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teoria e metedologia

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Serviço Social

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Instituto Superior de serviço Social de Beja

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

RESUMO DA OBRA……………………………………………………………………………………………2/37

RESENÇÃO CRÍTICA……………………………………………………………………………………………38

CONCLUSÃO……………………………………………………………………………………………………………39

I – INTRODUÇÃO

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Mary Richmond publicou a obra “Social Diagnosis”, obra considerada

como a mais notável do Serviço Social.

Mary Richmond foi uma profissional activíssima na área do Serviço

Social e quando publicou esta obra soube exactamente sistematizar e

relacionar aspectos dos múltiplos ramos das várias ciências, entre

elas a Psicologia, Sociologia e a prática do Serviço Social.

O livro de Mary Richmond funda-se em exemplos múltiplos, colhidos

na família, nas escolas, oficinas, fábricas, nas cadeias, policia,

hospitais, entre outros, mostrando depois uma análise exaustiva ás

realidades sociais e o meio de as simplificar no meio das inúmeras

causas que as encobrem, tornando assim esta obra, numa obra

acessível e interessante a qualquer pessoa que a leia e não

necessariamente a pessoas ligadas ás ciências sociais.

“Diagnóstico Social”, é uma obra caracterizada essencialmente pela

originalidade, pois toda ela representa experiências vividas pela

autora e por inúmeras colaboradoras competentes que lhe

forneceram subsídios pessoais.

O conceito de saúde deixa de se limitar ao Homem já doente, e passa

a abranger todos os Homens, na defesa da sua integridade física e

psíquica, onde deverão colaborar não só médicos, mas todas as

pessoas com responsabilidades sociais, e “Diagnóstico Social” dá

base a essa colaboração, incluindo ainda regras de raciocínio que

muito poderão beneficiar todos os serviços sociais, médicos ou não.

II – RESUMO DA OBRA

Capítulo III

O diagnóstico social é como que uma tentativa para conseguir definir

o mais especificamente possível a situação social e a personalidade

de certa pessoa em necessidades. A recolha de dados de investigação

ou das realidades, constitui o primeiro elemento do diagnóstico,

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seguindo-se o exame critico e a comparação das realidades apuradas

e para finalizar a interpretação das etapas anteriores, definindo as

dificuldades sociais existentes.

Para utilizar-se uma só palavra que compreenda todos os tempos da

operação acima descrita, é preferível o termo diagnóstico ao termo

investigação, ainda que o diagnóstico seja na verdade, aquilo que se

deve fazer em ultimo lugar.

A ideia de “Diagnóstico Social” inclui não só o facto de este ter de se

fazer num tempo reduzido (embora possa ser constantemente

revisto), mas também o facto da visão da beneficência ter de estar

sempre presente.

A palavra facto, não é nesta obra entendida como limitada ao que é

atingível, também os pensamentos e os acontecimentos são

considerados factos. Desta forma, se puder ser afirmada com certeza,

qualquer coisa pode constituir um facto. Mas a colheita de dados

pode ser dificultada se durante a observação ocorrerem alguns erros,

nomeadamente ao nível da compilação ou confusão entre os factos

propriamente ditos e as deduções que deles se fizeram, o que pode

comprometer todo o “diagnóstico”.

Assim, podemos considerar três realidades distintas, que são de

aplicação geral e que podem distinguir-se pelo sentido das deduções

que delas se possam fazer: a realidade objectiva, que é aquele que se

nos apresenta directamente aos sentidos e em que não há deduções

a efectuar; a realidade testemunhal, que é a que se obtém por

afirmações de seres humanos que são a base da dedução, e a

realidade circunstancial, que é a que permite verdadeiramente a

dedução (qualquer base).

É ainda de salientar um aspecto importante relativamente à realidade

circunstancial, uma vez que é muito importante diferenciar quem viu

ou ouviu o suposto facto, de quem afirma o que outros lhe disseram,

o que nem sempre é fácil, mesmo para quem já tenha experiência

para lidar com testemunhas.

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É ainda importante diferenciar realidade directa de realidade

indirecta. A realidade circunstancial é sempre indirecta e

consequentemente cumulativa. Já na realidade directa, as provas

única a obter quanto à confiança que mereçam são aplicadas aos

elementos que definem o carácter humano, como por exemplo a

honestidade, a memória ou a atenção.

Capítulo V

Segundo a autora, dedução consiste num processo de raciocínio onde

ocorre uma passagem de um facto conhecido para um outro

completamente novo.

Em casos particulares podemos deduzir uma verdade a generalizar

mas também pode acontecer que de uma verdade aceite por todos

possamos seleccionar novos factos acerca de um caso particular.

Ao longo de da investigação uma dedução pode passar por várias

fases de certeza. Muitas vezes nas primeiras vezes, não passam de

uma tentativa que se vai aperfeiçoar até atingir o objectivo

pretendido.

A hipótese pode ser aprovada ou rejeitada conforme o que se venha

concluir.

Para que um técnico de Serviço Social efectue um bom trabalho junto

da população em estudo tem que possuir a capacidade de formular e

de paciência para a aprofundar e ao longo da intervenção a

confrontar com outras deduções.

Como é Confirmada uma dedução

Vamos utilizar um exemplo presente na obra: Se uma mulher, cujo

marido estivesse doente e fora de casa, alugasse um quarto a um

homem, e este lhe batesse sem protesto dela, a ideia com que se

ficava era que eles mantinham um caso e que tal era óbvio para

todos. Mas um técnico não se pode ficar pelos factos imediatos tem

que elaborar uma recolha de dados que justifiquem tal dedução ou

ajustar os factos vistos a deduções retiradas de experiências

anteriores.

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Quanto mais rica for a experiência maior será a variedade dessas

hipóteses e consequentemente uma maior probabilidade de

encontrar a exacta.

No trabalho social, não é fácil nem persuasivo efectuar as hipóteses

visto que se lida com pessoas.

Se o apuramento dos factores é insuficiente a única maneira de

atingir a verdade é produzir hipóteses e ter paciência em as comparar

com a experiência obtida e por obter.

O progresso do trabalho obtido está sujeito a riscos que são os

seguintes:

- Riscos derivados do testemunho de pessoas, testemunhos

esses que poderão ser influenciados por diversos factores.

- Riscos derivados dos processos de raciocínio som quatro

aspectos: Adopção de regra errada; por erro de caso particular;

por erro de analogia e por erro na relação causal.

Encontrar alguns casos idênticos, o que pode causar algum tipo de

problema quando se raciocina por analogia. Tem-se a tendência de

procurar uma causa, quando se pesquisa material humano pretende-

se que esta seja múltipla e complexa. Mas também possuímos riscos

derivados da mente de quem julga, ou seja, os riscos derivados do

pensamento do técnico. Sendo esses riscos as predisposições

pessoais e profissionais e as suas convicções. As predisposições têm

uma dupla finalidade o serem um instrumento, como elemento da

nossa individualidade e uma barreira, limitando a aquisição de

conhecimentos numa determinada direcção. Uma maneira de

prevenir as predisposições é saber que elas existem. Se verificamos a

manifestação desse prejuízo a nível pessoal tem que se ter cuidado

com a sua influência. Se um técnico se apercebe que a sua convicção

não tem fundamento terá que se esforçar para a pôr de parte. As

convicções erradas vão continuando porque não são verdadeiramente

analisadas, mas aceitas sem provas.

Existem outros processos de raciocínio aos quais o técnico terá que

estar atento: o emprego exclusivo de certas fontes de informação e

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cooperação, a persistência na exclusão de outras fontes de

informação que se revelam impróprias mesmo quando passem a ser

próprias, o hábito de deduzir segundo médias, e finalmente, o hábito

de cultivar preferência por uma hipótese engenhosa.

Segunda parte

Métodos que conduzem ao diagnóstico – A primeira entrevista

Em qualquer arte, é sempre muito difícil descrever os processos

usados e quem queira praticar uma arte tem que entender, por si só,

a essência dessa arte, e do conhecimento que se adquire para passar

para a sua concepção pessoal.

Nos capítulos que se seguem, a autora pretende analisar a prática de

4 processos que os técnicos de serviço social de casos individuais

utilizam e que os fazem chegar ao diagnóstico social:

1. Uma primeira e longa entrevista com o necessitado;

2. Os primeiros contactos com a sua família mais chegada;

3. A busca de cooperação fora da família para que o estudo seja

mais amplo;

4. O exame cuidadoso de cada dado obtido e das relações desse

com outros para a sua devida interpretação.

É pertinente dizer que estes processos possuem uma certa

continuidade e complementaridade e que é errado pensar-se que

cada um deles se inicia quando o outro termina. Mas, embora se

complementem temos que pensar em cada um como um só, ou seja

eles divergem entre si.

I – Circunstâncias modificadoras

Há muitas circunstâncias que alteram o método que se utiliza na

primeira entrevista. Podemos dividi-las por 4 grupos:

1. A natureza da diligência a realizar, os trabalhos de

documentação familiar, de protecção contra os maus-tratos,

entre outros;

2. A origem do pedido ou requisição do serviço social, que de

outra instituição que esteja a estudar o caso quer do próprio

interessado;

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3. O lugar onde se realiza a entrevista que tanto pode ser no

domicílio do necessitado, quer no gabinete duma agência

social. O lugar desta entrevista depende da natureza da tarefa

e da forma como surgiu a necessidade de a executar.

Inicialmente esta entrevista decorria nos gabinetes mas

verificou-se que não era o melhor processo. Assim, opta-se por

o domicílio apenas se utilizando o gabinete em casos

excepcionais. As entrevistas no domicílio têm como principais

vantagens:

a) A oportunidade de um contacto directo com o risco;

b) Não necessita de persuadir com demasiadas perguntas

visto que o “necessitado” está mais à vontade;

c) O nascimento de uma maior aproximação entre as duas

partes, o que facilita o desenrolar da entrevista;

d) Alcançar a informação directamente da pessoa

relacionada com o assunto. Este aspecto é muito

importante nos casos onde ocorre um encaminhamento

de outras instituições.

4. Os conhecimentos que se obteve anteriormente do necessitado,

registados nas fichas das instituições sociais sobre este ou de

qualquer outro elemento da sua família. Esta pesquisa deve ser

efectuada antes da primeira entrevista, sendo revista depois de

tudo apurado.

II – Qual o fim a atingir

A primeira entrevista é influenciada pelo conhecimento pessoal que a

trabalhadora social tem das incapacidades sociais e da sua

concepção das possibilidades do tratamento social a aplicar-lhes

O nosso trabalho não é conseguir um entendimento pois o que se

pretende é criar uma opinião e começar o mais rápido possível a a

pensar num tratamento que regule a situação.

Como nos diz a autora, é indispensável não perder tempo, sob pena

de não se conseguir ser útil.

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Esta entrevista deve possuir objectivos específicos, pois são estas

tarefas que apesar de distintas, e em muitos casos contraditórias, são

de grande valor para o nosso serviço. Eles são os seguintes:

Esta deve ser uma audiência delicada e paciente, ouvindo

atentamente o necessitado.

Estabelecer uma simpatia com mútua compreensão, que é a

melhor base para o prosseguimento de qualquer acção.

Conseguir informações, junto de outras instituições, para obter

elementos que nos indique as dificuldades, da situação e das

suas possíveis soluções.

Começar o mais rápido possível os processos mais morosos

para que possa estabelecer com o necessitado um sentimento

de confiança em si próprio e nas suas possibilidades. A

entrevista tem que decorrer sem pressas tendo em conta o

ritmo do necessitado.

III – Métodos

1. A aproximação – Para que tal aconteça é necessário criar

uma certa intimidade com o necessitado sem pressas, sem

mudanças buscas que possam ameaçar a calma e se

aperceber de algum nervosismo ou até mostras de irritação

deve insistir lenta e docemente no mesmo sentido. Se se dar

ao necessitado o tempo que precisa poderá significar a

obtenção de revelações importantes. As próprias esperanças,

disposições e planos que um necessitado tem para a sua vida

são mais importantes do que certos pormenores da

informação.

O Dr. Paul Dubois num dos seus discursos diz algo que consideramos

pertinente referir: «É preciso que o doente tenha (...) a impressão de

que ele é a única pessoa por quem o médico se interessa, de modo

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que se anime a fazer, tranquilamente, ao médico todas as suas

confidências.»

Esta frase aplica-se também aos técnicos de Serviço Social pois os

objectivos são os mesmos.

Uma condição fundamental para um bom trabalho social é possuir

aptidão para sentir e demonstrar interesse centrado no problema

individual dum necessitado. Um outro aspecto importante é a aptidão

do técnico colocar o necessitado e ele próprio ao mesmo nível, ou

seja, nunca pode intimidar ou inferiorizar o necessitado.

1. Indicações a aproveitar e perguntas a fazer – As

indicações que se procuram obter são as que se referem a

parentes próximos, por vezes é difícil saber o paradeiro

desses parentes; a médicos e instituições sanitárias pois estes

podem fornecer dados importantes e seguros a respeito de

doenças; escolas e professores são raramente excluídos das

conversas que relacione as crianças; patrões, actuais e

antigos têm que ser ouvidos principalmente quando se trata

de obter trabalho; residências anteriores e vizinhanças, a

imprecisão pode ser remediada com as informações que se

podem obter fora da família.

2. Apontamentos a tirar – Não é aconselhável tomar

notas durante a conversa, embora também as possa utilizar,

dependendo da natureza da necessidade a resolver a o lugar

onde decorre a entrevista.

3. Conselhos e promessas prematuros – Em primeiro

lugar o necessitado não precisa de conselhos de moral. Deve

haver toda a cautela em dar conselhos e opiniões e ser sóbrio

nas promessas até haver tempo para melhor conhecimento do

caso e para estabelecer um plano mais sólido.

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4. Conduzir a entrevista para a intimidade – O nosso

desejo de conseguirmos fundamentos sólidos utilizando certas

questões, pode significar um certo embaraço por irem tocar

em pontos delicados. Por isso, o técnico de Serviço Social

deve reservar entre 5 a 10 minutos da entrevista para uma

conversa livre, carinhosa e esperançosa demonstrando o seu

desejo de ajudar delicadamente o necessitado e preparar

futuras conversas.

5. Entrevistas em situações de urgência – Devido a

doenças muito graves ou a motivos equivalentes terá que se

realizar a primeira entrevista o mais rápido possível. Estas,

pelo seu carácter urgente reclamam uma certa habilidade,

embora o tempo seja escasso, há certas indicações que

significam uma grande importância que não se verifica em

situações ditas “normais”.

Capitulo VIII

Porque muitas vezes os diagnósticos e tratamentos são mal

elaborados?

Uma possível resposta poderá ser que os tratamentos individuais não

poderão ter qualquer tipo de resultado a nível de encaminhamento,

orientação e resolução dos problemas se não se obtiver em atenção

os restantes membros da família, pois o indivíduo e a sua respectiva

família têm todo um historial que precisa ser levado em conta para

um bom diagnóstico e seguidamente trabalho. Assim, o primeiro

“contacto” para obter informações deverá ser com o indivíduo e com

os familiares do mesmo pois uma boa cooperação do grupo familiar

ajudará certamente no tratamento a aplicar no caso em questão.

Apesar de tudo é necessário saber identificar as informações

importantes e as desnecessárias pois num historial de uma família

certamente existirão várias informações em que muitas delas não

têm necessariamente de ser importantes e tão pouco “cruciais” para

o diagnóstico e tratamento do caso. É necessário ainda estar atento

ao nível de coesão entre a família (se estão próximos ou se têm uma

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relação afastada) e como é o espírito de convívio que se vive entre

esse grupo familiar tentando perceber também se existe progresso e

“etapas de crescimento”. Cabe então à tratadora social que a sua

experiência, aptidão e destreza consigam identificar estes fenómenos

de modo a poder uma vez mais não “falhar” no tratamento.

Na maioria dos casos os implicados serão muitas vezes as crianças

(alvo fácil do meio onde estão inseridas) o que leva à tratadora social

obter informações (e também dá-las) à mãe, pois como mãe estará

(na maioria dos casos) mais atenta ao filho, mas na verdade a

tratadora deverá também consultar o pai (muitas vezes esquecido)

quer este ainda faça parte daqueles que “comem À mesa” como é

referido neste livro, que já não o faça por qualquer outro motivo

(raça, religião, nação, alcoolismo, abandono, entre outros) – que são

realmente as causas mais frequentes. É assim necessário consultar os

casais para então se poder reflectir nos sintomas de maneira a fazer

uma boa intervenção.

Por fim, deverá também ter acesso a tudo o que reflecte aquela vida

familiar, desde condições de vida, o estado da casa, os hábitos

alimentares (ou seja, ter atenção a tipos de alimentos “impostos”

hoje pela publicidade de modo a perceber se o dinheiro nas despesas

alimentares é realmente bem distribuído ou se pelo contrário, é gasto

em produtos de consumo sem qualquer qualidade alimentar),

condições de saúde e tudo o que esteja ligado ao indivíduo em causa

até mesmo pormenores como idade e data de nascimento.

Capitulo VIII

Como foi referido no capitulo anterior, o grupo familiar é muito

importante para se recolher informação na medida em que recolherá

mais informação até então, certamente, desconhecidas que lhe

poderão ser “definitivos”. Mas a tratadora social não se pode limitar a

opiniões e informações do grupo familiar. Contudo, as informações

obtidas desse mesmo grupo juntamente com informações recolhidas

de fontes de informação estranhas à família são “ ideal” para a

recolha de conhecimentos e das já referidas informações. Assim não

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deverá existir limite em relação às fontes a que possamos recorrer

para uma recolha de informação. Essas fontes de informação

estranhas à família são então as instituições sociais (na medida que

deveremos saber se aquela família ou individuo já foi anteriormente

ajudada/o, que problemas se constataram, que lhe/s foi enviado para

lhe tentar solucionar os mesmos, etc.), a igreja questionará” se são

conhecedores de tal família ou individuo necessitado, se costuma

pedir esmola, etc.), os médicos (na recolha de informação em termos

médicos, ficha de saúde, etc), instituições sanitárias (apurar se tem

conhecimento das condições em que a família ou o individuo vivem,

etc.), vizinhos antigos (onde a principal preocupação vai ser apurar o

tipo de relação que existia entre os diferentes membros da família em

questão e o relacionamento com os eles próprios “ os

vizinhos”,etc.),vizinhos actuais (onde se questionará os mesmos

factores questionados aos vizinhos antigos para possível comparação

e verificação de evolução ou não), parentes ( essencialmente

informações acerca das relações e do tipo de necessidades

existentes, etc.), patrões antigos ( recolha de informação acerca do

desempenho no trabalho bem com a assiduidade e cumprimento de

horários, etc. ), patrões actuais ( recolha de informação para

comparação com a dada com os patrões antigos), escola ( verificação

dos comportamentos e relações com os professores, empregadas e

restantes colegas, apuramento do desempenho, educação e

assiduidade, etc.), amigos ( essencialmente tipos de relações ) e

registos públicos ( qualquer tipo de registo).

A recolha de informação é regulada para sete princípios:

1- Após o 1º contrato e conversa obtemos imediatamente indicações

da situação que se trata devemos assim seguir o nosso “ intuito” a

aproveitar as deduções que fizemos neste 1º contrato para assim

seguir corajosamente a história do caso em questão.

2- O 2º passo consiste em “procurar” as fontes de informação que

possam ser mais ricos e com maior probabilidade de informação e só

depois as possam complementar as informações através de

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cooperação de outras fontes, pois assim estaremos certamente a

poupar-nos com trabalho vão se irmos em direcção a fontes que não

nos possam esclarecer e “iluminar” sobre as verdadeiras

informações.

3- Este princípio complementa os anteriores na medida em que

consiste na procura de “testemunhos” em primeira-mão e só depois

as outras que talvez através destas adquiriram os seus

conhecimentos.

4- Este princípio elucida-nos para o facto de termos de dar maior

atenção de informações suplementares que não tenham sido

revelados num primeiro contacto ou inquérito.

5- Devemos obter informações nas fontes de grupos ou seja parentes

que possam eventualmente ter uma perspectiva diferente da

situação.

6- Conseguir distinguir os grupos referidos anteriormente na medida

em que existem grupos em todos os nele/s têm a mesma opinião,

procurando assim grupos em que existam ele/s em que a sua opinião

possa diferenciar-se

7- Nas várias informações que iremos recolher “vamos certamente”

recolher algumas contradições (entre o testemunho e a informação

de um grupo e o testemunho e a informação de outro), que terão de

ser clarificados. A solução é então prolongar o inquérito de modo a

que este nos facilite o apuramento das contradições.

Capitulo IX

Este capítulo refere-se essencialmente aos parentes relacionados

com o indivíduo ou família através do nascimento. É assim necessário

conseguir fazer a distinção entre parentes por casamento ou

descendência.

Mas existem casos em que não convém consultar os parentes, sendo

“elas” quando esses parentes não são parciais e já têm ideias pré-

defenidas quando não conhecem a situação em que se encontra o

parente de quem está a dar informações, quando não compreenda a

situação social de que se trata e dos valores sociais em geral.

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Casos em que se devem procurar os parentes: deveremos, para uma

melhor compreensão do historial individual e familiar onde o

ambiente familiar é melhor apurado através dos parentes; igualmente

para uma melhor apuramento de dados que surgem através de novas

fontes que poderão ser muito úteis para o apoio e cooperação activa

na medida em que, o valor das mesmas é relacionado. As nossas

entrevistas e contactos com os parentes deverão ser o mais sincero

possível dando-lhes a possibilidade de se sentirem seguros e úteis

para a ajuda ao próximo, neste caso para a ajuda a um parente. Não

devemos opinar de maneira demasiado “arrogante” nem impor as

nossas ideias nem obrigando a pessoa a aceitar o nosso ponto de

vista.

Capítulo XIV

Vamos agora abordar um tipo de fontes de informação, que se

encontram em plano inferior em relação aquelas que temos falado

ate aqui. O testemunho de um vizinho é sinónimo de falatório. Se há

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situações em que o testemunho de um vizinho de ocasião pode ser

indispensável, isto e uma excepção no decurso do trabalho social

I – Vizinhos actuais

As informações fornecidas por vizinhos que mais impressiona a

autora, é a de uma agente de socorro oficial domiciliário, que antes

de visitar a família, vai primeiro falar com os comerciantes, porteiros

etc. da vizinhança, na tentativa de apurar tudo o que desfavorece a

família. As objecções a levantar contra os vizinhos como fontes de

informação, resume-se em poucas palavras. A sua tendência e fazer

favores, ou pelo contrario vingar-se. Esta fonte de informação não

permite uma averiguação segura, que por outra via se poderá obter

melhor. As circunstâncias que melhor justificam uma conversa com os

vizinhos actuais foram expostas num artigo de Miss Amélia Sears.

II – Vizinhos antigos

Sob o rótulo de antigos vizinhos devem colocar-se os inquilinos de

cada antiga residência, os vizinhos imediatos dos que lá estivessem já

no tempo em que ali morou o cliente, os comerciantes do sítio, os

senhorios ou os seus procuradores que tratavam da renda do cliente,

os porteiros e todos os outros que estavam ligados ao prédio,

devendo tratar-se o senhorio e os lojistas em separado. Quando a

mudança se faz para curta distancia, ou quando se trata de uma

pequena localidade, são aplicáveis acerca dois antigos vizinhos as

mesmas considerações feitas acerca dos vizinhos actuais. Os

inquéritos realizados junto de vizinhos antigos revelam factos de

valor, pois a informação de um vizinho antigo vem despida de

sentimentos e irritações que o contacto diário provoca. Quando se

apura cinco ou seis moradas anteriores deve-se escolher para a

pesquisa aquela em que o cliente viveu mais tempo durante os

últimos cinco anos, depois e só consoante as necessidades se

contactam as outras. Os boatos desfavoráveis que podem ocorrer na

actual vizinhança do cliente podem ser desmentidos pelos vizinhos

antigos. Francis H. Mc Lean diz nos que ao passo que algumas

pessoas com quem falamos nos podem enganar, existe também

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muita conversa que se ouve e não tem interesse nenhum. Não nos

devemos esquecer de que as informações dos vizinhos são em todos

os casos muito pessoais, pois cada um fala por si, assim têm de ser

comparadas com outros elementos bem mais valiosos que não nos

devem escapar.

III – Senhorios

O senhorio actual geralmente deve ser avaliado por uma instituição

que se esteja a ocupar de um dos seus inquilinos, o senhorio tem

algumas vantagens a tirar de qualquer beneficio que lhe pode

assegurar o pagamento das rendas, e como as relações entre o

inquilino e o senhorio são um negocio, o melhor é não tocar em

assuntos ligados com a habitação.

Os senhorios, nomeadamente os antigos, por vezes dão informações

úteis sobre o cliente, tais como o nome, residência, parentes,

relações ligadas a profissão que permitem conseguir-se uma

cooperação para a solução dos casos

IV – Outras fontes ligadas à vizinhança

Outras das fontes muito importantes são os merceeiros e

comerciantes do sítio, principalmente os merceeiros, droguistas e os

donos de casas de recreio. O merceeiro é um vizinho como qualquer

outro mas pode informar sobre o que se compra, e de certo modo,

sobre o que se come. A maior parte dos locais onde vivem colónias de

estrangeiros e costume existir um deles que fala por todos, e sem

duvida um informador excelente acerca das famílias dos seus

compatriotas, mas e necessário que simpatize com os fins visados

pela trabalhadora social. Outra importante fonte de informação ligada

a vizinhança será qualquer instituição social que exista na

comunidade e que pode fornecer os melhores elementos sobre o

carácter dos que lá vivem.

Capítulo XV

Podemos afirmar que os inquéritos limitados embora as fontes

exteriores que as diversas instituições estão a utilizar, vão apurar

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muitos elementos valiosos que ate hoje não se tem dado muita

importância.

Cada nova fonte de informação e cada nova maneira de as utilizar na

ocasião própria vem enriquecer o trabalho social, dando maior

facilidade a solução dos casos. As fontes de informação referidas

neste capítulo, ligadas ao comércio ou a negócios, são mencionadas

não pelo seu verdadeiro valor, como pelos processos pelos quais

foram apreciadas e valorizadas

I – Instituições publicas sem finalidade propriamente social

1º- Policia – a policia faz parte do meio de vizinhança, assim será

lógico consulta-la com muita frequência, mas a policia e muito pouco

solicitada, tem-se defendido a ideia que a polícia deve ser composta

por homens com formação e ensino iguais ao das trabalhadoras

sociais. Uma agente do serviço social dos tribunais, considera os

policias uns elementos que não são aproveitados convenientemente

para o progresso social, visto que estes conhecem muito bem muitas

famílias através do convívio quase diário.

Outra trabalhadora social de uma instituição de protecção a infância

lembra-nos que nos casos em que se veja que existe vantagem em

ouvir algum guarda de serviço, é preferível dirigirmo-nos ao chefe da

policia, e por intermédio deste obtermos dados mais positivos dos

factos, pois o chefe esta ansioso por uma promoção, aproveita todas

as missões que o possam treinar e pô-lo em destaque.

2º- Outras instituições oficiais – em muitos casos estudados fizeram-

se indagações eventualmente nas seguintes instituições: estado,

repartição de colocações em empregos, repartições de trabalho e

justiça, repartições de finanças etc.

Os tribunais não estão incluídos entre as instituições referidas pois

têm as suas próprias agentes do serviço social privadas e que são

consultadas pelas outras trabalhadoras sociais das outras instituições.

II – Certas fontes ligadas à vida comercial

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Nem só os patrões da vizinhança e os comerciantes esgotam a lista

de informações ligadas à vida comercial utilizadas para fazer

diagnóstico social.

Uma firma com a qual o cliente tenha tido negócios em tempos ou

quem quer que tenha competência e conhecimentos sobre a

flutuação de mercados ou sobre processos industriais pode fornecer

um testemunho valioso para a acção.

III – As mutualidades

As associações de beneficência do tipo previdente, colocam-se entre

as de ordem social e as de ordem profissional, podendo fornecer

informações úteis, pelo que dão muitas vezes consultadas. A

confraternização que constitui a base da sua orgânica, é mais

acentuada ainda nessas associações quando formadas por

estrangeiros, pois paira sobre elas um forte tradicionalismo.

Capítulo XVI

Para muitos de nós o espírito de grupo, que é a base psicológica da

cooperação em trabalho social, não vai alem de uma ligação

mecânica, para outras este sentimento desenvolve-se cada vez mais.

A autora foi em tempos presidente de uma comissão informadora das

trabalhadoras sociais de uma instituição de caridade que tentou

proporcionar conselhos ás colegas que faziam serviço em

comunidades muito afastadas. Os inquéritos feitos por esta

associação são muito bons, mas não existe nenhuma colaboração

entre as diversas instituições sociais dessa localidade. Existiram

quatro fases na evolução da técnica do trabalho de conjunto do

serviço social, fases que ainda hoje existem, nas terras que tem

fornecido ao mundo os mais importantes subsídios sobre psicologia

experimental.

1º- Fase da competição, foi uma fase de confusão. Algumas das

circunstâncias em que se realizava a acção caritativa nos primeiros

tempos originaram certa rivalidade entre as instituições que

albergavam crianças, devido a uma corrente forte contra toda e

qualquer reforma.

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2º- Depois na segunda fase veio um período em que a cooperação

social, no seu início, foi tão precária como nos primeiros tempos foi o

diagnóstico social, ambas realizadas in vácuo. Este período de

competição foi seguido por uma série de tentativas desajeitadas,

certas delas sem relação alguma com as outras, de forma a

substituir-se a competição pela cooperação.

3º- Nesta fase começou a denominar-se o caos anterior por uma

selecção metódica do caos a considerar, conforme as zonas

territoriais, a natureza das dificuldades, iniciando-se paralelamente

uma troca sistemática de informação por meio dos serviços de

registo, de troca de confidencias e outros meios cujo denominações

tem variado conforme as épocas e os lugares, procurava-se evitar

duplicações mas não se pensava que se podiam perder muitos dados

que poderiam ser aproveitados num futuro trabalho construtivo.

4º- Os defeitos que ainda se notam no sistema não constituem razão

para recuar e antes devem estimular-nos a prosseguir de modo a

compartilhar-mos honestamente das responsabilidades sociais, não

apenas evitando tirar conclusões erradas para melhor interesse dos

necessitados. Com efeito uma racional cooperação vai abrir, por

assim dizer, uma larga porta na muralha que se erguia, dai resulta

que de ambos os lados se pode ocupar um espaço comum e portanto

executar um trabalho em que ambos empenham igual esforço.

I – Troca de confidências

Já há alguns anos a autora necessitou de consultar um oftalmologista

numa cidade que não conhecia, vendo a competência do medico

quando saio da cidade e foi viver para Nova-Iorque, precisou de

consultar outro medico, pediu a opinião na primeira consulta ao

medico indicado em Nova-Iorque contou-lhe a historia do tratamento

na cidade, procurando referir tudo da melhor maneira possível, mas o

medico já tinha recebido informações pormenorizadas e positivas

acerca do seu diagnóstico. Esta comunicação directa de profissional

para profissional reduz a margem de erro de cada profissão. Esta

troca de informações é estabelecida por associações de caridade que

19

Page 20: teoria e metedologia

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ainda custeiam e administram na maior parte das localidades. Onde

não há troca de informação e ela seja instituída é possível que se

verifiquem exemplos da sua utilidade no género que é citado por Miss

Margaret F. Byington.

Capítulo XVII

Terminada a analise das fontes de informação estranhas, vamos

agora estudar a ultima fase do processo que conduz ao diagnóstico.

Das declarações que se podem obter por diferentes modos as mais

satisfatórias são: respostas escritas, perguntas feitas sob a forma de

questionário, respostas escritas a cartas, respostas telefónicas a

perguntas telefónicas, respostas telegráficas, respostas verbais.

Muitas outras combinações deste meio são naturalmente possíveis.

Utilizando porem estas cinco formas de transmissão de ideias, de qual

delas tirara a trabalhadora social melhores resultados?

I – Cartas de inquérito

Segundo o nosso estudo, podemos dizer que nos últimos anos têm

sido maiores os progressos na arte de conduzir as entrevistas

pessoais do que na de escrever cartas. As cartas escritas por

trabalhadoras sociais sem serviço de diagnóstico social pertencem a

um dos dois grupos, visto que podem ou dão informações a respeito

das necessidades. As informações são divididas em dois grupos, as

dirigidas a uma testemunha directa, e as que se destinam a

intermediários, para que eles procurem as testemunhas directas ou

para comunicarem com elas de qualquer outra forma.

II – Cartas de resposta a inquéritos

As respostas que as trabalhadoras sociais tem que dar-lhe, contendo

as informações obtidas por elas, directa ou indirectamente dispensa

grandes considerações. Os insucessos das cartas são atribuídos a

erros das próprias investigações e raras vezes devido a culpa dos

correspondentes pelo diagnóstico social que tenham feito,

normalmente as suas cartas contem provas intrínsecas de serem

20

Page 21: teoria e metedologia

Instituto Superior de serviço Social de Beja

resposta a inquérito que não foram lidos ou de não terem sido

completamente apreendidos.

Telegramas

É um meio preferível à carta sempre que se trate de um assunto de

menor importância mas em que a urgência seja mais importante que

o pormenor. Um telegrama deve ser sempre seguido no mesmo dia

de uma carta.

Telefonemas

A questão de se saber se para um determinado caso o telefone é o

meio de comunicação preferível ao telégrafo, é coisa que só pode

dar-se resposta depois de atender a todas as circunstâncias. Quando

se trata de colher elementos que se saiba serem de perfeito

conhecimento daqueles a que iremos pedir, o telefone é o recurso

mais pronto, e será mais completo se as perguntas e respostas forem

bastante claras.

Capítulo XIX

O contacto entre o aperfeiçoamento do indivíduo e do meio social em

que ele vive, não se julgará demais ao terminar a discussão sobre o

diagnóstico, recordar que o estudo de qualquer caso terá que

evolucionar ao mesmo tempo que o aperfeiçoamento social. No que

se refere ao diagnóstico dos casos individuais, por exemplo, recebeu

um grande impulso quando começaram a executar as primeiras

reformas e que o Serviço Social receberá novo impulso quando

apurarmos melhor as diferenças entre os homens. Para compreender

essas diferenças e poder adoptá-los a um programa têm de se

analisar de perto as relações sociais humanas. Poucas serão as

tarefas no campo social, mesmo de tipo administrativo que não

tenham de serviço de qualquer forma de diagnóstico ao tratamento

social. Cada nova peça de legislação social pode dar ao trabalho os

casos sociais uma nova direcção, podendo mesmo modificá-lo e às

vezes suprimi-lo, para algumas hipóteses em quer estava sendo

aplicado. Os métodos seguidos por muitas instituições sociais foram

modificados pela legislação referente ao trabalho dos menores.

21

Page 22: teoria e metedologia

Instituto Superior de serviço Social de Beja

Neste sentido foram alargados no âmbito da sua acção aqueles que

não sendo empregados do campo social não têm tido grande

animação.

Capítulo XX

Aquando uma trabalhadora social começa a fazer os seus primeiros

inquéritos começa nesta última fase destes e descobre-lhe

insuficiências ou conjuntos de insuficiências. Caso para se questionar

que conclusão tira então desse trabalho. Para tal obtém melhores

dados quando necessários. Procura apurar as realidades sociais e

tenta ir ao mais profundo da questão.

Após a exposição dos seus métodos e pontos de vista comuns a todo

o diagnóstico social tenta superar tais insuficiências.

1-Objecto dos questionários

1.º - Seus riscos

2.º - Exemplificação do seu uso

A sua elaboração e desenvolvimento desde logo levou a concluir-se

que nenhum deles se poderia aplicar integralmente a um cliente ou a

uma família devendo acrescentar-se que não tem qualquer

significado especial e se assemelham a uma massa de pormenores

confusos a não ser que estes sejam examinados tendo em vista um

caso particular a estudar.

Capítulo XXI

A intervenção da trabalhadora social com clientes estrangeiros corre

o risco de cair em dois erros:

1.º - O julgamento dos membros duma colónia que possua

determinadas características bem definidas;

2.º - Ignorar as suas características nacionais ou raciais tentando

“impor-lhe” os mesmos procedimentos que utilizaria para os seus

conterrâneos. Porém a trabalhadora social não ignora que há

características nacionais eu devem ser reconhecidas, mas penas uma

longa experiência poderá capacitá-la e fazê-la aprender e a separar

as diferenças entre as diferentes comunidades de cada país.

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Durante o estudo de um grupo permitir-lhe-á ter acesso a um longo

processo de estudo e ao conhecimento alargado e servir-lhe de base

ao seu pensamento e acção.

Capítulo XXII

Infelizmente a situação da mãe cujos filhos foram abandonados pelo

pai e da viúva com filhos apresenta-se num drama actual. É de facto

um problema urgente e que pode originar sintomas de alarme e que

dominam o panorama social. No entanto, as leis do Estado

determinam a captura e a punição dos que abandonam a família,

desde logo a trabalhadora social deve ter conhecimento dos diplomas

em que vigoram o abandono e que irá procurar soluções em

Instituições Públicas ou Privadas mais centradas no cumprimento

destas situações. Desta forma podemos concluir, que sem dúvida, o

primeiro passo, é obviamente o tratamento, a colheita desses dados

que irá facilitar a tarefa e a resolução para este tipo de caso só se

encontrará através do diálogo com os intervenientes.

Criança Abandonada

A Dra. Catarina Brannick que elaborou o questionário referente a uma

criança abandonada, dispôs de quase metade dos dados em

conformidade com as modalidades de abandono que nos Estados

Unidos são considerados como infracção à lei. Assim para facilidade

de orientação foram interrogados os seus pais, e também foram feitas

perguntas no geral, como por exemplo a vida em família.

A mãe solteira

A Sra. Sheffield, no questionário que segue, respeitante á mãe

solteira, procura, em primeiro lugar, colher do pai e da mãe certos

dados referentes ao meio que os rodeava que pudesse ter influído

precocemente neles, apurando as suas qualidades, tendo em vista

projectar luz sobre a sua conduta e modo de pensar. No tratamento

que se emprega numa mulher ou rapariga nesta situação só se fala

com a mãe ou seja não é necessário falar com o pai, apesar de as

características e deformações dos pais tenham valor social para o

caso como o das mães e pode o que se venha a apurar ser de maior

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Page 24: teoria e metedologia

Instituto Superior de serviço Social de Beja

utilidade para o tratamento do caso em especial, como também para

conseguir que se executem medidas em benefício da comunidade a

que pertençam.

O cego

Pode suceder que num caso a tratar seja a cegueira a causa

dominante da situação, ou que outra qualquer incapacidade

manifestada no meio seja complicada pela existência desse factor.

Há contudo cinco aspectos que merecem a consideração devida

quando se trate de causas e resultados da cegueira e a respeito dos

quais Miss Lucy Wright, a autora deste questionário usa as rubricas:

prevenção da cegueira e conservação da vista, ensino especial,

empregos para cegos, auxílios especiais e diversões apropriadas.

A pessoa sem domicilio

Sob a designação de pessoas sem domicílio incluem-se múltiplas

espécies de homens e rapazes que vão desde o garoto aventureiro e

o trabalhador periódico ou ambulante até ao velho sem lar, incluindo

o vadio confirmado e o peregrino.

O Alcoolico

Este termo tem um significado diferente do que se lhe atribuiu

antigamente, nunca foi aplicado a todos os que bebem, nem deve

aplicar-se aos que só se embebedam excepcionalmente, mas àqueles

que, por natureza própria ou vício, são vencidos pela atracção das

bebidas alcoólicas e não podem usá-las sem ser excessivamente. O

alcoólico é um doente que precisa de observação física e mental

realizada por médicos. Não é uma doença curável ao ponto de se

confiar que o indivíduo volte a saborear álcool sem perigo de recaída.

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3 – RESENÇÃO CRITICA

Na nossa opinião, o livro que analisamos, “Diagnóstico social” de

Mary Richmond, é um livro bastante interessante, de fácil leitura e

compreensão e bastante rico em conteúdo.

Após a leitura, e análise do livro ficámos com uma visão mais

abrangente e alargada do conceito de serviço social, das suas

principais finalidades, funções, e dos seus valores, elementos

bastante importantes, que assumem um carácter especial para o

serviço social.

Também ficámos com uma visão mais rica sobre a metodologia do

serviço social, que engloba os métodos, os princípios de acção, as

técnicas e as habilidades relativas ao desempenho profissional,

também sobre as unidades e bases de intervenção em serviço social.

Achámos um livro muito importante e bastante útil para os futuros

profissionais de serviço social, pois contém informações demasiado

ricas em termos de conteúdo específico que nos dão uma perspectiva

alargada do conceito e dos elementos "base", que já referimos

anteriormente. Sendo nós futuras profissionais de serviço social,

pensamos que esta não será a primeira e nem a última vez que

teremos contacto com este livro, pensamos ainda que este irá ser

bastante útil ao longo dos anos de curso e até posteriormente,

quando estivermos a exercer a nossa profissão. Assim, torna-se

importante evidenciar que o livro que analisamos, contribuiu para o

nosso enriquecimento pessoal e cultural, pois através dele adquirimos

vários conceitos que até à data desconhecíamos. Ao longo deste

trabalho sentimos grande satisfação, aquando da sua realização.

Deste modo a concluir, é importante salientar que ao elaborarmos

este trabalho verificamos que foi sem dúvida, um trabalho, bastante

pertinente uma vez que nos enriqueceu ainda mais em termos de

conhecimentos teóricos relativamente ao Serviço Social.

4 – CONCLUSÃO

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Após a análise do livro – “ Diagnóstico Social” - de Mary Richmond,

podemos concluir que o serviço social é uma profissão objectiva

direccionada para a intervenção social, que procura conhecer as

causas e o processo dos problemas e a sua incidência sobre as

pessoas, grupos e comunidades, capacitando-as para a tomada de

consciência dos seus problemas, de modo a assumirem uma atitude

crítica da realidade onde estão inseridas, para que atinjam as suas

metas como seres sociais.

Assim torna-se importante, especificar que o objecto de estudo do

serviço social gira em torno da dimensão cidadão/sociedade. Para

atender a esta dimensão pessoa-cidadão no mundo, o Assistente

Social actua junto aos homens, sistemas e estruturas, favorecendo

condições de expressão, associação, opção, decisão e interferência

do próprio homem no mundo. Pois só assim, o Assistente Social,

permitirá ao cliente - pessoa o rompimento de todas as barreiras que

o mantém excluído e isolado dos bens e riquezas da sociedade em

que vive e também do processo de participação solidária na

construção da própria sociedade.

O serviço social, é sem dúvida uma disciplina das ciências sociais,

que tem como objectivo fundamental a promoção do bem - estar, o

auto-conhecimento e a valorização dos indivíduos, grupos e

comunidades, no contexto de aplicação de conhecimentos científicos,

com vista à detenção das necessidades humanas e sociais

decorrentes da interacção indivíduo-sociedade, procurando o

desenvolvimento dos recursos que satisfaçam as necessidades e

aspirações individuais, colectivas, nacionais e internacionais, na

prossecução da justiça social.

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