TEORIAS_RESTAURAÇÃO_Teóricos e história da intervenção

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/27/2019 TEORIAS_RESTAURAO_Tericos e histria da interveno

    1/5

    TCNICAS RETROSPECTIVAS - Tericos e histria da interveno

    VIOLLET LE DUC (1814-1879)

    A INTRODUO DO MTODO DO RESTAURO

    - arquiteto francs, um dos primeiros tericos do restauro.

    - tinha gosto pelo Gtico em relao ao classicismo.

    - importncia dada dimenso social e econmica da arquitetura.

    -inteno de refazer uma obra incompleta, a fim de conferir coerncia e lgica ao organismo.

    - restaurar o estilo (gtico).

    - restaurar um monumento significa dar um valor histrico ao edifcio.

    Restaurar um edifcio no significa conserv-lo, repar-lo ou refaz-lo, massim repor na totalidade a sua forma

    antiga, mesmo que nunca tenha sido assim. () necessrio situarmo-nos no lugar do arquiteto primitivo e

    supor o que ele faria se voltasse ao mundo e tivesse diante de si o mesmo problema.Viollet Le Duc.

    - este princpio defendido por Le Duc revelar-se-ia, porm, bastante falvel, na medida em que muitos arquitetos

    facilmente cairiam em excessos na sua procura dos planos teoricamente imaginados.

    - restauro estilstico

    JOHN RUSKIN (1819- 1900)

    O ANTI-RESTAURO

    - crtico de arte ingls.

    - combate as idias de Viollet le Duc.

    - defesa da arquitetura como elo de ligao ao passado, sendo este o modo de assegurar a identidade de um

    povo esta fonte histrica que no poderia ser tocada sob o perigo de ser corrompida;

    - monumentos so tidos como parte integrante da Natureza, defendendo que o homem apenas poderia admirar

    o conjunto sem intervir;

    - a sua viso fatalista equilibrada com a admisso de uma possvel interveno desde que invisvel,

    reconhecendo a necessidade de impedir a degradao dos monumentos escala internacional e a lanar a

    noo de bem europeu.

    - no devemos fazer nada nos edifcios, restauro = destruio.

    -restauro romntico

  • 7/27/2019 TEORIAS_RESTAURAO_Tericos e histria da interveno

    2/5

    CAMILO BOITO (1835-1914)

    O RESTAURO CIENTFICO

    - arquiteto e engenheiro italiano.

    - desenvolvimento do princpio da conservao com base em diversos instrumentos tcnicos e modernas

    tecnologias construtivas - pioneiro do restauro cientfico.

    - defesa da perspectiva da anterioridade colhida no monumento e perigo de corrupo da Histria levantado

    pela interveno do restaurador.

    - proposta de uma interveno mnima restauradora, admitindo novas adies apenas como medida extrema de

    consolidao e exigindo que estas permaneam por completo diferenciveis da obra antiga e reconhecidas

    como acrescentos modernos.

    -trs tipos de interveno: o restauro arqueolgico (conservao de runas), o restauro pictrico (edifcios

    medievais mantido como aspecto) e o restauro arquitetnico (de obras a partir do renascimento).

    - assegura a importncia de conservar o aspecto artstico e pictrico da obra (a ptina).

    - de fato, as teorias boitianas trouxeram consigo conseqncias positivas, a partir de estudos histricos e

    artsticos do monumento

    LUCA BELTRAMI (1854-1933)

    A EVOLUO DO RESTAURO HISTRICO

    - arquiteto italiano e historiador da arte.

    - reabilitao de monumentos de outras pocas (exceto os medievais);

    - contestao da utilizao de critrios gerais, reivindicando a individualidade de cada interveno.

    - contraposio da busca de modelos ideais a um rigoroso conhecimento documental, a par de uma anlise

    profunda da obra a intervir;

    - subjetividade presente nas suas intervenes, feita com base em ms interpretaes crticas das fontes

    consultadas.

    - contudo, o restauro histrico representou um importante salto qualitativo, face reintegrao estilstica e

    procura de um modelo medieval ideal e utpico, prefigurado na individualidade de cada obra a restaurar,

    exigindo a compilao de documentos para o total conhecimento da histria e da vivncia dos monumentos.

    - restauro histrico

    ALOIS RIEGL (1858-1905)

    O CULTO MODERNO DOS MONUMENTOS

  • 7/27/2019 TEORIAS_RESTAURAO_Tericos e histria da interveno

    3/5

    - Historiador da arte austraco.

    - contribuio para a definio e distino entre monumento e monumento histrico;

    - procura da anlise nos monumentos dos seus diferentes valores, considerando duas categorias de valor:- os

    de rememoraoou evocativos (passado) onde distingue 3 tipos de valor:

    valor da antiguidade - o qual defende como uma continuidade ordenada (numa viso menos fatalista

    que Ruskin);

    valor histrico - que reside na representao de uma fase precisa da criao humana e manifesta-se

    como valor mais puro, de carter documental, perdendo significado com o percurso natural do tempo;

    este valor ser tanto maior quanto menor seja a alterao sofrida no seu estado encerrado original;

    valor evocativo intencionado - tem o firme propsito de no permitir que esse monumento se converta

    jamais em passado, que se mantenha sempre presente e vivo na conscincia da posteridade. Como

    valor intermdio entre os acima referidos, aspira ao eterno presente e preconiza uma prtica

    interventiva no edifcio

    - os de contemporaneidade (presente);

    -restauro moderno

    GUSTAVO GIOVANONNI (1873-1947)

    A EVOLUO DO MONUMENTO HISTRICO

    - arquiteto e historiador da arte italiano.

    - divide os monumentos em trs grupos:

    Segundo seu estado de conservao (mortos/vivos)

    Monumentos segunda a importncia (maiores/menores)

    E intervenes (restaurao de consolidamento, de recomposio, de liberao, de complemento e de

    inovao).

    - oferece uma receita, um conjunto de regras;

    - entrou em crise ps-segunda guerra mundial, devido a quantidade de monumentos e alto grau de destruio

    de cidades.

    - as intervenes menores tinham que ser realizadas de forma simplificada (neutral), em edifcios importantes

    deveria ser respaldada por documentos (analogia do passado).

    - contribui com alguns procedimentos utilizados hoje em dia, como a prospeco de paredes, para indicar a cor

    original, o uso de fotografias.

    - restauro cientfico.

  • 7/27/2019 TEORIAS_RESTAURAO_Tericos e histria da interveno

    4/5

    CESARE BRANDI (1906-1988)

    RESTAURO CRIATIVO

    - critico de arte e professor de histria da arte, italiano, pai do restauro contemporneo.- debate a cultura atual,

    inserindo a obra no presente.

    - constitui realmente uma teoria do restauro.

    - cada caso um caso.

    - dois momentos do restauro: o do reconhecimento da obra de arte e a prtica do restauro propriamente dita.

    - obras de arte so diferentes de objetos manufaturados.

    - objetos manufaturados devem ser reparados, restitudos ao seu aspecto primitivo = funo.

    - nas obras de arte a funcionalidade colateral ou secundria, e imprescindvel a sua restaurao.- duas

    instancias: esttica e a histria, devem ser equalizadas.

    - s se restaura matria.

    - tudo deve pertencer a um contexto.

    - as reintegraes devem ser reconhecveis.

    - as lacunas devem ser tratadas caso a caso, para atuarem como fundo da obra que figura.

    - os acrscimos e reconstrues devem ser respeitadas, respeitando a unidade da obra de arte.

    -restauro criativo.

    LEWIS MUMFORD (1895-1990)

    A MORTE DO MONUMENTO

    - historiador americano.

    - constatao de que um dos mais importantes atributos de um ambiente urbano vital reside na capacidade de

    renovao, encarando a noo de monumento moderno como uma contradio por se afastar da crena na

    renovao e se desenquadrar das necessidades contemporneas.

    () se um monumento ento no moderno, se moderno no pode ser um monumento. Mumford

    - admitindo a durabilidade de uma estrutura no futuro, salienta que a questo primordial reside na capacidade de

    resposta ao programa que lhe inerente como um legado de vida para com as geraes futuras e no no culto

    metafsico da imortalidade.

  • 7/27/2019 TEORIAS_RESTAURAO_Tericos e histria da interveno

    5/5

    - considera que as cidades no devem ser monumentos mas organismos auto-regenerveis, os quais

    enquadra como verdadeiras obras de arte

    ALDO ROSSI (1931-1997)

    A ARQUITETURA DA CIDADE

    - arquiteto italiano.

    - Rossi revela um estudo muito til para a anlise da cidade e teorias de interveno.

    - anlise morfolgica que se fundamenta na geografia e na histria e conseqentemente na arquitetura;

    - distino de dois fatos principais na cidade: a rea da residncia e os fatos primrios (fatos urbanos definidos

    que formam a histria e a idia de cidade) - os monumentos vo ser os pontos fixos desta dinmica urbana em

    torno dos quais se agregam edifcios;

    - cidade antiga vista como uma obra de arte em que os elementos primrios e perenes assumem um papel

    fundamental - este entendimento da cidade aproxima-se em parte do de monumento, na compreenso dos seus

    valores estruturais.

    - a conservao de elementos como os conjuntos residenciais ope-se ao processo dinmico de transformao

    da cidade e por isso o fenmeno de transformao est ligado decadncia de certas zonas ambientais, as

    reas patolgicas

    RESUMO

    -Viollet le Duc destaca-se por suas exaustivas documentaes e rigor cientfico.

    - Ruskin destacou-se por sua admirao pelas marcas do tempo (a ptina).

    - Riegl contribui enfatizando o valor da antiguidade e a espacialidade dos monumentos.

    - Boito e Giovanonni com suas tentativas de sistematizar o restauro.

    - Brandi trata o restauro como um processo criativo e crtico