais de Trabalho. Para definio do referido Projeto, foram consideradas as normas da ABNT especificas como: NBR 10898 ABNT -Sistema de iluminao de emergncia NBR 11861 - ABNT - Mangueira de incndio NBR 12963 - ABNT Sistema de proteo por extintor de incndio NBR 17240 ABNT Sistema de deteco e alarme de incndio Projeto, instalao, comissionamento e manuteno de sistemas de deteco e alarme de incndio - Requisitos NBR 14100 Proteo contra incndio - Smbolos grficos para projeto NBR 10898 ABNT Sistema de Iluminao de emergncia NBR 9077 - ABNT Sada de Emergncia em Edifcios. NBR 13434-2 ABNT Sinalizao de segurana contra incndio e pnico smbolos e sua formas, dimenses e cores NBR 13434-1 ABNT - Sinalizao de segurana contra incndio e pnico - Princpios de projeto NBR 13714 ABNT Sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a incndio NBR 13860 - ABNT - Glossrio de termos relacionados com a segurana contra incndio NBR 7532 - ABNT - Identificadores de extintores de incndio - Dimenses e cores NBR-14718 - 2001 - Guarda-corpos para edificao NBR-6493/94 - Fixa o emprego das cores a serem aplicadas sobre tubulaes com a finalidade de facilitar sua identificao e evitar acidentes. NBR-7195/95 - Fixa as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para preveno de acidentes, identificando os equipamentos de segurana, delimitando reas e advertindo contra perigos