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nº 1613 – 02 jul. 2020 Desde 1989 auxiliando na tomada de decisões.
Sumário
Palavra da Casa
Condições Meteorológicas
Grãos
Hortigranjeiros
Olerícolas
Frutícolas
Outras Culturas
Criações
Preços Semanais
Notas Agrícolas
Regionalização da Emater/RS-Ascar
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Emater/RS-Ascar
I43 Informativo Conjuntural / elaboração, Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises. – (jun. 1989) - . – Porto Alegre : Emater/RS-Ascar, 2020. Semanal. 1. Produção vegetal. 2. Produção animal. 3.
Grão. 4. Produto hortigranjeiro. 5. Meteorologia. 6. Extrativismo. 7. Análise de conjuntura. 8. Cotação agropecuária. I. Emater/RS-Ascar. II. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
CDU 63(816.5)
© 2020 Emater/RS-Ascar – Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a
fonte.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 2, 02 jul. 2020
Palavra da Casa
Coletividade e união de agricultores familiares marcam Dia do Cooperativismo
Inicialmente denominada como “Dia da Cooperação” e, posteriormente “Dia do
Cooperativismo”, atualmente a data é conhecida como “Dia Internacional do Cooperativismo" e “Dia
Internacional das Cooperativas” ou Dia C, e, apesar de ser celebrada desde 1923 a cada primeiro
sábado de julho, somente a partir de 1995 a data passou a ser oficial, tendo sido proclamada em
resolução pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Em 2020, a comemoração é neste 4 de julho.
O Cooperativismo nada mais é do que um modelo que deu exemplo de sociedade solidária,
fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem-estar do indivíduo e da família se sobrepõem ao
interesse econômico da produção. E esse interesse coletivo e a união de esforços fazem com que
muitos gaúchos apostem na formalização de cooperativas e associações para o crescimento das
famílias, em especial as cooperativas de agricultores familiares.
Há 65 anos, a Emater/RS-Ascar atua no assessoramento de agricultores, acompanha essas
iniciativas e auxilia na gestão. Com o objetivo de qualificar ainda mais o atendimento a essas famílias,
em 2011 foram criadas as Unidades de Cooperativismo (UCPs), localizadas nos municípios de
Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul e Santa Rosa.
Para o ano de 2020, a meta da Emater/RS-Ascar, parceira da Secretaria Estadual de
Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), é prestar Assistência a 160 cooperativas da
agricultura familiar, sendo que, destas, quatro são centrais cooperativas. São cerca de 40 mil famílias
cooperadas, que contam com o apoio da Instituição para o seu desenvolvimento. Além das
cooperativas, a Emater/RS-Ascar também presta assistência técnica a 40 associações de agricultores
familiares. Uma das ações da Instituição é executar o Programa Extensão Cooperativa da Seapdr. O
programa tem por objetivo apoiar a qualificação das cooperativas da agricultura familiar nas áreas de
organização, gestão de pessoas, comercialização, marketing, finanças, custos e gestão de processos.
E neste ano ainda, por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, as ações da
Emater/RS-Ascar junto às cooperativas precisaram ser adaptadas, assim como a comercialização dos
produtos. O uso de tecnologias é estratégico tanto para a qualificação dos agricultores quanto para a
comercialização. Então, a Instituição tem realizado cursos e oficinas de educação à distância para a
qualificação dos produtores. Já são mais de 300 alunos em três oficinas virtuais sobre Elaboração e
Execução do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); Custos de Produção e de Logística para a
Agricultura Familiar, e Modelo de Negócios – Ferramenta Canvas.
Finalmente, para ajudar no escoamento da produção, a Emater/RS-Ascar lançou a Feira
Virtual da Agricultura Familiar (Fevaf), uma ferramenta digital, que já conta com quase mil
cadastrados, para que produtores rurais, agroindústrias e cooperativas garantam a comercialização
de seus produtos e serviços de forma virtual, adaptados a esse momento de distanciamento e
isolamento social.
Vida longa ao Cooperativismo!
Geraldo Sandri – presidente da Emater/RS e superintendente-geral da Ascar
DESTAQUE
Citros – colheita é intensa no Estado.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 3, 02 jul. 2020
Condições Meteorológicas
CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 25/06 A 01/07/2020
A última semana de junho teve frio e chuva no RS. Na quinta-feira (25), o deslocamento de uma frente fria provocou chuva, com registro de temporais isolados. Na sexta (26) e sábado (27), ainda ocorreram chuvas fracas e isoladas nas faixas Leste e Norte. Nas demais regiões, o tempo permaneceu seco, e o ingresso de uma massa de ar frio favoreceu o acentuado declínio da temperatura. No domingo (28), o tempo seco e frio predominou, com formação de geadas ao amanhecer em diversas localidades. Entre a segunda (29/6) e a quarta-feira (01/7), a propagação de um sistema frontal provocou chuva em todo Estado, com registro de temporais isolados e altos volumes acumulados. A passagem de um ciclone extratropical, denominado “ciclone explosivo” devido à sua formação e intensificação rápida, favoreceu a ocorrência de fortes rajadas de vento, superiores a 100 km/h, o que provocou danos em várias localidades, especialmente do Norte e Leste.
Os totais de chuva acumulados foram muito expressivos e oscilaram entre 50 e 80 mm na maioria das localidades. Na Metade Norte, os volumes variaram entre 80 e 100 mm, e superaram 120 mm em diversos municípios. Os valores mais elevados registrados nas estações da rede INMET/SEAPDR ocorreram em São Luiz Gonzaga (124 mm), Santo Augusto (127 mm), Tramandaí (131 mm), Santa Rosa (133 mm), Veranópolis (135 mm), Lagoa Vermelha (136 mm), Campo Bom (141 mm), Ibirubá e Serafina Corrêa (142 mm), Porto Alegre (144 mm), Soledade (161 mm), Bento Gonçalves (171 mm), Cruz Alta (189 mm) e Canela (141 mm).
A temperatura máxima ocorreu em Teutônia (28,3°C) em 25/06, e a mínima foi observada em 26/06 em São José dos Ausentes (-0,2°C).
Observação: totais de chuva registrados até as 10 horas do dia 01/07/2020.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 4, 02 jul. 2020
PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 02 A 08/07/2020
O mês de julho começa com chuva, frio e geadas no RS. Entre a quinta-feira (02) e o
sábado (04), a presença de uma massa de ar seco e frio manterá o tempo firme, com temperaturas mínimas próximas de 0°C e formação de geadas na maioria das regiões. No domingo (05), o deslocamento de uma frente fria vai provocar chuva em todo Estado. Na segunda (06), o céu permanecerá encoberto e com chuva na maior parte das regiões, e o tempo firme deverá predominar apenas na Campanha e Zona Sul. Entre a terça (07) e a quarta-feira (08), a propagação de uma área de baixa pressão manterá a nebulosidade e a chuva em todo Estado, com possibilidade de temporais isolados, associados com fortes rajadas de vento e eventual queda de granizo, especialmente na Metade Norte.
Os valores deverão oscilar entre 20 e 40 mm em praticamente toda Metade Sul, e somente na Fronteira Oeste são esperadas chuvas inferiores a 10 mm. Nas demais regiões, os volumes oscilarão entre 50 e 80 mm, e deverão exceder 100 mm no Planalto, na Serra do Nordeste, nos Campos de Cima da Serra e no Litoral Norte.
Fonte: Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 5, 02 jul. 2020
Grãos
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
CULTURAS DE INVERNO
Trigo
O plantio da cultura segue avançando na maioria das regiões do Estado. Os
produtores monitoram eventuais pragas, doenças e ervas nas lavouras. De modo geral, as
áreas já implantadas vêm apresentando bom desenvolvimento, com bom estande e
sanidade das plantas.
Fases da cultura no Rio Grande do Sul
Trigo 2020
Fases
Safra atual Safra anterior Média*
Em 02/07 Em 26/06 Em 02/07 Em 02/07
Plantio 87% 74% 84% 83%
Germinação/Des. Vegetativo 100% 100% 100% 100%
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
*Média safras 2015-2019.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, onde há expectativa de expressivo
aumento da área cultivada com a cultura, a Fronteira Oeste segue com a semeadura mais
avançada. Em São Borja o plantio alcança 99% da área prevista de 16 mil hectares. Em São
Gabriel e Santana do Livramento, a semeadura alcança 75% dos cultivos, com bom estande e
sanidade. As precipitações em Alegrete e Manuel Viana favoreceram a emergência e o
desenvolvimento da cultura, que já se mostrava prejudicado pela ausência de chuvas.
Na semana foi iniciada a semeadura de trigo nos Campos de Cima da Serra, ainda em
ritmo bastante lento, pois os produtores preferem semear após 10 de julho, buscando assim
reduzir o risco de a cultura ser atingida por geadas no período crítico. As áreas já semeadas
na regional de Caxias do Sul apresentam boa germinação e sanidade; o estabelecimento
inicial das lavouras é excelente, mantendo a expectativa de bons rendimentos.
A semeadura de trigo encontra-se paralisada na regional da Emater/RS-Ascar de
Pelotas, em razão da alta umidade no solo que impede o prosseguimento do plantio. As
áreas já semeadas na região apresentam-se com bom estande de plantas e bom
desenvolvimento vegetativo.
Na de Frederico Westphalen, o plantio das lavouras segue em ritmo acelerado,
alcançando 95% da área estimada na região.
Na Emater/RS-Ascar de Ijuí, foi reduzido o ritmo dos trabalhos de implantação das
lavouras, uma vez que nas áreas planejadas para o cultivo de trigo a operação foi concluída,
alcançando 98% da área de aproximadamente 261 mil hectares estimados com a cultura. Na
região verificam-se a rapidez e a uniformidade na emergência da cultura, beneficiadas pelo
clima mais quente e pela umidade adequada no solo. A semeadura foi realizada com a maior
parte do solo apresentando excelentes condições de plantabilidade, com baixo
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 6, 02 jul. 2020
revolvimento, regularidade na profundidade e na deposição da semente, além de cobertura
adequada da mesma. Os produtores seguem acompanhando o desenvolvimento das
lavouras e monitorando pragas, doenças e ervas. Até o momento, as condições
fitossanitárias estão ótimas. Verificam-se o aumento da germinação de azevém espontâneo,
necessitando controle, e a baixa incidência de buva. Segue a aplicação de adubação
nitrogenada em cobertura nas áreas em início de perfilhamento.
Na de Passo Fundo, onde se estima uma área cultivada de pouco mais de 70 mil
hectares, os produtores seguem com o plantio, cobrindo aproximadamente 75% da área até
o momento. A conclusão da semeadura na região está prevista para 10 de julho.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, a semeadura já
ultrapassa os 90% da área de plantio. A quebra de produtividade das culturas de verão,
aliada à previsão de uma primavera com menos chuva e ao preço do trigo com valor
atrativo, incentivou os agricultores a apostarem um pouco mais na cultura do trigo,
elevando a estimativa de área cultivada de trigo para cerca de 55 mil hectares.
Na de Santa Rosa, repetiram-se as condições favoráveis de clima, permitindo o
avanço do plantio do trigo, que alcançou 98% da área. Houve novamente ventos intensos na
semana, principalmente durante o dia, que dificultaram a aplicação de dessecantes nas
lavouras. A maioria dos produtores que não tinham executado esta atividade teve de fazê-la
durante a noite, com a ocorrência de menor velocidade do vento. Produtores aproveitaram
as condições do tempo para aplicar adubação nitrogenada em cobertura, que alcançou
grande parte das áreas cultivadas com trigo nos municípios.
Na de Soledade, a cultura se desenvolve sem ataque de pragas até o momento.
Alguns casos pontuais de manchas foliares são monitorados pelos agricultores; em caso de
aumento da severidade, o manejo fitossanitário será realizado.
Mercado (saca de 60 quilos)
Os preços do produto apresentaram leve alta de 0,19% em relação à semana
anterior; conforme o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar, a cotação média
da saca de trigo no Estado foi de R$ 53,86. A menor cotação foi identificada no município de
Campo Novo, onde o valor médio foi de R$ 50,00. A cotação máxima de R$ 55,00 foi
registrada em Camaquã, Cruz Alta, Encruzilhada do Sul, Ijuí, São Borja, São Gabriel e
Tupanciretã.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2134, de 02 de julho de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 7, 02 jul. 2020
Canola
Na região da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, onde a maior parte das lavouras (79%)
encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, a cultura avança com bom
desenvolvimento, favorecido pelas boas condições climáticas. Os produtores aproveitaram
as condições do clima para a aplicação de adubação nitrogenada nas lavouras mais
avançadas. Com a consistência climática das últimas semanas, produtores esperam boas
produtividades na cultura e projetam ótima rentabilidade, já que o preço do grão está
indexado ao da soja, que apresenta valores históricos na região. Acompanhando a tendência
de variação de preço da soja, a cotação na região foi de R$ 100,71/sc. de 60 quilos.
Na de Ijuí, a cultura apresenta desenvolvimento dentro do esperado, evoluindo para
o estádio reprodutivo com início da emissão de botões florais. Os produtores realizam o
controle de ervas com bons resultados. O preço médio praticado foi de R$ 91,00/sc. de 60
quilos.
Aveia branca
Na regional de Ijuí, o clima foi favorável ao desenvolvimento da cultura, que se
encontra em final de estádio vegetativo e evoluindo rapidamente para o estádio
reprodutivo. As primeiras lavouras semeadas apresentam boa formação de espiguetas,
folha-bandeira bem desenvolvida e plantas com caules vigorosos. Por outro lado, o clima
seco da semana anterior beneficiou a proliferação de pulgões; e ainda que não seja
necessário controle, exige monitoramento mais constante.
Cevada
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, onde se projeta o
cultivo de pouco mais de nove mil hectares com cevada, o plantio alcançou 95% da área. O
preço médio do produto está em R$ 60,00/sc. de 60 quilos.
A cultura encontra-se em final de implantação na regional de Ijuí, restando poucas
lavouras, conforme escalonamento planejado da semeadura. Segue a presença incipiente de
manchas foliares nas primeiras folhas baixeiras.
CULTURAS DE VERÃO
Soja
Na última safra, a cultura foi bastante afetada pela estiagem. No momento, os
produtores gaúchos seguem com o planejamento da próxima safra e com a comercialização
da colheita.
Na regional de Ijuí, com clima seco e solo adequado, foi intensificada a aplicação de
calcário em superfície onde era necessário e realizada a implantação de plantas de cobertura
para a estação fria.
Na de Frederico Westphalen, os produtores aproveitam o bom momento de preço
para a comercialização do produto.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 8, 02 jul. 2020
Na de Pelotas, os sojicultores seguem manejando as áreas onde será implantada a
cultura, principalmente com o pastoreio de bovinos de corte e ovinos. Os produtores de soja
renegociam as dívidas devido aos problemas ocasionados pela estiagem, com reduções
drásticas na colheita, que impediram a quitação das dívidas tanto de custeio das lavouras
como de seus investimentos em geral. Segue a renegociação das dívidas junto aos agentes
financeiros, com o suporte e apoio técnico dos escritórios da Emater/RS-Ascar.
Milho
Depois de um ciclo de perdas expressivas em virtude da estiagem, a cultura encontra-
se em entressafra.
Na região da Emater/RS-Ascar de Ijuí, nas áreas já definidas para a próxima safra
foram implantadas culturas de cobertura, em crescimento satisfatório, projetando boa
formação de palhada. Os produtores finalizam a aquisição de insumos e sementes e
organizam documentos para a elaboração de projetos de custeio agrícola da cultura. Os
preços praticados pela saca de 60 quilos de milho estão entre R$ 41,00 e R$ 43,00, com uma
média de R$ 42,39/sc.
Na de Passo Fundo, o milho colhido encontra-se armazenado nos principais
cerealistas da região; os produtores que têm silos secadores armazenaram o produto nas
propriedades para utilização na alimentação animal e para venda futura, buscando alcançar
melhores preços.
Arroz
Na região de Pelotas, nas áreas com condições de drenagem, produtores realizam o
preparo antecipado das áreas para a nova safra. A maioria aproveitou as restevas para
forrageamento dos bovinos de corte.
Na Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, a cultura encontra-se em processo de secagem
e armazenagem. Os produtores aproveitaram o período de estiagem para fazer a
incorporação da palha e as análises de solo com vistas à aquisição de insumos para a
próxima safra 2020-2021.
Hortigranjeiros
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
OLERÍCOLAS
Na regional de Ijuí, clima mais quente e dias ensolarados favorecem o
desenvolvimento das olerícolas. As folhosas continuam com bom desenvolvimento;
destaque para a alface americana que, com crescimento rápido, apresenta folhas maiores.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 9, 02 jul. 2020
Continua o escalonamento do transplante de mudas; bom número de folhas por planta. Com
o aumento da oferta, alguns produtores estão com dificuldades de comercialização,
oferecendo ao mercado produto colhido após o tempo normal de colheita. Brássicas com
desenvolvimento dentro do esperado, mas aumenta a incidência de traça-das-crucíferas,
sendo necessário controle em pequenas áreas. Colheita da batata-doce avançada, com
produtividade abaixo da esperada em função de a estiagem ter prejudicado o
desenvolvimento normal. Aumento da oferta de olerícolas no mercado local, com boa
aceitação nos supermercados e em aquisição direta. Nas feiras municipais, permanece a
menor circulação de consumidores.
Preços médios praticados na região Produto Unidade Preço (R$)
Alface cab. 1,95
Beterraba kg 3,15
Brócolis kg 4,49
Cenoura kg 3,22
Couve-flor kg 4,89
Mandioca com casca kg 1,62
Mandioca sem casca kg 5,05
Pepino kg 5,37
Repolho kg 3,15
Rúcula maço 2,16
Tomate kg 5,30
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritório Regional de Ijuí.
Na regional de Santa Rosa, a cultura da ervilha encontra-se em floração e em
algumas áreas já há colheita do grão verde; o plantio ocorre em pequenas áreas,
aproveitando pequenos espaços, passíveis de tutoramento. Há comercialização de alface,
rúcula, couve, brócolis, repolho, agrião e tempero verde, com preço recebido na faixa de R$
2,00. Produtores realizam plantio principalmente de alface, repolho e couve. As vendas
permanecem sob os efeitos da redução do consumo por restaurantes e da suspensão de
compra de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. No entanto, aumentou a
venda direta aos consumidores com entrega a domicílio. Em função da pandemia, muitos
agricultores e moradores do meio urbano vêm cultivando especialmente folhosas para o
consumo familiar, aproveitando os espaços possíveis nas áreas das residências.
Na regional de Bagé, a primeira metade da semana foi favorável às práticas de
cultivo e ao desenvolvimento de folhosas. As chuvas acompanhadas da queda brusca de
temperatura nos dias seguintes exigiram cuidados de proteção contra geadas em canteiros e
estufas de produção. Segue a colheita de tomate em estufa e também repolho, cujos novos
plantios são iniciados. Beterraba em final de colheita. Cenoura em vários estádios devido ao
escalonamento da produção. Em Caçapava do Sul, foram canceladas chamadas públicas que
estavam paralisadas pela pandemia. Há significativo aumento do interesse de
supermercados locais por hortigranjeiros produzidos no município, o que vem acelerando o
processo de produção para os olericultores atenderem a demanda.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 10, 02 jul. 2020
Na regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, a boa radiação solar e as
temperaturas mais elevadas favoreceram o crescimento satisfatório de espécies folhosas,
aumentando a produção e a qualidade. Há boa oferta de produtos no mercado; cenoura
com boa oferta e alta demanda. Produtores de cebola preparam as mudas e realizam
plantios de variedades mais precoces; os de alho finalizam os plantios.
Abobrinha
Na regional de Lajeado, em Vale Real, a cultura da abobrinha encontra-se em fase de
frutificação e colheita, com boa sanidade. A produção colhida é comercializada a R$
40,00/cx. de 20 quilos. Áreas a campo são trabalhadas para plantios em agosto.
Alho
Na regional de Caxias do Sul, com as condições climáticas e do solo adequadas para
a preparação dos canteiros e o plantio, a semana foi de intensa atividade nessa prática
cultural, concluindo-se a implantação das lavouras na região da Serra e avançando muito nos
Campos de Cima da Serra, onde é tradicional a instalação tardia das lavouras. As primeiras
áreas estabelecidas demonstram as plântulas germinadas com bom estande, uniformidade e
vigor, recebendo já as primeiras aplicações de herbicidas pós-emergentes para o controle
das ervas espontâneas. Esse manejo evita concorrência entre elas por nutrientes, água e luz,
fatores imprescindíveis para a cultura apresentar todo seu potencial produtivo.
Na regional de Passo Fundo, período e clima continuam favoráveis ao intensivo
trabalho de preparo do solo e plantio; 60% da área está plantada. Lavouras do cedo já
apresentam boa germinação.
Batata (safrinha)
Na regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, lavouras encontram-se em fase de
formação de tubérculos e colheita. As áreas irrigadas se destacam pela boa produção e
qualidade em relação às não irrigadas. Até o momento, aproximadamente 25% de
tubérculos da safrinha foram colhidos e comercializados. O preço caiu e ficou em R$
100,00/sc. de 50 quilos para batata branca e em R$ 90,00/sc. para a rosa.
Batata-doce
Na regional de Lajeado, a normalização das chuvas nos últimos dois meses permitiu a
retomada da produção da cultura em Feliz; parte dos plantios fica em áreas antigas e outra
ocupa novas áreas, onde as mudas não morreram com a seca. Com o aumento da
disponibilidade de água, o calibre da raiz aumentou. O preço oscilou entre R$ 1,30 e R$
1,60/kg.
Na regional de Porto Alegre, a comercialização aumentou. Os preços variam entre R$
28,00 e R$ 45,00/cx. de 20 quilos na Ceasa. Na lavoura, batata de boa qualidade é vendida a
valores entre R$ 22,00 e R$ 25,00/cx. A aparência dos tubérculos está ruim por conta dos
efeitos da estiagem.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 11, 02 jul. 2020
Beterraba
Na regional de Lajeado, em Vale Real, a colheita foi intensificada, com grande oferta.
A produtividade é boa; lavouras apresentam boa sanidade e pouca ocorrência de pragas. O
preço apresentou queda; o produto foi comercializado a R$ 20,00/dz. de molhos e a R$
15,00/cx. de 20 quilos (sem folhas).
Cebola
Na regional de Caxias do Sul, as condições climáticas foram muito boas para o
desenvolvimento e à manutenção da sanidade da cultura; já iniciou a prática cultural do
transplantio manual das mudas das variedades mais precoces semeadas em abril. O controle
químico das ervas espontâneas vem obtendo bons resultados, evitando a concorrência com
as plântulas. Também são aplicados tratamentos fitossanitários para prevenir fitopatias. A
mão de obra contratada para o transplantio está cotada entre R$ 0,40 e R$ 0,50/metro
linear de canteiro, sendo que um hectare perfaz em média seis mil metros.
Na de Passo Fundo, seguem intensos os trabalhos de preparo do solo, plantio ou
semeadura em local definitivo. As lavouras do cedo apresentam bom desenvolvimento, o
mesmo ocorrendo com as mudas para transplante, previsto para ocorrer em agosto.
Na regional de Porto Alegre, produtores continuam conduzindo as sementeiras.
Embora tenham sofrido um pouco com a mudança brusca de temperatura e umidade,
apresentam boa sanidade e crescimento normal até o momento. Nos próximos dias, deverá
começar o transplante das variedades precoces.
Mandioca/Aipim
Na regional de Porto Alegre, geadas do período estimularam o aumento de oferta. O
preço ao produtor na lavoura é de R$ 20,00/cx. de 20 quilos, com tendência de estabilização.
Os estoques nas lavouras estão acima dos 60%.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, onde a cultura é cultivada em 7.500
hectares, o desenvolvimento ficou estagnado. Ocorrem a colheita e o corte de ramas para
armazenar mudas. Intensificou-se a queda das folhas em virtude do frio. O estado sanitário é
bom. Segue a comercialização tanto da safra passada como da atual. O preço pago ao
produtor permanece em R$ 20,00/cx. de 25 quilos. A comercialização a varejo com casca
varia de R$ 2,00 a R$ 2,50/kg; descascada e embalada, a valores entre R$ 4,00 e R$ 4,80/kg.
Pepino
Na regional de Lajeado, em Feliz, as temperaturas na última quinzena alternaram-se
entre amenas a altas, favorecendo a produção em ambiente protegido. O tripes continua
com alta taxa de infestação no cultivo do pepino. O indústria foi comercializado a R$ 5,50/kg
na venda direta e a R$ 3,00/kg para agroindústria; o preço do salada oscilou entre R$ 2,00 e
R$ 2,50/kg; o Japonês foi comercializado a valores entre R$ 3,00 e R$ 3,50/kg.
Tomate
Na regional de Caxias do Sul, a produção de tomate mantém-se somente nos
cultivos em estufa, cuja oferta não atende todo o abastecimento local; assim, ocorre a
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 12, 02 jul. 2020
entrada do produto de outras regiões e estados. O mercado se mostrou em queda na última
semana, condicionada pela maior oferta oriunda de outros estados e também pela baixa
demanda, principalmente do setor de restaurantes, que reduziu consideravelmente a
compra em virtude da pandemia. Na Ceasa Serra, a maior variação foi do grupo longa vida,
com retração de 41,3%; o preço médio manteve-se em R$ 2,13/kg. O preço na propriedade
ficou em média a R$ 30,00/cx. de 22 quilos.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, em Feliz e Alto Feliz, o tomate-cereja é
cultivado o ano todo em ambiente protegido. A cultura está em desenvolvimento vegetativo,
produção e colheita. A ocorrência de broca do fruto, larva minadora e mosca branca requer
atenção. A variação do clima nas diferentes fases da cultura limitou um pouco o
amadurecimento normal dos frutos. Há relatos de queda do consumo, influenciada pela
troca de bandeira em função da pandemia. As chuvas dos últimos dias aliviaram a pressão
de falta de água para irrigação e da umidade do solo. O preço pago ao produtor pelo tomate-
cereja varia entre R$ 6,50 e R$ 7,00/kg em Feliz e é de R$ 4,00/kg em Alto Feliz. Em Vale
Real, segue o preparo das áreas em ambiente protegido para transplantio.
Na de Porto Alegre, o aumento de oferta se confirmou, reduzindo os preços ao
ponto de não cobrir os custos de produção. Alguns produtores irão estocar a produção para
ter oportunidade de preços melhores no mercado. O preço pago ao produtor ficou entre R$
0,50 e R$ 1,25/kg, conforme aparência do produto.
Vagem
Na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, em Feliz, segue a colheita; a vagem é
produzida praticamente o ano inteiro, e no momento a produção é satisfatória, sem registro
de problemas fitossanitários. A temperatura foi favorável ao cultivo. O preço aumentou e
varia de R$ 6,00 e R$ 7,50/kg.
FRUTÍCOLAS
Citros
Segue a colheita de citros no Estado.
Na regional de Ijuí, aumenta a oferta de produtos para mesa e diminui o preço pago
aos produtores. Baixa produção de citros para indústria, principalmente para sucos.
Na regional de Santa Rosa, mesmo com a redução da temperatura nas últimas
semanas, ainda são enfrentados problemas com mosca-das-frutas, principalmente em
bergamotas poncãs. Montenegrina e Morgot iniciam a maturação de forma mais expressiva
e devem garantir frutos no próximo trimestre.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, segue a colheita de frutas cítricas no
Vale do Caí, onde está concentrada a produção destinada a frutas de mesa no Rio Grande do
Sul, sendo também a região maior produtora de bergamotas. As chuvas mais frequentes e
em bom volume em maio e junho, juntamente com a temperatura mais fria, fizeram com
que as plantas cítricas recuperassem a condição fisiológica de turgescência das folhas e de
desenvolvimento dos frutos, muito prejudicada pela estiagem ocorrida de dezembro a abril.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 13, 02 jul. 2020
Bergamotas Caí e Poncã estão em colheita, e em alguns municípios iniciou a da Pareci, ainda
em pequeno volume. A Caí e a Pareci fazem parte das cultivares do grupo das
Mediterrâneas, juntamente com a Montenegrina, a mais tardia, cujo início de colheita está
previsto para agosto. A colheita da Caí já atinge 70% do total previsto (veja quadro). A fruta
ficou com diâmetro menor do que em safras normais, mas o teor de suco e a doçura não
foram afetados pela estiagem. Medições do grau brix das frutas colhidas indicam a média de
13o, considerado muito bom. O preço médio recebido pelos citricultores sofreu redução em
comparação com o recebido na primeira quinzena de junho, passando de R$ 27,00/cx. de 25
quilos para os atuais R$ 25,00/cx. da Caí, e de R$ 23,00 para R$ 21,00/cx. da Poncã. Esta
redução é explicada pela maior oferta de frutas, decorrente do auge da colheita. Os preços
recebidos nesta safra são bem superiores aos da safra passada, mas este preço mais elevado
não compensa as perdas ocorridas em função da estiagem. O valor superior é recebido pelos
citricultores cujos pomares foram irrigados ou cuja localização é em áreas de solos com
maior percentual de argila, que conserva a umidade por mais tempo, ou ainda para frutos de
pomares beneficiados com maior volume de chuvas.
Para a grande maioria dos citricultores, as perdas foram muito grandes e não há
frutas em condições de comercialização. Dados da Emater/RS-Ascar mostram que no Vale do
Caí, 13 municípios produzem bergamotas para fins comerciais. A previsão inicial era de
colher 109 mil toneladas de bergamotas. Com a estiagem, as cultivares de ciclo normal – Caí
e Poncã, cuja colheita já está finalizando – sofreram perda de 50%, o que representou
redução de 15 mil toneladas. A previsão atual é de uma safra de 85 mil toneladas, com perda
total de 24 mil toneladas; em se confirmando, essa produtividade representará perda de
22% do volume inicialmente previsto. A perda depende do que irá ocorrer daqui para frente,
já que a Montenegrina, principal bergamota cultivada no Vale do Caí, ainda será colhida.
O Vale do Caí também tem a maior produção de laranjas de mesa do Estado,
destinadas à elaboração de suco e ao consumo ao natural. Agora estão em colheita as
cultivares Céu precoce, laranja sem acidez, a Shamouti – laranja de origem israelense,
praticamente sem sementes, utilizada tanto para suco como para consumo ao natural, e a
umbigo Bahia, laranja de mesa por excelência. Houve redução nos preços recebidos pelas
laranjas e pela lima ácida Tahiti.
Preços médios recebidos pelos citricultores no Vale do Caí Produto
(caixa de 25 quilos)
Percentual colhido
até 26 de junho
Preço da caixa (R$)
em 12 de junho
Preço da caixa (R$)
em 26 de junho
Bergamota Caí 70% 27,00 25,00
Bergamota Poncã 45% 23,00 21,00
Laranja Céu precoce 60% 18,00 16,00
Laranja Shamouti 60% 22,00 20,00
Laranja umbigo Bahia 70% 25,00 22,00
Lima ácida Tahiti 30% 22,00 19,00
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritório Regional de Lajeado.
Na regional de Caxias do Sul, o retorno das chuvas frequentes e das temperaturas
mais baixas beneficiou a cultura da laranja de maneira geral. As plantas se recuperam do
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 14, 02 jul. 2020
estado crítico de murchamento e descoloração da folhagem, com a respectiva reidratação e
intensificação da coloração das frutas. Os citricultores realizam roçadas para controle do
crescimento das ervas concorrentes e como alternativa ao uso da capina química, além de
tratamentos fitossanitários e adubações em cobertura. Seguem em colheita as variedades
precoces, como a Bahia, com frutos de calibre superior e bom sabor; a cotação média na
propriedade é de R$ 1,10/kg.
Na regional de Erechim, foram colhidas bergamotas de ciclo médio e iniciou a
colheita das de ciclo tardio. Montenegrina em fase de amadurecimento, com boa qualidade.
O preço recebido pela Nadorcott e Dekopon é de R$ 1,50/kg. Com a variação da
temperatura nas últimas semanas, muitas frutas de laranja têm apresentado coloração mais
acentuada do que no mesmo período do ano passado, fato que indica uma maturação mais
precoce. A laranja Valência começa a ser comercializada para suco/indústria a R$ 0,29/kg
nos pontos de carregamento; in natura, a R$ 0,45/kg. Umbigos e precoces com colheita
encerrada; variedades tardias como Lane Late e Monte Parnaso são vendidas a R$ 0,70/kg.
Maracujá
Na regional de Porto Alegre, a safra está sendo encerrada com preços frustrantes. Os
produtores iniciam a limpeza dos pomares para o vazio sanitário. Os preços baixos,
associados ao aumento de custo pela renovação dos pomares – necessária para o
enfrentamento da virose do endurecimento do fruto – devem levar à redução de área para a
próxima safra.
Morango
Em Feliz, na regional de Lajeado, onde 100 unidades de produção cultivam 50
hectares de morango, foram praticamente encerradas as janelas de plantios. Não houve
relatos de ataque de pragas nas últimas semanas, durante as quais o clima foi bastante
favorável ao cultivo. Produtores intensificam o manejo da cultura e a colheita, razão da
queda dos valores de comercialização; preços entre R$ 8,00 e R$ 10,00/kg.
Na regional de Ijuí, estão sendo implantadas as últimas mudas da cultura. O preço de
comercialização segue a R$ 20,00/kg.
Na regional de Santa Rosa, morangos cultivados em estufas e plantados em março
apresentam bom desenvolvimento e iniciam a produção, comercializada a R$ 14,00/kg.
Lavouras de morango do ano passado receberam poda de limpeza e tratamentos de inverno,
com boas floradas e produção de frutas.
Pêssego
Na regional de Soledade, iniciou a prática da poda de frutificação em pomares de
variedades mais precoces. Produtores também realizam tratamento de inverno visando o
combate preventivo, principalmente da podridão parda.
Na de Passo Fundo, produtores se preparam para iniciar os tratamentos de inverno
durante julho. Seguem coletas e análises de solo para posterior recomendação de técnicos
dos escritórios municipais sobre adubação, calagem e práticas de manejo de solo visando
maiores produtividades para a próxima safra de pêssego.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 15, 02 jul. 2020
Nas regionais de Ijuí e Santa Rosa, a temperatura da semana anterior foi
desfavorável às plantas que necessitam de frio, quebrando a dormência das mesmas; é o
caso do pêssego, por exemplo, que está com início de floração nas cultivares mais precoces.
Uva
Na regional de Bagé, o cultivo de videiras é expandido em Quaraí e arredores. A boa
qualidade de uvas colhidas nessa safra despertou interesse de adegas da Serra na região.
Compradores têm intenção de antecipar a compra agora para entrega futura. Seguem os
tratamentos fitossanitários de entressafra e tratos culturais.
Na regional de Caxias do Sul, têm continuidade os trabalhos de amarração de braços
principais dos vinhedos, troca de palanques e de plantas decrépitas, instalação de arcos e
palanques para uso da plasticultura. Nas propriedades com áreas maiores, viticultores já
iniciam a poda tradicional de inverno, também conhecida como poda seca. Além disso, são
preparadas estacas de porta-enxertos e plantadas em embalagens/viveiros ou diretamente
no vinhal para enxerto no final do inverno – enxertia seca, ou no final da primavera –
enxertia herbácea. O momento é também de plantio de mudas prontas, tanto em áreas de
renovação quanto em áreas novas. Nota-se interesse pela ampliação de área entre os
viticultores tradicionais e também entre os demais. Havia um descontentamento quanto ao
preço que a indústria pretendia pagar pela uva Moscato Bianco. Viticultores de alguns
municípios, como São Jorge, um dos maiores polos de produção dessa variedade, se uniram
e foram até as vinícolas justificar que a safra entregue foi de qualidade superior. A
reivindicação foi atendida, pois a intenção era pagar R$ 1,80 e mudou para R$ 2,00/kg.
Porém, o pagamento ficou dividido em parcelas até o final de dezembro, tal como se deu em
safras anteriores.
Na regional de Soledade, produtores realizam a pré-poda nos vinhedos maiores, com
a retirada de ramos, deixando a planta em condições para a poda de frutificação, feita em
agosto. Realizam também reformas e ajustes nas estruturas dos vinhedos, como troca de
postes e ajustes nos arames, além de prepararem novas áreas de plantio.
Na regional de Santa Rosa, nas parreiras, o frio e as chuvas causaram queda das
folhas. Até então, a folhagem havia se mantido, demonstrando a sanidade e a boa reserva
de nutrientes nas plantas, fatores que influenciam positivamente na próxima safra.
COMERCIALIZAÇÃO DE HORTIGRANJEIROS – CEASA/RS
Dos 35 principais produtos analisados semanalmente pela Gerência Técnica da
Ceasa/RS, 18 produtos ficaram estáveis em preços, quatro apresentaram alta e 13, baixa.
Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos
que tiveram variação de preços em 25% para cima ou para baixo. Um produto se destacou
em alta e nenhum em baixa.
Nesta terça-feira o mercado se manteve estável na maioria dos preços. Embora as
chuvas tenham prejudicado um pouco a comercialização, notou-se uma leve melhora na
intenção de compra pelos clientes varejistas e distribuidores. Produtores e lojistas preveem
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 16, 02 jul. 2020
uma sensível melhora nas vendas nesta primeira semana do mês, quando o poder aquisitivo
da população estará fortalecido pelo recebimento dos salários.
Produto em alta
Tomate-caqui longa vida – de R$ 1,39 para R$ 1,94/kg (+39,57%)
Nos comentários da semana passada, evidenciamos a drástica queda nos preços do
tomate, fato ocorrido em nível nacional. Agora, nos últimos dias, observamos a diminuição
nos volumes de tomates maduros que estavam em excesso no mercado e forçavam os
preços para baixo. A queda das temperaturas nas regiões produtoras diminuiu a velocidade
no aprontamento dos frutos e, consequentemente a oferta foi equilibrada
momentaneamente. Os preços praticados seguem a lei da oferta e da procura.
Hortigranjeiros em variação semanal de preço – Ceasa/RS Produtos em alta Unidade 23/06/2020
(R$)
30/06/2020
(R$)
Aumento
(%)
Batata kg 2,20 2,40 +9,09
Cebola nacional kg 3,50 4,00 +14,29
Chuchu kg 1,67 1,75 +4,79
Limão Taiti kg 1,25 1,50 +20,00
Mamão Formosa kg 2,31 2,80 +21,21
Pepino salada kg 2,00 2,22 +11,00
Tomate-caqui longa vida kg 1,39 1,94 +39,57
Produtos em baixa Unidade 23/06/2020
(R$)
30/06/2020
(R$)
Redução
(%)
Batata-doce kg 1,50 1,39 -7,33
Brócolis unid. 1,50 1,25 -16,67
Ovo branco dz. 3,83 3,67 -4,18
Vagem kg 7,00 6,00 -14,29
Fonte: Centrais de Abastecimento do RS – Ceasa/RS.
Outras Culturas
Flores
Na regional de Porto Alegre, floricultores vivem diferentes situações de mercado,
conforme o segmento da cadeia produtiva em que atuam: a produção de mudas de forração
e ajardinamento e a produção de flores de corte e arranjos. As vendas de flores,
especialmente para plantas de forração de jardim, seguem satisfatórias. As vendas de mudas
de plantas medicinais e temperos estão acima da média histórica, movidas pela demanda do
mercado urbano. Entretanto, continua difícil a comercialização de flores de corte. Apesar da
abertura de floriculturas, o consumo é muito baixo, pois não há realização de festas e
eventos (casamentos, datas comemorativas). Nas primeiras semanas da pandemia, o setor
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 17, 02 jul. 2020
parou a comercialização em mais de 95%; neste momento, o volume comercializado gira em
torno da metade do historicamente praticado. Astromélia e Mosquitinho estão sem
comercialização. A venda de rosas diminuiu muito. A flor de corte que menos perdeu
comércio foi o crisântemo. Em diversos municípios, famílias redirecionam suas unidades
produtivas para outras cadeias.
Alfafa
Na regional de Santa Rosa, temperaturas mais altas da semana oportunizaram o
desenvolvimento das plântulas – nas áreas onde novos alfafais foram implantados – e o
corte para obtenção do feno. Produtores relatam que a cultura germinou bem; no entanto,
devido à alta umidade do solo em alguns locais, houve o apodrecimento das raízes da
cultura, ocasionando manchas com falhas na lavoura. Relatam também que após a
diminuição das chuvas, a cultura apresentou um desenvolvimento um pouco maior,
possibilitando a adubação em cobertura.
Segue a procura pelo feno da cultura, cuja disponibilidade encontra-se reduzida em
função do aumento do intervalo entre cortes e do tempo mais úmido da época, que dificulta
o processo de secagem final. O valor pago segue na faixa dos R$ 2,00/kg.
Criações
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
PASTAGENS
O clima na primeira metade da semana foi excelente para as forrageiras cultivadas e
nativas, com ótimos níveis de umidade no solo, radiação solar e temperaturas amenas. A
sucessão de três geadas na sexta e no final da semana na regional da Emater/RS-Ascar de
Bagé marcou o início efetivo do inverno e a fase de paralisia na produção de forragem nas
áreas de campo natural. Contudo, produtores que sobrepuseram azevém às áreas
observaram bons resultados, com a emergência e o início de desenvolvimento dessa espécie
forrageira.
As pastagens de aveia continuam apresentando muito boa taxa de crescimento,
permitindo aumentar a lotação de animais para pastejo. Os trevos e o cornichão estão em
pleno desenvolvimento vegetativo, e pequenas áreas de pastejo já começaram a ser
utilizadas, principalmente onde foi realizada a colheita de sementes ou a fenação, com
germinação do banco de sementes nos solos. Animais consomem boa alimentação e
apresentam excelente ganho de peso. Nos municípios onde há cultivo de grãos, as áreas de
integração lavoura-pecuária aumentaram significativamente a oferta de forragem.
Na regional de Erechim, as forrageiras anuais de inverno, especialmente a aveia e o
trigo, estão com ótimo desenvolvimento, com alta oferta de forragem de altíssima
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 18, 02 jul. 2020
qualidade. Nos municípios da encosta do rio Uruguai se forma um microclima específico,
com temperaturas mais altas em relação aos demais municípios da região, e nestas áreas as
gramíneas nativas recuperaram-se do período de estiagem ocorrido no verão-outono e
estão com desenvolvimento de razoável a bom. Este panorama geral, com maior oferta de
forragem, propiciou aos agricultores a possibilidade de reduzir a oferta de silagem e de
concentrados aos animais, o que reduziu os custos de produção de leite e de carne.
Na regional de Passo Fundo, as pastagens apresentaram crescimento abaixo do
esperado em função da menor intensidade luminosa e de baixas temperaturas, associadas a
chuvas mais intensas. Produtores reforçaram o uso das áreas com integração lavoura-
pecuária: bovinos de leite usam os piquetes por períodos menores, de um a sete dias,
enquanto que nas áreas de pastoreio de bovinos de corte os intervalos são de 15 dias. Nesse
período também foram realizadas adubações em cobertura com nitrogênio e potássio.
Com clima favorável na regional de Ijuí, o desenvolvimento das pastagens anuais de
inverno é considerado excelente. Diferentes estádios de utilização das forrageiras foram
favorecidos pelo plantio realizado em diversas épocas. As primeiras áreas semeadas já
disponibilizam o segundo pastejo aos animais. Em algumas propriedades, há sobra de
forragem nesta época. Após as chuvas da quinta-feira, os produtores retomaram a aplicação
de adubação nitrogenada em cobertura.
Na regional de Santa Rosa, com as pastagens hibernais mais bem estruturadas em
termos de raízes, o pastejo das áreas se estendeu por toda a semana, mesmo com a
ocorrência de chuvas. Áreas de sobressemeadura de aveia e azevém em campo nativo têm
desenvolvimento prejudicado pela competição do campo nativo, que continua vegetando,
mesmo que com baixa intensidade, em função das temperaturas amenas observadas nas
últimas semanas. Com a manutenção das chuvas, é possível observar o avanço das
pastagens de azevém, favorecidas pela condição de maior umidade no solo. Há animais em
pastejo na maior parte das pastagens, e a perspectiva dos criadores é de que essa situação
se mantenha para os próximos 60 a 90 dias, obtendo bons rendimentos na terminação dos
bovinos. A média de lotação das pastagens de aveia e azevém é de 1,5 cabeça por hectare.
As forrageiras perenes como tífton, jiggs e grama nativa apresentam menor
desenvolvimento vegetativo devido às temperaturas baixas, principalmente noturnas.
As pastagens de inverno (aveia, azevém) tiveram bom estabelecimento e estão em
desenvolvimento vegetativo, sendo piqueteadas e pastejadas pelos animais. Na semana
reduziu a compactação do solo nos piquetes e houve melhor brotação e desenvolvimento
das plantas pós-pastejo.
BOVINOCULTURA DE CORTE
Na regional de Bagé, as condições nutricionais do rebanho melhoraram com a
utilização de pastagens anuais cultivadas, com boa oferta de forragem e água de boa
qualidade nos reservatórios. Tal combinação tem proporcionando ganho de peso para os
animais de todas as categorias. Criadores que baseiam a atividade no campo nativo foram
favorecidos pelos rebrotes e pela recuperação parcial de massa forrageira, com
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 19, 02 jul. 2020
temperaturas amenas e umidade nos solos. Entretanto, com a chegada do inverno e a
ocorrência de geadas em dias consecutivos, a restrição na oferta de volumoso deve se
ampliar e afetar o desempenho da atividade, prejudicando o estado dos animais.
Produtores seguem suplementando os rebanhos em virtude dos efeitos da estiagem,
pois o campo nativo ficou comprometido, e o desenvolvimento das pastagens de inverno
atrasou muito.
Em relação à sanidade, continua o monitoramento para o controle dos ectoparasitas,
com manejo de campo e banhos carrapaticidas.
Na regional de Caxias do Sul, a situação forrageira dos campos naturais no
município-sede é crítica, tanto em quantidade quanto em qualidade, deixando os animais
em situação de fome; continuam a perda de peso e o enfraquecimento dos bovinos. A
péssima qualidade bromatológica das pastagens não fornece os nutrientes mínimos para as
necessidades dos animais. Além disso, há dificuldade em utilizar o sal proteinado nos
rebanhos pela falta de ingestão mínima de matéria seca; assim, a maioria dos produtores
utiliza somente sal mineral.
Na regional de Santa Rosa, em algumas propriedades sem planejamento forrageiro e
com excesso de carga, houve perdas de animais por falta de alimento decorrente do clima
mais frio, mas no geral não há grandes problemas.
Na regional de Porto Alegre, técnicos orientam para a vacinação preventiva à
leptospirose nas matrizes e para carbúnculo hemático no rebanho geral. Em andamento, a
campanha de divulgação sobre obrigações sanitárias e controle do carrapato, do convênio
com a SEAPDR. Foram encerrados os diagnósticos de gestação nas propriedades assistidas
que procuram especialização, em especial em rebanhos de cria, com bons resultados. Apesar
da seca, números superiores a 80% na taxa de prenhez animam os produtores.
Comercialização
Nesta semana, os preços médios do boi e da vaca para abate no Rio Grande do Sul
continuaram aumentando. O do boi passou de R$ 7,03 para R$ 7,26/kg vivo, aumentando
em 3,27%; o da vaca foi R$ 6,36/kg vivo.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2134, de 02 de julho de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 20, 02 jul. 2020
Preços médios das categorias de bovinos de corte em regiões e municípios do RS Categoria
(R$ por kg/cab.)
Região de
Bagé
Região de
Porto Alegre
Região de
Caxias do Sul
Bossoroca Região de
Pelotas
Boi gordo (kg) 6,90 7,80 7,30 7,35 7,40
Vaca gorda (kg) 5,80 6,80 6,30 6,65 6,40
Vaca de invernar (kg | cab. | kg) 5,00 1.850,00 5,30 4,55 -
Vaca c/cria ao pé (cab.) - 2.750,00 - 3.000,00 -
Novilha (cab.| kg) - 2.250,00 5,40 6,50 -
Novilho (kg | cab. | kg) 6,50 2.400,00 6,80 6,75 -
Terneira (kg) - 7,20 - 7,25 -
Terneiro (kg) 7,00 8,20 7,20 7,40 7,65
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios Regionais.
BOVINOCULTURA DE LEITE
Na regional de Ijuí, importante produtora de leite do Estado, aumentou a produção
com a entrada dos animais nas pastagens e com as parições programadas para este período.
Aumenta significativamente a utilização das forrageiras anuais de inverno na composição da
dieta dos rebanhos. Produtores evoluem lentamente no atingimento dos parâmetros de
qualidade do leite exigidos pela legislação atual, com pequenas oscilações pontuais.
Estabilizou o número de produtores na atividade, principalmente pelo aumento do preço e
pela disponibilidade de áreas para produção de forrageiras na estação fria, que serão
ocupadas pela soja no verão. O volume de leite produzido aumenta a cada semana.
Boa sanidade do rebanho, com diminuição na incidência de zoonoses.
OVINOCULTURA
De modo geral, as condições sanitárias do rebanho ovino são satisfatórias, com baixa
incidência de verminoses. O retorno das chuvas regulares, associado a temperaturas
elevadas, demanda maiores cuidados em relação às verminoses e aos problemas de cascos.
Nas regionais de Bagé e Pelotas, aumentou a parição de cordeiros, porém a fase
ainda predominante é de gestação e pré-parto. Continuam as atividades de manejo de
esquila do úbere e períneo nas matrizes. Os animais estão sendo mantidos
preferencialmente em potreiros com boa oferta de forragem, abrigados de ventos frios, do
excesso de umidade e em locais próximos das sedes das propriedades a fim de permitir o
acompanhamento e eventual auxílio nos partos. Os cuidados com predadores são
constantes para evitar prejuízos. As perdas de cordeiros em decorrência de adversidades
climáticas não são significantes até o momento, mas produtores estão cuidadosos com os
cordeiros recém-nascidos, pois as temperaturas à noite têm estado bem baixas.
Na regional de Porto Alegre, em propriedades que não fazem manejo reprodutivo,
começa a ocorrer o nascimento de cordeiros.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 21, 02 jul. 2020
Comercialização
Continuando com a oscilação registrada há várias semanas, o preço médio do
cordeiro para abate no Estado aumentou, passando de R$ 7,27 para R$ 7,29/kg vivo.
Na região de Bagé, os preços médios permaneceram estáveis: ovelha de cria – R$
300,00/cab., ovelha de consumo – R$ 250,00/cab., capão – R$ 6,00/kg vivo, cordeiro – R$
7,00/kg vivo.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, os preços de
comercialização de ovinos (quilo vivo) foram os seguintes: ovelha – de R$ 5,50 a R$ 6,00;
capão – de R$ 6,50 a R$ 7,00; cordeiro – de R$ 7,50 a R$ 8,00.
Na de Santa Rosa, o quilo vivo da ovelha de descarte obtém valores entre R$ 5,50 e
R$ 6,00; nas demais categorias, o preço é de R$ 6,80 a R$ 7,00. Na de Santa Maria, o preço
do quilo vivo de cordeiro é de R$ 7,50; na de Soledade, é de R$ 8,00/kg vivo.
APICULTURA
Embora seja um período de poucas atividades, as temperaturas amenas do início da
semana favoreceram o manejo – retirada de melgueiras e caixilhos danificados, colocação de
cera e também o cuidado com a alimentação das colmeias para reserva alimentar durante as
chuvas e baixas temperaturas.
Na regional de Santa Rosa, a diminuição das temperaturas a partir da metade da
semana impediu que as campeiras saíssem para forragear, havendo pouca movimentação
externa das colmeias. Observam-se poucas espécies endêmicas em floração no período,
causando uma deficiência de aporte proteico na colmeia; assim, permanece a necessidade
de alimentação artificial de base proteica, mesmo com o aumento momentâneo da
atividade das campeiras nas semanas anteriores. Assim, alguns apicultores seguem em
intenso processo de manejo alimentar de inverno, fornecendo os bifes – suplemento
artificial proteico à base de farelo de soja, mel e açúcar.
Comercialização
Preços praticados na comercialização do mel Região A granel (R$/kg) Embalado (R$/kg)
Bagé 4,00 24,00
Caxias do Sul 6,50 25,00
Erechim 10,00 18,00
Frederico Westphalen 10,00 20,00
Ijuí 15,00 21,00
Passo Fundo 12,00 22,50
Pelotas 4,80 a 15,00 13,00 a 25,00
Porto Alegre 7,00 20,00
Santa Rosa - 15,00 a 20,00
Soledade 7,00 a 8,00 12,00 a 15,00
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios Regionais.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 22, 02 jul. 2020
Na regional de Erechim, o pólen com embalagem de 130 gramas é comercializado a
R$ 15,00; própolis com embalagem de 100 ml a R$ 15,00.
PISCICULTURA
Com a queda da temperatura, ocorre redução tanto no consumo de ração quanto no
ganho de peso diário dos alevinos, que permanecem um tempo maior nas camadas mais
profundas do reservatório.
Nas regionais de Erechim e Porto Alegre, foi boa a renovação da água dos tanques,
com adequação da qualidade da água dos viveiros povoados, e permite o enfrentamento às
condições hostis do inverno e a retomada da atividade. Na de Erechim, não foi registrada
mortandade de peixes na semana.
Na regional de Passo Fundo, a regularidade das chuvas tem contribuído para
recuperar os níveis dos açudes e da qualidade da água. Os produtores vêm realizando
operações de manutenção dos açudes. Em alguns casos, tem ocorrido morte de peixes,
provavelmente por desnutrição e doenças oportunistas associadas.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, diminuiu a comercialização de peixes.
Produtores esperam a estação da primavera para fazer a correção dos tanques e o
povoamento para nova safra.
Em Santa Rosa, o nível dos reservatórios está elevado. Com a conclusão do
repovoamento dos tanques, piscicultores seguem atentos a ataques de predadores, muito
comuns no período em que há alevinos nos tanques. Produtores buscam orientações sobre
construção de açudes, sistemas de drenagem na despesca e principalmente sobre cálculo de
população para sistema de policultivo de carpas.
Comercialização
A comercialização é realizada basicamente em feiras municipais.
Na regional de Porto Alegre, o filé de Tilápia está sendo comercializado a valores entre R$ 25,00 e R$ 30,00/kg nas agroindústrias. O quilo vivo da Tilápia é vendido de R$ 5,00 a R$ 6,00.
Preços pagos aos piscicultores Espécie Ijuí
(R$/kg vivo)
Erechim
(R$/kg)
Santa Rosa
(R$/kg)
Carpa Húngara 6,71 10,00 10,00
Carpa Prateada 6,40 10,00 10,00
Carpa Cabeça grande 6,67 10,00 10,00
Carpa Capim 7,65 12,00 12,00 a 15,00
Cascudo - - 18,00
Dourado - 29,00 -
Jundiá 8,66 18,00 -
Pacu - 15,00 -
Piava (picada) - - 18,00
Tilápia 5,52 25,00 (filé) -
Traíra - 13,00 -
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios regionais de Ijuí, Erechim e Santa Rosa.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 23, 02 jul. 2020
PESCA ARTESANAL
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, a semana iniciou com
mar calmo e águas limpas, desfavorecendo as capturas, principalmente na modalidade da
pesca de cabo. Na metade da semana, a entrada de uma frente fria no RS trouxe melhoras
de produtividade nas capturas, pois o mar ficou agitado, e as águas, escuras. No decorrer do
avanço da frente fria, ventos fortes passaram a soprar, o mar passou a ter ondas muito altas
e fortes, impedindo a pesca de bote e definindo também a retirada das redes. De maneira
geral, tais condições climáticas não favoreceram as atividades de pesca, pois a semana se
encerrou com baixa produtividade nas capturas. Em águas interiores, as condições de
captura melhoram aos poucos, devido à volta da chuva e à recuperação dos níveis de água
nas lagoas. A pesca de rede fixa na Lagoa dos Patos e Casamento foi viável esta semana, mas
com baixa produtividade. O destaque de captura foi em Cidreira, de Abrótea, e em Palmares
do Sul, de Papa-terra. Na pesca artesanal marítima, as principais espécies capturadas têm
sido Papa-terra, Pescadinha, Pampo, Abrótea e Tainha. Na de água doce, as principais
espécies capturadas são Traíra, Jundiá, Biru e Cará. No estuário do rio Tramandaí, o Projeto
de Monitoramento Pesqueiro, coordenado pelo CECLIMAR/UFRGS, conseguiu autorização
para os pescadores dos municípios de Imbé e Tramandaí pescarem bagres marinhos, porém
as capturas registram baixa produtividade. O Camarão segue sendo capturado, porém o
volume tem sido menor.
Na região de Pelotas, a captura de pescado está boa na Lagoa Mirim. O nível do rio
Jaguarão e da Lagoa Mirim começa a recuperar-se. Em Pelotas, nessa semana ocorreu o
encaminhamento de pagamento de Pronaf aos pescadores. Em Tavares, a safra de Camarão,
que deveria se encerrar em 30/06, será prorrogada por mais alguns dias, devido ao termo de
compromisso firmado com os pescadores, pois o monitoramento indicou que o crustáceo
tem tamanho adequado para captura. Esta flexibilidade na data também é justificada pelo
ICMBIO devido à pandemia, motivo de proibição de visitas ao parque.
Comercialização
Nas regiões de Pelotas e Porto Alegre, os preços permaneceram estáveis. Segue a
comercialização em feiras e por tele-entrega; de modo geral, vem se normalizando com a
circulação maior de compradores, atravessadores e consumidores.
A regionalização administrativa da Emater/RS-Ascar se organiza em 12 escritórios
regionais, sendo que cada região contempla áreas geográficas dos Conselhos Regionais de
Desenvolvimento – Coredes, conforme mapa abaixo.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 24, 02 jul. 2020
Preços Semanais
COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES
(Cotações Agropecuárias nº 2134, 02 jul. 2020)
Produtos Unidade
Semana
Atual
Semana
Anterior
Mês
Anterior
Ano
Anterior
Médias dos Valores da
Série Histórica –
2015/2019
02/07/2020 25/06/2020 04/06/2020 04/07/2019 GERAL JULHO
Arroz 50 kg 61,96 61,35 61,45 44,81 49,47 49,52
Boi kg vivo 7,26 7,03 6,67 5,55 6,13 6,41
Cordeiro kg vivo 7,29 7,27 7,27 6,58 6,91 6,98
Feijão 60 kg 200,88 204,47 200,94 148,32 202,28 203,95
Milho 60 kg 43,60 43,55 43,12 32,60 36,83 36,94
Soja 60 kg 103,10 102,03 97,36 73,85 82,20 82,87
Sorgo 60 kg 36,20 35,20 36,20 25,32 30,28 31,58
Suíno kg vivo 4,13 4,17 4,13 3,62 4,30 4,18
Trigo 60 kg 53,86 53,76 51,80 41,79 41,20 44,01
Vaca kg vivo 6,36 6,11 5,77 4,84 5,38 5,62
29/06-03/07
22-26/06 01-05/06 01-05/07
Fonte: Emater/RS-Ascar. GPL/NIA. Cotações Agropecuárias nº 2134 (02 jul. 2020).
Notas: 1) Índice de correção: IGP-DI (FGV). 2) Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano
Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do
quinquênio 2014-2018 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da
série histórica 2014-2018.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1613, p. 25, 02 jul. 2020
Notas Agrícolas
Cultivares trazem segurança para a safra do trigo
Cultivar desenvolvida pela Biotrigo para o combate à giberela está em fase de multiplicação
A giberela é um fungo que afeta a cultura do trigo há décadas. Em muitos países, foi
responsável por uma série de problemas para produtores, principalmente no momento da
comercialização do grão, em que a legislação controlava o nível de toxinas que são geradas
pela doença, no produto final.
André Cunha Rosa, diretor e melhorista da Biotrigo, lembra que o mercado já sabia
que a legislação para as micotoxinas, que regula o controle na alimentação, chegaria no
Brasil. “É uma doença presente há muito tempo em nossas lavouras, e muito comum,
principalmente em cenários de excesso de água, por exemplo”. Rosa lembra que o Brasil,
por não ter uma legislação que determinasse os níveis da micotoxina nos alimentos, corria
risco de se tornar um local de despejo, para onde outros países exportavam o produto.
Porém, desde 2011, a legislação brasileira controla estes níveis e obriga produtores a
controlar ainda mais sua produção.
Depois de muitos anos de pesquisa, a Biotrigo chegou a uma cultivar que oferece
mais segurança aos produtores no que refere-se à giberela. “É uma variedade capaz de
oferecer muita segurança para o baixo índice de toxina, mesmo em locais propensos a
giberela”, garante o melhorista. Ele revela que a cultivar é uma combinação de duas
variedades gaúchas, resultando em uma ainda melhor. “É o resultado de um trabalho de
melhoramento e progresso genético. A sociedade ganha”, reforça André.
A giberela é um fungo que afeta a cultura do trigo no período de floração. A doença
entra na planta pela flor e ataca os grãos. É uma doença de difícil controle e com alto custo
para o produtor. A doença afeta a produtividade e a qualidade. A variedade degrada a toxina
e, sem toxina, não tem doença. Mesmo com a tecnologia, o produtor precisa aplicar o
fungicida.
André diz que o desenvolvimento ocorreu inspirado na China, apesar da resistência e
das características de produção serem diferentes das brasileiras. A tecnologia da Biotrigo
está em processo de multiplicação, ou seja, de reprodução das sementes. Em 2021, estará à
disposição de sementeiros e, em 2022, estará com os produtores de grãos.
A Biotrigo trabalha ainda no melhoramento genético que traz soluções em outras
duas doenças das lavouras de trigo: a mancha amarela e o brusone. A mancha amarela é
controlada com fungicida. Oferece perigo no período vegetativo, já que a doença ataca a
folha, durante todo o ciclo, e afeta a produtividade. Além disso, fica na palha, afetando
outras safras. O brusone é um fungo que afeta a espiga e as folhas, e pode trazer grandes
perdas de produtividade. O Rio Grande do Sul registrou surtos da doença em 2014.
Fonte: Correio do Povo (publicado em 29/06/2020).