44

TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO - acil.com.bracil.com.br/uploads/revista/Mercado-em-Foco-45-Maio-e-Junho-2018... · • Rotação geral de mercadorias Custo financeiro do estoque

  • Upload
    vodung

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

ATENDIMENTO E VENDAS:ATITUDES QUE FAZEM A DIFERENÇA

SILVANA OLIVEIRA

07 e 08 de Maio19h às 22h30

MÓDULO I – Atendimento• Como seu cliente quer ser atendido?• Personalize o atendimento ao seu cliente• Construindo relações duradouras com o cliente

MÓDULO II – Vendas e motivação• As fases da venda• Vendedor consultivo x vendedor tradicional• Negociando com o cliente• Benefícios de uma equipe motivadaNão associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

PALESTRA:ATENDIMENTO É TUDO

REGINA NAKAYAMA

17 de Maio19h às 21h

• Atitudes que fazem a diferença no atendimento ao cliente e na conversão em vendas

• Orientações para melhorar a performance do profissional em atendimento e vendas

• Compreendendo e conhecendo as fases do ciclo de vendasNão associados: R$ 95,00Associados e estudantes: R$ 56,00

WORKSHOP: COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO PARA

VAREJO: FAÇA A DIFERENÇA!GYSELE ROGO E FAFITA PERPETUO

04 de Junho19h às 23h

• Comunicação verbal e não verbal• Escuta ativa• Auto avaliação de habilidades para atendimento ao cliente• Análise de facilitadores da comunicação • Comunicação no trabalho• Fortalecimento de equipe• Relacionamento interpessoal• Comunica AÇÃO• Comunicação x valor Não associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

NEGOCIAÇÃO E VENDASSIDNEY KAYAMORI

27 e 28 de Junho19h às 23h

• As vendas no mercado globalizado. O vendedor do passado x qualidades do profissional atual

• Principais funções do consultor de negócios• Estratégias de fidelização• A negociação nas vendas• O reforço positivo do pós-vendaNão associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

ORATÓRIA:TÉCNICAS PARA FALAR EM PÚBLICO

MARIA CRISTINA CONSALTER

02 e 03 de Maio19h às 23h

• Autoimagem do apresentador• Planejamento da apresentação• Comunicação verbal e não verbal influenciando na qualidade

da apresentação• Controle emocional na apresentação• Técnicas para se comunicar com o público – Modelo do pitch

de apresentação• Utilização de recursos de apoio na arte da oratóriaNão associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

WORKSHOP:INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE:

PENSE FORA DA CAIXA! GYSELE ROGO

14 de Maio19h às 23h

• Criatividade e inovação como diferencial competitivo• A inovação no ambiente de trabalho• Como as empresas e pessoas devem buscar inovação• O perfil do profissional inovador e criativo• Brainstorming – um exercício de criatividade • Oficina de criatividade• Inovação, criatividade e desempenho profissional• Como ser inovador• Profissionais inovadores é a chave do sucessoNão associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

GESTÃO DE EQUIPE COMERCIALMILTON BETTONI

22, 23 e 24 de Maio19h às 23h

• Responsabilidades do gestor de vendas• Liderança na era do conhecimento• Recrutamento e seleção de equipe• Dimensionamento da equipe• Dimensionamento de visitas ou contatos• Estruturação da força de vendas• Remuneração estratégica de vendas• Gestão de resultados• Plano de ações comerciais

• Segmentação de clientes• Zoneamento de vendas• Indicadores de desempenhoNão associados: R$ 355,00Associados e estudantes: R$ 295,00

COMO ADMINISTRAR COMPRASE CONTROLAR ESTOQUES

CHARLES VEZOZZO

04, 05 e 06 de Junho19h às 23h

• Perfil do comprador• Aspectos gerais de compras• Estoque mínimo e máximo• Rotação geral de mercadorias• Custo financeiro do estoque parado• Classificação ABC • Ficha de controle individual do produto • Inventário de estoquesNão associados: R$ 222,00Associados e estudantes: R$ 130,00

NEGOCIAÇÃO EM COBRANÇA:COBRAR E RECUPERAR VALORES E CLIENTES

SIVALDO DAL RY

13 e 14 de Junho19h às 23h

• Inadimplência de empresas e consumidores• Regras básicas em cobrança• Legislação e prazos de prescrição• Princípios de negociação• Passo a passo no processo de cobrança• Tipos de clientes inadimplentes e como abordá-los Não associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

WORKSHOP:SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS – PR:

ÊNFASE NO CONVÊNIO ICMS Nº 52/2017ROSÂNGELA APARECIDA DA SILVEIRA

16 de Junho 08h30 às 12h30

• Introdução• Base legal• Substituição Tributária - Conceito• Modalidades de Substituição Tributária• Contribuinte substituto• Contribuinte substituído• Produtos sujeitos ao Regime de Substituição Tributária• Inaplicabilidade do Regime de Substituição Tributária• Aquisições de mercadorias sem a retenção do imposto –

procedimentos• Cálculo do imposto retido• Tabela de CFOP e código de Substituição TributáriaNão associados: R$ 177,00Associados e estudantes: R$ 118,00

ATENDIMENTO E VENDAS

DIVERSOS

ENTREVISTA DE SELEÇÃO (POR COMPETÊNCIAS):COMO RECRUTAR, SELECIONAR E CONTRATAR

TALENTOS PARA AS ORGANIZAÇÕESFILOMENA REGINA STORTI MINETTO

19 de Maio08h às 17h

• Análise do perfil do cargo (descrição e análise do cargo) • Recrutamento de pessoal (fontes)• Triagem (Através das competências técnicas)• Ferramentas em seleção (Técnicas de seleção utilizadas no

processo)• Entrevista comportamental / por competências (Preparo,

roteiro, habilidades pessoais, postura, erros de comunicação e desenvolvimento da entrevista)

• Avaliação de resultados do processoNão associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

PALESTRA:GESTÃO DE PESSOAS:

COMO LIDAR COM O CONFLITO ENTREAS GERAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES

SILVIA ROCHA

11 de Junho19h às 21h

• Gerações: dos Baby boomers aos Millennials e as influências de cada época

• Competitividade x Gerações• Liderar é preciso: como entender as diferenças e

potencializar a performance?• Comportamento x Gerações• Gestão de conflito x Gerações • E o futuro, o que nos reserva? Não associados: R$ 95,00 Associados e estudantes: R$ 56,00

LIDERANÇA E GESTÃO DE EQUIPESDE ALTA PERFORMANCE

SILVIA ROCHA

19, 20 e 21 de Junho19h às 23h

MÓDULO I – Estilos de liderança e autogestão• Estilos de liderança e liderança situacional• Perfil do líder de sucesso• Autoconhecimento e seus reflexos no processo de liderar• Inteligência emocional e resiliência

MÓDULO II – Comunicação assertiva/Planejamento e organização • Comunicação assertiva e gestão de equipes• Ferramentas eficazes de comunicação• Falhas no processo de comunicação e impactos no

relacionamento• Organização e metodologia aplicada ao processo de liderar

pessoas e processos

INTENSIVO EM EXCEL CORPORATIVO:COMO UTILIZAR O EXCEL

NO CONTEXTO EMPRESARIALSILVIO CARVALHO

18, 19, 20 e 21 de Junho 19h às 23h

• Revisão de toda parte básica do Excel entre funções e lógica• Adicionar comentários a célula • Auditoria de células• Auto filtro Básico, Avançado, Dinâmico, Cores • Formatos numéricos no Excel • Sinais para condição• 4 Funções• Mais de 40 fórmulas• Sinais de operações• Hiperlink• Validação de dados• Gráficos Treinamento 100% prático. Necessário notebook. Não associados: R$ 353,00Associados e estudantes: R$ 295,00

INTENSIVO EM GESTÃO FINANCEIRA:CONTAS A PAGAR, A RECEBER E TESOURARIA

RONALDO CORDEIRO

30 de Junho08h30 às 17h30

• Conceitos de capital de giro, ciclo operacional e ciclo financeiro

• Índices que refletem na administração do caixa• Normas e procedimentos• Fluxos de processos: responsabilidades e conferências• Administração do contas a pagar: processos de pagamentos,

fluxo operacional, funções do contas a pagar, controle do contas a pagar, ciclos de pagamentos, riscos

• Administração do contas a receber: controle do contas a receber, função da cobrança, processo de cobrança, meios de cobrança

Não associados: R$ 295,00Associados e estudantes: R$ 230,00

PALESTRA:LIDERANÇA QUE FAZ A DIFERENÇA

MARIA CRISTINA CONSALTER

10 de Maio19h às 21h

• Conceito de liderança• O papel do líder• O impacto da liderança no desenvolvimento dos

colaboradores• Estilos de liderança• Liderança situacionalNão associados: R$ 95,00Associados e estudantes: R$ 56,00

MÓDULO III – Gestão de pessoas• O desafio de gerir equipes de alta performance• Relacionamento humano e trabalho em equipe• Gestão do conflito e feedback• Cases de sucessoNão associados: R$ 300,00Associados e estudantes: R$ 250,00

COMO ELABORAR UMPLANEJAMENTO DE MARKETING

REGINA NAKAYAMA

28 e 29 de Maio19h às 23h

• Avaliar o cenário empresarial e foco do negócio• Identificar desafios e oportunidades de crescimento• Definir ações de captação, retenção e manutenção de

clientes• Identificar estratégias de comunicação, posicionamento e

valorização da marca• Elaborar plano de ação com indicadores de desempenho Não associados: R$ 197,00Associados e estudantes: R$ 108,00

PALESTRA:ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

PARA AS REDES SOCIAISSHEILA DAL RY

16 de Maio19h às 21h

• Conteúdos a serem desenvolvidos• Melhores audiências• InfluenciadoresNão associados: R$ 95,00Associados e estudantes: R$ 56,00

WORKSHOP:FUNIL DE VENDAS DIGITAIS:PROCESSOS E ESTRATÉGIAS

SHEILA DAL RY

28 de Junho19h às 23h

• Comportamento do consumidor• Inbound Marketing• Etapas de captação de leads• Dicas de ferramentas e appsNão associados: R$ 118,00Associados e estudantes: R$ 71,00

FINANÇAS

GESTÃO DE RH

MARKETING

WEB

EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2016/2019

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Claudio Sergio TedeschiPresidenteFernando Maurício de MoraesVice-presidenteFabricio Massi SallaDiretor SecretárioAlexandra de Paula Yusiasu dos Santos2º Diretor SecretárioRodolfo Tramontini ZanluchiDiretor FinanceiroRogério Pena Chineze 2º Diretor Financeiro

Angelo Pamplona da CostaDiretor ComercialMarcus Vinicius GimenesDiretor IndustrialMarcia Regina Vieira Mocelin ManfrinDiretor de ServiçosOlavo Batista JuniorDiretor de Comércio InternacionalAdelino Favoretto JuniorDiretor de ProdutosElias Lombardi de OliveiraDiretor Institucional

Luigi Carrer FilhoDiretor de AgronegóciosMarco Aurélio KumuraDiretor de Tecnologia e InovaçãoRicardo Beraldi RodriguesDiretor Micro e Pequeno EmpresárioAndré Gradia Gomes YuiDiretor Jovem EmpresárioMarisol ChiesaPresidente do CME ACIL

CONSELHO DELIBERATIVOAry Sudan Carlos Alberto Dorotheu MascarenhasDavid ConchonFlávio Montenegro BalanGeorge HiraiwaHerson Rodrigues Figueiredo JúniorJosé Augusto RapchamKatsumi Sérgio OtaguiriNivaldo BenvenhoOswaldo Pitol

Valter Luiz OrsiWeber GuimarãesWilson Geraldo Cavina

CONSELHO FISCALTitularesAdoniro Prieto MathiasMarcus Vinicius Bossa GrassanoRafael de Giovanni NetoSuplentesMario Nei PacagnanMarcelo Quelho FilhoEduardo Ajita

Susan NaimeCoordenaçãoLúcio Flávio MouraEdiçãoGiovana Nogueira CorreiaEstagiária de ComunicaçãoFernando CremonezFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Rodrigo GearaSuperintendente Claudia Motta PechinGerente ComercialBarbara Della LiberaSupervisora de Marketing

ColaboradoresAmanda de Santa Antônio Mariano Junior Beatriz Amaro

Fernanda Bressan Francismar LemesMicaela Orikasa Ranulfo Pedreiro

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

SOBRE MÃES, DATA ROMÂNTICA E FUTEBOLUm terço de 2018 já se foi. Aquela sensação

de que o dinamismo econômico do País está reaparecendo é cada vez mais forte entre os que estão do lado de dentro do balcão.

A engrenagem do setor produtivo gira em bom ritmo e a ACIL lembra nesta edição que os varejistas têm nos meses de maio e junho um calendário bem favorável para fidelizar clientes e atrair novos compradores.

São três “cavalos selados” que passarão na frente das lojas. A temporada aquecida começa com o Dia das Mães, uma data que sempre mobiliza os consumidores, mesmo caso do Dia dos Namorados e do Mundial de Futebol, que começa no dia 17 de junho para os brasileiros.

Gestão de estoque adequada, equipe de vendas bem treinada, diferenciais no atendimento e boa divulgação da marca podem garantir excelentes resultados e deixar seu negócio mais forte para o segundo semestre.

Muitas lições como estas foram absorvidas pelos participantes do evento Mercado em Foco, cuja 5ª

edição foi justamente direcionada ao desenvolvimento do varejo. Confira a reportagem que mostra os detalhes de mais uma realização de sucesso da ACIL.

Nesta edição recomendo ainda a leitura atenta sobre as eleições deste ano, a segunda votação popular em meio ao cataclismo político que se instalou com a Operação Lava Jato. Até outubro, em todas as edições da revista iremos debater o tema. Queremos que você comece a pensar sobre suas futuras escolhas o quanto antes.

Nas próximas páginas você poderá conferir muito mais: o pacote de obras de infraestrutura que poderão transformar Londrina em poucos anos; a entrevista de um líder empresarial que defende um pacto por mais qualidade de vida na nossa cidade; a preocupante onda de informalidade que ganha as ruas; a tendência de propor ao cliente uma liberdade maior para a experimentação ao cliente; e muito mais.

Boa leitura!

Claudio Sergio Tedeschi Presidente da ACIL(gestão 2016-2019)

Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

TRANSPARÊNCIAGoverno, um bom parceiro de negócios ........................... 10

ENTREVISTAUm pacto pelo convívio no espaço público ....................... 14

PARCERIAO “nós” na frente do “eu” ................................................... 20

MERCADO DE TRABALHOInformalidade, tendência de queda .................................. 26

ARTIGOComunicação interna e eficiente ....................................... 33

FIDELIZAÇÃOA liberdade de experimentar está em alta ........................ 34

BEM-ESTARA importância da boa alimentação ................................... 38

COLUNA ACILMulheres em Ação ........................................................... 40

ÍNDICE

30

MERCADO EM FOCOA nova cara do varejo

16

POLÍTICAVoto: a chave democrática da mudança

6

INFRAESTRUTURATodos os caminhos levam a Londrina

BOAS VENDASDatas festivas

22

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br6

INFRAESTRUTURA

Por Ranulfo Pedreiro

Imagine uma cidade com mais de 500 mil habitantes cujas entradas e saídas rodoviárias conectam-se facilmente a outros grandes centros em pistas duplicadas com trincheiras, pontes e viadutos. Nesta metrópole, a mobilidade também vem do alto, com um aeroporto modernizado para possibilitar aterrissagens por instrumentos. Aos poucos - após sofrimentos, problemas e atrasos -, a cidade hipotética se transforma em Londrina.

Várias obras de infraestrutura caminham neste sentido: a ampliação do Aeroporto José Richa, a duplicação da PR-445 até Mauá da Serra, a construção do Contorno Norte e a duplicação da BR-369 até Cornélio Procópio vão mais do que agilizar os deslocamentos. Vão reduzir acidentes e poupar vidas.

Comissão

Todas essas obras são cobradas e fiscalizadas pela Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura da Região de Londrina, que reúne representantes e entidades como a ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), a Sociedade Rural do Paraná (SRP), o CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), o deputado Tiago Amaral (PSB) e o Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), entre outros.

“Essa comissão foi um sucesso absoluto. Ela conseguiu, em seis meses, coisas que se tentava há 15 anos e não se conseguia”, comenta Claudio Tedeschi, presidente da ACIL. “A gente vê a importância de se organizar e sair da linha político-partidária, do discurso demagógico, com a comunidade pautando uma por uma dessas obras que são essenciais para um desenvolvimento mais sadio e impetuoso na região”, complementa.

Anvisa

Entre as conquistas, está a vinda da Anvisa para a cidade. “Estávamos há 20 anos solicitando que a Anvisa tivesse uma base em Londrina para que pudesse

TODOS OSCAMINHOS LEVAM A

LONDRINAObras de duplicação, ampliação e revitalização garantem mais fluidez, conforto e segurança à região

Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

liberar rapidamente as cargas que vão para o porto seco do aeroporto. Conseguimos. A Infraero já está entrando em contato, é mais um avanço. A Sandoz (indústria farmacêutica localizada em Cambé) exporta remédios para a América do Sul inteira. E ela tem que colocar em caminhões e levar para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, para exportar. Com a vinda da Anvisa, vai exportar tudo pelo aeroporto daqui”, revela Tedeschi.

Aeroporto

O nome Londrina surgiu de uma singela comparação a Londres por causa da névoa que se forma sobre as duas cidades. Cortada por rios, Londrina tem uma neblina baixa que fecha constantemente o aeroporto, também ameaçado por chuvas e mau tempo.

A batalha para ampliação do aeroporto é antiga. Mas, agora, parece próxima do fim. A instalação do ILS (equipamento que permite o pouso por aparelhos) vai reduzir drasticamente os atrasos e cancelamentos de voos. Para o equipamento ser instalado, a pista deve ser aumentada em 600 metros.

Quase toda a área destinada à ampliação já foi desapropriada pela Prefeitura. Os terrenos são repassados à União para que a Infraero possa realizar a obra. A área total é de 1.465.000 metros quadrados, dos quais apenas 3,5% aguardam decisões judiciais para completar a desapropriação.

“O objetivo é ampliar para que o aeroporto tenha condições de utilizar o ILS e oferecer uma estrutura maior para os usuários. O ILS vai reduzir o número de voos que não têm êxito por causa de problemas climáticos”, explica Atacy de Melo Júnior, da Diretoria Técnica e de Desenvolvimento da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina).

“Essa ampliação é mais voltada para a segurança de todo o sistema. O perfil das aeronaves que pousam aqui não tende a mudar muito. Essa ampliação é necessária para trazer mais segurança e também para a instalação do ILS. Com o aumento da área, há uma tendência natural de desenvolvimento do aeroporto e dos serviços prestados”, assegura.BR

-369

no

trech

o qu

e lig

a Lo

ndrin

a e

Corn

élio

Pro

cópi

o

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br

São 12 sentenças judiciais aguardadas. Por conta delas, não existe uma previsão clara para o término das obras na pista. As desapropriações custaram ao município mais de R$ 50 milhões. Em contrapartida, a União bancará a ampliação.

Duplicação da PR-445

Outra batalha antiga é a duplicação da PR-445 até Mauá da Serra, facilitando o acesso para Curitiba. Já houve licitação para a duplicação até o distrito de Irerê. O orçamento inicial era de R$ 136 milhões e o consórcio vencedor ofereceu uma proposta de R$ 93.253.689,15, com economia de 30%. Mas, como está previsto no processo licitatório, o consórcio que ficou em segundo lugar entrou com recurso contra o resultado. As obras serão feitas com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

“Os países desenvolvidos principiam pela infraestrutura. No caso da duplicação da PR-445, há uma ampliação da entrada de Londrina”, comenta Sergio Selvatici, superintendente regional do Departamento de Estradas e Rodagens (DER).

A duplicação até Irerê parece pequena, mas exige muitas obras. Por exemplo: os rios Cafezal e Três Bocas receberão três pontes cada. Entre eles, está o trevo da Estrada da Cegonha, onde será construído um viaduto. Logo mais à frente, no acesso ao Patrimônio Selva, outro viaduto será construído. A ponte do Ribeirão dos Apertados será ampliada e outra ponte será construída ao lado. Na entrada de Irerê, será construída uma trincheira.

“É um trecho perigoso. A duplicação significa melhorar as condições de tráfego e evitar futuros acidentes”, ressalta Selvatici.

Mas não vai parar por aí. “O próximo

passo, que já está sendo programado, é a licitação, com recursos do BID, de Irerê até Mauá da Serra. Em uma próxima oportunidade, para um governo que deseje completar a duplicação da rodovia, o projeto já existirá”, acrescenta.

Contorno Norte

Londrina espera pelo Contorno Norte há tanto tempo que o projeto venceu. O traçado previsto originalmente, há cerca de 20 anos, foi urbanizado, exigindo um novo projeto dividido em três partes. A primeira parte prevista para execução é o Lote 2, que ainda será licitado. São 8,5 quilômetros da PR-545 até a PR-445, próximo à Warta. O orçamento para licitação fica em torno de R$ 100 milhões.

A obra será uma contrapartida do Governo do Estado. A princípio, deveria ser executada pela concessionária

8

“A DUPLICAÇÃO CRIA DESENVOLVIMENTO, OPORTUNIDADE DE EMPREGO E ATRAI INDÚSTRIAS”

Associação Comercial e Industrial de Londrina

Econorte, responsável pelo trecho da BR-369 entre Cambé e Cambará. Por conta de um aditivo, o Contorno Norte passou para responsabilidade do Estado enquanto a concessionária se encarregou da duplicação da BR-369 de Jataizinho a Cornélio Procópio.

“A ideia do contorno é tirar o tráfego pesado que vem pela BR-369 e passa pela Av. Brasília. Se fizerem o primeiro e o segundo lote, nós vamos encontrar a PR-445 já na duplicação, o que facilita o escoamento para quem vai para Maringá”, esclarece Sergio Selvatici.

“O traçado de 20 anos atrás era impossível de se fazer porque a maioria das partes por onde passava já tinha sido urbanizada. Foi necessário fazer um novo traçado. Conseguimos que a concessionária fizesse um novo projeto já duplicado, com orçamento e tudo o que precisa para ir para a execução”, explica Claudio Tedeschi.

Aeroporto Governador José Richa

Claudio Tedeschi, presidente da ACIL: “A gente vê a importância de se organizar e sair da linha político-partidária, do discurso demagógico, com a comunidade

pautando uma por uma dessas obras que são essenciais para um desenvolvimento mais sadio e impetuoso na região”

Obras de acabamento

No trecho já duplicado da PR-445, entre Cambé e Londrina, estão previstas várias obras de acabamento. O DER planeja a instalação de radares para coibir o abuso de velocidade e a construção de passarelas para pedestres no Jardim Acapulco, em frente ao Iapar, entre o viaduto da Madre Leônia e o Hospital do Campus (UEL), e no Jardim Silvino, em Cambé. A passarela do Parque Ouro Branco será reformada.

Para o superintendente regional do DER, a duplicação em área urbana representa um ganho para a cidade. “Foi uma obra maravilhosa para Londrina e diminuiu o número de acidentes”.

Duplicação da BR-369

Famoso pelas curvas perigosas, o trecho da BR-369 entre Jataizinho e Cornélio Procópio deve passar por uma grande

transformação. As obras preveem um viaduto no trevo de Uraí e uma trincheira ou viaduto na entrada para Assaí, além da correção de traçado das curvas mais acentuadas.

“O DER sempre teve uma visão de economizar para construir mais. A duplicação cria desenvolvimento, oportunidade de emprego e atrai indústrias”, assegura Sergio Selvatici.

Mobilidade

Os benefícios das obras são evidentes se pensarmos que Londrina terá todas as suas entradas rodoviárias renovadas. Para uma cidade que se consolida como polo empresarial, tecnológico, agrícola, comercial, de serviços, construção, saúde, negócios, cultura, lazer, gastronomia, esportes, pesquisa e educação, duplicar é preciso.

9

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br10

TRANSPARÊNCIA

GOVERNO,UM BOM PARCEIRO DE NEGÓCIOS

Programa Compra Londrina capacita e habilita empresas de todos os portes a participarem – e vencerem – processos de licitação

“MUITAS EMPRESAS ACHAM QUE LICITAÇÃO É DIFÍCIL, MAS SE DEREM ESSE PASSO E CONHECEREM, VÃO VER QUE É MAIS SIMPLES DO QUE PENSAM”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

Por Fernanda Bressan

Existe (ainda) no senso comum o conceito de que um processo de licitação é algo complexo e só acessível às grandes empresas. Pensamento que começou a mudar em Londrina há alguns anos quando foi criado o programa Compra Londrina, uma iniciativa da ACIL, do Sebrae, do Observatório de Gestão Pública e outras entidades parceiras.

No ano passado, o programa ganhou um reforço de peso. A prefeitura publicou o Decreto 753 de 19 de junho de 2017 oficializando o Compra Londrina como política pública. Desde então, se tornou uma das prioridades da Secretaria de Gestão Pública.

O titular da pasta, Fábio Cavazotti, destaca que muitas empresas que sequer tinham participado de um processo licitatório antes, hoje são fornecedoras do município. “O Compra Londrina é uma política pública prioritária, o decreto marcou esta passagem. Hoje, há um esforço grande para dar às empresas a capacidade de participar das licitações”, assinala.

Mudar a visão de que o mercado de compras públicas é inacessível é um dos desafios que está sendo vencido pelo programa. “Muitas empresas não veem o poder público como um potencial cliente e as justificativas para isto são históricas, como burocracia, pensar que as licitações são direcionadas e que por isso elas não vão ganhar, ideia de que não vai receber, mas essa realidade mudou, não existe atraso de pagamento hoje e a isonomia é verdadeira. Se a empresa cumprir os requisitos da licitação e oferecer o melhor preço, ela será a vencedora”, garante o secretário.

Ele acrescenta outro sentimento comum no empresariado: o de ser mal interpretado. “As pessoas, por conta da corrupção, estão assustadas, achando que podem ser entendidas de um jeito errado, com medo de fazer a coisa certa e isto tem tolhido muita coisa, inclusive a inovação. Temos que fazer do jeito

certo, de forma pública e transparente”, diz.Luciana Leite Bastos Monteiro, coordenadora do Comitê

Gestor do Compra Londrina na prefeitura, acrescenta que há um esforço grande para comunicar as empresas dos processos licitatórios. “Fazemos busca ativa das empresas por contato telefônico, por e-mail, através dos sindicatos para divulgar os pregões. As informações de todos os processos vão para o site do Compra Londrina e as empresas cadastradas nele recebem estes dados”, descreve.

Integrante do programa desde seu lançamento, Valéria Sitta, da ACIL, celebra esta nova fase do programa. “O programa é um processo de moralização e transparência. Com mais empresas participando dos processos licitatórios, eles ficam mais acessíveis, mais corretos. É a população tomando conta dele”, frisa a analista da Área de Negócios. Ela esclarece que quando virou decreto, no ano passado, muita coisa já tinha acontecido. “Já haviam empresas capacitadas para o programa o que atestou que ele era viável, que a cidade poderia assumir e estamos colhendo frutos reais com a participação efetiva das empresas”.

A divisão por lotes foi um dos diferenciais. “Isso possibilita que mais empresas possam participar, possam entregar o produto e até o preço cai”, diz Valéria. Fábio Cavazotti acrescenta: “Quando regionaliza a entrega e divide em lotes, a gente otimiza a logística e há uma economia nisso”.

Mais chances de ganhar

O secretário reforça que tudo é feito dentro do que a própria legislação já prevê, como a regionalização de lotes e oferta de lotes para micro e pequenas empresas. Os resultados aparecem. “Recentemente, fizemos uma licitação para a

Fábio Cavazotti, secretário de Gestão Pública: “Muitas empresas não veem o poder público como um potencial cliente e as justificativas para isto são históricas, como

burocracia, pensar que as licitações são direcionadas e que por isso elas não vão ganhar, ideia de que não vai receber,

mas essa realidade mudou, não existe atraso de pagamento hoje e a isonomia é verdadeira”

Rodada de Negócios do programa Compra Londrina realizada na ACIL

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br

compra de material de construção e dos 88 lotes, 71 ficaram com empresas de Londrina”, destaca Cavazotti. Estes 71 lotes somam mais de R$ 2,2 milhões, os outros 16 totalizaram R$ 1,2 milhão. “É essencial mudar esta cultura, mostrar que a empresa pode ganhar, que queremos que ela seja fornecedora do município. Não é uma barreira para as empresas de fora, mas um incentivo para as empresas locais”, declara.

Os empresários interessados nas compras públicas podem participar das capacitações feitas pelo Sebrae. Sergio Ozorio, gestor de ambiente de negócios do Sebrae, explica que o treinamento para as empresas tem como foco passar o beabá em detalhes. “As capacitações visam um aprendizado por parte das empresas fornecedoras para que participem com mais efetividade das licitações que são ofertadas pelos órgãos públicos. Fazemos normalmente em 12 horas, em três dias, com grupos de empresas de diversos setores”, esclarece.

A legislação vigente e tudo o que envolve uma licitação estão na pauta dos encontros. “O principal conteúdo é conhecer as leis para aprender a licitar sem risco, ver as novas oportunidades para os negócios destes empresários. Explicamos como funciona uma licitação, como é o favorecimento das micro e pequenas empresas prevista na Lei 147/2014 (lotes para elas). No treinamento falamos desta lei e como eles devem se preparar, que documentos são exigidos e a preparação dos produtos e serviços que devem fazer, como entregar no tempo devido. Esclarecemos como um todo esta questão”, completa Sérgio Ozório.

Na sequência, o empresário poderá ter ainda mais informações caso ingresse em uma disputa licitatória. “O treinamento é o primeiro momento que ele tem contato com a temática. Depois, na ACIL ou no Sebrae, ele pode ter orientação mais específica caso entre em um processo. É um mercado novo, há empresas que nunca participaram e tentamos desmistificar o máximo possível, dizer que é uma venda normal com algumas particularidades por ser destinada ao poder público. No começo pode parecer mais complexo, mas depois que o empresário se adequou, é só seguir o padrão adquirido a partir da primeira”, garante o gestor do Sebrae.

Manga curta e manga longa

Robson Leme de Melo, proprietário da Vinde Vede, venceu pela primeira vez um processo de licitação para a venda de uniformes para a prefeitura. “Tentei participar outras vezes, há alguns anos, mas só me mandaram o valor de preço e depois não falaram quando ia ser o pregão, mais nenhuma informação. Desta vez foi mais transparente, o pessoal da Secretaria de Educação marcou várias reuniões, foi mais acessível”, declara. Todo este processo começou com o Compra Londrina. “Descobri o programa pela mídia, vi uma notícia na RPC e fui atrás para ver. Entrei no site, me cadastrei e também liguei para me informar”, recorda. Depois disso, ele teve ajuda do

Sebrae e conseguiu vencer dois lotes da licitação. “Imaginava que era difícil, eles pedem muitos documentos, tem que ler o edital inteiro. O pessoal do Sebrae me ajudou bastante, eu falava com a Secretaria de Educação e eles falaram para ir ao Sebrae”, explica. Agora ele produzirá camiseta manga curta e manga longa dos uniformes escolares e já pensa no futuro. “Se eu puder, vou participar todo ano”.

É justamente esse movimento que se quer criar, de mostrar aos empresários de todos os portes que a licitação é algo viável e acessível. “É essencial mudar a cultura, mostrar que as empresas podem ganhar uma licitação e a participação das entidades no programa dá perenidade a ele, foram dados inclusive passos importantes nas gestões anteriores pelas entidades. Muitas empresas acham que licitação é difícil, mas se derem esse passo e conhecerem, vão ver que é mais simples do que pensam”, destaca Fábio Cavazotti.

Por onde começo?

Valéria Sitta aponta que o site é um primeiro caminho a seguir. Basta acessar www.compralondrina.com.br e se cadastrar para receber todos os pregões agendados. “Lá temos notícias sobre os pregões, calendário de quando eles ocorrerão e também de previsão de compra. Ele está bem intuitivo e interativo”, pontua.

Há pontos de atendimento para os empresários na ACIL, no Sebrae e também na prefeitura para que todos possam ter acesso às informações. “A nossa maior intenção é que a informação chegue até o empresário e ele tenha com quem falar, que não fique sem resposta. É um programa feito a várias mãos para criar um canal de apoio para o empresário que reflete para a cidade e, além de tudo, ele pode vender para o Brasil inteiro, pois estará capacitado e pronto para isto”, finaliza Valéria.

Valéria Sitta, da ACIL: “O programa é um processo de moralização e transparência. Com mais empresas

participando dos processos licitatórios, eles ficam mais acessíveis, mais corretos. É a população

tomando conta dele”

12

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br14

ENTREVISTA

Por Lúcio Flávio Moura

O presidente executivo da Galmo Empreendimentos, Fernão Bellusci Galindo, de 43 anos, um londrinense nato que está à frente de investimentos como o Aurora Shopping e de muitos edifícios de alto padrão na região da Gleba Palhano, é um engenheiro maratonista que se exercita por ruas, avenidas e parques, sonhando com uma cidade na qual ninguém abra mão do saudável hábito de conviver no espaço público e na qual floresça um novo centro, vibrante e atraente. Mas não é um devaneio. Ele realmente acredita que de um diálogo perene das autoridades e dos líderes empresariais vinguem iniciativas de revitalização.  Do entendimento podem surgir projetos que não sejam esvaziados a cada troca de mandato na Prefeitura ou na Câmara, aposta. Formado em Engenharia Civil e pós-graduado em Economia

Fernão Galindo, da Galmo Empreendimentos: “Penso que os principais projetos para o futuro de Londrina devam ser feitos de forma compartilhada entre quem paga e entre quem recebe os impostos”

UM PACTO PELO CONVÍVIO NO ESPAÇO PÚBLICOLíder de uma das maiores construtoras da região espera que os problemas urbanos

sejam superados com uma articulação permanente e uma agenda comum que aproximem o poder público e o setor produtivo

Empresarial, Galindo é um atleta amador que correu recentemente a Maratona de Nova York - se orgulha em dizer que gasta mais a sola do tênis do que a banda de rodagem dos pneus - e que manteve o fôlego do negócio da família mesmo nos rigores de uma crise histórica no seu segmento. Do alto de uma torre erguida pela própria construtora, na Avenida Ayrton Senna, Galindo mira o horizonte distante do centro, tomado por edifícios que hoje parecem replicados como um espelho no lado de cá do Igapó 2. A seguir, um pouco da inquietação do empreendedor e do cidadão que confia nos poderes de uma boa conversa para mudar o destino das coisas. 

Mercado em Foco - Como foi suportar 11 trimestres seguidos de recessão? Como o triênio 2014-2016 será lembrado na história da Galmo?

Fernão Galindo - Foi difícil para todos os segmentos. Mas para a construção civil foi especialmente desafiador. A decisão de comprar um imóvel normalmente aparece quando todas as outras necessidades estão supridas. Um empresário compra um imóvel quando sua empresa vai bem e tem boas perspectivas. Um empregado também só se decide pela compra quando acredita que poderá honrar as prestações do financiamento. Há, portanto, uma paralisia no mercado. E, no período, outros aspectos dificultaram ainda mais as coisas, como por exemplo, a demora na aprovação do Plano Diretor e o arrocho no crédito.  Contudo, as condições nas quais estávamos antes da crise nos protegeram relativamente destes efeitos.  E enfrentamos com o aprimoramento dos processos e com o investimento na melhoria da produtividade. Nunca perdemos a visão à longo prazo porque no nosso ramo os negócios têm ciclos longos e temos que pensar lá na frente. Além disso, partimos para uma diversificação maior dos negócios. Hoje nós dependemos muito menos da construção e da incorporação. Atuamos na administração de propriedades comerciais e em outras operações do mercado imobiliário e nos tornamos uma empresa completa no segmento.

MF - A cidade já contava com quatro grandes shoppings quando a Galmo decidiu investir no segmento. Foi uma decisão ousada, ainda mais durante uma crise econômica. Quais foram os fatores que viabilizaram o Aurora Shopping?

FG - Um shopping é projetado para 50 anos. A ideia do Aurora surgiu em um bom momento da economia, por volta de 2010. À época surgiu da nossa experiência como

“EM LONDRINA , SE O INVESTIMENTO É BEM FEITO, A OPERAÇÃO GERA RESULTADOS POSITIVOS”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 15

incorporadora na região. Toda a migração de moradores e empresas para cá demandava comércio e serviços. As características dos terrenos, que são maiores e, portanto, mais caros, dificultavam os investimentos em pequenas operações no bairro.  Desenvolvemos um projeto moderno, de médio porte, com características específicas, que contemplou também a atração de um varejo e de serviços tipicamente de rua. E conseguimos oferecer um empreendimento com muitos atributos e que foi capaz de atrair muitas marcas e serviços que não operavam no nosso mercado. Sempre digo: em Londrina se o investimento é bem feito, com consistência, a operação gera resultados positivos. Mas, claro, ainda temos muito trabalho pela frente.

MF - O que você diria para quem afirma que a Gleba Palhano já está saturada?

FG - Pelos nossos cálculos, estamos com apenas 50% do potencial explorado. Serão 10 ou 20 anos com muito trabalho aqui na Gleba. Há muitos terrenos disponíveis, todos com alto potencial de verticalização. No centro, há poucas possibilidades, tanto por falta de áreas quanto por ser difícil viabilizar a incorporação das poucas que restam.

MF - Quais são as fronteiras imobiliárias mais promissoras da cidade?

FG - Todo este setor que vai desde o campus da UEL até o Jardim Botânico tem muito a crescer. Em geral, todas estas áreas novas de ocupação que ainda têm locais disponíveis vão continuar crescendo. A área em torno da UTFPR, na zona leste, por exemplo. As margens das novas vias de integração urbana, que hoje ainda estão em fase de projeto, como o Arco Leste e o Contorno Norte, também devem ser alvo de muitos investimentos. O grande desafio é criar esta demanda quando a economia reaquecer.

MF - Quais tipos de produtos imobiliários que devem ser mais procurados pelo mercado quando a retomada econômica estiver na plenitude?

FG - Não acredito que haja demanda

reprimida no nosso setor de atuação. Talvez alguns segmentos voltados ao consumidor de alto padrão. Também diria que em situações pontuais de moradias mais populares, do Programa Minha Casa Minha Vida. O que é importante dizer é que não temos um mercado descalibrado, com excesso de oferta.

MF - É impossível percorrer a cidade hoje sem notar o grande número de placas de vende-se ou aluga-se. Isso não assusta quem está atuando no setor de imóveis novos?

FG - Um problema de Londrina e de muitas cidades médias ou grandes é a deterioração do centro. Prédios mais antigos, falta de disponibilidade de garagens e a concorrência com shoppings e com a Gleba Palhano tiraram a atratividade da região central. São lugares nos quais muita gente passa, mas não usufrui, não interage. E o comércio se estabelece onde há um trânsito efetivo de pessoas. É difícil concorrer com os prédios da Gleba. Aqui o morador conta com uma vista bonita, com um térreo cheio de opções de lazer, com a proximidade do Igapó, com shoppings, que por sua vez oferecem salas de cinema, praças de alimentação. A demanda vai continuar existindo. No centro, o que está lá não parece mais atraente ao mercado. Mesmo os bons imóveis do centro, como são antigos, têm dificuldade em atender as expectativas deste novo tipo de família, que cultiva novos hábitos e que preza muito pela segurança. Também há uma certa dificuldade dentro da nossa cultura de manter o imóvel antigo em um nível de manutenção aceitável.  E isso também se estende ao espaço público. O grande desafio é como dar vida a estas áreas que já começam a se degradar com esta desocupação.

MF - Você teria alguma sugestão neste sentido?

FG - Acredito que não existam problemas na cidade que dizem respeito apenas ao poder público ou apenas à iniciativa privada. É preciso que os líderes dos dois lados sentem à mesa e trabalhem sempre na mesma direção. O que a gente percebe é que muitas vezes

um prejudica a atuação do outro. Para o problema de decadência do centro ou para qualquer outro problema que afeta a vida de todos os moradores, é preciso melhorar este diálogo. Esta falta de alinhamento de planos não pode continuar. A gente deve somar esforços e dividir responsabilidades para o bem de todos em Londrina. É fácil dizer aqui que o culpado dos nossos problemas é o poder público. Mas as coisas não são assim tão simples. Penso que os principais projetos para o futuro de Londrina devam ser feitos de forma compartilhada entre quem paga e entre quem recebe os impostos. Vai funcionar melhor. Outra coisa: não há uma bala de prata que resolva tudo de uma vez. É preciso fazer uma articulação que promova ao longo do tempo pequenas ações que, somadas, transformem a vida de todos para melhor. E isso deve continuar mesmo após a troca de comando nos governos ou nas entidades representativas do empresariado. Voltar à estaca zero a cada alternância nos cargos de comando é um processo muito frustrante.

MF - Como você imagina os edifícios que serão lançados em duas ou três décadas?

FG - Não acredito que este tempo seja suficiente para alguma inovação disruptiva, em termos de mercado de imóvel. Talvez algumas evoluções do que já está em andamento. O primeiro exemplo que me ocorre são as garagens, que deverão estar adaptadas aos veículos movidos à eletricidade, com pontos de carregamento nas vagas. Também acredito que as fontes que hoje são alternativas para a geração de energia serão mais corriqueiras e terão impacto nos custos de operação do edifício. O tratamento termoacústico dos ambientes também deverá ter uma grande evolução, a integração tecnológica da mesma forma. Os ambientes serão totalmente inteligentes. Talvez o ideal fosse reduzir um pouco o que é oferecido nas áreas de lazer dos condomínios, o que incentivaria os moradores a desfrutarem mais do espaço público e a conviver com a pluralidade que caracteriza uma cidade. Como já disse, é uma causa tanto do poder público quanto do mercado imobiliário. E acreditar que isso pode acontecer.

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br16

POLÍTICA

Por Francismar Lemes

O Brasil deslocou o eixo, desde os protestos de junho de 2013, desencadeando uma crise de representação e governança política, que tem produzido abalos diários. Calcular o futuro e os resultados das eleições 2018 é uma operação de lógica difícil em que se conhece a variável contexto, mas é preciso descobrir inúmeras incógnitas.

A revista Mercado em Foco propõe uma observação sobre este jogo político. O objetivo é colaborar com o debate para a escolha dos que não poderão desperdiçar a chance de mudança, inclusive devolver a confiança da população brasileira na política.

Nesta edição, será apresentada a

VOTO: A CHAVE DEMOCRÁTICADA MUDANÇA Até as eleições 2018, a Mercado em Foco debate

que País é este que vai às urnas. O que poderá sair dessa decisão que, entre outras mudanças, precisa salvaguardar as reformas econômicas?

atmosfera que envolve estas eleições, com a análise do cientista político Clodomiro Bannwart, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e do consultor econômico da ACIL, Marcos Rambalducci, que é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Que Brasil é este que em outubro irá às urnas?

Bannwart recorre a um dos mais importantes filósofos, Santo Agostinho, para demonstrar a complexidade da pergunta. Algo como “só querer saber tudo de duas coisas: a respeito de Deus e da mortalidade da alma”.

Igualmente pinçando uma comparação, Rambalducci diz que a resposta tem o valor de um milhão de dólares tamanho o

grau de hipóteses para um acerto ou erro de uma previsão.

Os dois analistas concordam com a fotografia do sentimento da população tirada pela pesquisa do Ibope e divulgada na segunda quinzena de março. O pessimismo da sociedade em relação às eleições aparece em 44% das respostas.

Muitas análises só encontram um retrato igual no pleito de 1989. Outros ingredientes, como o grande número de candidatos, crises ética-moral e econômica, um quadro partidário caótico e uma agenda conservadora em ascensão, se somam tanto lá como cá ao ceticismo popular.

Estes são alguns dos princípios que regerão os conflitos do eleitorado até a urna. Porém, outro ainda mais imponderável determinará até o último

Associação Comercial e Industrial de Londrina 17

momento a decisão do eleitor: a realidade, com os seus fatos novos.

“O que nos diferencia de 1989 é que estamos fechando o ciclo da Nova República, desde a redemocratização do país, em 1988, a 2018. Acredito que estes 30 anos foram catalisados por duas grandes forças políticas. De um lado o PT e de outro o PSDB. A gente não consegue fazer a leitura do que foram essas três décadas sem olhar essas duas forças progressistas que, no entanto, se curvaram à velha elite política brasileira. Destruímos essa polaridade. Ao destruir isso, o que se vê é o velho PMDB, agora suprimindo o “P” da sigla, funcionando como sempre funcionou no Brasil . Aqui merece uma reflexão crítica: nós não conseguimos ler as forças progressistas que tentaram

movimentar a Nova República sem a estrutura arcaica e fisiológica do PMDB. Quer dizer: o PMDB esteve atrás de tudo isso. Sempre no poder. Fazer uma leitura crítica envolve uma avaliação do papel do PMDB na história recente da democracia no país”, afirma Bannwart .

A roda da história gira e as eleições no Brasil fazem parte de um superciclo de pleitos de 2018, em que 350 milhões de latino-americanos têm a chance de votar por mudanças.

Eleições que, de acordo com artigo do Fórum Econômico Mundial sobre América Latina, terão a responsabilidade de sustentar a democracia em baixa por causa do aumento de conflitos não só políticos, como sociais, combater o aumento da insegurança, os casos graves

Clodomiro Bannwart, cientista político: “O brasileiro está tendo

muito mais uma confiabilidade no poder do judiciário do que

na política. A política está criminalizada. Num contexto

criminalizado, em que há a quebra de estruturas, o que sobra?

Partidos de aluguel que vão, não só vender a sigla, mas também

partir para um processo aguerrido de conquista do poder”

de corrupção, considerada uma endemia duradoura, a alta taxa de desemprego proporcionada também por concentrar a maior escassez de competências no mundo na economia formal, sendo que dois em cada cinco jovens não estão estudando nem trabalhando, e 55% dos trabalhadores da região trabalham na economia informal.

Rambulducci defende que para encontrar o eixo, o Brasil precisa sair das eleições com a perspectiva de reformas econômica, que devem ser salvaguardas do duelo entre esquerda e direita.

O professor destaca que houve uma recuperação de alguns posicionamentos macroeconômicos de controle da inflação no Brasil, mas sem conseguir um superávit fiscal.

Desi

gned

by

Flat

art /

Fre

epik

“Por outro lado, nós temos um cenário absolutamente negativo que é a continuação de déficits reiterados. Para o ano de 2018, teremos um gasto fiscal da ordem de mais de R$ 1,3 trilhão, sendo que, praticamente, R$ 1 trilhão é somente com a seguridade social. Desse R$ 1 trilhão mais de 70% são despesas com a Previdência Social. Isso significa que nós estamos absolutamente alijados da possiblidade de ter um governo que possa fazer investimentos. Este endividamento precisa ser equacionado. O atual governo não tem cacife politico para fazer as reformas que se fazem necessárias. Nós dependeremos do próximo. Aí temos uma incógnita grande sobre o nosso futuro”, afirma Rambalducci.

Direitos x Deveres

Quem serão os eleitos que terão que corresponder ao que sobrou de esperança entre os brasileiros?

Na avaliação de Bannwart poderá ser qualquer um de qualquer partido, principalmente no caso do que irá sentar na cadeira de presidente.

“Há uma inversão. O brasileiro está tendo muito mais uma confiabilidade no poder do judiciário do que na política. A política está criminalizada. Num contexto criminalizado, em que há a quebra de estruturas, o que sobra? Partidos de aluguel que vão, não só vender a sigla, mas também partir para um processo aguerrido de conquista do poder. Me

parece que teremos uma eleição numa perspectiva bem maquiavélica”, ressalta.

Se não dá para contar com a sorte, devemos ficar de olho também em outras variáveis destas eleições, como a influência da internet e redes sociais, que podem bagunçar todo o processo, como nunca ainda se viu.

“Existe uma mudança cultural grande. Um aspecto interessante e que não tem uma tematização tão clara dos elementos que o justifiquem é a guinada mais conservadora. Talvez, consequência do colapso dos partidos de centro esquerda, que governaram nos últimos 20 anos e que não conseguiram dar uma resposta satisfatória à sociedade. Aliado a isso, há uma potencialização da internet. Não sabemos como lidar com isso. Um

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br18

exemplo são as eleições dos Estados Unidos e as influências das fake news. Isso pode determinar a nossa eleição”, afirma o cientista político.

Já Rambalducci acredita que a conjuntura atual pode colocar o Brasil numa sinuca se às eleições não sucederem reformas, como a da Previdência.

“É preciso haver um processo de informação da sociedade, mostrando a necessidade de uma reforma que garanta a solvência do país. Se medidas como essa não forem adotadas, nós estaremos numa situação muito complicada a partir de 2019. Essa situação tende a ser cada vez mais complicada em função até da nossa pirâmide etária”, afirma.

É preciso sair também dessas eleições com a perspectiva de uma verdadeira

reforma política, já que somente tem atendido ao casuísmo, como o remendo deste ano, que tirou a propaganda partidária no semestre que não tem eleição, o que dificulta o acesso à informação pelo eleitor.

“Isso é terrível. Há uma proliferação de partidos. Já não entendemos ideologicamente quem é quem neste balaio de gatos e ainda impedem a informação sobre partidos. Isso mantém os feudos, as dinastias da política brasileira”, avalia o Bannwart.

Diante dessas condições, cada eleitor deve estar se perguntando de onde virá o nosso socorro.

Bannwart e Rambulducci tentam responder à pergunta de 1 milhão de dólares:

“Não podemos girar em falso o processo eleitoral. Existe uma ausência de utopia no horizonte, que mostra um ranço patrimonialismo, populismo, uma estrutura política arcaica, baixa escolaridade da população e redes sociais para alimentar a incapacidade de conseguirmos viver democraticamente”, finaliza Bannwart.

Rambalducci destaca a falta de base sólida para pensar que tal candidato, sendo eleito, terá as condições necessárias para girar a roda no sentido horário.

“É uma situação que não foi construída nós últimos 10 anos. Fernando Henrique tentou uma reforma e a gente sabia que se demorasse em ser feita seria ainda mais grave. A conta chegou. É hora de pagarmos”, conclui.

Marcos Rambalducci, economista: “Nós estamos

absolutamente alijados da possiblidade de ter

um governo que possa fazer investimentos. Este

endividamento precisa ser equacionado. O

atual governo não tem cacife politico para fazer

as reformas que se fazem necessárias. Nós

dependeremos do próximo”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 19

Desi

gned

by

Flat

art /

Fre

epik

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br20

PARCERIA

Por Beatriz Amaro

A relação patrão-empregado passou por grandes transformações nos últimos anos. Hoje, as empresas entendem que ela deve ser humana, e que pensá-la sob o ponto de vista de “líder-colaborador” traz vantagens a todos os níveis da pirâmide trabalhista. Prestar atenção às necessidades do funcionário é fundamental para criar um ambiente de trabalho harmonioso e produtivo.

A importância do bem-estar do colaborador fez com que emergissem iniciativas para reconhecer as empresas que prezam por este fator. O Great Place to Work (GPTW), que presta serviços de pesquisa, consultoria e capacitação, lançou um programa de certificação cuja metodologia avalia se uma determinada empresa é um “ótimo lugar para trabalhar” com base em perguntas simples respondidas pelos funcionários, aptos a qualificar o lugar onde trabalham.

Membros da regional paranaense do GPTW, Hilgo Gonçalves, embaixador da empresa, e Claudia Malschitzky, diretora-executiva, afirmam que a metodologia desmistifica a visão de que é difícil ser um great place to work. Claudia afirma que a pesquisa pode ser aplicada em empresas que tenham no mínimo cinco funcionários. Segundo ela, “a metodologia é muito simples: para o funcionário, um ótimo lugar de trabalho é aquele no qual ele confia nas pessoas para as quais trabalha e onde há proximidade com a equipe”. Em um cenário que preza pela eficiência e pela capacidade de um profissional de coordenar diversas atividades, estes são fatores essenciais.

Os dados recebidos através da pesquisa são organizados em cinco dimensões: credibilidade, respeito, imparcialidade, confiança e trabalho em equipe, que determinam o tom da comunicação interna das empresas. “O líder precisa saber onde dói no colaborador, como falar com ele, em quais esferas é preciso ajustar-se”, explica Claudia. Pela metodologia, a gestão das pessoas é sistematizada pela mandala de confiança, formada por nove práticas culturais que ajudam na organização da empresa, que, de acordo com a diretora-executiva, “nada mais são que iniciativas que tentam estabelecer o equilíbrio entre as ações da empresa. Se eu foco muito em celebrar, esqueço de desenvolver. É importante equilibrar o que faço com os colaboradores”. Hilgo Gonçalves esclarece que o foco é criar um ambiente de transparência que permita a autonomia dos funcionários. “As novas gerações

O “NÓS” NA FRENTE DO “EU”Com missões e valores convergentes, ACIL e Great Place to Work reconhecem

associados e organizações que prezam pelo bem-estar dos colaboradores

pedem participação nas decisões, buscam autonomia para gerar flexibilidade e conseguir trazer um clima de inovação que é muito importante”, afirma.

As empresas que passam pelo processo de certificação e adquirem nota igual ou superior a 70 podem concorrer ao ranking do GPTW, que reconhece as melhores empresas para trabalhar. Se premiada, a organização pode usar o selo de premiação do ranking, que será divulgado na mídia, e será convidada a participar de um evento exclusivo em comemoração aos rankeados. É importante frisar que os que pretendem adquirir a certificação não são obrigados a concorrer ao ranking – são processos diferentes, mas que, juntos, garantem às empresas um diferencial pelo qual muitos clientes prezam: o reconhecimento pela atenção especial ao fator humano, à gestão de pessoas e, portanto, à sociedade como um todo.

O segredo dos que chegaram lá

A edição de 2017 do ranking do GPTW premiou 50 empresas paranaenses, das quais nove são londrinenses. A ACIL está entre elas. De acordo com o superintendente Rodrigo Geara, “aqui o senso de colaboração, de equipe, é muito natural. Em nenhum momento ouvi um colaborador dizer que não poderia fazer alguma coisa ou que tal iniciativa não dizia respeito à sua área – pelo contrário, o colega dá um passo na área do outro e pergunta como pode ajudar. Isso reflete nos resultados que temos no dia-a-dia”. Claudio Tedeschi, presidente da ACIL, completa: “é bom estar sempre aberto a transformações. O ser humano aprende mais na dor que no amor. A crise pela qual estamos passando é uma oportunidade de rever e transformar nossos valores.”

Claudio Tedeschi, da ACIL: “A crise pela qual estamos passando é uma oportunidade de rever e transformar nossos valores”

“ATRÁS DE TODAS AS MESAS DE TRABALHO EXISTE UM SER HUMANO QUE PRECISA SER VALORIZADO”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 21

“ “

O propósito do GPTW é o mesmo que o nosso, que tem muito a ver com associativismo: colocar a engrenagem de uma corporação para trabalhar pelo bem comum

Rodrigo Geara,superintendente da ACIL

A A. Yoshii, empresa londrinense também rankeada, enfrenta – e supera – desafios por estar presente em locais diferentes do Brasil. Leonardo Yoshii, presidente da organização, explica que “a valorização das pessoas sempre esteve no nosso DNA. A indústria da construção civil é itinerante, e é importante fazer com que todos se sintam parte integrantes de um todo. Trabalhamos a questão da comunicação, do alinhamento, da inserção dos colaboradores junto aos valores da empresa”. Para ele, outro fator importante são as métricas de desempenho. Com o avanço da tecnologia, “que permeia todos os departamentos da empresa”, a diretoria consegue observar atentamente a performance dos funcionários. “Temos investido bastante na tecnologia para facilitar o caminho”, afirma Yoshii.

Em segundo lugar no ranking das empresas de grande porte do Paraná, a Apetit Serviços de Alimentação encara um desafio similar: por estar em onze estados e somar mais de 2.300 funcionários, a linguagem adotada precisa contemplar cada um deles. Além disso, para a presidente Marcia Manfrin, é fundamental desburocratizar os processos para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e, portanto, do atendimento. Segundo ela, “deixamos mais fácil para quem está na ponta e lida com o cliente. São estes funcionários que precisam estar descansados e dispostos a atender. O ser humano é a peça fundamental e precisamos facilitar a vida dele nas organizações”.

O Sicoob Norte, também baseado em Londrina, ficou em segundo lugar nas empresas de médio porte. Emerson Ferrari, diretor-executivo da cooperativa, reflete a respeito do profissional de sucesso em um mundo de constantes mutações. “Começamos

em 2003 com um estilo de trabalho que mudou e muda muito rapidamente. Os colaboradores e cooperados procuram inovações tecnológicas, participação nas decisões. O nosso segredo é compreender que, atrás de todas as mesas de trabalho, existe um ser humano que precisa ser valorizado. Não adianta mandar, exigir, forçar. Hoje eu tenho um sonho, apresento aos colaboradores e realizamos juntos”, relata.

ACIL e GPTW: parceria reconhece associados

Em parceria inédita, a ACIL e o GPTW criaram um destaque interno que reconhecerá os associados que priorizam o bem-estar dos colaboradores. Nomeada “ACIL GPTW”, a condecoração utilizará a metodologia Great Place to Work, e os associados certificados internamente serão automaticamente validados com a certificação GPTW.

Para Rodrigo Geara, a parceria demonstra a convergência de valores entre a associação e a empresa. “O propósito do GPTW é o mesmo que o nosso, que tem muito a ver com associativismo: colocar a engrenagem de uma corporação para trabalhar pelo bem comum”, diz. Claudia Malschitzky reforça: “reconhecimento não é sinônimo de premiação; é aquela palavra dada em um momento especial, são os processos que fazem as coisas acontecerem. Queremos desenvolver as cidades, mas é impossível fazê-lo sem construir uma sociedade melhor. Sabemos que o público das associações comerciais precisa ser incentivado a participar das transformações sociais, e este destaque que criamos é uma forma de incentivá-lo.”

Emerson Ferrari, do Sicoob Norte: “Hoje eu tenho um sonho, apresento aos colaboradores e realizamos juntos”

Márcia Manfrin, da Apetit: “O ser humano é a peça fundamental e precisamos facilitar a vida dele nas organizações”

Leonardo Yoshii, da A. Yoshii: “Trabalhamos a questão da comunicação, do alinhamento, da inserção dos colaboradores junto aos valores da empresa”

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br22

DATAS FESTIVAS

Por Antônio Mariano Júnior

Duas datas e um evento importantes devem aferir com precisão o grau de otimismo do comércio varejista de Londrina em 2018. Dias melhores deverão vir a partir do Dia das Mães, em maio, seguido pelo Dia dos Namorados e início da Copa do Mundo, em junho, na Rússia. A seleção brasileira entra em campo, no dia 17 de junho, contra a Suíça.

A confiança no bom desempenho das vendas ampara-se na propalada recuperação gradual do crescimento econômico. O varejo, após dois anos consecutivos de retração, mostrou reação em 2017. O Paraná registrou aumento de 3,51% nas vendas, conforme Pesquisa Conjuntural da

Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio/PR).

Os dados foram divulgados em 15 de março de 2018, no Dia do Consumidor. “A economia é cíclica, portanto convém armazenar alguns cilindros de oxigênio”, adverte Mario Nei Paccagnan, diretor de Projetos da Litz Consultoria, Pesquisa e Conhecimento.

Advertência elementar, talvez, para quem não lê as entrelinhas escritas pelo mercado varejista. Paccagnan, na verdade, recorre a uma metáfora para chamar a atenção a um conceito que, quando aplicado com eficiência, pode gerar bons resultados: a Gestão de Estoque.

Para o especialista, um bom armazenamento de produto,

Mario Nei Paccagnan, da Litz Consultoria: “Não trabalharia com forte investimento em estoques sem entender, primeiramente, o que se passa com o consumidor”

BOAS VENDAS!Dia das Mães. Dia dos Namorados. Copa do Mundo. Os dois próximos meses poderão garantir excelentes resultados e deixar o seu negócio mais forte para o segundo semestre

resumidamente, gira com qualidade, atende ao consumidor e não pressiona o capital de giro do comerciante. Fórmula

Associação Comercial e Industrial de Londrina 23

Charles Vezozzo, consultor financeiro: “A segmentação dos públicos, nos últimos anos, tem sido intensa. Diferenciar, portanto, é atender melhor o cliente do que a concorrência”

mágica não há. “De um modo geral, não trabalharia com forte investimento em estoques sem entender, primeiramente, o que se passa com o consumidor”, frisa o especialista em gerenciamento de estoque. Ou seja, pesquisas para entender o comportamento atual do consumidor são bem-vindas.

Otimismo é essencial

Na prática, o setor varejista de Londrina vai conferir o humor dos compradores a partir do Dia das Mães, seguido pelo Dia dos Namorados e pela Copa do Mundo. Assim como Paccagnan, outro renomado especialista em gerenciamento de estoque, Charles

Vezozzo, não vislumbra uma combinação das três temáticas, ao menos no comércio físico.

Para o consultor financeiro, embora a crise tenha afetado os fundamentos básicos da economia, todos os prognósticos e previsões direcionam para uma recuperação razoável da economia para 2018. “Otimismo é essencial para os negócios, porém, calcular riscos com critério e responsabilidade, são essenciais”, frisa Vezozzo, proprietário de uma empresa prestadora de serviços em consultorias empresariais e pessoais.

Segundo ele, sete tópicos devem ser observados quando se trata de compras e estoques: cotação, aquisição, recepção, armazenagem, expedição do controle, saída e entrega. “Mercadoria com ‘bom

giro’ é importante, mas recomendo usar ferramentas objetivas e eficazes para estoques, que são os cálculos de Estoque Mínimo e Máximo”, afirma.

Designed by awesomecontent / Freepik

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br

Marketing Digital como complemento

Por conta dos apelos comerciais e emocionais distintos, o comércio de rua londrinense vai promover ações específicas para o Dia das Mães, Dia dos Namorados e Copa 2018.

Como alternativas de fidelização de consumidores e consequente movimentação do estoque, os dois especialistas apontam a tecnologia como complemento das vendas no varejo. “Alguns podem temer o reducionismo do varejo tradicional, o que não é verdade. O marketing digital pode ser trabalhado como estratégia complementar para o gerenciamento, o ‘giro’ do estoque”, afirma Mario Nei Paccagnan.

No entendimento de Charles Vezozzo, a utilização de ferramentas virtuais pode ser fundamental para traçar estratégias, inclusive para as duas datas e evento próximos. “A segmentação dos públicos, nos últimos anos, tem sido intensa. Diferenciar, portanto, é atender melhor o cliente do que a concorrência”, frisa.

A criação de uma identidade visual empática pode auxiliar na rotatividade dos produtos armazenados, mas deverá estar atrelada ao investimento na capacitação regular de gestores e colaboradores.

“Treinamento não só para gerenciar o fluxo de vendas dos itens, mas também comportamental e atitudinal de todos. Ninguém gosta de ser recebido com apatia”, aponta Paccagnan. “A participação em cursos, palestras e seminários que envolvam temas de compras e estoques poderia ter maior participação de empresários, gestores e colaboradores”, complementa Vezozzo.

Boas expectativas,estoque sob controle

Vermelho, verde e amarelo serão as cores predominantes na ambientação temática da “temporada” varejista, cuja sequência inicia-se com o Dia das Mãe, no dia 13 de maio. Nem sempre a criatividade acompanha as projeções, muitas vezes veladas, de aumento nas vendas de alguns segmentos. Há otimismo, de fato. Comedido, mas há.

Diretor de Negócios da rede Móveis

Brasília, Wilsonei Mattos acredita na elevação do consumo com os três acontecimentos sequenciais, embora prefira não arriscar projeções.

Contudo, para atingir as metas, afirma que não faltarão produtos e bom atendimento à clientela de cada um dos eventos sazonais do calendário varejista. “Trabalhamos com pesquisas e com tendências do mercado. Temos que nos manter bem informados porque a época de fazer grandes estoques já passou”, afirma categoricamente. A rede está em atividade há 51 anos.

Mattos aponta outro fator importante para a obtenção de bons resultados nas vendas, independentemente da relevância de datas do varejo. “Uma equipe bem treinada e motivada certamente irá facilitar a decisão do cliente. Sempre apostamos nisso”, pontua.

A Bolivar Calçados, estabelecida no mercado desde 1946, também vem aumentando a sua atratividade através do planejamento gerencial antecipado, baseado no histórico de vendas e tendências de um setor que acompanha a moda.

As expectativas são positivas. “Todas as nossas compras são feitas com no mínimo quatro meses de antecedência. Com um planejamento de compras e campanhas específicas para cada data e segmento esperamos atender, assim, as expectativas de nossos clientes”, analisa Fernanda Boechat Fonseca, representante da rede Bolivar Calçados. Ela acredita que, ao final do terceiro trimestre, a rede toda teria tido um acréscimo entre 8% e 10% nas vendas.

Comedido, Enio Sehn Junior, sócio

proprietário da rede de restaurantes Dá Licença, intui ser 2018 um ano ainda difícil, mas não tão severo como os anos anteriores. Ele aposta na boa performance das próximas datas, porém prefere aguardar o desenrolar de 2018 que reserva um fator determinante: as eleições.

Por estar no ramo da alimentação, em que o estoque é mais “descomplicado” para lidar, Junior optou por investir na melhoria da estrutura física, do bom atendimento e, claro, do aperfeiçoamento da qualidade das refeições servidas nas seis unidades do Dá Licença, fundado em 1979.

“O nosso diferencial está focado, cada vez mais, na melhoria dos nossos serviços. Com isso, podemos investir mais fortemente num marketing para chamamento de novos clientes”, informa. Trocadilhos à parte, as adequações em tempo de crise, como ele mesmo diz, começam com “o arroz e o feijão”.

Fernanda Boechat Fonseca, da Bolivar Calçados: “Todas as nossas compras são feitas com no mínimo quatro meses de antecedência”

Wilsonei Mattos, da rede Móveis Brasília: “Uma equipe bem treinada e motivada certamente irá facilitar a decisão do cliente”

Enio Sehn Junior, do restaurante Dá Licença: “O nosso diferencial está focado, cada vez mais, na melhoria dos nossos serviços. Com isso, podemos investir mais fortemente num marketing para chamamento de novos clientes”

24

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br26

MERCADO DE TRABALHO

INFORMALIDADE, TENDÊNCIA DE QUEDACom a economia em recuperação, o movimento do trabalho informal tende a recuar, trazendo uma melhoria na qualidade do emprego e da ocupação

“A INFORMALIDADE TEM GRANDE REPERCUSSÃO NA ARRECADAÇÃO FISCAL E, SOBRE TUDO, NA PREVIDÊNCIA SOCIAL”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 27

O pernambucano Rivaldo José da Paz, 62, foi para as ruas vender frutas e pimenta caseira após perder o emprego em uma empresa de

construção civil, em Londrina

A procura de um emprego com carteira assinada, Arthur Tavares da Silva, 24, vende pão nas ruas

de Londrina

Por Micaela Orikasa

Quando Rivaldo José da Paz, 62, deixou sua terra natal - Recife - encontrou a oportunidade de trabalhar na construção civil, em Londrina. Isso foi há 20 anos. Durante um longo período ele trabalhou com carteira assinada, mas logo que a empresa o dispensou, começou a vender produtos como ambulante.

O pernambucano conta que já vendeu de tudo: de cigarro à doces. Hoje, vende frutas, pimenta caseira e até chinelos com a ajuda de toda a família. “Dá para comer, comprar uma roupa de vez em quando, mas nunca fiz as contas certinho de quanto eu ganho. Varia muito”, comenta.

Paz é um dos vendedores que estão todos os dias nas ruas de Londrina trabalhando por “conta própria”. Essa é a classificação dada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para aqueles que trabalham explorando o próprio empreendimento, sozinho ou em sociedade, contando ou não com a ajuda de membros da família.

Essa categoria é representada atualmente por cerca de 23 milhões de brasileiros e se manteve estável no último trimestre (novembro de 2017 a janeiro de 2018) na comparação com o trimestre de agosto a outubro de 2017. Em relação a este mesmo período de 2016, o número de trabalhadores por conta própria havia registrado alta de 4,4%, ou seja, mais 986 mil pessoas.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados em fevereiro pelo IBGE. Para o economista Robson Gonçalves, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, tanto a informalidade ostensiva, que é essa que se vê nas ruas, quanto a menos visível, que são os empregados sem carteira assinada, foram impulsionadas pela queda da atividade econômica que se instalou em 2015.

A crise fechou as vagas de trabalho e os números do desemprego subiram. Mas hoje, a taxa de desocupação no País também registrou uma estabilidade (12,2%) em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2017 (12,2%), conforme dados do IBGE.

“A gente espera que tanto a informalidade mais ostensiva quanto a precarização das relações de trabalho dentro das

empresas formais reduzam ao longo deste ano por conta da consolidação da recuperação econômica”, aponta Gonçalves.

Ele diz que o crescimento da economia foi retomado em 2017, mas em bases ainda muito fracas. Entretanto, a expectativa para este ano é de melhora, com o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) em até 3%.

E os números começam a desenhar uma nova realidade. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que o Paraná gerou 11.637 empregos somente no mês de janeiro, em microempresas com até nove empregados. O setor que mais contribuiu para o aumento dos postos de trabalho foi o de serviços (53,4%), seguido pela indústria (15,9%), construção civil (12%), comércio (9,4%) e agropecuária (9,3%).

“Em um quadro de consolidação da recuperação econômica, tende a haver uma melhoria da qualidade do emprego e da qualidade da ocupação, mas de forma gradativa. As empresas ainda estão inseguras com a sustentação dessa recuperação econômica e demoram a fazer suas contratações, até porque contratar e demitir funcionário é algo muito caro no Brasil”, avalia.

O londrinense Arthur Tavares da Silva, 24, acredita nessa melhora. Tanto é que não desistiu de entregar currículos nas empresas. Ele está em busca de um emprego com carteira assinada, mas enquanto isso não acontece, vende pão nas ruas para pagar o aluguel da casa e as contas fixas.

“Estou esperando alguma loja me chamar porque já fui vendedor de calçados. Enquanto isso, vou sobrevivendo desses pães. É desgastante porque a gente fica o dia inteiro empurrando carrinho e não tem nenhuma garantia para o futuro”, desabafa.

Futuro incerto

O sociólogo Thiago Leibante, professor no Instituto Federal do Paraná (IFPR), observa que o Brasil sempre teve historicamente, de 20% a 30%, no mínimo, de trabalhadores informais, e analisa as consequências para a própria classe da informalidade.

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br

A gente espera que tanto a informalidade mais ostensiva quanto a precarização das relações de trabalho dentro das empresas formais reduzam ao longo deste ano por conta da consolidação da recuperação econômica

Robson Gonçalves,Professor da FGV em SP

“Além de um número expressivo de indivíduos que não terão as garantias trabalhistas, a instabilidade nesse tipo de atividade se dá tanto em matéria de ocupação quanto em rendimentos”, afirma.

Ele explica que em um mês, o ganho do trabalhador por conta própria pode ser relativamente bom, mas em outros períodos pode haver um decréscimo muito grande. “Isso compromete a qualidade de vida desse indivíduo e da própria sociedade porque outras atividades econômicas também irão sofrer esse impacto. As responsabilidades financeiras ficam completamente comprometidas”, ressalta.

O economista da FGV destaca ainda que a informalidade tem grande repercussão na arrecadação fiscal e, sobretudo, na Previdência Social. “Além disso, essa grande incerteza desses trabalhadores quanto à renda contínua gera, por exemplo, menos investimento em educação, uma propensão menor em parcelamento de compras e a recuperação da economia baseada na precarização é sempre mais lenta e sujeita a ser revertida”, sustenta.

Gonçalves ainda ressalta que em um processo de recuperação econômica como esse que o País vem atravessando, mais vagas formais poderiam ser criadas se não fosse tão caro empregar e desempregar no Brasil em relação a outros países.

“Apesar da economia estar se recuperando, pode haver uma demora para as empresas absorverem os trabalhadores informais. Os direitos concedidos e conquistados nos anos 20 e 30 em todo o mundo, foram retirados nas principais economias do mundo, tornando o Brasil pouco competitivo nesse sentido. É uma crueldade econômica, mas que tem que ser reconhecida”, defende.

Para o advogado e diretor na ACIL, Fabrício Massi Salla, a informalidade é ruim para todo mundo, mas especialmente para o comerciante que tem seu negócio regularizado. “É uma concorrência desleal. Por exemplo, um vendedor de alimentos que atua na informalidade, não sofre fiscalização da Vigilância Sanitária e o empresário formal sim, tendo que cumprir uma série de normativas”, afirma.

Salla lembra ainda que a venda de produtos oriundos do Paraguai é crime e que, diante de uma fiscalização, esses vendedores estão sujeitos a responder criminalmente por essa atividade. “É preciso encontrar uma solução porque o sujeito não pode ocupar um espaço desorganizadamente. Qualquer empresário estabelecido hoje precisa pagar por um local de atuação”, destaca.

A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) informou em uma publicação oficial que as ações de fiscalização ao comércio ambulante em 2017, resultaram em 75 multas quanto à apreensão de mercadorias e 68 por comércio irregular.

Deixando a informalidade

Após trabalhar algum tempo na informalidade, os irmãos Willian e Renan Pascual estão em processo de formalização como MEI (Microempreendedor Individual). Eles sempre alimentaram o desejo de ter o próprio negócio e quando Willian perdeu o emprego em um restaurante que servia marmitas congeladas, foi a oportunidade de colocar o plano em prática.

Willian é formado em Gastronomia e desempregado, passou a receber encomendas de amigos interessados nas refeições com uma proposta mais saudável. De paladar em paladar, ele encontrou um nicho no mercado e convidou o irmão, formado em Engenharia Civil, a participar do projeto.

“Tinha um pouco mais de habilidade para vender e divulgar, e meu irmão era bom na produção. Começamos a trabalhar, mas na informalidade. Não havia nenhum controle sobre os gastos e os ganhos”, conta Renan, que despertou para a importância de se formalizar.

“Procuramos uma consultoria para ter uma orientação sobre como legalizar nosso trabalho, buscando sair da informalidade. Além de trabalharmos mais tranquilos, é a forma correta de ter um negócio”, diz.

Com a formalização do “Marmitas do Brow”, Renan conta que já conseguiu reduzir custos ao comprar direto de fornecedores. “Hoje, já estamos bem mais organizados. Na questão de planejamento e produção, a formalização é um ponto crucial para aumentar as vendas, mas os benefícios previdenciários também são um atrativo”, completa.

Os irmãos Willian e Renan Pascual buscaram a formalização do “Marmitas do Brow”: “Na questão de planejamento e produção, a

formalização é um ponto crucial para aumentar as vendas, mas os benefícios previdenciários também são um atrativo”

28

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br30

MERCADOEM FOCO

Por Susan Naime

Estar bem posicionado em plataformas digitais, oferecer bom atendimento ou um novo serviço não é mais suficiente para atrair os consumidores millennials – a geração de consumidores que valorizam a experiência e o relacionamento. As novas tecnologias passaram a exigir mais do mercado e o cliente já não quer o varejo como era antigamente. Esse novo cenário foi discutido por especialistas durante o Mercado em Foco especial Varejo, realizado pela ACIL no mês de março, no Shopping Aurora.

Se em 2010 o comércio crescia 10,9% ao ano, em 2015 os números registraram queda de 2,2%. E foi só em 2017 que o fôlego começou a ser recuperado, com um tímido crescimento de 2%. Os dados foram apresentados por Leandro Krug, especialista em gestão de negócios de varejo. “Acordamos de um pesadelo e nesse tempo o varejo mudou”.

Para Krug, hoje o consumidor exige

A NOVA CARA DO VAREJO

Diante da transformação do universo digital e do comportamento do consumidor, empresas que não inovarem seus processos de venda podem estar com os dias contatos. Veja o que pensa alguns dos principais empreendedores e especialistas do ramo

que as empresas ofereçam personalização, praticidade, propósito da marca, solução, inovações, experiência e felicidade. “A empresa que quer ser lembrada precisa vender experiência durante o processo de compra, ou seja, a diferença da sua venda é justamente a personalidade que você coloca na comercialização do seu produto e do seu serviço”, afirma o especialista que trouxe para o Mercado em Foco as últimas tendências e novidades

adquiridas durante o NRF Big Show 2018, maior e mais importante evento de varejo do mundo, realizado em Nova York.

Outro caminho sem volta lembrado por Leandro Krug é o ambiente digital. “O digital faz parte do processo de compra, independente de você ter um e-commerce ou não. A internet é utilizada pelo consumidor para pesquisas, conversas e tomada de decisões. Ele quer ser atendido, quer respostas rápidas. Não estar no ambiente online significa pular uma etapa importante do processo de compra do cliente”, enfatiza.

Varejo antigo, nunca mais!

O diretor do Grupo Muffato, Everton Muffato, abre os olhos de quem ainda não acordou para a nova realidade do mercado. “Não adianta ter saudade do varejo antigo, o consumidor nunca mais será o mesmo. As transformações dos modelos de negócios estão apenas começando. Mas também nunca se teve

Leandro Krug, especialista em gestão de negócios de varejo: “Não estar no ambiente online significa pular uma etapa importante

do processo de compra do cliente”

“NÃO ADIANTA TER SAUDADE DO VAREJO ANTIGO, O CONSUMIDOR NUNCA MAIS SERÁ O MESMO”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 31

tanta oportunidade. O melhor jeito de não ter medo do futuro é criá-lo.”

O empresário pontua fatores que formam as características do novo consumidor: ele está mais exigente, possui novos hábitos, valores e estilo de vida, e realiza muito mais pesquisas e leituras. “Se o consumidor já era prioridade para as empresas, hoje ele tem um poder ainda maior sobre os nossos negócios. Não há como não construir o processo de venda em cima dos novos hábitos do cliente.”

Apostar no omnichannel também será decisivo para conquistar o cliente e ter bons resultados nas vendas, segundo Everton Muffato. A tendência consiste em atender o consumidor que busca experiências e realiza compras, simultaneamente, em diversos canais, seja online ou offline. “Vai ficar quem gerar a melhor experiência e a melhor solução. A chave para o sucesso é manter o foco no cliente, entender suas características e comportamento ao comprar, e então criar as melhores possibilidades para ele, com

canais integrados de forma transparente, simples e eficiente”, ressalta o diretor da rede Muffato.

Nova geração, novas estratégias

Se você nunca parou parar pensar em como a Geração Z é capaz de afetar o seu negócio, é hora de rever seus conceitos.

Também conhecida por Gen Z, essa geração de pessoas nasceu entre o começo dos anos 90 e o fim de 2010, quando houve o “boom” das novas tecnologias digitais como smartphones, videogames e computadores mais velozes. Para o sócio-executivo na Gartner, Anibal Mendes, é um público que não consegue imaginar viver num espaço onde todas as coisas não estejam conectadas num ambiente online, com possibilidade de trocas instantâneas de informações. E em 2020 representará um contingente de 2,6 bilhões de pessoas.

“As expectativas da Geração Z são bases para os planos de investimentos em tecnologia. Ouvi-los é fundamental. Use as mídias sociais para isso”, afirma Mendes. “O que está acontecendo não é o fim do mundo. É uma mudança. E não importa o tamanho do seu negócio, todos terão que aterrissar nesse novo mundo digital. A diferença é que ele não vai esperar. Você vai ter que pousar com ele em movimento”, alerta.

O diretor comercial da Vivo, José Carlos Rocha Junior, concorda. “A nova era digital é uma realidade. Conviva e aceite. Ou se vá”, enfatiza. Para ele, não há alternativa a não ser adaptar o comportamento de gestores e vendedores

ao comportamento do novo consumidor. “Seja estratégico. Quanto mais tempo você gasta investigando o cliente e personalizando estratégias, mais ele irá comprar o seu produto”, aconselha.

Rocha Junior defende que deve haver um equilíbrio entre o virtual e o real. Segundo ele, explorar sentimentos é cada vez mais valioso no mundo dos negócios e a maneira como os consumidores tornam-se felizes com a experiência de compra faz toda a diferença. “Máquinas são muito boas em simular, mas são péssimas em ‘ser’. Se você vai tocar uma alma humana, seja outra alma humana. Dedique tempo, diariamente, para criticar seu modo operante. Se estiver entrando no modo automático, critique-se. É hora de mudar”.

Mãos dadas

Até aqui, os varejistas convencionais já entenderam que modernizar o modelo de negócio e atender o cliente de maneira

Everton Muffato, do Grupo Muffato: “Vai ficar quem

gerar a melhor experiência e a melhor solução”

Anibal Mendes, da Gartner: “As expectativas da Geração Z são bases para os planos de

investimentos em tecnologia. Ouvi-los é fundamental”

José Carlos Rocha Junior, da Vivo: “Quanto mais tempo você gasta investigando o cliente

e personalizando estratégias, mais ele irá comprar o seu produto”

omnichannel é pré-requisito para uma operação bem-sucedida.

André Yui, fundador e CEO da Key Design, acredita que o processo de fidelização do consumidor torna-se ainda mais eficiente quando há união do online e offline. A tese pode ser confirmada por um levantamento do Google que apontou que 74% dos consumidores pesquisam na internet enquanto estão decidindo comprar em uma loja física. “A gente não vai conseguir vender se não gerar confiança e relacionamento com o cliente”, afirma.

De acordo com o empresário, as vantagens existem para os dois universos e por isso podem ser complementares. No varejo físico, o cliente tem a possibilidade de ter uma experiência completa com o produto, como provar uma roupa, avaliar o tamanho, sentir o perfume ou o sabor.

O e-commerce acaba sendo o lado com maior potencial para agregar inovação. Outra vantagem é se manter disponível ao público-alvo 24 horas por dia, durante sete dias da semana. Claro que para isso,

segundo André Yui, é preciso construir uma boa vitrine, investir em marketing digital e SEO para que seja possível colher resultados eficientes, além de ter uma equipe qualificada e que entenda dos processos do ambiente online. “Se não trabalhar esses aspectos, é como se o seu e-commerce fosse uma loja física onde ninguém passa na frente”, afirma.

Para a especialista em varejo e desenvolvedora do ecossistema de startups Oasislab, Fabíola Paes, as

empresas deveriam obrigatoriamente incluir tecnologia e inovação em seus planejamentos de atuação e crescimento. Algumas das macrotendências para o varejo listadas por ela são omnichannel, inteligência artificial, geolocalização, realidade virtual e aumentada e internet das coisas. “A tecnologia está servindo as empresas para melhorar os seus processos de venda e melhorar os processos de experiência e compra do consumidor. É preciso aproveitar essas oportunidades”.

Fabíola Paes, da Oasislab: “A tecnologia está servindo as empresas para melhorar os seus processos de venda e melhorar os processos

de experiência e compra do consumidor”

André Yui, da Key Design: “A gente não vai conseguir

vender se não gerar confiança e relacionamento com o cliente”

Folha de Londrinano impresso e on-line.

Com o importante papelde informar geraçõescom credibilidade,a qualquer tempo.

A CAMINHO DOS70 ANOS

FOLHADELONDRINA.COM.BR

Associação Comercial e Industrial de Londrina 33

ARTIGO

Por Wagner Munhê

Quando se pergunta “qual é o maior problema na sua empresa?”, uma das respostas mais frequentes que ouvimos é “a comunicação”.

Segundo o dicionário Houaiss, comunicar significa “pôr em comum, dividir, partilhar, ter relações com, comunicar”, o que, por si só, é quase sinônimo de organização.

Sendo uma via de mão dupla, a comunicação só acontece quando o receptor consegue interpretar a mensagem de acordo com a intenção do emissor, e o emissor capta o que foi assimilado pelo receptor. Não basta falar, tem que ser entendido. E isso talvez explique porque as empresas se comuniquem tão bem com seus clientes, mas não conseguem a mesma eficiência internamente. Clientes reagem imediatamente a um mal entendido; colaboradores, nem sempre. Além disso, na lida com o público externo fica claro quando esse não recebeu a mensagem. A comunicação acontece plenamente.

Internamente, porém, à uma organização, a comunicação precisa ser tratada em toda sua complexidade, porque envolve objetividades e subjetividades humanas. Não basta uma reunião ou o envio de um e-mail. Um colaborador que não compreendeu algo pode ficar constrangido em expressar sua dúvida com medo de perder o emprego. Um líder, na pressa do dia a dia, pode não dar tempo para que o colaborador compreenda o que foi transmitido ou a existência de opiniões formadas pode levar à desconsideração do que está sendo comunicado.

Dessa forma, uma certa compreensão do comportamento humano é essencial para uma comunicação eficiente. A boa notícia é que diversos modelos sintetizam essa compreensão de forma aplicada, e seu conhecimento é importante aliado para uma boa comunicação.

Como exemplos, além dos já citados acima, podemos pontuar alguns fatores que interferem na comunicação:

• Atitudes defensivas. Elas dificultam a criação da necessária sintonia entre emissor e receptor.

• Desinteresse. Quando o receptor não se interessa, ele ignora a mensagem.

• Interlocutor errado. Devemos ter conhecimento prévio da pessoa com quem estamos nos comunicando.

• Desconfiança. Sem a confiança do outro, a informação pode não chegar, ou chegar distorcida.

• Julgamentos. Quando o receptor faz julgamento da mensagem recebida, ele a ignora ou distorce para que faça sentido para ele.

Além dessa compreensão de aspectos do comportamento humano que interferem na comunicação, é importante considerar também os canais a serem utilizados. Cada um deles apresenta vantagens e desvantagens, que devem ser avaliadas para que a comunicação chegue ao receptor e seja compreendida em sua plenitude.

O e-mail tem a vantagem da rapidez e de ter um registro escrito da informação, mas pode não ser um canal adequado se olhar nos olhos e ler a expressão corporal forem fatores fundamentais.

Aqui é importante lembrar que as palavras representam apenas 7% da comunicação. 38% vem do tom de voz e 55% da expressão corporal. Nesse sentido, o telefone também pode não ser um canal adequado porque não permite avaliar a expressão corporal. Alguém que responde “entendi” (palavra) distraidamente, e ao mesmo tempo navega no celular (expressão corporal), pode estar ignorando o que foi informado.

Por isso, quando um e-mail não resolve, pega-se o telefone. E se não resolver, vai-se até a outra pessoa para uma conversa frente a frente.

Atentar para aspectos do comportamento humano, e escolher o canal adequado, são dois cuidados básicos para uma comunicação eficiente.

Wagner Munhê é engenheiro químico de formação, coach executivo e consultor para o desenvolvimento

de lideranças e equipes.

COMUNICAÇÃOINTERNA E EFICIENTE

Folha de Londrinano impresso e on-line.

Com o importante papelde informar geraçõescom credibilidade,a qualquer tempo.

A CAMINHO DOS70 ANOS

FOLHADELONDRINA.COM.BR

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br34

FIDELIZAÇÃO

A LIBERDADE DE EXPERIMENTAR

ESTÁ EM ALTAEmpresas inovam e vão muito além das vendas para atrair e fidelizar consumidores. Mais do que oferecer

bons produtos, elas convidam os clientes a vivenciarem experiências agradáveis e marcantes

Associação Comercial e Industrial de Londrina 35

Por Amanda de Santa

As portas estão abertas. Pode chegar, tocar, testar, degustar, opinar, sentir-se em casa. A liberdade de experimentar está em alta e elevou o consumidor a outro patamar no processo de compra. Atentas às mudanças de comportamento e tendências de mercado, algumas empresas têm inovado na gestão dos negócios e buscado surpreender e agradar os clientes não só por meio da oferta de bons produtos e serviços, mas no convite para que vivenciem experiências e momentos agradáveis e marcantes dentro de seus estabelecimentos.

A prática é conhecida e aplicada há bastante tempo nas lojas da rede Decathlon. De forma lúdica e amistosa, a empresa aproxima os produtos dos consumidores antes da venda. Quem frequenta a loja de 1,5 mil metros quadrados em Londrina com certeza já encontrou pelos corredores alguém andando de patins, bicicleta ou patinete. A enfermeira Camila Ludimar Mozzaquatro é uma dessas clientes. Enquanto conversava com a reportagem, testava um modelo de patinete junto com o filho. “A gente se diverte, é muito gostoso”, afirma.

Ela conta que a liberdade de experimentar os produtos é um diferencial. “Dá mais confiança na compra”, justifica. Já Gustavo Carmona, de 13 anos, enquanto acompanhava os pais, aproveitou para brincar de bola. Valmir Kamires Carmona e Rosana Batista Carmona são frequentadores assíduos do estabelecimento. A família é apaixonada por esportes e elogia a praticidade que a marca oferece ao possibilitar o teste de qualidade dos produtos.

O diretor da Decathlon em Londrina, Acácio de Oliveira Augusto Filho, diz que a estratégia para atrair e reter consumidores começa no formato do site da marca. “De 10 clientes que visitam a nossa loja, sete, antes, navegam pelo site”, afirma. Por isso, a página da empresa na internet funciona como uma vitrine. Ao contrário de outras grandes redes do varejo, o site atua como parceiro das lojas físicas e possui as mesmas políticas de

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br

preço e promoções. Augusto lembra que o cliente busca na internet informações técnicas e valores dos produtos e, nas lojas físicas, aproveita para testar aquilo que deseja comprar.

Outra política que contribui para a fidelização e credibilidade perante os clientes é ter no quadro de funcionários apenas colaboradores praticantes e amantes dos esportes. Em cada seção há um colaborador “especialista”. Na área das bicicletas, um ciclista, no departamento de artes marciais, um lutador de boxe, e assim por diante. “Sempre procuramos trabalhar com a seção correspondente ao esporte que cada colaborador pratica”, explica. A terceira estratégia da marca é garantir que todo produto esteja disponível para teste.

E a lista de itens que podem ser testados é grande, vai desde bola, até esteiras e bicicletas com preços acima de R$ 3 mil. “Qualquer pessoa que vier na loja, independente da idade, pode experimentar”, garante o diretor. Na área externa, os consumidores têm contato com esportes como tênis de mesa, futebol, basquete. Não é apenas um showroom, como esclarece Augusto, quem quiser praticar é só solicitar os acessórios com a equipe de atendimento e treinar de graça.

Um dia para descobrir novos esportes

Com o intuito de democratizar e facilitar o acesso às mais variadas modalidades esportivas, o diretor da Decathlon em Londrina diz que a marca possui, em cada seção da loja, um produto com o melhor custo-benefício. Dá para começar a jogar tênis, por exemplo, gastando apenas R$ 59,90 numa raquete e R$ 5,99 na bola. “Tentamos tornar o esporte acessível para todos, primeiro, no teste, mas também no preço”, ressalta. Mais do que vender, Augusto afirma que a marca trabalha para que as lojas sejam um ponto de encontro.

Os resultados obtidos em sete anos de operação em Londrina comprovam que as estratégias adotadas pela empresa têm garantido a fidelização e conquista

de novos clientes. No último ano, o crescimento do número de consumidores ficou acima de dois dígitos. Segundo o diretor, para evitar que esse público migre definitivamente para o site, a loja física oferece serviços que são inviáveis de ser realizados pela internet, como o reparo de bicicletas e encordoamento de raquetes de tênis a preços acessíveis.

Valores compartilhados

Mas não precisa ser uma grande rede para inovar e oferecer experiências diferenciadas aos clientes. O Café com Propósito é um exemplo disso. De olho no comportamento, crenças e valores do seu público-alvo, o negócio passou por uma série de mudanças desde a inauguração, em 2014. A proposta inicial era oferecer receitas caseiras de família. Mas, a partir de abril de 2016, o espaço se transformou num café 100% vegano que, além de comidinhas gostosas, oferece diversas atividades aos clientes.

A empreendedora Tatiana Bittencourt Moraes conta que, desde o início, para atrair consumidores, sempre trabalhou nas redes sociais com a segmentação psicográfica, ou seja, por estilo de vida. “Vimos que as pessoas compartilhavam alguns valores e começamos a trazer esses assuntos pra cá”, afirma. Os eventos vão desde exposições de arte e de fotografias, a bate-papos e rodas de conversa. Na Virada Vegana, realizada pela primeira vez na mudança de cardápio do café, o espaço ofereceu 24 horas de atividades, como aulas de ioga e meditação, feirinha, música.

“Escolhemos esse estilo de marketing porque vimos que há uma tendência de o consumidor querer participar de tudo, até ajudar a criar novos produtos”, explica. Recentemente, o café lançou um lanche, o “Jaca Dog”, por sugestão de um casal de clientes. “Eles queriam um lanche parecido com o do Arnaldo’s, mas vegano”, conta. Tatiana diz que procura manter um canal sempre aberto e passar transparência aos frequentadores do espaço. “Somos uma

Acácio de Oliveira Augusto Filho, da Decathlon, conta que a loja transformou

todas as suas seções em verdadeiros showrooms, com direito a testes e

experimentação: “Qualquer pessoa que vier na loja, independente da idade, pode

experimentar”

Tatiana Bittencourt Moraes, do Café com Propósito: “Escolhemos esse estilo

de marketing porque vimos que há uma tendência de o consumidor querer

participar de tudo, até ajudar a criar novos produtos”

36

“NÃO PRECISA SER UMA GRANDE REDE PARA INOVARE OFERECER EXPERIÊNCIAS DIFERENCIADAS AOS CLIENTES”

empresa familiar, estamos aprendendo, e queremos melhorar com o apoio dos nossos clientes”, completa.

Sensação de estar em casa

Inaugurada em dezembro de 2017, a Casa Von Borstel nasceu com o propósito de receber as pessoas de braços abertos num espaço aconchegante e elegante para uma experiência degustativa, não apenas das cervejas produzidas pela Cervejaria Artesanal Familiar de Londrina, que pertence aos proprietários, mas também de outras bebidas e comidas oferecidas no local. O empresário Marcus Von Borstel diz que a casa possui quatro ambientes: bar, jardim e salas de estar e de inspiração.

No cardápio, comidas e petiscos que harmonizam com cervejas, chopes, vinhos, espumantes, destilados e drinks. A cozinha abre às 10 horas e os pratos podem ser

pedidos a qualquer momento do dia, de domingo a domingo. Para incentivar a experimentação, a casa oferece as porções também em unidades. E para reduzir o desperdício, Von Borstel diz que as refeições são servidas em pratos menores. “Se não satisfizer o cliente, oferecemos um ‘repeteco’, já incluso no preço”, explica.

Dois tamanhos diferentes de copos podem ser escolhidos para degustar as cervejas. “Estamos criando uma régua de degustação com as explicações de cada uma”, adianta. E as estratégias para seduzir não param por aí. No dia 29 de todo mês, a Casa Von Borstel serve o Nhoque da Fortuna, inspirado numa lenda sobre a bondade. Diariamente, tem música ao vivo. Em breve, o espaço oferecerá mostras de cultura e degustações comentadas de cerveja, uísque, cachaça, conhaque e azeite. A dedicação em encantar os clientes tem dado resultado. “Abrimos em 22 de dezembro e já tivemos várias pessoas que voltaram mais de três vezes”, comemora o empresário.

Na Casa Von Borstel, o empresário Marcus Von Borstel e o filho Fernando oferecem um espaço com quatro ambientes: bar, jardim e salas de estar e de inspiração.

SERASA / SPC ACIL

~~

Acesse o maior banco de dados de consumidores do Brasil

43 3374 3000 | www.acil .com.br

VENDER COM MAIS SEGURAncA

REDUZIR a INADIMPLeNCIA+ ^

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br38

BEM-ESTAR

Da Redação

O nosso corpo é semelhante a um carro. Se você fizer a manutenção de forma adequada, trocando o óleo, abastecendo com gasolina de qualidade, substituindo as peças desgastadas, ele vai funcionar da melhor maneira. Com a negligência em alguns destes cuidados, a chance dele falhar será enorme. O mesmo ocorre com o nosso organismo. Uma alimentação equilibrada irá aumentar a funcionalidade do corpo e gerar produtividade mental e física.

Hábitos alimentares saudáveis podem elevar o poder intelectual, gerar impulsos nervosos que facilitam um pensamento mais rápido, aumentar a criatividade, melhorar a concentração, produzir sensação de bem-estar, qualidade de vida e prazer, além de diminuir o estresse.

Porém, manter uma rotina alimentar pode ser um desafio em meio a tanta correria, mas com práticas simples é possível comer de maneira saudável. A nutricionista e coach nutricional Gabriela Porte Davantel Vicente destaca que é preciso organização, ou seja, separar um momento do dia ou da semana para planejar o que irá comer e preparar essas refeições. “Alguns minutos do seu dia ou uma horinha no fim de semana já é o suficiente para fazer pequenas marmitas e lanches. Mas se você realmente é uma pessoa ocupada, hoje em dia, com tantos restaurantes saudáveis, não há desculpa para não comer bem”, afirma.

Quando se trata de alimentação saudável a palavra principal é manter o equilíbrio. É optar por alimentos naturais e deixar

A IMPORTÂNCIA DA BOA ALIMENTAÇÃO PARA O AUMENTO DA PRODUTIVIDADEEntre tantos motivos para você procurar cumprir uma dieta equilibrada, um dos mais convincentes é admitir que você trabalha muito melhor quando muda os maus hábitos alimentares

de consumir aqueles que passaram por algum processo de industrialização.

A má alimentação pode acarretar inúmeros problemas. Segundo Gabriela, um dos impactos mais gritantes é o mau humor. “Uma má alimentação deixa a gente mau humorado. Dentro de um ambiente de trabalho manter o bom humor é fundamental para conseguir lidar com as diversas situações e problemas do dia a dia com mais leveza”, explica a especialista. “Um funcionário saudável rende mais para a empresa, um colaborador mau humorado destoa totalmente no ambiente”, explica.

Sem dúvida você já escutou alguém dizer que é preciso comer de três em três horas, mas saiba que não é bem assim. “Muitas pessoas rendem melhor sem precisar ficar comendo a cada três horas. É fundamental respeitar a funcionalidade fisiológica de cada indivíduo. O importante é ingerir a quantidade necessária de nutrientes que o corpo precisa, seja através de várias refeições ao dia, ou então poucas refeições, mas que sejam ricas em proteínas e nutrientes”, orienta.

Uma prática que pode ser muito prejudicial à saúde é fazer as refeições rapidamente. Segundo a nutricionista, o processo de digestão se inicia na boca através da quebra dos alimentos na mastigação e, quando passa pelo esôfago e estômago sem a mastigação adequada, há um aumento do ácido gástrico que dificulta ainda mais a digestão dessa comida, e isso prejudicará

HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS ELEVAM O PODER INTELECTUAL, A CONCENTRAÇÃO E DIMINUEM O ESTRESSE

Associação Comercial e Industrial de Londrina 39

Gabriela Davantel: “Uma má alimentação nos deixa mal humorado. Dentro de um ambiente de trabalho, manter

o bom humor é fundamental para conseguir lidar com as diversas situações com mais leveza”

o estômago. “Engolir alimentos em grande quantidade sem a mastigação adequada dificulta a absorção dos nutrientes, então se você fizer refeições saudáveis, mas mastigar rápido, seu corpo não irá aproveitar todos os nutrientes que estão no prato”, alerta.

E não é somente no trabalho. Uma boa dieta tem influência positiva em todos os aspectos da vida. Além de fazer bem a curto prazo, uma dieta balanceada traz benefícios para o resto da vida. Combinada com a prática regular de exercícios físicos, os resultados são ainda melhores. Transformadas em hábito, as duas coisas diminuem o risco do desenvolvimento de inúmeras patologias. Como o carro (lembra?), o corpo também não foi concebido para ficar parado.

ALIMENTOS PARAAUMENTAR A PRODUTIVIDADE

Oleaginosas

As oleaginosas são as castanhas, nozes e amêndoas. Elas possuem gorduras boas, ricas em nutrientes e além da alta fonte proteica são práticas e fáceis de levar no trabalho e têm maior durabilidade.

Frutas

Todas as frutas em geral. A mais prática delas é a banana por ser rica em carboidratos e aumentar a energia, além de proporcionar a sensação de relaxamento.

Chocolate amargo

Com pouco ou nenhuma quantidade de açúcar, com bastante cacau. O cacau aumenta a oxigenação do cérebro e isso reduz o cansaço mental e aumenta a capacidade de raciocínio e inteligência.

Aveia

É fonte de carboidrato e com baixo índice glicêmico. Gera energia e produz a sensação de saciedade. O bom da aveia é que você pode comer acompanhado de frutas como a própria banana, por exemplo.

Água

Auxilia na absorção dos nutrientes, regula a temperatura corporal, melhora o humor, aumenta os níveis de energia e auxilia nas funções fisiológicas. A falta dela pode causar desidratação, fraqueza, tontura, dor de cabeça e fadiga. Agora, você deve estar se perguntando a quantidade correta de água que devemos consumir diariamente. O recomendável é beber 35 MLs de água

por quilograma. Um jeito fácil de descobrir é multiplicar o seu peso em kg por 35 para obter o resultado em ml, por exemplo: 70 kg X 35 ml = 2.450 ml ou 2 litros e 450 ml.

Limão

Produz a harmonização dos sistemas do nosso corpo e facilita as trocas hídricas e os processos metabólicos, melhora a resistência do organismo. E pode ser consumido, por exemplo, na água, dando um leve sabor.

Chá verde

No ambiente corporativo as pessoas acabam bebendo muito café, porém a cafeína em excesso é prejudicial. Ao contrário do café, o chá verde tem uma menor quantidade de cafeína e aumenta a disposição sem comprometer o organismo. O ideal é consumir entre 300 a 400 MLs por dia.

ALIMENTOS QUEROUBAM A PRODUTIVIDADE

Açúcar

O açúcar é o principal vilão, isso porque é transformado em glicose rapidamente e gera uma energia instantânea. Ao mesmo tempo que sobe, sofre quedas e acaba produzindo picos de energia. Isso diminui a produtividade ao longo do dia.

Refinados, farinha branca

Pão branco, arroz branco e todo tipo de farinha branca destrói a flora intestinal dificultando e diminuindo a absorção de nutrientes.

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br40

COLUNAACIL

Mulheres em AçãoCerca de 150 empresárias participaram da 2ª

Rodada de Negócios Mulheres em Ação, realizada pelo Conselho da Mulher Empresária da ACIL, em parceria com a Sociedade Rural do Paraná e o Sebrae. O evento ocorreu no Parque Governador Ney Braga, durante a ExpoLondrina. Segundo Marisol Chiesa, presidente do CME, a rodada é pensada para atuar como ponte para as mulheres que buscam estar conectadas com o mundo dos negócios, aprimorar conhecimento e fazer networking. “Principalmente pelo período que o País vive, é fundamental possibilitar momentos onde as empresas consigam falar sobre seus negócios, divulgar produtos e serviços, identificar novas oportunidades, fazer novas parcerias e, sem dúvida, ampliar sua rede de contatos”.

Encontro de NegóciosA ACIL e a Fomento Paraná realizaram o “Encontro de

Negócios” para apresentar a empresários de Londrina e região soluções disponíveis através de linhas de crédito. O coordenador de atendimento ao cliente da Fomento Paraná, Oscar Roberto Burnynski, explicou que o dinheiro que vem do microcrédito é um recurso que, além de atender a necessidade de determinado negócio, circula na região e realmente fomenta e desenvolve a economia local. Parceira da ACIL, a Fomento Paraná oferece crédito subsidiado com taxas de juros mais baixas que podem variar, dependendo da linha e do resultado da análise. Os financiamentos disponibilizados podem ser usados para investimentos fixos como projetos, aquisição de máquinas e equipamentos, obras, e ainda investimentos fixos como o capital de giro. Para mais informações: (43) 3374-3000.

Associação Comercial e Industrial de Londrina 41

NOVOSASSOCIADOS

AÇOUGUE E MERCEARIAFiesta CarnesRua das Castanheiras – 963

ALIMENTAÇÃOGo Japanese Food TruckRua Martin Luther King – 401

BEBIDASCerjevaria Von BorstelRua Quintino Bocaiuva – 670 – Sala 203

BIJUTERIAS E SEMI JOIASSanthom Semi JoiasRua Joaquim Pereira Filho – 353

COMÉRCIO DE CALÇADOSSeralle CalçadosRua Sergipe – 760

COM. VAREJISTA DO VESTUÁRIONinosRua Jorge Velho – 500 – Loja 08 – Térreo

MilonRod. Celso Garcia Cid – 5600 – Loja 212 – KM 37

DOCERIA E SIMILARESCacau ShowRua Jorge Velho – 500 – Loja 03-04

FARMÁCIASDrogamais InterlagosAv. das Laranjeiras – 1510

FERRAGENS E FERRAMENTASAço LopesAv. Lucílio de Held – 411

HORTIFRUTIGRANJEIROSProença AlimentosRua Quartzo – 170 – Box 25

MADEIRA E ARTEFATOSCedar Trade Import and Export WoodenRua Alécio Grana – 999 – Ibiporã

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃOF L PisosRua Luiz Consentino – 7095

Mega AndaimeRua Guaporé – 721

PANIFICADORA E CONFEITARIADoce TentaçãoAv. Higienópolis – 1322

SORVETESBC Distribuidora de SorvetesAv. Jamil Scaff – 2167 – Sala 02

AGENCIAMENTO DE SERVIÇOS E NEGÓCIOS EM GERALBig RedeRua Piauí – 399 – Sala 1701

AGÊNCIAS DE TURISMO E CÂMBIOAnatur Viagens e TurismoRua Sergipe – 1451 – Sala 03

Praia ClubRua Venceslau Braz – 400 – Loja 01 – Sobre Loja

SoulonturAv. Duque de Caxias – 2698

ASSESSORIA EMPRESARIALGomes e FleuryAv. Madre Leônia Milito – 1377 – Sala 1603

ASSOCIAÇÃOAssociação Morada das FloresAv. das Petúnias – 211 – Cambé

COMÉRCIO

SERVIÇOS

maio e junho de 2018 | www.acil.com.br42

BARBEARIAGarcia BarbeariaRua Ananás – 50

CHAVEIROGrupo Estilo Assistência 24 horasAv. Robert Koch – 400 – Loja 3A – Cambé

CURSOS E TREINAMENTOSSMA2050Rua Carlos Inácio Alves – 644

FISIOTERAPIAFisioterapia DomiciliarRua Humaitá – 157 – Sala 01

EDUCAÇÃO E ENSINOEscola CecaRua Raposo Tavares – 579

EVENTOS E FESTASLavie EventosRua Rosalino Mazziotti – 401 – Apt. 405 – BL 03 – Curitiba

MARKETING DIRETODa Cruz Assessorias e CobrançasRua Serra Dois Irmãos – 422

ODONTOLOGIAMaximus Odontologia AvançadaAv. Bandeirantes – 180

SERVIÇOS ADVOCATÍCIOSAdvocacia CantoniRua Santa Catarina – 50 – Loja T-11

PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE VÍDEOS DE PROGRAMAS DE TVNTV Cine VídeoRua Raja Gabaglia – 374

Pascoal ProduçõesRua Alagoas – 1690 – Apto. 1102

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALB&F Automação IndustrialRua Edwy Taques de Araújo – 1630

PROD. TREFILADOS DE METALTelas LondrinaAv. Dez de Dezembro – 1753

INFORMÁTICAClick TonerRua Johann Gutemberg – 380

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSLocadrillAv. Winston Churchill – 485

Empilhadeiras BrassulRua Nassin Jabur – 73

VIDRAÇARIALondrimassasRua Pirapó – 234

ADESIVOS E SELANTESStick Out AdesivosAv. Maringá – 2015

ARTEFATOS DE PAPELBaleotti CartõesRua Suindara – 507

CONFECÇÕESCahegi ConfecçõesRua Professor João Cândido – 178

Decysyon CreacoesRua Fernando de Noronha – 517

GiacarAv. Lúcia Helena Gonçalves Vinna – 985

EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOSEidee Produtos e ProjetosRua Serra de Itatiaia – 85 – QD 04 – LT 04

IND/COM

INDÚSTRIA

COM/SERVIÇOS

2018

Conheça os benefícios de ser um associado

ASSOCIE-SE: Sonhamos juntos, realizamos juntos!

43 3374 3000

Certificado Digital

SPC

Revista | E-mail Marketing

Centro deCapacitação

Bom Negócio

Fomento ParanáFácil Imobiliário

Ferramentas de Divulgação