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4. Padrão Mínimo de Qualidade
dos Sistemas Integrados de
Administração Financeira e
Controle
Luís Eduardo Vieira
Superintendência de Gestão Técnica – SGT
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle. Introdução
A transparência da gestão fiscal está prevista nos artigos 48, 48-A e 49 da Lei
Complementar nº 101, atualizada pela Lei Complementar nº 131, de 27 de
maio de 2009. O artigo 48 é regulamentado pelo Decreto nº 7.185, de 27 de
maio de 2010 e pela Portaria nº 548 do Ministro da Fazenda, de 22 de
novembro de 2010.
Decreto nº 7.185/10. Dispõe sobre o padrão mínimo de qualidade do
sistema integrado de administração financeira e controle, no âmbito de
cada ente da Federação, nos termos do art. 48, parágrafo único, inciso III, da Lei
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, e dá outras providências.
Portaria nº 548/10. Estabelece os requisitos mínimos de segurança e
contábeis do sistema integrado de administração financeira e controle
utilizado no âmbito de cada ente da Federação, adicionais aos previstos no
Decreto nº 7.185, de 27 de maio de 2010.
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle. Introdução - Prazos Implementação
Desde 28 de maio de 2013 todos os entes da federação devem cumprir as exigências da Lei Complementar 131/09 (Art. 73-B.) Dessa forma, o Decreto Nº 7.185, DE 27 DE MAIO DE 2010 está em pleno vigor! Já a PORTARIA Nº 548, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2010 apenas produzirá efeitos nos prazos aprovados pela STN para a implantação do PCASP (art. 12) De acordo com o art. 11 da PORTARIA N 634, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013: O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público - PCASP e as Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público - DCASP deverão ser adotados por todos os entes da Federação até o término do exercício de 2014. Dessa forma, os sistemas atuais devem atender requisitos mínimos de segurança e de contabilidade estabelecidos pela Portaria até o término de 2014.
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle. Conceitos - Decreto nº 7.185/10
Art. 12 A consolidação nacional e por esfera de governo das contas de 2014, a ser realizada em 2015, bem como as dos exercícios seguintes, deverão observar, integralmente, as regras relativas ao PCASP e às DCASP, estabelecidas pelo MCASP. (Port. 634/13) Parágrafo único. A STN não dará quitação à obrigação prevista no § 1º do art. 51 da Lei Complementar nº 101, de 2000, caso as contas sejam encaminhadas em descumprimento ao disposto no caput deste artigo § 2 O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. (art. 51, LRF)
Sistema Integrado de Administração Financeira e Controle Conceitos - Decreto nº 7.185/10
Com o advento da Lei Complementar nº 131/09 e do Decreto nº 7.185/10, as formas de se assegurar a transparência na gestão fiscal evoluíram significativamente. O sistema integrado de administração financeira e controle utilizado no âmbito de cada ente da Federação, doravante denominado SISTEMA, deverá permitir a liberação em tempo real das informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira das unidades gestoras, referentes à receita e à despesa, com a abertura mínima estabelecida neste Decreto, bem como o registro contábil tempestivo dos atos e fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade. (art. 2º, Decreto nº 7.185/10) Portais de Transparência!
Sistema Integrado de Administração Financeira e Controle Conceitos - Decreto nº 7.185/10
§ 1 Integrarão o SISTEMA todas as entidades da administração direta, as autarquias, as fundações, os fundos e as empresas estatais dependentes, sem prejuízo da autonomia do ordenador de despesa para a gestão dos créditos e recursos autorizados na forma da legislação vigente e em conformidade com os limites de empenho e o cronograma de desembolso estabelecido. I - sistema integrado: as soluções de tecnologia da informação que, no todo ou em parte, funcionando em conjunto, suportam a execução orçamentária, financeira e contábil do ente da Federação, bem como a geração dos relatórios e demonstrativos previstos na legislação;
Sistema Integrado de Administração Financeira e Controle Conceitos - Decreto nº 7.185/10
II - liberação em tempo real: a disponibilização das informações, em
meio eletrônico que possibilite amplo acesso público, até o primeiro
dia útil subseqüente à data do registro contábil no respectivo
SISTEMA, sem prejuízo do desempenho e da preservação das rotinas
de segurança operacional necessários ao seu pleno funcionamento;
III - meio eletrônico que possibilite amplo acesso público: a Internet,
sem exigências de cadastramento de usuários ou utilização de senhas
para acesso; e
IV - unidade gestora: a unidade orçamentária ou administrativa que
realiza atos de gestão orçamentária, financeira ou patrimonial, cujo
titular, em conseqüência, está sujeito à tomada de contas anual.
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle. Conceitos - Decreto nº 7.185/10
Das Características do Sistema Art. 4 Sem prejuízo da exigência de características adicionais no âmbito de cada ente da Federação, consistem requisitos tecnológicos do padrão mínimo de qualidade do SISTEMA: I - disponibilizar ao cidadão informações de todos os Poderes e órgãos do ente da Federação de modo consolidado; II - permitir o armazenamento, a importação e a exportação de dados; e III - possuir mecanismos que possibilitem a integridade, confiabilidade e disponibilidade da informação registrada e exportada.
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Financeira e Controle.
Conceitos- Decreto nº 7.185/10
Da Geração de Informação para o Meio Eletrônico de Acesso Público
Art. 7 Sem prejuízo dos direitos e garantias individuais constitucionalmente estabelecidos, o SISTEMA deverá gerar, para disponibilização em meio eletrônico que possibilite amplo acesso público, pelo menos, as seguintes informações relativas aos atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução orçamentária e financeira: II - quanto à receita, os valores de TODAS as receitas da unidade gestora, compreendendo no mínimo sua natureza, relativas a: a) previsão; b) lançamento, quando for o caso; e c) arrecadação, inclusive referente a recursos extraordinários.
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Financeira e Controle. Conceitos - Decreto nº 7.185/10
I - quanto à despesa: a) o valor do empenho, liquidação e pagamento; b) o número do correspondente processo da execução, quando for o caso; c) a classificação orçamentária, especificando a unidade orçamentária, função, subfunção, natureza da despesa e a fonte dos recursos que financiaram o gasto; d) a pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento, inclusive nos desembolsos de operações independentes da execução orçamentária, exceto no caso de folha de pagamento de pessoal e de benefícios previdenciários; e) o procedimento licitatório realizado, bem como à sua dispensa ou inexigibilidade, quando for o caso, com o número do correspondente processo; e f) o bem fornecido ou serviço prestado, quando for o caso;
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle. Conceitos - Decreto nº 7.185/10
Depreende-se que deverá ser informado quem é o fornecedor ou
prestador de serviço que estará se beneficiando com os pagamentos da
administração, bem como qual o valor empenhado para esse
beneficiário e quanto ele estará recebendo por cada bem fornecido ou
serviço prestado.
Supondo que seja empenhado para a empresa Alfa o montante
R$150,00 para a aquisição dos seguintes objetos de despesa: item 1:
resma de papel A4, quantidade: 10, valor unitário: R$10,00; item 2:
cartucho de tinta, quantidade: 2, valor unitário: R$25,00.
De acordo com a norma, não basta que a administração informe que
comprou R$150,00 da empresa Alfa. É necessário que seja informado
o que foi comprado e quanto isso custou aos cofres públicos.
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle.
Requisitos Contábeis do Sistema - Portaria nº 548/10.
DOS REQUISITOS CONTÁBEIS DO SISTEMA Art. 10. O SISTEMA, a partir dos registros contábeis, deverá: I – gerar, em conformidade com o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional, o Diário, o Razão, e o Balancete Contábil; II – permitir a elaboração das demonstrações contábeis, dos relatórios e demonstrativos fiscais, do demonstrativo de estatística de finanças públicas e a consolidação das contas públicas;
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle.
Requisitos Contábeis do Sistema - Portaria nº 548/10.
Art. 11. Para fins do cumprimento do disposto no artigo anterior e
em conformidade com os prazos previstos no § 3º do art. 165 da
Constituição Federal e no § 2º do art. 55 da Lei Complementar nº 101,
de 4 de maio de 2000, o SISTEMA ficará disponível:
I ‐ até 31 de dezembro, para registro de atos de gestão orçamentária,
financeira e patrimonial relativos ao exercício financeiro;
II – até o último dia do mês para ajustes necessários à elaboração dos
balancetes do mês imediatamente anterior;
III – até 30 de janeiro, para ajustes necessários à elaboração das
demonstrações contábeis do exercício imediatamente anterior.
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle.
Requisitos Contábeis do Sistema - Portaria nº 548/10.
§ 1º Ressalvado o disposto no art. 9º desta Portaria, o
SISTEMA deverá impedir registros contábeis após o
balancete encerrado.
Art. 9º O SISTEMA deverá conter rotinas para a realização
de correções ou anulações por meio de novos registros,
assegurando a inalterabilidade das informações originais
incluídas após sua contabilização, de forma a preservar o
registro histórico de todos os atos.
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle.
Requisitos de Segurança do Sistema - Portaria nº 548/10.
Requisitos de Segurança do Sistema
Art. 2º O SISTEMA deverá possuir mecanismos de controle de acesso
de usuários baseados, no mínimo, na segregação das funções de
execução orçamentária e financeira, de controle e de consulta.
Art. 5º A base de dados do SISTEMA deverá possuir mecanismos de
proteção contra acesso direto não autorizado.
§ 1º O acesso direto à base será restrito aos administradores
responsáveis pela manutenção do SISTEMA e condicionado à
assinatura de termo de responsabilidade específico.
Padrão Mínimo de Qualidade dos Sistemas Integrados de Administração
Financeira e Controle.
Requisitos de Segurança do Sistema - Portaria nº 548/10.
§ 2º Fica vedado aos administradores referidos no § 1º, sujeitando à
responsabilização individual:
I ‐ divulgar informações armazenadas na base de dados do sistema; e
II ‐ alterar dados, salvo para sanar incorreções decorrentes de erros
ou mal funcionamento do SISTEMA, mediante expressa autorização
do responsável pela execução financeira e orçamentária, observado o
art. 10 desta Portaria.
Art. 6º Deverá ser realizada cópia de segurança periódica da base de
dados do SISTEMA que permita a sua recuperação em caso de
incidente ou falha, sem prejuízo de outros procedimentos.
Transparência e controle da gestão fiscal: a Lei Complementar nº 131/09 e
sua Regulamentação . Aprofundamento sobre o tema.
Revista Técnica dos Tribunais de Contas – RTTC 2011
Transparência e controle da gestão fiscal: a Lei Complementar nº 131/09 e sua
Regulamentação . (Luís Eduardo P. de O. Vieira)
Palavras-chave: Transparência da gestão fiscal. Lei Complementar nº 101/00.
Lei Complementar nº 131/09. Decreto nº 7.185/10. Portaria nº 548/10.
Sumário: Introdução – 1 Revisão bibliográfica – 1.1 Referencial teórico –
1.2 Fundamentação legal – 2 Formas de se assegurar a transparência da
gestão fiscal – 2.1 Transparência em “tempo real” – 2.2 Sistema integrado
de administração financeira e controle – 2.3 Informações mínimas quanto à
despesa – 2.4 Informações mínimas quanto à receita – 3 Requisitos mínimos
de contabilidade e de segurança do sistema integrado de administração financeira
e controle – 3.1 Requisitos mínimos de contabilidade do sistema – 3.2
Requisitos mínimos de segurança do sistema – 4 Transparência, fiscalização
e controle da gestão fiscal – 5 Considerações finais