17
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Prof. Taisa Soares de Carvalho TÉCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro CONSERVAÇÃO X RESTAURAÇÃO “conservação é a tecnologia da preservação. O dever do especialista em conservação consiste em tomar todas as medidas possíveis para prevenir ou reduzir ao mínimo a deterioração [...] e evitar situações, sejam elas ativas ou passivas, que possam ter como conseqüência a deterioração do objeto” PHILIP WARD - 1992 CONSERVAÇÃO RESTAURAÇÃO “todo objeto restaurado será, sem dúvida, menos completo, menos original, menos verdadeiro” PHILIP WARD - 1992

Teorias de Restauro.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

    CONSERVAO X RESTAURAO

    conservao a tecnologia da preservao. O dever do especialista em conservao consiste em tomar todas as medidas possveis para prevenir ou reduzir ao mnimo a

    deteriorao [...] e evitar situaes, sejam elas ativas ou passivas, que possam ter como

    conseqncia a deteriorao do objeto

    PHILIP WARD - 1992

    CONSERVAO

    RESTAURAO

    todo objeto restaurado ser, sem dvida, menos completo, menos original, menos verdadeiro

    PHILIP WARD - 1992

  • Cabe Unio, aos Estados e aos Municpios favorecer e animar o desenvolvimento das cincias, das artes, das letras e da cultura em geral,

    proteger os objetos de interesse histrico e o patrimnio artstico do pas,

    bem como prestar assistncia ao trabalhador intelectual (Constituio Federal do Brasil de 1934 Captulo II, art. 148.)

    Constituio Federal do Brasil

    1934

    os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referncia identidade, nao, memria dos

    diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

    as formas de expresso;

    os modos de criar, fazer e viver;

    as obras, objetos, documentos, edificaes e demais espaos destinados s

    manifestaes artstico-culturais; os conjuntos urbanos e stios de valor

    histrico, paisagstico, artstico, arqueolgico, paleontolgico, ecolgico e

    cientfico

    Constituio Federal do Brasil

    1988

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • CARTAS PATRIMONIAIS

    CARTA DE ATENAS 1931

    NOVA DELHI 1956

    RECOMENDAO DE PARIS 1962

    NORMAS DE QUITO 1967

    CARTA DO RESTAURO 1972

    MANIFESTO DE AMSTERD 1975

    DECLARAO DE AMSTERD 1975

    RECOMENDAO DE NAIRBI 1976

    CARTA DE BURRA 1980

    CARTA DE FLORENA 1981

    CARTA DE PETRPOLIS 1987

    RECOMENDAO DE PARIS 1989

    CARTA DE FORTALEZA 1997

    RECOMENDAO DE PARIS 2003

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • o patrimnio cultural de um povo compreende as obras de seus artistas, arquitetos, msicos, escritores e sbios, assim

    como as criaes annimas surgidas da alma popular e o

    conjunto de valores que do sentido vida. Ou seja, as obras

    materiais que expressam a criatividade desse povo: a lngua,

    os ritos, as crenas, os lugares e monumentos histricos, a

    cultura, as obras de arte e os arquivos e bibliotecas.

    a criao arquitetnica isolada, como o ambiente urbano ou rural que d testemunho de uma civilizao particular, de uma

    evoluo significativa ou de um acontecimento histrico.

    Estende-se no s s grandes criaes mas tambm s obras

    modestas, que tenham adquirido, com o tempo, uma

    significao cultural.

    em certos conjuntos, algumas perspectivas particularmente pitorescas devem ser preservadas.

    Carta de Atenas

    1931

    Carta de Veneza

    1964

    Declarao do

    Mxico

    1985

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • TEORIAS DE RESTAURO

    RENASCIMENTO (sculo XV-XVI)

    INCIO DO INTERESSE PELA PRESERVAO DOS MONUMENTOS (ROMANOS)

    UTILIZAO DE MATERIAIS DE MONUMENTOS ORIGINAIS PARA A EDIFICAO DE NOVOS

    DESCOMPROMETIMENTO COM O VALOR DO ANTIGO

    O Palcio de Veneza (Roma), construdo com partes do mrmore travertino do Coliseu

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • SCULO XIX

    RECONHECIMENTO DO

    RESTAURADOR

    VALORIZAO DOS

    MONUMENTOS

    ARQUITETNICOS

    CONCEITO DE ANASTILOSE

    Arco do Tito: ilustrao anterior

    a restaurao

    TERICOS

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • Arco do Tito restaurado por Valadier

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • JONH RUSKIN

    O MONUMENTO ARQUITETNICO UMA

    CRIAO APENAS DE SEU CRIADOR

    CONSERVAO

    NO ADMITE A INTERVENO

    O MONUMENTO NASCE, CRESCE, ENVELHECE E MORRE

    VIOLLET LE DUC

    O MONUMENTO ARQUITETNICO DEVE

    SER REESTABELECIDO POR COMPLETO

    RESTAURAO E COMPLEMENTAO DA

    ARQUITETURA

    AS SETE LMPADAS DA ARQUITETURA

    impossvel como ressuscitar os mortos, a restaurao daquele que foi grande e belo em

    arquitetura (...). Outra poca poder dar-lhe

    outro esprito, mas ser ento um edifcio novo

    DICIONRIO SOBRE A ARQUITETURA

    FRANCESA DO SC. XI AO XVI

    agregar partes novas, ainda que estas no hajam existido, necessrio colocar-se no

    lugar do arquiteto primitivo

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • VIOLLET LE DUC

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • Projeto de Le Duc para a Notre

    Dame de Paris com a

    complementao das torres e

    pinculos

    VIOLLET LE DUC

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • FIM DO SCULO XIX INCIO DO SCULO XX

    CAMILO BOITO

    CONTRADIZ AS TEORIAS DE RUSKIN E LE DUC

    AS INTERVENES DEVEM SER FEITAS PARA GARANTIR A PRESERVAO

    O IMPORTANTE ESTABELECER A LEGITIMIDADE DA RESTAURAO

    DIFERENA ENTRE O ESTILO NOVO E O ANTIGO

    DIFERENA DOS MATERIAIS DE CONSTRUO

    GUSTAVO GIOVANNONI CARTA DE ATENAS

    Primeira carta internacional de tutela dos monumentos

    CARTA DE RESTAURO ITALIANA

    Valoriza o ambiente como parte integrante dos monumentos

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • FIM DO SCULO XIX INCIO DO SCULO XX

    O Phanteon (Roma) antes de 1893 com os dois

    campanrios projetados por Bernini para se

    adequar ao uso no sc. XVII como igreja

    O Phanteon (Roma) com a restaurao promovida

    em 1893, sendo retirado os campanrios

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • SCULO XX: PS-GUERRA

    NECESSITADADE DE RECONSTRUO DOS MONUMENTOS

    RESTABELECIMENTO DA IDENTIDADE DA NAO

    RESTAURAO CRTICA

    A recuperao dos monumentos passavam do seu sentido cientfico para seu

    sentindo mais simblico

    ANASTILOSE

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • SCULO XX: PS-GUERRA: RESTAURAO CRTICA

    Baslica de So Loureno (Roma) bombardeada em

    1943, antes da restaurao

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • Baslica de So Loureno

    (Roma) aps as

    restauraes realizadas

    por Alberto Terenzio

    SCULO XX: PS-GUERRA: RESTAURAO CRTICA

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • TEORIA DEL RESTAURO

    a restaurao constitui o momento metodolgico do reconhecimento da obra de arte em sua consistncia fsica e em sua dupla polaridade esttico histrica, com

    o objetivo de transmiti-la ao futuro

    UNIDADE POTENCIAL

    CESARI BRANDI

    1977

    deve obter o restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, enquanto seja possvel

    alcan-la, sem cometer uma falsificao artstica

    nem uma falsificao histrica e sem apagar as

    marcas da passagem da obra atravs do tempo

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro

  • CARTA DE VENEZA

    1964

    uma operao que deve ter carter excepcional. Tem como objetivo conservar e revelar os valores estticos e histricos do monumento e fundamenta-se no

    respeito ao material original e aos documentos autnticos. Termina onde

    comea a hiptese; no planos das reconstituies conjecturais, todo o trabalho

    complementar reconhecido como indispensvel por razes estticas ou

    tcnicas destacar-se- da composio arquitetnica e dever ostentar a marca

    do nosso tempo.

    Os elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se harmonicamente ao conjunto, distinguindo-se, todavia, das partes originais, a

    fim de que a restaurao no falsifique o documento de arte e de histria.

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

    Prof. Taisa Soares de Carvalho

    TCNICAS DE RETROSPECTIVA I Teorias de Restauro