Técnicas para o Tratamento de Gemas

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    D O S S I T C N I C O

    Tcnicas para o Tratamento de Gemas

    Otvio Souza Rocha Liz

    Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais /

    CETEC

    Maro

    2008

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    DOSSI TCNICO

    Sumrio

    1 INTRODUO ..................................................................................................................... 3

    2 TRATAMENTO TRMICO................................................................................................... 4

    3 TRATAMENTO COM LASER.............................................................................................. 9

    4. TINGIMENTO .................................................................................................................... 12

    5. IMPREGNAO DE GEMAS PREENCHIMENTO DE FRATURAS E/OU CAVIDADES

    ............................................................................................................................................... 14

    6. REVESTIMENTO .............................................................................................................. 18

    7. SNTESES DE GEMAS, GEMAS COMPOSTAS E RECONSTITUDAS ......................... 20

    CONCLUSES E RECOMENDAES ............................................................................... 21

    REFERNCIAS..................................................................................................................... 21

    ANEXO 1 - TRATAMENTO DE PROLAS UTILIZANDO GALINHAS................................ 22

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 : Tratamento trmico da ametista, resultando um citrino ....................................... 6

    FIGURA 2: Diamante com perfurao a laser. Na reflexo da luz, a incluso fica parecendo

    uma incluso natural................................................................................................................ 9FIGURA 3:Diamante com perfurao a laser. Mostra o tradicional caminho at a incluso. 11

    FIGURA 4 Diamante lapidado em forma de corao com vrias perfuraes a laser. ...... 12

    FIGURA 5 Pedras roladas de gata tingida. ...................................................................... 13

    FIGURA 6 gata tingida ..................................................................................................... 14

    FIGURA 7 gata tingida ..................................................................................................... 14

    FIGURA 8 Efeito flash em cor azul preenchimento por resina......................................... 15

    FIGURA 9 Efeito flash em cor laranja preenchimento de resina ..................................... 16

    FIGURA 10 Efeito flash em cor laranja preenchimento por resina.................................. 16

    FIGURA 11 Efeito flash em cor laranja para prpura preenchimento por resina ............ 16

    FIGURA 12 Bolha de gs preenchimento por resina ....................................................... 17

    FIGURA 13 Bolha de gs preenchimento por resina ...................................................... 17

    FIGURA 14 Bolha de gs preenchimento por resina ....................................................... 18

    FIGURA 15 Gemas compostas .......................................................................................... 20

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Principais mudanas em gemas tratadas por tratamento trmico.......................... 7

    Tabela 2 - Efeitos resultantes da aplicao de tratamento trmico de gemas........................ 8

    Tabela 3 Principais mudanas em gemas tratadas, por outros processos. ....................... 10

    Tabela 4 Tratamento de gatas.......................................................................................... 13

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    DOSSI TCNICO

    Ttulo

    Tcnicas para tratamento de gemas

    Assunto

    Fabricao de artefatos de joalheria e ourivesaria

    Resumo

    O tratamento de gemas permite que gemas que possuem preos mais baixos por razes decor pouco atrativas, incluses ou outras caractersticas negativas, possam sertransformadas em gemas de melhor qualidade gemolgica pela modificao ou eliminao

    desses aspectos indesejveis, isto , melhorando a beleza, que tem como conseqncia asua valorizao mercadolgica.Existem numerosos processos de tratamento (treated) melhoramento (enhancement) quevisam a valorizao mercadolgica das gemas. Este dossi aborda os tipos maisrepresentativos e disponveis na literatura.

    Palavras chave

    Gema, tratamento de gema

    Contedo

    1 INTRODUO

    O tratamento como uma forma de se embelezar a gema amplamente aceito no mercadointernacional, onde a comercializao das gemas tratadas recomendada, por exemplo,pela CIBJO (Confederation Internationale de la Bijouterie, Joaillerie, Orfevrerie dsdiamants, perles et pierres) e pela ICA (International Colored Gemstone Association) cujasnormas exigem que informaes gerais sobre rotinas de tratamentos ou melhoramentos degemas, que so prticas usuais no mercado, sejam includas nos documentos comerciaisem todos os nveis do mercado, dos produtores aos varejistas e, principalmente, dosconsumidores.

    A tecnologia de tratamento intensamente pesquisada nos pases industrializados, porm,esta no se encontra disponvel no mercado por razes de ordem econmica. A prtica detratamento de gemas feita de maneira emprica, isto , sem domnio do conhecimentotcnico-cientfico, o que ocasiona perdas enormes do rendimento do processo, comconseqentes prejuzos por no se obter o melhor resultado. Em conseqncia da variaona composio que pode ocorrer entre pedras de uma mesma espcie de gema e naconseqente variao do comportamento das gemas, geralmente no se pode estabelecerparmetros precisos de tratamento que seja o ideal para uma amostra qualquer. Naaplicao de tcnicas de tratamento deve-se levar em conta esta possibilidade de variedadeda composio e de comportamento. Sua aplicao deve ser feita com cautela, de modo ano produzir modificaes indesejveis e irreversveis, que arruinariam o material.

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    A CIBJO (Confederation Internationale de la Bijouterie, Joaillerie, Orfevrerie ds diamants,perles et pierres) define tratamento como o nome dado a gemas ou substncias orgnicasque foram alteradas de alguma maneira e por isto merecem uma especificao especial.

    O tratamento (treament) ou melhoramento (enhancement) entendido como qualquer outroprocesso que no a lapidao e o polimento que melhore a aparncia (cor, diafaneidade outransparncia, fenmenos pticos), durabilidade, aproveitabilidade ou viabilidade de

    comercializao de uma gema. Quando se refere a uma gema que passou por um processode melhoramento ou de tratamento diz-se que ela foi tratada (treated) ou embelezada(enhanced).

    Quando se fala sobre cor em gemas alguns aspectos devem ser destacados. Primeiro, quea cor de uma gema pode ter vrias origens. Segundo, que muitas fontes de cor que ocorremnaturalmente podem ser, tambm, obtidas ou tratadas em laboratrio. Terceiro, que astcnicas para determinar a origem da cor tm evoludo rapidamente tanto quanto astecnologias disponveis para pesquisa gemolgica que aumentam em sofisticao. Quarto,que as tecnologias usadas em tratamento de gemas esto, cada vez mais sofisticadas.

    Dever se dedicar uma ateno especial a distino entre gemas com cores naturais ou

    obtidas por tratamento. Em qualquer caso, o estudo da cor em minerais gemas fornece-nosuma riqueza do entendimento sobre as propriedades fsicas e qumicas destes materiais.Tais estudos, tambm, estabelecem bases cientficas para as tecnologias que iro serusadas no futuro, para a caracterizao de materiais geolgicos, bem como de suasmodificaes.

    Como j ressaltado, a cor desempenha um papel muito importante na beleza, tradio demercado e avaliao de uma gema. Alguns gemlogos afirmam que a cor pode chegar aequivaler a 50% do valor de uma determinada gema. Algumas gemas tm a capacidade depermitir modificaes totais ou parciais de suas cores, da uniformidade de suas cores e/oude suas diafaneidades, quando submetidas a processos de melhoramento ou de tratamento.Estes processos podem melhorar diretamente a aparncia do material pela mudana da cor,

    da diafaneidade, ou por esconder ou disfarar imperfeies ou, indiretamente, por produziruma semelhana com outro material e, desse modo, produzir uma simulao ou imitao.

    Para cada tipo de gema importante conhecer e identificar o(s) tipo(s) de tratamento(s) oumelhoramento(s) que pode(m) ser utilizado(s). Ainda que certos mtodos de tratamentosmais simples fossem conhecidos desde a antiguidade, experincias ao acaso, etc; o avanono conhecimento nos campos da fsica e da qumica no estado slido, resultaram em umavariedade de novas e sofisticadas tcnicas de melhoramento. Alm disso tcnicasabandonadas em pocas anteriores podem ser utilizadas novamente.

    Os detalhes tcnicos de um certo nmero de tcnicas de tratamentos, dentre outros, foramdescobertos durante o desenvolvimento de gemas sintticas, ou seja, foram aplicadas para

    snteses exatamente o que acontece com as gemas naturais, uma vez que ambas tm, amesma composio. Os resultados com gemas sintticas so mais reproduzveis, visto quesuas composies so normalmente uniformes, assim como impurezas desnecessrias socuidadosamente evitadas e as concentraes so otimizadas para melhor aparncia.

    2 TRATAMENTO TRMICO

    Durante um longo tempo muitos estudos foram realizados, visando a compreenso dascausas das cores, submetendo-se uma dada gema a temperaturas e presses variadas.Diversas formas de tratamento trmico foram ou so utilizadas desde Grcia e Roma

    antigas, muito antes da Era Crist.

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    No incio, este tratamento era aplicado a gemas coloridas, visando a perda da cor, a fim detransform-las em imitaes de diamante. Com o passar dos anos reverteu-se estatendncia, sendo que este tratamento, atualmente, usado para conferir e/ou melhorar acor e/ou a transparncia de gemas.

    O tratamento trmico consiste em provocar alteraes na cor e/ou na transparncia de umagema utilizando calor, ou seja, o processo que pela aplicao do calor em condiesadequadas, permite a transformao de gemas de qualidade inferior por razes de cor e/ou

    transparncia em gemas de qualidade gemolgica de maior valor. Os objetivos e efeitos ouresultados obtidos variam de acordo com o material gemolgico, mtodo especfico detratamento, atmosfera e temperaturas utilizadas.O tratamento trmico pode tambm ser associado a outros processos de tratamento, comoo da irradiao.

    No tratamento trmico emprega-se desde artefatos primitivos ou rudimentares at fornossofisticados aquecidos eletricamente ou por fluidos gasosos. Um bom controle detemperatura possvel e, consistentes resultados do tratamento trmico podem seresperados para uma matria prima apropriada. Muitos destes fornos apresentam riscos, nosomente pela alta temperatura mas, tambm, pela alta voltagem e pelos gases explosivosou txicos que podem ser usados ou produzidos.

    A maioria das gemas necessita de um aquecimento lento e gradual, de modo a evitar, porexemplo, o aparecimento de fraturas. Por causa da vasta gama de incluses que podem serencontradas nos minerais e nas gemas, conveniente realizar um teste prvio comfragmentos ou pedaos de gema que se deseja tratar.

    Como as incluses de uma gema podem apresentar coeficiente(s) de dilatao diferente(s),sendo na maioria das vezes maior(es) que o da gema, quando elas so submetidas atemperaturas superiores s da sua formao, ocorrer uma zona de alta presso/tenso aoseu redor que pode ocasionar o fraturamento do material. Em muitos casos essas fraturaspodem ser diagnosticadas no tratamento trmico. Do mesmo modo, fraturas preexistentespodem ocasionar a destruio da gema, a partir de sua expanso. Portanto, convenienteremove-las do material a ser tratado ou pelo menos tomar os devidos cuidados que estasituao merece.

    O tratamento trmico pode apresentar diferentes resultados e os seus objetivos, variam deacordo com a qualidade e a origem do material a ser tratato. Gemas de uma mesma jazida,por exemplo, podem requerer tratamentos diferentes. De um modo geral, o tratamentotrmico de gemas naturais apresenta um ou mais dos seguintes objetivos:

    a) o melhoramento de uma cor, por exemplo, clarear ou escurecer a cor de uma gema;b) a uniformizao da cor, caso das gemas apresentando mais de uma cor ou uma

    nica cor distribuda de maneira no homognea;

    c) mudana de cor, como a transformao de uma gua-marinha verde-azulada emapenas azul;d) adio de cor, por exemplo, a transformao de uma safira incolor em colorida por

    dopagem com impurezas cromforas;e) desenvolvimento de asterismo;f) eliminao de asterismo;g) melhoramento da transparncia por dissoluo de incluses.

    Os parmetros mais importantes que devem ser determinados em cada um dessestratamentos trmicos, so os seguintes:

    a) a temperatura mxima a ser atingida;

    b) o tempo durante o qual a temperatura mxima mantida;c) a taxa ou velocidade de aquecimento da temperatura do forno;d) as taxas ou velocidades de resfriamento da temperatura e todos os estgios

    observados durante o resfriamento do forno;

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    e) a natureza qumica da atmosfera do forno (redutora, oxidante, neutra, etc.);f) a presso da atmosfera;g) a natureza do material em contato com a gema.

    Todos estes fatores podem variar durante o tratamento. Alguns deles podem no serrelevantes em funo da gema a ser tratada. Enquanto, para se produzir uma dada cor emuma gema por tratamento trmico, deve-se testar uma vasta gama de condies, atencontrar o processo ou mtodo mais adequado, que pode ser totalmente diferente para

    amostras semelhantes, porm de localidades diferentes ou no, mas contendo incluses,impurezas e gneses diferentes.

    A FIG. 1 mostra um exemplo clssico de tratamento trmico em gemas, a transformao daametista em um citrino.

    FIGURA 1 : Tratamento trmico da ametista, resultando um citrinoFonte: American Gem Trade Association

    Calor

    Ametista Citrino

    Calor

    Ametista Citrino

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    TABELA 1

    Principais mudanas em gemas tratadas por tratamento trmicoMaterial Mudana ou produto* Uso **

    mbar Clarificado, sun-spangled

    Reconstitudo, escurecido (envelhecido)

    ++

    +Berilo: gua

    marinha, etc

    De verde para azul

    De amarelo para incolor

    +++

    +Calcednia:cornalina, gata,etc.

    De plido para vermelho-castanho ou vermelho +++

    Cridon Aumentar, intensificar ou clarear o azul

    Remover manchas de rubi

    Aumentar ou intensificar o amarelo

    De padparadsha para rosaRemover o aspecto sedoso, remover oudesenvolver/aumentar asterismo

    Difundir cor ou asterismo

    +++

    ++

    +++

    ++++

    ++Diamante Mudar a cor aps a irradiao +Marfim Escurecer (envelhecer) +Quartzo Ametista para citrino

    Enfumaado para amarelo-esverdeado

    Crackled (fraturado) e tingido

    Olho-de-tigre, etc.: de amarelo para vermelho-castanho ouvermelho

    +++

    +

    +

    ++

    Espodumnio:Kunzita

    Mais claro ou incolor; de prpura, azul ou verde para rosaou violeta

    +

    Topzio De castanho para rosa

    De castanho ou verde para azul

    +++

    +++Turmalina De azul ou azul-verde para mais claro ou verde; de

    vermelho para mais claro

    Intensificar cor de turmalina da Paraba

    +

    +++Zirco De castanho para incolor ou azul +++

    +Zoisita De castanho para azul-prpura escuro ou forte +++

    Fonte: Nassau 19947

    Legendas: * Todos os produtos coloridos listados so estveis.** Prevalece o tratamento que ocorre com maior freqncia no produto;+ raro ou ocasional; ++ freqente, +++ comum ou muito difundido a quasetotalidade.

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    Para determinar a viabilidade ou aplicabilidade de um determinado tratamento trmico (TAB.1), o material a ser tratado deve ser submetido, previamente, a uma caracterizao qumica,fsica e microestrutural. Mas, apesar de ser bem desenvolvida nos pases industrializados, atecnologia do tratamento trmico de gemas inacessvel ao mercado por razes de ordemeconmica. E, por esta razo, nos pases tradicionalmente produtores de gemas (pasesasiticos, Brasil e outros) em geral, o tratamento trmico feito sem conhecimentocientfico-tecnolgico, com baixos rendimentos e prejuzos elevados.

    As temperaturas utilizadas no tratamento trmico dependem dos objetivos a serem atingidose da natureza do material a ser tratado (TAB. 2). De um modo geral, para os diversos tiposde tratamento trmicos de interesse prtico, essas temperaturas variam entre 150C e1900C.

    Tabela 2Efeitos resultantes da aplicao de tratamento trmico de gemas.Efeito Mecanismo Exemplo(s)Adio de cor Difuso de impureza Cor e asterismo em safiraCrepitao ou fraturamento Mudana rpida ou brusca

    de temperatura

    Envelhecimento do mbar

    com sun splangledEscurecimento Ligeiro chamuscamentoe/ou oxidao

    Envelhecimento de mbarmarfim

    Destruio do centro de cor Topzio azul ou castanho ezirco para incolor; topziorosado; ametista paraamarelo plido ou verde;quartzo enfumaado paraamarelo esverdeado ouincolor; safira amarela paraincolor

    Mudana na hidratao ou

    agregao

    Cornalina para laranja,

    vermelha ou castanho, safirapara amarelo intenso oularanja; ametista e citrinoplido para citrino intenso

    Mudana de cor

    Mudana no estado deoxidao, usualmente comdifuso de oxignio

    gua-marinha verde paraazul; safira incolor paraamarela/verde/azul; rubicastanho ou prpura para overmelho.

    Reverso do estgiometamtico da radiaoinduzida

    Low zirco para high zircoMudana estrutural

    Precipitao ou soluo deuma segunda fase

    Criar ou remover o aspectoleitoso ou asterismo emcridon, intensificar safiraamarela

    Restaurao e descoloraoou branqueamento

    Fluxo sob presso etemperatura

    mbar reconstitudo ourestaurado e clarificado;casco de tartarugareconstitudo.

    Fonte: Nassau 19947

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    Os tratamentos trmicos de gemas podem corresponder a processos que ocorrem nanatureza ou no. Quando o tratamento trmico aplicado similar a um processo natural, oproduto obtido, ou seja, a gema natural tratada, adquire uma cor que no facilmentedistinguida daquela de uma gema natural de colorao idntica. As modificaes dosespectros de absoro que ocasionam mudanas nas cores das gemas, so devidas afenmenos fsico-qumicos, como a eliminao ou criao de incluses, a mudana noestado de oxidao de impurezas, a interao entre impurezas e defeitos pontuais e outros,que ocorrem no material em conseqncia do tratamento trmico. As cores dessas gemas

    tratadas so to estveis quanto s das gemas naturais, o mesmo ocorre com a suadurabilidade.

    3 TRATAMENTO COM LASER

    O tratamento de diamante, geralmente lapidado, via perfurao com laser tem sidocomercialmente utilizado desde 1970. Esta perfurao visa abrir uma passagem no materialcombustvel at a incluso, de modo a permitir, a sua eliminao, melhorando a qualidade e,consequentemente, valorizando a gema.

    Os canais so abertos perpendicularmente faceta mais prxima, de modo a percorrer omenor caminho at a incluso e minimizar o erro em virtude do alto ndice de refrao. Estescanais pode apresentar profundidades superiores a 4mm e dimetros em torno de 0,02 a0,04mm. A operao de perfurao demora cerca de 30 minutos.

    A perfurao com laser usada principalmente na sublimao de materiais combustveis(incluses grafitosas). Para as incluses que se apresentam escuras, por causa da reflexototal, a aparncia modificada pela introduo de ar (buraco), o que torna a incluso maisclara. Outra possibilidade a injeo de um lquido sob presso (a vcuo). Este lquido, deacordo com suas propriedades qumicas e composio pode dissolver ou clarear a incluso.

    Nos casos citados, no lugar da incluso e da perfurao, resultar uma cavidade, que deve

    ser preenchida com alguma resina ou substncia sinttica de alto ndice de refrao. Dessemodo, as cavidades preenchidas se tornam menos visveis e o preenchimento tambm,impede a penetrao de sujeiras.

    As figuras 2, 3 e 4 mostram exemplos da utilizao da tcnica de perfurao com laser.

    FIGURA 2: Diamante com perfurao a laser. Nareflexo da luz, a incluso fica parecendo umaincluso natural.Fonte: GEMGUIDE/Professional Gem Sciences,Inc.13

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    TABELA 3Principais mudanas em gemas tratadas, por outros processos.

    Processo Material * Uso**Branqueamento,Impregnaes eTingimento

    Branqueamento Calcednia, coral, marfim,jadeda, prola, madeirasilicificada, olho-de-tigre, etc.

    ++

    Impregnao,leo/cera/polmero incolor

    Calcednia (gata), fluorita,jade, lpis-lazli, malquita,mrmore, opala, turquesa,etc.

    ++

    Impregnao,leo/cera/polmero colorido

    Calcednia (gata), fluorita,jade, lpis-lazli, malquita,mrmore, opala, turquesa,etc.

    ++

    Preenchimento de fratura,leo incolor Esmeralda +++rubi e safira +

    Preenchimento de fratura,leo colorido

    Berilo (esmeralda), rubi,quartzo

    +

    Preenchimento de fratura,polmero incolor

    Esmeralda ++

    Preenchimento de fratura,polmero colorido

    Esmeralda +

    Preenchimento de fratura,vidro incolor

    Diamante, rubi e safira ++

    Tingimento Calcednia (gata, nix),

    mrmore.

    +++

    mbar, cornalina, coral,marfim, jade, malaquita,opala, prola, turquesa.

    ++

    Superfcie e outrasmodificaesRevestimento colorido dasuperfcie

    mbar, cornalina, diamante,prola.

    +

    Foil back, mirror back, starback

    Qualquer gema +

    Tratamento com laser Incluses em diamante ++Zircnia cbica +

    Polimento Cordon, espinlio +

    Gemas CompostasDoublets, triplets, artefatosincludos

    Opala ++

    Preenchidos com gel mbar, berilo (Esmeralda),rubi, safira, etc.

    +

    Acrscimo ou crescimentosinttico

    Esmeralda sobre berilo +

    Difuso de cor na superfcieou asterismo

    Rubi, safira em vrias cores ++

    Fonte: Nassau 19947

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    Legendas: * A maioria dos produdos tratados listados so estveis** Prevalece o tratamento que ocorre com maior freqncia no produto+ raro ou ocasional; ++ freqente; +++ comum ou muito difundido a quasetotalidade.

    As incluses naturais em diamante podem, muito raramente assemelhar-se a perfuraescom laser. Geralmente, somente uma observao muito cuidadosa com um microscpiopode revelar a identidade de uma incluso de verdade, ou se de uma perfurao com laser.

    Embora algumas pedras apresentem evidncias claras de preenchimento, as fraturas emoutras amostras de diamante tm aspectos ambguos e deste modo, requerem umainvestigao adicional. Classificadores, tambm, rotineiramente, mostram-nos pedras queno so preenchidas, mas que poderiam ser confundidas com outras. As fraturas podemexibir fino filme iridescente e manchas naturais laranja-acastanhado, dois aspectos quepodem ser confundidos com o efeito flash em diamante preenchido.

    Em outros casos um diamante tratado, via perfurao com um laser no constitui umproblema quanto identificao, pois mesmo quando preenchidos os canais so facilmentereconhecidos sob uma lupa de aumento 10X. As cavidades e/ou material de preenchimentoso geralmente afunilados e normalmente apresentam fraturas de tenso perpendicularesaos canais.

    FIGURA 3 - Diamante com perfurao a laser. Mostra o tradicional canal at a incluso.Fonte: Photo Masters for Diamond Grading

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    FIGURA 4 Diamante lapidado em forma de corao com vrias perfuraes a laser.Fonte:

    4. TINGIMENTO

    O tratamento de gemas por tingimento, sobretudo na gata, praticado desde aantiguidade. gata vermelha e calcednia vermelha(cornalina) que tinham sido aquecidas,so reportadas de terem sido feitas na ndia a cerca de 2.000 anos a.C. e foramencontradas no tmulo de Tutancamon, cerca de 1300 anos a.C.

    O mtodo de tingimento necessita antes de mais nada, que a gema a ser tratada tenhaporosidade suficiente para permitir a penetrao do on ou elemento corante. Vale notarque, ao contrrio do mtodo de tratamento por difuso, os ons ou elementos no entrarona estrutura cristalina, apenas preenchero poros preexistentes.

    A colorao artificial de uma gema consiste na introduo, dentro de poros, de substnciasque os tornam coloridos por efeito de reao (es) qumica(s) posterior(es). Assim amaneira de se introduzir a substncia que ir produzir cor, depende da cor que se desejaobter.

    De acordo com Daker, os principais meios de colorao artificial da gata, em diversascores, encontram-se discriminados na tabela a seguir.

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    TABELA 4Tratamento de gatas

    Cor DescrioVermelho Colocar a gata dentro de uma soluo de nitrato de ferro e depois

    submete-la a queima para obter xido de ferro.Verde-azulado Submeter a gata numa soluo de bicromato de amnio ou cido

    crmico e depois realizar a queima para obter xido de crmio.Verde-ma Submeter a gata a um tratamento com nitrato de nquel e depois

    submete-la a queima para obter xido de nquel.Castanho Colocar a gata dentro de uma soluo de acar e depois

    submet-la a forte queima para queima para transformar o acarem caramelo.

    Azul Para se conseguir o azul da Prssia, coloca-se a gata numasoluo de sal de cianeto de potssio (amarelo), e depois numasoluo de sulfeto de ferro. Para se conseguir um azul maisescuro. Coloca-se a gata numa soluo de sal de cianeto depotssio (vermelho), e depois numa soluo de sulfeto de ferro.

    Preto Mergulhar a gata numa soluo de acar ou mel e depois nocido sulfrico, para transformar o acar em carvo.

    Fonte: Daker et al.1853, in Knecht 1957

    4

    .A colorao da gata por meio de anilinas comum. Contudo, as cores obtidas com oemprego de anilinas no so permanentes como as proporcionadas pelos xidos metlicos.As anilinas descoram, dentro de pouco tempo, sob os efeitos da luz.

    As FIG. 5, 6 e 7 mostram exemplos de gatas tingidas.

    FIGURA 5 Pedras roladas de gata tingida.Fonte: BRANCO.

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    FIGURA 6 gata tingidaFonte: BRANCO

    FIGURA 7 gata tingidaFonte: BRANCO

    5. IMPREGNAO DE GEMAS PREENCHIMENTO DE FRATURAS E/OU CAVIDADES

    O processo de impregnao ou preenchimento de fraturas e/ou cavidades remonta pocada Grcia e Roma antigas. As fraturas, fissuras ou fendas originadas de tenso mecnica,presso e/ou temperatura acentuadas, contm originalmente fluido(s) e, se tais fraturas oucavidades alcanam a superfcie da pedra, elas geralmente esto preenchidas por ar.

    O princpio do mtodo baseado no preenchimento de fraturas e/ou cavidades, para

    substituir o ar que normalmente preenche tais cavidades por uma substncia transparente,incolor, que tenha um ndice de refrao muito prximo ao da pedra/gema (por exemplo,diamante, esmeralda) e desse modo resultar em uma incluso menos visvel, visando amelhoria da aparncia e/ou da cor da gema. Estas impregnaes incolores ou coloridas,

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    conforme a gema a ser tratada, podem ser realizadas com leos, ceras, resinas, adesivos,polmeros, vidros ou outras substncias sintticasAs impregnaes coloridas, normalmente,tm como finalidades melhorar a cor e a transparncia da gema ou torna-la parecida comoutra gema de maior valor (imitaes).

    Sob o ponto de vista qumico, preencher uma fissura com qualquer substncia nova, sejaela leo ou resina, na verdade no introduz alguma coisa dentro do material gemolgicoou seja, este tipo de tratamento simplesmente coloca alguma(s) substncia(s) para

    preencher(em) espaos ocupados pelas fissuras. Por outro lado, o tratamento por difusopor exemplo de safira, realmente introduz material novo dentro da pedra.Independentemente da composio qumica da substncia usada, esta ao umtratamento de gema que visa alterar a sua aparncia natural e, portanto exige que estetratamento seja revelado ou divulgado ao consumidor.

    As FIG. 8, 9 e 10 e 11 mostram os efeitos flash, que so comumente utilizados paraverificar a existncia de preenchimento de fraturas em esmeraldas.O efeito flash causado pela diferena de disperso entre a esmeralda e o material depreenchimento, apesar de terem o ndice de refrao muito prximo. Para se observar esteefeito coloca-se um campo de luz branca ou negra, que varia de acordo com cada caso.

    FIGURA 8 Efeito flash em cor azul preenchimento por resinaFonte:

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    FIGURA 9 Efeito flash em cor laranja preenchimento de resinaFonte:

    FIGURA 10 Efeito flash em cor laranja preenchimento por resinaFonte:

    FIGURA 11 Efeito flash em cor laranja para prpura preenchimento por resina

    Fonte:

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    Outras esmeraldas que passaram pelo processo de preenchimento de fraturas podem serfacilmente reconhecidas pelas bolhas de gs que apresentam como mostram as FIG. 12, 13e 14.

    FIGURA 12 Bolha de gs preenchimento por resinaFonte:

    FIGURA 13 Bolha de gs preenchimento por resinaFonte:

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    FIGURA 14 Bolha de gs preenchimento por resinaFonte:

    Apesar dos mtodos de preenchimento e de impregnao serem considerados como

    sinnimos, descreveram estes tratamentos, separadamente, em trs categorias:a) preenchimento de cavidades, buracos e outras depresses que esto na superfcie

    de uma pedra com vidro, plstico ou outra(s) substncia(s). muito comum emcordon (geralmente rubi), esmeralda, etc;

    b) preenchimento de fraturas, clivagens, furos ou buracos de perfuraes a laser, eoutros vazios ou lacunas, com vidro, plstico ou outra(s) substncia(s). Estacategoria inclui o tratamento, frequentemente, referido no comrcio como oiling deesmeralda e

    c) impregnao a infuso (infusing) de um material gemolgico com uma substnciaestranha tal como, cera, polmero, resina ou plstico. Este tratamento tem sidousado, por exemplo, para diminuir ou eliminar poros conspcuos e o aspecto

    esbranquiado ou leitoso de turquesa, em combinao com o processo dedescolorao por cido em jadeta, para melhorar a transparncia aparente e o jogo-de-cores da opala.

    Os mtodos de impregnao ou de preenchimento de fraturas e/ou cavidades variam deacordo com o tipo de gema a ser tratada, bem como com o(s) objetivo(s) a ser(em)atingido(s).

    No caso da esmeralda, de um modo geral, so cinco as etapas a serem seguidas:a) limpeza preliminarb) tratamento com cidoc) remoo do cido

    d) impregnaoe) limpeza final

    6. REVESTIMENTO

    Independetemente da impregnao, por exemplo, com leo e tingimento vrios tipos derevestimentos ou modificaes na superfcie de uma gema tm sido praticados, incluindoaplicaes com cera, tinta, recobrimento, ou revestimento de superfcie, que inclui pinturasde faces ou superfcies (face paints), vernizes, filtros de interferncia (interference coatings),colocao de chapas delgadas ou lminas de metal no dorso da pedra (foil backs),

    colocao de espelhos no dorso da pedra (mirror backs), entalhes, gravao de inscries,decoraes seletivas da superfcie, crescimento sinttico e assim por diante.

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    O termo revestimento usado quando est se referindo aplicao de substnciasestranhas coloridas superfcie da pedra ou gema para alterar a sua aparncia, como porexemplo, a aplicao de um revestimento verde sobre um berilo de cor plida para obter aaparncia de uma esmeralda com uma tonalidade de cor mais intensa.

    Enquanto o melhoramento do brilho ou polimento a aplicao de uma substnciaessencialmente incolor, tal como, cera, parafina, leo, ou verniz superfcie de uma gema

    para melhorar o brilho ou polimento aparente. A gua ou saliva , frequentemente, aplicadoa pedras pobremente polidas, caboches, ou objetos esculpidos para melhorar a aparnciaou ainda evitar completamente o polimento irregular.

    Vrias cores so de vez em quando aplicadas no dorso do quartzo, ou vidro para imitar osflashes prismticos de cor caractersticos de diamante. Mais recentemente, este tipo deefeito tem sido alcanado pela aplicao de delgados filtros de interferncia, tais comoaqueles encontrados em lentes de cmara, com a cor sendo produzida pela interfernciaentre os raios de luz refletidos e do verso do revestimento. Tais revestimentos tem sidoempregados para modificar a brilhncia do zirco quando utilizado como uma imitao deoutras gemas.

    Um certo nmero de materiais gemolgicos tm tido suas cores alteradas ou induzidas apartir do uso de revestimento plstico colorido aplicado superfcie de uma gema, para quea mesma fique parecida com a outra, como por exemplo, berilo natural facetado que foirevestido com uma substncia verde para imitar esmeralda, quartzo facetado com uma finacamada de cor vermelha revestindo as facetas do pavilho imitando rubi, cabocho dejadeta branca em que somente sua superfcie superior foi coberta com uma fina camada derevestimento plstico verde intenso imitando jadeta imperial, uma safira com asterismobranca ou cinza completamente revestida com uma fina camada plstica de cor vermelhapara simular ou imitar um rubi com asterismo e assim por diante.

    Em 1988, um certo material gemolgico tratado, conhecido como quartzo gua Aura,apareceu no mercado, onde cristais naturais de quartzo incolor e, posteriormente, pedrasfacetadas, foram revestidos com uma pelcula muito fina de ouro, dando origem a uma corazul a verde-azulada com uma iridescncia superficial. Inmeras firmas japonesas,americanas, etc., tm obtido contnuos avanos na deposio de finos filmes de diamantesinttico sobre determinados materiais que podem ser usados, por exemplo, eminstrumentos de raio-x, computadores, ferramentas revestidas com diamante, etc., e estosendo tambm aplicados, em opala e esmeralda, logo as propriedades deste tipo derevestimento devem ser cuidadosamente estudadas e os efeitos do seu potencialgemolgico melhor entendidos. Esta tecnologia, descoberta em 1975, por cientistassoviticos, permite obter filmes com espessuras muito finas (menos de 1 ).

    Por vrias razes, usualmente para melhorar o produto ou custos de lapidao, as imitaes

    de vidro podem ser tratadas. Por exemplo, para evitar estoque de muitas cores, osprodutores possuem uma quantidade de gemas incolores e quando as encomendas, paracores particulares chegam, eles pulverizam os fundos ou dorsos das gemas incolores comum corante e revestem isto com uma superfcie de espelhos. Existe, tambm, a tcnica quefoi patenteada em que um pequeno furo feito na pedra atravs da culaa (culet) epreenchido com material colorido. As modificaes na superfcie incluem, tambm, porexemplo, as superfcies pintadas, a as pedras revestidas com spray acrlico transparente eincolor, esculpidas, entalhadas, gravadas, etc.

    Os revestimentos de superfcie so usualmente detectveis quando analisados sobaumento, pela presena de reas mais claras ou incolores onde o revestimentodesapareceu parcialmente. Podem ser arranhados ou riscados com uma escova;

    frequentemente deixam uma descolorao quando limpos com um algodo umedecido emacetona. Os cristais de gema bruta, especialmente de berilo, que tenham a superfcierevestida para alterar as suas cores, geralmente so identificadas pela concentrao domaterial nas fraturas da superfcie, cavidades e depresses e assim por diante.

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    7. SNTESES DE GEMAS, GEMAS COMPOSTAS E RECONSTITUDAS

    As gemas sintticas ou compostas so consideradas como tratamento e melhoramento.Abaixo seguem alguns exemplos:

    FIGURA 15 Gemas compostasFONTE: LIZ, 2008.

    Os mtodos de snteses de gemas foram estudados na tentativa de fundir ou unir pequenosfragmentos de esmeralda, ou outras cores de berilo, tm produzido resultado inesperados.O berilo aps aquecimento e resfriamento resulta em um verdadeiro vidro sendo formadocom uma composio de berilo. Este vidro, entretanto, tem uma densidade mais baixa,dureza inferior e ndice de refrao menor que o berilo cristalino.

    Reconstituio de gemas o processo de combinao ou aglutinao de diversas peas deum material similar, a partir do uso do calor e/ou presso, para produzir peas maiores.Dependendo do mtodo especfico de tratamento, um agente aglutinante pode, ou no serusado. Geralmente, os nicos materiais gemolgicos tratados com este processo so mbare algumas outras resinas naturais no to antigas.

    Vidro

    Granada

    Vidro colorido

    Cristal de rocha

    Duplas Triplas

    Cristal de

    rocha

    Cimento colorido

    Espinlio

    Vidro

    colorido

    Calcednia

    Vidro

    Granada

    Vidro

    Granada

    Vidro colorido

    Cristal de rochaCristal de rocha

    Duplas Triplas

    Cristal de

    rocha

    Cimento colorido

    Espinlio

    Vidro

    colorido

    Calcednia

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    Concluses e recomendaes

    CONCLUSES E RECOMENDAESOrganismos internacionais como CIBJO (Confederation Internationale de la Bijouterie,Joaillerie, Orfevrerie ds diamants, perles et pierres) que regulamentam o mercadointernacional de gemas, deixam claro que proibida a venda ou oferta para venda dequalquer diamante ou outra gema que tenha sido artificialmente colorida ou tingida por

    revestimento, irradiao, aquecimento, ou pelo uso de bombardeamento nuclear, ou poroutros meios, sem a declarao do fato de que tal gema colorida artificialmente, bemcomo se tal tingimento ou colorao , ou no permanente.

    Porm existem algumas excees como:No necessrio declarar o tratamento se qualquer uma das seguintes condies foraplicada:

    1. tratamento trmico no detectvel por um laboratrio gemolgico qualificado, ou2. os resultados do tratamento no so reversveis sob condies de uso.

    Assim toda pedra que foi colorida ou aperfeioada na cor por tratamento fsico, qumico oufsico-qumico, cuja cor foi alterada por irradiao ou tratamento qumico; e que foi revestida;

    deve ser designada como tratada e o nome do mineral da variedade deve ser usado.

    Referncias

    REFERNCIAS1 - AMERICAN GEM TRADE ASSOCIATION. The gemstone enhancement manual.Dallas: AGTA, 1997. 6 p.

    2 - CONFEDERATION INTERNATIONALE DE LA BIJOUTERIE, JOAILLERIE,ORFEVRERIE DS DIAMANTS, PERLES ET PIERRES. The Gemstone Book. CIBJO.2006. 75 p.

    3 - JOSU ROJAS, Arol. Tratamento de gemas. 2002. (Monografia) Universidade Federalde Ouro Preto, Ouro Preto, 2002. 65 pginas.

    4 KNECHT, T.. Colorao artificial das gatas. Associao Brasileira de Gemologia.Anais, Ano II, n. 7, 1957. p. 1-9.

    5 - NASSAU, K. Gems made by man. Radnor: Chilton Book,. 1980.364 pginas.

    6 - NASSAU, K. The physics and chemistry of color: the fifteen causes of color. NewYork: John Willey and Sons. 1983. 454 p.

    7 - NASSAU, K. Gemstone enhancement. Londres: Butterworhts. 1984. 221 p.

    8 - NASSAU, K. 1994. Gemstone enhacement: history, science, and state of the art. 2 ed.Butterworth-Heinemann. 252 p.

    9 - NASSAU, K. & Hanson, A.E. The pearl in the chicken. The Lapidary Journal. 1988. 53p.

    10 - PORTAL DAS JIAS. Gemologia. Disponvel em:. Acesso em: 05 mar. 2008.

    11 - BRANCO, Pcio de Moraes. O tingimento da gata. Disponvel em:. Acesso em: 05 mar.2008.

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    12 - GEMOLOGICAL ASSOCIATION OF ALL JAPAN. Disponvel em: http://www.gaaj-zenhokyo.co.jp/>. Acesso em: 05 mar. 2008.

    13 GEMGUIDE. Disponvel em: http://www.gemguide.com/ news/archives2.htm. Acessoem: 05 mar. 2008.

    Anexos

    ANEXO 1 - TRATAMENTO DE PROLAS UTILIZANDO GALINHAS

    Entre as setenta e cinco receitas relativas a tratamento de gemas compiladas em P.Holm ouPapyrus Holmiensis, no final do sculo terceiro ou incio do sculo quarto d.C., dez lidamespecificamente com prolas. Oito delas envolvem limpeza de prolas sujas ou manchadas,uma descreve o tingimento de prolas e, a ltima, uma receita que ensina a fazerimitaes de prolas. Duas das receitas de limpeza envolvem alimentar galinhas comprolas.

    O processo descrito nestas receitas parece prudente quando se lembra que as prolas socompostas de camadas de pequenos cristais de aragonita e, possivelmente, de calcita

    (carbonatos de clcio), alm de, aproximadamente, 10% de conchiolina, uma substnciaorgnica. Em conseqncia, o suco gstrico cido do estmago e a ao trituradora damoela podem ser experimentados para dissolver a camada manchada da superfcie daaragonita e, ento, melhorar a sua aparncia de prola suja.

    Para entender o significado de tal processo, necessria uma breve descrio do processodigestivo de uma galinha. A comida engolida pela galinha primeiro passa do esfago pardentro do papo. A a comida mantida sob umidade e condies de acidez suave (pHprximo a 4,5) at que haja espao para ela no estmago. Se a galinha no tiver comido poralgumas horas, o tempo de permanncia na moela muito breve e a comida move-se,rapidamente, para o estmago.

    O estmago consiste em duas partes: (1) o proventrculo, onde o suco gstrico (contendocido clordrico e protena digestiva, enzima pepsina) adicionado e onde o tempo depermanncia muito curto; e (2) a moela, onde h um longo perodo de espera sob fortescondies cidas a um pH to baixo quanto 1,4. como a galinha no tem dentes para triturarsua comida, durante a exposio mxima das partculas aos sucos digestivos, esteprocesso realizado por fortes contraes das paredes musculares da moela agindo nosfragmentos que a galinha pegou junto com sua comida. A comida digerida move-se depoispara o intestino para a absoro. A adio de suco pancretico agora, neutraliza o cido eproduz condies que no se esperam afetar a prola. O processo digestivo total,normalmente, leva cerca de trs horas. Os fragmentos permanecem na moela por umasemana ou mais.

    Clareamento de prolas

    Uma prola que esteja suja ou manchada pode ser limpa ou clareada da seguinte maneira:a prola dada para uma galinha engolir e, aps um certo intervalo de tempo, a ave sacrificada, a prola , ento, retirada e pode-se observar que a gema foi clareada.

    Uma receita semelhante especifica o tempo do nascer ao pr-do-sol em uma galinhasedenta. H uma outra receita que inclui, entre outros ingredientes, suco de limo e utilizaum pombo que abatido depois de duas horas.

    Limpeza de prolas

    Sempre que uma prola verdadeira fica suja e perde seu brilho, os indianos, a limpamdando a gema como alimento a um galo noite. Pela manh eles procuram a prola nasfezes da ave e, ao encontrarem, podem observar se ela foi limpa pela ave, isto , ela possui

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    uma brancura no inferior original.

    Observaes

    a) as condies de triturao e acidez na moela so evidentemente fortes o suficientepara destruir uma prola completamente. Alm disso, est claro que se as prolasso tratadas como fragmentos slidos, neste caso elas no saem da moelafacilmente e, desta maneira, o mtodo de limpeza que recolhe a prola das fezes da

    ave torna-se completamente errado, se a ave no for morta num prazo adequado e agema recuperada.

    b) a razo para as diferenas de comportamento dos resultados obtidos seguramentederiva das condies especficas da moela da galinha e do tempo de permannciada prola no interior do animal. As vrias enzimas, partculas da alimentao,substncias orgnicas presentes na moela, a ao trituradora da moela podemajudar a mater a superfcie polida. Um fator adicional envolve a exposio daconchiolina quando o cido dissolve os cristais de aragonita da superfcie da prola.Este pode ser removido na galinha pela ao do esmagamento e pelo ataque daprotena digestiva, enzima pepsina, presente na moela, consequentemente,mantendo uma superfcie polida;

    c) o tratamento de vrias prolas ao mesmo tempo , de certa maneira, vivel, masapenas com alguma perda de controle sobre o que acontece com cada uma duranteo processo e

    d) experimentos demonstram que a aparncia de algumas prolas pode realmente sermelhorada pelo processo da prola inserida dentro da galinha. Se o ncar removido, bvio que a superfcie manchada ser removida junto com ele.