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1 FACULDADE DE ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA APLICADA AVALIAÇÃO DE PROJETO DE INVESTIMENTO EM USINA TERMELÉTRICA À CAPIM ELEFANTE: UMA ABORDAGEM PELA TEORIA DE OPÇÕES REAIS Carlos Frederico V. T. da Fontoura Luiz E. T. Brandão Leonardo Lima Gomes Carlos Bastian-Pinto TD. 006/2011 Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada FE/UFJF Juiz de Fora 2011

TD 006 2011 Brandao Etal

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TERMO ELETRICA

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    FACULDADE DE ECONOMIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ECONOMIA APLICADA

    AVALIAO DE PROJETO DE

    INVESTIMENTO EM USINA

    TERMELTRICA CAPIM ELEFANTE:

    UMA ABORDAGEM PELA TEORIA DE

    OPES REAIS

    Carlos Frederico V. T. da Fontoura

    Luiz E. T. Brando

    Leonardo Lima Gomes

    Carlos Bastian-Pinto

    TD. 006/2011

    Programa de Ps-Graduao em Economia

    Aplicada FE/UFJF

    Juiz de Fora

    2011

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    AVALIAO DE PROJETO DE INVESTIMENTO EM USINA TERMELTRICA

    CAPIM ELEFANTE:

    UMA ABORDAGEM PELA TEORIA DE OPES REAIS

    Carlos Frederico Vanderlinde Tarrisse da Fontoura

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro

    [email protected]

    Luiz E. T. Brando

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro

    [email protected]

    Leonardo Lima Gomes

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro

    [email protected]

    Carlos Bastian-Pinto

    Universidade do Grande Rio - Unigranrio

    [email protected]

    Resumo

    O Brasil um pas cuja matriz eltrica fortemente dependente da gerao por usinas

    hidreltricas. Dentro desse cenrio, a utilizao de usinas termeltricas biomassa representa

    uma alternativa vantajosa, pois associa a diversificao da matriz energtica brasileira

    utilizao de fontes renovveis, alm de no ser poluidora como suas contrapartes movidas a

    combustveis fsseis no renovveis como leo combustvel, diesel e gs. Este estudo teve como

    objetivo realizar a avaliao econmico-financeira de um projeto de investimento em uma usina

    termeltrica biomassa, utilizando estratgias com e sem flexibilidades gerenciais e

    operacionais, de forma a identificar se o uso da metodologia de opes reais a mais adequada

    para a avaliao deste tipo de projeto. Para a estratgia sem incertezas e flexibilidades foi

    adotado o mtodo do Fluxo de Caixa Descontado. J para as estratgias com incertezas e

    flexibilidades, dado que os mtodos tradicionais de avaliao de investimento no capturam o

    valor da flexibilidade gerencial, utilizamos a metodologia das opes reais e incorporamos as

    incertezas referentes ao mercado de energia eltrica (PLD) e as flexibilidades relacionadas

    possibilidade da usina comercializar a energia eltrica gerada integral ou parcialmente nos

    mercados de longo ou curto prazo. Alm disso, h a possibilidade de instalao de uma usina de

    briquetagem, que permitiria a planta comercializar energia eltrica no mercado de curto prazo ou

    biomassa em formato de briquetes, dependendo do que for financeiramente mais interessante.

    Para determinao do preo da energia de curto prazo, ou Preo de Liquidao das Diferenas

    (PLD, foi considerado que este uma varivel estocstica, visto que seu valor futuro pelo

  • 3

    menos parcialmente aleatrio. Para sua modelagem, foi adotado o modelo de Clewlow,

    Strickland e Kaminski (2000), que combina um movimento de reverso mdia com um

    processo de saltos. Os valores obtidos para cada estratgia demonstram que a estratgia 3

    apresenta um ganho de 1034% quando comparada com a estratgia 1 e um ganho de 136%

    quando comparada com a estratgia 2. Alm disso, enquanto a estratgia 2 apresenta

    aproximadamente 28,7% de probabilidade de seu valor ser menor do que o da estratgia 1, na

    estratgia 3 no existe essa possibilidade. Portanto, os resultados obtidos indicam que a

    existncia de incertezas e flexibilidades gerenciais aumenta o valor do projeto e reduz

    significativamente o risco de insucesso do mesmo, o que refora a idia de que a avaliao por

    opes reais, apesar de mais complexa, pode ser mais adequada para determinar o real valor do

    projeto. Considerando a necessidade de uma matriz energtica cada vez mais limpa, renovvel e

    diversificada, os projetos movidos biomassa tendem a ganhar uma importncia cada vez maior,

    principalmente, no que diz respeito reutilizao de resduos agrcolas ou industriais. Neste

    sentido, a correta avaliao do valor destes projetos por meio de uma metodologia que incorpore

    e valore as incertezas de mercado e flexibilidades gerenciais como a teoria de opes reais

    contribui para atrair o investimento da iniciativa privada.

    Introduo

    Em 2004 o governo brasileiro instituiu o Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de

    Energia Eltrica (PROINFA) com o objetivo de aumentar a participao de projetos de gerao

    de energia de fontes elica, biomassa e pequenas centrais hidreltricas (PCHs). O PROINFA

    previa a instalao de 144 usinas, totalizando 3.299 MW de capacidade instalada, sendo 685

    MW provenientes de 27 usinas base de biomassa. Os contratos eram garantidos por 20 anos

    pela Centrais Eltricas Brasileiras S.A. (Eletrobrs) e os empreendimentos podiam ser

    financiados pelo Programa de Apoio Financeiro ao PROINFA criado pelo BNDES, que permitia

    o financiamento de at 80% do projeto e a amortizao em at 12 anos. O programa impulsionou

    a adoo dessas fontes alternativas de gerao eltrica e demonstrou o potencial do Brasil na

    adoo de uma matriz eltrica cada vez mais sustentvel (MME, 2010b).

    O Brasil possui diversas vantagens comparativas que possibilitam a sua atuao como um

    dos lderes no mercado mundial de produtos agrcolas, agroindustriais e silviculturas, em

    particular aqueles dedicados a energia. Algumas das vantagens mais significantes so a vasta

    extenso de reas agriculturveis, a intensa radiao solar recebida, a grande disponibilidade de

    gua a diversidade climtica e a interao entre os centros de pesquisa agrcola como a

    EMBRAPA e a agroindstria (MME, 2007). Logo, a utilizao de usinas termeltricas

    biomassa representa uma alternativa vantajosa, pois associa a diversificao da matriz energtica

  • 4

    brasileira utilizao de fontes renovveis, alm de no ser poluidora como as usinas que

    utilizam combustveis fsseis.

    Neste trabalho analisamos o projeto de investimento em uma usina termeltrica capim

    elefante em condies de incerteza de preo de energia, considerando que ela tem a flexibilidade

    de comercializar energia eltrica gerada integral ou parcialmente nos mercados de longo ou curto

    prazo. Alm disso, h a possibilidade de instalao de uma usina de briquetagem, que permitiria

    a planta comercializar energia eltrica no mercado de curto prazo ou biomassa em formato de

    briquetes. Dado que os mtodos tradicionais de avaliao de investimento no capturam o valor

    dessa flexibilidade gerencial, para esta anlise utilizamos a metodologia das opes reais.

    A teoria de opes reais tem sido utilizada em diversas reas como recursos naturais,

    avaliao de terrenos e estratgia internacional (Minardi, 2000). Alguns dos primeiros estudos,

    datados das dcadas de 80 e 90, referiam-se a aplicao desta metodologia na avaliao do

    melhor momento para investir em desenvolvimento urbano (Titman, 1985), no estudo da relao

    entre opes de alterao de escala (reduo ou expanso) de produo e o valor da empresa

    (Majd & Pindyck, 1987; McDonald & Siegel, 1986; Pindyck, 1988) e na avaliao de

    investimentos em recursos naturais e manufatura flexvel (Brennan & Schwartz, 1985; Triantis &

    Hodder, 1990).

    No Brasil, a teoria de opes reais tem sido aplicada em setores como o de explorao e

    produo de petrleo (Dias, 2004, 2005; Dias & Rocha, 1999; Saito et al., 2000), minerao

    (Lima & Suslick, 2001; Vidal, 2008), biocombustveis (Bastian-Pinto et al., 2010; Bastian-Pinto

    et al., 2009; Brando Filho, 2005; Brando et al., 2009) e energia eltrica (Batista, 2007; Caporal

    & Brando, 2008; Gomes & Luiz, 2009). No foram encontrados na literatura, no entanto,

    trabalhos abordando o problema do apreamento de projetos flexveis de gerao de energia

    alternativa a partir de biomassa.

    Este trabalho est organizado da seguinte forma. Aps esta introduo analisamos o uso de

    biomassa para gerao de energia, e em particular as caractersticas do capim-elefante. Na seo

    3 apresentamos a modelagem adotada para a simulao do PLD, e na seo 4 desenvolvemos o

    modelo de uma usina termeltrica a biomassa sob diferentes cenrios de operao. Na seo 5

    apresentamos os resultados obtidos e em seguida conclumos.

    Biomassa

    O conceito de biomassa engloba qualquer recurso renovvel proveniente de matria

    orgnica. A Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel) define o termo biomassa como:

    Todo recurso renovvel oriundo de matria orgnica (de origem animal ou vegetal) que pode ser

    utilizada na produo de energia. Assim como a energia hidrulica e outras fontes renovveis, a

    biomassa uma forma indireta de energia solar. A energia solar convertida em energia qumica,

  • 5

    atravs da fotossntese, base dos processos biolgicos de todos os seres vivos. (ANEEL, 2005 p.

    77)

    Essa definio ampla inclui fontes como lenha, resduos agrcolas, industriais ou de

    parques e jardins e, principalmente, culturas energticas dedicadas que so plantaes de

    florestas ou gramneas destinadas especificamente para esse fim (MAZZARELLA, 2007). Entre

    as vantagens da utilizao da biomassa para produo de energia eltrica podemos citar o baixo

    custo de produo no caso de resduos, e o balano nulo de emisses de dixido de carbono. Por

    outro lado, a diversidade de fontes dificulta o controle governamental sobre a origem dos

    insumos e contribui para a associao da utilizao da biomassa a problemas como

    desflorestamento e desertificao (ANEEL, 2008).

    O crescimento da participao da biomassa na matriz energtica brasileira tem sido

    constante nos ltimos anos, o que pode ser observado no Balano Energtico Nacional de 2010

    (EPE, 2010), no qual consta um crescimento na oferta interna de energia eltrica proveniente de

    biomassa de 23,3 TWh para 27,4TWh, perfazendo um aumento de 17,5%. importante ressaltar

    que esse crescimento ocorre, principalmente, na forma de sistemas de co-gerao pela qual

    possvel obter energia trmica e eltrica, ou seja, em sistemas de produo de energia que so

    instalados em unidades que inicialmente no possuam como finalidade a comercializao de

    energia eltrica.

    Este fato pode ser inferido pela observao da distribuio de usinas termeltricas movidas

    biomassa por tipo de insumo disposta na tabela 1. Percebe-se que a quantidade de unidades

    geradoras movidas a bagao de cana muito superior a das demais, pois com sua instalao em

    usinas produtoras de acar e etanol, o que antes era um resduo, passa a gerar energia trmica e

    eltrica para o processo produtivo, sendo o excedente exportado para o Sistema Eltrico

    Brasileiro (SEB). Entretanto, esta no a nica rota tecnolgica disponvel para a transformao

    da biomassa em energia (MME, 2007).

    Tabela 1 Usinas termeltricas a biomassa em operao em 2008 por insumo

    Insumo Usinas Termeltricas Potncia Total

    Licor negro (resduo da celulose) 13 944 MW

    Madeira 27 232 MW

    Biogs 3 45 MW

    Casca de arroz 4 21 MW

    Bagao de cana de acar 252 4000 MW

    Fonte: Aneel (2008)

    Mesmo considerando o crescimento dos ltimos anos, a biomassa ainda possui uma

    participao de apenas 5,4% na oferta interna de energia eltrica do SEB. Entretanto, devido

  • 6

    importncia dada ao investimento em energia de fontes renovveis presente no Plano de

    Desenvolvimento Energtico 20102019, espera-se um crescimento cada vez maior da

    capacidade instalada com fonte de gerao em biomassa, porm sem resultar em um crescimento

    efetivo do percentual de participao da biomassa na oferta total de energia brasileira, como

    pode ser observado na tabela 2.

    Tabela 2 - Capacidade Instalada com Fonte de Gerao em Biomassa

    Fonte 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

    Biomassa (MW) 5.380 6.083 6.321 6.671 7.071 7.421 7.621 7.771 8.121 8.521

    Participao 4,78% 5,14% 5,15% 5,10% 5,30% 5,27% 5,16% 5,11% 5,15% 5,10%

    Fonte: MME (2010a)

    Atualmente, a fonte mais explorada no pas o bagao de cana-de-acar, principalmente

    devido alta produtividade das lavouras canavieiras, associada instalao de sistemas de co-

    gerao nas usinas e destilarias destinadas a produo de acar e etanol. Outras vantagens

    importantes desta cultura so a grande quantidade de resduos gerados pela atividade principal

    (produo de acar e etanol) que podem ser aproveitados para gerao de energia; a

    coincidncia entre o perodo de colheita e o perodo de estiagem das principais bacias

    hidrogrficas brasileiras que so a principal fonte de energia do SEB; e por fim; a proximidade

    dos grandes centros consumidores como So Paulo e as capitais do nordeste (MME, 2007).

    Capim elefante

    O capim-elefante, cujo nome cientfico Pennisetum purpureum, uma gramnea

    forrageira descoberta em 1905 pelo coronel Napier na frica Tropical que foi introduzida no

    Brasil em 1920, estando hoje difundida por todo o territrio nacional (Lopes, 2004). Por ser uma

    gramnea perene, no precisa ser replantada aps cada colheita e atinge de 3 a 5 metros de altura

    chegando a 2 cm de dimetro. Sua utilizao est muito associada com pastagem para gado,

    sendo sua utilizao como forrageira para gado leiteiro objeto de extensos estudos da Embrapa.

    Os primeiros estudos sobre sua utilizao como fonte de biomassa energtica datam de

    meados da dcada de 90 e tratavam inicialmente de sua utilizao no setor siderrgico e

    posteriormente no setor de gerao eltrica. Tal interesse justificado por sua grande

    produtividade de biomassa decorrente de sua alta eficincia fotossinttica. Essa produtividade

    fica aparente quando realizamos algumas comparaes com outras fontes j consolidadas de

    biomassa conforme exposto na tabela 3.

    Tabela 3 Comparao de produtividade de energia por hectare

  • 7

    Fontes de Energia Energia Produzida Energia Produzida

    kcal/Kg kcal/kg.ha por ano

    Capim-elefante Carajs (Ex. Paraso) 4.200 189.000.000

    Capim Brachiaria brizantha 3.900 97.500.000

    Eucalyptus grandis 4.641 92.820.000

    Bagao de cana 3.700 29.600.000

    Fonte: Vilela e Cerize (2010)

    Comparando com a produtividade de outras fontes de biomassa, como bagao de cana-de-

    acar e o eucalipto, percebe-se que o capim-elefante uma das fontes de mais alto potencial

    produtivo, e, alm disso, se adapta muito bem s condies de cultivo existentes no Brasil. Como

    pode ser observado na tabela 4, a energia produzida por quilo de capim-elefante pouco superior

    do capim Brachiaria e do Bagao de cana, e chega at a ser inferior do eucalipto (principal

    fonte atual de celulose e carvo vegetal). Contudo, quando analisamos a energia gerada por

    hectare (ha) anualmente, percebemos que ela muito superior as demais. Isto se deve ao fato de

    que, enquanto o eucalipto produz at 20 toneladas de matria seca por hectare por ano, estudos

    demonstram que o capim-elefante pode produzir entre 20 e 60 toneladas. Alm disso, uma

    floresta de eucalipto necessita de sete anos para crescer at um nvel em que seja possvel utiliz-

    la como fonte de biomassa, enquanto a primeira colheita de capim-elefante pode ser feita aps

    cento e oitenta dias (Vilela & Cerize, 2010).

    O capim-elefante pode ser utilizado tambm para produo de briquetes. Os briquetes so

    resultado de um processo de compactao de biomassa picada (menor que 50mm) na qual a

    elasticidade natural das fibras destruda por meio da utilizao de alta presso e/ou alta

    temperatura. Com a destruio da elasticidade, a lignina atua como ligante das partculas da

    biomassa vegetal tornando o briquete prprio para estocagem e transporte (Vilela, 2010).

    Os briquetes possuem diversas vantagens frente a biomassa no compactada, dentre as

    quais podem ser destacadas: homogeneizao dos resduos vegetais; secagem e condensao da

    energia; formas e granulometria mais adequadas ao processo trmico; menor contedo de p e

    menor gerao de cinzas; reduzido risco de exploso; e; transporte e estocagem da biomassa

    mais fceis.

    Modelagem do Preo da Energia

    O Preo de Liquidao das Diferenas (PLD) o preo da energia de curto prazo, ou preo

    Spot, determinado semanalmente pela Cmara de Comercializao de Energia Eltrica (CCEE).

    O preo do PLD pode ser considerado uma varivel estocstica, visto que seu valor futuro pelo

    menos parcialmente aleatrio. Para a modelagem do PLD, adotamos o modelo de Clewlow,

    Strickland e Kaminski (2000), que combina um movimento de reverso mdia com um

    processo de saltos, conforme ilustrado na Eq. 1.

  • 8

    (1)

    Onde o modelo 1 de Schwartz (1997) e o processo de

    salto, sendo o tamanho proporcional do salto que randmico e determinado pelo logaritmo

    natural dos saltos proporcionais sendo normalmente distribudos:

    onde o tamanho mdio do salto e o desvio padro do tamanho proporcional do salto.

    O processo de saltos um processo de tempo discreto, onde os saltos no ocorrem de

    forma contnua, mas em instantes especficos. Logo, para freqncias de saltos tpicas,

    na maior parte do tempo e somente assume valor 1 quando o momento randmico de um salto

    ocorre. Ou seja, quando nenhum salto est ocorrendo, o comportamento do PLD idntico ao de

    um simples movimento de reverso a mdia.

    Clewlow, Strickland e Kaminski (2001) definem e propem a seguinte

    discretizao para este modelo. (Eq. 2):

    (2)

    Onde:

    a velocidade de reverso a mdia (velocidade com a qual a varivel estocstica

    reverte ao valor da mdia de longo prazo);

    a volatilidade do processo;

    e so variveis independentes randmicas com distribuio normal padro;

    a freqncia de saltos em base semanal, ou seja, o nmero mdio de saltos por

    semana e;

    um nmero randmico (0,1) com distribuio de probabilidade uniforme.

    Percebe-se que o valor de igual a 1 (um) caso a condio seja verdadeira, e 0

    (zero) se falsa. Esta ultima condio gera os saltos de forma randmica, na freqncia mdia

    correta no limite onde tende a zero. Se consideramos a distribuio probabilstica uniforme

    dos valores de e que a probabilidade de ocorrncia de um salto, a probabilidade do valor

    de ser menor do que exatamente a probabilidade de ocorrncia de um salto.

    Entretanto, a utilizao de uma distribuio normal para a varivel pode resultar em

    valores negativos para o PLD e para solucionar este problema, optou-se por substituir a

    componente , por uma distribuio lognormal com mdia e desvio padro . Logo,

    a equao de discretizao modificada dada pela Equao 3:

  • 9

    (3)

    O processo neutro a risco de um processo de reverso mdia, conforme detalhada por

    Bastian-Pinto (2009), envolve a subtrao do prmio de risco normalizado da

    mdia de longo prazo , sendo a taxa de desconto ajustada ao risco, a taxa de juros livre de

    risco e o prmio de risco. Logo, a equao modificada e neutra ao risco que ser utilizada neste

    estudo dada pela Equao 4.

    (4)

    A estimao dos parmetros do processo de reverso a mdia ( , e ) segue Bastian-

    Pinto (2009). Dado que os saltos s podem ser observados como parte de uma srie temporal que

    inclui o comportamento normal de reverso mdia, torna-se necessrio filtrar os saltos desta

    srie e determinar os seus parmetros ( , e antes da estimao dos parmetros movimento

    de reverso a mdia. Neste trabalho modelamos diretamente o valor do PLD ao invs dos

    retornos da srie, adotando a premissa de que a distribuio dos valores absolutos do PLD

    normal e que os saltos correspondem a valores que esto fora do intervalo de trs desvios padro,

    que sero expurgados da srie do processo de reverso mdia.

    Para estimao dos parmetros de salto, so expurgados da srie os valores limite do MRM

    e determinados a mdia ( e o desvio padro ( ). Na Figura 1 podemos observar a srie

    histrica do PLD bem como uma simulao de preos.

  • 10

    Figura 1 Simulao PLD com limites

    Aplicao em uma usina termeltrica biomassa

    Consideramos uma usina com capacidade instalada de 30 MWmed que possui trs

    estratgias possveis para a venda da energia gerada. No caso base, usina comercializa toda sua

    capacidade por meio de um contrato de fornecimento de energia com o prazo de 20 anos e valor

    pr-determinado. Neste cenrio, o fluxo de caixa futuro da usina conhecido e no h incertezas.

    A segunda estratgia adota um modelo hbrido de comercializao onde parte da

    capacidade instalada (25 MWmed) vendida em contratos de longo prazo e o restante

    (5MWmed) vendido no mercado de curto prazo, sujeitando-se s incertezas de preo sobre esta

    parcela.

    A terceira estratgia busca mitigar este risco a partir do fato de que estes 5MWmed

    equivalem a uma determinada quantidade de biomassa que pode ser transformada em outro

    produto com maior valor de mercado. Essa estratgia requer a instalao de uma unidade de

    briquetagem de forma a criar uma flexibilidade de troca de subproduto (output switch). Com isso

    a usina pode optar, numa base semanal, entre vender energia eltrica no mercado de curto prazo

    ou no produzir energia eltrica e transformar a biomassa disponvel em briquetes para venda no

    mercado.

    Embora outras estratgias com diferentes relaes de venda no mercado de longo e curto

    prazo sejam tecnicamente viveis, limitamos a parcela de energia para venda no curto prazo a

    5MWmed para no comprometer a viabilidade de financiamento da usina dentro do programa

    PROINFA.

    Cada estratgia tem receitas, custos, alem de alquota e incidncia de impostos

    diferenciados.

    -

    100,00

    200,00

    300,00

    400,00

    500,00

    600,00

    700,00

    1/3

    /20

    02

    3/7

    /20

    02

    1/1

    2/2

    00

    2

    4/4

    /20

    03

    2/9

    /20

    03

    5/1

    /20

    04

    3/6

    /20

    04

    1/1

    1/2

    00

    4

    4/3

    /20

    05

    2/8

    /20

    05

    5/1

    2/2

    00

    5

    3/5

    /20

    06

    1/1

    0/2

    00

    6

    4/2

    /20

    07

    2/7

    /20

    07

    5/1

    1/2

    00

    7

    3/4

    /20

    08

    1/9

    /20

    08

    4/1

    /20

    09

    2/6

    /20

    09

    5/1

    0/2

    00

    9

    3/3

    /20

    10

    1/8

    /20

    10

    4/1

    2/2

    01

    0

    R$/M

    Wh

    PLD

    PLD1

  • 11

    Caso Base: Estratgia 1

    A receita lquida proveniente da venda de energia em contrato de longo prazo dada por:

    Onde:

    Volume de energia eltrica negociado em contratos de longo prazo;

    Preo da energia eltrica;

    Tarifas de Uso do Sistema de Transmisso

    Custo varivel da produo de energia eltrica

    Impostos diretos incidentes sobre a comercializao de energia eltrica

    O valor da estratgia 1 , onde

    e

    Onde:

    Nmero de anos do projeto;

    Fluxo de caixa do projeto bsico;

    Taxa de desconto;

    Investimento necessrio em t=0;

    Receita Lquida da venda de energia em contratos de longo prazo;

    Custo fixo da usina termeltrica;

    Capacidade da usina termeltrica;

    Cotao do dlar (PTAX);

    Custo fixo da biomassa (manuteno da rea de plantio, colheita, picagem,

    secagem, compactao e transporte);

    rea utilizada para o plantio do capim-elefante;

    Impostos Impostos incidentes sobre o LAJIR; Depreciao Parcela da depreciao dos investimentos realizados no projeto; CAPEX Investimento bruto em ativos fixos;

    Variao no capital de giro operacional lquido.

    Considerando que o projeto requer um estoque de biomassa antes comear a produzir e que

    a rea para plantio precisa passar por um processo de formao antes do incio do cultivo, o

    investimento necessrio pode ento ser divido nas seguintes parcelas:

    = 50% do custo da planta de gerao termeltrica + 100% do custo de aquisio

    da rea de plantio + 100% do custo de formao ;

  • 12

    = - [50% do custo da planta de gerao termeltrica + 100% de (

    )].

    Valor do projeto - Estratgia 2

    Com a adoo do modelo hbrido de comercializao, o fluxo de caixa gerado pela venda

    de 5MWmed no mercado de curto prazo incerto. Para que seja possvel calcul-lo, ser

    necessrio simular os valores do PLD para os prximos 20 anos (tempo de vida do projeto). A

    Receita Lquida da venda de energia no mercado de curto prazo pode ser calculada por meio da

    eq. (10). Esta equao dever ser utilizada em base semanal, pois o valor do PLD determinado

    pela CCEE nesta base.

    Onde:

    Volume de energia eltrica negociada em contratos de curto prazo;

    Preo do PLD determinado pela CCEE para a respectiva semana;

    gio pago pelo mercado em contratos de curto prazo de energia incentivada;

    O VPL da estratgia 2 pode ser calculado por , onde:

    e

    Onde:

    Fluxo de caixa do projeto na Estratgia 2 no ano t.

    Receita Lquida da venda de energia em contratos de longo prazo no ano t;

    Receita Lquida de caixa da venda de energia no mercado de curto prazo no ano t

    resultante do somatrio do fluxo de caixa de cada semana do ano;

    Como o fluxo de caixa da venda de energia no mercado de curto prazo semanal, os

    resultados obtidos foram consolidados em base anual de forma a facilitar o clculo do VPL. Com

    relao a , e a depreciao, as mesmas observaes feitas na estratgia 1

    aplicam-se a este cenrio.

  • 13

    Valor do projeto com opes - Estratgia 3

    A estratgia 3 caracterizada por fluxos de caixa anuais decorrentes da venda de energia

    eltrica por contratos de longo prazo com durao de 20 anos somados aos fluxos de caixa

    decorrentes da opo entre venda de energia eltrica no mercado de curto prazo e venda de

    briquetes. A criao dessa opo ser realizada por meio da instalao de uma unidade de

    briquetagem na usina termeltrica.

    A Receita Lquida da venda briquetes pode ser calculado por meio da eq. (11). Esta

    equao dever ser utilizada em base semanal, visto que seu valor dever ser comparado ao da

    que est nesta mesma base.

    Onde:

    Volume semanal de briquetes vendidos;

    Valor da tonelada no mercado atacadista (CIF);

    Custo de frete para a Grande So Paulo.

    Impostos diretos incidentes sobre a comercializao de briquetes.

    A opo de alternncia pode ser modelada como uma seqncia de opes europias, visto

    que a opo de vender um dos subprodutos (eletricidade ou briquetes) em uma determinada

    semana totalmente independente da deciso tomada em qualquer outra semana. A otimizao

    do processo de escolha entre subprodutos dada por:

    Onde:

    Receita Lquida na semana y;

    Receita Lquida da venda de energia eltrica no mercado de curto prazo na

    semana y;

    Receita Lquida da venda de briquetes na semana y.

    Logo, como a Receita Lquida do cenrio resulta da adio das Receitas Lquidas anuais

    decorrentes da venda de energia eltrica por contratos de longo prazo com a Receita Lquida da

    venda de energia no mercado spot ou da venda de briquetes, o seu VPL pode ser obtido por

    , onde:

  • 14

    e

    - -

    Onde:

    Fluxo de caixa do projeto na Estratgia 2 no ano t.

    Receita Lquida da venda de energia em contratos de longo prazo no ano t;

    Receita Lquida da venda de energia no mercado spot ou da venda de briquetes no

    ano t resultante do somatrio do fluxo de caixa de cada semana do ano;

    Custo fixo da unidade de briquetagem;

    Capacidade de produo anual da unidade de briquetagem.

    Assim como na estratgia 2, o fluxo de caixa da opo semanal e os resultados obtidos

    foram consolidados em base anual de forma a facilitar o clculo do VPL. Como a biomassa s

    estar disponvel ao final do segundo ano, o investimento para implantao da unidade de

    briquetagem pode ser feito integralmente no segundo ano. Logo, investimento necessrio pode

    ento ser divido nas seguintes parcelas:

    = 50% do custo da planta de gerao termeltrica + 100% do custo de aquisio

    da rea de plantio + 100% do custo de formao ;

    = - [50% do custo da planta de gerao termeltrica + 100% de (

    ) + 100% do custo da unidade de briquetagem ( )].

    Premissas, Dados Utilizados e Resultados

    As principais variveis cujos valores precisam ser estimados para elaborao deste estudo

    podem ser divididas em trs grupos: variveis associadas ao investimento e custos fixos da usina

    termeltrica, receita lquida da venda de briquetes e receita lquida da venda de energia

    eltrica. Foi adotada uma taxa de desconto ajustada ao risco de 11,5%, baseada nas taxas

    utilizadas no PLE 2030 de 8, 10 e 12%.

    Tabela 4 Variveis associadas ao investimento e custos fixos da usina termeltrica

    Parmetro Valor Unidade Fonte

    1,6669 BRL/USD PTAX do dia 18 de fevereiro de 2011

    1.500 USD/kWmed MME (2007)

  • 15

    2.630.299,10 BRL Adaptado de Silva et al. (Silva, Felfli, Prez,

    Rocha, & Simes, 2006)

    3.565,49 BRL/ha Adaptado de IEA (2010)

    1.515,21 BRL/ha MAZZARELLA (2007)

    55 USD/kWmed MME (2007)

    30 MWmed Definido para o projeto

    10,33 BRL/t Adaptado de Silva et al. (Silva, et al., 2006)

    24.546 t/ano Definido para o projeto

    Produtividade capim elefante

    37,5 t.ms/ha/a (Andrade et al., 2000a); (Andrade et al., 2000b);

    (Embrapa, 2009)

    6.094 ha

    Tabela 5 Variveis associadas receita lquida da venda de briquetes

    Parmetro Valor Unidade Fonte

    270 BRL/t Gentil (2008)

    755 t Adaptado de Silva et al. (Silva, et al., 2006)

    33,65 BRL/t Gentil (2008)

    22,50 BRL/t Silva et al. (Silva, et al., 2006)

    21,65 % Silva et al. (Silva, et al., 2006)

    Tabela 6 Variveis associadas receita lquida da venda de energia eltrica.

    Parmetro Valor Unidade Fonte

    155 BRL/MWh (Energia, 2010; EnergiaDireta, 2011)

    6 USD/MWh MME (2007)

    2,5 BRL/MWh MME (2007)

    9,75 % MME (2007)

    35,46 BRL/MWh

    20,00 BRL/MWh - gio contrato curto prazo (Gomes et al., 2010);

    15,46 BRL/MWh 50% TUSD Eletropaulo 04/06/2011 (energia incentivada).

    Para o caso Base (Estratgia 1) e Estratgia 2, foram adotadas os parmetros das Tabela 7 e

    Tabela 8, respectivamente.

    Tabela 7 Valores das variveis do Caso Base: Estratgia 1

    Varivel Valor

    (MWh/ano) 262.800

    (anos) 20

    (%) 6,168

  • 16

    (R$/ha) 1.449,19

    Tabela 8 Valores das variveis do projeto - Estratgia 2

    Varivel Valor

    (MWh/ano) 219.000

    (MWh/semana) 4.200

    (R$/MWh) 35,46

    Com base nos parmetros e dados utilizados, o VPL do caso base de R$ 575.799,14. Para

    o caso da Estratgia 2, de maior risco, o VPL significativamente maior, com valor de R$

    2.771.509,93. Entretanto, conforme pode ser observado na Figura 2, h uma probabilidade de

    28,7% desta estratgia apresentar valor menor do que o do projeto bsico, o que no pode ser

    ignorado.

    Figura 2 Distribuio de probabilidade do projeto Estratgia 2

    Para o caso da Estratgia 3, foram utilizados os mesmos parmetros da Estratgia 2

    acrescido preo do briquete de R$ 270,00 por tonelada. A distribuio probabilstica do valor do

    VPL obtida para o para o projeto com opes estratgia 3 pode ser observada na Figura 3.

    Pode-se perceber que este cenrio apresenta diversas vantagens sobre os demais.

    O valor mnimo do VPL superior ao do projeto bsico, ou seja, no h possibilidade

    desta estratgia resultar em VPL menor do que o esperado para o projeto bsico;

    O valor mximo do VPL da estratgia 3 inferior ao da estratgia 2, entretanto os valores

    mnimo e mdio so superiores; Considerando que a probabilidade de ocorrncia do valor

    mximo remota, ser utilizado o valor mdio como termo de comparao.

  • 17

    O VPL mdio obtido para o para a estratgia 3 de R$ 6.530.761,88. Alm disso, como

    pode ser observado na figura 3, a probabilidade do VPL deste cenrio ser pior do que o do caso

    base praticamente nula.

    Figura 3 - Distribuio de probabilidade do VPL do projeto com opes Estratgia 3

    Concluses e Recomendaes

    Projetos de gerao de energia atravs de fontes alternativas como biomassa tem atrado

    um crescente interesse nos ltimos anos. Neste trabalho analisamos o valor das flexibilidades

    existentes em um projeto de gerao de energia eltrica por queima de biomassa considerando

    trs estratgias operacionais distintas.

    Na primeira, foi considerado que toda a capacidade de gerao contratada a preo firme

    por 20 anos. Na segunda, uma parte da energia gerada vendida no mercado de curto prazo

    (PLD + gio) atravs de contratos bilaterais. A terceira estratgia semelhante segunda,

    acrescida de uma componente varivel resultante da escolha da maior receita lquida entre a

    comercializao de energia eltrica no mercado de curto prazo e a venda de briquetes,

    configurando uma opo real de alternncia de output. Este estudo apresentou ainda uma

    inovao ao modelo de Clewlow, Strickland e Kaminski (2000) ao modificar a componente de

    salto de forma a impossibilitar a obteno e valores negativos para o PLD. O resultado foi uma

    nova equao em tempo discreto para este modelo que pode vir a ser til em futuras anlises

    relacionadas ao tema.

    Os resultados indicam que a existncia da incerteza quanto ao preo da energia eltrica no

    mercado de curto prazo e da flexibilidade gerencial de escolha do subproduto a ser

    comercializado aumenta significativamente o valor do projeto. A estratgia 3 apresenta um

    ganho de 1034% quando comparada com a estratgia 1 e um ganho de 136% quando comparada

    com a estratgia 2. Alm disso, enquanto a estratgia 2 apresenta 28,7% de probabilidade de seu

    valor ser menor do que o da estratgia 1, na estratgia 3 esse risco eliminado. Portanto, os

  • 18

    resultados obtidos indicam que a existncia de incertezas e flexibilidades gerenciais aumenta o

    valor do projeto e reduz significativamente o risco de insucesso do mesmo.

    Considerando a necessidade de uma matriz energtica cada vez mais limpa, renovvel e

    diversificada, os projetos movidos biomassa tendem a ganhar uma importncia cada vez maior,

    principalmente, no que diz respeito reutilizao de resduos agrcolas ou industriais. Neste

    sentido, a correta avaliao do valor destes projetos por meio de uma metodologia que incorpore

    e valore as incertezas de mercado e as flexibilidades gerenciais como a teoria de opes reais

    contribui para atrair o investimento da iniciativa privada.

    Algumas limitaes deste estudo incluem a falta de dados mais detalhados do mercado de

    briquetes, por ser ainda pouco desenvolvido, e tambm de srie historia dos contratos bilaterais

    de fornecimento de energia no mercado livre, uma vez que no so divulgados.

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