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Curso de Administração Evilasio Cesar Modesto da Silva PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA TICKET CENTER NA EMPRESA MADAL PALFINGER S/A Caxias do Sul, Novembro de 2009

Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

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No atual ambiente desafiador, as organizações estão buscando um crescimento eficiente e flexível para permanecerem competitivas e nesse mundo corporativo com necessidades cada vez mais complexas, os serviços de suporte de Tecnologia da Informação – TI também tiveram que evoluir. Este trabalho apresenta uma proposta de implantação do sistema Ticket Center para o departamento de TI da Madal Palfinger S/A. Através do diagnóstico realizado na empresa, verificou-se a necessidade de automatizar e centralizar o processo de abertura de chamados para a TI aproveitando um sistema que já é utilizado em sua matriz na Áustria. O trabalho foi realizado através de pesquisa exploratória em forma de entrevistas com alguns dos colaboradores da TI, gerando um estudo de caso onde foi possível realizar uma análise qualitativa de conteúdo. Através dessa solução, que irá funcionar como um único ponto de contato e centralizando todas as ocorrências relacionadas a TI, espera-se o alinhamento estratégico entre TI e o negócio da empresa. Para isso foi utilizado como principais referências bibliográficas nesse trabalho os autores Ivan Luizio Magalhães e James A. O'Brien.

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Curso de Administração

Evilasio Cesar Modesto da Silva

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA TICKET CENTER NA

EMPRESA MADAL PALFINGER S/A

Caxias do Sul, Novembro de 2009

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EVILASIO CESAR MODESTO DA SILVA

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA TICKET CENTER NA

EMPRESA MADAL PALFINGER S/A

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade da Serra Gaúcha – FSG como parte das exigências do Curso de Administração para obtenção do título de bacharel.

Professor Orientador

Pedro Augusto Bocchese – M. Sc.

Caxias do Sul

2009

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EVILASIO CESAR MODESTO DA SILVA

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA TICKET CENTER NA

EMPRESA MADAL PALFINGER S/A

Trabalho apresentado e aprovado pela Banca Examinadora

em 18 de Dezembro de 2009.

______________________________________________

Pedro Augusto Bocchese - M. Sc.

______________________________________________

Nome e Titulação

______________________________________________

Nome e Titulação

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DEDICATÓRIA

Pelo amor, carinho, amizade,

cumplicidade e compreensão nos momentos

oportunos, dedico este trabalho à minha esposa

Lisiane, minha eterna namorada.

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AGRADECIMENTOS

A elaboração de um trabalho de

conclusão de curso – TCC requer muita

dedicação e esforço, e este não foi diferente.

Entendo que existe um ser

superior lá em cima, a quem quero agradecer

primeiramente, pois está cuidando de cada

detalhe para que eu chegue ao meu objetivo

principal. Aos meus pais, que me deram a

graça da vida e me ensinaram a nunca desistir

de meus sonhos, mesmo diante dos obstáculos

inesperados. A minha esposa Lisiane, que

durante esse tempo sempre esteve ao meu lado

fazendo também o seu TCC e trocando ideias e

muitos beijos. Aos meus professores que

durante esses seis anos, transmitiram não só

conhecimento teórico, mas também lições de

vida. Ao meu orientador e agora amigo, Msc.

Pedro Bocchese, pela sua amizade e

incomparável maneira de orientar. A empresa

Madal Palfinger S/A, em especial as seguintes

pessoas: Henrique Stoffels, Silvio Gatelli,

Leonardo Libardi, Everton Paim e Silmara

Lins.

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RESUMO

No atual ambiente desafiador, as organizações estão buscando um crescimento eficiente e flexível para permanecerem competitivas e nesse mundo corporativo com necessidades cada vez mais complexas, os serviços de suporte de Tecnologia da Informação – TI também tiveram que evoluir. Este trabalho apresenta uma proposta de implantação do sistema Ticket Center para o departamento de TI da Madal Palfinger S/A. Através do diagnóstico realizado na empresa, verificou-se a necessidade de automatizar e centralizar o processo de abertura de chamados para a TI aproveitando um sistema que já é utilizado em sua matriz na Áustria. O trabalho foi realizado através de pesquisa exploratória em forma de entrevistas com alguns dos colaboradores da TI, gerando um estudo de caso onde foi possível realizar uma análise qualitativa de conteúdo. Através dessa solução, que irá funcionar como um único ponto de contato e centralizando todas as ocorrências relacionadas a TI, espera-se o alinhamento estratégico entre TI e o negócio da empresa. Para isso foi utilizado como principais referências bibliográficas nesse trabalho os autores Ivan Luizio Magalhães e James A. O'Brien. Palavras-Chave: Chamados. Sistema. Tecnologia da Informação. Implantação de Software.

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ABSTRACT

In the current challenging environment, corporations are pursuing steady and flexible growth in order to remain competitive and, in this corporate world with increasingly more complex needs, the support services of Information Technology – IT, had likewise to evolve. This paper formulates a proposal to implement the Ticker Center system into de IT Department of Madal Palfinger S/A. Through the diagnosis carried out at the company, there has been noticed the need to automate and centralize the opening process of calls to IT by taking advantage of a system that is already adopted in its headquarters, in Austria. The work was carried out through exploratory research via interviews with some employees from the IT Department, generating the study of a case in which it was possible to perform a content qualitative analysis. Through this solution, which will work as a single contact point, centralizing all events related to IT, it is expected to achieve the strategic alignment between IT and the company business. The authors Ivan Luizio Magalhães and James A. O'Brien have been used as the main bibliographic references in this work. Key-Words: Calls Opening. Software Implementation. System. Information Technology.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Conceitos Estratégicos Madal Palfinger ................................................................ 17

Figura 2: Processo de avaliação de métricas ......................................................................... 28

Figura 3: Atividades de implantação de sistemas .................................................................. 32

Figura 4: Desenvolvimento da Pesquisa ............................................................................... 40

Figura 5: Organograma TI - Madal Palfinger........................................................................ 41

Figura 6: Processo atual TI - Infraestrutura........................................................................... 42

Figura 7: Processo atual TI - Processos de Negócios ............................................................ 43

Figura 8: Processo de abertura e fechamento de chamados proposto ..................................... 46

Figura 9: Cronograma de implantação .................................................................................. 47

Figura 10: Política de permissão de acesso de usuários ......................................................... 48

Figura 11: Processo macro de abertura e conclusão de chamados ......................................... 53

Figura 12: Solicitação de autenticação para acessar o sistema Ticket Center......................... 54

Figura 13: Tela inicial do sistema Ticket Center ................................................................... 54

Figura 14: Tela de abertura de chamado para TI - Infraestrutura ........................................... 55

Figura 15: Tela de abertura de chamado para TI – Processos de negócios ............................. 55

Figura 16: Tela de consulta de chamados ............................................................................. 56

Figura 17: Email recebido após a criação de um chamado .................................................... 57

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Linhas de guindastes ............................................................................................ 16

Quadro 2: Matriz SWOT da Madal Palfinger S/A. ............................................................... 18

Quadro 3: Principais diferenças entre Call Center / Help Desk e Service Desk ..................... 23

Quadro 4: Ciclo de vida de um incidente .............................................................................. 25

Quadro 5: Enfoque dos autores sobre as etapas de implantação de um sistema ..................... 35

Quadro 6: Situação atual x processo proposto ...................................................................... 45

Quadro 7: Responsabilidades dos usuários chaves ................................................................ 49

Quadro 8: categorias de chamados ....................................................................................... 50

Quadro 9: Matriz do Impacto e Urgência.............................................................................. 50

Quadro 10: Prioridades de chamados ................................................................................... 51

Quadro 11: Cronograma de treinamentos do sistema Ticket Center ...................................... 52

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ERP – Enterprise Resource Planning (sistemas de gestão empresarial)

INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial

NBR – Norma Brasileira

p. – Página

PA's – posições de atendimento

S/A – Sociedade Anônima

SAP – Systems Applications and Products in Data Processing (Sistemas, Aplicativos e

Produtos para Processamento de Dados)

SWOT – Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats (Forças, Fraquezas, Oportunidades,

Ameaças)

TI – Tecnologia da Informação

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13 1 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 20 2.1 Tecnologia da Informação ............................................................................................. 20 2.2 O que é o Call Center, Help Desk e Service Desk .......................................................... 22 2.2.1 Tipos de Service Desk ................................................................................................. 24 2.2.2 Gerenciamento de serviços .......................................................................................... 25 2.3 Conceito de sistema ...................................................................................................... 29 2.4 Implantação de um sistema ........................................................................................... 30 2.4.1 Fases de implantação de um sistema ........................................................................... 31 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................................ 36 3.1 Tipo e método de pesquisa ............................................................................................ 36 3.2 Delimitação da população e amostragem ....................................................................... 37 3.3 Técnicas de coleta dos dados ......................................................................................... 37 3.4 Técnicas de análise dos dados ....................................................................................... 38 3.5 Desenvolvimento da pesquisa........................................................................................ 39 4 ANÁLISE DOS DADOS E PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ........................................ 41 4.1 Análise e interpretação dos dados .................................................................................. 41 4.2 Análise do processo atual .............................................................................................. 41 4.3 Proposta de intervenção................................................................................................. 44 4.3.1 Cronograma de implantação ........................................................................................ 47 4.3.2 Parametrização do sistema .......................................................................................... 47 4.3.3 Política de usuários ..................................................................................................... 47 4.3.4 Plano de testes ............................................................................................................ 48 4.3.5 Pré-operação ............................................................................................................... 49 4.3.6 Usuários chaves .......................................................................................................... 49 4.3.7 Categorias de chamados .............................................................................................. 49 4.3.8 Tipos de prioridades de chamados ............................................................................... 50 4.3.9 Exceções ..................................................................................................................... 51 4.3.10 Plano de treinamento ............................................................................................ 52 4.4 Pós-implantação ............................................................................................................ 52 4.4.1 Pesquisa de satisfação ................................................................................................. 53 4.5 Operacionalidade do sistema ......................................................................................... 53 4.5.1 Acessando o sistema ................................................................................................... 53 4.5.2 Abrindo um chamado .................................................................................................. 54 4.5.3 Consultando chamados ............................................................................................... 56 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 58 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 60 APÊNDICES ....................................................................................................................... 62 APÊNDICE A – Organograma Madal Palfinger ................................................................... 63 APÊNDICE B – Ata da primeira reunião ............................................................................. 64 APÊNDICE C – Ata da segunda reunião .............................................................................. 65 APÊNDICE D – Ata da terceira reunião ............................................................................... 66 APÊNDICE E – Pesquisa de satisfação de atendimento ....................................................... 67 ANEXOS ............................................................................................................................. 68 ANEXO A – Vista aérea da empresa Madal Palfinger S/A ................................................... 69 ANEXO B – Guindaste Telescópico BR 400........................................................................ 70

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ANEXO C – Guindaste Telescópico MD300L ..................................................................... 71 ANEXO D – Guindaste Articulado PK38502 ....................................................................... 72

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INTRODUÇÃO

O atual cenário econômico pressiona as empresas a reduzir custos e inovar nas

soluções implementadas para enfrentar a crise, fazendo com que elas estejam mais atentas às

tendências mundiais. É neste aspecto que os departamentos de Tecnologia da Informação –

TI, passam a fazer parte do desempenho do negócio, ou seja, passam a ser o elo entre a

tecnologia e os objetivos da organização.

É nesse contexto que algumas empresas de acordo com o perfil do negócio,

optam pela melhoria de alguns processos de serviços de TI, que cada vez são mais complexos

e fundamentais para as empresas que necessitam de um suporte técnico à altura de sua

importância e para a continuidade de seus negócios.

Atualmente, a maioria das empresas possui equipes de suporte técnico para

auxiliar os seus usuários na resolução de problemas e orientar no correto uso da informática,

fazendo com que este ambiente tenha uma grande demanda de controles no gerenciamento

dos chamados existentes, nas etapas de resolução de problemas, no gerenciamento de

equipamentos e na satisfação do usuário. Estes controles acabam gerando vários processos

dentro da equipe de suporte, tornando-se um desafio hoje para as organizações.

Nesse sentido e também considerando o diagnóstico realizado na Madal

Palfinger S/A, verificou-se a necessidade de melhorar o processo de abertura e controle dos

chamados para o suporte da TI, criando um processo sistêmico e organizado, e com essa ideia

surgiu a seguinte questão:

Como melhorar a eficiência, reduzir a reincidência dos problemas e prover um

suporte de alta qualidade para os usuários de TI?

Com isso definiu-se como objetivo geral do trabalho, elaborar a proposta de

implantação do sistema Ticket Center para gerenciar a abertura de chamados, visando

melhorar a qualidade do serviço prestado e a integração com o negócio da empresa.

Para viabilizar a realização do objetivo geral, foram definidos também alguns

objetivos específicos: Parametrização do sistema, Plano de testes, Pré-Operação do sistema,

Treinamento de usuários, Entrada em produção, Pós implantação.

O presente trabalho está estruturado em capítulos: no primeiro deles, a

contextualização, descreve uma breve apresentação da empresa, seus produtos, suas

particularidades, sua análise SWOT, que provê os pontos fortes e fracos, oportunidades e

ameaças e uma breve explicação sobre a importância da TI para a Madal Palfinger S/A.

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No segundo capítulo, é apresentado o referencial teórico, contendo o

embasamento científico de diversos autores sobre os assuntos abordados, possibilitando o

entendimento dos conceitos e técnicas que serão utilizadas em uma fase seguinte. Para isso foi

utilizado como principais referências bibliográficas nesse trabalho os autores Ivan Luizio

Magalhães e James A. O'Brien. Este capítulo inicia com a importância da TI dando ênfase

como setor estratégico e responsável pela competitividade na atual economia globalizada e,

fazendo ainda, um paralelo sobre o uso da TI orientado a serviços. Contêm ainda, conceitos

de Sistema, Call Center, Help Desk, Service Desk e conceitos de implantação de Sistemas

para melhor entedimento deste trabalho.

O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos, que são os

métodos científicos pelos quais o trabalho terá o seu desenvolvimento. Esses métodos foram

utilizados para entender o processo atual de abertura de chamados e apresentar o objetivo da

proposta de intervenção de forma clara e eficaz. Foi realizada uma pesquisa exploratória com

entrevistas semiestruturadas com os colaboradores dos departamentos que se utilizam da TI

para o desenvolvimento de suas atividades e em seguida, foram desenvolvidos dois diagramas

de atividades apresentando o processo atual e o processo proposto através da implantação do

novo sistema.

O quarto capítulo apresenta a análise de dados e a proposta de intervenção, que

foi o desenvolvimento da solução encontrada, utilizando todos os recursos explicados nos

capítulos anteriores. Nesta fase, realizou-se a análise dos dados das entrevistas, a definição da

implantação do sistema, assim como o cronograma de implantação e treinamentos para os

usuários.

As considerações finais constituem a finalização deste trabalho, seguido das

referências bibliográficas, anexos e apêndices utilizados no decorrer deste trabalho.

Problema de pesquisa: Como melhorar a eficiência, reduzir a reincidência dos problemas e

prover um suporte de alta qualidade para os usuários de TI?

Objetivo Geral: Elaborar a proposta de implantação do sistema Ticket Center para gerenciar

a abertura de chamados, visando melhorar a qualidade do serviço prestado e a integração com

o negócio da empresa.

Objetivos Específicos: Parametrização do sistema, Plano de testes, Pré-Operação do sistema,

Treinamento de usuários, Entrada em produção, Pós implantação.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A Madal Palfinger S/A é uma indústria metalúrgica que foi fundada em 03 de

Dezembro de 1946, inscrita sob CNPJ 88.613.856/0001-83 e Inscrição Estadual 029/0007135,

tem suas instalações na Rua Flávio Francisco Bellini n° 350, Bairro Salgado Filho, na cidade

de Caxias do Sul, RS. O seu negócio é a produção de equipamentos para movimentação de

cargas, integrados a veículos comerciais. A empresa que atende ao mercado interno e também

exportando para vários países da América do Sul é uma das líderes do mercado em guindastes

articulados e telescópicos. É uma organização reconhecida nacionalmente e

internacionalmente pela qualidade de seus produtos e suas soluções de alta tecnologia e total

segurança atendem o pleno cumprimento da legislação vigente da Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT, através da norma NBR 14768.

O que hoje é um grande e promissor empreendimento iniciou suas atividades

como oficina mecânica que fabricava e comercializava máquinas em geral, em 1946. Em

meados de 1958, a empresa começou a fabricar peças e implementos para tratores. Marco

histórico no desenvolvimento da empresa foi o lançamento em 1961, da raspadeira agrícola,

cujas concepções construtivas inéditas lhe valeram a concessão pelo INPI de patente de

invenção.

No início da década de 70 foi lançada a plataforma basculante para descarga de

caminhões graneleiros, produto que encontrou excelente aceitação nos setores ligados à

produção de cereais, cana de açúcar, citricultura e na descarga de minérios. Em 1976 a Madal

adquiriu o controle acionário da Marcoplan S/A Equipamentos Industriais. Com a fusão das

duas empresas, iniciou-se a fabricação de empilhadeiras, guindastes veiculares

autopropelidos, rebocadores de aeronaves e dos primeiros guindastes hidráulicos montados

sobre caminhões comerciais, o MD 22.

Em 2001, o grupo austríaco Palfinger incorpora a Madal S/A ao seu grupo de

empresas e a unidade caxiense passa a ser denominada Madal Palfinger S/A. Desde então,

entra em um processo de reestruturação, trazendo para a linha de produção uma série de

modelos da matriz, assim como em 2005, por exemplo, assinou um contrato de transferência

de tecnologia com a empresa alemã Sennebogen, obtendo licença para fabricação de um novo

guindaste telescópico, o BR 400 (ANEXO B).

O Grupo Palfinger, que completou 77 anos de existência em 2009, é um sólido

grupo empresarial austríaco que é considerado, em seu setor de atuação, como uma empresa

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que estabelece tendências. Atualmente, sendo líder tecnológico mundial no mercado de

guindastes hidráulicos articulados, possui 18 unidades industriais em 12 países ao redor do

mundo e possui uma rede de distribuição de mais de 6,2 mil pontos de venda e os seus

equipamentos operam em mais de 120 países. A globalização fez do grupo Palfinger um

player global com estratégia rápida de crescimento, focada em três estratégias-chave:

Pesquisa/Desenvolvimento, Produção e Marketing.

A Madal Palfinger apresenta a mais completa linha de equipamentos para a

movimentação de cargas. Seus produtos, padronizados ou especiais, são desenvolvidos para

atender a necessidade do mercado e aos requisitos de cada tipo de trabalho, garantindo maior

rapidez e eficiência. Atualmente a empresa possui mais de 400 colaboradores, divididos entre

a unidade Caxias e uma filial em São Paulo, que tem como funcionamento básico a área

comercial e a montagem de guindastes comercializados para aquela região.

A marca Madal Palfinger está representada em todo território nacional e nos

demais países da América do Sul, como a Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai

através de revendedores e distribuidores autorizados. O seu mercado está segmentado de

forma geográfica, dividido por estados e por países. A segmentação geográfica favorece a

análise dos resultados de cada mercado de atuação. Os principais mercados de atuação da

Madal Palfinger são basicamente o da construção civil, eletrificação, mineração, extração

petrolífera, florestal, portuária, movimentação de cargas em geral e indústria de alimentos,

esta última subdividida em agricultura, pecuária e pesca. Nesse conceito foram criados

diversos produtos para atender as necessidades dos clientes, e que foram divididos nas

seguintes áreas:

Gui

ndas

tes

Art

icul

ados

São equipamentos leves e rápidos que garantem versatilidade e eficiência na realização de diversos trabalhos. São projetados e construídos dentro de características técnicas avançadas, apresentando soluções inovadoras de engenharia e se destacam por sua velocidade, simplicidade, baixo peso próprio e fácil manutenção.

Gui

ndas

tes

Tele

scóp

icos

São equipamentos de maior alcance e capacidade. Montados sobre caminhões comerciais, são ideais para deslocamentos a qualquer distância. Esta linha de produto é utilizada principalmente nos setores da construção civil, na indústria de mineração e de extração de petróleo.

Gui

ndas

tes

Epsil

on

São equipamentos que possuem maior versatilidade por meio de um desenho modular. Esta é uma linha especializada em guindastes para movimentação de cargas nos setores de reciclagem, florestal e off road.

Quadro 1: Linhas de guindastes Fonte: O autor com base nos dados da Pesquisa

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A empresa possui um planejamento estratégico, que serve tanto para prevenir

fatos que podem colocar em cheque investimentos, como para aproveitar novas

oportunidades, conhecendo o segmento de atuação e estudando-o em toda a sua dimensão. A

seguir é apresentado o quadro de conceitos estratégicos da Madal Palfinger:

Figura 1: Conceitos Estratégicos Madal Palfinger Fonte: Adaptado do site da empresa

A análise SWOT da empresa Madal Palfinger tem por objetivo o estudo do

cenário externo e da realidade interna, além de verificar a posição estratégica nos seus

segmentos de atuação. Permite conhecer os fatores favoráveis e desfavoráveis que o mercado

apresenta, além de situar a organização dentro do seu real contexto. A análise se divide em

ambiente interno, composto pelos pontos fortes e pontos fracos, e o ambiente externo,

relacionado às oportunidades e ameaças. A partir dessa divisão é possível estabelecer aquilo

que é de responsabilidade da empresa, e o que é uma antecipação do futuro, ou seja, o que se

pode traçar a respeito de possibilidades positivas ou negativas do macro ambiente econômico.

O Quadro 2 apresenta a matriz SWOT da Madal Palfinger S/A:

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AM

BIE

NTE

INT

ERN

O

Pontos Fortes

a) A marca Madal é muito forte no mercado Brasileiro, assim como a marca Palfinger e a marca Sennebogen no mercado internacional;

b) Máquinas em operação com mais de 20 anos de uso; c) Disponibilidade de peças de reposição e serviços localmente; d) Conformidade com normas e leis através da Integração Veicular; e) Forte Know how nos processos de fabricação.

Pontos Fracos

a) Entrega de peças de reposição demorada; b) Falta de mão de obra de assistência técnica com língua estrangeira; c) A rede de representantes não consegue mostrar os diferenciais dos produtos.

AM

BIEN

TE E

XT

ERN

O

Oportunidades

a) Oportunizar renovação de frotas para os guindastes fora de linha em operação; b) Oportunizar treinamento de operadores a fim de fidelizar o produto; c) Atuar junto a companhias estatais com a finalidade de licitações a seu favor; d) Maior prazo de entrega do guindaste se comparado aos concorrentes; e) Após a implantação do novo ERP aumentou o número de chamados aos

departamentos de TI Processos e TI Infraestrutura.

Ameaças

a) Ausência de aço de resistência mecânica acima de 600 Mpa no Brasil; b) Ausência de componentes hidráulicos acima de 300 bar fabricados no Brasil; c) Necessidade de importação dos itens acima, o que dificulta o atingimento do

índice de nacionalização em peso para a obtenção do FINAME; d) Devido à entrada de máquinas Chinesas de baixo custo, muitos locadores

pequenos adquiriram as mesmas, tornando disputado o mercado de modo que os grandes locadores desistem de investir neste range;

e) Grandes players com plantas instaladas no Brasil. Quadro 2: Matriz SWOT da Madal Palfinger S/A. Fonte: O autor com base nos dados da Pesquisa

Na Madal Palfinger, a Tecnologia da Informação – TI tem um papel estratégico

para seus negócios, sendo cada vez mais importante para o crescimento e obtenção de

vantagem competitiva. Diante de um ambiente de turbulência econômica e com o desafio de

encontrar novos caminhos para aumentar o potencial de crescimento, a Madal Palfinger

implantou o SAP, que é mesmo sistema de gestão utilizado pela matriz. Com essa solução

totalmente integrada, os diretores e gerentes têm a disposição informações confiáveis e em

tempo real, ou seja, apresenta a todo instante a visão mais atualizada e realista da organização.

Atualmente, com uma equipe de nove profissionais a TI da Madal Palfinger

está dividida em dois departamentos, a Infraestrutura e Processos de Negócios, onde são

responsáveis por toda a operação de apoio aos colaboradores nos processos de hardware,

sistemas, aplicativos, rede, processos, telefonia e manutenção.

As empresas que almejam crescer devem trabalhar na busca de mecanismos

para aperfeiçoar os seus processos internos e melhorar a resposta aos seus problemas, sendo

essa é uma das características das empresas de sucesso. A área de TI dentro das empresas está

cada vez mais importante para a continuidade dos negócios, pois as ferramentas

computacionais representam um importantíssimo papel no processo de desenvolvimento de

novos produtos.

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Na Madal Palfinger existe uma grande preocupação com a inovação e

desenvolvimento de seus produtos, assim como com os índices de produtividade de todos os

seus colaboradores e entende a importância que a alta disponibilidade da TI traz para os seus

negócios. Diante da importância da TI para o negócio da Madal Palfinger, e seguindo uma

tendência mundial, foi possível constatar a necessidade de automatizar os processos de

trabalho através da implantação de um sistema para registrar e gerenciar todas as solicitações

de chamados para a TI.

Atualmente na Madal Palfinger o processo de suporte ainda é realizado de

forma convencional, ou seja, via telefone, indo pessoalmente à sala de TI ou quando os

profissionais de TI são “capturados” nos corredores da empresa para atender às dúvidas de

usuários. Este atual cenário faz com que o processo de suporte aos serviços de TI tenha um

trabalho contínuo de “apagar incêndios”, apresentando quase sempre os mesmos erros e falhas

e não possuindo uma postura preventiva. É comum acontecer da imagem do departamento de

TI, ficar prejudicada em virtude da insatisfação do usuário que acredita que as falhas

decorrentes são por má qualidade dos equipamentos, dos sistemas ou até dos profissionais que

compõem essa área. Ou ainda fazendo com que a descrença possa levar alguns departamentos

da empresa a adotarem as suas próprias soluções, sem respeitar um plano centralizado e

elaborado para a TI. Outro ponto negativo, é que não há indicadores de abertura e conclusão

das solicitações dos usuários da TI.

Trilhar caminhos conhecidos, testados e já aprovados é, sem dúvida, uma boa

forma de não desperdiçar investimentos e evitar erros, por isso o Service Desk, é uma função

dentro da TI que objetiva alinhar os serviços de TI aos requisitos do negócio da empresa, e

também ser o único ponto de contato entre os usuários e o departamento de TI. Dentre as

principais atividades podemos citar: receber e gravar todas as chamadas dos usuários, gravar e

acompanhar incidentes e reclamações, contribuir na identificação de problemas, dentre outros.

Nesse contexto, a utilização desse conceito traz muitos benefícios, não somente

o de solucionar os incidentes, mas em atuar preventivamente, evitando ações de emergência,

em momentos críticos. O usuário ganha maiores condições de se dedicar a sua atividade fim,

pois conta com profissionais aptos a orientá-lo e apoiá-lo nos recursos de TI. A área de

tecnologia tem seu trabalho organizado e reconhecido, com históricos que permitem o

atendimento ao usuário da forma mais eficiente possível. Os usuários ganham uma visão clara

e precisa de quem está cuidando de um determinado incidente e quando a situação estará

resolvida, e também o gestor, que passa a ter um raio-x da TI e poderá tomar decisões que

irão corrigir e prevenir as possíveis falhas rapidamente.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será apresentada uma breve revisão da literatura sobre os

conceitos, estudos e metodologias provenientes de vários autores, com a finalidade de

sustentar o desenvolvimento deste trabalho e, ainda, tendo como relação o objetivo geral e os

objetivos específicos deste trabalho.

2.1 Tecnologia da Informação

Por vários anos, a Tecnologia da Informação – TI, foi considerada como um

item de suporte para as empresas e que a princípio não gerava qualquer retorno para os

negócios. Mas as aplicações de TI foram melhorando dentro das empresas e em pouco tempo

ela começou a automatizar vários processos, melhorando e otimizando as atividades. Dessa

forma, a utilização da TI deixou de ser uma preocupação essencialmente técnica e assumiu

uma importância estratégica, passando a ser considerada como um fator de sobrevivência para

as empresas.

Para Foina (2001, p. 31), a TI pode ser conceituada como: “[...] um conjunto de

métodos e ferramentas, mecanizadas ou não, que se propõe a garantir a qualidade e

pontualidade das informações dentro da malha empresarial [...]” e para atingir os seus

objetivos, a TI deve agir sobre os seguintes pontos:

a) definir conceitualmente os termos e vocábulos usados na empresa;

b) estabelecer o conjunto de informações estratégicas;

c) atribuir responsabilidades pelas informações;

d) identificar, otimizar e manter o fluxo de informações corporativas;

e) mecanizar os processos manuais;

f) organizar o fluxo de informações para apoio às decisões gerenciais.

A união desses componentes faz com que as empresas tenham melhor atuação

no atual ambiente econômico, agregando valor de mercado e capacidade de gerir as

informações de forma eficiente.

Atualmente a TI deixou de ser apenas uma condição de desejável e foi elevada

para o status de essencial aos negócios de qualquer empresa. Rezende e Abreu (2006)

conceituam a TI como sendo os recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso

da informação.

Page 21: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

21

Turban, Rainer e Potter (2004) definem TI em uma definição mais restrita, o

que inclui hardware, bancos de dados, software, redes e outros dispositivos. O autor ainda

complementa que o termo TI pode ser usado em um sentido mais amplo, para descrever um

conjunto de diversos sistemas de informações, usuários e gestão de uma empresa inteira.

A TI vem contribuindo para que as empresas tornem-se mais eficientes,

destacando-se como uma vantagem competitiva atualmente, pois a obtenção e manutenção

desses diferenciais é hoje uma necessidade para a sobrevivência das empresas e o sucesso

empresarial está totalmente ligado a uma integração bem sucedida de TI com o negócio. Com

isso, a área de TI deixa de ser apenas um provedor de tecnologia e passou a ser um parceiro

de negócios, seu modelo tradicional de atuação passa a ser orientado a serviços, ou seja,

funcionando como um prestador de serviços.

“Para ser capaz de fornecer os serviços de TI de acordo com a funcionalidade,

níveis de serviço e custo acordados, a forma de trabalho orientada a processos é a melhor

forma de estruturação da área de TI” (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007 p.23). Os autores

ainda evidenciam que a TI tradicional pode ser definida como uma provedora de tecnologia,

trabalhando de dentro para fora, focadas na maximização dos seus recursos, e sendo orientada

a serviços.

Tendo como objetivo o aprimoramento da área de TI, Magalhães e Pinheiro

(2007, p.22) propõem “[...] dotar a área de TI de um elevado grau de flexibilidade, fazendo

com que ela colabore para o aumento da adaptabilidade da organização”. Com isso, Este

pensamento cria o conceito de Central de Serviços ou Service Desk que é focado em quatro

pilares básicos:

a) serviços de TI – uma área de TI fornece serviços aos seus usuários. Estes

estão interessados no fornecimento dos serviços e não no que é necessário

para o fornecimento dos mesmos;

b) processos de TI – Para ser capaz de fornecer os serviços de TI de acordo

com a funcionalidade, níveis de serviço e custos acordados, o trabalho

orientado a processos é a melhor forma de estruturação da área de TI;

c) organização dos recursos de TI – uma área de TI é caracterizada pela

divisão de tarefas e responsabilidades entre seu pessoal, para poder fornecer

os serviços de TI demandados pelas áreas de negócios. As áreas de TI

necessitam ser rápidas e flexíveis;

d) tecnologia de TI – o gerenciamento da infraestrutura de TI é feito

primordialmente com o auxílio de ferramentas de gerenciamento de

Page 22: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

22

sistemas providos pelos diferentes fornecedores desta área. Os processos de

gerenciamento dos serviços de TI são suportados por ferramentas

específicas para tanto, as quais necessitam interagir com as aquelas de

gerenciamento de sistemas.

O sucesso de uma organização está condicionado à eficácia com que os seus

processos internos são executados. Um processo informatizado de TI para dar suporte aos

usuários deve estar integrado aos demais processos de negócio da organização. Qualquer

processo para ser bem gerenciado, tem a necessidade de que ele seja bem definido e possua

indicadores de desempenho. Se não houver esses indicadores, o processo não pode ser

gerenciado, pois os processos sem indicadores são inviáveis de ser implantados.

2.2 O que é o Call Center, Help Desk e Service Desk

Call Center ou central de atendimento é composta por estruturas físicas e de

pessoal, que têm como objetivo centralizar o recebimento de ligações telefônicas,

distribuindo-as automaticamente aos atendentes e possibilitando o atendimento aos usuários

finais, realização de pesquisas de mercado, vendas, retenção e outros serviços por telefone,

internet, chat ou o próprio e-mail. A ênfase principal é no atendimento de um grande volume

de ligações. Em um Call Center que usa uma tecnologia mais avançada nas posições de

atendimento – PA's, os operadores contam com terminais de vídeo ou computadores ligados

em rede que permitem consultar e efetuar registros das chamadas e dos atendimentos

realizados. Também são utilizados softwares que monitoram e gravam as ligações telefônicas

e controlam o fluxo das chamadas, fornecendo dados para o melhor gerenciamento dos

recursos humanos e tecnológicos.

Help Desk é um termo que designa o serviço de apoio a usuários para suporte e

resolução de problemas técnicos em informática, telefonia e TI. Magalhães e Pinheiro (2007)

definem que o conceito de Help Desk, está no seu propósito principal, que é atender a todas as

requisições de ajuda e resolver incidentes o mais rápido possível e assegurar que nenhuma

requisição de ajuda seja perdida ou ignorada.

Com a evolução do Help Desk, surgiu a Central de Serviços ou Service Desk.

Sua criação surgiu da melhoria do Help Desk, e que seria a evolução do mesmo, mas que

possui uma abrangência e qualidade maior, sendo que a diferença do conceito está na

necessidade de a equipe de Service Desk conhecer o negócio da empresa e a gestão é

concentrada nisso. Os objetivos de um Service Desk é o de ser o primeiro e único ponto de

Page 23: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

23

contato para os usuários e outras áreas de TI, de diminuir a ocorrência de erros, com redução

do tempo de resolução dos problemas, planejamento e prevenção, fazendo com que a empresa

ganhe em produtividade. Sua missão principal é o restabelecimento da operação normal dos

serviços de TI o mais rápido possível, minimizando o impacto nos negócios causados por

falhas.

Para Magalhães e Pinheiro (2007), o Service Desk é a principal interface

operacional dentro da corporação entre a área de TI e os usuários de seus serviços. É o

primeiro contato dos usuários com a área de TI quando existir qualquer necessidade.

“O Service Desk é a interface amigável do usuário aos benefícios que a TI traz

aos negócios e é responsável pela primeira impressão que a área de TI dará aos seus usuários

quando da necessidade de interação.” (MAGALHÃES; PINHEIRO, 2007 p. 107). Conforme

o quadro 3, são apresentados alguns fatores que distinguem o Service Desk do Call Center /

Help Desk:

CALL CENTER / HELP DESK SERVICE DESK

Reativo – Espera o usuário e “apaga incêndios"

Proativo – Se antecipa às necessidades do cliente, atuando de forma proativa e fazendo marketing do serviço

Contorna os efeitos dos problemas, repetidas vezes, sem focar na solução de suas causas

Foca na solução das causas dos problemas, para que eles não mais se repitam

Equipe com foco técnico, atendendo demandas de suporte técnico

Equipe com foco em serviços, atendendo demandas e estratégias de negócio

Descentralizado e com fluxos difusos e fragmentados

Centralizado e com fluxos bem definidos e integrados

Ponto de contato para suporte aos incidentes e problemas

Ponto único de contato para todos os serviços de TI

Conhece superficialmente o negócio da empresa Conhece bem o negócio da empresa

Fraco relacionamento com outras equipes de TI

Forte relacionamento com outras equipes de TI

Busca apenas atender as necessidades de suporte Representa o interesse dos usuários de TI

Conhece a infraestrutura e os sistemas TI Conhece os serviços de TI (catálogo de serviços)

Reporta apenas o registro de incidentes e problemas Reporta o andamento de todas as solicitações

Acompanha e informa os indicadores de tempo de atendimento das solicitações

Acompanha e informa os indicadores aos gestores de TI, buscando a melhoria entre os processos e o alinhamento com os objetivos da área

Quadro 3: Principais diferenças entre Call Center / Help Desk e Service Desk Fonte: O autor

Page 24: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

24

Um Call Center / Help Desk tradicionalmente atende problemas de hardware e

ajuda a softwares básicos, enquanto o Service Desk assume todas as solicitações dos usuários

relacionadas a qualquer serviço prestado pela a área de TI. O Service Desk compila e organiza

estas solicitações, gerando um mapeamento detalhado de problemas e soluções encontradas. É

possível, por exemplo, saber quantas demandas de serviços de suporte é feitas todos os meses,

quais são os problemas mais frequentes, qual o tempo médio entre a abertura do chamado e a

resolução e qual departamento ou usuário com o maior número de ocorrências.

Estes controles são muito importantes para as empresas e para os gerentes de

TI, permitindo a atuação de forma proativa e direta. O Service Desk ajuda os gestores de TI a

determinarem ações como substituição de máquinas, instalação de softwares mais adequados

ou até mesmo o treinamento de funcionários. Com isto, é possível reduzir custos,

potencializar a utilização de equipamentos e aumentar a produtividade.

Ainda, a diferença básica entre a nomenclatura Service Desk e Call Center /

Help Desk está na maturidade do setor, pode-se dizer que uma corporação que possui na área

de TI profissionais com grande expertise na infraestrutura de TI provavelmente possui um

Help Desk. Já o Service Desk possui um escopo de serviço mais abrangente, ou uma função

mais estratégica dentro da empresa, está mais ligado ao negócio do que às funções de TI

especificamente (COSTA, 2005).

O Service Desk provê um relacionamento estreito entre os usuários finais e a

equipe de TI, garantindo a satisfação e tornando-se estratégico para maximizar a

disponibilidade dos serviços de TI. Na medida em que o Service Desk executa um papel ativo

como canal de comunicação para o controle do incidente, ele também fornece um ponto de

contato para perguntas sobre assuntos gerais relacionados aos serviços, incluindo orientação

sobre o progresso de incidentes e problemas reportados e a divulgação de informações

relevantes.

2.2.1 Tipos de Service Desk

De acordo com OGC (2001a) e Magalhães e Pinheiro (2007) um Service Desk

poderá considerar três tipos de estruturas:

a) local - é considerado um Service Desk local quando toda a infraestrutura de

Service Desk estiver localizada juntamente dos usuários dos serviços de TI.

Esta estrutura é utilizada nas organizações onde a estrutura organizacional

está centralizada;

Page 25: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

25

b) centralizada - um Service Desk é considerado centralizado, quando sua

infraestrutura está localizada em um local diferente dos usuários de serviço

de TI. Esta estrutura é a mais utilizada em grandes empresas;

c) virtualizado - um Service Desk virtualizado possui sua infraestrutura

localizada em diferentes locais, de âmbito nacional ou internacional,

podendo ser acessada de qualquer lugar do mundo. Nesta arquitetura, o

usuário não conseguirá identificar de onde está partindo o suporte prestado.

2.2.2 Gerenciamento de serviços

Antes de iniciar os conceitos é importante demonstrar o que é um incidente e o

seu ciclo de vida. Qualquer evento que não é parte de uma operação padrão de um serviço que

causa ou pode causar, uma interrupção ou uma redução na qualidade daquele serviço é

chamado de incidente, ou seja é um erro ou uma falha nos processos provocados tanto por

hardware, quanto por software ou até mesmo falha humana e que são conhecidos pelos

técnicos por acontecerem frequentemente, e muitas das vezes já possuem uma solução pronta

para ele. Um incidente passa por vários estágios durante o seu ciclo de vida, sendo

classificado de acordo com a sua frequência. Objetivando um melhor entendimento e análise,

é apresentado abaixo o quadro 3 contendo o ciclo de vida de um incidente:

Quadro 4: Ciclo de vida de um incidente Fonte: Adaptado de Magalhães e Pinheiro (2007, p.139)

As necessidades dos usuários integradas com o negócio da empresa é o que

deve ser entendidas pela equipe de TI das empresas. Para atender a estas necessidades é

necessário buscar e implementar soluções e tecnologias disponíveis no mercado. Para que os

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26

usuários trabalhem de forma eficiente e eficaz são necessários processos que digam como as

atividades devem ser executadas, assim como, devem também existir processos que controlem

e monitorem a entrega de serviços sempre com o mesmo padrão. Pessoas, processos e

tecnologia são os três elementos principais do gerenciamento de serviços de TI, e os três

juntos fornecem serviços que atendam às necessidades dos usuários.

Agrupando as atividades em processos, seu controle se torna mais fácil,

possibilitando a criação de métricas para acompanhamento de desempenho, buscando-se a

eficiência e eficácia. Os processos que não são possíveis de monitorar através de indicadores

não são viáveis.

Um importante fator para um Service Desk é a elaboração de um catálogo de

serviços.

Cohen (2008), esclarece que tal como um cardápio de restaurante onde são apresentados os serviços que o mesmo oferece, é necessário listar o que é disponibilizado aos usuários de TI. Esse procedimento facilita que ambos os lados compreendem que as coisas podem ser pedidas e quais precisam de uma negociação especial, sendo o primeiro passo para a organização de um Service Desk.

Outro ponto muito importante é que todos os incidentes reportados para o

Service Desk geralmente é feito em algum sistema, gerado um número de chamado que será

informado ao usuário. Com isso, todo incidente detectado, deve ser documentando em uma

base de conhecimento.

Conforme Lima (2009): o catálogo de serviços é o cardápio oferecido pelo Service Desk aos usuários de sua empresa. Ele possui todos os serviços oferecidos, softwares e sistemas corporativos que podem ser instalados e suportados. Se bem utilizado, não há possibilidade do técnico cometer o erro de prestar suporte a um software que sequer foi homologado na empresa. Mas a elaboração de um catálogo de serviços não é tarefa simples, embora seja fundamental. Funciona, primeiramente, como uma consultoria, um processo no qual descreve-se todas as necessidades do ambiente e os itens que compõem a infraestrutura da empresa, tanto física quanto lógica.

Para Semer (2009) é imprescindível que a empresa possua um software de

abertura de chamados que contenha essa estrutura. No Brasil não existem bases de

conhecimentos prontas para serem utilizadas, ficando a cargo das empresas o preenchimento e

atualização continua dentro do software. Diante disso, quanto mais os técnicos colaborarem

com informações para o acervo, inserindo conteúdo, a base de conhecimentos será mais

valiosa, pois o conhecimento técnico é um patrimônio que precisa ser conservado dentro das

empresas.

Page 27: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

27

Conforme Cohen (2008) a base de conhecimento é um repositório que

armazena orientações, scripts e/ou soluções para os principais problemas que chegam para a

área de suporte, ou seja, é o acúmulo de informações sobre determinados assuntos. Essas

informações podem ser utilizadas na solução dos problemas apresentados pelos usuários.

A função da base de conhecimento é auxiliar o analista da área de suporte

quando o mesmo se deparar com um incidente que já tenha ocorrido anteriormente, desta

forma ele irá economizar tempo e automaticamente aumentar a satisfação do cliente. Cohen

(2008) identifica alguns benefícios que a base de conhecimento pode propiciar para a área de

TI:

a) compartilhamento do conhecimento: quando um técnico sair do

departamento, parte do seu conhecimento ficará retida junto aos documentos

relatados;

b) aumenta a agilidade no atendimento ao usuário, pois um técnico torna-se

mais rapidamente produtivo por ter as respostas em mãos;

c) o usuário recebe a mesma qualidade de resposta à sua questão, independente

do técnico que o atender, melhorando a condução da equipe, pois impede

que o usuário procure o seu técnico “preferido”;

d) custo e tempo de responder ligações são eliminados quando o problema é

resolvido na primeira ligação, dispensando contatos posteriores;

e) o novo técnico torna-se rapidamente produtivo, minimizando as exigências

iniciais de treinamentos e a base de conhecimento serve também como

ferramenta de treinamento para novos técnicos;

f) melhora a comunicação entre as áreas de TI;

g) o conhecimento é capturado e se torna um recurso intelectual para o

departamento, pois o conhecimento é aproveitado mesmo depois que a

pessoa que o agregou deixar o departamento;

h) o problema é pesquisado e resolvido de uma única vez, sem o técnico se

defrontar com o problema diversas vezes e resolvê-los com métodos e

resultados diferentes;

i) ausências com baixo impacto: analistas ou técnicos com menos experiência,

poderão prestar atendimento ao cliente, ou seja, caso haja necessidade de

algum técnico se ausentar outros poderão substituí-lo.

Page 28: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

28

Cohen (2008) destaca que para construir uma base de conhecimento adequada, é preciso ter consciência de qual problema se pretende resolver, e dessa forma é oferecido uma solução definitiva. Mas levando em conta que muitos incidentes são gerados por um único problema, o autor evidencia que o famoso princípio de Pareto indica que 20% dos problemas geram 80% do volume de trabalho para o suporte da TI.

Montar e administrar uma base de conhecimento não é um processo simples,

entretanto, tal ferramenta é imprescindível para a manutenção do conhecimento dentro do

departamento de TI, assim como o aumento na agilidade nos atendimentos e o respectivo

impacto positivo no negócio. Mas também é importante entender que a base de conhecimento

é um processo de melhoria permanente e que tem a necessidade de ser aprimorado a cada dia.

Para isso, é importante que seja verificado se cada incidente cadastrado está realmente sendo

útil e identificar sua eficiência é muito importante e também questionar ao solicitante se a

solução para determinado incidente foi útil ou não na solução do problema, seja através do

sistema ou via pesquisa, a avaliação precisa ser constante.

Cohen (2008) evidencia que é importante a utilização de métricas no suporte de

TI, no sentido de saber o desempenho do departamento, mas conseguir mensurar todo o

trabalho que é destinado aos usuários, seja em forma de consultoria, suporte, análise e

desenvolvimento, pode ser um desafio. Nesse contexto, é apresentado na figura 3 um processo

de avaliação das métricas:

Figura 2: Processo de avaliação de métricas Fonte: Adaptado de Cohen (2008, p. 96)

Exemplos de métricas, que podem ser utilizados no Service Desk:

a) tipo de chamados classificados por incidência;

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29

b) tipos de chamados classificados por tempo;

c) tipos de chamados classificados por usuário e departamento;

d) tempo de espera para atendimento;

e) tempo de solução de atendimento;

f) tipos de chamados classificados por tempo por departamento;

g) causas de ocorrência de incidentes por quantidade e tipo de chamado.

Também segundo Cohen (2008), existem as pesquisas de satisfação, ou

qualquer outra forma de obter feedback do usuário, que oferecem uma perspectiva da TI sobre

sua performance, a qual não é refletida nas métricas estatísticas. Esse feedback do usuário diz

o que ele pensa do atendimento, da rapidez e precisão dos serviços prestados.

De acordo com Semer (2009) o objetivo da realização de pesquisas de satisfação é avaliar os serviços prestados segundo a percepção dos usuários, permitindo a identificação de possíveis desvios na metodologia do atendimento para que correções sejam feitas, garantindo a melhoria contínua dos serviços. Outro objetivo é elevação do nível do atendimento. Ainda segundo a autora, é aconselhável que a periodicidade seja anual, entretanto é importante que constantemente sejam realizadas pesquisas por amostragem como, por exemplo, pedir ao usuário pontuar o atendimento logo após o seu encerramento. Nos casos de alguma insatisfação, o chamado deve ser analisado desde o seu início para que seja possível identificar claramente o processo que precisa ser melhorado e desta forma evitam-se surpresas desagradáveis nas pesquisas anuais.

A realização de uma pesquisa de satisfação consolida um canal de

comunicação através do qual o público alvo pode expressar suas opiniões e expectativas em

relação aos serviços prestados. É o canal onde a TI recebe elogios, críticas e sugestões, que

contribuirão para que o trabalho seja aprimorado constantemente. Além disso, os usuários

podem ter a oportunidade de relatar se estão com alguma necessidade em relação aos serviços

prestados pela TI.

2.3 Conceito de sistema

A evolução da informática em todos os campos de atuação das empresas e,

principalmente na área de gestão empresarial, veio ao encontro das reais necessidades de

agilizar os processos de informações e decisões das empresas. E num ambiente cada vez mais

complexo tecnologicamente, o sucesso empresarial passa a depender de modo fundamental,

da capacidade de organização em termos de administrar a sua base informacional, e aproveitar

as oportunidades de diferenciação que as novas tecnologias da informação oferecem.

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30

Na visão dos autores Pereira e Fonseca (1997, p. 241), “sistemas são

mecanismos de apoio, desenvolvidos com base na tecnologia de informação e com suporte da

informática para atuar como condutores das informações que visam facilitar, agilizar e

otimizar os processos nas organizações.” Na definição de O’Brien (2004, p.07), “sistema pode

ser definido simplesmente com um grupo de elementos inter-relacionados ou em interação

que formam um todo unificado”. O autor ainda exemplifica que um sistema de Help Desk

ajuda os representantes do atendimento a auxiliarem os usuários que estão tendo problemas

com um produto ou serviço, fornecendo dados ou sugestões para solucionar problemas.

Coêlho (et al., 2003), define que sistemas de Help Desk compõem cada vez

mais o crescente mercado de tecnologias computacionais, assim como Data Warehouse,

Groupware, Data Mining, etc. Silva (2004, p.12) evidencia que “uma ferramenta de Help

Desk, sem dúvida proporciona um diferencial que além da documentação e sistematização

oferece possibilidade de análise dos processos e fluxo de informações”.

Os sistemas objetivam a resolução de problemas organizacionais internos, e a

consequente preparação para enfrentar as tendências da crescente competitividade de

mercado. Um sistema de controle de abertura de chamados é extremamente útil quando uma

empresa possui um canal de comunicação entre departamentos, onde é importante controlar o

chamado até que o mesmo seja finalizado, mantendo um controle de quem, quando e o que foi

realizado para atender determinada solicitação.

2.4 Implantação de um sistema

Para que um trabalho de TI seja elaborado e implantado, é necessário o

envolvimento das diversas áreas de uma organização. No processo de implantação de um

sistema é importante a escolha que melhor se adapte e atenda às necessidades da empresa.

Tão importante quanto o custo total de implantação do sistema, também se deve levar em

consideração a análise da adaptabilidade, infraestrutura e facilidades de uso.

Rezende (2007) conceitua que a fase de implantação sucede os projetos de

teste, treinamentos e documentação. O autor ainda destaca que essa é a etapa chamada “prova

de fogo” para o sistema ou software, porque passa a externar o resultado final e real, aceito ou

não pelo usuário e pela administração da empresa e pela própria TI.

Cassarro (2001) destaca que o objetivo da etapa de implantação é colocar o sistema em funcionamento, conforme o cronograma feito. A gestão ou usuários não têm a necessidade de dispor de conhecimento sobre definições técnicas, isso não faz parte

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do papel deles, contudo, a gestão e usuários envolvidos devem definir com clareza as necessidades da empresa, assim como todas as vantagens que o sistema informatizado poderá trazer para os processos e tomada de decisões da organização.

Para que a implantação alcance seu objetivo final são realizadas diversas

atividades que envolvem vários tipos de trabalhos, e dependendo da complexidade e o

tamanho do sistema a ser implantado irá ter inúmeras pessoas envolvidas em várias tarefas ou

em tarefas específicas.

As pessoas envolvidas na implantação, a equipe, pode vir a aumentar no

decorrer da implantação, como por exemplo, no número de usuários para ratificar integrações,

realizar testes, teste de dupla realidade, envolvimento da alta gerencia da organização para

validar implantação, aumento de tarefas específicas, aumento de pessoas técnicas para

correções de falhas e/ou no serviço prestado por terceiros.

A execução da implantação acontece com a disponibilização do sistema, com o

mesmo em funcionamento e pela avaliação da pós-implantação que requer já um certo tempo

de uso para que o sistema alcance uma maturidade. (REZENDE, 2007).

Colangelo (2001) esclarece que as oportunidades associadas à implantação de

um sistema são encontradas nos planos estratégicos e tático-operacionais. Por exemplo:

a) oportunidades estratégicas são aquelas associadas à melhoria na posição

competitiva da empresa. Exemplos típicos são: maior flexibilidade para

lançar novos produtos, capacidade de entrar em novos mercados ou nichos

de mercados, capacidade de reestruturação por compra de outras empresas

ou venda de negócios ou divisões;

b) oportunidades tático-operacionais são aquelas que podem resultar em

aprimoramento nos processos de negócio. Alguns exemplos de possíveis

melhorias em processos são: automação de processos manuais, diminuição

da duração de ciclos, redução de custos, integração entre processos,

agilização de respostas e melhorias em níveis de serviços.

A diferença entre o desempenho atual e o desempenho esperado corresponde à

oportunidade associada à melhoria ou automatização de um processo.

2.4.1 Fases de implantação de um sistema

A implantação de um sistema é um esforço delimitado no tempo e gera um

produto único no contexto da empresa e, portanto, deve ser tratada como um trabalho. Isso

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32

quer dizer que a implantação deve ser planejada e gerenciada usando técnicas de gestão de

projetos. Colangelo (2001) apresenta as fases de uma implantação como sendo compostas por:

a) Pré-implantação: composta pelo estudo de viabilidade do projeto e a escolha

de produtos e parceiros;

b) implantação: composta por projeto de implantação, construção do modelo

de testes e implantação;

c) pós-implantação: composta por estabilização e materialização dos

benefícios, aplicações integradas e e-business e atualizações do sistema.

Já O’Brien (2004) sugere algumas etapas básicas para a implantação de um

novo sistema. Conforme figura 4, as fases para a implantação de um sistema são:

Figura 3: Atividades de implantação de sistemas Fonte: Adaptado de O’Brien, 2004.

O’Brien (2004) cita ainda outras atividades de implantação tais como:

a) testes de sistema – podem envolver testes de desempenho, testes de

depuração de software e testes de novo hardware, servindo para efetuar

as correções necessárias nos programas, procedimentos e hardware

utilizados pelo novo sistema;

b) documentação – funciona como método de comunicação que entra as

pessoas responsáveis pela implantação de um sistema, incluindo

procedimentos para os usuários finais e para o pessoal de TI;

c) treinamento – serve para educar e treinar os usuários finais como o

novo sistema afeta as operações e a administração da empresa.

O’Brien (2004) traz ainda duas importantes questões a serem observadas pelas

empresas quando decidem pela implantação de um novo sistema:

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a) usuário final e mudança – qualquer processo de mudança causa impactos

psicológicos nos ambientes profissionais e dessa forma a implantação de

novas tecnologias pode gerar resistência à mudança por parte dos usuários.

Por isso a participação direta do usuário final antes da implantação é muito

importante na redução do potencial de resistência do usuário final;

b) administração da mudança – as pessoas constituem o foco principal da

administração da mudança, sendo que os resultados dependem diretamente

das pessoas. Um aspecto que deve ser considerado é o envolvimento e

comprometimento da alta administração da empresa, que é um dos

requisitos básicos para suportar as mudanças. E, para que esses profissionais

aceitem e entendam o processo de mudança é necessário que sejam

trabalhados de forma efetiva.

Em outra visão, Cornachione (2001) apresenta as fases de implantação, que

estão compostas dos tópicos a seguir:

a) diagnóstico – esta fase seria de reconhecimento e identificação de um ou

vários problemas onde todas as equipes de trabalho, pré-determinadas e

treinadas nas funcionalidades do sistema, terão o primeiro contato com os

detalhes operacionais e físicos da empresa ou área que se pretende modelar.

O produto desta fase gerará relatórios de levantamentos físicos, operacionais

e técnicos, cópias de documentos e de arquivos que auxiliam no

entendimento dos processos, funções e ações levantadas, relatórios de

eventuais entrevistas;

b) desenvolvimento de modelo conceitual – após concluído o diagnóstico,

deverá ser desenvolvido o modelo conceitual que será aplicado, e que se

destina à compilação dos conceitos levantados e aplicação destes à realidade

da empresa. O produto deste trabalho deverá ser a produção de relatórios

contendo o modelo conceitual validado;

c) desenvolvimento de modelo lógico – refere-se à identificação das restrições

existentes entre o modelo conceitual construído e as restrições técnicas e

operacionais à implantação em função da realidade identificada pelo

diagnóstico. Os produtos desta etapa serão relatórios e diagramas contendo

o modelo lógico validado;

d) desenvolvimento do modelo físico – este modelo define e descreve todas as

características físicas para a implantação da solução viável. O produto desta

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34

fase será relatórios e diagramas contendo o modelo físico validado. Ex.:

servidores, clientes, banco de dados, tabelas, estruturas, campos, dimensões,

índices, etc;

e) prototipação – nesta fase é procurado avaliar a coerência da solução

proposta, com o uso de índice de implantação (menos ou maior), funções

resumidas, tratamentos simplificados, menor massa de dados e interfaces

com usuários. O uso de telas e relatórios se faz necessário;

f) desenvolvimento de aplicativo – nesta etapa são construídas todas as

funções previstas, os procedimentos, interfaces com usuários (telas e

relatórios), eventuais classes e métodos, propriedades, o banco de dados

definitivo na plataforma esperada;

g) desenvolvimento de interfaces integradoras – em virtude de a aplicação

demandar integração com outros sistemas utilizados pela empresa, faz-se

necessária a construção de uma coleção de interfaces com o objetivo de

integrar os bancos de dados com o aplicativo;

h) testes e validação final – após o desenvolvimento de todas as etapas

anteriores, surge a necessidade da realização de testes integrados no sistema,

e estes deverão produzir relatórios para avaliação do funcionamento e

consistência do mesmo;

i) documentação – ao longo das etapas anteriores, esta fase vai materializando-

se pela compilação dos documentos que contemplam visões conceituais,

técnicas e operacionais;

j) treinamento e capacitação – contempla a internalização do conhecimento,

fruto do desenvolvimento das fases anteriores, buscando-se o maior número

de pessoas envolvidas no uso do novo sistema;

k) instalação em ambiente de produção – fase final relativa à instalação da

solução em meio físico, ou seja, do aplicativo e todos os componentes na

camada de informática da empresa identificada como ambiente de produção;

l) manutenção – fase que representa um papel fundamental ao longo do ciclo

de vida do sistema, pois sem este acompanhamento pode tornar-se obsoleto,

buscando sempre o acompanhamento das adaptações operacionais e

estruturais da empresa.

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35

Tendo como objetivo de facilitar o entendimento dos conceitos que os

diferentes autores utilizam sobre as fases de implantação de um sistema, é apresentado abaixo

um resumo do enfoque de cada autor estudado:

AUTOR FASES DE IMPLANTAÇÃO

Colangelo Pré-implantação

Implantação

Pós-implantação

O’Brien Aquisição ou desenvolvimento de software

Treinamento

Testes de sistema

Documentação

Conversão

Cornachione Diagnóstico

Desenvolvimento de modelo conceitual

Desenvolvimento de modelo lógico

Desenvolvimento do modelo físico

Prototipação

Desenvolvimento de aplicativo

Desenvolvimento de interfaces integradoras

Testes e validação final

Documentação

Treinamento e capacitação

Instalação em ambiente de produção

Manutenção Quadro 5: Enfoque dos autores sobre as etapas de implantação de um sistema Fonte: O autor

Page 36: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

36

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo tem como objetivo descrever a metodologia de pesquisa que foi

utilizada neste trabalho, detalhando questões tais como: tipo e método de pesquisa, local e

contexto, técnicas de coleta e análise de dados e desenvolvimento da pesquisa.

3.1 Tipo e método de pesquisa

Atualmente existem vários conceitos sobre pesquisa, pois os estudiosos ainda

não chegaram a um consenso sobre o assunto.

Gil (2008, p.26) define a pesquisa como o processo formal e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas mediante o emprego de procedimentos científicos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

Já para os autores Marconi e Lakatos (2008) a pesquisa sempre parte de um

tipo de problema ou de uma interrogação. Dessa maneira, ela vai responder às necessidades

de conhecimento de certo problema ou fenômeno, e várias hipóteses são levantadas e a

pesquisa pode invalidá-las ou confirmá-las.

Diante das características deste trabalho e a pouca disponibilidade de

informações no idioma Português sobre o assunto, fez com que o método de pesquisa seguisse

um caráter exploratório. De acordo com Roesch (2005), quando o objetivo é explorar um

tema ao qual se possui pouco conhecimento, utilizam-se pesquisas exploratórias, e esse tipo

de pesquisa proporciona um entendimento melhor junto ao problema, facilitando o

aprimoramento de ideias.

Com este tipo de pesquisa será possível facilitar o levantamento de

informações necessárias para possibilitar a proposta de implantação do sistema Tichet Center.

Através disso, será possível pesquisar e estudar a melhor forma de criar um processo

adequado à empresa Madal Palfinger. E para se atingir um resultado de excelência, o escopo

de pesquisa que será utilizado é o estudo de caso.

De acordo com Yin (2005) o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca contribuir com o conhecimento que se tem a respeito de fenômenos organizacionais, sociais e políticos dentro da organização. Ainda, segundo o autor, o estudo de caso possui algumas fontes de evidência, sendo que as mais utilizadas são:

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documentação, registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos.

Para Yin (apud ROESCH 2005, p.155), o estudo de caso tanto pode trabalhar

com evidência quantitativa ou qualitativa. O estudo de caso não quer necessariamente um

modo único de coleta de dados, como a observação participante. Mesmo considerando a

opinião de Yin importante, a autora acredita que o ideal é classificar o estudo de caso como

uma abordagem qualitativa, pois com frequência os estudos de caso iniciam com um esquema

conceitual fraco.

Roesch (2005) ainda enfatiza que a pesquisa qualitativa é apropriada para a

avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa ou plano, ou

mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de escolher as metas

de um programa e arquitetar uma intervenção.

Diante desse contexto e levando em consideração os objetivos deste trabalho, a

situação problemática e a justificativa do tema, será utilizada uma pesquisa do tipo

exploratória, com abordagem qualitativa e com escopo de pesquisa de estudo de caso.

3.2 Delimitação da população e amostragem

Tendo como meta alinhar o objetivo geral e os objetivos específicos deste

trabalho e concretizar a realização dos mesmos, foi definido que a pesquisa será desenvolvida

junto aos colaboradores do departamento de TI, que é onde este trabalho tem o seu foco, mas

delimitando-se aos critérios de amostragem que foram o nível de conhecimento e a função de

analista.

Foram entrevistados, inicialmente, nove profissionais sendo considerados

sujeitos para este estudo apenas dois analistas, um da área de TI Processos e outro da TI

Infraestrutura. Foram excluídos sete profissionais, pelos seguintes motivos:

a) por estar há menos de três meses na empresa e, desta forma, não ter passado

por todo o processo de integração e conhecimento da empresa;

b) por não ter o cargo de analista;

c) ou pelas respostas ou opiniões serem as mesmas dos outros colegas.

3.3 Técnicas de coleta dos dados

Segundo Roesch (2005), as principais técnicas de coleta de dados são a

entrevista, o questionário, os testes e a observação. Também é possível trabalhar com dados

Page 38: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

38

existentes na forma de arquivos, bancos de dados, índices ou relatórios. Estes não são criados

pelo pesquisador e são normalmente denominados de dados secundários, em contraste com os

dados primários que são colhidos diretamente pelo pesquisador.

Nesse sentido, a escolha pela técnica de coletas de dados que será utilizada no

desenvolvimento deste trabalho, levando em consideração que sua abordagem é qualitativa,

serão as seguintes:

a) observação da empresa: será analisada todas as áreas que depende da TI

para levantar dados concretos referente ao estudo em questão;

b) entrevista: foi elaborada entrevista com dois analistas da TI, um da área de

processos de negócios e outro da infraestrutura, para realizar o levantamento

das necessidades.

Entrevista é uma técnica que compreende uma conversa direta com as pessoas

que executam os processos, essa conversa deve ser de forma planejada e documentada.

Marconi e Lakatos (2008) definem a entrevista como um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado para investigação social, para coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.

Essa técnica é usada quando se pretende obter informações no momento da

entrevista com o entrevistado, quando a área que se pretende realizar o estudo não é muito

extensa ou quando se precisam obter informações que não estão documentadas. Nesse caso o

entrevistador deve planejá-la muito bem, visando evitar o desperdício de tempo e

objetividade, restringindo-se apenas ao bom andamento da entrevista e que todos os objetivos

sejam alcançados.

3.4 Técnicas de análise dos dados

Segundo Roesch (2005, p.169) “na pesquisa de caráter qualitativo, o

pesquisador, ao encerrar sua coleta de dados, se depara com uma quantidade imensa de notas

de pesquisa ou de depoimentos, que se materializam na forma de textos, os quais o

pesquisador terá que organizar para depois interpretar”.

Os dados coletados serão analisados conforme seu conteúdo, sem a utilização

de técnicas estatísticas. As entrevistas, feitas com os dois analistas de cada área da TI, deverão

resultar num relatório que apresentará a visão dos mesmos em relação ao processo de abertura

de chamados através de um sistema. Será feita uma análise de conteúdo das entrevistas.

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39

Segundo Roesch (2005, p.170) “os procedimentos de análise de conteúdo criam indicadores

quantitativos, cabe ao pesquisador interpretar e explicar esses resultados”.

Segundo Marconi e Lakatos (2008, p.217), o relatório é parte final da pesquisa,

seu objetivo consiste em “dar às pessoas interessadas o resultado completo do estudo, com

pormenores suficientes e dispostos de modo a permitir que o leitor compreenda os dados e

determine para si a verdade das conclusões”.

É portando, e exposição de um estudo original e de suas conclusões. É mais do

que a apresentação dos dados coletados, pois tem um propósito: comunicar os resultados da

pesquisa em toda sua dimensão, apresentando fatos, dados, procedimentos utilizados,

resultados obtidos, análise, chegando a certas conclusões e recomendações. Diante desse

contexto a técnica de análise de dados a ser utilizada para este trabalho é a análise de

conteúdo.

3.5 Desenvolvimento da pesquisa

Essa pesquisa iniciou-se com o diagnóstico realizado na empresa Madal

Palfinger, o qual possibilitou a identificação do problema e em seguida a definição dos

objetivos geral e específicos do trabalho. Em seguida, considerando o problema identificado e

o tema definido, iniciou-se o estudo do referencial teórico que serviu como base para

formação do conhecimento e geração de ideias, como também fornecendo as técnicas e

ferramentas necessárias para o desenvolvimento desse trabalho.

O conhecimento da metodologia da pesquisa científica possibilitou eleger as

técnicas que foram utilizadas, o tipo de pesquisa, o escopo do trabalho e a forma de

abordagem utilizada, bem como, a definição da técnica de coleta e análise dos dados da

pesquisa. Com base no conhecimento adquiridos na fase inicial, foram realizadas as

entrevistas estruturadas conforme atas de reunião (Apêndices B, C e D) junto aos sujeitos da

população de entrevistados, onde o entrevistador realizava perguntas aos entrevistados e

anotava todas as respostas, observações, sugestões e opiniões.

Após as entrevistas, foi realizada uma análise de conteúdo acerca das respostas,

concatenando com as ideias principais e gerando uma lista com as necessidades, servindo

como base para a próxima etapa do desenvolvimento do trabalho.

A seguir é apresentado a sequência lógica que interliga os dados necessários à

questão de pesquisa aos resultados e conclusões, contribuindo para o alcance do objetivo geral

e dos objetivos específicos:

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40

Figura 4: Desenvolvimento da Pesquisa Fonte: O autor

Page 41: Tcc_Implantação de um sistema para o gerenciamento de suporte de TI baseado no conceito de Service Desk

41

4 ANÁLISE DOS DADOS E PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

4.1 Análise e interpretação dos dados

O presente trabalho iniciou através de reuniões com os colaboradores do

departamento de TI – infraestrutura e TI – processos da Madal Palfinger, registradas através

de atas conforme Apêndice B, C e D, sendo possível identificar as necessidades, mapear o

processo atual e possibilitar a criação de um fluxo proposto.

O conteúdo das atas de reunião foi utilizado como documento que contém as

principais funcionalidades que o sistema deverá conter. Além disso, foi necessário identificar

novas funcionalidades que venham a complementar, criando um conjunto de funcionalidades

que atenda plenamente às necessidades da empresa, possibilitando um processo totalmente

voltado as prioridades que o negócio da Madal Palfinger exige.

4.2 Análise do processo atual

A TI da Madal Palfinger possui dois setores distintos, processos de negócios e

infraestrutura, apresentado na figura 5 o atual organograma:

Figura 5: Organograma TI - Madal Palfinger Fonte: O autor

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42

As principais atividades dos dois setores são suporte técnico de hardware,

software, rede, internet, email, senhas, novos relatórios, bem como o esclarecimento de

dúvidas dos usuários relacionadas aos processos e uso do SAP.

Através das reuniões realizadas com os analistas da TI e da observação direta,

que teve como finalidade esclarecer o funcionamento do processo atual, observou-se que não

existe nenhum sistema para o controle e o gerenciamento dos chamados feitos pelos usuários.

Dessa forma, o fluxo de trabalho funciona da seguinte maneira: os usuários ligam para os

ramais de atendimento do setor de TI, onde obtêm ajuda e solução para o seu problema ou

necessidade. Este fluxo está representado nas figuras 6 e 7 abaixo:

Liga para o TI -infraestrutura

Informa a necessidade Identifica problema

Possui ferramenta ou maneira de resolver o

problema?

Procura outra maneira de solucionar o

problema

Realiza procedimentos

O problema foi resolvido?

Retorna às suas atividades normais

SIM

NÃO

SIM NÂO

USUÁRIO TI - INFRAESTRUTURA

Figura 6: Processo atual TI - Infraestrutura Fonte: o autor com base na pesquisa

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43

Liga para o TI – Processos de negócios e informa a

necessidade ou problema

Identifica problema

Possui ferramenta ou maneira de resolver

o problema?

Procura outra maneira de contornar o problema

Realiza procedimentos

O problema foi resolvido?

Retorna às suas atividades normais

SIM

NÃO

SIM NÃO

USUÁRIO TI – PROCESSOS DE NEGÓCIOS

É problema ou necessidade?

Abre um chamado na

matriz

Problema Necessidade

Figura 7: Processo atual TI - Processos de Negócios Fonte: o autor com base na pesquisa

Através de observação e por intermédio das entrevistas, foi verificado que a TI

vem operando e desempenhando suas atividades com base na experiência adquirida, pois

como não existe um sistema para automatizar e gerenciar o conhecimento de TI, o setor opera

sem uma base documental. Diante disso o tratamento dos incidentes, assim como a forma de

atendimento aos usuários, acaba comprometendo a qualidade dos serviços prestados.

Como não há o registro contínuo e padronizado dos incidentes reportados à TI,

o tempo de atendimento se torna maior, já que problemas antes resolvidos voltam a acontecer.

O fluxo do processo de atendimento na TI funciona de forma deficiente, porque que além de

não existir uma sequência formalizada para o atendimento, não há registro destes em um local

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44

apropriado, bem como registros dos chamados em um sistema e a categorização com

prioridades.

Diante do que foi observado e do que foi descrito, não há nenhum tipo de

sistematização e gerenciamento dos serviços prestados pela TI da Madal Palfinger. Dessa

forma, também os processos não estão alinhados com o negócio da empresa, sendo que

muitas das tarefas não são contabilizadas nas estatísticas de trabalho no setor, o que faz com

que a TI seja vista como um setor apagador de incêndios.

4.3 Proposta de intervenção

Os sistemas são utilizados para controlar, rastrear, produzir e recuperar

informações rapidamente, em uma base de conhecimentos, com objetivo de resolver

problemas específicos. Para facilitar o entendimento da melhoria, no quadro 06 podemos

verificar as características do processo atual e comparar com a situação proposta:

PROCESSO ATUAL PROCESSO PROPOSTO

Usuário liga ou envia um email para o TI

relatando o problema ocorrido

Abertura de chamado pelo próprio usuário

através de um link na Intranet

Não há medições de tempo gasto para cada

atendimento

Registro do atendimento com data e tempo,

permitindo assim o apontamento de qual

tempo gasto por cada atendimento.

Não há registro, consequentemente não há

uma base de pesquisa contendo os

atendimentos feitos, suas causa e suas

soluções

Base de conhecimento pesquisa dos

chamados por diversos campos, tais como

palavra chave, usuário, cliente, assunto,

responsável, área responsável, entre outros

Atualmente não há histórico dos

atendimentos resolvidos, o que faz com

sempre se resolva as mesmas coisas

Facilidade de encontrar o histórico dos

atendimentos de um determinado usuário,

identificando assim reincidências

Não há abertura de chamados por não haver

um software para o gerenciamento e

controle dos atendimentos

Transparência com os usuários comunicação

via correio eletrônico de toda abertura e

encerramento de chamado

Atualmente é resolvido os mais fáceis

primeiro, enquanto os atendimentos de

Identificação de prioridades por usuário,

assunto ou equipamento, define qual o

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45

maior complexidade demoram mais tempo

para serem resolvidos

primeiro chamado a ser atendido.

Não é feito registros por não haver um

software para o gerenciamento e controle

dos atendimentos

Controle dos chamados por qualquer grupo

de assunto (software, hardware, internet,

email, SAP)

Não há pesquisa de satisfação Registro da qualidade do atendimento do

técnico

Para cada situação ou problema é necessário

ligar para o setor ou pessoa específica

Ponto único de contato para todos os serviços

de TI Quadro 6: Situação atual x processo proposto Fonte: O autor

A implantação deste sistema não cria nenhuma necessidade de estudo de

viabilidade técnica já que o mesmo faz uso dos recursos utilizados da plataforma Sharepoint

da Microsoft na Madal Palfinger. Nesta fase não é necessário a aquisição de servidores e

computadores com tecnologias diferentes do que os que possuem atualmente. Também não

apresenta necessidade de conversão de dados, pois não existia sistema antes, só restando

realizar o processo de implantação, onde será necessária a parametrização dos itens.

Esse tipo de sistema pode ser definido como sendo um setor da empresa ao

qual são endereçadas questões e onde são resolvidos problemas. A solução prevê o

autoatendimento por parte dos usuários, exibindo, de acordo com o tipo de incidente

selecionado, quais as possíveis soluções. A ferramenta foi dividida em três partes:

a) o banco de dados é o responsável por armazenar todas as informações

relevantes do sistema, como por exemplo: chamadas em aberto, soluções de

problemas anteriores, quantidade de chamadas resolvidas em um mês, entre

outras;

b) a interface do usuário é o meio pelo qual o usuário interage com o sistema.

É por essa interface que o usuário realiza as solicitações de chamados ao

sistema e verifica o status de uma solicitação aberta;

c) a interface do suporte é por onde a equipe interage com o sistema, sendo a

partir desta interface que os analistas têm acesso aos chamadas realizadas

pelos usuários, às soluções anteriores e aos dados estatísticos sobre usuários

e equipamentos.

Para facilitar o entendimento, a figura 8 apresenta o fluxo proposto:

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Figura 8: Processo de abertura e fechamento de chamados proposto Fonte: O autor com base na pesquisa

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47

4.3.1 Cronograma de implantação

O cronograma é um gráfico que procura demonstrar o início e o término das

diversas fases de uma implantação, dentro das faixas de tempo previamente determinadas,

possibilitando acompanhar e controlar a execução planejada. Assim sendo, permite controlar

o tempo de execução de cada atividade e também visualizar qual a fase que está terminando e

qual a que deve ser iniciada, e para isso o gráfico de Gantt é ideal para projetos simples e de

prazo curto (figura 09):

Figura 9: Cronograma de implantação Fonte: O autor

4.3.2 Parametrização do sistema

No sistema Ticket Center, não será necessário alterar muitos parâmetros de

configuração, pois esse sistema já é utilizado na matriz na Áustria, e já encontra-se no idioma

oficial da empresa, o inglês. Mas como sugestão, será alterado apenas os títulos que poderão

conter o nome Madal Palfinger, e também alguns campos que possam confundir ou deixar os

usuários com dúvidas. Essas pequenas configurações de parametrização será efetuado pela

própria TI aqui no Brasil, num período de quatro semanas.

4.3.3 Política de usuários

A política de usuários será bem simples, o usuário terá acesso criar solicitação,

tanto para a infraestrutura, como para processos de negócios, e também poderá executar

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pesquisas sobre qualquer número de chamados no sistema Ticket Center. Já o administrador,

terá acesso total. Para melhor entendimento, foi feito um diagrama contendo a política de

acessos do usuário e do administrador do sistema (figura 10):

Figura 10: Política de permissão de acesso de usuários Fonte: O autor

4.3.4 Plano de testes

Durante o planejamento e a parametrização do sistema, será necessário um

plano de teste, onde deverá ser feito simulações buscando os resultados planejados. O sistema

deve ser colocado em todas as situações possíveis que poderão ocorrer quando estiver em

funcionamento. Erros e dúvidas que surgir durante as simulações, deverão ser resolvidos antes

de colocá-lo no ar para que os usuários possam utilizá-lo sem problemas. Logo após essa fase,

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49

e resolvido os possíveis problemas que forem identificados, o sistema Ticket Center poderá

entrar em operação.

4.3.5 Pré-operação

A pré-operação do sistema talvez seja a mais importante, pois através dela que

se pode ver se o que foi projetado está de acordo com o que foi planejado. Nessa fase, poderá

ser gerado um chek-list dos itens importantes que o sistema deverá realizar, sendo que é nesta

fase que é confrontado o que foi planejado com o que foi implantado.

Nesta fase será testado todos os principais processos para o qual esse sistema

foi implantado. Essa fase será efetuada antes e após os treinamentos num período de duas

semanas, diretamente no sistema Ticket Center. Depois dessa fase de pré-operação o mesmo

será liberado para utilização pelos usuários, e os dados utilizados serão eliminados para que o

sistema possa entrar em produção.

4.3.6 Usuários chaves

Os usuários chaves serão três pessoas que estarão envolvidas diretamente com

a implantação do sistema Ticket Center, dividindo-se por módulos:

MÓDULO USUÁRIO CHAVE

Abertura de chamados – infraestrutura, testes,

pré-operação, parametrização

Everton Paim

Abertura de chamados – processos de negócios,

testes, pré-operação, parametrização

Leonardo Libardi

Pré-operação, treinamento aos usuários, pós-

implantação, pesquisa de satisfação

Evilasio Cesar Silva

Quadro 7: Responsabilidades dos usuários chaves Fonte: O autor

4.3.7 Categorias de chamados

No sistema Ticket Center, será importante a classificação dos chamados por

categorias. Isso é relevante, tais como:

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CATEGORIAS TIPOS DE INCIDENTES Problema Problemas na utilização de TI, erros nas transações do SAP, dúvidas

operacionais em algum programas Nova solicitação Alterações referentes ao SAP, novos relatórios ou mudanças de

processos Quadro 8: categorias de chamados Fonte: O autor com base na pesquisa

4.3.8 Tipos de prioridades de chamados

Determinar o impacto e urgência de cada incidente é importante para

determinar a sua prioridade, pois determinará a ordem de execução para resolver os

incidentes.

O impacto no negócio é medido frequentemente pelo número de pessoas ou

dos sistemas afetados, e as principais atribuições são: avaliar o impacto sobre os usuários

relacionados com falhas de equipamentos; identificar os usuários afetados pela falha do

equipamento.

A urgência para o negócio se refere sobre a velocidade necessária para resolver

um incidente de um certo impacto. Se o usuário liga com um incidente e ele não pode

trabalhar (serviço parado), então a urgência desta chamada é alta.

Para determinar a prioridade, pode-se utilizar a combinação entre impacto e

urgência do incidente, onde o impacto será considerado quantas pessoas ou sistemas serão

prejudicados pelo incidente e a urgência determina a velocidade em que o incidente precisa

ser resolvido. O quadro abaixo (Quadro 9) mostra uma matriz composta do impacto e

urgência, onde a combinação dos dois gera o código da prioridade:

IMPACTO

ALTO MÉDIO BAIXO

URG

ÊNCI

A

ALTA 1 2 3

MÉDIA 2 2 4

BAIXA 3 4 5

Quadro 9: Matriz do Impacto e Urgência Fonte: O autor

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Uma vez que foi registrado o problema ou incidente a atividade de investigação

e de diagnóstico ocorrerá. Eles irão então investigar o problema usando um conjunto de

habilidades e ferramentas disponíveis tais como uma base de conhecimento de erros

conhecidos, para diagnosticar o problema.

Os códigos de prioridade são usados para graduar o nível de urgência, ou seja

como uma requisição é importante e afeta o negócio da empresa. Para um melhor

entendimento, o quadro 10 apresenta as prioridades juntamente com seus conceitos:

PRIORIDADE CONCEITO High Solução deve ser feita no mesmo dia, ação imediata. É permitido o uso de

consultores externos antes da aprovação. O analista deve deixar de fazer o que estava fazendo para atender este chamado. Este tipo de prioridade deve ser raro. Ex: não se consegue faturar, produção parada, ou seja, que impacta negativamente no desempenho normal da empresa.

Medium A solução não precisa ser no mesmo dia. É uma necessidade importante, mas não urgente. Caso necessária consultoria externa é preciso aprovação da gerência da TI.

Low Problemas que podem ser resolvidos com tempo e não afetam diretamente o negócio da empresa. Solicitações de alterações que sejam melhorias.

Quadro 10: Prioridades de chamados Fonte: O autor com base na pesquisa

4.3.9 Exceções

No sistema Ticket Center, existe a necessidade de atendimentos urgentes e

soluções para casos específicos e que nesse caso serão tratados como exceções. Essas

exceções se referem a atendimentos urgentíssimos e que estão ligados diretamente a Diretoria

ou nos caso em que há um problema geral em que ninguém consegue ter acesso a rede, onde

seria impossível abrir chamado pelo sistema Ticket Center. Assim, nesses casos é feito uma

ligação para um ramal específico do TI, onde o Técnico ou o Analista de Suporte irá até o

local resolver o incidente. Após resolvido o incidente, o Analista de Suporte ou o Técnico de

Informática, abrirá um chamado referente ao atendimento efetuado, para fins de registro e da

solução adotada/efetuada.

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4.3.10 Plano de treinamento

Um dos principais fatores em uma implantação de sucesso de um sistema é o

treinamento. O mesmo deve ser extensivo para todos os usuários que utilizam a informática

no seu trabalho e que poderão precisar abrir um chamado para obter ajuda. Os usuários serão

divididos em grupos separados por setores, onde cada grupo participará de um treinamento

estimado em trinta minutos, organizados conforme quadro n° 11 abaixo:

TURMAS SEMANA DE

TREINAMENTO

SETOR QUANTIDADE DE

PESSOAS

Turma 1 Semana 1 Assistência técnica 11

Turma 2 Semana 1 Gestão da qualidade 10

Turma 3 Semana 1 Engenharia 13

Turma 4 Semana 1 Controladoria e finanças 12

Turma 5 Semana 1 Vendas e mercado externo 07

Turma 6 Semana 1 Logística e materiais 11

Turma 7 Semana 2 Compras 06

Turma 8 Semana 2 Manufatura 08

Turma 9 Semana 2 Pintura 03

Turma 10 Semana 2 Recursos humanos 07

Turma 11 Semana 2 Manutenção / ferramentaria 03

Turma 12 Semana 2 Filial São Paulo 08 Quadro 11: Cronograma de treinamentos do sistema Ticket Center Fonte: O autor

Os treinamentos ocorrerão no prazo máximo de duas semanas, e serão

realizados na sala Itália, onde apresenta toda a infraestrutura necessária, tais como: Flip

Chart, datashow, notebook e video-conference para o caso específico de treinamento da filial

em São Paulo.

4.4 Pós-implantação

A pós-implantação é uma fase de extrema importância, pois é através dela que

os objetivos estarão associados à materialização dos benefícios identificados no início da

implantação, e que irão justificar todo o trabalho feito e que pode garantir um nível de

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utilização do sistema e de suas funcionalidades. Dessa forma , será feito um acompanhamento

do novo sistema proposto com o propósito de definir indicadores para avaliar os reais

benefícios advindos deste sistema, com posteriores ajustes caso seja necessário.

4.4.1 Pesquisa de satisfação

A pesquisa de satisfação, servirá como base para saber se o sistema está dentro

do esperado, assim como o desempenho das equipes da TI. As pesquisas são geradas

automaticamente pelo sistema Ticket Center, através de formulários web que são enviados por

email para o usuário que abriu o chamado, sendo recebida logo após a conclusão do mesmo

(Apêndice E).

4.5 Operacionalidade do sistema

Nesta etapa, serão apresentadas as principais telas do sistema Ticket Center,

explicando as suas funcionalidade e suas características. Abaixo é apresentado o processo

macro de abertura e conclusão de chamados (figura 11):

Figura 11: Processo macro de abertura e conclusão de chamados Fonte: O autor

4.5.1 Acessando o sistema

Para acessar o sistema, deve-se ter acesso prévio a Intranet da empresa, onde

há um link para acessar o sistema Ticket Center. A primeira página exibida ao usuário é a tela

de autenticação, garantindo que somente pessoas autorizadas acessem o sistema, conforme

figura 12:

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54

Figura 12: Solicitação de autenticação para acessar o sistema Ticket Center Fonte: Sistema Ticket Center

4.5.2 Abrindo um chamado

Depois de confirmado o usuário e a senha, é aberta a tela inicial do sistema

Ticket Center, e nela devemos escolher o tipo de chamado que queremos abrir: Business

Applications Tickets para processos de negócios e Infrastructure Tickets para infraestrutura

(figura 13):

Figura 13: Tela inicial do sistema Ticket Center Fonte: Sistema Ticket Center

Depois de clicar na opção desejada, é apresentada a tela de abertura do

chamado, na qual devem ser inseridas as informações referentes à solicitação, respeitando o

grau de prioridade (figuras 14 e 15):

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55

Figura 14: Tela de abertura de chamado para TI - Infraestrutura Fonte: Sistema Ticket Center

Figura 15: Tela de abertura de chamado para TI – Processos de negócios

Fonte: Sistema Ticket Center

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Para chamados de processos de negócios é obrigatória a seleção do analista de

negócios responsável da área em questão do usuário e também da transação que apresenta o

problema. Já na abertura de chamados para a infraestrutura, não é obrigatório a escolha de um

analista ou técnico, mas é necessário preencher o campo “nome do computador”.

4.5.3 Consultando chamados

Na tela inicial do sistema Ticket Center pode-se localizar um chamado através

do seu número (ID), inserindo este número no campo “TICKET ID” e depois é só clicar no

botão “GO”, conforme é apresentado na figura 16:

Figura 16: Tela de consulta de chamados Fonte: Sistema Ticket Center

Outra opção é verificar o chamado através do email recebido onde contém o número do chamado, para isso basta clicar no link que está no corpo do email (figura17):

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Figura 17: Email recebido após a criação de um chamado Fonte: Dados da pesquisa

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O atual ambiente de negócios, com o acirramento da competição por mercados,

exige das empresas uma visão estratégica sobre questões como a melhora de processos

internos e a análise de tendências em TI, sendo através dessa ferramenta a maneira pela qual

as empresas apostam em inovações.

Este trabalho de pesquisa teve como objetivo geral elaborar a proposta de

implantação do sistema Ticket Center para gerenciar a abertura de chamados, visando

melhorar a qualidade do serviço prestado e a integração com o negócio da empresa.

Na Madal Palfinger, o atendimento dos chamados era tratado sem um fluxo

adequado para sua resolução, não ocorrendo nenhum tipo de registro, acompanhamento ou

atribuição de prioridade. Nesse contexto, foi feito um breve levantamento de todo o processo

que existia para o usuário comunicar um problema ou incidente, e pontos que poderiam ser

melhorados. Após esse levantamento, foi estudado como um sistema poderia gerenciar a

abertura de chamados para a TI.

A implantação do sistema Ticket Center possibilitou atender, coordenar e

registrar os chamados, assim como a maneira de solucioná-los e dessa forma o usuário tem

um atendimento mais rápido e eficiente e a empresa tem um controle maior sobre quais são os

problemas mais comuns e as melhores formas de solucioná-los.

Outra melhoria que fica registrada é que o próprio usuário realiza a abertura e a

finalização de chamados, acompanhando o atendimento às suas solicitações e históricos de

soluções adotadas, podendo ainda fornecer um feedback através da pesquisa de satisfação,

detalhe este que é necessário para uma boa prestação de serviços. O sistema revela a repetição

de problemas, os tempos médios de atendimento, as soluções adotadas para cada chamado, as

áreas mais demandantes e inclusive identificando até a necessidade de treinamentos.

Na implantação do sistema Ticket Center, o foco principal foi o processo,

entretanto como em qualquer situação onde há mudanças, o fator pessoas é o mais relevante

para a implementação de uma nova solução. E para ter sucesso neste tipo de implantação, não

basta somente uma metodologia adequada, se esta não tiver a efetiva participação dos

usuários que utilizarão esse sistema, pois são eles a parte importante durante todo o processo

de aplicação, contribuindo com informações importantes e fornecendo feedback junto aos

responsáveis pela implantação.

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Diante do que foi proposto para este trabalho, através do objetivo geral e dos

objetivos específicos, verifica-se que ambos foram alcançados, pois com esse sistema

gerenciando os chamados da TI, percebe-se que houve um ganho de produtividade para o

usuário final e para a equipe de TI. Com a implantação do sistema Ticket Center, também foi

possível quantificar e qualificar os serviços de TI.

Outro resultado alcançado com esse trabalho na Madal Palfinger foi com

relação aos objetivos de aprendizagem, que foram também alcançados, pois o

desenvolvimento deste permitiu a aplicação dos vários conceitos estudados ao longo do curso

de Administração com Ênfase em Análise de Sistemas, assim como o estudo de novas

ferramentas, processos e tendências na TI.

Um fator dificultante para a realização deste trabalho, foi sem dúvida a pouca

disponibilidade de referências bibliográficas especificamente neste assunto, fazendo com que

o tempo de confecção deste, por consequência, fosse muito mais longo.

Em outro momento, para um trabalho futuro, sugere-se que seja feito um

estudo para adequar os processos atuais às metodologias de boas práticas propostas pelo ITIL,

assim como acontece em outras empresas de porte global.

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REFERÊNCIAS

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PEREIRA, Maria José Lara de Bretãs; FONSECA, João Gabriel Marques. Faces da Decisão: as mudanças de paradigmas e o poder da decisão. 1. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. REZENDE, Denis Alcides. Planejamento de Sistemas de Informação e Informática: Guia Prático para Planejar a Tecnologia da Informação Integrada ao Planejamento Estratégico das Organizações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da Informação: Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: Guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005. SEMER, Hetel. Pesquisa de satisfação dos usuários de help desk. Disponível em: <http://www.hdo.com.br/v1/ideias/artigos/artigo02.html>. Acesso em: 12 Out. 2009. SEMER, Hetel. A importância da base de conhecimento no ambiente de help desk. Disponível em: <http://www.hdo.com.br/v1/ideias/artigos/artigo03.html>. Acesso em: 12 Out. 2009. SILVA, Jaine José da. Help Desk com Sistema RBC para Gerência de Aplicativos do Banco do Brasil. 2004. 45 f. Trabalho de Conclusão (especialização) – Curso de Especialização em Desenvolvimento, Segurança e Qualidade na Internet, UFRGS, Porto Alegre, 2004. Site da empresa Madal Palfinger: <http://www.madalpalfinger.com>. Acesso em 30 Ago. de 2009. TURBAN, Efraim; RAINER, R. Kelly; POTTER, Richard E. Administração de Tecnologia da Informação: Teoria e Prática. 3. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2004. YIN, Robert. K. Estudo de Caso: Planejamento e Método. Trad. Daniel Grassi. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Organograma Madal Palfinger

APÊNDICE B – Ata da primeira reunião

APÊNDICE C – Ata da segunda reunião

APÊNDICE D – Ata da terceira reunião

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APÊNDICE A – Organograma Madal Palfinger

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APÊNDICE B – Ata da primeira reunião

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APÊNDICE C – Ata da segunda reunião

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APÊNDICE D – Ata da terceira reunião

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APÊNDICE E – Pesquisa de satisfação de atendimento

1) Como você considera a utilização do método via intranet para abrir um chamado?

Ótimo

Razoável

Ruim

2) Antes de ligar para o Help Desk você:

Verifica no Ticket Center se existe alguma informação sobre o problema

Pergunta para seu colega de trabalho se está tudo funcionando

Consulta o manual ou instrução de uso do programa ou sistema

Não consulta nada e abre chamado

3) Os atendentes são:

Atenciosos e resolvem o problema

Atenciosos, mas não resolvem o problema

Desatenciosos

Grosseiros

4) A resposta que você recebe referente ao seu incidente é clara?

Sim

Não

Às vezes é clara

5) Como você considera o tempo gasto para ter sua solicitação atendida completamente:

Rápido

Às vezes é demorado

É demorado quase sempre

6) Avalie num conceito geral o serviço de Help Desk:

Muito Ruim

Ruim

Razoável

Bom

Excelente

7) Comentários que você achar necessário:

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ANEXOS

ANEXO A – Vista aérea da empresa Madal Palfinger S/A

ANEXO B – Guindaste Telescópico BR 400

ANEXO C – Guindaste Telescópico MD300L

ANEXO D – Guindaste Articulado PK38502

ANEXO E – Treinamento sistema Ticket Center

ANEXO F – Instrução de trabalho sistema Ticket Center

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ANEXO A – Vista aérea da empresa Madal Palfinger S/A

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ANEXO B – Guindaste Telescópico BR 400

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ANEXO C – Guindaste Telescópico MD300L

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ANEXO D – Guindaste Articulado PK38502