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1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso A Gestão da Qualidade no contexto da Qualidade de Gestão Prof. Orientador – Ana Cristina Limongi França ALUNO – Claudio Yukio Yoshida São Paulo 2001

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso

A Gestão da Qualidade no contexto da Qualidade de Gestão

Prof. Orientador – Ana Cristina Limongi França

ALUNO – Claudio Yukio Yoshida

São Paulo 2001

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ÍNDICE

RESUMO.................................................................................................................................... 1

ABSTRACT................................................................................................................................ 2

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3

1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA....................................................................................... 3

1.2. HISTÓRICO DO PROBLEMA ...................................................................................... 4

1.3. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................................. 6

2. DEFINIÇAO DE GESTÃO DA QUALIDADE.......................................................................... 8

3. GESTÃO DA QUALIDADE NO RH...................................................................................... 14

4. DEFINIÇÃO DE QUALIDADE DE GESTÃO ........................................................................ 19

5. CASO PRÁTICO / ENTREVISTAS ...................................................................................... 21

5.1. A EMPRESA NO CONTEXTO DA QUALIDADE ........................................................ 21

5.2. OS PROCESSOS DENTRO DE RH........................................................................... 21

5.3. CRITÉRIOS DA AMOSTRAGEM ............................................................................... 23

5.4. QUESTIONÁRIOS...................................................................................................... 24

5.5. ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................. 25

6. CASOS DE SUCESSO......................................................................................................... 29

6.1. O EXEMPLO DA AMBEV........................................................................................... 29

6.2. A QUALIDADE EM TRANSPORTES ......................................................................... 30

7. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 32

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................ 35

ANEXOS .................................................................................................................................. 38

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RESUMO

O presente trabalho aborda o aspecto humano dentro do contexto do sistema

de gestão da Qualidade, examinando como isto é percebido numa indústria

certificada pela ISO 9000.

O objetivo principal foi fazer um estudo sobre o tema dentro do contexto de

gestão de Recursos Humanos, tendo em vista que é o departamento que tem o

papel mais ativo dentro do sistema de gestão da Qualidade.

O método utilizado para a pesquisa foi do tipo qualitativa, com aplicação de

questionário pessoal junto a 6 profissionais da área de Recursos Humanos da

empresa estudada, obtendo-se, então, uma amostra não probabilística. Os

resultados mostraram como a preocupação com o sistema de gestão da Qualidade

está ligada aos processos de produção, preparação de documentação e com o estilo

de gestão.

Finalmente, foram examinados dois exemplos de empresas competitivas que

estão tendo sucesso na integração entre o sistema da Qualidade e Recursos

Humanos, mostrando que a Qualidade de pessoal é base para qualquer outra

atividade, principalmente para a gestão da Qualidade.

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ABSTRACT

This work approaches human aspects in the Quality Management System

context, examining how this is perceived in an industry certified by the ISO 9000.

The major objective was to make a study about such subject inside Human

Resources Management, for as much this department has the most active role in the

Quality Management System.

The research method used was qualitative, applying a questionnaire to 6

Human Resources employees in the company researched. The results obtained were

non-probabilistic. Results showed how such concern is connected to production

process, documents preparation and to the management stile.

Finally, we deal with two examples of competitive companies, which have

been having success in integrating Quality System and Human Resources, showing

that personnel quality is the basis for any other activity, mainly for Total Quality

Management.

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1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, com a competição no mercado cada vez mais acirrada, que

com a globalização econômica fez com que grandes players mundiais briguem em

qualquer lugar do mundo, as empresas se viram obrigadas a mudar para se manter

no mercado.

Exige-se cada vez mais qualidade nos produtos, intensificando-se, assim, os

processos de reestruturação produtiva nas empresas.

Com isso, as empresas, por exigência do mercado interno e externo, buscam

a certificação da ISO, diante disto, a gestão da Qualidade passa a ser cada vez mais

atuante no mundo todo, e também aqui no Brasil.

As pressões que este mundo globalizado exerce sobre as organizações

acarretam mudanças que ocorrem não só no aspecto material ou tecnológico, mas

também em termos de capital humano.

A partir dessas considerações iniciais, este trabalho discutirá a questão deste

aspecto humano no contexto da gestão da Qualidade Total dentro de uma empresa

escolhida para o trabalho de campo.

O presente trabalho visa a consolidação dos conhecimentos adquiridos

durante o curso de Administração de Empresas realizado na Faculdade de

Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA).

1.1 Definição do problema.

Nestes últimos anos nunca se viu ocorrer tantas mudanças com tamanha

velocidade, nos valores, na tecnologia, nas pessoas, no mercado, e, dessa forma

afetando as organizações. Tudo isso acaba criando um novo cenário organizacional

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que visa cada vez mais a valorização do capital humano, aliado a uma busca na

melhoria da qualidade de vida, dentro e fora das organizações.

Por outro lado, num mercado cada vez mais competitivo que vivemos hoje,

temos um cenário de constante pressão sobre as empresas, exigindo-se que elas

ofereçam produtos ou serviços com padrões cada vez melhores. Com isso, as

empresas estão sendo obrigadas a investir em flexibilidade, inovação e em

Qualidade.

Tendo isso em vista, muitas empresas investem e envolvem recursos tendo

com preocupação única a auditoria para a certificação, ou recertificação,

preocupando-se em manter atualizados os documentos com registros e avaliações

exigidos pela norma.

O que acaba ocorrendo na prática, dentro dessas empresas, é um sistema

extremamente de Gestão da Qualidade, a fim de demonstrar que a empresa trabalha

com qualidade facilitando, dessa forma, as relações comerciais, mas que acaba

deixando um pouco de lado a sua Qualidade de Gestão.

As empresas, segundo Limongi (1996), por pressão, falta de técnicas

comportamentais ou estilo de gestão, o foco dos sistemas de qualidade tem sido os

processos de produção e preparação da documentação.

1.2 Histórico do problema.

O sistema de Gestão da Qualidade, desde a sua consolidação após a

Segunda Guerra Mundial, era considerado como um conceito técnico, pois cabia aos

seus responsáveis inspecionar, planejar, aplicar métodos estatísticos e medir a

qualidade.

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O processo de Gestão da Qualidade é, hoje em dia, quase que uma

necessidade para qualquer tipo de atividade, desde uma indústria até um prestador

de serviços. A certificação da ISO significa, no mercado, produtos com qualidade

superior, mesmo o consumidor não sabendo exatamente o que está por trás desta

certificação.

Considerando-se porém que neste últimos anos, nunca se presenciou

tamanhas mudanças em termos de valores, de costumes, de ciência e tecnologia, de

organizações, e, principalmente das pessoas, criou-se um clima de mudanças e

renovações. Isto também se reflete no sistema de Gestão da Qualidade, que passa

mais a ser visto como uma política que objetiva a mobilização contínua dos

integrantes da empresa com vistas ao aprimoramento da qualidade de seus

produtos e serviços (GIL, 1994), redirecionando e redefinindo as políticas dentro da

organização.

Com isso passa cada vez mais a caber ao RH, que antes se restringia a um

papel de ser apenas um departamento pessoal, dirimir esforços direcionados ao

novo enfoque na gestão de pessoas visto que o conceito de qualidade vem se

expandido ao longo desses anos, e exigindo incorporações a novos processos

exigidos pela norma.

Essa questão agora está ficando cada vez mais pertinente, uma vez que a

nova versão da ISO 9000 : 2000 coloca de uma forma mais clara que o Sistema da

Qualidade passa a ser mais descentralizada e que demanda uma participação e

responsabilidade de todos, e, além disso, estará mais voltado à satisfação de seus

clientes externos.

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1.3 Delimitação do problema.

O presente trabalho tem o intuito de explorar um assunto, cuja importância

dentro das empresas está sendo cada vez maior: a Gestão do Sistema da

Qualidade. Não apenas externar a definição de Qualidade Total, mas também

enfocar questões que cerceiam o gerenciamento do sistema da qualidade.

A partir de uma visão “crítica” com relação ao tema apresentado, este

trabalho busca contemplar a forma como é tratada a Gestão da Qualidade e suas

reais implicações, principalmente em relação ao enfoque da Qualidade na Gestão,

cuja definição colocamos mais adiante, e o ponto de vista de alguns profissionais em

relação ao tema.

Segundo Limongi (1996), “esforços e competências estão adquirindo novos

significados. Algumas vezes, a ênfase em resultado compromete o resultado maior

de atender à condição humana da vida”.

O que estará em discussão aqui é a verdadeira preocupação da alta Gerência

em prover seus colaboradores de um sistema de gestão que vise realmente uma

Qualidade de seus métodos, ou seja, a qualidade na gestão deve ter como foco a

satisfação de seus clientes internos e externos, pois isso implicará diretamente na

qualidade dos serviços em toda a empresa, e não somente um item a ser cumprido

de acordo com a Norma. Uma das coisas mais difíceis, na relação cliente-fornecedor

interno, é, segundo Domenico (1996), acabar com o paradigma: Isto não é da minha

conta”.

A Gestão da Qualidade envolve , hoje em dia, uma reflexão maior sobre os

processos de adaptação e as condições do homem ao trabalho, englobando

aspectos de responsabilidade social, ética, e , principalmente a voltada para

pessoas, ou seja, a qualidade de vida no trabalho.

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O tema apresentado está sendo cada vez mais discutido nos dias de hoje,

visto que as empresas começam a dar cada vez mais importância ao aspecto

humano na gestão da Qualidade. E esse aspecto humano é uma grande ausência

na antiga versão da ISO, que enfoca os procedimentos e documentos, e que se

busca melhorar na nova versão.

Para a exploração do tema estudaremos esses aspectos numa indústria

fabricante de produtos abrasivos ( Saint-Gobain ), que tem no seu Gerente de

Desenvolvimento e Qualidade, dentro do departamento de Recursos Humanos, a

figura principal de seu sistema de Gestão.

A Saint-Gobain Abrasivos Ltda é uma produtora de lixas, rebolos, discos de

corte (também conhecidos como Thin Wheels, ou TW) e superabrasivos.

No Brasil são fabricadas e comercializadas as marcas Norton, Carborundum e

Winter. Elas foram adquiridas pelo grupo, mas as marcas continuam por serem

muito tradicionais no mercado.

A empresa é líder de mercado em seu setor e obteve sua primeira certificação

da ISO em Janeiro de 1996, tendo a BVQI como organismo certificador.

Para a exploração do tema dentro de um caso prático, será apresentada uma

síntese dos principais resultados obtidos na empresa escolhida para o caso, a partir

de um questionário aplicado de forma qualitativa, onde foram selecionados

profissionais que atuam nas mais diversas áreas no departamento de Recursos

Humanos.

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2. DEFINIÇÃO DE GESTÃO DA QUALIDADE

Quando se fala em certificação, fala-se sempre em ISO. Mas o que ela

representa?

ISO é a sigla de uma organização internacional, não governamental, que

elabora normas internacionais que compõem documentos que descrevem sistemas

da qualidade. Ela foi fundada em 1947 e sua sede é em Genebra, na Suíça.

Fazem parte da ISO entidades de normalização de mais de 90 países,

representando mais de 90% da produção industrial do mundo.

O Brasil participa da ISO através da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas), que é uma sociedade privada sem fins lucrativos, tendo como associados

pessoas físicas e jurídicas, e reconhecida pelo Governo brasileiro.

A ISO tem por objetivo estabelecer normas que representem e traduzam o

consenso dos diferentes países do mundo, em requisitos relacionados com a

qualidade de produtos e serviços.

Qualidade total é a filosofia que coloca a Qualidade como ponto central dos

negócios a atividades da empresa, disseminando-a em todas as atividades e para

todas as pessoas.

A gestão da qualidade foi um dos aspectos mais importantes e, certamente,

foi o que exerceu mais forte impacto em diversos setores organizacionais.

Segundo Sashkin e Kiser (1994) ela possui três alicerces importantes: o

primeiro diz respeito às ferramentas e técnicas que as pessoas são treinadas a usar,

o segundo concentra-se no cliente como foco, e o terceiro é a cultura da

organização. Ela pode ser um facilitador na busca constante da satisfação do cliente

através de um sistema integrado de ferramentas, técnicas e treinamento, o que

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envolve a melhoria contínua dos processos dentro da empresa o que faz com que os

produtos e serviços sejam de alta qualidade.

É impossível abordar o presente tema sem comentar sobre as contribuições

dos grandes autores, comumente chamados de “gurus da qualidade”, como Deming,

Juran, Ishikawa, Tagushi e Crosby.

Deming (1990) foi considerado o pai da qualidade no Japão e sustentava que

a produtividade e a qualidade aumentam à medida que a “variabilidade do processo”

(imprevisibilidade) diminui. Para isso criou os 14 pontos para a melhoria da

qualidade.

Joseph M. Juran (1991) também foi chave para a administração da qualidade

japonesa. Preocupava-se com a responsabilidade pela qualidade com as atividades

administrativas, e criou a expressão adequação ao uso na mudança de uma visão

fabril tradicional de qualidade para uma abordagem mais voltada ao usuário. Criou o

que se chamou de “trilogia da qualidade” de juran – planejamento da qualidade,

controle da qualidade e gestão da qualidade.

Kaoru Ishikawa (1985) criador do conceito de círculos de qualidade e dos

diagramas de causa e efeito, que serviram como veículos importantes para reduzir a

visão de algo desagradável que o excesso de ênfase no controle estatístico causara.

Genichi Tagushi preocupado com a qualidade da engenharia estimulou

reuniões interativas de equipes de operários e gerentes, visando a crítica e o

desenvolvimento.

Philip B. Crosby (1990) afirmava que as empresas não sabiam quanto

gastavam em qualidade, seja para consertarem o que faziam de errado ou para

fazerem certo, e, então desenvolveu um trabalho sobre custo da qualidade. Ele

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procurava destacar os custos e benefícios da implementação de programas da

qualidade.

A garantia da qualidade teve como procedimento mais antigo a inspeção dos

seus produtos, para garantir a qualidade daqueles que consumia e para a produção

de bens necessários para a subsistência, desenvolvendo-se como realmente um

método de controle de qualidade na segunda metade do século XIX.

Os mais diversos setores industriais passaram a ser preocupar mais com o

aprimoramento dos processos produtivos a partir do começo do século passado,

após a revolução industrial. Foi então que começou a ser adotado o controle

estatístico da qualidade e onde os cursos de engenharia industrial passaram a

adotar como disciplina obrigatória o controle da qualidade.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial o setor industrial começou a se

reorganizar, e percebeu-se que a inspeção e os controles estatísticos já não eram

suficientes para tratar da qualidade dos produtos apresentados ao mercado,

iniciando-se então a Era da garantia da Qualidade. O controle Total da Qualidade

passou a ser visto não só como um conjunto de estratégias e planos, algo que

apenas deveria ser controlado ou construído, mas também como uma política que

deve ser bem administrada que integra e mobiliza a empresa.

O conceito de controle da qualidade, que antes era separar os defeitos antes

de serem percebidos pelo cliente, passou a desenvolver uma abordagem mais

sistemática, não apenas para detectar, mas também para tratar os problemas de

qualidade.

Embora a gestão da qualidade seja agora amplamente conhecida e que

enfoca a qualidade do produto e do serviço prestado, D. A. Waldman diz que a

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qualidade total consiste de elementos como o comprometimento da administração

com a qualidade e com a melhoria contínua da capacitação dos empregados.

Nos últimos anos o conceito de qualidade vem se ampliando acompanhado

pelos avanços na vida organizacional, que passou a repensar antigos conceitos e

reformular objetivos dada à nova conjuntura mundial.

Para Paladini (1994) o conceito de qualidade enquanto adequação ao uso,

enseja uma nova organização dos esforços dentro da empresa, e a estrutura em três

modelos básicos:

1. A qualidade in-line, que é o modelo mais elementar e enfatiza a qualidade

obtida em nível do processo produtivo, nas linhas de produção.

2. A qualidade off-line, que é aquela gerada pelas áreas não diretamente

ligadas aos processos de produção, ou seja, em funções indiretas e que dá suporte

ao processo produtivo.

3. A qualidade on-line, que é o esforço feito pela empresa para captar, com a

máxima agilidade, possíveis alterações em preferências, hábitos ou comportamentos

de consumo, e repassá-las ao processo produtivo, de forma a adaptar o processo à

nova realidade do mercado.

Esses esforços a que se refere Paladini precisam estar sobre bases sólidas,

pois só assim a gestão da Qualidade pode criar uma cultura para se sustentar a

longo prazo.

Sashkin e Kiser (1994) descrevem as ferramentas sociais para o

desenvolvimento de valores culturais para a sustentação da Qualidade Total.

Segundo os autores elas exigem, acima de tudo, liderança, então, os executivos

precisam agir como líderes visionários.

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Essas ferramentas sociais são:

1. Delegando poderes aos funcionários através da configuração do cargo.

A configuração do cargo tem por objetivo criar tarefas coerentes e proporcionar às

pessoas uma sensação de realização e um maior controle sobre suas ações e

decisões.

2. Desenhando cargos completos.

As atividades a serem desempenhadas precisam ser desenhadas de modo a formar

um cargo completo e coerente, pois as pessoas buscam ser completas não só no

trabalho mas de um modo geral.

3. Desenhar o trabalho em equipe.

Hoje em dia as atividades executadas durante o exercício do trabalho possuem um

maior grau de complexidade, e dessa forma, só as equipes têm a probabilidade de

ter os recursos necessários para a solução de problemas complexos, de forma

rápida e eficaz.

4. Uso da configuração do cargo para a Gestão da Qualidade Total.

Os chamados job designs eficazes devem satisfazer, de acordo com a cultura da

Qualidade Total, três necessidade básicas do trabalho humano: controlesobre as

ações, conquistas e interações relevantes com outros.

5. Estimulando a participação dos funcionários no capital da Empresa.

Esse é o menos crucial de todas as ferramentas, mas não pode ser deixada de lado,

afinal ela gera uma forte participação do funcionário, mas desde que ele tenha

oportunidades participativas e de decisões dentro da empresa.

6. Garantia de remuneração justa pelo desempenho.

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Esta ferramenta está ligada à anterior, e, afeta diretamente três elementos: a

remuneração pelos resultados, a justiça e a recompensa, e que são fortes

estimuladores.

7. Garantia de estabilidade no emprego.

Ela deve servir como recompensa pela produtividade, mas o fato é que a

estabilidade no emprego, a longo prazo, gera uma maior produtividade.

8. Criação de um Clima de Justiça.

O objetivo deve ser o comportamento gerencial eficaz, de forma que se relacionem

com as várias dimensões de justiça (igualdade, coerência, procedimentos justos,

etc).

Alexandre e Ferreira (2000) enumeraram uma série de potenciais barreiras

que bloqueiam o efetivo sucesso na implantação de modelos de Gestão da

Qualidade, e, dentre outras podemos destacar a falta de compromisso e liderança da

alta administração tanto na definição das metas da Qualidade quanto na alocação

de recursos suficientes para um efetivo programa de Gestão da Qualidade Total.

O modelo de gestão pode ser adotado devido a diversos fatores, oferecendo

vantagens e desvantagens, contudo ele deve estar adequado à organização, de

acordo com os seguintes aspectos:

• Aspectos culturais, no que se refere a estilos de liderança e gerenciamento,

delegação de autoridades e responsabilidades, metodologia de treinamento dos

colaboradores e outros fatores vinculados aos aspectos humanos da empresa.

• Aspectos tecnológicos, no que se refere aos processos, mecanismos de controle,

formas de verificação, inspeção e ensaios e a tecnologia utilizada para gerar,

armazenar, divulgar, compilar e reproduzir informações relevantes, durante todo

o ciclo de vida dos produtos e das atividades de uma organização.

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• Aspectos mercadológicos, no que se refere ao mercado, clientes ou

consumidores que recebem os impactos relacionados aos aspectos dos produtos

e atividades que fundamentam o sistema de gestão idealizado.

O que se vê na prática, contudo, são empresas que ainda sustentam suas

políticas da Qualidade com base nas técnicas do sistema tradicional, perdurando,

assim, os sistemas de dominação e regulação do trabalho.

3. GESTÃO DA QUALIDADE NO RH

Estamos vivendo hoje uma nova realidade econômica, onde as empresas,

para enfrentar este mundo empresarial competitivo estão tendo que ajustar suas

práticas de gestão onde a qualidade, competitividade e excelência estão presentes.

De acordo com Fischer (1998) alguns fatores macroeconômicos, políticos e de

gestão organizacional pressionam os negócios e esta reestruturação: o processo de

estabilização econômica, a política de abertura de mercado, a tendência mundial de

busca da qualidade e da competitividade, e a adoção intensa de máquinas e

equipamentos automatizados nos processos produtivos.

O ser humano tem dificuldades no enquadramento nesta nova lógica de

estrutura e valores proposta por essa nova conjuntura econômica.

Na visão moderna do gerenciamento da qualidade as pessoas começam a

entender mais o verdadeiro papel de cada um dentro dos macroprocessos da

empresa, adquirindo, dessa forma, uma visão sobre o impacto de suas atividades

em seus clientes internos e externos, aumentando a vantagem competitiva da

empresa.

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Houve, conforme Prada & Miguel (1999), uma mudança no grau de

envolvimento, comprometimento, capacitação, treinamento, enfim, da valorização do

ser humano.

Com a nova versão da ISO 9000:2000 está se ampliando a visão de um

sistema da Qualidade com responsabilidade maior de todos.

Todas as mudanças geradas a partir de uma descentralização da qualidade

geram a necessidade de mudar a mentalidade das pessoas, e, o departamento

responsável por essas mudanças é o de Recursos Humanos.

De acordo com Lowery & Carpenter (2000), um grande problema que surge

na implementação da gestão da qualidade total é a falta de atenção às práticas da

gestão de Recursos Humanos. Executivos acreditam que as questões de RH são as

mais importantes a serem consideradas quando se leva em conta métodos para

melhoria da qualidade.

De acordo com GIL (1994) o Gerente de Recursos Humanos, que até há

algum tempo tinha poucas razões para se preocupar com as questões referentes à

gestão da qualidade, tornou-se um dos importantes atores nos programas dessa

natureza.

A aproximação entre RH e qualidade é vista como uma tendência, já vivida

por várias empresas, como é o caso da Saint-Gobain Abrasivos. De acordo com

Martins (2001) começa a existir uma completa integração entre as duas áreas onde

o RH passa a ter um papel mais ativo.

O RH exerce extrema importância na eficácia da implantação de ações para a

melhoria da qualidade dos processos produtivos e administrativo, seja relacionada

aos colaboradores, seja à alta administração e outras lideranças.

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A integração entre essas duas áreas exige investimento e grande esforços

das equipes no intuito de se tornarem competitivas, porém acabam cometendo erros

que se transformam em grandes perdas. Algumas empresas adotam técnicas

gerenciais, que estão na moda entre as empresas, sem antes ter assimilado

elementos e conceitos básicos da qualidade.

A capacidade das empresas em aperfeiçoarem seus produtos e/ou serviços, e

consequentemente, sua manutenção no mercado, depende de como elas

administram os recursos tecnológicos e seus recursos humanos.

Para uma boa gestão da qualidade, mudanças nas práticas de Recursos

Humanos devem ocorrer conforme as mudanças no processo da qualidade da

empresa. Dentre as principais áreas dentro do RH que devem ser o foco dessas

mudanças, merecem destaque a seleção dos funcionários, treinamento e

desenvolvimento, avaliação de desempenho e a remuneração (em termos de

recompensas).

Diante dos desafios das empresas, no atual mercado competitivo, atrair

talentos e manter um bom capital humano se mostra mais diferenciador do que o

capital físico ou até mesmo financeiro.

O processo eficaz de seleção de funcionários permite que a empresa tenha,

ao menos, pessoas com grande potencial e habilidades para desenvolver um bom

trabalho de equipe.

O desenvolvimento e o treinamento são as principais características dos

processos de gestão da qualidade.

Além de prover os funcionários com conhecimentos e habilidades, o devido

treinamento é o que vai fazer com que hajam mudanças de comportamento, o que é

imprescindível para um bom sistema da qualidade.

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De acordo com Lowery & Carpenter (2000), dois tipos de treinamento

importantes são o de habilidades para o trabalho e o cruzado. O treinamento de

habilidades para o trabalho aumenta a qualidade do produto e a satisfação do

funcionário, enquanto o cruzado é crucial para a organização porque faz com que os

funcionários fiquem mais versáteis e flexíveis.

A avaliação de desempenho, como forma de avaliar o potencial humano, traz

muitas contribuições para as empresas quando pode indicar a melhor contribuição

de cada funcionário aumentando a sua produtividade.

As formas de incentivo para as equipes tanto em seus planos de pagamento

quanto o reconhecimento público, conforme foi descrito no capítulo anterior, são os

aspectos mais motivacionais e fazem parte do conceito de qualidade total. Muitas

empresas estão passando a adotar novas formas de administração salarial, com

remuneração variável, participação nos resultados, enfim, valorizando o trabalho em

equipe.

De acordo com a edição da Revista EXAME com as melhores empresas para

se trabalhar, um dos três princípios que as melhores empresas têm em comum são

as políticas distintas de benefícios, que refletem a relação especial entre a empresa

e seus funcionários.

A união entre as áreas de Recursos Humanos e da Qualidade é considerada

um processo natural nas empresas, principalmente entre aquelas que já têm outras

certificações, como a QS 9000.

O papel cada vez maior da qualidade como uma ferramenta estratégica na

garantia da competitividade, coloca a administração de recursos Humanos na

posição de adicionar valores aos produtos e serviços.

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Marucci e Tortato (2000) após um levantamento da situação sobre a interação

entre estratégia organizacional e estratégia de Recursos Humanos, entre tantas

divergências, destacaram em seu trabalho alguns pontos comuns, que dentre outros

podemos destacar: a importância crescente dos Recursos Humanos como elemento

de competitividade; a necessidade de coerência entre as diversas políticas e práticas

de RH, a estratégia da organização e o ambiente; os resultados de RH não são

mensuráveis financeiramente a curto prazo, mas emergem a longo prazo; e o

comprometimento do indivíduo com a organização é requisito para a Gestão

estratégica de Recursos Humanos.

Não se pode ter uma resposta exata se a Gestão da qualidade deve ser

liderado pela área de recursos Humanos ou por outra área qualquer, porém, com

certeza, é importante ter um único programa de qualidade que envolva todas as

áreas da empresa. Mesmo que seja criada uma área responsável pela qualidade,

esta não pode agir independentemente e deve estar afinada com a de Recursos

Humanos, sendo, portanto, necessário segundo Domenico (1996):

• Redesenhar a área de Recursos Humanos a fim de que as suas próprias

funções pratiquem o que está sendo ensinado sobre a Gestão da

Qualidade Total;

• O RH instituir práticas de Administração de Recursos Humanos que dêem

suporte à Gestão da Qualidade Total e garanta a sua eficácia através da

Organização.

O mais importante é a cultura e a conscientização, é preciso aplicar o

conhecimento e medir o seu retorno. Pode parecer fácil mas exige grande habilidade

dos gestores como um todo.

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4. DEFINIÇÃO DE QUALIDADE DE GESTÃO

Estamos hoje assistindo a uma intensificação da competitividade empresarial,

onde ocorrem mudanças na economia e nas organizações, que passaram a encarar

o mercado mundial como único, com poucas barreira, e onde definiram diversos

produtos globais. Tudo isso acabou gerando um novo padrão de gestão de pessoas,

muito diferente daquele sistema paternalista e autoritário que estávamos

acostumados a ver.

De acordo com Fleury (1998) a adesão das empresas a este novo padrão (...)

é parte integrante da realidade organizacional do país e é recomendado, por

especialistas e consultores, como a forma adequada das empresas enfrentarem os

desafios atuais de competitividade.

O Prêmio Nacional de Qualidade sugere a integração de práticas de

treinamento, reconhecimento, progresso profissional e o alinhamento da gestão das

pessoas nas organizações, daí pode-se concluir que a vantagem competitiva nas

organizações dependem de pessoas motivadas e qualidade na gestão dessas

pessoas.

A própria ISO vai exigir um perfil de profissional com maior visão estratégica

do negócio e adequação à qualidade, e, que terá de dar suporte técnico e de gestão

para as outras áreas. Ele será aquele que ajuda nas soluções de problemas, mas

não é o responsável pelo dia-a-dia de cada processo da empresa. Ele vai cobrar

envolvimento das pessoas e fazer com que haja o mesmo nível de

comprometimento.

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Fleury (1998) analisando as relações entre as pessoas e a organização, nas

empresas que aplicaram um modelo competitivo de Gestão de pessoas, identificou

em seu trabalho quatro características se tornaram diferenciadas do padrão anterior:

1. Predomínio dos interesses das empresas, pois a empresa tem condições

vantajosas para fazer prevalecer seus interesses, exigindo maior qualificação de

seus empregados.

2. Relações mais instáveis, pois a identidade do empregado está vinculada ao

mercado, fazendo com que o relacionamento de longo prazo se torne coisa do

passado.

3. Relacionamento mais indireto e distante, em virtude da maior interação

com os gerentes de equipe, o que torna a imagem da empresa mais distante.

4. Relações profissionais e calculadas, pois as pessoas buscam uma

empresa onde possam atingir seus objetivos profissionais, e, por outro lado, as

empresas buscam resultado.

As empresas que efetivamente têm primazia pela qualidade seguem uma

política voltada à qualidade ao invés de somente perseguirem o aumento de lucro a

curto prazo. Consideram que um projeto com qualidade apresenta um custo

intrínseco maior, porém proporciona redução de produtos defeituosos e retrabalho,

e, para os serviços um atendimento irregular, promovendo acréscimos na

produtividade.

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5. CASO PRÁTICO / ENTREVISTAS

5.1 A empresa no contexto da Qualidade.

A Saint-Gobain Abrasivos, com o intuito de atender às exigências de

qualidade e competitividade do cenário empresarial nacional e internacional, dirimiu

esforços no sentido de obter uma qualificação segundo os critérios do sistema da

ISO 9000, e, obteve a primeira certificação da ISO em Janeiro de 1996.

Com isso, surgiu a necessidade do planejamento, dedicação e recursos

adequados para se atingir a eficiência e eficácia. Em virtude disto, a gerência de

Desenvolvimento e Qualidade foi criada, para coordenar os diversos subsistemas

que compõem o sistema de gestão, de forma que as diretrizes e metas estejam

conectados com os requisitos s serem cumpridos pela empresa. Uma vez

concebido, o sistema de gestão necessita ser efetivamente desenvolvido,

implementado e mantido.

5.2 Os processos dentro de RH.

De acordo com Chiavenato, a área de RH é composto por 5 subsistemas, e

cada subsistema é composto por diversos processos, conforme ilustra o quadro 5.1.

Elas podem sofrer variações conforme a organização, além de receber influência de

fatores tanto externos quanto internos.

Domenico (1996) aponta como os principais processos da Administração de

Recursos Humanos, quando é feito a interseção dos processos com os princípios da

Qualidade Total:

• Seleção

• Avaliação de Desempenho

• Plano de Carreiras

Page 24: TCC_Claudio Yukio Yoshida

24

• Treinamento e Desenvolvimento

• Compensação

• Relações Trabalhistas

• Comunicação

Quadro 5.1. Os subsistemas e processos de Recursos Humanos

SUBSISTEMAS

PROCESSOS

Pesquisa de mercado de Recursos Humanos

Provisão de Recrutamento

Recursos Humanos Seleção

Integração

Análise e descrição de cargos

Aplicação de Planejamento a alocação de Recursos Humanos

Recursos Humanos Plano de carreiras

Avaliação de desempenho

Administração de Salários

Manutenção de Plano de Benefícios Sociais

Recursos Humanos Higiene e Segurança do Trabalho

Relações Trabalhistas

Treinamento

Desenvolvimento de Desenvolvimento

Recursos Humanos Desenvolvimento Organizacional

Banco de Dados

Controle de Sistemas de Informação

Recursos Humanos Auditoria de Recursos Humanos

Page 25: TCC_Claudio Yukio Yoshida

25

5.3 Critérios da amostragem.

A pesquisa de campo foi utilizada para fins de realização deste trabalho na

empresa foi do tipo exploratória e, teve, como metodologia de coleta de dados, um

levantamento através da aplicação de questionários aplicados pessoalmente aos

funcionários da empresa, visando ter contato direto com os profissionais.

O levantamento através de entrevista pessoal foi escolhido em virtude de se

poder obter respostas mais complexas e com grande quantidade de informações,

além de se querer evitar respostas evasivas e genéricas, visto que o assunto

abordado, além de ser um tanto complexo, poderia gerar um certo constrangimento

por parte dos entrevistados em revelar seu real ponto de vista.

Neste trabalho foi realizada uma pesquisa qualitativa com uma amostra

reduzida, e não probabilística, para facilitar a participação ativa do entrevistador na

busca dos porquês com mais profundidade.

Com isso, os resultados não foram tratados estatisticamente e também não

servirão como base para qualquer tomada de decisões, os resultados servem

apenas para gerar a reflexão sobre o assunto.

Dentro do sistema de gestão de Recursos Humanos da Saint-Gobain, não

encontramos todos os subsistemas definidos acima por Chiavenato. Dentro do

subsistema de Provisão, há a ausência do processo de pesquisa de mercado; no

subsistema de Aplicação não encontramos o plano de carreiras; dentro de

Desenvolvimento há a ausência do Desenvolvimento Organizacional e no

subsistema de Controle, a auditoria de Recursos Humanos também está ausente.

Quanto ao subsistema de Manutenção, a Saint-Gobain está provida de todos os

processos listados, porém existe um processo de gestão do meio ambiente que

Page 26: TCC_Claudio Yukio Yoshida

26

também pode ser incluído aqui, e, que está vinculado ao processo de Higiene e

Segurança do Trabalho.

Foi escolhida a área de Recursos Humanos para a aplicação do questionário,

em virtude da Gerência de Desenvolvimento e Qualidade estar dentro desta área.

Para o levantamento de dados na Saint-Gobain, foram escolhidos

profissionais de todos os subsistemas de Chiavenato, com exceção ao de Controle

de Recursos Humanos, em virtude de não se ter o processo de auditoria, e tanto o

Banco de Dados como os Sistemas de Informação são controlados por todo o

departamento através de Softwares de ERP (SAP R3) e de gerenciamento das

funções operacionais de RH (Wgenius – ADP).

Todos os entrevistados são Analistas de Recursos Humanos, desde juniores,

que trabalham na empresa há cerca de 2 anos, até seniores com mais de 15 anos

trabalhando para a empresa. Todos possuem curso superior, com formações de vão

de administradores, psicólogos a assistentes sociais, e das mais variadas idades, e

de ambos os sexos.

5.4 Questionários.

A fonte de informações da pesquisa de campo foi através da aplicação do

questionário como fonte primária.

Os participantes da pesquisa foram questionados e solicitados a dar seu

ponto de vista pessoal acerca dos seguintes itens:

- Qual é a imagem que eles têm da empresa em se tratando do sistema de Gestão

da Qualidade.

- Qual é a imagem que eles têm da empresa em se tratando do estilo de gerir

pessoas.

Page 27: TCC_Claudio Yukio Yoshida

27

- Envolvimento entre os funcionários promovido pelo sistema da Qualidade.

- Clareza por parte do gestor da Qualidade em relação à necessidade de

mobilização de todos na organização.

- Dentre alguns itens dados (estrutura organizacional, baixo nível de integração

entre os setores da empresa, dificuldade no acesso às informações, etc.) quais

os que mais dificultam o envolvimento das pessoas nos programas de gestão da

Qualidade e por quê.

- Avaliar o grau de atenção que é dada à qualidade das pessoas dentro da

organização.

- Avaliar o grau de atenção que é dada à qualidade dos seus produtos.

Enfim, objetivou-se especificamente, com a aplicação do questionário,

levantar, através de pontos de vistas de pessoas que estão atuando na empresa,

como se dá a relação gestão de pessoas e gestão da Qualidade, e se há

preocupação exclusiva com os requisitos da norma.

5.5 Análise dos Resultados

Os resultados obtidos, com exceção de apenas uma questão, foram através

de questões descritivas e qualitativas cuja análise é apresentada e comentada a

seguir.

No que se refere à imagem que a empresa passa a seus funcionários, houve

o reconhecimento unânime, de que ela se preocupa em passar a imagem de uma

organização em linha com as empresas competitivas do cenário empresarial.

Conforme manifestaram os entrevistados, a empresa investe no sistema de gestão

da Qualidade mas, ainda assim, apresenta falhas quando se fala em Qualidade

Total.

Page 28: TCC_Claudio Yukio Yoshida

28

Em se tratando do estilo de gestão, observou-se que a empresa passa a

imagem de uma organização paternalista, onde as decisões sempre partem dos

níveis hierárquicos superiores, não havendo delegação de responsabilidades, tal

fato pode ser percebido como sendo parte da cultura organizacional. Tal fato acaba

fazendo com que quase todo o grupo gerencial não se preocupe com o seu estilo de

gestão, seu foco acaba sendo nos resultados.

No entanto, percebe-se que há um maior envolvimento entre os funcionários,

em virtude da manutenção de um sistema da Qualidade. Envolvimento este,

proveniente da necessidade de cumprir itens da norma e corrigir as não

conformidades levantadas, mas que é vista como algo positivo, pois aumenta o nível

de conscientização das pessoas. O ponto negativo de tudo isto é que os grupos

formados nas fábricas, para gerir alguns requisitos do sistema da Qualidade não

possuem autonomia, fazendo com que não sejam valorizados devidamente.

Em decorrência da centralização da manutenção do sistema de gestão da

Qualidade, os funcionários encontram dificuldades em absorver o seu papel dentro

desse processo, ou seja, poucos acabam tendo a percepção de que a mobilização

em pró da Qualidade é de todos.

Essa dificuldade no envolvimento das pessoas, dentro dos diversos fatores

relacionados na pesquisa, teve como item mais relevante o pouco incentivo à

iniciativa e à inovação. De acordo com as suas percepções, este fato acaba

conduzindo as pessoas ao que chamam de zona de conforto, levando as pessoas a

serem extremamente reativas e não pró ativas.

O segundo item, segundo o resultado das entrevistas, que mais dificulta o

envolvimento das pessoas nos programas de gestão da Qualidade é a estrutura

organizacional atrasada e rígida. Há muito pouca mobilidade das pessoas na

Page 29: TCC_Claudio Yukio Yoshida

29

estrutura organizacional, e, verifica-se, então, que as pessoas se acomodaram na

realização de suas atividades, e estão pouco motivadas a se envolverem em

questões não ligadas à suas rotinas, o que, segundo os funcionários, mina qualquer

potencial criativo.

Em relação aos demais fatores que dificultam o envolvimento, evidenciou-se

que há uma certa igualdade na percepção de relevância entre os entrevistados. Os

fatores apontados são:

• Baixo nível de integração dos setores da empresa;

• Dificuldade no acesso às informações;

• Precariedade do trabalho em equipe;

• Pouco incentivo ao treinamento de pessoal;

• Estilo de gestão;

• Excesso de ações que visam exclusivamente as normas e procedimentos

de conformidade.

Tais levantamentos revelam que esses fatores acabam formando um conjunto

de problemas internos, que acabam afetando a todos dentro da organização, e não

um fator isolado inerente a um só departamento.

Quando solicitados a avaliar o grau de atenção dado à qualidade das

pessoas, observa-se, mais uma vez, o peso da cultura da organização dentro deste

aspecto. Segundo os entrevistados, a falta de treinamentos inibe o potencial de

criatividade e autonomia das pessoas. Somente às pessoas chaves dentro do

processo de gestão da qualidade são dirimidos esforços, no intuito de garantir a

eficiência do processo e a manutenção dos padrões de qualidade, resultando na

exigência por disciplina e resultados.

Page 30: TCC_Claudio Yukio Yoshida

30

Outro fator que evidencia, de acordo com as respostas obtidas, o clima

organizacional que desfavorece as manifestações criativas dentro da empresa é a

falta de rigor no recrutamento de pessoal. Tal fato, segundo eles, é explicado pela

natureza padronizada e rotinizada das atividades, o que desfavorece manifestações

criativas dentro da empresa, de forma que eles percebam que a qualidade das

pessoas dentro da organização é fator que se dá pouca importância.

Por outro lado, em relação à atenção dada pela empresa ao padrão de

qualidade de seus produtos, os entrevistados foram quase unânimes em dizer que é

excelente. Segundo eles, é neste ponto onde ela mais investe, ou seja, nos seus

produtos. A posição da líder no mercado e fabricante de produtos inovadores, acaba

forçando o alto investimento em seus produtos.

Mesmo adotando esta posição, a empresa não tem grandes programas de

pesquisa e desenvolvimento, pois, sendo uma multinacional, ela importa tecnologia.

Enfim, percebe-se que a atenção dada pela empresa aos seus funcionários

não se aproxima àquela dada a seus produtos, e consequentemente, à sua posição

e imagem frente aos consumidores, adotando condutas que renegam o pleno

desenvolvimento do potencial humano.

Page 31: TCC_Claudio Yukio Yoshida

31

6. CASOS DE SUCESSO

6.1 O exemplo da Ambev.

Para algumas empresas qualidade e RH vivem em completa integração, ou

até mesmo se fundiram onde a própria política da qualidade é de responsabilidade

do RH.

Na AmBev, mais especificamente na Brahma, a área da Qualidade e o RH

estão estritamente ligados desde 1995. Uma vez que os processos são

implementados por pessoas, os profissionais de treinamento e os envolvidos com a

gestão da qualidade estão sempre integrados.

A empresa mantém um curso de MBA voltado para os gestores das 50

unidades de negócios, centros de distribuição e área comercial, e é ministrado pela

universidade corporativa da empresa, com o objetivo de formar grandes líderes de

primeira linha.

A idéia da empresa é formar pessoas que sejam efetivamente donas do

negócio, dentro de uma autonomia com regras claras da companhia. Essa

autonomia foi possível graças à existência de um método de avaliação de

desempenho por metas. Todos os funcionários têm metas individuais a serem

alcançadas durante o ano, e que faz parte do seu próprio desenvolvimento, além do

bônus que se ganha ao final do ano. Cada um sabe exatamente o impacto de suas

ações sobre a performance global da empresa.

Quando se iniciou a junção entre o RH e a área da Qualidade, a empresa já

previa dentro de seus planos estratégicos que as inovações iriam mexer com o

sistema de gestão da companhia, e não apenas com o controle da qualidade ou o

sistema de garantia da qualidade.

Page 32: TCC_Claudio Yukio Yoshida

32

Na Ambev existe a diretoria da área Gente Qualidade, que engloba os

processos de gestão da Qualidade e de Recursos Humanos, e que aloca gerentes

dessa área para cada uma das suas unidades de negócios.

6.2 A Qualidade em Transportes.

Na Delara Brasil, empresa de logística que atua há 11 anos em Curitiba (PR),

a certificação em 1997 foi obtido com um grande empenho por parte das áreas de

Recursos Humanos e da Qualidade.

A grande diversidade de atividades da empresa exigiu um novo modelo de

gestão e organização, para que se atingisse desde o funcionário numa filial em São

Luís do Maranhão até uma equipe instalada na Argentina. A grande dificuldade a

ser vencida era a comunicação.

Para o novo gerente da área de Gente Qualidade, o momento de maior

dificuldade foi o de envolver as pessoas, fazer com que as pessoas efetivamente

passassem a ter cumplicidade e cooperassem umas com as outras. Mas com a

visão mais voltada a pessoas, gestão e organização da área de recursos humanos,

e o conhecimento do ferramental da área de qualidade, as conquistas positivas

foram efetivamente acontecendo dentro da organização.

A grande proposta da Delara foi a união de forças, onde um grupo foi

destacado para conhecer melhor a operação das pontas do processo, apoiando as

unidades de negócios não mais como analistas, mas como consultores, identificando

necessidades e ajudando a transformar regras em práticas. isto teve uma reação

interna muito positiva pois significou um aumento de conhecimento.

Tudo isso resultou para a Delara uma linguagem mais uniformizada em

assuntos da qualidade. A melhoria da gestão também provocou redução de trabalho

Page 33: TCC_Claudio Yukio Yoshida

33

nas unidades. Depois do programa, a empresa conseguiu reduzir em mais de 10%

os custos de manutenção, apenas passando a ter melhor controle do processo,

fazendo novas negociações com fornecedores e mudando procedimentos.

Para facilitar a comunicação, a Delara investiu cerca de 2 milhões de Reais

em sistemas de informação. Um deles usa a mesma base de dados, onde é possível

saber, em tempo real, todas as informações que estão acontecendo em todo o

Brasil.

O grupo de Recursos Humanos passou a priorizar treinamentos de acordo

com a checagem do dia-a-dia, evitando-se, assim, os treinamentos tradicionais e

predeterminados. A tarefa inicial foi traduzir as necessidades reais da empresa.

Para atender a necessidade de se encaixar a pessoa certa no lugar certo, um

programa de treinamento foi elaborado para a capacitação constante dos novatos,

englobando todos os níveis da organização.

A perspectiva para o futuro é ter uma base formada de profissionais para

voltar mais a atenção às questões mais comportamentais do que a ferramentas. A

meta seguinte é promover a capacitação para gestão de pessoas, visando a

melhoria do clima organizacional, produtividade e comunicação interna.

Dentro de um escopo ampliado, a Delara traça um programa de

desenvolvimento de pessoas voltado ao ramo do negócio, ou seja, ter um grupo de

pessoas que interage com todas as atividades e não mais de maneira segmentada.

Em todas as empresas, na Gestão da Qualidade percebe-se um conceito que,

segundo Domenico (1996), é melhor entendidod como CWQC – Company Wide

Quality Control, ou seja, o Controle da Qualidade com a participação de todos os

departamentos, de todos os funcionários, incluindo o Presidente, diretores e média

gerência, fornecedores e outros, realizado de forma integrada.

Page 34: TCC_Claudio Yukio Yoshida

34

7. CONCLUSÕES

As informações obtidas a partir do questionário aplicado na Saint-Gobain,

revela que ela é mais um exemplo muito comum de empresas que ainda não têm na

qualidade pessoal a base para qualquer outra atividade. Segundo Gil (1994: 157) a

qualidade pessoal dá início a uma reação em cadeia de sucessivos aprimoramentos

de qualidade, e, isto fica claro de acordo com a pesquisa, pois um bom

desenvolvimento da qualidade depende em alto grau do desempenho e da atitude

das pessoas em relação à qualidade.

Os dados levantados a partir dos questionários aplicados na Saint-Gobain

Abrasivos revela, ou melhor, confirma a pesquisa feita Prada & Miguel, onde a

maioria das empresas mantém um departamento específico da Qualidade, o que, se

por um lado evidencia a preocupação com o gerenciamento das questões da

qualidade, por outro lado, indica que ela ainda é relativamente centralizada e,

portanto, não distribuída de forma sistêmica.

Apesar do TQC visar a iniciativa, participação e a criatividade, constata-se

uma contradição, pois o que ocorre é a padronização de idéias e comportamentos,

conformidade às regras, evidenciando que o incentivo à produtividade e à qualidade

sustenta-se na ameaça ao desemprego.

A falta de técnicas comportamentais ou estilo de gestão, o foco dos sistemas

de qualidade tem sido os processos de produção e preparação da documentação

(França, 1996).

Obter a certificação não é sinônimo de maior qualidade de vida no trabalho.

Há, portanto, a partir dos dados levantados, indícios de que as práticas de

gestão da qualidade inibe o espírito empreendedor e inovador das pessoas ao impor

Page 35: TCC_Claudio Yukio Yoshida

35

normas e procedimentos de conformidade, com uma ênfase muito maior nos meios

do que nos fins que propõe.

Por outro lado, a empresa está adotando uma nova política de gestão, que

aponta para uma nova preocupação em observar certos preceitos nas suas práticas

cotidianas, principalmente na melhoria contínua dos seus processos de gestão.

Essa nova política de gestão, que começou a ser divulgada em meados de

Setembro de 2001, tem como objetivo a melhoria contínua de sua gestão,

integrando, entre outros aspectos, respeito ao elemento humano e meio ambiente.

Tal fato revela uma articulação da empresa, no sentido de alinhar seus

recursos à nova realidade do competitivo mercado globalizado.

A divulgação desta nova política de gestão tem sido realizado de forma que

se tenha a máxima assimilação de todos na empresa, na busca pela compreensão e

aplicando-a no trabalho do dia a dia. E o mais importante, a disseminação desta

política vem sendo realizada dos níveis mais altos da empresa, que estão

procurando dimensionar os recursos e as ferramentas mais adequadas para o seu

devido cumprimento.

As empresas com a estrutura rígidas e atrasadas vão precisar mudar

internamente para se equiparar com a performance que está por vir nas outras

empresas.

As empresas que oferecerem oportunidades de crescimento profissional,

desenvolvimento e condições para que os seus colaboradores satisfaçam suas

necessidades pessoais, em conjunto com os seus objetivos, estarão garantindo uma

posição efetiva e estável no mercado, revelando a importância do lado humano da

equação da qualidade, que, segundo Domenico (1996) pode dar aos departamentos

de Recursos Humanos das organizações uma oportunidade de ouro.

Page 36: TCC_Claudio Yukio Yoshida

36

O mercado agora se volta para um sistema que demanda o entendimento das

pessoas para se fazer qualidade. Não é à toa que as empresas mais bem sucedidas

em termos de gestão da qualidade foram justamente aquelas que tinham maior grau

de participação dos funcionários.

Os desafios para as redefinições estratégicas em termos de gestão da

Qualidade estão na reestruturação administrativa que resultem em reformas

produtivas.

Acredito que para as empresas que querem se manter competitivas, não

poderão se limitar à simples manutenção de um sistema da Qualidade, uma

ferramenta exigida pelos clientes, pela Matriz, e até pelo Governo, mas também

terão que assimilar um conceito citado por Limongi (1996), que é a Metaqualidade,

criado por Kehl, em que a Qualidade incorpora o conceito de justiça Social e passa a

ser instrumento de Qualidade de Vida.

Page 37: TCC_Claudio Yukio Yoshida

37

8. BIBLIOGRAFIA

ALEXANDRE, J. W. C., FERREIRA, J. J. A., Fatores críticos da Qualidade: uma

análise do setor industrial do Estado do Ceará. Encontro Nacional de Engenharia de

Produção. 2000. Santa Catarina.

CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1994.

CROSBY, P. B. Qualidade sem lágrimas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994.

DOMENICO, S. O papel da Administração de Recursos Humanos na qualidade total:

Um Estudo exploratório em empresas do segmento de tintas com certificação ISO

9000. São Paulo, 1996. Tese (Doutorado em Administração) – Departamento de

Administração de Administração da Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade, Universidade de São Paulo.

FISCHER, A. L. A Constituição do Modelo Competitivo de Gestão de Pessoas no

Brasil – Um estudo sobre as Empresas consideradas exemplares. São Paulo, 1998.

Tese (Doutorado em Administração) – Departamento de Administração de

Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade,

Universidade de São Paulo.

FRANÇA, A. C. L. Indicadores Empresariais de Qualidade de Vida no trabalho –

esforço empresarial e satisfação dos empregados no ambiente de manufaturas com

certificação ISO 9000. São Paulo, 1996. Tese (Doutorado em Administração) –

Page 38: TCC_Claudio Yukio Yoshida

38

Departamento de Administração de Administração da Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo.

FRANÇA, A. C. L. Vivendo a Qualidade. Gente da FEA. São Paulo, v.2, n°12, p.2,

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GIL, A. Gestão da Qualidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.

GOMES, J. S. , SALAS, J. M. A. Controle de Gestão. São Paulo: Atlas, 1994.

LOWERY, C. M., BEADLES, N. A., CARPENTER, J. B. Recursos Humanos que

compõem a Qualidade. Banas Qualidade São Paulo: p. 13-17, Setembro 2000.

MARTINS, M.. Unidos pela Qualidade. Banas Qualidade. São Paulo: p. 40-50,

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MARUCCI, J. C., TORTATO, U. Estratégia Organizacional e Estratégia de Recursos

Humanos: uma interação necessária. Encontro Nacional de Engenharia de

Produção. 2000. Santa Catarina.

MATTEI, J. A. Como envolver as pessoas. Banas Qualidade. São Paulo: p. 58,

Março 2000.

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NETO, A. C. Planejamento estratégico para a melhoria da Qualidade. Rio de

Janeiro: QualityMark. 1996.

PALADINI, E. P. Qualidade Total na Prática: implantação e avaliação de sistemas da

Qualidade Total. São Paulo: Atlas, 1994.

PRADA, D. F., MIGUEL, P. A. C. , FRANÇA, A. C. L.. Práticas da gestão de pessoas

no contexto da Qualidade. Caderno de pesquisas em Administração. São Paulo, v.1,

n°10, 3°tri 99.

REVISTA EXAME. Guia das melhores empresas do Brasil para você trabalhar.

Editora Abril, ed. 721, 2000.

RODRIGUES, L. D. M. , GUIMARÃES, V. N. A Questão da Criatividade no contexto

da Gestão da Qualidade Total. Encontro Nacional de Engenharia de Produção.

2000. Santa Catarina.

SASHKIN, M., KISER, K. J. Gestão da Qualidade Total na prática. Editora Campus.

Rio de Janeiro, 1994.

Page 40: TCC_Claudio Yukio Yoshida

40

9. ANEXOS

MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

QUESTIONÁRIO N°_______ Respondendo a este questionário você estará contribuindo para o meu trabalho de

conclusão de curso. Desde já agradeço a sua colaboração.

Todas as informações fornecidas terão sua confidencialidade preservada, e serão

apresentadas no trabalho de forma agregada.

Instruções: a) Leia com atenção as questões e responda francamente. b) Não pule nenhuma questão, mesmo que ache difícil.

1 Em relação à empresa onde você trabalha, qual a imagem ela lhe passa em

se tratando do sistema de Gestão da Qualidade?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Page 41: TCC_Claudio Yukio Yoshida

41

2 Qual a imagem a empresa lhe passa em relação ao estilo de gerir as

pessoas? A empresa se preocupa com a Qualidade de suas ações?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

3 A manutenção de um sistema de Qualidade na empresa faz com que haja

mais envolvimento entre os funcionários?

� Não � Sim

Porquê?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

4 O processo de gestão deixa claro que a Qualidade exige a mobilização de

todos na organização?

� Não � Sim

Se a sua resposta for sim, porquê você acha que isto ocorre?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

5 Quais os fatores que, na sua opinião, mais dificultam o envolvimento das

pessoas nos programas de gestão da Qualidade (enumere os 4 itens que

considere mais relevante em ordem crescente de importância).

( ) Estrutura organizacional atrasada e rígida

( ) Atribuições e competências mal distribuídas

( ) Baixo nível de integração dos setores da empresa

Page 42: TCC_Claudio Yukio Yoshida

42

( ) Dificuldade no acesso às informações

( ) Pouco comprometimento da alta administração com o processo de

qualidade

( ) Pouca clareza na definição da missão e políticas da empresa

( ) Precariedade do trabalho em equipe

( ) Pouco incentivo ao treinamento de pessoal

( ) Desconhecimento dos custos da “não qualidade” (refugos , retrabalhos,

etc)

( ) Inexistência de mecanismos para apuração de resultados, análise das

falhas e identificação das causas dos problemas

( )Despreocupação com a melhoria contínua dos processos

( )Pouco incentivo à iniciativa e à inovação

( ) Estilo de gestão

( ) Excesso de ações, que visam exclusivamente as normas e

procedimentos de conformidade

Comente sucintamente o porquê da escolha dos três itens que você achou

mais importantes.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

6 Avalie o grau de atenção dada à Qualidade das pessoas dentro da empresa.

Justifique

|_________|_________|_________|_________|_________|_________|

Ruim Excelente

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Page 43: TCC_Claudio Yukio Yoshida

43

7 Avalie a atenção dada pela Empresa à Qualidade dos seus produtos.

Justifique

|_________|_________|_________|_________|_________|_________|

Ruim Excelente

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

8 Sugestões e observações

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Obrigado pela sua colaboração !