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1402 SOBRE O ESPAÇO INFORMAÇÃO: PRIMEIRAS ANOTAÇÕES Laurita Ricardo de Salles / Universidade Federal do Rio Grande do Norte Comitê de Poéticas Artísticas SOBRE O ESPAÇO INFORMAÇÃO: PRIMEIRAS ANOTAÇÕES Laurita Ricardo de Salles / Universidade Federal do Rio Grande do Norte RESUMO Trata do Espaço informação de Engelbart e de seus desdobramentos, notadamente as contribuições de Kay, na constituição da window e da programação orientada a objetos. São compiladas as inovações relativas a constituição de um espaço janela como paisagem de dados, camada visual de acesso direto que, esconde e aproxima os dados e movimentos informacionais ao usuário, como metaimagem. Aliado a interface de entrada e manipulaçao direta, agencia imagem e informação, affordance visual a programa via endereçamento a CPU, em regime de sistema de coordenadas e alternancia de modos, configura-se como mosaico de pixels bitmapp referenciado aos dados numericos via softwares, interfaces cuturais em sistema com multiplas camadas de representação entre usuário e eventos. Levantamento sobre problemática e primeiros vetores hipóteses da pesquisa. PALAVRAS-CHAVE espaço; informação; interface; computação; cultura. ABSTRACT Addresses Engelbart information space and its consequences , notably Kay's contributions to the establishment of the window and object-oriented programming. Innovations are compiled for the creation of a window space as datascape, as visual layer of direct access that hides and approachs data and informational movements to the user, as metaimage. Combined with input interface and direct manipulation, agency and image information via the visual affordance addressing the CPU program , coordinate system arrangements and alternation modes, presents itself as a mosaic of pixels bitmapp referenced to numerical data via software, cultural interfaces on a system with multiple layers of representation between user and events. Survey problematic and first vectors hypotheses of the study . KEYWORDS space; information; interface; computation; culture.

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SOBRE O ESPAÇO INFORMAÇÃO: PRIMEIRAS ANOTAÇÕES

Laurita Ricardo de Salles / Universidade Federal do Rio Grande do Norte RESUMO

Trata do Espaço informação de Engelbart e de seus desdobramentos, notadamente as contribuições de Kay, na constituição da window e da programação orientada a objetos. São

compiladas as inovações relativas a constituição de um espaço janela como paisagem de dados, camada visual de acesso direto que, esconde e aproxima os dados e movimentos informacionais ao usuário, como metaimagem. Aliado a interface de entrada e manipulaçao direta, agencia imagem e informação, affordance visual a programa via endereçamento a CPU, em regime de sistema de coordenadas e alternancia de modos, configura-se como mosaico de pixels bitmapp referenciado aos dados numericos via softwares, interfaces cuturais em sistema com multiplas camadas de representação entre usuário e eventos. Levantamento sobre problemática e primeiros vetores hipóteses da pesquisa. PALAVRAS-CHAVE

espaço; informação; interface; computação; cultura. ABSTRACT

Addresses Engelbart information space and its consequences , notably Kay's contributions to the establishment of the window and object-oriented programming. Innovations are compiled for the creation of a window space as datascape, as visual layer of direct access that hides and approachs data and informational movements to the user, as metaimage. Combined with input interface and direct manipulation, agency and image information via the visual affordance addressing the CPU program , coordinate system arrangements and alternation modes, presents itself as a mosaic of pixels bitmapp referenced to numerical data via software, cultural interfaces on a system with multiple layers of representation between user and events. Survey problematic and first vectors hypotheses of the study . KEYWORDS

space; information; interface; computation; culture.

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O conceito de espaço informação de Engelbart (a partir de Johnson, Moggridge e

Rocha) resume exemplarmente a novidade da interface por ele inventada e sua

natureza, até hoje dominantes nas relações humano-computacionais. Esta propõe a

apresentação de uma interface ao usuário a qual lhe oferece um mapeamento de

bits (JOHNSON, 2001, p.15, 21, 22, 38, 39) relacionando eventos computacionais

numéricos a um lugar perceptivel aos sentidos humanos através de um sistema de

interface conjugadas de inputs e outputs. Johson resume com precisão:” o

computador imaginava a tela como uma grade de pixels, um espaço bidimensional.”

um “espaço de dados”.

Frisa o mesmo autor que ali surgia “ a idéia maravilhosa do mapeamento dos bits”,

“aliando cartografia e código binário”, a qual cumpria a função de “ um guia do

explorador para a nova fronteira da informação a qual seria tecnicamente refinada

pelos pesquisadores do Xerox Parc posteriormente” (JOHNSON, 2001, p. 21).

Esta invenção modificou radicalmente a computação, tornando possivel que códigos

computacionais pudessem ser manipulados pelo público não especializado,

deixando que fossem chamados a partir de inputs de ordens/código. Também criou

uma nova relação com as máquinas, já que foi alí criada a possibilidade de

“navegação” no sistema de dados em uma “paisagem de informação” (JOHNSON,

2001, p. 23).

É importante salientar a observação de Manovich (MANOVICH, 2001, p. 66–67)

sobre a relação conteudo e forma, ou conteudo e meio, tradicional nas Artes

tranformada em nova dicotomia: conteúdo e interface. Diz ele que sem esta ultima –

a interface-a Arte não seria possível, já que ela é que cria as condições para uma

apreciação das informações pelos sentidos.

Johnson descreve mais detidamente como funcionava a nova interface de

Engelbart; esta apresentava uma tela (JOHNSON, 2001, p. 21) dividida em pixels

(portanto perceptiva ao olho humano, no caso) onde cada um deles referia-se:

[...] a um pequeno naco de memória do computador:numa tela simples , preta e branca, esse naco seria um único bit, um 0 ou um 1; se o pixel fosse iluminado, o valor do bit seria 1; se ficasse escuro, seria 0;...os dados, pela primeira vez, teriam uma localização fisica e

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uma localização virtual: os elétrons em movimento pelo processador e sua imagem espelhada na tela.

Johnson lembra também (JOHNSON, 2001, p. 22) que o software operava a

coordenação entre os movimentos da mão e um ponteiro na tela, permitindo a

Engelbart clicar em janelas e ícones , abrir e fechar coisas , reorganizar o espaço

informação no monitor. Ele criou ferramentas de input – um teclado de acordes

(com ordens como delete, paste e copie), que deixou de ser usado como tal, embora

as ordens definidas tenham sido incorporadas seja no mouse, seja em menus e

ordens teclado) e o mouse como atualmente usado, onde este fazia “ o papel de

representante do usuário no espaço de dados”. 22O ponteiro correndo na tela... era

o duplo virtual do usuário. O feedback visual dava a experiencia seu caráter

imediato, direto:o mouse é mais que um apontador, permite manipular dretamente a

informação dentro do computador. Criou-se portanto um infoespaço mapeado por

bits, manipulação direta e o mouse (JOHNSON, 2001, p. 22).

O espaço informação é, pois, diretamente relacionado a esta outra invenção de

Engelbart: o mouse, interface de entrada ou ferramenta de inputs conjugada em

tempo real (Cleomar Rocha aponta o papel da sincronicidade no tempo para a

eficiencia do duplo virtual1) ao ponteiro na tela que coincide com o que é visto como

output na interface tela ou monitor, segundo mapas de coordenadas com

endereçamento na CPU do computador. Aponto a capacidade de processamento, ou

dinamicidade do computador (o computador como um sistema dinâmico - proposta

de Alan Kay), como elemento fundante desta sincronicidade , apresentando a

ilusão propiciada pelo duplo virtual e a relação entre input e output em tempo real.

Também a aposição das coordenadas das interfaces de saída e entrada, as quais

encontram-se de certa forma em seu endereçamento na CPU do computador, onde

também sincronizam -se no que se refere as ordens a serem executadas em um

dado momento (TANENBAUM, 2007, p. 58–60):

[...] cada dispositivo E/S consiste de duas partes : uma que contém grande parte da eletrônica, denominada controlador, e outra que contém o dispositivo de E/S em si, tal como um drive de disco. O controlador normalmente está contido em uma placa que é ligada a um encaixe livre, exceto os controladores que não são opcionais (como o teclado), que às vezes estão localizados na placa-mãe. Mesmo que o visor(monitor) não seja opcional, o controlador de vídeo às vezes está localizado em uma placa de encaixe … O

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controlador se conecta com seu dispositivo por um cabo ligado ao conector na parte de trás da caixa. A função do controlador é controlar seu dispositivo E/S e manipular para ele o acesso ao barramento.

Cada pixel passa a ser dotado coordenadas e de endereçamento na memória do

computador mediado (FOROUZAN, 2012, p. 103 a 107) por dispositivos

controladores, já que de natureza diversa (mecanicos, eletromagneticos ou óticos,

enquanto a CPU e memória são eletronicos) e ainda encaminhamento por

barramentos(de dados, endereço e controle).

Johnson ressalta o papel da manipulação direta (JOHNSON, 2001, p. 21–22): “A

manipulação direta era paradoxal”; a interface grafica havia colocado mais uma

camada entre usuário e informação, mas a imediatez tactil da ilusão dava a

impressão de que agora a informação estava mais próxima, em vez de mais

afastada. “Parecia que nós estavamos fazendo algo em vez de dizer ao computador

para faze-lo por nós”.

Temos então a integração de uma interface fisica (acionamento físico-motor

realizado pelo usuário (ROCHA, 2014, p. 53) com a interface gráfica, uma interface

perceptiva (interface perceptiva... é aquela em que “os acionamentos se dão por

órgãos sensórios” (ROCHA, 2014, p. 57) a partir dos mecanismos de ação ou

entrada e saída de dados da relação homem-sistema. Diz Cleomar: “ Desde

Engelbart que as interfaces físicas se vincularam as interfaces gráficas tornando-se

parceiras quase que inseparaveis” (ROCH, 2014, p. 56). E ainda: “O protagonismo

das interfaces gráficas se apoia no primado visual da percepção humana e na

versatilidade das interfaces , hoje responsivas... A chamada GUI, do ingles Graphic

User Interface, foi provavelmente a grande responsável pela popularização dos

sistemas computacionais a partir dos anos 1980” (ROCHA, 2014, p. 57).

Segundo o Prof. Dr. Hugo Nascimento, docente do curso de Informática da

Universidade Federal de Goiás 2 , o monitor atual “apresenta ao usuário uma

representação visual de uma parte do estado atual do sistema computacional” ;

.Acrescento aqui o papel de affordance3 do sistema WINP/Windows, Icons, Mouse,

Pull-down Menus. O mouse registra os deslocamentos da mão e botões clicados, os

movimentos à direita e à esquerda, e tem um programa próprio com sistema de

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coordenadas onde registra as últimas coordenadas (onde se estava) e o novo ponto

para onde a mão vai. Atualiza esta informação e a desenha na tela. Avisa quanto a

mão correu em x e y. Na tela aparece a representação visual em tempo real desse

ponteiro virtual – entidade do software.

O mouse é um dispositivo de entrada para o sistema informacional( junto com

teclado); os dispositivos de saida tem, além do monitor, sons e outras, que informam

ao interator ou usuário, além da visão, o que esta acontecendo. A tela multitoque

tem mais ou menos a função do mouse, onde a localização em um sistema de

coordenadas é dado diretamente pelo toque. É importante ressaltar que apesar de

superpostos na tela, são dois sistemas: monitor-tela de pixels (output) e tela

transparente receptora de toques4 (input).

Johnson ressalta com precisão a mudança de paradigma que o espaço informação

significou para a cultura humana com uma janela aberta para as operações que a

máquina nos proporciona, nos permitindo percorre-las (JOHNSON, 2001, p.22–24):

Essa paisagem de informação foi a um só tempo um avanço tecnológico e uma obra de criatividade profunda. Mudou o modo como usamos nossas máquinas e como a imaginamos....De máquina prótese passa a máquina criadora de ambientes, de espaço a ser explorado. ...Metafora do navegar vem dai...A maior parte do vocabulario hightech deriva dessa arrancada inicial...Hoje graças ao

espaço-informação somos todos mapeadores de bits.

Ou ainda Howard Rheingold em Tools for Though diz (apud JOHNSON, 2001, p.22–

23) que bem aponta o carater de paisagem de dados apresentado por esta interface

e sua dinamicidade:

O território que vemos atras da janela ampliada em nosso novo veiculo não é a paisagem habitual das planicies , árvores e oceanos, mas uma paisagem de informação cujos marcos são palavras, numeros, graficos, imagens ,concetos, paragrafos , raciocinios, formulas, diagramas, provas, corpos de literatura e escolas de critica.

É fato que há antecedentes e que a invençao de Engelbart organiza pela primeira

vez o sistema de forma mais integrada e eficiente. Friedberg descreve um dos

primeiros sistemas com uma tela abertura para leitura de dados com o Whirlwind

de 1951 (FRIEDBERG, 2006, p. 222 ) e um apontador e veiculação de inputs:

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o Whirlwind , um computador bancado pela Força área militar dos

EUA no MIT usou uma tela circular como interface de entrada (mas não a úica), tipo óculo( ou escotilha) equipada com uma caneta e um mesa de comando para inputs em seu mainframe5 ..Foi modelada diretamente da tela do radar ... A imagem dos monitores de radar , longe dos displays de pixel, não era nem nitida nem iluminada o

suficiente para apresentar detalhes de fontes ou caracteres.

Manovich descreve com atenção a origem da tela computacional. Aponta que nasce

com a tecnologia da fotografia para o uso de vigilancia aérea , primeiramente, com o

fotógrafo Nadar em 1985 com imagem de Bièvre a 242 pés 6 ; em 1982 fotos

anônimas são tiradas a partir de balões e logo a seguir usadas a partir de foguetes

na França e Alemanha. A invenção do radar será largamente utilizada na 2a guerra

e dispensou a espera da revelação do filme, a qual impedia a obtenção de

informações sobre posições inimigas em tempo real( etas podiam mudar no periodo

de espera). A imagem fotografica e do cinema expoem no presente uma imagem fixa

obtida em um momento e durante um tempo determinado.Portanto, “só pode

apresentar eventos passados”. Foi a imagem do radar que mudou esta situação com

a introdução da tela em tempo real, aperfeiçoada posteriormente pela interface-

humano computador. Diz ele (MANOVICH, 2001, p. 99–100) que neste novo tipo

de tela com origem na tela do radar, “a imagem é apresentada através de

escaneamento sequencial”,circular no caso do radar e retangular na TV, portanto,

diferentes partes da imagem correspondem a diferentes momentos no tempo”. Este

tipo de imagem seria mais próxima de uma trilha de audio e, na verdade, nem seria

exatamente uma imagem segundo o autor.Considera que a noção de imagem é

usada para caracteriza-la por falta de outra, não havendo ainda noção definida que

melhor represente o que está em pauta.

O princípio da imagem de radar foi desenvolvido por cientistas de vários países

independentemente para uso militar nos anos 30. Depois do inicio da 2a guerrra,

no entanto, só os EUA tinha condições financeiras de desenvolve-lo, sendo que em

1940 um grupo de cientistas do MIT será reunido em um Laboratório de Radiação,

que em 1943 terá 4 mil participantes (MANOVICH, 2001, p. 100–101 e nota 40).

Este laboratório foi desmontado depois do fim da guerra, mas em meados dos

anos 50 é formado pela Força Aérea dos EUA um novo laboratório denominado

Laboratório Lincoln para desenvolver a tecnologia SAGE/Semi Automatic Ground

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Envirenonment, um centro de comando para estabelecer o controle das defesas

desta força militar7. Foi neste laboratório que que foram desenvolvidos programas

de computação gráfica que permitiam meios de input e output via uma tela,

supostamente o Whirlwind (apontado por Friedberg mais acima) ou sucedâneo

deste.

Ali eram reunidas as informações de diversas estações de radar em tempo real8,onde

cada um dos oitenta e dois escritórios da Força Aérea monitorava seu monitor de

computador que mostrava a costa da Nova Inglaterra e a localização das estações de

radar de interesse (MANOVICH, 2001, p. 101). Quando um oficial percebia um ponto

como um avião em movimento, ele podia indicar ao computador que o seguisse. Para

isso usava uma pena iluminada especial. Portanto, o SAGE continha os elementos

fundantes da nova interface.9 Esta pena é precursora do mouse.10

Fridberg considera que Douglas Engelbart, como pesquisador do Stanford Research

Institute, acoplou pela primeira vez terminais de video a computadores mainframes,

embora seus monitores especialmente desenhados tivessem pequenas e difusas

telas branco e preto. Desta maneira, ele de fato possibilita, pela primeira vez, um

conjunto capaz de tornar-se paradigma de nossas máquinas computacionais.

Friedberg lembra, porém, que, no demo de 1968, Engelbart (FRIEDBERG, 2006, p.

225) apresenta sua proposta ainda baseada em TVC/Tubo de Raio Catódico da TV;

O computador disporia de 6 TRC e sistemas de 6 circuitos-fechados de TV. Porém,

acoplados a um sistema dinâmico (noção de Jay) capaz de dar agilidade processual

a esta “vista para dentro navegavel”, estavam colocadas as premissas para o espaço

informação e seus sucedâneos.Johnson aponta que varios cientistas do Xerox Par

eram veteranos do SRI/Stanford Research Institute, levando consigo as idéias de

Engelbart, realizando então com mais verbas experiencias a partir do modelo

original. Kay enfrentava a implementação de janelas no SRI (JOHNSON, p. 38–39).

Friedberg nos oferece (FRIEDBERG, 2006, p. 223 e seguintes) histórico sobre o

surgimento da noção de janela – no sentido de window (vários frames de acesso a

programa na tela monitor computacional) – no espaço computacional.

Apresentaremos a seguir um resumo de suas considerações:

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A origem exata do termo window como uma metáfora para a inserção de uma

seção de quadro (frame) na tela de um computador é dificil de ser

localizada.Douglas Engelbart não usou o termo window para sua abordagem de

multiplas telas “TV aproach” para a interface do computador , ainda que em seu

texto “Estudo do intelecto humano aumentado” continha um prototipo para tal.No

projeto de 1962 “Aumentando o intelecto humano? Um quadro conceitual”

(http://www.dougengelbart.org/pubs/augment-3906.html),... ele faz um sumário de

algumas das conclusões a serem desenhadas a partir de seu estudo as quais

propõem claramente a futura noção de janela.

No texto, Engelbart expõe um exemplo do sistema imaginado como:

...uma tela display11 visual com cerca de tres pés em cada lado” a

qual seria sua “superfície de trabalho”. Esta tela display seria controlada pelo computador (“seu servidor ou funcionàrio, atendente...) que no exemplo dado, seria manipulada por um arquiteto. Este claramente muda de uma janela para outras, vistas,planos mapeamento de dados de um determinado trabalho manejado por ele “ por meio de um pequeno painel de controle ou mesa de controle e vários outros dispositivos”.

Com um “ponteiro” ele indica pontos de interesse e o conjunto de dados solicitado

indicados aparece no um terço da tela a direita da tela”. Outra solicitação , uma

“vista perspéctica” ocupa apenas uma porção da tela; simultaneamente a outra

porção apresenta especificações de distancia e elevação, e assim por diante, em

sucessivas solicitações e vistas de janelas simultaneas relativas a diferentes

necessidades e ordens máquina por ele solicitadas aparecem no espaço tela.

Aponta Friedberg (FRIEDBERG, 2006, p. 224):

A descrição de mudanças de janelas é clara, embora não sejam nomeadas por Engelbart.... se os exatos detalhes da tela e suas partes componentes não são descritas na proposta de Engelbart de 1962, suas intenções para o que poderia denominar de uma “abordagem de TV” para um display tela com multiplas janelas estão claros como protótipo”.

A autora considera que Engelbart trabalhou nesta interface através dos anos 60,

mas sua demonstração de minutos sobre o computador multimidia conectado a

rede na Conferencia de Outono de Computação Conjugada (Fall Joint Computer

Conference), em 9 de dezembro de 1968, exerceu para o conceito de janela ou

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window computacional o que significou o que os irmãos Lumière em 28 de

dezembro de 1895 , apresentaram no Grande Café e fizeram pelo Cinema: provoca

uma excepcional data remarcavel, mais sintomática que exata, e sómente a ser

qualificada por correções e exceções.12

Diz ainda que não se sabe se no SRI o termo window era usado mas, que na

dissertação “o dispositivo reativo” (FRIEDBERG, 2006, p. 342, nota 96), de Alan Kay,

de 1969 na Universidade de Utah, na qual descreve um “sistema objeto orientado”

grafico o qual tivesse viewport e windows. A figura da viewport é ligeiramente

diversa da window..., porém, lembra, ambas implicam em uma abertura,uma porta

visual de uma tela, para o espaço grafico a qual simultaneamente mascara e abre

o trabalho de codificação do computador.

O sistema organizado por Kay dá acesso direto ao código-programa através e

interface visual como affordance (ainda na concepção de Gibson) e dirigida a

usuário final e espraiado, mascarando as mediações do processamento. Ela relata

a também fundamental invenção de Kay para a constituição do espaço- informação

tal qual o conhecemos : a invenção uma linguagem programa orientada a objetos (o

Smalltalk) onde, como aponta Friedberg (FRIEDBERG, 2006, p. 225), nesta forma

de programação “objeto orientada” qualquer coisa pode ser um objeto- um número,

uma palavra, uma imagem – consequentemente , trata-se de um display multimedia.

Kay imaginava o computador como um metamedium capaz de incorporar outras

midias, “um dispoditivo de convergencia e a espera de acontecer”.

Manovich também aponta ter sido quem Kay inventou a linguagem Smalltalk onde,

pela primeira vez é desenvolvida uma linguagem de programação para dar uma

aparencia unificada para todas as aplicações e para a interface do sistema PARC e,

mais importante, para oferecer a seus usuários as condições de programar suas

próprias ferramentas de midia (MANOVICH: 2013, pág.96).Posteriormente as

linguagens objeto orientadas se tornaram muito usadas e suas caracteristicas

foram adicionadas as mais populares linguagens como a C.Esta dará origem as

demais programações C, que por sua vez darão origem as demais programações

de alto nível como C++ e Java, fundamentais na computação atual.13

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Dynabook

Friedberg descreve com atenção como o monitor do computador é desenvolvido em

centros de pesquisa da época (FRIEDBERG, 2006, p. 342, nota 97):

Em 1970 o chairman da Xerox , Peter Mc Collough proclamou a comitment o interesse para a “arquitetura da informação” e abriu o XEROX PARC ALTO RESEARCH CENTER (PARC) Alan Kay entrou lá em 1971 onde, como membro do Grupo de Pesquisa de Aprendizagem, ele e outros desenvolveram o Smalltalk, uma linguagem de programação baseada no compromisso de Kay com ambas as premissas:esconder os detalhes de sua própria operação epermitir o display de instruções de programa compacto (pequeno).Kay e seu grupo trabalharam no deenvolvimento do Dynabook , um computador pessoal do tamanho de um livro com um display em alta resolução.O Dynabook foi o protótipo do laptop wireless, com um link de radio para a rede World wide web e incusão de caixa de correio eletronico, bibliotecas, telefone e funções de secretaria.

Em abril de 1973 o computador da Xerox Alto14 foi apresentado a um grupo de

pesquisadores do Xerox Parc (FRIEDBERG, 2006, p. 225–226). A tela do Alto com

oito por 11 polegadas em TRC apresentava um “protótipo modelo animado teste” do

personagem da Rua Sesamo Cookie Monster em uns e zeros digitais. A tela do

computador era bit-mapped oferecendo uma face mas não ainda uma janela

(window). O Alto era um computador para uso interno, no Xerox Parc, não pensado

para o mercado. Mas a competição com as antigas midias era clara e para usuários

acostumados com telas de filmes largas de 70mm e as imagens com alta resolução

da TV, a tela do computador ainda era a ela aparentada.

Continua: a tela do Alto era formatada como uma folha de papel do tamanho tipo

Letter, e a metáfora implicita a esta interface era a de estar fazendo toques em uma

página. Outros membros do Xerox Parc estavam desenvolvendo componentes

cruciais do que poderia ser uma tela de display com inserção de janelas. Ela

aponta que segundo David Gelernten (apud FRIEDBERG, 2006, p. 343, nota 98) o

Alto foi o progenitor de uma interface baseada em janelas a qual permite o usuário

ter multiplos “canais de comunicação “ com a máquina.

Embora não diferencie com clareza a diferenciação de sistemas de input e outputs,

já que tela é sistema de saida, Friedberg percebe e aponta o papel da programação

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na invenção das windows superpostas (FRIEDBERG, 2006, p. 226–227) ao dizer

que, em 1995 , Dan Ingalls escreveu um algoritmo para display que permitia mover

retangulos inteiros de bitmap de uma locação para outra. “BitBlt” (abreviação para

bit boundary block transfer) tornou-se a rota algoritmica para a superposição de

“janelas”: parte da tela podia ser escondida por um bloco que aparecia em seu topo,

como se a tela do display tivesse camadas. Não apenas a tela podia ser dividida em

frames inseridos diferentes e móveis, mas cada um podia tratar de diferentes

aplicações - um apresentando um texto de programa, outro preenchido com código

puro, outro com um desenho.A janela sobreposta mudou a metafora janela, aponta a

autora, ainda que delicadamente.:”A superficie do painel de janelas agora tinha

profundidade15 e desafiava a gravidade, já que as janelas podiam ser muitas e

empilhadas. O usuário podia mudar a posição delas ou a ordem na pilha. E ainda

diferencia com precisão (FRIEDBERG, 2006, p. 227):

A janela computacional referia-se a qualquer area fechada retangular em uma tela de monitor. … A window se refere a “tela virtual de

tamanho variavel “ que reflete o progresso da atividade mas também é um componente de uma metafora mixta: uma janela e uma mesa de escritório”.... Implica em uma nova haptica na posição do usuário:em frente e acima”.

Friedberg caracteriza bem a interface windows inventada (FRIEDBERG, 2006, p.

226):

o que a interface janela fez, no entanto , baseia-se… em um retangulo dinamico – com tamanho modificável, dragavel – que pode mover-se na tela,uma moldura móvel, com uma barra de rolagem onde o conteudo muda mas a moldura fica estável, dentro de seus limites.

Friedberg bem aponta (FRIEDBERG, 2006, p. 226–227) que a tela bitmap

acrescentou um novo layer para o usuário da interface, onde este manipula

diretamente uma versão virtual do que pretende comandar: ele seleciona, navega,

abre fecha copia , apaga , joga no lixo.Bem ressalta que ,nela, o usuário de interface

com “linhas de comando” diferenciadas fala diretamente com o computador, mas em

sua própria lingua. Concordando com Johnson, embora não o cite, diz: “o display

bitmap traduz a imaterialidade não dimensional dos bits para um mapeamento

visual (graficamente iconico) da metafora, na virtualidade de uma tela bi-

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dimensional”. Aponta ainda que esta interface basedada em windows permite ao

usuário abrir mais de uma janela, introduzindo o conceito de multiplas tarefas,

aplicações, e vistas.

Friedberg também situa em seu texto a alternancia de programas via windows, que

fundamentam a interface grafica do atual computador (FRIEDBERG, 2006, p. 223):

A aquisição da tela como display de interface de interação com um mecanismo computacional e a comutação switch 16 troca de “linhas

de comando” alfanuméricas para uma tela com icones e imagens foram os dois desenvolvimentos chave que levaram o computador a estar mais perto de outras formas predominantes de imagem visual” acrescida da World Wide Web para esse display de tela gráfico, e a

janela do computador abriu-se para convergencias com a tela de TV e do cinema.

Esta nova interface com espaços de comandos visuais, as windows, possibilita a

alternancia de modos apontada por Steven Johnson (JOHNSON, 2001, p. 62): “a

janela se revelou um meio de visualizar o que os programadores chamam de

alternancia de modo” , ou seja, o usuário pode ziguezaguear de um documento para

outro na mesma tela.

É preciso em apontar sua função (JOHNSON, 2001, p. 65):

As propriedades espaciais da janela não eram um estratagema mnemônico, feitas para nos ajudar onde colocamos as coisas. Eram um modo de representar os modos- e, mais importante, uma maneira de alternar entre modos.

Foi também bem compreendida por David Gelernter (apud FRIEBERG, 2006, p.

227 e 343, nota 101):

O computador tem somente uma tela e uma unica plotagem de seu estado real, mas as janelas permitem a voce criar quantos canais de comunicaçao voce queira entre voce e seu programa em acao” (David Gelernter Machine Beauty, 77–78).

Johnhson aponta o papel da memória espacial com a manutenção de icones e

comandos nos mesmos lugares ao longo da variaçao de modelos (JOHNSON, 2001,

p. 59 e 61), marcas e softwares, e salienta que lembramos onde está um arquivo

porque pensamos em termos de “onde” e não como tipo de entrada como no caso

do sistema de comandos por letras, embora ele aponte que as pastas sejam

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lembradas pelos seus nomes. Aponto que o usuário sabe, ainda , em que lugares

ficam na sequencia de conjuntos e subconjuntos montados pelo usuário no sistema

(portanto, o lugar não é só na tela bitmap mas, também no sistema ), ou seja, a rede

de relações expressas espacialmente não se dá só na tela, mas como estrutura de

configuração de acesso a dados (conjuntos e subconjuntos) via programação por

objetos.

Nova tela

Podemos dizer, pois, que o conjunto de Engelbart/Kay praticamente inventa um novo

tipo de tela, a tela interativa, que mantém traços de telas anteriores, segundo a

tipologia proposta por Lev Manovich (MANOVICH, 2001, p. 95 a 103) com quatro

tipos de tipos de tela ou maneiras dela apresentar-se: as telas clássica, dinâmica,

computacional e do tempo real com resumo apresentado em (SALLES, 2014,

p.1077 e seguintes). Manovich aponta que esta nova tela está ligada diretamente ao

corpo, mantendo ambos atados entre sí. Isto significa que o espaço informação

institui uma relação paradoxal com o usuário: sujeito externo a cena pela imagem

paisagem de dados oferecida a sua contemplação, sujeito participante e ativo na

cena da interação, atado a este espaço enquanto informação. Manovich sublinha

que o espaço fisico passa a subordinar-se ao virtual (MANOVICH, 2001, p. 114).

Ressaltamos pois, seja no cinema expandido , seja nas instalações midiáticas, seja

nas ICI mesmas, os espaço topológico( espaço concreto) e abstrato (zona de ficção

estabelecida pelo dispositivo tela) relacionam-se de forma diferenciada, havendo

interpenetração paradoxal destes espaços entre sí.

Manovich é explícito e aponta a existencia de um espaço híbrido nesta nova

interface: afirma que as interfaces humano computacionais ou HCI sucedaneas do

espaço informação de Engelbart e sistemas iconicos de Kay, elaboraram ao longo

dos anos (embora ele perceba diferenças ao longo dos periodos) uma interface

cultural, que constitui-se como tela recorte que separa dois mundos diversos,

também simulando um painel de controle,opondo um espaço ilusionistico como

janela a um espaço plano com um painel de controle. Não a toa, ressalta o autor,

expõe um espaço hibrido de zonas planares de imagem e representação e de

elementos – também visuais – clicáveis de comando (MANOVICH, 2001, p. 90–92),

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o qual já fora imaginado pelo cubismo como tela fixa, no cinema e de alguma

maneira pela página gráfica. Também apresenta ao usuário tecnologias capazes de

representar ações ou imagens-instrumentos-como teleações, tecnologias de

comunicação em tempo real, tecnologias de simulação, ferramentas de busca de

informação.

Manovich, porém, considera hoje que interface atual não é mais a pura GUI/ Graphic

User Interface original dos anos 80 (com menus, folders e ícones) pois é extendida

para outros sentidos (MANOVICH, 2013, p. 29); seria mais apropriado considera-la

uma midia interface- usando animações, sons, toques, inputs de voz, multi-toque,

gestos, vibrações, etc, já que incluem outras midias e sentidos.

Paisagem de dados

Retomando, ainda, mais algumas questões já tratadas mesmo artigo anterior

(SALLES, 2014, p. 1077 e seguintes) recolocamos que o dado a ver é uma

interface luminosa que atualiza em tempo real e como imagem de varredura

apresentada a ritmo de 60 a 100 vezes por segundo (TANENBAUN;2007, PÁG. 62),

no espaço/tempo, uma tela que contem uma imagem subdividida em outras

imagens (varias janelas criadas a partir de números) no sentido de Marin: “algo a ser

visto” conexo a um sistema relacionado a vários outros sentidos, mas , enquanto

imagem, também sob uma lógica do e para o visível (mesmo que conexas a outras

linguagens e referenciais sensórios, sendo o computador uma máquina

multisensorial). Afirma Manovitch, assim como Johnson (MANOVICH, 2001): “A

janela em um mundo ficcional de uma narrativa cinemática tornou-se uma janela em

uma paisagem de dados, ou datascape, que são atualizados nas telas como fluxo

de dados a serem vistos”.

Relembro ainda que a similaridade entre as palavras datascape e landscape invoca,

na noção de paisagem como uma construção histórica e, diretamente relacionada a

forma-quadro, dispositivo de autonomização e individuação da imagem regida por

uma lei interna ao quadro segundo Cauquellin (CAUQUELLIN, 2007, p. 85–86 e 25).

Na verdade, Cauquellin retoma Marin, embora sem citá-lo; ele nos fornece no ensaio

(MARIN, 1993, p. 10–14) O ser da imagem e sua eficácia, apresentação desta

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unidade e lógica visual da imagem a qual resumimos a seguir, realizando de seu

texto uma leitura particular, onde pinçamos sua concepção sobre a questão. Diz ele:

a imagem seria algo que a-presenta-se como um conjunto visível dotado de sentido

para um sujeito, situado no momento atual, como uma intensificação, mostração,

uma exibição. Esta institui de uma força, como constrangimento e como lei, onde

promete, funda e garante, um discurso, instituindo através deste, uma autoridade

legitimadora. Esta manifestação da imagem, ainda segundo Marin, leva em conta, as

condições de visibilidade -sendo o visível não o visto, mas aquilo que pode ser

apreendido pelo olhar, ou seja, o colocar-se como ou em visão, retirando-se do

campo do imaginado, instituindo-se como alteridade, como um processo de ser para

o olhar, situado, aliás, em um corpo.

Retomemos ainda Marin no âmbito da interface (MARIN,1994, p. 305): o que é a

representação senão colocar em presença algo ausente? ... “A tela representativa é

uma janela atraves da qual o sujeito espectador contempla a cena como uma

mostração... onde o que é representado funciona como como se visse a cena “real”

do mundo”. No caso, o que se apresenta é uma apresentação/representação

iconica,imagética, rebatida no plano (tomemos estas palavras por hora) do

movimento informacional do computador em suas relações com o usuário, assim

como de uma camada de softwares e programas em execução pelo computador

para a visão e acesso ao usuário. Diz ainda Marin: “É a invisibilidade (MARIN,

1994, p. 305) da superficie-suporte que oferece a condição de possibilidade da

visibilidade do mundo representado”... Ou seja, esta imagem é creditada como

substituta do real. E no caso da interface computacional mantém este papel no que

se refere as multiplas camadas que apresenta escondendo, colocando-se como

anteparo e condição de visibilidade por substituição e representação em multiplos

niveis.

A imagem mostrada pelo monitor no espaço-informação e sucedaneos é -enquanto-

espaço para a visão - um conjunto uno sob a égide de uma moldura, que subdivide-

e em outras molduras internas (as windows ou janelas) enquanto imagem rebatida

no plano (novo plano de representação). Verificamos que o dispositivo forma-

quadro é central na interface humano-computador. Relembramos Charbonnier: a

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autora afirma que “O quadro retangular é o constituinte central do dispositivo donde

advem a representação” (CHARBONNIER, 2007, p. 22), pois, para haver projeção é

necessario haver o recorte da piramide visual. Charbonnier também afirma que o

funcionamento do recorte ou circunscrição seriam decisivos na articulação desse

dispositivo da comunicação da imagem.Manovich também compreende este papel

do recorte na tela computacional embora afirme que estes recortes computacionais

são diversos (parciais e no tempo presente, embora atuem como a tela cinemática-

similar a Kino-eye (MANOVICH, 2001, p. 81). Fala ainda da Dioptrica de Descartes.

Desta maneira, é a forma quadro que permite situar a imagem computacional como

espaço representacional e não espaço concreto. É ainda a forma quadro (aliada a

programação por objetos e respectivo endereçamento no que se refere a

funcionalidade comando) que permite as windows e a separação de zonas de

subconjuntos de atuação (texto, imagem, videos, softwares, etc), pastas (é um

retangulo que se abre para que possamos ver o que há em uma pasta e sabemos

que dentro dele há um conjunto de similares) e seus subconjuntos de pastas, etc. É

certo que este espaço para a visão está conjugado a ordens informaçao,

endereçamento à CPU do computador e ordens máquina, o que faz, justamente a

especial natureza do espaço informação.

Como espaço informação, este novo espaço recorte é também diverso dos

anteriores. Exibe ao interator uma imagem colagem ou o rebatimento perspetico de

janelas, visualização 3 D, multiplos programas em ação (texto, video, etc),

comandos de acesso e ordens máquina, em um único plano parede de pixels

coloridos, como um mosaico rebatimento planar e discreto de pontos-informação,

com coordenadas de endereçamento através de programas-código para a memória

numérica do computador: o lugar no quadro define também eventos informacionais,

definindo simultaneamente no espaço esquadrinhado de um espaço matemático e

discreto de coordenadas endereços de programas e ordens máquina informacionais.

Única imagem das últimas instruções do conjunto computacional (mesmo que

subdividida visualmente em windows, trata-se de uma única imagem). A tela monitor

é um dispositivo de saida com endereços mapeados em memória que conecta-se

diretamente com a CPU e as últimas instruções do programa em execução.

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Apresenta ao usuário em um único plano de pixels coloridos o rebatimento planar e

discreto de pontos-informação, como uma única imagem das últimas instruções do

conjunto computacional (mesmo que subdividida visualmente trata-se de uma única

imagem).

Compreendo que esta imagem única no monitor pode ser entendida como uma

metaimagem (parafraseando Alan Jay e Adele Goldeberg ao considerar o

computador em artigo de 1977 um metamedium, ideia confirmada atualmente por

Manovich) (MANOVICH, 2013, p. 101) que lembra ter sido o grupo de Kay que pela

primeira vez implementou várias midias em uma só máquina, considerada como um

guarda-chuva; Turing também já falou em máquina que poderia simular muitas

outras máquinas (MANOVICH, 2013, p. 70); Manovich reconhece que “em termos

semióticos a interface computacional atua como um código que carrega mensagens

culturais para várias midias, [...] que longe de ser uma janela transparente para os

dados internos ao computador, a interface traz consigo significados fortes por sí

mesma” (MANOVICH, 2013, p. 64–65); aqui fazemos a analogia do prefixo e

pensamos na imagem no monitor onipresente entre programas, softwares, windows

ou janelas e usuário.

Modelos e programas

Através das windows acessamos a segunda camada de significação – os modelos e

programas: para Manovich são estruturas culturais, configuradas em softwares que

simulam midias sendo a combinação de uma estrutura de dados e um conjunto de

algoritmos (MANOVICH, 2013, p. 21); para Quéau (QUÉAU, 1986, p.183–185),

modelos são entidades formais e escritura, operando uma seleção do que é

transcritivel por ela, sendo então o modelo aquilo que é legivel e passível de ser

linguagem. Diz ainda ele: entre o numerico e o modelo há a concepção (humana)

que rege este modelo. Lembramos ainda as inúmeras camadas de codificação e

tradução da linguagem da programação de alto nível que determina o que é

programável, suas possibilidades, transformações e limites (programas orientados a

objetos, entre outros) e, por fim, a linguagem numérica binária entendida pela

máquina, a ordem dos numeros e canais 8 16 32 62 bytes, barramentos, controles,

organização computacional e de processamento, extremamente complexos. Em

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suma, o espaço informacional é uma camada visível e relacionada a informação e

eventos computacionais que dá acesso a inúmeras camadas de significação e

representação entre o homem e a máquina.

Notas 1. Consideração de Cleomar Rocha em conversa com a autora no MediaLab 2015.

2. Consideração de Hugo Nascimento em conversa com a autora no MediaLab 2015.

3. Affordance no sentido de Gibson, como facilitadoras de entendimento para a percepção humana (indicação da

referencia do autor de Cleomar Rocha em conversa com a autora no MediaLab 2015).

4. Há dois tipos de tela desse tipo: tela resistiva – mais dura e mais antiga, acionada com o aperto dos dedos

que tocam fibras que lêem as coordenadas. As mais modernas são capacitivas, com leitura por eletrons( circuito pela mão) e leem dados por eletromagnetismo.

5 .Mainframe : computador de grande porte, dedicado normalmente ao processamento de um volume grande de

informações.

6.Nadar é imediatamente contatado pelo Exercito frances para colaborar na área de foto reconhecimento, mas

recusa o convite, conta Manovich.

7. A partir de citação de Paul Edwards ( apud MANOVICH: 2001, pág. 101), relata que deveria ligar as instala-

ções de radar americanas , analizar e interpretar seus sinais e deveria poder agir a partir dos dados coletados, sendo então um sistema integrado de detecção, decisão e resposta. Resultante de uma doutrina militar que considerava que a União Socviética atacaria os EUA em varios pontos simultaneos, sendo necessario saber receber informações de varias estações de radar, espalhadas no territorio, coleta-las em um conmando central e coordenar um contrataque.

8. Antes houve uma versão deste centro de coleta denominado “Cape Code Network” a qua coletava informações

da costa da Nova Inglaterra( MANOVICH: 2001, pág. 101)

9. Não a toa, para surpresa da direção do SRI (vide parágrafo a seguir) , a DARPA/Defense Advanced Research

Projects Agency, ofecerá suporte da ordem de 5 milhões por ano para o ARC/Augmented Research Center, também lhes ofertando um novo sistema computacional time-sharing ( supomos que o acima descrito por Manovich).Informação a partir de (MOGGRIDGE: 2007, pág. 33).

10 Engelbart relata ( (MOGGRIDGE: 2007, págs. 28 e 29 que recebeu no SRI verbas da Nasa para desenvolver o

mouse, utilizando também a experiencia da pena iluminada do SAGE, e outras propostas pela equipe( tracking ball e outras disponíveis na época). Ele embrou-se de suas anotações sobre o apontador de coordenadas tracking ball usado para mapear curvas em engenharia , sendo o dispositivo mais produtivo, a partir dos teste realizados neste Laboratório.

11 Display : painel de apresentação ou informação de algo.

12 A autora mencionada reconhece também que Engelbart apresentou também o mouse como um dispositivo

de entrada e debutou os hyperlinks entre documentos na apresentação de 1968.Considera que o display grafico da janela window computacional foi sendo aperfeiçoado e demonstrado em várias ocasiões, todas também descritas na literatura como extremamente fortes em equivalencia a do dispositivo Cinema, na sequencia, a seguir: demo de Charles P. Thacker do Computador Alto no Xerox Parc em abril de 1973 , visita de Steve Jobs ao Xerox Parc em 1979 , e a Super|Bowl de 1984 que introduziu o Macintosh Apple.

13As linguagens de programação tem uma sintaxe própria e evoluiram de linguagens de máquina, para

linguagens de montagem e finalmente para linguagens de alto nivel. A primeira é a única entendida pelo hardware, formada por 0s e 1s e traduziveis para chaves eletronicas em dois estados( desligado-0 e ligado- 1). A primeira utilizava-se de instruções e endereços com simbolos e mnemônicos, por isso denominadas inicialmente como linguagens simbólicas e posteriormente linguagens de montagem ,utilizando-se de montadores que traduziam código em linguagem de montagem para código-máquina. Ainda eram diretamente ligadas ao

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hardware em questão. Sómente as Linguagens de alto nível mudaram este panorama, tornando-as independentes de cada hardware e transponiveis para muitos computadores dferentes. O programador passa a concentrar-se na aplicação e não no hardware. Centra-se no programa fonte, que, traduzido para o programa máquina é chamado de programa-objeto. Esta tradução de programas chama-e interpretação ou compilação (FOROUZAN: 2008, págs. 215 a 219).

14 .Imagens do Alto podem ser vistas na Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Xerox_Alto

15 Johnson já havia apontado a novidade da profundidade trazida pelo sistema de windows de Kay (JONHSON:

2001, pág. 39).

16.Um comutador (em inglês switch) é uma ponte multiportas,interligando os elementos em pauta em uma rede, e

onde cabos de informação desta rede se ligam a ele, que então direciona os dados enviados de um elemento especificamente para outro portanto, sabendo selecionar o que vai para onde em um sistema em rede. O computador utiliza um mecanismo de filtragem e de comutação que consiste em dirigir os fluxos de dados para os endereços mais adequados, em função de elementos presentes nos pacotes de dados.

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Laurita Salles

Artista visual, recentemente na área de Arte e Tecnologia e pesquisadora dos novos meios. Professora Adjunta III no CCHLA/Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes / Departamento de Artes da UFRN / Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pesquisadora Visitante no MediaLab, UFG (Universidade Federal de Goiás), 2015. Apresentou-se ultimamente, no ARTECH 2015 (Óbidos, Portugal), AVANCA Cinema, 2012, SIIMI 2013 (Media Lab/UFG), ANPAP 2012/14, etc. Ganhou a Bolsa Vitae de Artes em 1998.