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Bauru, São Paulo 28 de abril de 2015 Edição nº 1 Perfil: empreendedor Conheça Paulo Milreu, empreendedor há mais de 25 anos, e sua empresa, Viking Network, uma rede de empreendedores fundada em Bauru. Como o CROWDFUNDING pode auxiliar seu empreendimento a crescer Como fazer? Os passos necessários na criação de uma startup Criadores do Player2 contam como foi a experiência de empreender e apostar em uma ideia nova

Startup

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Suplemento produzido para a disciplina de Jornalismo Impresso II, 2015, do curso de Jornalismo da Unesp, câmpus Bauru, sob a orientação do Prof. Dr. Angelo Sottovia Aranha

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Bauru, São Paulo

28 de abril de 2015

Edição nº 1

Perfil: empreendedorConheça Paulo Milreu, empreendedor há mais de 25 anos, e sua empresa, Viking Network, uma rede de empreendedores fundada em Bauru.

Como o CROWDFUNDING pode auxiliar seu

empreendimento a crescer

Como fazer?Os passos

necessários na criação de uma

startup

Criadores do Player2 contam como foi a experiência de

empreender e apostar em uma ideia nova

Índice

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”Reitor: Dr. Julio Cezar DuriganVice-reitora: Dra. Marilza Vieira Cunha Rudge

Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – FAACDiretor: Dr. Nilson GhirardelloVice-diretor: Dr. Marcelo Carbone Carneiro

Departamento de Comunicação SocialChefe: Dr. Juarez Tadeu de Paula XavierVice-chefe: Dr. Angelo Sottovia Aranha

Curso de JornalismoCoordenador: Dr. Francisco Rolfsen BeldaVice-coordenadora: Dra. Suely Maciel

Planejamento Gráfico Editorial IIProfessor: Dr. Francisco Rolfsen Belda

Jornalismo Impresso IIProfessor: Angelo Sottovia Aranha

RedaçãoAlexandre WolfFelipe NavarroGabriel dos OurosJhony BorgesVinicius Passarelli

Av Eng Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 14-01Bairro: Vargem LimpaCEP: 17.033-360 – Bauru, SPFone: (14) 3103-6063

Startup?! _______________________________________________ 3

Problemas no Brasil ______________________________________ 4

Abrindo uma startup _____________________________________ 5

Profissão: empreendedor __________________________________ 6

Conheça a Viking Network _________________________________ 7

Sucesso das startups brasileiras _____________________________ 8

Entrevista: App Be My Guest _______________________________ 9

A sorte é a parceira da vontade“Ninguém tem a receita do bolo”

Nas mãos do público _____________________________________ 11

Skore: criação de uma startup______________________________ 12

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Uma definição mais consensual de startup pode ser um grupo de pessoas em um cenário in-certo que buscam um modelo

de negócios replicável e escalável. As-sim, se o negócio pode crescer, isso de-fine uma startup. E por que uma em-presa convencional não é uma startup?

A diferença principal é que uma em-presa convencional, ao contrário de uma startup, não está procurando um novo negócio, pois ela já o achou. A empresa não está iniciando algo, mas está man-tendo-o e evoluindo-o. Por isso, qualquer outra definição de startup que não seja algo que está buscando um novo mode-lo de negócios é confusa e questionável.

A definição de que startup como uma empresa de baixo investimento não é cor-reta. “Logicamente faz sentido pensar isso, porque quando estamos falando em iden-tificar e criar um modelo de negócio, o que estamos tentando fazer é achar um caminho. Não faz sentido, nessa situação,

investir milhões porque, se você faz isso, está investindo milhões em algo incerto. Então as primeiras etapas de uma startup são de descobertas, e para você descobrir, não precisa de muito dinheiro; precisa de postura, talvez de um apoio metodológi-co, mas não de dinheiro. Mas isso não é regra. O SpaceX contradiz essa regra, pois iniciou multimilionárias”, explica Katayama.

A relação entre startup com um negó-cio pequeno também não é correta. “Eu tenho alguns amigos de startups que têm sites que todo mundo usa todo dia, Easy Taxi por exemplo. Para mim, o sucesso é ser um produto que está no mundo in-teiro, e eu não aceito nada que seja me-nos do que isso”, comenta o empresário.

Startup? Afinal, o que é uma empresa startup? Existem diferenças em relação a empresas convencionaispor Gabriel dos Ouros

A diferença é que uma empresa convencional

não está procurando um novo negócio

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Glossário de termos

Arte: Jhony Borges

Existem 2,8 mil empresas startups mapeadas no Bra-sil, segundo o banco de dados da Associação Brasi-

leira de Startups (ABStartups). O levantamento extraoficial, porém, estima que existam cerca 10 mil.

Apesar de estar entre os países emergentes com maior número de empresas de inovação, liderando dentro dos BRICS, o País carece de uma série de fatores importantes dentro da conjuntura considerada propícia para o empreendimento, sobretudo no segmento de startups.

Os problemas vão desde a falta de infraestrutura até a carência de

capacitação profissional nessa área. A falta de incentivo e criação de possibilidades que fomentem o surgimento de novos empreen-dimentos por parte dos órgão governamentais também difi-cultam um salto do País na área.

“No Brasil, praticamen-te não existe apoio às Start-Up

nascentes. Existem algumas ações da Fapesp, Finep ou CNPq, mas são poucas e bastante for-mais, academicamente falando. As Start-Up nascentes dependem basicamente das ‘competições de start-up’, e de entidades de apoio de universidades, como a INOVA/Unicamp, ou de investidores, como a Endeavour”, explica Eduardo Morgado, professor de empreen-dedorismo do curso de Ciência da

Computação da Unesp. “No Brasil não se aposta em idéias”, completa.

O fundador da aceleradora Vi-king Network, Paulo Milreu, tam-bém acredita que existe um déficit

por parte do governo quanto ao fomento na área. “O único progra-ma que a gente tem hoje é o Star-tup Brasil, e é federal. Ele seleciona e certifica algumas aceleradoras e investe nas startups que as acelera-doras escolhem. Insípido perto do que poderia fazer”. O empresário enxerga que a maioria das ações governamentais não focam nas mi-cro e pequenas empresas, apesar de estas serem a maioria no Brasil. “Ainda é um trabalho que tem mui-to a se mostrar e fazer”, completa.

Alguns números ajudam a ilus-trar a situação do segmento das startups no País. O último relatório sobre empreendedorismo realiza-da pela GEM Brasil, de 2013, aponta que 50% das empresas startups no Brasil morrem em 4 anos ou menos.

cenário muitas vezes é referido por especialistas e empresários da

área como Vale da Morte, uma vez que 9 em cada 10 startups nascentes não chegam à chamada vida adulta.

A falta de inovação é uma dos fatores que corroboram para esse quadro. Alguns números da GEM Brasil mostram a gravidade desse quadro: 98,8% dos produtos ou ser-viços lançados por empresas novas no Brasil não apresentam inovação

nenhuma e 99,5% usam tecno-logias e processos que já existem há mais de cinco anos. Ou seja, a inovação é praticamente nula.

O contexto para o investimento externo em startups também pio-rou nos últimos anos, agravando um pouco mais o cenário. A desa-celeração da economia mundial que ocorreu a partir da crise eco-nômica de 2008 fez com que os in-vestidores voltassem seus olhares para empresas jovens - estimulados pelo baixo valor do investimento. O bom desempenho do Brasil em sua economia durante os anos de crise para grande parte dos países desenvolvidos ajudou para que investidores externos atentassem para as empresas daqui. Porém a re-cente recuperação das outras eco-nomias, maior que a do Brasil, tem provocado uma diminuição des-ses investidores estrangeiros aqui.

Problemas no BrasilPaís traz dificuldades para aqueles que querem abrir seu próprio negócio; infraestrutura e falta de inovação são os maiores probelmas

87% das startups do Vale do Silício recebem aporte financeiro, en-quanto que no Brasil

apenas 25% recebem investimento externo

EUA: 298.800Europa: 271.000Brasil: 6.450

Nº de investidores-an-

por Vinicius Passarelli

Dados: Anjos do Brasil (2014)

Os problemas vão desde a falta de in-fraestrutura até a carência de capaci-tação profissional

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Assim como qualquer tipo de empreendimento, abrir uma empresa star-tup requer disposição

para enfrentar uma série de obs-táculos e desafios até se alcançar o objetivo final de colocar essa empresa no topo e desfrutar do sucesso de uma iniciativa criativa.

O primeiro passo, claro, está na ideia. A ideia para um negócio abrange a atividade principal que ele desempenhará, em que ramo atuará, qual será o seu público con-sumidor, como ele agirá e qual será a fórmula adotada para que essa ideia seja colocada, de fato, em prática.

A etapa seguinte desse processo empreendedor é atrair investidores dispostos, sobretudo, a comprar a ideia do projeto e ajudar na sua rea-lização com um aporte financeiro. Os investidores privados que são pessoas físicas são denominados nesse meio como investidores-anjo; além destes, há também os investi-mentos feitos por empresas ou gru-pos corporativos, os quais, muitos deles, começaram também como empresas startups. Órgãos governa-mentais, como o Ministério da Ciên-cia, também possuem programas que visam o auxílio e investimentos em pequenos empreendimentos.

Para essa fase de captação de re-cursos, são organizados em todo o país encontros onde diversos em-preendedores de empresas embrio-nárias tentam vender suas ideias e convencer investidores de que suas startups representam uma boa oportunidade de investimento. Nesses encontros, os jovens empre-sários apresentam os objetivos e as ideias iniciais de seus negócios em um discurso rápido - denomi-nado pitch. A expressão é derivada de elevatorpitch - em inglês papo de elevador. O indivíduo tem que falar de sua empresa em um tem-

po entre 30 segundos a 1 minuto, a duração de uma viagem de ele-vador, afim de convencer o inves-tidor a apostar em seu negócio.

Com o dinheiro necessário para iniciar o desenvolvimento da em-presa, entram em questão a infraes-trutura e a logística necessárias para que um modelo de negócios dê resultados. Nesse momento, é fundamental a atuação de incuba-doras e aceleradoras de startups.

Incubadoras são instituições que geralmente estão vinculadas a algu-ma universidade que abriga startups normalmente de alunos e oferece estrutura auxiliando no desenvolvi-mento do projeto, oferecendo es-paço físico e ajuda administrativa.

Já as aceleradoras são focadas em empresas com alto potencial de crescimento e são lideradas por in-vestidores e empreendedores expe-rientes, utilizando dinheiro privado. Como o próprio nome diz, elas ace-leram o crescimento de uma startup.

“Conceitualmente, uma ace-leradora é uma organização, que trabalha com Start-Up-Nascentes para que eles testem seu embrio-nário modelo de negócios, com-

provando sua viabilidade ou não. Não fornecem recursos, mas ofe-recem suporte, consultoria e redu-ção de custos iniciais para as Star-t-Up-Nascentes”, explica Eduardo Martins Morgado, doutor em Ciên-cia da Computação e professor de empreendedorismo da Unesp.

Incubadoras e aceleradoras são muito importantes, principal-mente, para empresas iniciantes e que ainda não possuem a estru-tura e a maturidade de gestão ne-cessárias para entrarem no mer-cado de forma autônoma. Fazem parte de uma fase temporária até que as startups se consolidem.

O caminho de uma startup

Abrindo uma StartupDa ideia inicial a consolidação no mercado, a abertura de uma empresa requer uma série de etapas a ser superada

Incubadoras e aceleradoras são essencias

no processo de uma empresa

Ter uma ideia inovadora sobre um produto ou serviço

Elaborar a in-fraestrutura e a logística para o modelo de negócios

Encontrar investi-dores dispostos a aplicar capital em sua empresa

Consolidar a em-presa no mercado e expandir seu campo de ação

por Vinicius Passarelli

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Profissão: empreendedorConheça a história de um empreendedor de Bauru que é exemplo para os jovens

O que é o sonho de muitos já é a realidade de Paulo Mil-reu. Em 2009, ele começou uma startup que atingiu

escala nacional, e, dois anos depois, estava negociando sua venda – mo-mento em que ele diz que começou a ter mais ‘sucesso’ em seus negó-cios. Entre aspas porque isso não quer dizer que, antes disso, sua vida fosse um fracasso - pelo contrário. Sua história como empreende-

dor, entretanto, não começa em 2009. Paulo tem 45 anos, nasceu em Penápolis, e depois de se mu-dar diversas vezes, parou em Bau-ru para cursar engenharia, em 1987, com apenas 17 anos. E é a partir daqui que vamos começar.Ao ser perguntado sobre quando

começou a ser empreendedor, ele volta no tempo. “Logo que eu vim para cá, estive sempre entre o em-presário e o autônomo. Nunca tive uma carteira de trabalho, sempre negociei os trabalhos que fazia. Bus-quei empreender dessa forma, e, para isso, eu fui desenvolvendo ne-gócios. Então, estou empreendendo há 25 anos, mais ou menos”, conta. Sua vida acadêmica, no início, não durou muito. Desistiu da engenharia após cursar quatro anos e foi traba-lhar com tecnologia – informática, na época, área em que era autodida-ta. Após 11 anos, entretanto, voltou à faculdade, dessa vez para cursar administração. Além disso, também fez pós-graduação em comunicação corporativa e em marketing digital.Milreu trabalha com internet des-

de 1998, área que é sua principal atividade ainda hoje. “Na origem da internet, logo que fui trabalhar,

ela era muito voltada à tecnologia. Junto a isso, o marketing, então, se for falar com o que eu trabalho hoje, é marketing digital”, explica.Como empreendedor, Paulo Milreu

ocupa boa parte de seu tempo em outros projetos, dois especificamen-te: a ABRADi-ISP, Associação Brasilei-ra de Agentes Digitais, e a EQUITY, Associação Brasileira de Equity Cro-wdfunding (um modelo de crowd-funding em que o doador tem parti-cipação na empresa). A primeira ele fundou em 2009, é vice-presidente

e já foi presidente por duas gestões. A segunda também ajudou a fundar, em 2014. Ele também é membro da organização Anjos do Brasil e pa-lestrante. Mas vamos voltar a 2011.Paulo iniciou uma startup, o Live-

Buzz, um software de monitora-mento e gestão de mídias sociais. Após conseguir clientes em todo o país, vendeu o software para um grupo de marketing digital de Porto Alegre, e passou a ser executivo da empresa. Mas o instinto empreen-dedor falou mais alto, e ele vendeu de vez sua participação na empresa.

“A rotina executiva estava me ma-tando como empreendedor”, afir-ma. Foi então que teve início, em 2013, a Viking Network, hoje uma rede de empreendedores. Mas, ape-sar da Viking ser seu foco principal e estar investindo em outra startup, Paulo não está satisfeito. Tanto que vai lançar uma empresa de mar-keting digital em Bauru, em abril.Quando perguntado sobre o que

mais gosta de fazer, a resposta é ampla, mas direta. “O marketing di-gital é uma área que eu gosto, faz 17 anos que trabalho com isso, acre-dito que tenho um bom domínio. É algo que eu faço porque gosto. Hoje meu grande propósito de vida é a Viking, porque tem a ver com ajudar empreendedores, acreditar em no-vos jovens que querem empreen-der. Acreditar que posso ajudar com tempo, dinheiro e mobilizar pessoas que também podem ajudar”, diz.“Sou empreendedor serial, em-

preendo em série. Não sei fazer outra coisa, se conseguiria ser exe-cutivo. Eu sou incomodado, quero mudar. Estou o tempo todo ava-liando oportunidades”, continua. Se ele se considera bem-sucedido?

“Eu me considero bem sucedido quando eu olho todo o contexto da minha vida. Meu trabalho, o que eu amo fazer, a minha família, a mi-nha saúde, tudo. Eu nunca olho que o meu sucesso é o meu dinheiro, quanto eu posso gastar ou o que posso fazer. Meu sucesso é esse conjunto. De nada adianta o dinhei-ro se eu não tiver saúde ou a famí-lia. Eu me sinto realizado com tudo o que eu tenho, mas quero mais”.

“Eu me conside-ro bem sucedido quando eu olho

todo o contexto da minha vida”

Paulo MIlreu e outros diretores da ABRADi-ISP, antes de reunião da ABRADi nacional, em julho de 2013. (foto: arquivo pessoal)

Paulo MIlreu fala durante 2ª Edição do Encontro Na-cional Viking em junho de 2014. (foto: arquivo pessoal)

por Alexandre Wolf

“Eu sou incomodado, quero mudar.

Estou o tempo todo avaliando oportunidades.”

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Inovando em BauruA empresa bauruense que começou como aceleradora, mas hoje é uma rede de por Alexandre Wolf

Em 2012, o personagem do perfil da página anterior es-tava mudando o foco de sua carreira. Cansado da vida

executiva, Paulo Milreu vendeu sua participação na empresa em que trabalhava e passou a dedicar seu tempo para construir a Viking. “A Viking nasceu de uma ansiedade minha como empreendedor, viven-do um mundo de startup, de ajudar jovens que gostariam de empreen-der. Estava muito motivado a mo-bilizar o interior paulista para olhar paras as startups, além de não que-rer ficar somente como executivo”.Milreu convidou amigos para um

café da manhã em novembro de 2012, onde apresentou a ideia do que seria uma rede de empreendedores que pudessem investir em novos negócios, startups. A partir daquele encontro, começaram a construir a marca, o modelo de aceleradora, e trabalharam nesse conceito por oito meses.O começo da Viking, entretanto,

não foi promissor. “Descobrimos, buscando startups no interior pau-lista, que nós encontrávamos pou-cas startups estruturadas ou com boas ideias e boa equipe para apre-sentar oportunidades para nós”, Pau-lo explica. Após realizar um evento de apresentação de startups, com 70 candidatas, três foram seleciona-das. Nenhuma delas foi para frente.Foi então que a equipe da Viking

percebeu sobre o que tudo aqui-lo realmente se tratava. Os cafés

da manhã, que eram realizados todos os meses entre empreende-dores que participavam da rede, possuíam uma riqueza de conteú-do e interação enorme, além de gerar um resultado maior do que o próprio objetivo inicial, que era buscar startups na região. “Desco-brimos que nós, empreendedores reunidos em rede, desenvolvíamos negócios, fortalecíamos laços, de-senvolvíamos bom networking e ampliávamos cada vez mais quem nós conhecíamos”, Milreu afirma.Depois de oito meses patinando

como aceleradora no interior, então, a Viking começou a reconstruir seu modelo e enxergar seu real propó-sito. Paulo Milreu explica por que: “O ecossistema de startups dentro do ecossistema empreendedor é minúsculo. Então, quando eu trago uma empreendedora que tem uma rede de franquias de outro segmen-to, e eu vejo que ela quer estar jun-to com a rede, mas não investindo diretamente em startups, por que não consolidar nosso modelo como rede de empreendedores?”, diz.E foi isso o que eles fizeram no fi-

nal de 2013, definindo seu propó-sito e começando a crescer como rede. A mudança, portanto, foi completamente benéfica, sem con-tras. “Nós continuamos tendo um braço, uma área que enxerga as startups. Mas é só uma parte”, Pau-lo explica. O foco da Viking é a edu-cação empreendedora. Além disso, a Viking Network

possui um modelo completamen-te diferente, disruptivo do resto do mercado. Ela é mais impor-tante pelas pessoas do que pela sua estrutura física. “A Viking são as pessoas, não o escritório. Ela acontece em eventos em cada ci-dade e em reuniões de seus mem-bros em empresas”, Milreu afirma.É importante, aliás, ressaltar que a

Viking é uma empresa, como lembra Paulo. “Todo mundo olha a Viking e acha que ela é uma ONG, porque as pessoas enxergam que ONG é algo bonito e empresa é feio”, ele afirma.A Viking se consolida no chamado

setor 2.5 - setor 2 de serviços, mas que possui objetivos sociais como o terceiro setor. “Nós vamos para as universidades e os nossos empre-sários, membros da Viking, doam seu tempo aos jovens que querem ou já estão empreendendo, ajudan-do com experiência, mentoria. Mas nós somos uma empresa e tam-bém buscamos lucro”, Milreu conta.Assim, a Viking Network caminha

e projeta sua expansão para todo o país, e já possui cinco unidades (Araçatuba, Bauru, Campinas, Lon-drina e Marília). A Viking realiza, a cada seis meses, um evento chama-do Encontro Nacional Viking. “Nós chamamos ele de nacional porque sabemos onde queremos chegar. Queremos estabelecer as atividades da Viking em todo o Brasil”, Paulo fi-naliza. E com esse propósito e mo-delo, não é difícil de imaginá-los lá.

“Estava muito motivado a mobilizar o

interior paulista para olhar para

as startups.”

“Nós continuamos tendo um braço,

uma área que enxerga as

startups. Mas é só uma parte.”

Material de Workshop sobre Lean Startup realizado na Viking Bauru, em março de 2014. (foto: Viking Network)

Encontro Nacional Viking - 3ª Edição - Verão 2015. (foto: Viking Network)

Primeiro café da manhã Viking realizado na unidade de Campinas/SP, em fevereiro de 2014. (foto: Viking Network)

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O sucesso das startups brasileiras

Quando Benjamin Gleason e Thiago Alvarez decidiram, em 2012, criar o GuiaBolso, eles tinham em mente de-senvolver um aplicativo que pudesse controlar a vida financeira das pessoas. Através do acesso a dados de transações bancárias, o aplicati-vo preenche automaticamente os gastos do usuário, além de possibi-litá-lo a fazer um orçamento de suas despesas. Os dados exibidos pelo aplicativo são criptografados, ou seja, apenas o usuário pode ter acesso às in-formações de sua conta. Quem utiliza o GuiaBolso pode apenas consultar seus gastos, não sendo possível a movimentação de conta bancária.

O iFood é uma ferramenta especializada em de-livery online de comida. Presente em 15 estados brasileiros, a empresa oferece os serviços de mais de cinco mil restaurantes. Em 2014, a empre-sa se tornou líder no mercado ao se fundir com o RestauranteWeb, sua principal concorrente.

A TruckPad foi criada em 2013 pelo empre-sário Carlos Mira. Pelo aplicativo, o motoris-ta informa seus dados pessoais, tipos de ca-minhão e carroceria e os lugares para os quais costuma viajar. Depois de realizado o cadastro, caminhoneiros e empresas nego-ciam o frete por meio de um chat.

Há quatro anos, o empreendedor carioca, Tallis Gomes, teve que vender seu carro para arcar com os custos iniciais de sua startup. Graças ao capital de giro investido e a boa lábia para convencer taxistas a usarem o ser-viço, o empresário fundaria em abril de 2012 o Easy Taxi. Com seu valor de mercado esti-mado em aproximadamente R$ 1 bilhão, a

ferramenta está presente em 27 países e em mais de 120 cidades. Para pedir um táxi, o usuário tem que apenas informar sua locali-zação e esperar por um dos 120 mil taxistas cadastrados . Enquanto espera, o usuário também pode acompanhar o trajeto reali-zado pelo taxista. Os aportes recebidos pela startup chegaram a soma de R$ 145 milhões.

mais de 50 milcaminhoneiroscadastrados

8 mil fretesnegociados todo dia

Conheça quatro empresas nacionais que trouxeram inovação para o mercado

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por Jhony Borges

Entrevista: app Be My GuestO app que surgiu para facilitar o entretenimento noturno e está buscando o sucessopor Alexandre Wolf

O Be My Guest é um app que surgiu em janeiro de 2013 com a intenção de facilitar a busca por

entretenimento, principalmente na vida noturna. Desenvolvido por um grupo de amigos, o app ainda não gerou grandes receitas, mas isso não põe um fim na história. A equipe do Be My Guest responde algumas perguntas sobre a histó-ria do app, organização interna e planos futuros, para ajudar futuros empreendedores que pretendem se aventurar nesse mundo tão in-certo como o dos apps e startups.

Quem surgiu com a ideia do Be My Guest?

A ideia surgiu de um dos integran-tes, Fernando Dias, que, pensando em uma necessidade de mercado e no interesse em poder ter mais faci-lidade em sua vida social e no entre-tenimento e relação com seus ami-gos, propôs a ideia do Be My Guest.

Quantas pessoas estão envol-vidas no Be My Guest, quem são elas e o quais são suas funções?

Os envolvidos são todos estudan-tes universitários, na faixa dos 21 aos 23 anos, inseridos no meio

tecnológico e de inovação do país. Somos em seis integrantes, respec-tivamente: Lucas Miranda - CEO, cuida de estratégias de Marke-ting e Vendas, além de expansão e administração. Biagio Mamone - Responsável por toda a parte de desenvolvimento técnico e opera-ção no que tange TI e operação do sistema. Fernando Dias - Relações e prospecção comercial, relação com parceiros e vendas. Luis Felipe - Fi-nanças e departamento jurídico. Fábio Toledo - Efetua a operação de empresa e realiza a assistência e suporte aos parceiros e clientes.Leonardo Bortolotti - Desenvolve-dor iOS e responsável pelo aspec-to técnico referente ao aplicativo.

Como a equipe foi reunida?

De início, formou-se um pequeno grupo com os integrantes Fernan-do, Lucas, Fábio e Luis, todos amigos próximos para a discussão e desen-volvimento do projeto. Com o ali-nhamento de ideias e se aprofun-dando no conhecimento técnico, a busca por sócios de capacidade técnica de desenvolvimento para o App e o sistema foi lançada. Assim, através de networking e proximi-dade pelo meio universitário, nos conectamos ao Biagio, que, logo em seguida, nos apresentou ao

Leonardo e a equipe foi montada.

O Be My Guest gera lucro? Quais os meios de gerar receita para o app?

Gera lucro, mas necessita de novas vertentes para se tornar mais sustentável a longo prazo.

Já consideraram crowdfunding?

Sim, já foi citado mas nunca de-monstramos interesse sobre o crowdfunding e o Be My Guest.

Qual o futuro do app e da empresa?

O futuro do app é a constante ino-vação e reformulação para que se torne constantemente mais completo e atenda melhor os nossos membros. Buscar a per-sonalização e o atendimento ao cliente da melhor maneira possí-vel, com um sistema que domi-ne o mercado do entretenimen-to, é a proposta de nosso app.Além disso, buscamos expandir a atuação e conquistar o cenário de entretenimento brasileiro, es-pecialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Planeja-mos ser a maior empresa de solu-ções em entretenimento do país.

“Planejamos ser a maior empresa de soluções em

entretenimento do país.”

Interface do Be My Guest pelo computador.

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Acesse o Be My Guest através do link bemygue.st

A sorte é parceira da vontadeAos 26 anos, resolvi en-

tender o significado da palavra empreender. No imaginário popular, o

empreendedor é uma pessoa que manda atrás de uma mesa sen-tado em uma cadeira confortá-vel. Na vida real, é diferente. Esta pessoa tem um sonho e trabalha muito para que ele vire realidade.

Aos 26 anos, montei o Player 2 - com alguns sócios -, uma empresa de jornalismo voltada para o merca-do de games. O que pensamos neste começo? Primeiro, em como quería-mos trabalhar: seríamos uma agên-cia de notícias, um grupo de pod-cast, um canal do YouTube e uma empresa de assessoria de eventos.

Em seguida, como ganharíamos dinheiro com isso? Para isso, pensa-mos em todos os gastos que tería-mos - incluindo nossos salários - e mensuramos quanto precisaríamos para ao menos empatar as contas.

Com isso, fomos à criação da nossa marca: logos, cartões, ima-gens, site, vinhetas de áudio e vídeo, imagens de capa para di-vulgação, estratégias de marke-ting; tudo precisa ser planejado.

Só aí, cinco meses depois de reu-niões semanais, que começamos de fato a por a mão na massa, produzir

conteúdo, editar, publicar, sermos li-dos e conseguirmos parceiros. Estes aliás, vieram rápido. Antes mesmo de começar a execução do proje-to, um investidor aceitou entrar na empreitada conosco: ceder equi-pamentos, espaço e possibilidades de trabalho. Sorte? Ele mesmo nos respondeu certa vez: “várias pessoas

me vieram pedir patrocínio, vocês chegaram com tudo bem pron-to”. A sorte é parceira da vontade.

Mas nem sempre foi assim tão simples. Abrir uma empresa no Bra-sil é algo fácil, mas manter é difícil. Dados do IBGE de 2012, mostram que metade das empresas por aqui não passam de três anos de existên-

cia. As dificuldades são inúmeras: conosco, por exemplo, foi um forne-cedor. Produzimos uma linha de ca-misetas para lançar a marca Player 2 no mercado. Inspirados em Game of Thrones, os lotes deveriam ser en-tregues em um mês o que coincidi-ria com o lançamento de uma nova temporada da série. O fornecedor demorou quatro meses e perdemos todo timing. Contar com terceiros é sempre um desafio, uma incerteza no caminho de quem empreende.

Hoje, dois anos depois da pri-meira ideia do Player 2, temos par-ceiros em todo o Brasil e pelo mun-do, fizemos assessoria de eventos, somos convidados a palestras, te-mos público que se confunde com fãs e reconhecimento do trabalho. Temos ainda modelo de negó-cio premiado, que rende dinheiro mensalmente no bolso para cres-cer ainda mais. Contudo, o que me motiva cada vez mais é que, aos 26 anos, eu comecei a estar dia a dia mais perto de realizar meus sonhos.

* Wagner Wakka é sócio--fundador do Grupo Player 2 de Comunicação, start--up de jornalismo de ga-mes sediada em Bauru-SP.

por Wagner Wakka*

No imaginário popu-lar, o empreendedor é uma pessoa que manda atrás de

uma mesa. Na vida real é diferente

Como vocês apresenta-ram a ideia da empre-sa para os investidores?

Basicamente, antes mesmo de criar nossos produtos (site, podcast, canal do youtube e etc), nós criamos um plano de mí-dia para vender esse conteúdose tentar convencer parceiros de que investir nesse projeto era uma certeza de retorno. Tendo esse pla-no de mídia pronto, daí foi a parte mais “mecânica” do negócio, que foi entrar em contato com todas as lojas de games da região pra ver se alguma se interessava em ajudar a financiar esse projeto. Foi quando nós encontramos a JP InfogamesO que fez a diferença na hora de atrair o investidor?O principal foi tentar passar uma confiança profissional em todos os aspectos, desde toda montagem

do plano de mídia até no modo de se vestir, portar e falar com possí-veis patrocinadores. O intuito não era mostrar que nós éramos jo-vens que gostavam de videogame e tinham um canal no youtube/blog/podcast como tantos outros,mas que éramos profissionais da área de comunicação pron-tos para atuar no nicho de interesse desses patrocinado-res, e que saberíamos o que fa-zer com cada centavo investi-do na gente. Deixar claro toda a profissionalização do proje-to foi o que mais ajudou a fazer com que investidores nos olhassem de modo diferenteQuais são as maiores preocupações em termos de gestão?Hoje, nossa principal preocu-pação é correr atrás de patrocí-nios e outros modos de ganhar

dinheiro, além de manter uma presença forte nas redes sociaisque são as principais responsáveis pelo tráfego de pessoas para o site.Mas, claro, isso são as preocupações de uma empresa de comunicação, em outros ramos do mercado as re-des sociais podem ser mero detalheQual dica você daria para quem está começando?Bem, hoje em dia a gente vive um verdadeiro “boom” das startups, en-tão o cenário está muito favorável para essas empresas - principalmen-te com essa crise, onde tanta em-presa tá fechando e abrindo espaço. Acho que a dica fundamental - prin-cipalmente pra quem tá na área de comunicação - é não ter medo de fazer diferente. Estamos numa épo-ca em que ninguém sabe o que dá certo, ninguém tem a “receita de bolo”. Por que não tentar algo novo?

“Ninguém tem a receita do bolo”Sócio do Player2, Rafael Nóia acredita que apostar no novo faz a diferença

Por Vinicius Passarelli

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Nas mãos do públicoConheça o crowdfunding e entenda como seu projeto e empresa podem se beneficiar com o financiamento coletivo.

Uma das maiores lutas na abertura de uma nova em-presa é o financiamento, ainda mais com o perfil dos

novos empreendedores, cada vez mais jovens, enquanto as opções tradicionais para angariar dinheiro continuam ajudando no crescimen-to de startups e pequenas empresas pelo mundo, um novo tipo de supor-te tem crescido consideravelmente nos últimos anos, é o financiamento coletivo. Usando o poder financei-ro do público grandes plataformas como Kickstarter, Catarse, Patreon e IndieGoGo tem obtido muito su-cesso no financiamento de novas empreitadas ao redor do mundo, trazendo projetos que variam desde obras artísticas até viagens espa-ciais, arrecadando valores que che-gam à casa dos milhões de dólares.

A maioria das plataformas dispo-níveis para ajudar os empreendedo-res no crowdfunding trabalha por um sistema de recompensas, o pú-blico paga um valor em um faixa de preço e recebe uma retribuição refe-rente a essa faixa, assim funcionam Kickstarter, Catarse e Patreon por exemplo. Uma outra opção que tem crescido em popularidade é o equity crowdfunding, que abre as portas para o público se tornar um investi-

dor-anjo e ter parte da empresa, uma proposta interessante para empre-sas que ainda não saíram do papel.

Mesmo com toda essa popula-ridade o crowdfunding não é uma empreitada simples, para lançar uma campanha bem sucedida o empresário deve conhecer profun-damente seu público alvo e planejar bem seus gastos na hora de publicar sua proposta em uma das inúmeras plataformas disponíveis. Ricardo

Tokumoto, quadrinista responsável pelo site Ryot Iras e por uma série de campanhas de crowdfunding,

conta que algumas perguntas são importantes na hora de planejar sua campanha: “Quem é o meu pú-blico? Ele se interessa no produto? Quais são as recompensas? Como funciona o frete? Quanto do di-nheiro vai para a plataforma? Como vou divulgar o projeto? Pesquisar, planejar e manter os números fir-mes na realidade é fundamental”.

Mas todo esse planejamento rende, e muito, só no ano passado o Kickstarter, uma das plataformas mais populares no ramo do finan-ciamento coletivo, coletou mais de 500 milhões de dólares, financiando 22,252 projetos, no total, desde seu lançamento em 2009 o site já arre-cadou mais de 1,5 bilhão. O Catarse, serviço brasileiro, arrecadou só em seu primeiro ano mais de um milhão e não parou de crescer desde então.

Outra dica que pode colocar sua campanha de financiamento coleti-vo na frente das outras é observar a história de grandes campanhas, a maioria dos serviços de crowdfun-ding permite que qualquer usuário assista aos vídeos e conheça a cam-panha mesmo depois do seu fim, isso abre a oportunidade para estudar e buscar entender a chave para o sucesso destas empreitadas.

“Quem é o meu público?

Ele se inte-ressa no pro-

duto?”

por Felipe Navarro

Conheça os contribuidores

Os usuários de crowdfun-ding estão majoritariamen-te entre os 25 e 40 anos

Destaques

LeVar Burton propôs ressusci-tar o projeto Reading Rainbow para ajudar na educação infan-til, 100 mil apoiadores colabo-raram com mais de 5 milhões

O documentário sobre a re-volução egípcia “The Square” foi fundado com pouco mais de 100 mil dólares, mas foi premiado no festival Sun-dance e indicado ao Oscar

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Contribuidores tendem a apoiar projetos artísticos e culturais de forma independente. Em se-gundo lugar entra o viés social

Skore: criação de uma startupEm sua quarta startup, o empresário Katayama aposta em educação e lança plataforma digital

Criar uma startup às vezes pode parecer fácil, mas não é. Antes de tudo, é necessário ter uma gran-

de ideia, e depois desenvolvê-la como um empreendedor. “Tem que aprender a planejar, melhorar sua performance, ser mais produ-tivo, gerenciar melhor seu tempo. São várias habilidades, competên-cias e uma mudança comporta-mental e de atitude que precisa ser desenvolvida. Você precisa acre-ditar que você vai conseguir”, afir-ma o empresário Paulo Milreu, 45.“Skore” é a quarta startup de Ricar-

do Katayama, 31. Ele conta que ape-sar de suas outras terem ganhado maior destaque na mídia – como a Tableshare, criada para unir pessoas interessadas em comer e cozinhar – essa é a primeira que está cres-cendo, recebendo dinheiro e inves-timento. Para isso, Ricardo precisou crescer como empreendedor. “A Ta-bleshare, startup que eu tive antes dessa, conquistou muito a atenção da mídia, então toda semana ela estava na Folha de São Paulo, Jor-nal Nacional, teve de tudo. Só que eu, como empreendedor, talvez ainda não estivesse tão preparado para entender quais eram as etapas que eu deveria seguir para tornar o

produto que eu tinha num produto melhor. Essa evolução que eu tive nos últimos cinco ou seis anos foi justamente, mais do que evoluir idei-as, acredito que foi uma evo-lução como empreendedor”, conta.A Skore é uma plataforma digital

que auxilia no processo educacio-nal, pedagógico e andragógico. Fun-ciona como um e-learning, mas é algo colaborativo, social, com muita usailidade, que valoriza as ideias do usuário. Ou seja, é uma plataforma

de educação com uma abordagem mais moderna e menos estática.

A equipe é enxuta – de sete pesso-as, sendo dois fundadores que estão amparados por cinco investidores – e a dinâmica de trabalho é flexível. Ricardo conta que tem liberdade para trabalhar remotamente ou não, para escolher seu horário de trabalho e também para trabalhar com a roupa que quiser. “Se você considerar uma empresa grande, multinacional, todas as etapas de decisão passam por poderes maiores, pode ser pelo gerente, pelo diretor; e isso tudo vai minando um pouco as vontades e os interesses de quem não faz parte de um nível tão alto. Em uma equipe de sete pesso-as, não faz sentido tornarmos isso hierárquico, e na verdade isso não faz sentido nunca”, comenta o empreendedor, que já trabalhou em empresas grandes e multinacionais. Ideias boas são essenciais no pro-

cesso de criação e sucesso de star-tups, mas pró-atividade também é uma qualidade positiva e estimu-la o bom desenvolvimento de um ne-gócio. “Um sonho sem a ação é só um sonho”, motiva Milreu. Algumas competências e habilidades serão fundamentais no processo, mas tudo dependerá da sua ideia, da característica da startup em ques-tão e do público que almeja atingir.

“...Mais do que evoluir ideias, acredito que

foi uma evolução como empreendedor”

“Um sonho sem a ação

é só um sonho.”

Inovação nas pesquenas empresas, segundo SebraeDesses 54%...

- Propriedade intelectual foi in-

vestida por 3% das empresas.

- Sustentabilidade é outra in-

ovação implantada por 2% das micro e pequenas empresas.

- 14% se referem à produtivi-dade, como diminuição de custos com a redução de desperdícios.

- 10% do total dizem respeito à qualidade, como indicadores para gerar um grau de confiança de um produto, serviço ou processo.

- 9% estão relacionados com tec-nologia da informação.

- 8% envolvem ações em design como concepção ambientes.

Produtividade

Qualidade

Tecnologia da Informação

Design

Propriedade Intelectual

Sustentabilidade

por Gabriel dos Ouros

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54% dos empreendimen-tos em 2013 investiram na criação de produtos, formas de fabri-cação ou de distribuição de bens e novos meios de prestação de serviços.