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Tem a ver com a Europa, tem a ver Consigo! A caminho de uma Cidadania Europeia Democrática

Tem a ver com a Europa, tem a ver Consigo! A caminho de uma Cidadania Europeia Democrática

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Sessenta e duas redes Europeias de associações e organizações não-governamentais, apoiadas por coligações de âmbito nacional, juntaram forças para formar a Aliança para o Ano Europeu dos Cidadãos 2013 (AAEC), com o objectivo de incitar um grande debate na sociedade civil sobre o que a cidadania Europeia significa actualmente, identificando futuros desafios e formulando soluções. Um dos principais objectivos desta rede transacional e inter-sectorial, é assegurar que a cidadania activa é compreendida como uma temática duradoura e abrangente nas políticas públicas Europeias. Após um longo ano de um processo de reflexão e de consulta, a AAEC apresenta neste documento, as suas propostas-chave para o reforço e melhoria de uma cidadania activa na Europa.Estas propostas encontram-se organizadas de acordo com um raciocínio lógico preciso, começando na nossa visão para a Europa, que é de uma União alicerçada na solidariedade, igualdade e participação (Capítulo 1 - Cidadania Europeia Activa como um Projecto da Sociedade). Contudo, esta visão para a Europa implica que os cidadãos vulneráveis, marginalizados e excluídos são envolvidos e incluídos em pé de igualdade na sociedade, nomeadamente, relativamente à sua participação (Capítulo 2 - Uma Democracia Europeia Aberta e Inclusiva) e para reforçar os três pilares democráticos que são (a) educação e informação, (b) instituições abertas e comunicativas e (c) uma sociedade civil forte e independente (Capítulo 3 - Uma Democracia Europeia, Três Pilares Democráticos).

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Tem a ver com a Europa,tem a ver Consigo!

A caminho de uma Cidadania Europeia Democrática

A Aliança do Ano Europeu dos Cidadãos (EYCA) 1

Introdução 2

Cidadania europeia activacomo projecto da sociedade 4

1.1. Construindo uma Europa alicerçada na solidariedade 6

1.2. Construindo uma Europa de igualdade de oportunidades para todosos cidadãos 7

1.3. Construindo uma Europa que envolva plenamente os cidadãos natomada de decisões 8

Uma democracia europeia aberta e inclusiva 10

2.1. Garantido a inclusão social e igualdade na Europa 12

2.2. Garantindo a livre circulação e mobilidade justapara todos os cidadãos 13

2.3. Garantindo direitos cívicos e políticos e a participação de todos 15

Uma democracia europeia,três pilares democráticos 16

3.1. Pilar Democrático #1: cidadãos educados e informados 18

3.2. Pilar Democrático #2: instituições abertas e comunicativas 19

3.3. Pilar Democrático #3: uma sociedade civil organizadaforte e reconhecida 20

Recursos 22

Conteúdo

Sobre as nossasrecomendações...

x Elas saíram do trabalho colectivo durante o Ano Europeu dosCidadãos 2013 incluindo mais de 100 representantes de 80 orga-nizações nacionais e Europeias da sociedade civil, de 27 países.

x Elas são destinadas a serem acessíveis pelos cidadãos, organi-zados ou não, e utilizadas como ferramentas de campanha,particularmente durante a campanha das eleições Europeias de2014

x Elas são supostas serem concretas, claras, acessíveis e conse-quentemente, foram traduzidas em diversas línguas. As definiçõese referências a documentos legislativos fundamentais a que o docu-mento alude, podem ser encontradas no final desta brochura.

x Elas são organizadas de acordo com uma narrativa que defineem primeiro lugar as prioridades e recomendações para uma CIDA-DANIA EUROPEIA ACTIVA COMO PROJECTO DA SOCIEDADE(Capítulo 1) antes de se focarem em dois passos específicos paraalcançar esta visão para a Europa;

Cada capítulo encontra-se dividido em três secções correspondendoa orientações essenciais das nossas recomendações. Cada capítuloe secção é introduzido e contextualizado por uma pequena expli-cação e compreende prioridades-chave (a negrito no texto) e reco-mendações.

x Elas são dirigidas a:• instituições da UE relacionadas com o desenvolvimento e imple-

mentação políticos mas especialmente:- Organismos legislativos da UE: O Conselho Europeu, o Parla-mento Europeu e a Comissão Europeia;

- Organismos de Consulta da UE: Comité Económico e Social Euro-peu e o Comité das Regiões.

• Estados-Membros da UE (Governos, Parlamentos, autoridadeslocais, etc.)

• Outras partes interessadas (organizações da sociedade civil ecidadãos, comunicação social, partidos políticos, etc.)

Os organismos visados encontram-se realçados com cor, no texto.

x Também podem ser encontradas, apoiadas, descarregadas epartilhadas na internet em:

ey2013-alliance.eu/itsabouteuropeitsaboutus/

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 1

A Aliança do Ano Europeu dos Cidadãos (EYCA) é umarede aberta de organizações Europeias e nacionais da so-ciedade civil, dispostas a promover uma cidadania activacomo elemento fundamental do projecto Europeu, nocontexto do Ano Europeu dos Cidadãos 2013.

Com o objectivo de divulgar um conhecimento alargadode uma cidadania activa*, as principais organizações eredes Europeias da sociedade civil criaram uma Aliançada sociedade civil em 2011, cujos princípios podem ser en-contrados no seu Manifesto, adoptado na Primavera de2012. A primeira vitória desta Aliança consistiu na mobi-lização da sua rede para a tradução deste Manifesto em23 idiomas Europeus e em linguagem Braille Inglesa, deforma a ser o mais acessível possível

Uma grande variedade de redes, plataformas e organiza-ções Europeias aderiram à Aliança durante o Ano e quepresentemente consiste em 62 membros Europeus repre-sentando mais de 4.000 organizações individuais nos 50países Europeus e trabalhando em diferentes áreas comoeducação, cultura, saúde ou juventude, para referir ape-nas algumas. A AAEC tem estado activa igualmente nosEstados-Membros graças às 19 Alianças Nacionais e 3 ini-ciativas de Aliança Nacional, envolvendo organizações dasociedade civil nacional e local com o fim de promoveruma cidadania Europeia activa durante todo o Ano. AAAEC contactou igualmente organizações noutros 6 paí-ses Europeus.

Apesar do mais baixo orçamento de sempre alocado a umAno Europeu, a AAEC obteve apoios financeiros limitadosda Comissão Europeia (DG COMM) para as suas activida-des a nível Europeu, enquanto a nível nacional, as Alian-ças do AEC funcionaram quase exclusivamente de formavoluntária.

MELHORANDO A PARTICIPAÇÃO ATRAVÉS -DA INFORMAÇÃO AOS CIDADÃOS E -SENSIBILIZANDO-OS -

Debates, conferências, projecções, seminários, exibições,etc., foram organizados a nível local, nacional e Europeu,pelas organizações membro e em parceria com outraspartes interessadas envolvidas no Ano Europeu dos Cida-dãos, com vista a aumentar o conhecimento dos cidadãossobre os seus direitos e as formas ao seu dispor para par-ticiparem no processo de tomada de decisões da UniãoEuropeia. Estas acções e discussões sobre cidadania foramtambém fomentadas e continuaram na internet, no web-site da AACE (www.ey2013-alliance.eu) e redes sociais(Facebook, Twitter, Youtube e Flickr: EYCA2013).

Adicionalmente, ao longo do Ano tentámos capturar avisão de uma cidadania (Europeia) activa, dos cidadãosEuropeus, através de fotografias "polaroid". O acervo reu-nido será exibido (de forma física e na internet) sob o tí-tulo [Work in Progress] O que significa para ti uma

cidadania Europeia activa? (www.polaroidproject.eu) oque sugere que este projecto nunca será um trabalhocompleto uma vez que, tal como o sistema democrático,a cidadania activa é um processo que nunca estará com-pletamente concluído.

DESENVOLVENDO UMA AGENDA POLÍTICA -PARA A CIDADANIA DA UE -

Temos defendido que a cidadania deve tornar-se uma di-mensão transversal das políticas Europeias e uma priori-dade chave em todas as áreas da acção da União, deforma a caminhar para uma União Europeia verdadeira-mente aberta à cidadania, que não estaria apenas redu-zida a preocupações meramente económicas. Na nossaopinião, a cidadania da UE não deveria ser limitada a umaabordagem baseada nos direitos individuais mas simnuma dimensão sólidamente baseada em valores, deforma a poder abordar a questão do sentimento de per-tença dos Europeus a um projecto comum Europeu.

Ao longo do Ano, os membros da AAEC contribuiram paraum processo de reflexão transversal e transnacional emtemas chave ligados à cidadania activa na Europa, atravésde 3 grupos de trabalho: participação dos cidadãos ediálogo civil; direitos económicos, sociais e políticoscomo um conjunto coerente; uma cidadania Europeiainclusiva para todos os residentes.

As propostas detalhadas efectuadas por cada grupo detrabalho podem ser lidas no nosso site e foram incluídasneste documento.

Sessenta e duas redes Europeias de associações e organi-zações não-governamentais, apoiadas por coligações deâmbito nacional, juntaram forças para formar a Aliançapara o Ano Europeu dos Cidadãos 2013 (AAEC), com o ob-jectivo de incitar um grande debate na sociedade civil*sobre o que a cidadania Europeia significa actualmente,identificando futuros desafios e formulando soluções.

Um dos principais objectivos desta rede transacional einter-sectorial, é assegurar que a cidadania activa* écompreendida como uma temática duradoura e abran-gente nas políticas públicas Europeias. Após um longo anode um processo de reflexão e de consulta, a AAEC apre-senta neste documento, as suas propostas-chave para oreforço e melhoria de uma cidadania activa na Europa.

O conceito de cidadania da União Europeia, introduzida peloTratado de Maastricht em 1992, adicionou uma dimensãopolítica à natureza largamente económica da ComunidadeEuropeia. De acordo com a Carta dos Direitos Fundamen-tais da UE, a União "coloca o ser humano no cerne da suaacção" ao instituir a cidadania da União e ao criar um espaçode liberdade, segurança e justiça. Estes princípios foram adi-cionalmente reforçados pelas disposições do Tratado sobre

o Funcionamento da União Europeia (TFUE)* e em parti-cular, pelos seus artigos 2.º, 3.º, 6.º, 9.º, 10.º e no artigo 11.º,com vista ao aprofundamento do papel a ser desempenhadopelas organizações da sociedade civil.

Não obstante o reconhecimento oficial nos Tratados, a ci-dadania da UE encontra-se actualmente em crise. O des-contentamento popular em torno de um projecto Europeunão deve ser subestimado pelos decisores políticos e re-presentantes eleitos. De uma forma sistematicamentecrescente, as forças populistas aproveitam-se do descon-tentamento geral e estimulam atitudes nacionalistas e xe-nófobas com vista a minar a possibilidade de um futuropartilhado, baseado em valores democráticos e progressi-vos. O que está em jogo é muito importante e as institui-ções da União Europeia necessitam de provar a suacapacidade para reconstruir a solidariedade e fornecer umenquadramento para os cidadãos* viverem melhor emconjunto. Da perspectiva da AAEC, abordar estes desafiose reverter esta tendência exige alterações significativas naforma como as políticas Europeias são desenvolvidas eimplementadas, de forma a reconquistar a dinâmica naEuropa face a uma maior integração e à procura da paz.

Apesar das propostas da AAEC serem influenciadas emgrande medida pela actual crise económica, social e polí-tica; elas servem primária e principalmente para dar subs-tância a uma visão política para a sociedade e para aEuropa na qual os membros da AAEC pretendem viver, no-meadamente, uma Europa aberta, inclusiva e participa-tiva. No actual contexto, o reforço da cidadania implicauma resposta à questão central “como re(criamos) a soli-dariedade de forma a que os Europeus recuperem a con-fiança num futuro Europeu comum?”

Estas propostas visam regenerar o projecto Europeu, tra-zendo de volta cidadãos, solidariedade, igualdade, justiçae visão, para onde deveriam estar: no centro da Europa.Isto implica uma alteração de uma abordagem dominanteque olha o cidadão como um consumidor individual parauma abordagem em que a cidadania respeita tanto as as-pirações individuais como leva em consideração as ne-cessidades colectivas de um futuro partilhado.

Para alcançar este modelo, é necessário uma alteração deparadigma de uma Europa que é largamente consideradacomo um projecto económico, para uma que restaure e pro-mova os valores de solidariedade e igualdade entre os Esta-dos e cidadãos Europeus. Apenas destacando estascomponentes fundamentais, pode ser assegurada a legiti-midade do projecto Europeu, a confiança e entusiasmo pelaEuropa e uma maior progressão no processo de integração.

Introdução 1 Cidadania europeiaactiva comoum projectoda sociedade

2 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

A visão da AAEC para a Europa não será alcançada até quea desigualdade persistente e discriminação que muitos ci-dadãos vulneráveis, marginalizados e excluídos* en-frentam, não seja efectivamente abordada.

A indivisibilidade dos direitos é um pré-requisito indis-pensável para a inclusão social e a cidadania activa. Estasituação requere particular atenção de forma a assegurarque nenhum cidadão residente na União Europeia seja ex-cluído, seja colocado em risco de exclusão ou discrimina-ção devido à falta de respeito pelos seus direitos sociais eeconómicos. No centro do modelo social Europeu encon-tram-se a assistência e protecção para todos, especial-mente os membros da sociedade mais vulneráveis. A AAECacredita que os cidadãos apenas podem estar cientes dassuas responsabilidades para com os seus pares numa so-ciedade que permita o acesso efectivo e universal aos di-reitos.

Em tempos de crise, é mais importante do que nunca queas instituições da União Europeia prestem particular aten-ção para que se assegurem que os direitos fundamentaiscomo a liberdade de movimentos, os direitos políticos ouo acesso à justiça para as populações vulneráveis, margi-nalizadas e excluídas sejam protegidos.

Para além destas questões fundamentais, todos os pilaresdemocráticos necessitam de estar a funcionar em plenode forma a assegurar uma democracia Europeia vibrante,capaz de responder ao seu propósito. A educação e osmeios de informação devem ser comunicados de formaindependente, reforçando em paralelo a sua dimensão Eu-ropeia. No âmbito da rede desenvolvida por valores uni-versais salvaguardados em tratados internacionais, asinstituições da União Europeia devem assegurar que asdecisões tomadas vão ao encontro das necessidades, as-pirações e visão de sociedade dos cidadãos. Deve-se re-forçar uma sociedade civil organizada que defenda osdireitos humanos e o bem comum através de soluçõesconstrutivas e colectivas, uma vez que o seu papel comodefensores e agentes para a mudança é crucial nas de-mocracias, particularmente em tempos de crise.

A questão da cidadania Europeia remete para a questãoda construção do projecto Europeu. Se as instituições daUnião Europeia efectivamente pretendem uma Europapolítica e social, a cidadania da União deve ser oferecidaa todo o população que habita o seu território - incluindonacionais de países terceiros que adquirem a residênciana Europa.

Uma tal alteração interna aumentaria a importância dopapel desempenhado pela União Europeia no palco inter-nacional e enviaria uma mensagem positiva de abertura ecooperação a países terceiros, particularmente os paísesvizinhos e os seus respectivos cidadãos.

Esta é a visão da AAEC para aumentar a força da cidada-nia na Europa e apela-se a todas as partes interessadasque tomem acções imediatas e assegurem que estas re-comendações são ouvidas e levadas em conta, em parti-cular, nos debates que se avizinham nas futuras eleiçõespara o Parlamento Europeu. O progresso ao nível da ci-dadania na Europa apenas será possível se as instituiçõesnacionais e Europeias demonstrarem serem interlocutoresdialogantes, de forma a ir ao encontro das expectativasque foram criadas no âmbito do "Ano Europeu dos Cida-dãos", pelos próprios cidadãos.

2 Por umademocraciaaberta einclusiva 3 Uma democracia

europeia,três pilaresdemocráticos

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 3

Cidadaniaeuropeiaactiva comoprojecto dasociedade

4 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 5

Osdecisores daUE falharamnapromoçãodeumavisãopo-lítica para a Europa. Consequentemente, os cidadãos Euro-peus activos não podem deixar de estar preocupados ecríticosdodesenvolvimentopolítico e institucional daUniãoEuropeia. AAAECacreditaque é sua responsabilidade, comocongregadorade cidadãos Europeusactivos, contribuir parao debate Europeu, apresentando uma visão para a Europa.Esta visão para o projecto consiste numa União aberta, in-clusiva, sustentável, participativa e política.

Para alcançar este modelo, é necessária uma alteração doactual paradigmaemqueaEuropaémaioritariamente con-siderada como umprojecto económico, para a restauraçãoe promoção dos valores de solidariedade entre os Estados-

Membros e os cidadãos Europeus, como uma componentefundamental de progresso no processo de integração e deforma a assegurar a legitimidade do projecto Europeu.

É convicção da AAEC que este projecto será assente em leisde direitos humanos internacionais e regionais, às quaisos Estados-Membros se encontram legalmente vincula-dos, nomeadamente a Carta dos Direitos Fundamentaisda União Europeia*, de acordo com a qual todos os indi-víduos detêm determinados direitos civis e políticos bemcomo direitos económicos, sociais e culturais. Adicional-mente, a AAEC acredita que o gozo e exercício dos direitosde cidadania são inalienáveis, independentemente do es-tatuto de residência do indivíduo.

«Iremos acompanhar um processo de construção da cidadania daUE que, mais que uma abordagem baseada nos direitos indivi-duais, aborde o sentimento de pertença dos Europeus a umfuturo Europeu comum.»

— EYCAManifeste

1.1... alicerçada nasolidariedade

1.2... de igualdade deoportunidades paratodos os cidadãos

1.3... que envolvaplenamente oscidadãos na tomadade decisões

1Construindouma Europa...

6 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

REFORÇANDO A SOLIDARIEDADE ENTRE -OS ESTADOS-MEMBROS EUROPEUS -

x Com o objectivo de assegurar a solidariedade entreos Estados-Membros, instamos as instituições da UEa adoptarem um modelo de crescimento que coloqueas pessoas no seu centro, preocupando-se ao mesmotempo com a necessidade de uma harmonização fis-cal para que se alie o desempenho económico à rea-lização do progresso social, com vista a uma inclusãoactiva* e capacitação pessoal.

x A AAEC apoia igualmente todas as medidas pro-movidas pela UE e os seus Estados-Membros que per-mitam aos cidadãos um maior controlo sobre o mundoeconómico-financeiro e a criação de um ambienteonde os mercados obedeçam às regras democráticas enão o contrário, como, por exemplo, através da intro-dução de um imposto sobre o capital e o combate aosparaísos fiscais.

1.1Construindo uma Europaalicerçada na solidariedade

Nos últimos anos, a necessidade de reforçar a harmoniza-ção fiscal e realizar a União monetária tornou-se umaprioridade para a União Europeia. Esta situação levou aque a dimensão social da Europa 2020 fosse por vezes re-legada para segundo plano e criou uma atmosfera decompetição entre os Estados-Membros que prejudica oconceito de uma Europa integrada e coesa.

Quer as dimensões económica e fiscal, quer a dimensãosocial, são complementares para alcançar a União polí-tica, pelo que deverão acolher omesmo nível de atenção eseremarticuladas de formamais equitativa. De facto, res-ponder às preocupações sociais dos cidadãos, combatendoo crescente risco de pobreza emarginalização paramuitosdos Europeus e assegurar a sua segurança através da coe-são social, requere que a União Europeia reforce a dimen-são social das suas políticas, incluindo as mais austeras.

REFORÇANDO A SOLIDARIEDADE ENTRE -OS CIDADÃOS EUROPEUS -

x A AAEC insta as instituições da UE a assegurar oacesso igual aos direitos económicos e sociais, de formaa restaurar a confiança dos cidadãos numa União queestá disposta e tem a capacidade de ir ao encontro dassuas necessidades, através de:

• Harmonização das políticas sociais na sua fonte;• Promoção do acesso universal a serviços sociais eredes de protecção adequadas;

• Solicitação aos Estados-Membros que assegurem acoesão social e que lidem com o impacto da criseeconómica, através do apoio a uma redistribuiçãojusta e equalitária da riqueza e prosperidade, pormeio de taxação progressiva.

A AAEC apela particularmente às instituições da UE e aosEstados-Membros que instituam políticas fiscais redistri-butivas com um enfoque em taxas sobre o rendimento,capital e ambiente, de forma a assegurar uma fiscalidadejusta.

Igualmente e para além das medidas destinadas a asse-gurar a participação política a todos os níveis de todos oscidadãos, instamos os Estados-Membros a manter e de-senvolver um sistema de protecção social adequado, queinclua um salário mínimo adequado e acessível, esque-mas de rendimento, saúde, subsídio de desemprego e pen-sões apropriadas.

x O acesso ao mercado laboral é considerado umadas componentes-chave nas estratégias da UE paracombater a pobreza e melhorar a inclusão social.Consequentemente, a AAEC insta as instituições da

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UE a promover os valores de cooperação, inclusão,confiança, legitimidade democrática e igualdade nosector económico, nomeadamente, através da adop-ção de estratégias políticas e ferramentas que apoiemo desenvolvimento pessoal, a participação em socie-dade, a realização do potencial pessoal e das oportu-nidades de vida e desta forma, uma cidadania activapara todos.

As instituições da UE devem promover e apoiar o desen-volvimento do sector da economia social, dados certosprincípios como um modelo económico que sirva o bempúblico e a coesão social, e a sua resiliência perante a crisee o seu interesse de acordo com as actuais alterações queas nossas sociedades enfrentam.

Os Estados-Membros são chamados a promover iniciati-vas e estratégias que acompanhem políticas de criação deemprego, com provisões para prestação de serviço de carizsocial ou educacional (ex: protecção social, educação vo-cacional e formação, oportunidades de aprendizagem aolongo da vida e orientação social), de forma a apoiar tantoa capacitação dos indivíduos como para responder àscrescentes necessidades de serviços sociais e de saúde.

ASSEGURANDO O BEM-ESTAR PARA TODOS -NA EUROPA -

x O acesso a serviços sociais, uma das três vertentesda Estratégia da Inclusão Activa da UE*, em conjuntocom “apoios adequados ao rendimento” e “mercado

laboral inclusivo”, é fundamental para a capacitaçãodas pessoas e para lhes fornecer as oportunidadespara que consigam exercer os seus direitos económi-cos e sociais, bem como participar em sociedade.

Consequentemente, a AAEC insta as instituições da UE apromoverem o conceito de acesso universal aos serviçossociais como um pré-requisito na luta contra a pobreza,para alcançar a igualdade e para garantir o acesso daspessoas aos direitos fundamentais previstos na Carta dosDireitos Fundamentais da União Europeia, com particularênfase no direito à educação (artigo 14.º) e no direito àprotecção da saúde (artigo 35.º).

Os Estados-Membros são chamados a garantirem oacesso universal a uma educação pública e de qualidadee a serviços de saúde, conforme postulado na Carta dosDireitos Fundamentais, através, por exemplo, da remoçãode obstáculos criados pela privatização e concorrênciadesleal no sector social e de saúde, e apoiando as organi-zações da sociedade civil que fornecem serviços sociais ede saúde.

1.2Construindo uma Europade igualdadede oportunidadespara todos os cidadãos

A visão da AAEC para a Europa consiste numa sociedadeequitativa e justa, onde cada cidadão conseguiria exerceros seus direitos cívicos, políticos, sociais, económicos eculturais. Assegurar o pleno gozo destes direitos a todosos cidadãos é um pré-requisito fundamental para umaparticipação activa em sociedade eficaz e significativa.

ASSEGURANDO OPORTUNIDADES -DE APRENDIZAGEM PARA TODOS -

x A AAEC insta as instituições da UE a promoverem oacesso equitativo e eficaz ao direito à educação e àformação profissional e contínua, para todos, incluindoa possibilidade de frequentar gratuitamente o ensinoobrigatório, tal como previsto na Carta dos DireitosFundamentais da União Europeia (Artigo 14.º).

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PROMOVENDO UM MERCADO LABORAL -INCLUSIVO, EQUITATIVO E JUSTO -

x As oportunidades equitativas no mercado laboraldevem ser disponibilizadas a todos, de forma a assegu-rar que o direito ao trabalho dos cidadãos é respeitadosem qualquer forma de discriminação. A este respeito,solicita-se aos Estados-Membros que apliquem aDirectiva sobre Igualdade no Emprego* (Directiva2000/78/CE do Conselho) na sua totalidade, que proíbea discriminação por motivos de religião ou crença, dedeficiência, de idade ou orientação sexual, no domíniodo emprego.

Consequentemente, a AAEC solicita aos Estados-Membrosque desenvolvam estratégias para combater o desem-prego de longa-duração e a discriminação no acesso aempregos.

Os Estados-Membros são igualmente instados a imple-mentarem urgentemente a Garantia para a Juventude*adoptada pelo Conselho da União Europeia em Abril de2013, que estipula que deve ser fornecido aos desempre-gados com menos de 25 anos, formação, estágio ou edu-cação adicional no espaço de quatro meses apósconclusão dos estudos ou perca de emprego, bem comoa adoptar medidas concretas que complementem eapoiem o sistema de Garantia para a Juventude, de formaa torná-lo num instrumento real e eficaz no combate aodesemprego jovem.

Solicita-se às instituições da UE e aos Estados-Membrosque assegurem a mobilidade justa de pessoas e trabalha-dores, igualdade de remuneração e a promoção dos direi-tos laborais e sociais, por exemplo, assegurando que osdireitos legais dos trabalhadores colocados no estrangeirosão respeitados e protegidos, de entidades patronais queexploram incertezas jurídicas e lacunas na lei.

GARANTINDO AOS CIDADÃOS O -EXERCÍCIO DOS SEUS DIREITOS CULTURAIS -

x A diversidade cultural bem como o acesso de todosà participação em actividades artísticas e culturaisdevem ser promovidos e assegurados em todos os Es-tados-Membros e através de todos os programas epolíticas relevantes das instituições da UE.

A mobilidade dos artistas e profissionais da cultura éainda impedida por obstáculos fiscais, regime de vistospara artistas de países terceiros, autorizações de trabalhoou de residência, segurança social e questões relacionadascom a propriedade intelectual. Consequentemente, aAAEC insta as instituições da UE e os Estados-Membrosa reforçarem a coordenação das suas políticas de forma afomentar e apoiar eficazmente a mobilidade artística.

De acordo com 2005-2014 - Década das Nações Unidasda Educação para o Crescimento Sustentável, a integraçãoda diversidade cultural e perspectivas de diálogo inter-cultural nos sistemas de aprendizagem e educação, per-mite o desenvolvimento de talento e fomenta o raciocíniocrítico e criativo. Os Estados-membros são chamados aincluir nas suas estratégias educacionais, as iniciativasculturais que reconhecem a diversidade através de umaabordagem fundada nos direitos humanos.

Os Estados-membros devem fomentar a igualdade deacesso de todos os cidadãos, incluindo os vulneráveis,marginalizados e excluídos, aos recursos, locais e activi-dades culturais, e devem fomentar as oportunidades parase reconhecer a sua própria herança e a de outros eaprender delas, bem como desenvolver as capacidadescriativas próprias e participar nas práticas culturais indi-viduais e colectivas.

1.3Construindo uma Europaque envolva plenamenteos cidadãos na tomadade decisões

Em conjunto com a participação eleitoral, implementadaao nível Europeu desde as eleições Europeias de 1979, oconceito da participação cívica ao nível Europeu, refere-se principalmente às inovações introduzidas pelo Artigo11.º do TUE. Para além do reconhecimento político e jurí-dico deste conceito, existem muitas dificuldades relacio-nadas com o artigo e a sua implementação.

Apesar de serem necessárias alterações aos tratados parase caminhar para uma verdadeira União política, baseadanuma democracia mais representativa e participativa, aAAEC acredita que são possíveis algumas melhorias noâmbito do actual enquadramento institucional e jurídico.Os mecanismos da democracia participativa devem serfortalecidos com o objectivo de reforçar a democracia re-presentativa. Esta secção irá focar-se nas ferramentasexistentes para a participação dos cidadãos ao nível Eu-ropeu e na necessidade de umamaior transparência eme-lhor implementação doArtigo 15.º do TFUE, no que respeitaao acesso aos documentos.

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 9

REFORÇANDO A DEMOCRACIA -REPRESENTATIVA NA EUROPA -

x No âmbito do actual enquadramento institucional ejurídico, deve ser dado maior peso político ao Parla-mento Europeu, a única instituição Europeia directa-mente eleita pelos cidadãos Europeus.

As eleições para o Parlamento Europeu devem ter lugarno mesmo dia em todos os Estados-Membros.

Devem ser estabelecidas listas transnacionais de forma apromover a imagem do Parlamento Europeu como umainstituição que toma decisões para o bem comum Euro-peu e para dar maior substância à vida democrática e po-lítica da UE.

REFORÇANDO A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA -NA EUROPA -

x A Iniciativa dos Cidadãos Europeus (ICE)* foi con-cebida como uma ferramenta para a melhoria domodelo democrático Europeu. No entanto, dois anosapós a sua introdução e os esforços da ComissãoEuropeia para regulamentar a sua aplicação, a ICEainda não atingiu o seu potencial pleno. Consequen-temente, a Comissão Europeia deve rever as regrasdas ICEs ao mesmo tempo que deve assegurar que asICEs respeitam os valores e direitos fundamentaisconsagrados no Preâmbulo e primeiros artigos do Tra-tado de Lisboa, da Carta dos Direitos Fundamentais daUnião Europeia* e da Convenção Europeia dos DireitosHumanos* (à qual a UE deveria tornar-se membro).

As instituições da UE devem simplificar os procedimentosde candidatura a uma ICE, para tornar esta ferramenta maisacessível aos cidadãos e organizações da sociedade civil.

A Comissão Europeia deve eliminar a aplicação de qual-quer princípio discricionário que possa utilizar para ava-liar e levar em consideração iniciativas bem sucedidas.

As instituições da UE e Estados-Membros devem asse-gurar que as organizações da sociedade civil são envolvi-das em igualdade com todas as outras partes interessadas,em todos os níveis de tomada de decisões.

A Comissão Europeia deve iniciar de imediato uma revisãodas "Normas Mínimas de Consulta" / COM(2002) 704)*ao nível Europeu, com vista à inclusão de melhores pa-drões de participação para a sociedade civil no processode tomada de decisões Europeu, mediante mecanismos eoportunidades de consulta organizados e apoiados finan-ceiramente.

Os Estados-Membros devem assegurar que, no mínimo,são criadas entidades consultivas a nível local, que elabo-rem recomendações sobre o desenvolvimento ambiental,económico e social, envolvendo uma variedade abran-gente de parceiros sociais, com vista a promover o diá-logo social e o consenso sobre a governação democrática.

x A AAEC apela às instituições da UE que melhorema qualidade da interacção e comunicação entre os ci-dadãos e as instituições Europeias, aumentando atransparência das decisões e negociações que têmlugar nas instituições Europeias e tornando a infor-mação e os documentos acessíveis e disponíveis.

As instituições da UE devem evitar o recurso a linguagemdemasiado técnica nas consultas Europeias, uma vez quedesencorajam e, por vezes, previnem os cidadãos e as en-tidades que os representam de contribuirem para o de-bate.

As instituições da UE devem publicar o maior númeropossível de documentos essenciais da UE em todos osidiomas oficiais e encorajar os Estados-Membros a al-cançar o objectivo estabelecido pelo Conselho Europeu deBarcelona 2002, que visa permitir aos cidadãos comuni-carem em duas línguas para além da sua língua materna.

Umademocraciaeuropeiaaberta einclusiva10 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 11

A visão da AAEC para a Europa não será alcançada até queas desigualdades numerosas e persistentes e a discrimina-ção sofridas por demasiados cidadãos vulneráveis, margi-nalizados e excluídos sejamenfrentadas comdeterminação.

De facto e apesar da Carta dos Direitos Fundamentais daUnião Europeia estipular que todos os residentes da UEdetêm determinados direitos civis, políticos, económicos,sociais e culturais; os residentes vulneráveis, marginaliza-dos e excluídos enfrentam barreiras perversas para gozardestes direitos. Esta situação previne a sua inclusão em so-

ciedade, a sua participação como cidadãos activos e pre-vine que gozemdomesmo nível de protecção que os cida-dãos da UE.

Relembrandoas recomendações doComité deMinistros doConselho da Europa sobre a necessidade da sociedade em"reflectir sobre a diversidade dos seus cidadãos", a AAECapela a todas os decisores naUEaprestaremespecial aten-ção aos cidadãos vulneráveis, marginalizados e excluídos,relativamente à integração social e participação.

«A cidadania Europeia deve basear-se no princípio de residên-cia e, em nome da mesma universalidade de direitos, todos osresidentes da União Europeia devem usufruir de igualdade notratamento e o mesmo direito a participar na vida pública comocidadãos da UE.»

— EYCAManifeste

2.1... a inclusão social eigualdade na Europa

2.2... a livre circulação emobilidade justa paratodos os cidadãos

2.3... direitos cívicose políticos e aparticipação de todos

2Garantido...

12 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

ASSEGURANDO O ACESSO AOS DIREITOS -ECONÓMICOS E SOCIAIS -

x Demasiados cidadãos são impedidos de serem e dese sentirem incluídos na sociedade devido à falta derespeito pelos seus direitos sociais e económicos. Asinstituições da UE e os Estados-Membros são insta-dos a providenciar igualdade de acesso aos direitoseconómicos e sociais, os pré-requisitos para a inclu-são activa e cidadania participativa.

As instituições da UE e os Estados-Membros devemigualmente promover um diálogo eficaz e inclusivo deforma a assegurar que a experiência e a perspectiva dosgrupos mais vulneráveis, marginalizados e excluídos, taiscomo as pessoas que sofrem discriminação devido à suacondição económico-social, são tidas em conta no de-senvolvimento de políticas e estratégias em todos os ní-veis de tomada de decisões.

ASSEGURANDO A IGUALDADE -E A NÃO-DISCRIMINAÇÃO -POR TODO O TERRITÓRIO DA UE -

x Apesar da existência de diversas directivas Europeiasque visam assegurar a igualdade e a não-discriminaçãona UE, os direitos dos grupos vulneráveis, marginaliza-dos e excluídos encontram-se ainda longe de estaremassegurados ao nível nacional, devido à falta de com-promisso ou reluctância de certos Estados-Membrosem ratificar ou implementar o quadro legislativoexistente na UE.

A AAEC insta as instituições da UE e os Estados-Membros a tomarem plenamente em consideração acláusula de não-discriminação do Tratado de Lisboa

2.1Garantido a inclusão sociale igualdade na Europa

A indivisibilidade de direitos e as responsabilidades implí-citas na cidadania são pré-requisitos indispensáveis à in-tegração social* e cidadania activa: ser um cidadão nãosignifica apenas ter direitosmas tambémassumir respon-sabilidades cívicas e participar na vida em comunidade.Isto implica que todos os cidadãos devem gozar dos direi-tos sociais e económicos que lhes permitam levar uma vidadigna bem como a envolverem-se e contribuir na vida dassuas comunidades.

Os grupos vulneráveis,marginalizados e excluídos são par-ticularmente afectados pela má aplicação sistemática dalegislação da UE e pela deficiente administração das au-toridades nacionais e locais. Particularmente, os residen-tes emigrantes semdocumentação enfrentamnumerosasrestrições e obstáculos quando envolvidos em procedi-mentos administrativos ou quando tentam aceder à jus-tiça e a serviços sociais e de saúde.

no desenvolvimento de toda a legislação e políticas,e a adoptar uma estratégia comum e coerente de não-discriminação que promova a cidadania inclusiva, deuma forma global.

Os Estados-Membros devem finalizar as negociações, semmais demoras, da proposta da Comissão Europeia de 2008para uma Directiva do Conselho relativa à protecção daigualdade de tratamento fora do emprego, independen-temente da religião ou crença, deficiência, idade ou orien-tação sexual (Directiva da Igualdade)*. Adicionalmente,os Estados-Membros que ainda não o fizeram, devem ra-tificar o Protocolo 12 da Convenção Europeia dos DireitosHumanos, proibindo a discriminação, nas mesmas bases.

Os Estados-Membros devem assegurar que os organismosnacionais que operam na área da igualdade, que acompa-nham a implementação da legislação contra a discrimina-ção, prestam especial atenção ao combate à discriminaçãomultipla/inter-sectorial (em que um indíviduo sofre discri-minação em razão de mais que um motivo, por exemplo,em que as mulheres Muçulmanas enfrentam discrimina-ção com base no género e na sua religião).

A Comissão Europeia deve assegurar que as EstratégiasNacionais específicas para a Integração dos Ciganos, con-têm medidas que combatam a discriminação contra osCiganos, incluindo os grupos mais vulneráveis como asmulheres, crianças, jovens e Ciganos idosos, que enfren-tam formas multiplas de discriminação

x As instituições da UE, Estados-Membros e todosas partes interessadas devem combater os estereóti-pos negativos, incluindo os estereótipos determinadospelo género, através do recurso a, inter alia, uso determinologia correcta em discussões políticas, mate-riais de comunicação, documentação oficial e tradu-

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 13

ções. Em certos casos, a redacção que é actualmenteutilizada nestes documentos podem exigir alteraçõesque se conforme com aquela que é utilizada nos tra-tados da UE e convenções internacionais de direitoshumanos.

GARANTINDO O ACESSO À ADMINISTRAÇÃO -PÚBLICA E JUSTIÇA PARA TODOS -

x A UE e autoridades nacionais devem assegurar queo direito a uma boa administração e o direito deacesso aos documentos, tal como garantido pelos Ar-tigos 41.º e 42.º da Carta dos Direitos Fundamentaisda União Europeia, são concretizados na prática e quetodos os residentes, incluindo os grupos vulneráveis,marginalizados e excluídos e novos residentes, tomamconsciência dos seus direitos e capacitados a contes-tar processos e resultados de tomada de decisões in-correctos, com os quais são confrontados.

Com vista a implementar a lei da UE da melhor forma, deacordo com estes direitos, as autoridades nacionais e lo-cais devem:

• fornecer formação contínua acessível a todo o pessoale agências sobre todas as vertentes da lei da UE, in-cluindo normas de direitos humanos aplicáveis, paraprevenir erros na sua aplicação.

• introduzir medidas de execução eficazes para assegurara correcta aplicação da lei da UE e o esboço de sançõespara aqueles que violam as leis da UE.

• providenciar acções de sensibilização e informaçãoacessível aos residentes, sobre como podem opôr-se atomadas de decisão e resultados incorrectos.

x Todos os residentes, incluindo os grupos vulnerá-veis, marginalizados e excluídos devem poder usufruirdos seus direitos humanos básicos e ter acesso à jus-tiça e apoio jurídico, particularmente, quando os seusdireitos humanos são violados.

Os Estados-Membros devem assegurar condições de de-tenção com mais dignidade, de acordo com os valores pro-movidos pela UE e devem assegurar a reintegração dosdetidos na sociedade.

Os Estados-Membros devem assegurar um acesso à jus-tiça acessível e eficaz para todos os individuos, incluindoos migrantes, em todas as etapas do processo judicial,desde as fases preliminares como as investigações iniciais,até às audiências em Tribunal. Adicionalmente, todos osprocessos de comunicação e informação relacionadoscom os direitos legais, apoio jurídico e procedimentos ju-diciais devem ser acessíveis por todos. A linguagem ges-tual e informação em Braille, entre outras, devem estardisponíveis a todos os participantes no sistema judicial.

Os recursos financeiros necessários devem ser garantidospara fornecer apoio jurídico, que foi reduzido em grandeescala em muitos Estados-Membros, para detrimento dosseus cidadãos.

Os Estados-Membros devem assegurar que a transposi-ção e implementação da Directiva das Vítimas* forneceum acesso igual e eficaz ao direito à informação, apoio,respeito e protecção, nela consagrados. O acesso igual eeficaz a estes direitos deve ser assegurado para todas asvítimas de forma não discriminatória, independentementedo seu estatuto de residência (conforme o Artigo 1.º daDirectiva).

2.2Garantindo a livrecirculação e mobilidadejusta para todosos cidadãos

Apesar dos Tratados consagrarem direitos relacionadoscoma livre circulação, estes direitos não se encontram im-plementados na prática para todos os cidadãos e, parti-cularmente,muitos Europeus vulneráveis, marginalizadose excluídos, ainda enfrentam obstáculos intransponíveisque os previnem de estudar, trabalhar ou desenvolver ac-tividades de voluntariado noutro Estado-Membro ou, sim-plesmente visitar outro Estado-Membro. Tais obstáculossãomuitas vezesmulti-facetados e afectam sériamente aintegração de grupos vulneráveis, marginalizados e ex-cluídos, na sociedade.

Adicionalmente, a execução dos controlos fronteiriços éfrequentemente levada a cabo, em violação dos direitoshumanos de todos aqueles que tentam entrar na UE, in-cluindo os que procuram protecção internacional. Tam-bém deve ser destacado que os direitos cívicos e políticos,incluindo o direito à vida em família, são afectados pelasregras de atribuição de vistos de entrada no Espaço Schen-gen e vistos de entrada no Reino Unido-Irlanda. Esta si-tuação discrimina os residentes daUE comparcos recursosfinanceiros e pode causar um impacto desproporcionadonas mulheres e pessoas portadoras de deficiência.

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MELHORANDO O DIREITO À LIVRE CIRCULAÇÃO -

x As instituições da UE e os Estados-Membros devemtomar todas as medidas apropriadas de forma a as-segurar que todos os residentes da UE, em particularos residentes vulneráveis, marginalizados e excluídos,conseguem usufruir do seu direito à livre circulaçãona União Europeia, em pé de igualdade com outros,e o direito a serem incluídos em acções e programasde mobilidade e cooperação.

x As instituições da UE, os Estados-Membros e ou-tras partes interessadas relevantes devem tomartodas as medidas apropriadas para assegurar condi-ções de residência e trabalho justas e favoráveis, eum nível de vida equitativo para nacionais de paísesterceiros que residam e trabalhem na União Europeia.

As instituições da UE devem rever o Regulamento relativoà coordenação dos sistemas de segurança social, de formaa incorporar as necessidades dos grupos vulneráveis, mar-ginalizados e excluídos. As orientações de aplicação eoportunidades de formação para as autoridades locaisdevem focar-se nas necessidade de grupos específicos.

As instituições da UE e os Estados-Membros devemadoptar o proposto 'Acto Europeu de Acessibilidade:melhorando a acessibilidade de bens e serviços noMercado Interno'*, de forma a melhor assegurar o acessode todos os seus cidadãos a bens e serviços, e em parti-cular as pessoas portadoras de deficiência.

Todos os residentes da UE que visitem outro Estado-Mem-bro, incluindo os residentes vulneráveis, marginalizados eexcluídos, devem ter acesso a serviços essenciais forneci-dos pelo respectivo Estado-Membro em questão, em péde igualdade com os seus nacionais. Os principíos de não

discriminação e igualdade de tratamento devem igual-mente ser integrados em todos os programas da UE.

x As instituições da UE devem assegurar que os Es-tados-Membros respeitam a Directiva 2004/38 rela-tiva à Livre Circulação e o príncipio de igualdade detratamento, de forma a assegurar que todos os cida-dãos da UE, particularmente os Ciganos, exercem osseus direitos de livre circulação e devem prevenir adeportação e expulsão de Ciganos pelos Estados-Membros.

ASSEGURANDO OS DIREITOS DOS RESIDENTES -DE PAÍSES TERCEIROS NA ENTRADA NA UE E -NO ACESSO À CIDADANIA -

x As instituições da UE e os Estados-Membros devemreformar a legislação e políticas existentes, relativasà admissão de pessoas, ao regime de asilo da UE e àresidência, de forma a assegurar a adequada imple-mentação das obrigações internacionais, regionais eComunitárias no que diz respeito aos direitos huma-nos para todos os residentes.

As instituições da UE e os Estados-Membros devem esta-belecer critérios harmonizados para determinar a residên-cia regular de migrantes, em todos os Estados-Membros.Como tal, qualquer individuo com uma candidatura ou re-curso pendente nas autoridades de imigração e asilo, ouqualquer individuo envolvido num procedimento judicialcriminal, laboral ou outro, ou que seja incapaz de regressarao seu país de origem, deve ser considerado como um re-sidente legal no Estado-Membro e deve ver-lhe concedidauma autorização de residência em conformidade e / ou per-missão para residir, quando tais exigências existam.

Os Estados-Membros devem aumentar os seus esforçospara garantir de forma eficaz o direito à vida em família eao reagrupamento familiar para todos os migrantes e be-neficiários de procedimentos de protecção internacional.

x As instituições da UE devem rever as condições deacesso à cidadania Europeia e, particularmente, alar-gar e harmonizar as condições nos Tratados da UEque permitem aos residentes de longo-prazo acederaos direitos e obrigações da cidadania Europeia.

2.3Garantindo direitos cívicose políticos e a participaçãode todosExistem restrições ao direito de voto num grande númerode Estados-Membros, que previnem muitos cidadãos daUE de participar na vida política do seu país de residência,bem como de votar e de se candidataremàs eleições Euro-peias. Osmigrantes de países terceiros são excluídos do di-reito de eleger e serem eleitos nos processo políticos a nívellocal, nacional e regional. Esta situação constitui um en-trave significativo ao seu direito de participar na vida po-litica e não é aceite pelos cidadãos da UE. De facto, talcomo realçado na 'Agenda dos Cidadãos da UE 2013' daComissão Europeia, "[na consulta pública em linha sobre acidadania da UE, realizada de 9 deMaio a 27 de Setembrode 2012] muitos participantes também consideraram quenão deveria existir tributação fiscal sem participação po-lítica."

Adicionalmente, os grupos vulneráveis, marginalizados eexcluídos, não são adequadamente representados nospartidos políticos, nas listas eleitorais e nas entidades ad-ministrativas e nacionais.

ASSEGURANDO QUE TODOS OS CIDADÃOS -RESIDENTES NA EUROPA PODEM VOTAR -

x As instituições da UE, os Estados-Membros e ou-tras partes interessadas relevantes devem tomar asmedidas apropriadas que assegurem a igualdade, nãodiscriminação e acessibilidade para todos, com especialatenção para as necessidades dos grupos vulneráveis,

marginalizados e excluídos, relativamente à participaçãona vida política e pública, em particular no direito aovoto.

As instituições da UE e os Estados-Membros devem reveros tratados da UE e revogar quaisquer restrições existen-tes nos Estados-Membros relativas ao direito de voto doscidadãos da UE nas eleições locais e Europeias.

As instituições da UE e os Estados-Membros devem for-necer informação acessível sobre o processo eleitoral, pro-gramas ou partidos políticos. Também devem fornecerapoio aos cidadãos com vista a assegurar o voto infor-mado, com especial atenção para os grupos vulneráveis,marginalizados e excluídos. As eleições devem ser torna-das acessíveis a todos, independentemente da sua formade votar: deve ser prestada atenção à acessibilidade dosboletins de voto, votação electrónica, votação em linha eao acesso físico aos locais onde as votações têm lugar.

Os Estados-Membros devem remover as restrições legaisque previnem os cidadãos de exercer os seus direitos le-gais e políticos, incluindo o direito ao voto, por exemplo,para pessoas portadoras de deficiência ou detidos.

ASSEGURANDO A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA -E PÚBLICA DE TODOS -

x Para além de assegurar o direito ao voto para todosos cidadãos residentes na UE, a participação políticae pública, nomeadamente a representação de gruposvulneráveis, marginalizados e excluídos, tem de sersignificativamente melhorada em todos os níveis detomada de decisões na Europa.

As instituições da UE, os Estados-Membros e os partidospolíticos devem assegurar de forma prioritária, o equilí-brio de géneros e a participação de grupos sociais diver-sificados, na apresentação às eleições, no exercício demandato e no exercício de funções públicas, a todos osníveis de tomada de decisões.

Os Estados-Membros subscritores da Convenção doConselho da Europa relativa à "Participação de estran-geiros na vida pública a nível local"* devem garantir os"direitos clássicos" de liberdade de expressão, reunião eassociação (incluindo o direito a eleger e ser eleito naseleições de autoridades locais) aos cidadãos estrangeirosresidentes habituais, em pé de igualdade com a garantiaque prestam aos seus nacionais.

As instituições da UE e os Estados-Membros devem asse-gurar a participação cívica activa dos Ciganos nas esferaspolítica, social e económica da União Europeia, nomeada-mente através da organização de actividades de sensibili-zação e mobilização, direcionadas para as comunidadesCiganas, de forma a fomentar o seu envolvimento.

Umademocraciaeuropeia,três pilaresdemocráticos16 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 17

A UE é frequentemente vista como uma máquina proces-sual e não como uma entidade viva que reúne 500milhõesde pessoas em torno do mesmo projecto democrático. AAAEC está convencida que aUnião Europeia émais que umenquadramento jurídico e económico, porque está alicer-çada nos princípios da democracia, direitos humanos, Es-tado de direito e assistência social. No entanto, estesprincípios não são claramente compreendidos como sendoas forças motoras ou representando a essência actual dodesenvolvimentodaEuropa. Esta situaçãodificultaumver-dadeiro processode integraçãoEuropeu comdecisoresmaistransparantes e passíveis de serem responsabilizados, e for-masapropriadasdeassegurar o envolvimentodos cidadãos.

A AAEC conclui que uma democracia funcional dependede três pilares complementares:

• Dcidadãos educados e informados;• instituições atenciosas para com os cidadãos e que os

envolvem nos seus processos de tomada de decisões;• uma sociedade civil organizada forte e independente.

De forma a alcançar uma democracia Europeia vibrante,estes três pilares-chave devem ser reforçados não só anível individual, mas a comunicação e/ou interacção entreeles também deve ser melhorada. Este objectivo exige re-formas significativas dos tratados da UE.

«Na nossa opinião, a cidadania activa signifca principalmente aparticipação activa dos cidadãos na vida das suas comunidades e,consequentemente na democracia, em termos de actividade etomada de decisões.»

— EYCAManifeste3.1#1: De cidadãoseducados e informados

3.2#2: instituições abertase comunicativas

3.3#3: uma sociedadecivil organizada fortee reconhecida

3PilarDemocrático

18 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

Asnotícias dosorgãosde informação relativamentea temasda UE devem representar uma conduta importante parapermitir cidadãos da UE bem informados. Contudo, existeainda um longo caminho a percorrer até que exista umpa-norama comunicacional Europeu verdadeiramente inde-pendente, que estimule debates informados sobre aspolíticas daUE.De formasemelhante, a educação cívicade-veria ser protegida e reforçada em todos os Estados-Mem-bros, para que se possa tornar num veículo para a tomadade consciência, criação de conhecimento e compreensãosobre a cidadania Europeia e os seus valores.

PROVIDENCIANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE -SOBRE A EUROPA E OS SEUS VALORES -

x As instituições da UE devem instigar alteraçõesestruturais que assegurem que os cidadãos recebeminformação de qualidade e relevante sobre a UE. Estesesforços devem ser feitos, particularmente, a nívelnacional e local, não devendo ser delegados apenasem actores descentralizados da Comissão Europeia.

As instituições da UE devem desenvolver estratégicas decomunicação inovadoras e criativas, que colaborem deforma estreita com os cidadãos, promovam processosparticipativos e foquem os níveis nacional e local.

As instituições da UE e os Estados-Membros devem desen-volver políticas que erradiquem o fosso digital existente edevem promover acções consequentes para favorecer aintegração de grupos marginalizados na sociedade virtual.

x Tanto os meios de comunicações tradicionais comoos novos desempenham um papel crucial neste pro-cesso e devem ser utilizados para contribuir para umacomunicação e compreensão mais eficazes entre as

3.1Pilar Democrático #1:cidadãos educados einformados

Existe ainda uma enorme falta de informação e de percep-ção sobre a comunicação entre as instituições da UE e oscidadãos, por parte destes, bem como uma falta de com-preensão relativamente aos respectivos papeis que as ins-tituições Europeias e outras partes interessadas (governosnacionais, grupos de interesse, etc) desempenham. Estasfalhas devem ser colmatadas de forma a encorajar o en-volvimento de todos os Europeus no seu projecto comum.

instituições da UE e os cidadãos. As instituições da UEe os Estados-Membros devem favorecer o desenvol-vimento de um ambiente responsável para os meiosde comunicação, que assegure que assuntos da UEcheguem aos cidadãos de uma forma justa. A esterespeito, a liberdade de imprensa, o pluralismo nosmeios de comunicação e o respeito pelo trabalho dosjornalistas devem ser particularmente monitorizados.

A comunicação social nacional, especialmente os canais detelevisão e emissoras de rádio públicas, devem apoiar umacobertura justa de assuntos relacionados com a UE, atravésda dedicação de tempo de antena, monitorizado pelosorgãos regulatórios nacionais, para cobrir assuntos da UE.

As instituições da UE e os Estados-Membros devem re-forçar os programas Europeus e nacionais que apoiem osmeios de comunicação social pequenos e independentes.

As instituições da UE devem traduzir documentos da UEpara as línguas oficiais dos Estados-Membros, para au-mentar o nível de acesso dos orgãos de comunicação na-cionais e dos cidadãos à informação da UE.

x Deve ser promovida uma imagem positiva dos gru-pos que enfrentam práticas de discriminação e este-reótipos negativos nos orgãos de comunicação socialEuropeus e nacionais e devem-se combater activa-mente tais estereótipos nos próximos anos, ao mesmotempo que se presta atenção específica ao respeitopela liberdade de imprensa.

A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA | 19

PROMOVENDO O PROJECTO EUROPEU -E O VALOR DA DEMOCRACIA ATRAVÉS DA -EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL -

x A educação cívica é uma oportunidade para umamudança positiva e uma ferramenta crucial para de-senvolver democracias. As instituições da UE e os Esta-dos-Membros devem, consequentemente, assegurar quea cidadania Europeia e a educação cívica são promovi-das tanto ao nível da educação formal como da nãoformal, com vista a estabelecer uma cidadania empe-nhada, focada nos princípios de solidariedade, intercul-turalidade e tolerância.

Os Estados-Membros devem garantir que a cidadania de-mocrática e a educação sobre os direitos humanos estápresente nos sistemas educacionais nacionais em todasas etapas, através de cursos específicos bem como temastransversais aos currículos escolares. Devem assegurarigualmente que os programas de educação nacionais pro-movem o estudo e conhecimento dos valores universaisincluídos na Carta dos Direitos Fundamentais da UniãoEuropeia, o estudo das instituições da UE e das diferentesidentidades culturais nacionais dos países membros da UEde forma a aumentar a percepção dos cidadãos relativa-mente ao projecto Europeu.

As instituições da UE devem promover e apoiar o papeldas organizações da sociedade civil que providenciamoportunidades de educação formal, não formal e multi-cultural, como veículo para a realização da capacitaçãodos cidadãos e para a promoção de uma cidadania Euro-peia activa.

x As instituições da UE e os Estados-Membros devemassegurar que a diversidade cultural e linguística daEuropa é promovida e que a estereotipagem negativa

de grupos vulneráveis, marginalizados e excluídos éprevenida e combatida.

As instituições da UE devem incluir a aprendizagem dediferentes línguas Europeias em todos os programas demobilidade através da introdução de elementos de for-mação nestes programas.

Os Estados-Membros devem providenciar cursos sobre alíngua materna aos residentes da UE e assegurar que taiscursos são disponibilizados de forma gratuita para os gru-pos marginalizados, vulneráveis e excluídos.

Os Estados-Membros devem assegurar que as atitudes,discursos e acções que são particularmente discriminató-rios são efectivamente abordados e, quando apropriado,são sujeitos a consequências legais e publicamente con-denados (ao mesmo tempo, respeitando a liberdade de ex-pressão e de opinião).

As instituições da UE devem encorajar o envolvimentodas escolas e instituições do ensino superior em projectosque têm como objectivo combater a desigualdade de gé-nero, discriminação, racismo, xenofobia e outras formasde discriminação.

3.2Pilar Democrático #2:instituições abertas ecomunicativas

O conceito de “Europeísmo”, de um projecto Europeu comcidadãos democraticamente participativos, não pode sermeramente promovido a partir de uma posição de topodistante e deve ser liderado pelos próprios cidadãos Euro-peus. Se os cidadãos necessitamde estarmelhor informa-dos sobre a UE e de compreender melhor o seu sistemapolítico de forma a estaremmelhor preparados para o al-terar, tambémnecessitamde estarmais empenhados nelee de serem ouvidos pelas instituições e pelos decisores.

As Instituições da UE carecem de capacidade para tomardecisãos que beneficiariam toda a União, uma vez que astomadas de decisão são ainda monopolizadas por dife-

20 | A CAMINHO DE UMA CIDADANIA EUROPEIA DEMOCRÁTICA

rentes interesses nacionais. As instituições da UE carecemde legitimidade devido à falta demecanismos de controlodemocráticos aplicados pelos cidadãos.

Desde o seu início que a União Europeia tem sofrido alte-rações de forma crescente, no entanto, existe actualmenteuma necessidade de evoluir face a uma verdadeira uniãopolítica, inspirada pelos princípios da democracia, partici-pação e responsabilização representativas. Mais demo-cracia significa mais transparência e legitimidade nosmecanismos da democracia representativa, e mais e me-lhores oportunidades para o exercício da democracia par-ticipativa. A AAEC acredita que este ímpeto democráticoexige uma significativa alteração institucional.

x As instituições da União Europeia devem iniciar umprocesso de revisão do Tratado de forma a reforçaruma democracia especialmente participativa e re-presentativa, bem como colocar os cidadãos nova-mente no centro do processo de integração Europeue restaurar a legitimidade dos projectos Europeusatravés do aumento dos controlos democráticos peloscidadãos. Este processo deve incluir todas as partesinteressadas relevantes e ser utilizado como uma fer-ramenta para aumentar a consciência do público emgeral sobre a integração Europeia.

xO papel do Parlamento Europeu no processo de de-cisão Europeu deve ser reforçado, no sentido de umapolítica de governação e democracia Europeias genuí-nas, de forma a desenvolver uma Europa mais demo-crática e responsável perante os seus cidadãos.

x As funções executiva e política da Comissão euro-peia nos processos de tomada de decisão da UE devemser avaliadas agora e discutidas em detalhe, particu-larmente no que se refere à nomeação do colégio deComissários.

x Não pode ser permitido ao Conselho Europeu quedomine os processos de tomada de decisão Europeus edeve ser tornado responsabilizável perante o ParlamentoEuropeu (por exemplo: justificação das decisões toma-das perante o Parlamento). Deve ser lançado um de-bate público sobre a eleição directa do Presidente doConselho Europeu, entre os cidadãos Europeus.

x Uma reforma do funcionamento democrático daUE deve considerar o papel de outras entidades e as-segurar que as instituições nacionais são melhor en-volvidas nos processos de tomada de decisãoEuropeus.

O Comité Económico e Social Europeu deve ser organi-zado de tal forma que a transparência e clareza sejamasseguradas na nomeação dos seus membros, e quetodos os sectores da sociedade são representados ade-quadamente. Deve ser lançado um debate sobre o seupapel na representação da sociedade civil Europeia.

As instituições dos Estados-Membros também devemdesempenhar um papel crucial, nomeadamente, real-çando o papel dos Parlamentos nacionais e dos políticosnos processo de tomada de decisão da UE e aumentandoa cooperação inter-parlamentar.

3.3Pilar Democrático #3: umasociedade civil organizadaforte e reconhecida

«A democracia participativa preenche as actuais exigên-cias da política de governação democrática Europeia, emtoda a União, complementando e reforçando a demo-cracia representativa. Envolvendo a sociedade civil or-ganizada nas políticas de decisão e na preparação dedecisões que reforcem a legitimidade democrática dasinstituições públicas, do seu trabalho e actividades. Aqualidade do diálogo civil - incluindo o diálogo social,que é um elemento crucial - é um indicador do estadode saúde das nossas democracias.» — EYCAManifeste

Apesar da consagração política e legal do conceito de par-ticipação cívica introduzido pelo Artigo 11.º do Tratado deLisboa, um plano estruturado e claro para o diálogo civilEuropeu que permitisse um diálogo permanente e trans-versal, ainda é insuficiente. Conforme realçadopelo Parecerdo Comité Económico e Social Europeu sobre o Artigo 11.º(1) e (2) do Tratado de Lisboa, ainda subsiste um fosso entreas regras legais aplicáveis e a realidade do envolvimentodos cidadãos e das organizações da sociedade civil no pro-cesso de decisão na Europa. De acordo com a AAEC, o po-tencial do Artigo 11.º ainda se encontra por ser totalmentecompreendido e implementado pelas instituições da UE.

Adicionalmente, as organizações da sociedade civil que de-fendemobempúblico estão enfraquecidas, e a sua existên-cia, por vezes, emperigo, por repetidosatentadosà liberdadede associação e pela falta de sustentabilidade financeiracom que se defrontam, particularmente no tempo de criseque se vive.

RECONHECENDO O PAPEL E CONTRIBUTO DA -SOCIEDADE CIVIL PARA A DEMOCRACIA -

x A AAEC insta as instituições da UE a reconhecer eapoiar o papel das organizações de voluntariado e dasociedade civil a colmatar o fosso existente entre aUE e os seus cidadãos, através do apoio e reconheci-mento do papel que as organizações não-governa-mentais e de voluntariado, que trabalham naspolíticas da juventude e dos idosos, nos direitos dacriança, em assuntos sociais, na igualdade de género,na pobreza e inclusão social e nos direitos dos porta-dores de deficiência, desempenham com vista a al-cançar uma sociedade mais inclusiva e a promoveruma cidadania activa através da capacitação dos ci-dadãos, tanto a nível local como a nível Europeu.

As instituições da UE e os Estados-Membros devem im-plementar as recomendações desenvolvidas no âmbito daAgenda Política para o Voluntariado na Europa*, du-rante o Ano Europeu do Voluntariado 2011, e conseque-mente mostrar o seu compromisso para "promover eapoiar o voluntariado como uma demonstração dos valo-res Europeus, proporcionando um veículo para a cidada-nia activa e contribuindo para o crescimento económicoe de capital social".

A AAEC insta os Estados-Membros a apoiar as redes devoluntariado Europeias e locais que visam facilitar a trocade experiências, melhores práticas, aptidões e capacidadesentre organizações, de forma a incutir um sentimento deidentidade Europeia nas novas gerações.

ASSEGURAR O FUNCIONAMENTO DAS -ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL -

x As instituições da UE e os Estados-Membros devemcomprometer-se com o fucionamento independentee sustentável das organizações da sociedade civil,particularmente num período de crise.

A vida associativa deve ser protegida por toda a Europa eas instituições da UE e os Estados-Membros devem dis-ponibilizar recursos que apoiem as organizações dasociedade civil ao nível local, nacionial e da UE; dar voz àspreocupações dos cidadãos, especialmente os grupos vul-neráveis, marginalizados e excluídos; e criar alianças cujoobjectivo é representá-los efectivamente em todos osníveis de participação.

As instituições, Governos nacionais e outros financiado-res devem facilitar e encorajar a inclusão na contabilidadedas organizações do tempo voluntariado como rendi-mento, permitindo utilizá-lo, consequentemente, comoco-financiamento.

CRIANDO UM DIÁLOGO CÍVICO CONSTRUTIVO -NA EUROPA -

x O diálogo cívico na Europa deve ser activamenteapoiado e implementado pelas partes interessadasrelevantes (Comissão Europeia, autoridades nacionaise regionais) em todos os níveis de tomada de decisão,de forma a assegurar que os cidadãos são envolvidosno processo democrático Europeu de forma concreta,efectiva e sustentável.

Mais específicamente, a AAEC insta a Comissão Europeia aadoptar um Livro Verde no qual uma proposta de políticaclara seja desenvolvida para estabelecer um enquadra-mento permanente e estável para o diálogo cívico vertical,transversal e horizontal.

Os Estados-Membros são chamados a estabelecer os meca-nismos necessários e entidades para permitir que o diálogocívico tenha lugar aos níveis nacional e subnacional.

xAs instituições Europeias devem adoptar o Estatutoda Associação Europeia e o Estatuto da FundaçãoEuropeia para assegurar um reconhecimento, visibili-dade e legitimação superiores das organizações dasociedade civil e para facilitar o seu trabalho a nível eescala Europeus: consequentemente formalizando umdos direitos inerentes à democracia cívica: o direito deassociação.

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Recursos

Oque queremosdizer por...

Cidadania democráticarefere-se a "cidadania como um conjuntode direitos civis, políticos e sociais e comouma prática política [que] pode ajudar agerar sentimentos desejáveis de identi-dade e pertença" a um sistema políticoalicerçado em instituições democráticase no respeito pelos direitos humanos(Enciclopédia de Filosofia de Stanford).O nosso entendimento de "cidadaniademocrática" é construído com base nadefinição do Conselho da Europa sobreesta noção.

Cidadãos e ResidentesO Artigo 1.º da Declaração Universal dosDireitos Humanos postula: “Todos os sereshumanos nascem livres e iguais”. Ser umcidadão, é beneficiar com todos aquelesque constituem uma sociedade democrá-tica, com igualdade de direitos que sãoindivisíveis e universais: direitos civis,políticos, económicos, sociais, culturais e

ambientais. Consequentemente, todosaqueles que habitam um determinadoterritório devem ser reconhecidos comocidadãos e serem capazes de exercer a suacidadania: uma cidadania de residência,do nível local ao Europeu. Este é o direitofundamental para qualquer pessoa queviva, trabalhe e contribua para as despe-sas comuns de um espaço. O ConselhoEuropeu de Tampere e o quarto relatórioda Comissão Europeia relativo ao acesso àcidadania, incluindo a Europeia, não refe-rem nada mais.

Neste documento, utilizamos os termos“cidadãos” e “residentes” sem qualquerdistinção, excepto nos casos em que exis-tem obstáculos e recomendações que sãoespecíficos a pessoas com um estatuto deresidência particular (como os cidadãosEuropeus, residentes de longo-prazo,migrantes regulares, refugiados e reque-rentes de asilo e migrantesnão-documentados). Nestes casos, o esta-tuto é especificamente destacado.

Sociedade civil e organizaçõesda sociedade civilOs nossos membros pertencem a organi-zações e plataformas da sociedade civil,que são basicamente, cidadãos organiza-dos de forma colectiva com o objectivo depromover um projecto de interessecomum, para toda ou uma parte especí-fica da sociedade. Para além destadimensão de defesa do bem comum, osnossos membros são organizações não-governamentais e não-lucrativas com umsentido de mudança democrática e social.As organizações da sociedade civil são, nonosso entendimento, “escolas de demo-cracia”. Segundo o conceito da “WorldAlliance for Citizen Participation (CIVI-CUS)”, pode-se definir sociedade civilcomo a “arena, fora da família, do Estadoe domercado onde as pessoas se associampara desenvolver interesses comuns”.

Quando nos referimos a “sociedade civil”e “organizações da sociedade civil”, esta-mos a referir-nos a estas organizaçõesque defendem interesses comuns e nãoaquelas que utilizando o nome “organi-zação da sociedade civil” ou “associação”,

representam interesses particulares,nomeadamente negócios”.

Cidadania activaNo nosso entender, cidadania activa sig-nifica primariamente o envolvimento ac-tivo dos cidadãos enquanto participantesna vida das suas comunidades, sociedadee/ou vida política, em termos de activi-dade e participação no processo decisó-rio, de acordo com os princípios e valoresdos direitos humanos e de democracia.

(Grupos de) Cidadãos vulneráveis,marginalizados e excluídosConsideramos como sendo 'vulneráveis','marginalizados' e 'excluídos', os cidadãosou grupos de pessoas que enfrentam prá-ticas de discriminação com base na suaorigem étnica, nacionalidade, religião, gé-nero, idade, deficiência, orientação sexual,estatuto social ou outro (incluindo pes-soas que vivem em situação de pobreza,enfrentam problemas relacionados commigração ou estatuto de residência e es-tatuto como detido), que as coloca numaposição desfavorável.

As definições seguintes não são de carácter científico ou exaustivas mas reflectem o nosso entendimentosobre conceitos utilizados extensivamente ao longo do nosso trabalho e neste documento.

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O que é...

Carta dos Direitos Fundamentaisda União EuropeiaA Carta dos Direitos Fundamentais da UEreúne num único documento os direitosfundamentais protegidos na UE. A Cartacontém os direitos e liberdades sob seistítulos: dignidade, liberdade, igualdade,solidariedade, direitos dos cidadãos e jus-tiça. Proclamada em 2000, a Carta tor-nou-se legalmente vinculativa na UE,com a entrada em vigor do Tratado deLisboa em Dezembro de 2009.

Comunicação sobre "Normas Mínimasem matéria de Consulta" (COM(2002)704 final)A Comunicação da Comissão Europeia de11 de Dezembro de 2002 "Para uma cul-tura reforçada de consulta e diálogo -Princípios gerais e regras mínimas deconsultas das partes interessadas pelaComissão" estabelece um processo con-sultivo, consequentemente "[ajudando] amelhorar a qualidade dos resultados daspolíticas, melhorando simultaneamenteo envolvimento das partes interessadas edo público em geral".

Convenção sobre a Participação dosEstrangeiros na Vida Pública a NívelLocalEste tratado do Conselho da Europa,adoptado em 1992 e que entrou em vigorem 1997, concede aos estrangeiros odireito a votar nas eleições locais, desdeque cumpram as mesmas exigênciaslegais aplicáveis aos nacionais, tenhamtido um comportamento lícito e sido resi-dentes habituais no respectivo Estadodurante 5 anos antecendentes às eleições.Desde 2013, a Convenção foi ratificadapor 8 Estados-Membros do Conselho daEuropa e foi assinada por outros 5.

Directiva sobre Igualdade no Emprego(Directiva 2000/78/CE do Conselho)Esta Directiva de 27 de Novembro de2000, que estabelece um enquadramentogeral para a igualdade de tratamento noemprego e profissão, coloca em acçãoum quadro geral para assegurar a igual-dade de tratamento dos indivíduos naUnião Europeia, independentemente dassuas convicções religiosas ou crenças,deficiência, idade ou orientação sexual,no que se relaciona com o acesso aoemprego ou profissão e na admissãocomo membro de certas organizações.

Convenção Europeia dos Direitos doHomemA Convenção Europeia dos Direitos doHomem é um tratado internacional paraproteger os direitos humanos e as liberda-des fundamentais na Europa. Redigidopelo Conselho da Europa, entrou em vigorem 1953. O Tribunal Europeu dos Direitosdo Homem supervisiona a implementaçãoda Convenção em 47 Estados-Membrosdo Conselho da Europa. A União Europeiaprepara-se para subscrever a ConvençãoEuropeia dos Direitos do Homem.

Estratégia de Integração Activa da UECom o objectivo de combater as desi-gualdades e a exclusão, a ComissãoEuropeia adoptou a Recomendação sobrea Inclusão Activa das pessoas excluídasdo mercado de trabalho, em Outubro de2008. A Recomendação apela a umaestratégica política abrangente que com-bine três fios condutores: sistema deapoio ao rendimento adequado, acesso aserviços de qualidade e mercados labo-rais inclusivos.

Iniciativa de Cidadãos Europeus (ICE)Introduzida pelo Tratado de Lisboa, a ICEé um convite à Comissão Europeia para

propôr legislação sobre temas em que aUE tem competência para legislar. UmaICE tem de ser apoiada, no mínimo, porum milhão de cidadãos da UE, oriundos depelo menos 7 dos 28 Estados-Membros.As regras e procedimentos das ICEsencontram-se definidas num Regula-mento da UE adoptado pelo ParlamentoEuropeu e pelo Conselho da União Euro-peia em Fevereiro de 2011.

Agenda Política sobre Voluntariadona Europa (A.P.V.E)A A.P.V.E. foi elaborada pela Aliança doAno Europeu do Voluntariado 2011 (AEV2011) e oferece recomendações para umenquadramento Europeu de políticas,mais eficiente e eficaz, que apoie e pro-mova os voluntários, o voluntariado, asorganizações relacionadas com o volun-tariado e os seus parceiros. As suasrecomendações promovem e apoiam ovoluntariado como uma demonstraçãodos valores Europeus, fornecendo umveículo para a cidadania activa.

Economia SocialA economia social é uma forma de orga-nizar actividades humanas, baseada nasolidariedade colectiva e na democracia,

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apoiando-se na eficiência económica dosseus recursos. Lida com a produção, dis-tribuição, troca e consumo de bens eserviços e intervém em todas as áreaseconómicas, sociais, ambientais e sociais.Consequentemente, contribui para expri-mir uma cidadania activa e para assegurara prosperidade individual e colectiva.

Inclusão Social e ActivaA inclusão social está relacionada com ocombate à pobreza e à exclusão social,de forma a permitir que todos possamparticipar plenamente na sociedade. Oconceito de inclusão activa - que tem deser considerado como uma componentedo conceito mais abrangente da inclusãosocial - é destinado a ser um veículo quepermita a qualquer pessoa, em particularas mais excluídas e desfavorecidas, aparticipar plenamente na sociedade,incluindo alcançar um emprego.

Tratado sobre o Funcionamento daUnião Europeia (Tratado de Lisboa ouTratado Reformador)Tendo entrado em vigor a 1 de Dezembrode 2009, o Tratado de Lisboa alterou oTratado da União Europeia (TUE, Maas-tricht) e o Tratado que instituiu a Comu-nidade Europeia (TCE, Roma), sendo onome deste último alterado para Tratadosobre o Funcionamento da União Euro-peia (TFUE), no processo.

Os artigos mais referidos durante o tra-balho da AAEC são os Artigos 2.º (valoresda União), 3.º (objectivos da União), 6.º(provisões da Carta dos Direitos Funda-mentais da UE), 9.º (sobre o princípio daigualdade entre os cidadãos), 10.º (sobrea democracia representativa) e 11.º(sobre a participação dos cidadãos).

Directiva da VítimaA Directiva que estabelece normas míni-mas relativas aos direitos, ao apoio e àprotecção das vítimas da criminalidade[Directiva 2012/29/UE] foi adoptada a 25de Outubro de 2012. Assegura os direitosfundamentais das vítimas (ex: que asvítimas sejam tratadas com respeito; queas vítimas recebem informação sobre osseus direitos e o seu processo numaforma que compreendam; que as vítimasvulneráveis são identificadas e protegi-das apropriadamente, etc), em todos osEstados-Membros.

Garantia da JuventudeA Garantia da Juventude adoptada peloConselho em Abril de 2013, assegura quetodos os jovens até aos 25 anos, recebemuma oferta de emprego de qualidade,educação contínua, aprendizagem ouestágio, num período de quatro mesesapós ficarem desempregados ou deixa-rem o ensino obrigatório.

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Membros europeusCOMITÉ DIRECTOR -

AEDH European Association for the Defense of Human Rights www.aedh.euALDA Association of Local Democracy Agencies www.alda-europe.euATD FOURTH WORLD ATD Fourth World (Acting Together for Dignity) www.atd-fourthworld.orgCEV European Volunteer Center www.cev.beECF European Civic Forum www.civic-forum.euEDF-FEPH European Disability Forum www.edf-feph.orgEMI European Movement International www.europeanmovement.euENNA European Network of National Civil Society Associations www.enna-europe.orgSOLIDAR SOLIDAR www.solidar.orgVOLONTEUROPE Volonteurope www.volonteurope.eu

REDES E ORGANIZAÇÕES MEMBRO -

AE aisbl Autism Europe www.autismeurope.orgAEBR Association of European Border Regions www.aebr.euAEGEE European Students Forum Association - AEGEE-Europe www.aegee.orgAGE PLATFORM AGE Platform www.age-platform.euAIM Association Internationale de la Mutualité www.aim-mutual.orgBCSDN Balkan Civil Society Development Network www.balkancsd.netCAE Culture Action Europe www.cultureactioneurope.orgCEDAG European Council of Associations of General Interest www.cedag-eu.orgCEECN Central and Eastern European Citizens Network www.ceecn.netCESES Confederation of European Senior Expert Services www.ceses.netCIVILSCAPE Civilscape www.civilscape.orgCOFACE Confederation of Family Organisations in the EU www.coface-eu.orgCONCORD European confederation of Relief

and Development NGOs www.concordeurope.orgCVA Conservation Volunteers Alliance www.conservationvolunteers.euEA European Alternatives www.euroalter.comEAPN European Anti-Poverty Network www.eapn.euEASPD European Association of Service Providers

for Persons with Disabilities www.easpd.euECAS European Citizen Action Service www.ecas-citizens.euECDN European Community Development Network (formerly CEBSD) www.eucdn.netECICW European Center of the International Council of Women www.ecicw-cecif.com

ECON European Community Organising Network www.econnet.euEFC European Foundation Centre www.efc.beEFOMW European Forum Of Muslim Women www.efomw.euEN Europa Nostra europanostra.orgENAR European Network Against Racism www.enar-eu.orgENGSO European Non-Gouvernemental Sports Organisation www.engso.comEPHA European Public Health Alliance www.epha.orgERIO Network European Roma Information Office www.erionet.euESN Erasmus Student Network www.esn.orgEUCIS-LLL European Civil Society Platform on Lifelong Learning www.eucis-lll.euEUCLID EUCLID Network www.euclidnetwork.euEUNET European Network for Education and Training e.V. www.european-net.orgEURAG European Federation of Older People www.eurageurope.orgEUROCHILD EUROCHILD www.eurochild.orgEWL European Women's Lobby www.womenlobby.orgIFSBH International Federation for Spina Bifida and Hydrocephalus www.ifglobal.orgILGA-Europe European region of the International Lesbian,

Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association www.ilga-europe.orgInclusion Europe Inclusion Europe www.inclusion-europe.orgISCA International Sport and Culture Association www.isca-web.orgJEF-Europe Young Europeans Federalists (JEF – Europe) www.jef.euLions Club Lions Club International www.lionsclubs.orgMHE-SME Mental Health Europe www.mhe-sme.orgOBESSU Organising Bureau of European School Students Union www.obessu.orgPICUM Platform for International Cooperation

on Undocumented Migrants www.picum.orgPIE Platform for Intercultural Europe www.intercultural-europe.orgS&C Sports et citoyenneté www.sportetcitoyennete.comSMES Europa SMES Europa www.smes-europa.orgSOCIAL PLATFORM Social Platform www.socialplatform.orgSVI Service Volontaire International www.servicevolontaire.orgWAGGGS World Association of Girl Guides and Girl Scouts,

Europe Region www.europe.wagggsworld.orgWOSM World Organisation of the Scout Movement www.scout.orgYFJ European Youth Forum www.youthforum.org

Membros nacionaisALIANÇAS NACIONAIS -

EYCA - БългарияEYCA - Česká RepublikaEYCA - DanmarkEYCA - EspañaEYCA - FranceEYCA - HrvatskaEYCA - ItaliaEYCA - LatvijaEYCA - LietuvaEYCA - LuxembourgEYCA - MagyarországEYCA - MaltaEYCA - NederlandEYCA - PolskaEYCA - RomâniaEYCA - SlovenijaEYCA - SlovenskoEYCA - SuomiEYCA - United Kingdom

INICIATIVAS DE ALIANÇAS NACIONAIS -

EYCA - Belgique / BelgiëEYCA - ΚύπροςEYCA - Portugal

ORGANIZAÇÕES DE CONTACTO -

Deustchland / AlemanhaEesti / EstóniaEire / IrlandaΕλλάδα / GréciaМакедонија / MacedóniaÖsterreich / ÁustriaSverige / Suécia

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