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CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DA EDUCAÇÃO INDISCIPLINA ESCOLAR E CONFLITOS INTERPESSOAIS

Slides - Indisciplina Escolar e Conflitos Interpessoais

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CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DA EDUCAÇÃO

INDISCIPLINA ESCOLAR E CONFLITOS INTERPESSOAIS

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Distinção entre crime e ato infracional

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O conceito de ato infracional é dado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece que “considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”

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Crime é toda conduta humana que atente contra a

lei penal e que lese os bens jurídicos mais

importantes, como a vida, a integridade física, a

incolumidade pública, dignidade sexual, o

patrimônio, a ordem pública, etc.

Para exemplificar, são crimes: homicídio; aborto;

lesão corporal; roubo; furto; estelionato;

receptação; estupro; tráfico de drogas; porte

ilegal de arma de fogo.

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As contravenções penais, por sua vez, referem-se

a infrações menos graves. São exemplos de

contravenções: perturbação do trabalho ou do

sossego alheio; vias de fato; recusa de moeda de

curso legal; jogo de azar; jogo do bicho;

mendicância; importunação ofensiva ao pudor;

embriaguez.

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Simplificando o conceito de ato infracional dito

inicialmente, pode-se dizer que os atos

infracionais são os crimes e contravenções penais

praticados por crianças ou adolescentes. Recebem

nome diferenciado, uma vez que o tratamento

também é diferenciado, conforme se verá adiante.

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CRIME CONTRAVENÇAO PENAL

ATO INFRACIONAL

Conduta humana MUITO GRAVE que ofenda bens jurídicos

importantes.

Conduta humana MENOS GRAVE que ofenda bens jurídicos

importantes.

São os crimes e contravenções penais

praticadas por menores de 18 anos.

Ex: homicídio, roubo, furto, estupro, tráfico.

Ex: jogos de azar, perturbação do sossego.

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Diferença entre ato infracional e infração disciplinar

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Os atos de indisciplina consistem no

descumprimento das normas fixadas pela escola.

Por exemplo, desrespeitar os colegas e

professores, atrapalhar o andamento das aulas.

Tais condutas violam as regras de convivência,

mas não obrigatoriamente estão tipificadas e

descritas nas leis penais.

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Isso significa que nem todo ato de indisciplina

corresponde a um ato infracional, já que a

conduta praticada pelo aluno pode caracterizar

indisciplina, contudo, não corresponder a uma

infração penal prevista em lei.

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Uma ofensa a um professor, no ambiente escolar,

dependendo do tipo e da forma como for

proferida, pode ser simples infração disciplinar e

ao mesmo tempo ato infracional análogo aos

crimes contra a honra.

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ATO DE INDISCIPLINA

ATO INFRACIONAL

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Outra diferença entre o ato infracional e o ato de

indisciplina é que o primeiro é identificável

perante a legislação penal vigente, enquanto o

segundo deve estar regulamentado nas normas

que regem a escola, geralmente no regimento

interno da instituição.

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ATO DE INDISCIPLINA ATO INFRACIONALDescumprimento das normas fixadas pela escola por parte

dos alunos.

Crimes e contravenções penais praticados por menores de

dezoito anos.Previsto no regimento interno

da escola.Previsto na legislação penal.

Mais amplo e menos grave. Mais restrito e mais grave.Ex: desrespeitar colegas, violar

regras em sala de aula.Ex: ameaçar e agredir o

professor (ameaça e lesão).Sujeitam o aluno a um

procedimento disciplinar no âmbito da escola.

Se praticado por criança, pode ser aplicada medida protetiva

pelo Conselho Tutelar.Se praticado por adolescente,

pode ser aplicada medida socioeducativa judicialmente.

Âmbito escolar. Âmbito policial e judicial

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Na hipótese de prática de ato infracional por uma criança, ela (menor de doze anos) se submete às medidas protetivas previstas no artigo 101 do ECA, sem qualquer espécie de privação de liberdade.

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Já o adolescente autor de ato infracional (entre doze e dezoito anos) fica sujeito a tratamento mais rigoroso, com aplicação de medidas socioeducativas, sendo possível o encaminhamento policial ou diretamente ao Ministério Público e sucessivo encaminhamento judicial.

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É de absoluta importância frisar que o encaminhamento à polícia e ao Ministério Público deverá ocorrer nos casos mais graves e delicados, em que a solução disciplinar não se mostrou satisfatória.

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No âmbito disciplinar, não há qualquer distinção no tratamento dado à criança e ao adolescente.

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ENCAMINHAMENTOS

INFRAÇÃO DISCIPLINAR

ATO INFRACIONAL

praticado por adolescente

ATO INFRACIONAL

praticado por criança

Crianças e adolescentes se sujeitam às normas estabelecidas no regimento interno da instituição de ensino.

Sujeita o adolescente a tratamento mais rigoroso, com aplicação de medidas socioeducativas, além das medidas protetivas.

Submete a criança às medidas protetivas previstas no artigo 101 do ECA por parte do Conselho Tutelar.

Deve ser instaurado procedimento disciplinar no âmbito escolar.

Deve ser instaurado procedimento disciplinar no âmbito escolar.

Deve ser instaurado procedimento disciplinar no âmbito escolar.

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Não há qualquer distinção no tratamento dado à criança e ao adolescente.

Deverá ser registrado boletim de ocorrência e posteriormente o adolescente será encaminhado para audiência com o Promotor de Justiça.

Deve o caso ser encaminhado ao Conselho Tutelar.

Não se admite o encaminhamento na esfera policial e judicial.

É possível o encaminhamento policial ou diretamente ao Ministério Público e sucessivo encaminhamento judicial.

Não se admite o encaminhamento na esfera policial e judicial.

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Atos infracionais comumente praticados

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- FURTO;

- ROUBO;

- TRÁFICO DE DROGAS;

- LESÃO CORPORAL;

- CALÚNIA, DIFAMAÇÃO, INJÚRIA;

- AMEAÇA;

- PERTURBAÇÃO DA TRANQUILIDADE E DO SOSSEGO;

- IMPORTUNAÇÃO OFENSIVA AO PUDOR.

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Procedimento disciplinar

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Na hipótese de ocorrência de qualquer ato de indisciplina dentro

das unidades de ensino fundamental do município, seja ato

infracional ou não, deverá ser instaurado e autuado procedimento

disciplinar.

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Na portaria de instauração do referido procedimento, deverá

constar:

1. nome e qualificação completa do adolescente responsável pelo

ato;

2. nome e qualificação completa dos pais ou responsáveis;

3. resumo do ato praticado, com indicação do dia, hora, local;

4. nome das vítimas com a qualificação completa;

5. nome das testemunhas que tenham presenciado ou confirmado o

ato de indisciplina.

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Deverá constar, ainda, as providências de proteção realizadas pela

escola, como encaminhamento a psicólogos, a assistentes sociais, ao

Conselho Tutelar ou aos programas de proteção.

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Após a instauração do processo, os pais e responsáveis deverão ser

notificados por escrito, devendo-se dar ao aluno e seu

representante oportunidade de defesa, em prazo não inferior a 5

dias, além da produção de provas.

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Encerrada a instrução do procedimento administrativo disciplinar,

antes do julgamento e aplicação da sanção, poderá a escola buscar

a realização de relatório elaborado por psicóloga ou assistente

social ou professor ou equipe multidisciplinar, no qual deverá

constar sugestão da sanção a ser aplicada ao adolescente.

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Em casos graves, já tendo havido tentativa de aplicação de medida

nas escolas, poderá ser dispensada a sanção disciplinar nos casos

em que tenha havido aplicação de medida de proteção ou medida

socioeducativa em audiência de apresentação na Promotoria.

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Deverá, por fim, o procedimento disciplinar ser concluído dentro

de 15 (quinze) dias úteis, com relatório acerca das medidas

aplicadas ou acordadas.

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Encaminhamento ao Ministério Público

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O encaminhamento ao Ministério Público deverá ser medida

subsidiária, possível de ser aplicada aos adolescentes autores de ato

infracional, desde que comprovadamente inviável a solução no

âmbito escolar, em procedimentos disciplinares já instaurados, ou

desde que se trate de ato infracional grave, que dependa da

aplicação de medidas socioeducativas para responsabilização do

adolescente.

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No caso de ato infracional praticado por crianças, o

encaminhamento só pode ser feito ao Conselho Tutelar, para que

aplique as medidas de proteção da Lei 8.069/90 (ECA), havendo

expressa vedação legal para aplicação de medidas pelo Ministério

Público em procedimento judicial.

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Em ordem cronológica, portanto, tratando-se de ato infracional

grave ou reiterado, deverá a escola imediatamente instaurar

procedimento disciplinar, colhendo as provas necessárias para

comprovar o fato ocorrido.

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Após a instauração de procedimento disciplinar, deverá o fato ser

comunicado à Polícia Civil e encaminhado ao Ministério Público

para atendimento em audiência de apresentação.

Entre as medidas que podem ser aplicadas estão: advertência,

prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida e

internação.

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Conflito nas relações interpessoais envolvendo pais e servidores.

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No âmbito escolar é comum a ocorrência de conflitos envolvendo

pais/responsáveis e servidores das escolas que, em diversos casos,

culminam na prática de atos ilícitos, ou seja, atos contrários à

norma, seja ela a lei, o regimento escolar, ou qualquer outra

regulamentação válida.

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Esses casos podem ocasionar implicações em diferentes esferas:

administrativa, cível e criminal, a depender de qual foi a norma

violada. É importantíssimo destacar que são áreas autônomas, ou

seja, o fato pode determinar a responsabilização em cada uma

delas simultaneamente.

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Contudo, os pais/responsáveis dos alunos, por não possuírem

vínculo de subordinação com a escola, ou seja, por não fazerem

parte do quadro de funcionários, não estão sujeitos à medidas

administrativas. Dessa forma, responderão apenas cível e

criminalmente.

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Para esclarecer a situação, imaginemos que o pai de determinado

aluno dirija-se à sala de aula e ofenda o professor de seu filho.

Nesse caso, a depender da gravidade do fato, o ofendido pode

ajuizar ação de danos morais contra o ofensor, para receber uma

compensação financeira pelo eventual dano sofrido e, ainda,

representar ao Ministério Público ou à Delegacia de Polícia, a fim

de que seja registrada ocorrência ou proposta ação penal, para

condenar criminalmente o autor da ofensa. As penas criminais

podem ser restritivas de direitos (ex.: prestação de serviços à

comunidade) ou privativas de liberdade (prisão).

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Por outro lado, utilizando o mesmo exemplo, caso o professor

ofenda o aluno ou seus pais, além das medidas cível e criminal

mencionadas, na qualidade de servidor público, responderá

perante a Administração Pública, através de procedimento

administrativo disciplinar, a ser instaurado pelo órgão ao qual

estiver vinculado, podendoreceber sanções como advertência,

suspensão, destituição de mandato, demissão, cassação de

aposentadoria ou disponibilidade, dentre outras.

Page 42: Slides - Indisciplina Escolar e Conflitos Interpessoais

O que importa esclarecer é que, independentemente de quem seja a

vítima do ato ilegal praticado, os professores e funcionários da

escola sempre responderão administrativa, cível e criminalmente.

Já os pais, apenas cível e criminalmente.

Page 43: Slides - Indisciplina Escolar e Conflitos Interpessoais

Por fim, é importante lembrar que conflitos entre professores ou

demais trabalhadores da educação, por serem ambos servidores

públicos, importarão em consequências nas três esferas, a

depender o fato ocorrido, sendo sempre imprescindível a

instauração de procedimento administrativo disciplinar por parte

do órgão responsável.

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PROFESSORES E DEMAIS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA

PAIS OU RESPONSÁVEIS PELOS ALUNOS

Respondem administrativa, cível e criminalmente;

Procedimento disciplinar prévio obrigatório para sanções de cunho administrativo;

Procedimento judicial para aplicação de sanções de natureza penal e cível (indenização).

Respondem apenas cível e criminalmente;

Procedimento judicial para aplicação de sanções de natureza penal e cível (indenização).

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Quando o conflito envolver aluno, sendo este o autor do ato ilegal,

será verificado se houve ato infracional ou apenas indisciplina

escolar, tomando-se as providências descritas no item 4 e no item 5

acima.

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Conclusão

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É importante ressaltar que as consequências dos conflitos

interpessoais na escola podem trazer importantes prejuízos para

toda a comunidade escolar. No ambiente escolar, mais do que em

qualquer outro ambiente, é imprescindível que se estimule e

pratique a solução pacífica dos conflitos, por meio do diálogo, da

composição e do entendimento mútuo, visando um resultado

definitivo e positivo para ambas as partes.

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Criar mecanismos para a cultura da paz nas escolas é um desafio

enriquecedor e que demanda engajamento de todos os envolvidos,

dos alunos aos servidores, com a participação efetiva da família na

comunidade escolar.

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PITÁGORAS:

“Eduquem as crianças de hoje e não será preciso castigar os homens de amanhã”.

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