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HISTÓRIA DA ARTE ARTE CONTEMPORÂNEA HAPPENING E PERFORMANCE

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HISTÓRIA DA ARTE ARTE CONTEMPORÂNEA

HAPPENING EPERFORMANCE

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HAPPENING

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HAPPENING

• O termo happening (do inglês, acontecimento) foi cunhado no final dos anos 50 pelo americano Allan Kaprow (1927) para designar uma forma de arte, que combina artes visuais e um teatro sui generis, sem texto nem representação.

• Nos espetáculos, distintos materiais e elementos são orquestrados de forma a aproximar o espectador, fazendo-o participar da cena proposta pelo artista (nesse sentido, o happening se distingue da performance, onde não há participação do público)

• Os eventos possuem estrutura flexível, sem começo, meio e fim. As improvisações conduzem a cena - ritmada pelas idéias de acaso e espontaneidade - que têm lugar em contextos variados: ruas, antigos lofts, lojas vazias etc.

• Os happenings são eventos em tempo real, como o teatro e a ópera, mas recusam as convenções artísticas.

• Não há enredo, apenas palavras sem sentido literal, assim como não há separação entre a audiência e o espetáculo. Do mesmo modo, os 'atores' não são profissionais, mas pessoas comuns.

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HAPPENING

• Os happenings são gerados na ação e, como tal, não podem ser reproduzidos. O seu modelo primeiro são as rotinas comuns e, com isso, eles borram deliberadamente as fronteiras entre arte e vida.

• Nos termos de Kaprow: 'temas, materiais, ações, e associações que eles evocam, devem ser retirados de qualquer lugar menos das artes, seus derivados e meios'. Uma 'nova arte concreta', propõe o artista, no lugar da antiga arte concreta abstrata, enraizada na experiência, na prática e na vida ordinária, matérias-primas do fazer artístico.

• Os happenings, de acordo com Allan Kaprow, são um desdobramento das assemblages e da arte ambiental, mas ultrapassa-as pela introdução do movimento e por seu caráter de síntese, espécie de arte total em que se encontram reunidas diferentes modalidades artísticas - pintura, dança, teatro etc.

• A filosofia de John Dewey, sobretudo suas reflexões sobre arte e experiência, o zen budismo, a música experimental de John Cage, assim como a action painting de Jackson Pollock (1912 -1956) são matrizes fundamentais para a concepção de happening.

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HAPPENING

• O músico John Cage foi o responsável pelo Theather Piece # 1 (ou simplesmente 'o evento'), realizado no Black Mountain College, em 1952, considerado o primeiro happening da história da arte.

• No espetáculo, M. C. Richards e o poeta Charles Olson lêem poemas nas escadas enquanto David Tudor improvisa ao piano e Merce Cunningham dança em meio à audiência. Pendurada, uma white painting de Robert Rauschenberg (1925 - 2008). Uma velha vitrola toca discos de Edith Piaf. Café é servido por quatro rapazes de branco. Cage, sentado, lê um texto que relaciona música e zen budismo, algumas vezes em voz alta, outras, em silêncio. O espetáculo apela a todos os sentidos simultaneamente: visão, audição, olfato, tato. Além disso, envolve os artistas mencionados e outros participantes, que interferem, aleatoriamente, na cena.

• Kaprow inspira-se de perto no evento de Cage quando da concepção de seu primeiro espetáculo, 18 Happenings in 6 Parts (1958). O compositor é um de seus mestres, sobretudo suas idéias de acaso e indeterminação na arte. Se o nome de Allan Kaprow associa-se diretamente ao happening, tendo realizado uma infinidade deles - Garage environment (1960), An apple shrine (1960), Chicken (1962), entre muitos outros, é preciso lembrar que, nos Estados Unidos, artistas como Jim Dine (1935), Claes Oldenburg (1929), Robert Rauschenberg e Roy Lichtenstein (1923 -1997) realizaram diversos happenings.

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HAPPENING

• À lista, deve ser acrescentado ainda o nome do artista lituano radicado nos Estados Unidos, Georges Maciunas (1931-1978) e o movimento Fluxus, por ele concebido e batizado por ocasião do Festival Internacional de Música Nova, em Wiesbaden, Alemanha, 1962. O termo - do latim, fluxo, movimento -, originalmente criado para dar título a uma publicação de arte de vanguarda, passa a caracterizar uma série de performances organizadas por Maciunas na Europa, entre 1961 e 1963.

• Aderem às propostas do Fluxus, entre outros, o músico e artista multimídia Naum June Paik, além do alemão Joseph Beuys (1912-1986). As performances concebidas por J. Beuys - que ele preferia chamar ações, evitando os nomes happening ou performance - na Alemanha se particularizam pelas conexões que estabelecem com um universo mitológico, mágico e espiritual. Nelas chamam a atenção o uso freqüente de animais - por exemplo, as lebres em The Chief - Fluxus Chant, Copenhagen (1963), a ênfase nas ações que conferem sentidos aos objetos e o uso de sons e ruídos de todos os tipos, num apelo às experiências anteriores à linguagem articulada e ao reino dos instintos, que os animais representam.

• Ainda em solo europeu, é possível lembrar performances realizadas nos anos 60, por Yves Klein (1928 -1962), na França e, na trilha da Arte Povera italiana, os nomes de Jannis Kounellis (1936) e Vettor Pisani (1934).

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HAPPENING

• No Japão, os happenings adquiriram soluções novas com o Grupo Gutai de Osaka, que entre 1954 a 1972 reuniu Jiro Yoshihara e mais quinze artistas.

• No Brasil, Flávio de Carvalho (1899-1973) foi um pioneiro nas performances tendo realizado várias a partir de meados dos anos 50 (por exemplo a relatada no livro Experiência nº 2).

• O Grupo Rex, criado em São Paulo por Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945), Frederico Nasser (1945), entre outros, também realizou uma série de happenings, por exemplo, o concebido por Wesley Duke Lee, em 1963 no João Sebastião Bar. O Grande espetáculo das Artes, como foi chamado o evento, teve origem na irritação do artista por não conseguir expor a série Ligas, considerada excessivamente erótica. O happening tem como eixo uma atitude de rechaço à crítica e às galerias de arte.

• Ainda nos anos 60, o chamado neo-realismo carioca - Antonio Dias (1944), Rubens Gerchman (1942-2008), Carlos Vergara (1941), Pedro Escosteguy (1916-1989) e Roberto Magalhães (1940) - esteve envolvido com o espetáculo e exposição coletiva, PARE, 1966. O evento, comandado por Mário Pedrosa (1900-1981) e inspirado nos programas de auditório do Chacrinha, é considerado por certos comentadores como o primeiro happening realizado no Brasil. Na década de 80, devemos mencionar as Eletro performances, espetáculos multimídia concebidos por Guto Lacaz (1948).

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PERFORMANCE

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PERFORMANCE

• Forma de arte que combina elementos do teatro, das artes visuais e da música. Nesse sentido, a performance liga-se ao happening (os dois termos aparecem em diversas ocasiões como sinônimos), sendo que neste o espectador participa da cena proposta pelo artista, enquanto na performance, de modo geral, não há participação do público.

• A performance deve ser compreendida a partir dos desenvolvimentos da arte pop, do minimalismo e da arte conceitual, que tomam a cena artística nas décadas de 1960 e 1970. A arte contemporânea, põe em cheque os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares. Nesse contexto, instalações, happenings e performances são amplamente realizados, sinalizando um certo espírito das novas orientações da arte: as tentativas de dirigir a criação artística às coisas do mundo, à natureza e à realidade urbana.

• Cada vez mais as obras articulam diferentes modalidades de arte - dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc. - desafiando as classificações habituais e colocando em questão a própria definição de arte. As relações entre arte e vida cotidiana, assim como o rompimento das barreiras entre arte e não-arte constituem preocupações centrais para a performance (e para parte considerável das vertentes contemporâneas, por exemplo arte ambiente, arte pública, arte processual, arte conceitual, land art, etc.), o que permite flagrar sua filiação às experiências realizadas pelos surrealistas e sobretudo pelos dadaístas.

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PERFORMANCE

• As performances conhecem inflexões distintas no interior do grupo Fluxus. As exibições organizadas por Georges Maciunas (1931-1978), entre 1961 e 1963, dão uma projeção inédita a essa nova forma de arte. Os experimentos de Nam June Paik (1932), assim como os de John Cage (1912-1992) - por exemplo, Theather Piece # 1, 1952 -, que associam performance, música, vídeo e televisão, estão comprometidos com a exploração de sons e ruídos tirados do cotidiano, desenhando claramente o projeto do Fluxus de romper as barreiras entre arte/não-arte.

• O nome de Joseph Beuys (1921-1986) liga-se também ao grupo e à realização de performances - nome que ele recusava, preferindo o termo "ação" - que se particularizam pelas conexões que estabelecem com um universo mitológico, mágico e espiritual.

• Trabalhos muito diferentes entre si, realizados entre 1960 e 1970, aparecem descritos como performances, o que chama a atenção para as dificuldades de delimitar os contornos específicos dessa modalidade de arte. Por exemplo, em contexto anglo-saxão, Gilbert & George (Gilbert Proesch, 1943, e George Passmore, 1942) conferem novo caráter às performances utilizando-se do conceito de escultura viva e da fotografia que pretende rivalizar com a pintura.

• Uma ênfase maior no aspecto ritualístico da performance é o objetivo das intervenções do grupo de Viena, o Actionismus, que reúne Rudolf Schwarzkogler (1941-1969), Günther Brüs (1938), Herman Nitsch (1938) e outros.

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PERFORMANCE

• Um diálogo mais decidido entre performance e a body art pode ser observado em trabalhos de Bruce Nauman (1941), Schwarzkogler e Vito Acconci (1940). As performances de Acconci são emblemáticas dessa junção: em Trappings (1971), por exemplo, o artista leva horas vestindo o seu pênis com roupas de bonecas e conversando com ele. Em Seedbed (1970), masturba-se ininterruptamente.

• No Brasil, Flávio de Carvalho (1899-1973), foi um pioneiro nas performances a partir de meados dos anos de 1950 (por exemplo a relatada no livro Experiência nº 2). O Grupo Rex, criado em São Paulo por Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945), Frederico Nasser (1945), entre outros, realiza uma série de happenings, por exemplo, o concebido por Wesley Duke Lee, em 1963 no João Sebastião Bar (alguns críticos apontam parentescos entre o Grupo Rex e o movimento Fluxus).

• A produção de Hélio Oiticica (1937-1980) dos anos de 1960 - por exemplo os Parangolé - guardam relação com a performance, por sua ênfase na execução e no "comportamento-corpo", como define o artista. Nos anos 1970, chama a atenção as propostas de Hudinilson Jr. (1957).

• Na década seguinte, devemos mencionar as Eletro performances, espetáculos multimídia concebidos por Guto Lacaz (1948).

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• Fontes de Pesquisa

• http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic

• ALVARADO, Daisy V. M. Peccinini de. Figurações - Brasil anos 60. Apresentação Ricardo Ribenboim, Prefácio José Roberto Texeira Leite. São Paulo: EDUSP, Itaú Cultural, 1999, 179 p. il. p&b. color.

• FINEBERG, J. Art since 1940 - strategies of being. New York: Harry N. Abrams, Inc., Publishers, 1995. 496p. il. color.

• KAPROW, Allan. Assemblage, environement & happenings. New York: Harry N. Abrams, Inc., Publishers, 341 p., il. p&b.

• KELLEY, Jeff (ed). Essays on the blurring of art and life, by A.Kaprow. Los Angeles; London: University of California Press, 1993, 258 p.

• LACAZ, Guto. Guto Lacaz: desenhos, objetos, pinturas, vídeo-instalações, performances, projetos e instrumentos científicos. São Paulo: 18a Bienal Internacional de São Paulo, 1985. Não paginado, il. p&b.

• ARCHER, Michael. Art since 1960. London, Thames and Hudson, 1997, 224 p.il. p&b. color.

• CHALVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. 2.ed. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 584 p. SANDLER, Irving. Art of the postmodern era: from the late 1960's to the early 1990's. New York: Icon, 1996. 636 p., il. p&b.

• VETTESE, Angela. Capire l'Arte contemporanea, dal 1945 ad oggi. Torino: Umberto Allemandi & C., 1996, 327 p.il. p&b. color.

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