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TESE ASPECTOS HISTOLÓGICOS, FÍSICO-QUÍMICOS, SENSORIAIS E FITOTÉCNICOS DA TANGERINA FREMONT CAMILLA DE ANDRADE PACHECO Campinas, SP 2015

TESE ASPECTOS HISTOLÓGICOS, FÍSICO-QUÍMICOS, … · tese aspectos histolÓgicos, fÍsico-quÍmicos, sensoriais e fitotÉcnicos da tangerina fremont camilla de andrade pacheco campinas,

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TESE

ASPECTOS HISTOLÓGICOS, FÍSICO-QUÍMICOS,

SENSORIAIS E FITOTÉCNICOS DA TANGERINA

FREMONT

CAMILLA DE ANDRADE PACHECO

Campinas, SP

2015

INSTITUTO AGRONÔMICO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL E SUBTROPICAL

ASPECTOS HISTOLÓGICOS, FÍSICO-

QUÍMICOS, SENSORIAIS E FITOTÉCNICOS DA

TANGERINA FREMONT

CAMILLA DE ANDRADE PACHECO

Orientador: Fernando Alves de Azevedo

Tese submetida como requisito

parcial para obtenção do grau de

Doutor em Agricultura Tropical e

Subtropical, Área de Concentração

em Tecnologia da Produção Agrícola

Campinas, SP

Abril 2015

Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico

P116a Pacheco, Camilla de Andrade Aspectos histológicos, físico-químicos, sensoriais e fitotécnicos da

tangerina Fremont / Camilla de Andrade Pacheco. Campinas, 2015. 99 fls. Orientador: Fernando Alves de Azevedo Tese (Doutorado) em Agricultura Tropical e Subtropical – Instituto Agronômico 1. Citros – tratos culturais 2. Citros – qualidade 3. Pós-colheita 4. Citrus spp. I. Azevedo, Fernando Alves de II. Título CDD 634.3

ii

DEDICATÓRIA

À Deus, que me carregou no colo quando me faltaram forças, que me deu saúde para

a batalha do dia a dia, que não me deixou desanimar diante das dificuldades, que me

proporcionou momentos de felicidade, que me guiou, iluminou e me deu

tranquilidade para seguir em frente com os meus objetivos. Obrigada por mais esta

vitória.

À minha avó, Maria Dolores dos Reis Madoglio, por todos esses anos de conselhos,

aprendizado, carinho, amor, paciência, enfim, por se dedicar a mim e por me educar

a ser uma pessoa honesta e digna.

Aos meus pais, Walter Leone de Andrade Pacheco e Izilda Inês de Andrade Pacheco,

pelo apoio incondicional, incentivo, paciência e ajuda na superação dos obstáculos

que ao longo dessa caminhada foram surgindo. Obrigada por superarem todas as

dificuldades impostas pela vida e me darem a oportunidade de estudar e crescer

como pessoa e profissional, acreditando na educação de qualidade, não medindo

esforços para que eu pudesse ter acesso às melhores escolas e universidades. Sou

parte de vocês e essa conquista é nossa.

Às minhas irmãs, Wanessa de Andrade Pacheco e Thais de Andrade Pacheco, pela

amizade, amor e apoio em toda minha caminhada. Jamais me esquecerei da nossa

infância e de tudo que passamos ao longo desses anos, de todos os momentos que

tivemos juntas, dos sorrisos, das lágrimas, da dor e da felicidade. Obrigada por serem

as melhores irmãs do mundo. Amo vocês incondicionalmente.

Enfim, à minha família que soube compreender o sentido de minha luta,

dispensando-me muitas vezes de seu convívio para enfrentar minhas obrigações. Este

momento não estaria completo sem vocês.

iii

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Agronômico (IAC), pela oportunidade oferecida no conceituado curso

de doutorado em Agricultura Tropical e Subtropical – Tecnologia da Produção

Agrícola.

Ao Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC, ao CIRAD, ao INRA, a UFSCar e a

UFLA que me ofereceram totais condições para o desenvolvimento desta pesquisa e

elaboração desta tese.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo

apoio financeiro ao projeto e pela concessão de bolsa de doutorado e doutorado

sanduíche.

Ao Dr. Fernando Alves de Azevedo, meu orientador, obrigada pela oportunidade de

participar de sua equipe de pesquisa e, principalmente, pela confiança em mim

depositada.

Às Dras. Marinês Bastianel e Fabienne Florence Lucienne Micheli pela oportunidade

de intercâmbio, pelos agradáveis momentos de conversa, pelo companheirismo e

valiosos ensinamentos.

Às Dras. Claudie Dhuique-Mayer e Sophie Assemat e ao Dr. François Luro por me

acolherem, ensinarem e permitirem que mais um sonho fosse concretizado.

Às Dras. Mariangela Cristofani-Yaly e Marta Regina Verruma-Bernardi e aos Drs.

Caetano Brugnaro e Fabrício José Pereira pela parceria e trabalho ao longo dessa tão

sonhada caminhada.

Aos funcionários da seção de Pós-graduação pelas informações e esclarecimentos.

iv

Aos estagiários de iniciação científica Felipe Fukuda, João Paulo Zampronio,

Vinicius Henrique Gomes Zuppa de Andrade agradeço de coração por terem

contribuído com a execução dos experimentos.

A todos os pesquisadores e funcionários do Centro APTA Citros Sylvio Moreira,

pelos ensinamentos ministrados e exemplos de profissionalismo.

Aos amigos Aline C. Silva, Evandro H. Schinor, Flávia O. Pacheco, Francisco

Humberto Henrique, José Dagoberto De Negri, Lenice Magali do Nascimento

Abramo, Luriany Pompeo Ferraz, Pitt Wehr, Silvani Alves, Tatiane Cunha pelas

conversas, risadas e momentos agradáveis vividos dentro e fora do Centro APTA

Citros Sylvio Moreira, com vocês esta jornada se tornou muito mais valiosa e

gratificante.

Aos queridos Adrien Servent, Alexandre Rubio, André Sinela, Carla Vaneza

Corralès, Catiusca Reali, Dora Destouches, Imen Zebalia, Isabelle Maraval, Jéssica

Santos da Silveira, Kévin Vidot, Laurent Berthiot, Luis Chaparro, Malek Ben Zid,

Marie-Christine Lahon, Youssef Wakrim, Zayneb Nhouchi obrigada pelos momentos

vividos em Montpellier/França, pelas conversas, pelas risadas, pelas viagens, pela

ajuda, pelo apoio, pela paciência, enfim, obrigada por fazerem parte da minha vida,

vocês estarão para sempre em meu coração.

Aos amigos Alexandra Lenci, Christian Navari, Hajer Khefifi, Henry Muller, Jean

Charles Evrard, Jean Luc Viadere, Joana Célia Ferreira Muller, Juliette Soulezelle,

Laurent Julhia, Olivier Pailly, Pauline Creton, Paul-Eric Poli, Roberte Muller que

gentilmente me acolheram em Córsega/França, obrigada pela companhia, pelo

carinho, pela amizade, pelos ensinamentos, pelos jantares, pelos sorvetes, pelos

sorrisos, pelos passeios, enfim, pelos bons momentos vividos, levarei cada um

comigo no coração.

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco

de si, levam um pouco de nós.” – Antoine de Saint-Exupéry

v

BIOGRAFIA

CAMILLA DE ANDRADE PACHECO – Nasceu em São Paulo – SP no dia 06 de

abril de 1984. Filha de Walter Leone de Andrade Pacheco e Izilda Inês de Andrade

Pacheco. Ingressou no curso de Engenharia Agronômica no Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (CCA/UFSCar) em 2003,

concluindo-o em fevereiro de 2008. Durante a graduação desenvolveu projetos nas

áreas de solos e geoprocessamento; melhoramento genético de cana-de-açúcar e;

fitotecnia e melhoramento de maracujá. Foi monitora da Disciplina Tópicos em

Matemática II e voluntária do Centro Ambiental AEHDA da cidade de Araras

orientando no trabalho com mudas de árvores nativas. Mestre em Agricultura

Tropical e Subtropical, área de concentração Tecnologia da Produção Agrícola, pelo

Instituto Agronômico, Campinas, em 2010. Ingressou no programa de doutorado em

Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico, na cidade de Campinas,

em fevereiro de 2011, na área de concentração Tecnologia da Produção Agrícola,

concluindo-o em abril de 2015. Esteve no Centre de la Recherche Agronomique pour

le Développement (CIRAD), em Montpellier/França e no Institut Nacional de la

Recherche Agronomique (INRA), em San Giuliano/Córsega/França como

pesquisadora visitante durante seu doutorado. Possui experiência na área de manejo

da cultura do citros, com ênfase em fitossanidade, atuando principalmente com

tangerinas.

"Ninguém escapa ao sonho de voar, de

ultrapassar os limites do espaço onde

nasceu, de ver novos lugares e novas gentes.

Mas saber ver em cada coisa, em cada

pessoa, aquele algo que a define como

especial, como um objeto singular, como um

amigo, é fundamental. Navegar é preciso

reconhecer o valor das coisas e das pessoas, é

mais preciso ainda!”

(Antoine de Saint-Exupéry)

vi

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .............................................................................................. viii

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................x

LISTA DE ANEXOS..................................................................................................xi

RESUMO ................................................................................................................... xii

ABSTRACT . .............................................................................................................xiv

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 2

2.1 Mercado de frutas e tangerinas .............................................................................. 2

2.2 Qualidade dos frutos de tangerinas.........................................................................3

2.3 Caracterização físico-química de tangerinas..........................................................5

2.4 Mancha marrom de alternária.................................................................................7

2.5 Importância histológica para o mecanismo de defesa da planta.............................8

2.6 Análise sensorial.....................................................................................................9

2.7 Manejo versus produtividade em citros ............................................................... 11

2.7.1 Espaçamento ..................................................................................................... 12

2.7.2 Raleio ................................................................................................................ 13

2.7.3 Variedade copa...................................................................................................14

2.7.3.1 Tangerina Fremont (C. clementina hort. ex Tan x C. reticulata Blanco).......15

2.7.3.2 Tangerina Thomas (C. reticulata Blanco)......................................................16

2.7.3.3 Híbrido TMxLP281 [(C. sinensis L. Osbeck x C. reticulata Blanco) x C.

sinensis L. Osbeck)]....................................................................................................17

2.7.3.4 Tangerina Ponkan (C. reticulata Blanco).......................................................17

2.7.3.5 Tangor Murcott (C. sinensis L. Osbeck x C. reticulata Blanco)……………17

2.7.4 Porta-enxerto ..................................................................................................... 18

2.7.4.1 Limão Cravo (Citrus limonia Osbeck) ........................................................... 19

2.7.4.2 Citrumelo Swingle (C. paradisi Macfad. x Poncirus trifoliata (L.) Raf.) ..... 19

2.2.4.3 Trifoliata (Poncirus trifoliata (L.) Raf) ......................................................... 20

2.7.4.4 Trifoliata Flying Dragon [Poncirus trifoliata (L.) Raf var. monstrosa] ........ 20

2.7.5 Armazenamento à frio ....................................................................................... 21

3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 22

3.1 Análise histológica ............................................................................................... 22

3.1.1 Cortes paradérmicos .......................................................................................... 23

3.1.2 Cortes transversais ............................................................................................ 24

3.2 Análise sensorial .................................................................................................. 25

3.2.1 Teste de aceitabilidade e intenção de compra ................................................... 26

3.2.2 Testes de ordenação e preferência..................................................................... 26

3.3 Análise fitotécnica ................................................................................................ 27

3.3.1 Espaçamento ..................................................................................................... 27

3.3.2 Porta-enxerto......................................................................................................30

3.3.3 Raleio ................................................................................................................ 31

3.4 Análise pós-colheita (armazenamento a frio) ...................................................... 33

3.5 Análise bioquímica fina (quantificação de carotenoide) ...................................... 34

3.6 Análise dos resultados .......................................................................................... 36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 36

4.1 Análise histológica ............................................................................................... 36

vii

4.1.1 Cortes paradérmicos .......................................................................................... 36

4.1.2 Cortes transversais ............................................................................................ 40

4.2 Análise sensorial .................................................................................................. 48

4.2.1 Teste de aceitabilidade e intenção de compra ................................................... 48

4.2.2 Teste de ordenação e preferência ...................................................................... 50

4.3 Análise Fitotécnica................................................................................................52

4.3.1 Espaçamento ..................................................................................................... 52

4.3.2 Porta-enxerto ..................................................................................................... 59

4.3.3 Raleio ................................................................................................................ 63

4.4 Análise pós-colheita (armazenamento a frio) ...................................................... 67

4.5 Análise bioquímica fina (quantificação de carotenoide) ...................................... 74

5 CONCLUSÕES....................................................................................................... 77

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 78

7 ANEXOS.................................................................................................................97

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização dos diferentes tratamentos avaliados, em relação ao

espaçamento entre linhas e entre plantas, densidade de plantio e proporção em

relação ao tratamento padrão, de tangerina Fremont, enxertada sobre limão Cravo.

Capão Bonito/SP (2009). ........................................................................................... 29

Tabela 2 - Caracterização dos diferentes tratamentos avaliados, em relação ao

espaçamento entre linhas e entre plantas, densidade de plantio e proporção em

relação ao tratamento padrão, de tangerina Fremont, enxertada sobre limão Cravo.

Porto Feliz/SP (2009). ................................................................................................ 30

Tabela 3 - Desbastes de frutos propostos para a tangerineira Fremont, cujos ensaios

se encontram em dois municípios diferentes do estado de São Paulo ....................... 33

Tabela 4 - Características dos estômatos presentes na epiderme abaxial das folhas das

variedades Fremont, Murcott, Ponkan e Thomas, em secções paradérmicas ............ 38

Tabela 5 - Espessura da epiderme (µm) da face adaxial, em secções transversais, em

folhas de quatro variedades cítricas: tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e tangor

Murcott ....................................................................................................................... 40

Tabela 6 - Espessura da epiderme (µm) das faces abaxial, em secções transversais,

em folhas de quatro variedades cítricas (tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e

tangor Murcott), coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e topo) ....... 42

Tabela 7 - Espessura do parênquima paliçádico (µm), em secções transversais, em

folhas de quatro variedades cítricas (tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e tangor

Murcott), coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e topo) .................. 44

Tabela 8 - Espessura do parênquima esponjoso (µm), em secções transversais, em

folhas de quatro variedades cítricas (tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e tangor

Murcott), coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e topo) .................. 45

Tabela 9 - Diâmetro das cavidades secretoras foliares (µm), em secções transversais,

em quatro variedades cítricas (tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e tangor

Murcott), coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e topo) .................. 46

Tabela 10 - Distância entre as cavidades secretoras foliares (µm), em secções

transversais, em quatro variedades cítricas (tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e

tangor Murcott), coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e topo) ....... 46

Tabela 11 - Médias das análises físico-químicas da tangerina Fremont (Centro APTA

Citrus Sylvio Moreira, IAC, julho 2012) ................................................................... 48

Tabela 12 - Nota média de aceitação e porcentagens de aprovação, indiferença e

rejeição das amostras de fruto e suco. ........................................................................ 50

Tabela 13 - Médias das análises físico-químicas das tangerinas Fremont, Ponkan e do

híbrido TMxLP 281 (Centro APTA Citrus Sylvio Moreira, IAC, safra 2013) ......... 51

Tabela 14 - Escores médios por atributo de três variedades de tangerina. ................ 51

ix

Tabela 15 - Altura (A), diâmetro (D) e volume de copa (VC) das plantas de tangerina

Fremont nos diferentes espaçamentos propostos (Porto Feliz/SP e Capão Bonito/SP,

2011-2014). ................................................................................................................ 54

Tabela 16 - Produção (kg planta-1) e produtividade (t ha-1) de tangerina Fremont

enxertada em limão Cravo, plantada em diferentes espaçamentos (Porto Feliz/SP e

Capão Bonito/SP, 2012-2014). .................................................................................. 55

Tabela 17 - Desenvolvimento vegetativo (altura - A, diâmetro - D e volume de copa

VC), produção (P) e eficiência produtiva (EP) das plantas de Fremont no

experimento de porta-enxertos (Mogi Mirim/SP, 2012, 2013 e 2014). ..................... 60

Tabela 18 - Massa (M) dos frutos, rendimento (RS), acidez (A), sólidos solúveis

totais (SST) e ratio do suco de frutos de tangerina Fremont em diferentes porta-

enxertos, no município de Mogi Mirim/SP (2012-2014). .......................................... 62

Tabela 19 - Porcentagem de frutos de tangerina Fremont com diferentes calibres

(diâmetro) após desbaste/raleio de 25% e 50%, Pólo Regional Sudoeste Paulista,

Capão Bonito/SP (2012-2014). .................................................................................. 64

Tabela 20 - Porcentagem de frutos de tangerina Fremont com diferentes calibres

(diâmetro) após desbaste/raleio de 25% e 50%, em diferentes porta-enxertos, Sítio

Lagoa Bonita, Mogi Mirim/SP (2012-2014). ............................................................. 64

Tabela 21 - Características físico-químicas dos frutos da tangerina Fremont (Centro

APTA Citros Sylvio Moreira, IAC, 2012). ................................................................ 68

Tabela 22 - Perda de massa, acidez, sólidos solúveis (SS), ratio, brilho, textura e

ângulo hue (oh) da tangerina Fremont, Cordeirópolis, SP, 2012. .............................. 70

Tabela 23 - Média dos atributos sensoriais para os frutos da tangerina Fremont

armazenados em diferentes temperaturas e períodos de armazenamento

(Cordeirópolis, SP, 2012). .......................................................................................... 71

Tabela 24 - Conteúdo de carotenoides (mg L-1

) em suco de tangerina Fremont,

Montpellier/França (abril, 2014). ............................................................................... 75

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Planta adulta (esquerda) e frutos (direita) da tangerina Fremont na época

ideal de colheita (mês de junho)................................................................................. 22

Figura 2 - Municípios do estado de São Paulo onde se encontram os ensaios que

foram utilizados para as avaliações fitotécnicas. ....................................................... 27

Figura 3 - Experimento de espaçamento da tangerina Fremont enxertada sobre limão

Cravo, Pólo Regional do Sudoeste Paulista (Capão Bonito/SP, 2011). ..................... 28

Figura 4 - Experimento de espaçamento da tangerina Fremont enxertada sobre limão

Cravo, Fazenda Ana Maria (Porto Feliz/SP, 2011).................................................... 29

Figura 5 - Experimento com diferentes porta-enxertos para copa tangerina Fremont

(Sítio Lagoa Bonita, Mogi Mirim/SP, 2013). ............................................................ 31

Figura 6 - Foto representativa dos três tratamentos de raleio dos frutos da tangerina

Fremont enxertada sobre limão Cravo, Pólo Regional do Sudoeste Paulista, Capão

Bonito/SP. .................................................................................................................. 32

Figura 7 - Secções paradérmicas de folhas das variedades Murcott (A), Ponkan (B),

Fremont (C) e Thomas (D), nas objetivas de 20 (esquerda) e 40 (direita), na face

abaxial do limbo foliar. Barras = 100 µm .................................................................. 39

Figura 8 - Secções transversais de folhas de diferentes genótipos de Citrus (A-C:

Murcot; D-F: Fremont; G-I: Thomas; J-L: Ponkan) em diferentes alturas na copa das

plantas (A,D,G,J= alto da copa; B,E,H,K= região mediana da copa; C, F,I, L= Base

da copa). pp= parênquima paliçádico, pe= parênquima esponjoso, ead= epiderme da

face adaxial, eab= epiderme da face abaxial, cs= cavidade secretora, fv= feixe

vascular. Barras= 100 µm. ......................................................................................... 47

Figura 9 - Perfil sensorial do suco (a) e do fruto (b) da tangerina Fremont utilizando

uma escala hedônica de 9 pontos (Cordeirópolis, SP, 2012) ..................................... 50

Figura 10 - Produtividade estimada, acumulada em t ha-1

, para os diferentes

espaçamentos adotados para tangerina Fremont (A - Porto Feliz/SP, 2013-2014 e B -

Capão Bonito/SP, 2012-2014). Médias seguidas de mesma letra, para cada local, não

diferem entre si (Tukey, 5%) ..................................................................................... 56

Figura 11 - Vista geral das plantas de tangerina Fremont, do espaçamento mais

(acima) e menos (abaixo) adensado (Capão Bonito/SP, maio/2014) ......................... 57

Figura 12 - Plantas de tangerina Fremont em 2012 (acima) e 2013 (abaixo); da

esquerda para direta em: Flying Dragon, trifoliata, citrumelo Swingle e limão Cravo

(Sítio Lagoa Bonita, Mogi Mirim/SP, 2012-2013) .................................................... 61

Figura 13 - Resposta dos julgadores às características sensoriais dos frutos da

tangerina Fremont nos diferentes tratamentos e períodos de armazenamento

(Cordeirópolis/SP, junho-julho/2012) ........................................................................ 73

Figura 14 - Resposta dos julgadores à intenção de compra dos frutos da tangerina

Fremont nos diferentes tratamentos e períodos de armazenamento (Cordeirópolis/SP,

junho-julho/2012) ....................................................................................................... 74

xi

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Perda de massa (PM) da tangerina Fremont: desdobramento da interação

tempo de armazenamento (dias) com as diferentes condições de armazenamento

(temperatura ambiente e 10 oC). Cordeirópolis/SP, 2012...........................................97

Anexo 2 - Perda de massa (PM) da tangerina Fremont: desdobramento da interação

tempo de armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012...............................................................................................97

Anexo 3 - Acidez (g/100 mL) da tangerina Fremont: desdobramento da interação

tempo de armazenamento (dias) com as diferentes condições de armazenamento

(temperatura ambiente e 10 oC). Cordeirópolis/SP, 2012...........................................98

Anexo 4 - Acidez (g/100 mL) da tangerina Fremont: desdobramento da interação

tempo de armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012...............................................................................................98

Anexo 5 - Brilho (Gs) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo de

armazenamento (dias) com as diferentes condições de armazenamento (temperatura

ambiente e 10 oC). Cordeirópolis/SP, 2012................................................................99

Anexo 6 - Textura (N) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo de

armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012...............................................................................................99

Anexo 7 - Cor (ho) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo de

armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012.............................................................................................100

xii

Aspectos histológicos, físico-químicos, sensoriais e fitotécnicos da tangerina

Fremont

RESUMO

A mancha marrom de alternária (MMA), causada pelo fungo Aternaria alternata,

causa enormes prejuízos à produtores de tangerinas no Brasil. A exploração de

pomares comerciais, compostos por variedades suscetíveis à MMA, tornou-se difícil,

assim o cultivo de variedades resistentes passa a ser uma opção. Neste contexto,

objetivou-se estudar a tangerina Fremont, resistente à MMA, avaliando as

características histológicas de suas folhas; analisando sensorialmente o

comportamento do consumidor frente a essa nova variedade; estudando

espaçamento, raleio e porta-enxerto adequados; determinando o período ideal de

armazenamento pós-colheita; além de quantificar carotenoides presentes no suco dos

frutos de Fremont, em relação à interação genótipo versus ambiente em locais de

clima contrastantes, sudeste do Brasil e Córsega/França. A histologia da lâmina foliar

foi avaliada via análises das secções paradérmicas e transversais e comparada com

variedades suscetíveis. A aceitabilidade e intenção de compra de amostras de suco e

fruto foram avaliadas utilizando-se escala hedônica e ficha de situação hipotética de

compra do produto. Para ordenação e preferência, os julgadores tiveram que ordenar

amostras de frutos (Fremont, TMxLP281 e Ponkan). No ensaio de espaçamento,

cinco diferentes espaçamentos entre plantas (1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5m) foram

estudados, fixando-se, na entre linha, 6,0 metros (Capão Bonito/SP) e 7,0 metros

(Porto Feliz/SP). Três diferentes porta-enxertos (limão Cravo, citrumelo Swingle,

Poncirus trifoliata e trifoliata Flying Dragon) foram testados, avaliando-se

desenvolvimento vegetativo das plantas (altura e diâmetro de copa), produtividade e

qualidade físico-química dos frutos (massa do fruto, rendimento de suco, sólidos

solúveis, acidez e Ratio). Para o raleio, primeiro realizou-se amostragem prévia do

total de frutos por planta e na sequência retiraram-se 25 e 50% (raleio manual).

Teores de carotenoides do suco da variedade em questão foram avaliados via HPLC;

e analisou-se o período ideal de armazenamento dos frutos de Fremont (com e sem

cera - armazenados a 10 oC e ambiente) foi avaliado por 42 dias. A Fremont mostra-

se morfologicamente passível de defesa, pois a histologia da sua lâmina foliar

corrobora com relatos anteriores de resistência varietal. O fruto e o suco de Fremont

xiii

têm grande aceitação e intenção de compra pelo mercado consumidor e há

preferência pelo seu fruto quando comparado à Ponkan. Os espaçamentos adensados

(1,5 m entre plantas), apesar de proporcionarem menor desenvolvimento vegetativo

às plantas, resultaram em maior produtividade por área. Maior eficiência produtiva é

obtida quando a Fremont é enxertada em citrumelo Swingle e trifoliata Flying

Dragon, por outro lado, o limão Cravo proporciona frutos maiores, enquanto elevado

teor de sólidos solúveis e acidez é obtido quando enxertada em Poncirus trifoliata. O

raleio promove incremento na porcentagem de frutos com diâmetros transversais

entre 6 e 7 cm, enquanto que frutos maiores que 7 cm, apareceram em maior

porcentagem, quando 50% dos frutos foram raleados. O suco do fruto de Fremont

apresenta maior teor de β-criptoxantina e β-caroteno em regiões de clima frio e

podem ser armazenados à 10oC, por um período de 30-35 dias, sem perder qualidade.

Concluindo, a Fremont é uma variedade, do grupo das tangerinas, com potencial para

exploração comercial.

Palavras chave: Citrus spp, tratos culturais, qualidade, pós-colheita.

xiv

Histological, physical-chemical, sensory and phytotechnical aspects in mandarin

Fremont.

ABSTRACT

Alternaria brown spot (ABS), caused by the fungus Alternaria Aternaria, cause great

damage to mandarin growers in Brazil. Commercial orchards composed of varieties

susceptible to ABS, it became difficult, and so the use of resistant cultivars is now an

option. In this context, aimed with this research to study mandarin Fremont, resistant

to ABS, evaluating the histological characteristics of its leaves; analyzing sensory

consumer behavior with this new variety; studying spacing, thinning and rootstock

appropriate; determining the ideal post-harvest storage; in addition to quantifying the

carotenoids present in fruits of Fremont, in relation to genotype versus environment

in contrasting climates, southeastern Brazil and Corsica/France Histology of the leaf

blade was evaluated by analysis of paradermic and cross sections and compared to

susceptible varieties. The acceptability and purchase intent juice and fruit samples

were evaluated using hedonic scale and record the hypothetical situation of purchase

of the product; for ordering and preferably, the panel had to sort fruit samples

(Fremont, TMxLP281 and Ponkan). In the final evaluation, the judges had to put in

preference to sample order and that less liked. As for determining the best spacing

for the crop variety Fremont, five different plant spacings (1.5, 2.0, 2.5, 3.0 and 3.5

m) were studied. The spacing between lines was fixed at 6.0 meters (Capão Bonito,

Sao Paulo State, Brazil) and 7.0 meters (Porto Feliz, Sao Paulo State, Brazil). Three

different rootstocks (Rangpur lime, Swingle citrumelo, Poncirus trifoliata and P.

trifoliata Flying Dragon) were tested, assessing vegetative growth of plants (height

and crown diameter), productivity and physicochemical quality of fruits (fruit

weight, juice yield, soluble solids and Ratio). For thinning, first held prior sampling

of the total fruit per plant and following withdrew 25 and 50% (manual thinning);

quantified if the carotenoid content of the variety in question via HPLC juice; and

analyzed optimal storage time of the fruit from Fremont (with and without wax - 8 °

C and stored at room) for 40 days. The Fremont was shown morphologically capable

of defense because the histology of its leaf blade corroborates previous reports of

xv

varietal resistance. The fruit and juice of Fremont have great acceptance and

intention to purchase by the consumer market and there is a preference for the fruit of

Fremont mandarin compared to Ponkan. The high density spacing (1.5 m to plants),

while providing low vegetative development of the plants, resulting in greater

productivity per area. Greater productive efficiency is achieved when the mandarin

Fremont is grafted on Swingle citrumelo and trifoliate Flying Dragon, on the order

hand, Rangpur lime provides larger fruit, while high high soluble solids and acidity is

obtained when grafeted on Poncirus trifoliata. Thinning promotes an increase in the

percentage of fruit with transverse diameters between 6 and 7 cm, while fruits larger

than 7 cm in diameter, appeared in higher percentage, when 50% of fruits are

thinning. The juice of the fruit of mandarin Fremont has a higher β-cryptoxanthin

content and β-carotene in cold climates and can be stored at 10 ° C for a period of

30-35 days, without losing its quality characteristics. In conclusion, the Fremont is a

variety, the group of mandarins, with potential for commercial planting.

Key Words: Citrus spp, cultural practices, quality, postharvest.

1

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de tangerina, com aproximadamente

52 mil hectares plantados e produção de um milhão de toneladas (FAO, 2015). O Estado

de São Paulo ocupa a primeira posição no ranking nacional, seguido pelo Paraná, Minas

Gerais e Rio Grande do Sul, que juntos são responsáveis por 87% da produção

brasileira. Em São Paulo, que responde por 38% da produção nacional, duas variedades,

a tangerina Ponkan (Citrus reticulata Blanco) e o tangor Murcott [C. reticulata Blanco

x C. sinensis (L.) Osbeck], representam mais de 80% da área plantada, comprovando o

baixo número de variedades cultivadas (IBGE, 2012).

A produção de tangerinas nas regiões citrícolas sempre foi uma boa opção aos

produtores que procuravam diversificar o destino de sua produção, e encontraram no

comércio de frutas de mesa uma fonte de renda que gratifica o produtor a partir da

venda de frutos com qualidade. Infelizmente, para o produtor de tangerinas essa prática

se tornou cada vez mais difícil, com a chegada, ao Brasil, em 2001, da principal doença

fúngica da cultura, a mancha marrom de alternária – MMA (Alternaria alternata).

Estudos desenvolvidos, desde 2005, pelo Centro APTA Citros Sylvio Moreira do

Instituto Agronômico (IAC), conjuntamente com a Unidade de Pesquisa e

Desenvolvimento de Sorocaba/Instituto Biológico, o Pólo Regional do Sudoeste

Paulista/APTA Regional e o Fundecitrus, mostram que as duas principais variedades de

tangerinas cultivadas no Brasil: tangor Murcott e tangerina Ponkan, são altamente

suscetíveis ao fungo causador da MMA – A. alternata. Outro agravante é que as

condições climáticas, nas principais regiões citrícolas do país, são muito favoráveis ao

desenvolvimento do fungo, ocasionando abandono de plantios comerciais das mesmas.

Visando explorar as fontes de resistência a doenças e pragas, o Centro APTA

Citros Sylvio Moreira/IAC, vem realizando diversos cruzamentos interespecíficos e

intergenéricos, que fazem parte de um programa de melhoramento genético de porta-

enxertos e copas, visando ampliar o número de variedades para a citricultura

(CRISTOFANI-YALY et al., 2005). Até o momento, mais de 30 variedades e híbridos

de tangerinas foram avaliadas em diversos municípios do estado de São Paulo,

permitindo constatar diferentes níveis de severidade da MMA. Segundo PACHECO et

al. (2012), variedades como tangelo Nova [C. clementina x (C. paradisi Macfad. x C.

reticulata)], tangerinas África do Sul, Ponkan e tangor Murcott mostraram-se altamente

2

suscetíveis ao fungo, enquanto que o híbrido Fremont (C. clementina hort. ex Tan x C.

reticulata Blanco) e a tangerina Thomas destacaram-se positivamente por serem

resistentes (assintomáticas).

Contudo, elevados prejuízos são causados em diferentes regiões produtoras,

devido à ocorrência da MMA, o que pode tornar viável o uso, economicamente, de

variedades resistentes. Dessa forma, o presente trabalho visou fornecer aos citricultores

conhecimentos que lhes permitam garantir a sustentabilidade de seus pomares, através

de produções rentáveis, com frutos de qualidade.

Os objetivos deste estudo foram avaliar a histologia da lâmina foliar das

variedades Fremont, Thomas, Ponkan e Murcott buscando compreender a resistência

varietal à Alternaria alternata; caracterizar físico-química e sensorialmente a tangerina

Fremont, resistente ao fungo causador da MMA (aceitação, ordenação, preferência e

intenção de compra); estudar diferentes manejos: espaçamentos, porta-enxertos, raleio e

armazenamento a frio para Fremont; estudar a qualidade, quantificação de carotenoides,

do suco de Fremont em relação à interação genótipo x ambiente em locais de clima

contrastantes: sudeste do Brasil (clima tropical) e Córsega/França (clima mediterrâneo).

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Mercado de frutas e tangerinas

A fruticultura mundial é responsável pela produção de aproximadamente 636

milhões de toneladas (mi t), sendo o Brasil o terceiro maior produtor de frutas (38 mi t),

representando 6% da produção mundial, ficando atrás apenas da China e da Índia (FAO,

2015). Cerca de 53% da produção brasileira é destinada ao mercado de frutas

processadas, sendo que desse montante 29% são destinados à exportação e 47% ao

mercado de frutas frescas, no qual apenas 2% são exportados (INSTITUTO

BRASILEIRO DE FRUTAS, 2010).

A produção brasileira está voltada para frutas tropicais, subtropicais e temperadas,

graças a sua extensão territorial, posição geográfica, solo e condições climáticas. São

500 variedades de frutas comestíveis e 220 espécies de frutíferas nativas somente na

Amazônia. O setor emprega 5,6 milhões de pessoas, equivalendo a 27% da mão-de-obra

agrícola. Gera oportunidades de dois a cinco postos de trabalho por hectare cultivado e

3

está fundamentado em pequenas e médias propriedades (INSTITUTO DE ECONOMIA

AGRÍCOLA, 2010).

Entre as principais frutas exportadas pelo Brasil, o melão ocupa o primeiro lugar,

com US$122 milhões equivalentes a 178 mil t, seguido da banana, com US$45 milhões

(140 mil t), mangas, com 120 milhões de dólares (125 mil t) e em décimo primeiro lugar

as tangerinas com US$ 2 milhões (2 mil t) (IBRAF, 2014).

As tangerinas são o segundo grupo de importância econômica dentro da

citricultura mundial, ocupando uma área de aproximadamente 2 milhões de hectare e

produção anual de aproximadamente 24 milhões de toneladas de frutos (IEA, 2010).

Sendo os maiores produtores mundiais de tangerinas a China (±15 milhões de t),

seguida pela Espanha (±2 milhões de t), Turquia (± 942 mil t) e Brasil (± 938 mil t). É

importante relatar que a Espanha, apesar de ocupar a segunda posição no ranking de

produção mundial de tangerinas, é responsável por mais da metade da exportação

mundial desta fruta. Enquanto que a China, apesar da liderança, não se destaca como

exportadora, consumindo mais da metade de sua produção (FAO, 2015).

Vale ressaltar que novos nichos de mercado estão se apresentando no Brasil, como

a chamada Agroindustrialização. De 2005 para cá, tem ocorrido um contínuo

crescimento da produção de bebidas prontas para o consumo, incluindo sucos, néctares,

drinques e blends. Logo, se cresce o consumo de bebidas prontas, a venda de frutas

aumenta automaticamente.

Contudo, há a necessidade de quebrar paradigmas e vencer barreiras que

dificultam a expansão competitiva da fruticultura brasileira, através do incentivo ao

consumo de frutas comercializadas no Brasil, mostrando seu poder nutritivo e os

benefícios causados à saúde humana; capacitação dos pequenos produtores levando

informação, tecnologia, novidades nos tratos culturais, buscando sempre a união dos

mesmos para garantir um controle de oferta e a busca conjunta de soluções para o setor;

bem como, a utilização de variedades resistentes que possibilitam uma produção mais

econômica e livre de barreiras fitossanitárias.

2.2 Qualidade dos frutos de tangerinas

Até o início dos anos 2000, a quase totalidade da produção brasileira de tangerina

era destinada ao consumo in natura; sendo que pequena parcela enviada à indústria de

suco (AMARO & CASER 2003). Atualmente, a indústria de suco de laranja

concentrado congelado, no Brasil, não esmaga frutos de tangerina. Ficando a produção

4

de suco de tangerina com as pequenas extratoras, destinadas ao mercado local. As

características de qualidade dos frutos cítricos são de extrema importância para uma boa

comercialização, seja para o consumo in natura ou para o processamento industrial.

Os atributos de qualidade dos produtos dizem respeito a sua aparência, sabor,

odor, textura e valor nutritivo. Desde o produtor até o consumidor, o grau de

importância desses atributos, individuais ou em conjunto, depende dos interesses

particulares de cada segmento (CHITARRA, 1994).

A qualidade dos frutos cítricos é um ponto primordial para uma adequada

comercialização. De acordo com PIO (1992) os frutos de citros para consumo in natura

precisam preencher certos requisitos de qualidade, tais como: aspecto externo e

coloração da casca, tamanho apropriado (maior que 70 mm de diâmetro), casca fina,

gomos de paredes delicadas e suco com adequado equilíbrio de acidez e sólidos

solúveis, aroma característico, baixo número de sementes, resistência ao transporte e

boa conservação.

O sabor dos citros (doce ou azedo) é dependente de quantidades relativas de

açúcares (sólidos solúveis) e acidez no suco, sendo que a relação sólidos solúveis/acidez

(Ratio) é considerada como um importante índice de maturidade dos frutos, embora

uma determinada relação não seja garantia de qualidade (COSTA, 1994). Os frutos

cítricos são não climatéricos, pobres em reservas de amido, sofrendo poucas mudanças

na qualidade interna durante o armazenamento. O armazenamento, normalmente, reduz

os ácidos acumulados convertendo-os a açúcares e CO2 usados na respiração (DAVIES

& ALBRIGO, 1994).

O atributo de qualidade menos considerado na cadeia de comercialização é o valor

nutritivo dos frutos, no entanto esta característica deve ser considerada, pois 90% das

necessidades de vitamina C requeridas pelo homem provêm dos frutos e hortaliças

(CHITARRA & CHITARRA, 1990). Eles constituem a fonte natural mais importante

de vitamina C para o ser humano, e os que se destacam pelo conteúdo desse ácido são:

acerola, caju, mamão, goiaba, frutas cítricas, morango, manga, caqui, kiwi, maracujá e

tomate (AWAD, 1993). Os níveis de vitamina C são totalmente variáveis entre citros e

tendem a reduzir sazonalmente e com o armazenamento (CHITARRA, 1994; DAVIES

& ALBRIGO, 1994).

O mesmo vale para os carotenoides, nutriente este que constitui um dos mais

importantes grupos de pigmentos naturais devido à larga distribuição, diversidade

estrutural e inúmeras funções. São pigmentos solúveis em gordura e responsáveis pelas

5

cores laranja, amarela e vermelha nos alimentos, apesar dos seres humanos não serem

capazes de sintetizar tal nutriente os mesmos são absorvidos através da dieta alimentar

(ALALUF et al., 2002; RIBEIRO & SERAVALLI, 2004).

Mais de 600 carotenoides já foram identificados, os mais abundantes na dieta

alimentar são alfa, beta e gama caroteno, licopeno, luteína, beta-criptoxantina,

zeaxantina e astaxantina. A estrutura química do carotenoide é quem, praticamente,

determina sua função biológica, ou seja, nutricionalmente os carotenoides podem ser

classificados em dois grupos os pró-vitamínicos (aqueles com atividade pró-vitamina A,

como por exemplo, alfa, beta, gama caroteno e beta-criptoxantina) e os carotenoides

inativos (aqueles que apresentam apenas atividade antioxidante ou corante, como por

exemplo, luteína, licopeno, zeaxantina) (KHACHIK et al., 1997).

Vários estudos científicos sugerem que uma dieta rica em carotenoides pode

oferecer proteção contra certos tipos de câncer (pele, útero, trato gastrointestinal),

degeneração macular (principal causa da cegueira), catarata e doenças relacionadas à

ação dos radicais livres (TAPIERO et al., 2004; STAHL & SIES, 2007).

Dessa forma, o consumo de frutas e hortaliças é de extrema importância na dieta

alimentar, uma vez que os mesmos são importantes fontes de carotenoides e outros

compostos bioativos que auxiliam na prevenção de doenças (MAIANI et al., 2009).

2.3 Caracterização físico-química de tangerinas

As tangerinas possuem vários nutrientes prontamente disponíveis à digestão e

absorção. Seu valor nutricional está relacionado com o seu teor de vitamina C e

vitaminas do complexo B, além de β-caroteno (provitamina A) e fibras (NAGY et al.,

1993). Por serem ricas em fibras as tangerinas estão, constantemente, associadas ao

menor risco de certos tipos de câncer, diabetes, hipertensão e outras doenças

cardiovasculares (BENAVENTE-GARCIA et al., 1997; KAWAII et al., 1999; YANO,

2002). Quanto ao seu valor calórico 100 g de tangerina fornecem, em média, 43

calorias. Tal fruta apresenta ainda propriedades medicinais, as quais tornaram a

tangerina conhecida pelo seu efeito diurético e digestivo, sem falar do efeito calmante

causado pelo chá confeccionado com suas folhas (SPETHMANN, 2003).

A composição nutricional do fruto pode variar conforme o cultivar, grau de

maturação, clima, época do ano, tipo de solo e fertilidade, dentre outros fatores (LEE &

KADER, 2000). O estresse causado pelo descasque, corte e outras operações podem

levar ao aparecimento de mudanças indesejáveis, principalmente na aparência do

6

produto, devido à descompartimentalização das enzimas e substratos, levando a reações

de escurecimento, amaciamento, e de formação de metabólitos secundários. A

senescência é acelerada e pode haver o aparecimento de odores estranhos, pois há um

incremento na produção de etileno e na respiração, principalmente nas primeiras horas

após o corte (CHITARRA & CHITARRA, 1990).

Os sólidos solúveis (SS) são usados como índice de maturidade para alguns frutos,

e indicam a quantidade de substâncias que se encontram dissolvidas no suco, sendo

constituído na sua maioria por açúcares. O SS é utilizado na agroindústria, para

intensificar o controle da qualidade do produto final, de processos, ingredientes e

outros, tais como: doces, sucos, néctares, polpas, leite condensado, álcoois, açúcares,

licores e bebidas em geral, sorvetes, entre outros (PINHEIRO et al., 1984). Segundo

MAIA (2007), de uma maneira geral, as frutas têm um alto conteúdo de umidade e um

baixo teor de gordura e proteínas. O valor calórico, portanto, é derivado principalmente

dos carboidratos. FERREIRA et al. (2000) mencionam que entre os carboidratos se

encontram em primeiro lugar os açúcares, que podem ser considerados como as

principais substâncias das frutas. Os diversos grupos de frutas contêm a seguinte

quantidade de açúcares, em geral: frutas com sementes de 8 a 15%; frutas com caroço

de 6 a 12%; uvas de 13 a 20% e as diversas espécies de laranjas de 3 a 13%.

O teor em ácido cítrico pode ser explicado em função do grau de maturação do

fruto, uma vez que à medida que o fruto amadurece o teor de ácido cítrico diminui. As

frutas tropicais são geralmente ácidas, com pH variando entre 2,0, para cajá, até 5,59,

para mamão. Melão e mamão possuem geralmente pH mais elevado. As frutas possuem

quantidades elevadas de sólidos solúveis, de 5,7 °Brix, para acerola, até valores maiores

que 25 °Brix, em algumas variedades de bananas; sendo estes sólidos compostos

principalmente de açúcares, em maior quantidade, e de menores quantidades de ácidos

orgânicos e outros componentes (MAIA, 2007).

Diante de tais informações torna-se pertinente estudar as características

nutricionais das principais variedades de tangerinas cultivadas no Brasil, Ponkan e

Murcott, bem como das novas variedades como a tangerina Fremont que chega para

ampliar o mercado de frutas frescas garantindo qualidade para o consumidor com menor

custo de produção para o produtor.

A tangerina Ponkan, uma das variedades mais cultivadas no mundo, possui frutos

de fácil descascamento, tamanho avantajado, média de oito sementes por fruto, peso

médio de 138 g, casca de cor alaranjada forte, espessura média e vesículas de óleo

7

salientes. Tem polpa de cor alaranjada e textura frouxa. O suco corresponde a 43% do

peso do fruto, com teores médios de sólidos solúveis de 10,8%. A cultivar apresenta

maturação dos frutos de precoce à meia estação, ou seja, ratio > 12 antes de abril (PIO

et al., 2006).

O tangor Murcott é a segunda variedade mais importante cultivada em São Paulo,

servindo tanto para a indústria como para o consumo in natura, possui frutos de formato

achatado com média de 20 sementes por fruto, peso médio de 140 g, com uma pequena

cavidade no eixo central, sua casca é de cor laranja vivo, com espessura fina, aderente e

com vesículas de óleo em nível. A polpa é de cor laranja vivo e sua textura é firme. O

suco corresponde a 48% do peso do fruto, com teores médios de sólidos solúveis de

12,6 oBrix e 0,92% de acidez titulável (FIGUEIREDO, 1991).

A tangerina Fremont é resultante do cruzamento entre clementina e tangerina

Ponkan, apresenta plantas de porte médio, frutos de maturação precoce à meia estação,

de tamanho médio, forma oblata, casca lisa e ligeiramente frouxa, massa média de 103

g, com média de 13 sementes por fruto, casca e polpa de coloração alaranjada forte,

51% de rendimento em suco, teor de sólidos solúveis de 12 ºBrix e acidez titulável de

1,0% (PIO et al., 2005). Vale ressaltar que essa variedade, segundo PACHECO et al.

(2012), é resistente à mancha marrom de alternária.

2.4 Mancha marrom de alternária

A mancha marrom de alternária (MMA) é uma doença importante que acomete

muitas tangerinas e seus híbridos, o agente causal é a Alternaria alternata, fungo

saprófita facultativo, que se reproduz em material vegetal afetado, presente na árvore ou

caído no solo, por meio da formação de conídios (esporos assexuais) (LLORENS et al.,

2013). Na presença de chuva ou mudanças bruscas na umidade relativa do ar tais

esporos são liberados, caso estas estruturas (conídios) entrem em contato com o tecido

suscetível da planta (frutos, ramos e folhas) pode ocorrer à germinação dos esporos com

consequente liberação da toxina seletiva ao hospedeiro tangerina (ACT) (KOHMOTO

et al., 1993). Os sintomas surgem 24-48 horas após infecção (TIMMER et al., 2000)

causando diminuição da produtividade e perda do valor comercial dos frutos infectados

(PEEVER et al., 2004).

As variedades Ponkan e Murcott são as mais cultivas e consumidas no sudeste

do Brasil, correspondendo a 80% dos pomares plantados no estado de São Paulo,

principal estado produtor de tangerina no Brasil (BOTEON, 2007). Em 2010, foram

8

comercializadas 130 mil toneladas de tangerinas na Companhia de Entrepostos e

Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), sendo que a tangerina Ponkan participou

com 50% deste montante, seguida pelo tangor Murcott com 32% (CQH-CEAGESP,

2011). Fato este extremamente preocupante, uma vez que tais variedades são

consideradas extremamente suscetíveis ao fungo causador da MMA (PACHECO et al.,

2012).

O aparecimento da MMA no Brasil ocorreu em 2001, em pomares de tangerina

Dancy (GOES et al., 2001) e, em 2002, estava presente em diferentes estados brasileiros

produtores de tangerinas (SPÓSITO et al., 2003). Tal doença passou a ser um fator

limitante na produção das tamgerineiras, uma vez que de 2003 até 2013 o Brasil

reduziu, aproximadamente, 14 mil hectares de área colhida de tangerina, o equivalente a

diminuição de, aproximadamente, 366 mil toneladas (IBGE, 2014). Perda esta que se

deve quase que exclusivamente à dificuldade de se controlar este fungo, A. alternata,

uma vez que existem poucos produtos químicos utilizados e registrados para a cultura,

nas diferentes regiões produtoras do Brasil (AGROFIT, 2015).

No entanto, devido à falta de eficácia destes produtos e ao fato da disseminação

do fungo estar altamente condicionada às condições ambientais, são necessárias várias

aplicações para reduzir a severidade da doença, podendo chegar a 15 aplicações por

ciclo de cultivo (VICENT et al., 2009), aumentando muito o custo de produção de uma

cultura que já tem custos operacionais elevadíssimos. Sem falar que mesmo com o

aumento do número de pulverizações o agente patogênico, muitas vezes, não pode ser

completamente controlado, e a utilização de variedades suscetíveis torna-se impraticável

(SOUZA et al., 2009).

Como consequência, a seleção de variedades resistentes ao fungo causador da

MMA torna-se uma medida urgente e, vem a ser a maneira mais econômica e viável de

controle da doença.

2.5 Importância histológica para o mecanismo de defesa da planta

Milhares de micro-organismos se encontram em associações ou interações com as

plantas, as quais podem ser neutras, benéficas ou prejudiciais. Dentre as interações

prejudiciais destaca-se o parasitismo, ou seja, organismos que vivem em associação

com outros aos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente

prejudicando o organismo hospedeiro, ocasionando o que chamamos de doenças

infecciosas (AGRIOS, 1988).

9

As três maiores categorias de organismos causadores de doenças nas plantas são

os fungos, os procariontes (bactérias e micoplasmas) e os vírus. Em função da presença

desses patógenos, as plantas podem exibir alterações no hábito de crescimento e na

produção, sendo que em muitos casos o vegetal acaba morrendo (JACKSON &

TAYLOR, 1996).

A maioria dos patógenos retira seus nutrientes do hospedeiro, que na maioria das

vezes se encontram no interior do protoplasma das células vegetais e, para ter acesso

aos mesmos, os patógenos devem vencer as barreiras externas, formadas pela cutícula

e/ou parede celular, promover a colonização interna dos tecidos, bem como neutralizar

as reações de defesa das plantas. Para isso, utiliza-se principalmente de substâncias tais

como enzimas, toxinas e hormônios, cuja importância varia grandemente nas interações

hospedeiro-patógeno (PASCHOLATI, 1995).

Por outro lado, as plantas necessitam se defender dos micro-organismos

potencialmente invasores e elas fazem isso por meio de mecanismos de defesa

constitutivos ou pós-formados e induzidos ou pré-formados. No caso dos pré-formados,

podemos citar fatores estruturais, como a cutícula, tricomas, estômatos, vasos

condutores ou fatores bioquímicos, os quais envolvem a presença de fenóis, alcalóides,

fototoxinas, glicosídeos cianogênicos e glicosídeos fenólicos. Já para os pós-formados,

as barreiras estruturais podem envolver a lignificação, suberificação, formação de

papilas e de camadas de abscisão e de cortiça, bem como as tiloses. Enquanto os

bioquímicos pós-formados englobam o acúmulo de fitoalexinas e de proteínas

relacionadas à patogênese (PR-proteins), bem como a atividade de quitinases e B-1,3-

glucanases (PASCHOLATI & LEITE, 1994).

Buscando compreender melhor esses mecanismos de defesa da planta em relação a

seus hospedeiros e assim chegar numa melhor explicação para sua resistência varietal,

técnicas histoquímicas são consideradas ferramentas importantes, pois auxiliam na

identificação da composição química de paredes e conteúdo celular de diferentes tecidos

(DÔRES, 2009). Dessa forma, o estudo histológico e histoquímico vegetal são

igualmente importantes para as análises ficológicas e fitopatológicas, uma vez que

permitem avaliar a interação planta-patógeno.

2.6 Análise sensorial

A análise sensorial é essencial para aferir, analisar e interpretar as reações

produzidas pelas características dos alimentos e a forma como são percebidas pelos

10

órgãos dos sentidos humanos (ABNT, 1993). A escolha de um método de análise

sensorial para desenvolvimento de produto está baseada na resposta a, pelo menos, uma

de três questões fundamentais: O produto é aceito pelos consumidores? Existe diferença

perceptível entre o produto em estudo e algum produto convencional similar? Quais os

principais pontos de diferença? Os testes sensoriais podem ser divididos em métodos

discriminativos ou de diferença, descritivos ou analíticos, e afetivos ou subjetivos

(MEILGAARD et al., 1999).

Os métodos discriminativos (duo-trio, comparação pareada, teste triangular, teste

de ordenação, teste por comparação múltipla) são usados para detectar ou não a

existência de diferenças sensoriais entre as amostras analisadas, os quais podem ser

empregados para o controle de qualidade, desenvolvimento de novos produtos e para

testar a precisão e a confiabilidade dos julgadores (CHAVEZ, 2001). Já os testes

descritivos (perfil de sabor, análise descritiva quantitativa, perfil de textura) são

utilizados para descreverem (aspectos qualitativos) e quantificarem (aspectos

quantitativos) as informações referentes a característica que está sendo analisada.

Enquanto que os testes afetivos (teste de preferência, teste de aceitação) acessam

diretamente a opinião do consumidor de um produto, sobre suas características

específicas ou sobre ideias do mesmo. As principais aplicações dos testes afetivos são a

manutenção da qualidade do produto, otimização de produtos ou processos e

desenvolvimento de novos produtos. São os testes que medem o quanto uma população

gostou ou não de um produto, para avaliar a sua preferência e aceitabilidade (CIVILLE

& SZCESNIAK, 1973; STONE & SIDEL, 1993; MEILGAARD et al., 1999).

O teste de aceitabilidade reflete o desejo de uma pessoa em adquirir um produto,

demonstrando a reação do consumidor diante de vários aspectos em relação ao produto

analisado (MORAES, 1988).

Já o teste de ordenação tem como objetivo comparar diversas amostras ao mesmo

tempo, com relação a um determinado atributo e verificar se estas diferem entre si. O

princípio do teste consiste em apresentar as amostras ao julgador e solicitar que o

mesmo ordene-as em ordem crescente ou decrescente do atributo avaliado, de acordo

com a sua preferência ou intensidade da característica analisada. O número limite de

amostras varia entre três e dez (ANZALDÚA-MORALES, 1994).

Enquanto que o teste de preferência mostra qual a amostra é preferida em

detrimento a outra, é uma apreciação pessoal, vai além da qualidade do alimento, por

isso são necessárias equipes grandes de julgadores para se obter uma diferença

11

estatística significativa nos resultados, representando de forma satisfatória a população

à qual o produto se destina (ANZALDÚA-MORALES, 1994). Para se determinar a

preferência podem ser utilizados métodos pareados, por ordenação ou por escala

hedônica (MORAES, 1988).

Dessa forma, a análise sensorial dos alimentos é muito utilizada como meio de

controle de qualidade de inúmeras empresas, uma vez que com ela se consegue avaliar o

grau de aceitação da mercadoria pelo consumidor. Sendo possível determinar o ponto a

ser trabalhado para que sua aceitação seja maior. Fato este extremamente importante

visto que a manutenção da qualidade do alimento favorece a fidelidade do consumidor a

um produto específico em um mercado cada vez mais exigente.

2.7 Manejo versus produtividade em citros

No decorrer da história, a citricultura brasileira mostrou fases de expansão e

retração, prosperidade e decadência, estando a pesquisa sempre engajada em

proporcionar aos citricultores conhecimentos para manter a produção econômica com

frutos de qualidade independente de qualquer circunstância.

Dessa forma são realizados estudos de zoneamento climático, solo,

melhoramento, botânica, propagação, porta-enxertos, economia, fitossanidade em geral

e outras atividades fitotécnicas, para que a agricultura brasileira consiga substituir

métodos rotineiros por práticas e processos mais modernos, possibilitando ao produtor

incremento de produtividade e elevação de seus índices de qualidade. No caso da

citricultura paulista, a expansão da área plantada exigiu constantes ajustes no setor, de

modo a se adaptar a novas condições de produção, com aumento nos índices de

produtividade dos fatores de produção (terra, capital e trabalho) (VICENTE, 2002).

À medida que o incremento de produtividade dos fatores de produção e a

elevação dos índices de qualidade, elementos que definem a competitividade de cada

cultura, são condicionados pelos investimentos em geração e difusão de tecnologia, não

resta dúvida que a pesquisa científica e tecnológica contribui para o desenvolvimento da

citricultura (SECRETARIA, 2003). Evidentemente, a produtividade é função de fatores

fixos, mais difíceis de serem mudados nas plantações já estabelecidas, e de fatores

variáveis, que podem ser modificados a custos razoáveis em comparação às receitas a

serem auferidas.

12

2.7.1 Espaçamento

Dentre os fatores variáveis, comumente sob o controle do homem, destacam-se:

fertilização, irrigação, combate a plantas daninhas, pragas e doenças e densidade de

plantio (FURTADO, 2002). Alertando-se a tal fato, é muito importante adequar o

manejo a partir do momento em que novas variedades são selecionadas. De início o

estudo do espaçamento ideal é preciso, pois há muita diferença de arquitetura entre as

variedades cítricas, que podem ser classificadas de acordo com BITTERS et. al. (1979)

como: anãs em relação a padrões pré-estabelecidos, onde se observa redução de até

75% da copa em relação a esses padrões, semi-anãs (redução de 50%) e subestândarde

(redução de apenas 25% da copa). Cada genótipo exige um espaço mínimo para seu

crescimento, determinado pelo seu vigor.

Dessa forma, define-se espaçamento, como sendo a prática agrícola empregada

para estabelecer a distância a ser ocupada pelas plantas, sendo sua principal função,

delimitar a área a ser utilizada pelas plantas no que se refere à luz, água e nutrientes,

com a finalidade de se obter a máxima produtividade. Na citricultura paulista o

adensamento é uma prática que teve início no final da década de 1970, sendo, no início

dos anos 2000, usada por um número expressivo de produtores que buscam uma maior

produtividade por área (TEÓFILO SOBRINHO et al., 2002). Em 1980 falava-se em 250

árvores por hectare, contra 357 árvores em 1990, 476 árvores em 2000 e atualmente

existem pomares com quase 850 árvores por hectare (RABELO et al., 2012).

Os plantios cada vez mais adensados têm como objetivo aumentar a longevidade

dos pomares, evitando o esgotamento da planta por produções excessivas e obter um

retorno mais rápido dos investimentos, pois compensa os períodos de baixa

produtividade e os altos custos de implantação dos pomares (DE NEGRI & BLASCO,

1991). A necessidade de incrementar a produção de citros, por unidade de área, tem sido

considerada já há algum tempo em face das restrições na disponibilidade de terras,

expansão de outras culturas como a cana-de-açúcar, energia, colheita e aos demais

aumentos dos custos fixos do pomar (REITZ et al., 1978).

O adensamento em citros tem permitido otimizar o uso da terra e de máquinas,

promovendo maior cobertura da área, o que diminui o potencial erosivo. A busca por

combinações de variedades copa e porta-enxerto, adequadas para espaçamentos, e a

avaliação de até que ponto o adensamento beneficia a produtividade dos pomares

cítricos em relação ao espaçamento tradicional (300-400 plantas por ha-1

) tem sido

motivo de diversos experimentos no Brasil, principalmente no estado de São Paulo.

13

2.7.2 Raleio

A prática do raleio de frutos em tangerinas e seus híbridos é de extrema

importância, uma vez que esses citros fixam, após o florescimento e fertilização, uma

quantidade de frutos maior do que seria compatível com a capacidade da planta em

produzir com qualidade (MONSELISE & GOLDSCHMIDT, 1982). Por isso, o raleio

que consiste na retirada do excesso de frutos, é uma prática importante e se justifica no

manejo dos pomares de tangerinas, uma vez que tais frutas quando produzidas com

qualidade, ou seja, com tamanho, coloração, teor de sólidos solúveis, dentre outros

aspectos, adequados é muito rentável em pomares cuja produção é destinada ao

mercado de frutos in natura (KOLLER, 1994).

As tangerinas apresentam grande produção de flores e porcentagens variadas de

fixação de frutos (“pegamento”). Nas variedades com sementes essa taxa de pegamento

dos frutos é maior e, se for em excesso, as chances de alternância de produção são

elevadas, levando inclusive a morte da planta, como é o caso do tangor Murcott (PIO,

2010). A alternância de produção é comum no grupo das tangerinas e mais acentuada

em variedades como a tangerina Ponkan e o tangor Murcott, sendo caracterizada por

grande carga de frutos pequenos num ano, seguido de outro com pequena ou

insignificante produção (MOREIRA et al., 2011a). No ano de alta produção os frutos

são de tamanho reduzido, enfrentando problemas na comercialização (CRUZ et al.,

2010), já no ano sucessor, devido ao esgotamento das reservas das plantas, ocorre baixa

ou nenhuma produção, deixando a atividade pouco rentável para o produtor (MOREIRA

et al., 2011b).

Essa situação não é desejável na produção de citros destinada ao mercado in

natura, uma vez que a qualidade da fruta é requisito fundamental nessa área. O sabor, o

aroma, a aparência externa, o valor nutritivo, o preço e a ausência de resíduos químicos

e biológicos são os fatores que mais influenciam na decisão de compra de uma fruta

pelo consumidor, determinando também o preço recebido pelo produtor (GUARDIOLA

& GARCIA-LUIS, 2000). Dessa forma e com a intenção de produzir frutos de maior

calibre, melhorar as condições fitossanitárias do pomar e assegurar uma melhor

remuneração para o produtor de fruto cítrico de mesa a utilização da prática de raleio de

frutos (manual ou químico), associado ou não à poda, é uma das melhores

recomendações, uma vez que torna as plantas mais equilibradas, possibilitando

regularidade na produção (GAZZOLA & SOUZA, 1994).

14

Para produção de frutos de mesa, em pequenas propriedades com o uso de mão-

de-obra familiar, recomenda-se a prática do raleio manual (SCHWARZ et al., 1992),

cuja intensidade é calculada de acordo com a carga de fruto na planta e da capacidade

da combinação copa/porta-enxerto em nutrir satisfatoriamente os frutos remanescentes

na mesma (KOLLER, 1994). Quanto mais cedo for realizado o raleio manual melhor, de

preferência após a formação dos frutinhos, no entanto, frutos pequenos dificultam a sua

localização entre a folhagem densa, dificultando a realização dessa atividade, por isso,

recomenda-se o raleio manual quando os frutinhos possuem de 1,5 a 2,5 cm de diâmetro

(KOLLER, 1994). Vale mencionar que se o raleio for realizado tardiamente pode

resultar em menor tamanho dos frutos na colheita, uma vez que parte das reservas de

carboidratos na planta já foi transportada e utilizada pelos frutos raleados (RUIZ et al.,

2001).

Já em grandes propriedades de pomares cítricos comerciais, o raleio químico

vem sendo muito utilizado e mostra-se mais eficiente que o manual (SHARMA &

AWASTHI, 1990; BERHOW, 2000). Dentre os fitorreguladores utilizados para

promover o raleio, o Ethephon tem sido considerado o mais eficiente comparado a

outros fitorreguladores, como o ácido naftalenacético, 3,5,6-TPA, 2,4-DP, Fenotiol e

Etilclozate (SERCILOTO et al., 2003; DOMINGUES et al., 2001). A melhor época

para aplicação do ethephon depende das condições climáticas de cada localidade, de

acordo com SUZUKI et al. (1990) e ORTOLA et al. (1998) o período ideal é pós-

florada, cerca de 30 a 40 dias após o florescimento, quando os frutos se encontram entre

1,5 e 2,0 cm de diâmetro.

2.7.3 Variedade copa

O cultivo de tangerinas está baseado num número restrito de variedades e

híbridos, apesar da ampla diversidade genética deste grupo cítrico, fazendo com que

muitos pesquisadores desenvolvam trabalhos baseados em variedades que possam servir

como fonte alternativa de renda pelo citricultor, ou seja, variedades sem sementes

(visando o mercado externo – exportação), ampliar o período de safra (ofertando os

frutos no mercado de fruta fresca em épocas distintas evitando-se assim concorrência

com variedades consolidadas, como por exemplo a tangerina Ponkan, além de evitar

uma oferta de frutos maior que a procura, impedindo-se assim a queda dos preços) e

obter plantas de porte reduzido (possibilitando o adensamento de plantio e

15

consequentemente maior produtividade por área) (SOUZA et al., 2009; PIMENTEL et

al., 2014).

Essa busca constante por novas variedades que atendam as exigências do

mercado consumidor, apresentando facilidade no descasque, tamanho por volta de 7 cm

de diâmetro, coloração homogênea e atrativa, pouca semente e sabor agradável

(NÚÑEZ et al., 2008), bem como que atendam as exigências do citricultor, com plantas

produtivas, de fácil manejo e com frutos de qualidade (ratio entre 10-12), faz com que

surjam novos materiais com variabilidade genética adequada para diversas

características de importância agronômica (PACHECO et al., 2014).

Dentre as alternativas que vem sendo propostas tem-se a tangerina Fremont

(Citrus clementina Hort. ex Tanaka x Citrus reticulata Blanco), o híbrido TMxLP281

[(C. sinensis L. Osbeck x C. reticulata Blanco) x C. sinensis L. Osbeck)], a tangerina

Thomas (C. reticulata Blanco), dentre outras variedades que tem se mostrado bastante

promissoras.

2.7.3.1 Tangerina Fremont (C. clementina hort. ex Tan x C. reticulata Blanco)

A variedade Fremont é um híbrido resultante do cruzamento entre as tangerinas

Clementina e Ponkan, sendo estudada, primeiramente, por P.C. Reece, na Flórida e

posteriormente selecionada por J.R. Furr, na Califórnia, antes de ser liberada nos

Estados Unidos, em 1964. Apresenta maturação precoce de seus frutos, coloração de

casca amarelo-avermelhada já no início da maturação e, forma de fruto e textura de

casca muito semelhantes às clementinas (SAUNT, 1990). Essa variedade, segundo

FEICHETENBERGER et al. (2005) e PACHECO et al. (2012), possui a característica

de apresentar resistência à Alternaria alternata, fungo causador da mancha marrom de

Alternaria, doença que afeta a tangerina Ponkan e, principalmente, o tangor Murcott

aumentando demasiadamente os custos de produção da cultura.

Quanto ao seu desenvolvimento vegetativo, segundo PIO et al. (2006), a copa da

tangerina Fremont quando enxertada em limão Cravo ou tangerina Cleópatra apresenta

porte reduzido, o mesmo foi relatado por NÚÑEZ et al. (2007) quando tal variedade

copa foi enxertada sobre o citrumelo Swingle. Segundo a classificação de BITTERS et

al. (1979), a tangerina Fremont é considerada planta semi-anã em relação a padrões

preestabelecidos (laranja doce, limão Rugoso e citrange Troyer), podendo-se observar

uma redução de até 50% da copa em relação a esses padrões. O que é vantajoso sobre as

copas de plantas vigorosas, uma vez que uma planta pequena corresponde a uma

16

unidade produtiva mais eficiente; um controle de pragas e doenças mais eficaz e

econômico; uma colheita facilitada e menos onerosa; além de permitir adensamento do

pomar (DUNCAN et al., 1978; STUCHI, 1994).

Em relação à utilização de porta-enxertos para a variedade em estudo, NÚÑEZ

et al. (2007) relataram que o limão Cravo, o citrumelo Swingle, o tangelo Orlando e a

tangerina Cleópatra induzem produção acumulada de frutos, nos anos de 2000 a 2006;

índice de alternância de produção, no período de 2003 a 2006; e eficiência de produção,

no ano de 2006; similares. Enquanto que PIO et al. (2006) encontraram melhores

resultados em plantas enxertadas sobre a tangerina Cleópatra. Diante desse cenário,

torna-se importante estudar e diversificar as combinações copa e porta-enxerto,

buscando frutos de qualidade e maior produtividade, sem deixar de respeitar as

características e fatores limitantes de cada região produtora.

Quanto a qualidade de fruto a tangerina Fremont mostra-se bem atraente, uma

vez que seus frutos apresentam massa média de 103 g, rendimento de suco de

aproximadamente 45%, sólidos solúveis na faixa de 11,5 oBrix, acidez titulável por

volta de 1,0% e ratio de 11,7 (NÚÑEZ et al., 2007). Além de ser uma boa opção para

ampliação do período de safra, uma vez que seus frutos se fixam por mais tempo na

planta, ou seja, os frutos da variedade Fremont podem permanecer por até três meses a

mais na planta que os frutos das variedades Ponkan e Nules, sem perder suas

características organolépticas e de qualidade (PIO et al., 2006).

2.7.3.2 Tangerina Thomas (C. reticulata Blanco)

Variedade introduzida da África do Sul, caracterizada por apresentar frutos de

tamanho médio, forma oblata, casca lisa e aderente, coloração de casca laranja, ápice e

base truncados com pequeno colarinho, peso médio de 161 g, polpa alaranjada forte,

média de 16 sementes por fruto, rendimento de suco correspondente a 38% do peso do

fruto, 13,1 ºBrix, acidez de 1,2% e ratio de 10,1. Por apresentar um formato de fruto

semelhante aos frutos do tangor Murcott, sua inclusão no mercado de fruta fresca

poderá ser facilitada, além do fato dos frutos de tal variedade terem uma coloração de

casca e suco mais intensa, apresentarem maior facilidade de descasque, possuírem

menor número de sementes e mostrarem um período mais amplo de maturação que os

frutos do tangor Murcott, possibilitando dessa maneira expansão de safra (PIO et al.,

2005).

17

2.7.3.3 Híbrido TMxLP 281 [(C. sinensis L. Osbeck x C. reticulata Blanco) x C.

sinensis L. Osbeck)]

Híbrido originário do Brasil, resultante do cruzamento entre tangor Murcott e

laranja Pêra, obtido pelo Programa de Melhoramento de Citros do Centro APTA Citros

Sylvio Moreira/IAC, Cordeirópolis, SP, em 1977. Possui árvores de porte médio, com

alta produção e frutos de maturação precoce, com colheita entre abril e junho. Tais

frutos são de formato achatado, apresentam casca e polpa de coloração laranja intensa,

massa média de 145 g, rendimento de suco de 42%, 12,4 oBrix, 1,02% de acidez e ratio

de 12,1 (BONANI et al., 2013).

2.7.3.4 Tangerina Ponkan (C. reticulata Blanco)

A tangerina Ponkan, originária da Ásia (HODGSON, 1967), pertencente à

família das Rutáceas é considerada uma fruta pouco suculenta, aparentemente grande,

de maturação precoce a meia estação, de forma globulosa e achatada, com casca fina e

pouco aderente, sabor doce, e polpa de coloração alaranjada (DETONI et al., 2009).

Características estas que a torna muito apreciada para o consumo in natura, além de

apresentar grande aceitação por parte dos consumidores devido a vários aspectos, como

aparência, firmeza e ausência de defeitos (BASTIANEL, 2013; PIO et al., 2006).

2.7.3.5 Tangor Murcott (C. sinensis L. Osbeck x C. reticulata Blanco)

O tangor Murcott originou-se de um pomar dos Estados Unidos, onde era

chamado de tangerina Honey (SAUNT, 2000), foi propagado pela primeira vez por

Charles Murcott Smith, suas árvores possuem alto vigor, hábito de crescimento ereto e

folhas lanceoladas (DAVIES & ALBRIGO,1994), enquanto que seus frutos apresentam

tamanho médio, massa de 140 g, aproximadamente 20 sementes por fruto, formato

achatado, casca de cor laranja, espessura fina, aderente e com vesículas de óleo em

nível, além de possuir polpa de cor laranja, textura firme, e alto rendimento de suco,

representando cerca de 48% do peso do fruto, com teor de sólidos solúveis de 12,6

°Brix e 0,92% de acidez titulável (FIGUEIREDO, 1991). No Brasil foi introduzido pelo

Instituto Agronômico (IAC), em 1948, para ser avaliado como porta-enxerto em

presença do vírus da tristeza dos citros, contudo, devido à sua maturação tardia, na

década de 60, o mercado interno de fruta fresca se interessou por seus frutos, uma vez

que os mesmos atingiam seu pico de maturação entre os meses de agosto e novembro

(POMPEU JÚNIOR, 2001).

18

2.7.4 Porta-enxerto

É de extrema relevância estudar o uso de diferentes porta-enxertos para citros,

pois os mesmos afetam muitas características das variedades copas, como vigor,

precocidade de produção, produção, época de maturação, massa e coloração da casca

dos frutos, teor de açúcares e de ácidos do suco, permanência dos frutos na planta,

conservação da fruta após a colheita, tolerância da planta à salinidade, seca, geada,

doenças, dentre outros fatores (POMPEU JÚNIOR, 2005; CHAGAS et al., 2007). Por

esse motivo, a escolha da variedade a ser utilizada é uma fase muito importante no

planejamento do pomar, devendo ser levadas em consideração características de clima,

solo, variedade-copa, porta-enxerto e manejo (SCHÄFER et al., 2001), bem como, os

problemas fitossanitários que acometem a cultura na região (PASSOS et al., 2006).

Por razões botânicas e históricas, apesar da ampla diversidade dentro do gênero

Citrus, um número pequeno de porta-enxertos é utilizado nos plantios comerciais, o que

torna a citricultura brasileira vulnerável, colocando em risco sua continuidade caso

ocorra uma nova praga ou anomalia (MOURÃO-FILHO et al., 2008). Além disso, a

utilização generalizada de um mesmo porta-enxerto para todas as variedades-copas,

provavelmente não atende às características peculiares de cada variedade, impedindo

que a planta, mesmo recebendo os tratos culturais adequados, manifeste todo o seu

potencial produtivo (POMPEU JUNIOR et al., 2002). Portanto, a diversificação de

porta-enxertos é uma necessidade prioritária para garantir o sucesso da atividade

citrícola nas próximas décadas.

A escolha do porta-enxerto está relacionada com a estratégia de produção e com

as particularidades de cada país ou região em que o mesmo será utilizado. Logo, um

porta-enxerto para as condições do Brasil, além de boa produção e qualidade de fruto,

deverá apresentar características essenciais como a tolerância ao vírus da tristeza, a

morte súbita dos citros e à gomose de Phytophthora; como aspectos desejáveis a

tolerância ao declínio dos citros, a resistência à seca, compatibilidade com as principais

copas, elevado número de sementes, poliembrionia nucelar e poder ananicante; e como

fator de menor importância a tolerância ao frio (BLUMER, 2005).

Os porta-enxertos mais utilizados no Brasil, desde 2001 até os dias de hoje, são:

limão Cravo (Citrus limonia Osbeck), citrumelo Swingle [C. paradisi Macfad. x

Poncirus trifoliata (L.) Raf.], trifoliata [Poncirus trifoliata (L.) Raf.], tangerina

Cleópatra (C. reshni hort. ex Tanaka), tangerina Sunki [C. sunki (Hayata) hort. ex

19

Tanaka], limão Volkameriano (C. volkameriana V. Ten. & Pasq.), limão Rugoso (C.

jambhiri Lush.) (CARVALHO, 2001). Segundo AMARO & BAPTISTELA (2010),

baseados nos levantamentos mais recentes do Fundecitrus, a utilização dos porta-

enxertos, nos viveiros, estava dividida em 65% de limão Cravo; 19% de citrumelo

Swingle; 6% de tangerina Sunki; 5% de tangerina Cleópatra; e 5% em outros porta-

enxertos.

2.7.4.1 Limão Cravo (Citrus limonia Osbeck)

O limão Cravo, destacado dentre os demais porta-enxertos pelo alto vigor, alta

produtividade, precocidade de produção e tolerância à seca (CARVALHO, 2001), é o

principal porta-enxerto da citricultura brasileira. Embora tolerante ao vírus da tristeza

(GRANT et al., 1961) tal porta-enxerto se mostra suscetível a outras doenças como

xiloporose, exocorte (MOREIRA, 1956), gomose, declínio e morte súbita dos citros

(BERETTA et al., 1986; BASSANEZI et al., 2002). Plantas enxertadas em limão Cravo

geralmente têm boas safras a partir do terceiro ano de idade; melhor comportamento

quando cultivadas em solos arenosos e profundos; produzem frutos grandes, de

qualidade média quanto à concentração de açúcares (sólidos solúveis e ratio), com

média de 12 sementes por fruto e época de maturação entre março e maio (TEÓFILO

SOBRINHO, 1991).

2.7.4.2 Citrumelo Swingle (C. paradisi Macfad. x Poncirus trifoliata (L.) Raf.)

O citrumelo Swingle é um dos porta-enxertos mais utilizados no mundo. No

Brasil, sua utilização vem crescendo anualmente, porém, ainda não se consolidou, em

virtude de sua incompatibilidade com a laranja Pêra (Citrus sinensis, Osbeck), a

principal variedade copa empregada na citricultura brasileira, além da incompatibilidade

com o limão Siciliano [Citrus limon, (L.) Burn] (POMPEU JÙNIOR, 1991). As

principais características deste porta-enxerto são resistência à gomose de Phytophthora,

ao nematoide dos citros (Tylenchulus semipenetrans Cobb) e ao frio, bem como

tolerância ao declínio e a morte súbita dos citros. As plantas enxertadas em citrumelo

Swingle apresentam médio vigor, ou seja, seu crescimento é mais vigoroso do que o

daquelas enxertadas em trifoliata e similar ao das enxertadas nos citranges, porém é

menor do que o das plantas sobre limão Cravo ou tangerina Cleópatra, o que propicia

custos menores de pulverização e de outros tratos culturais. Este porta-enxerto propicia

para suas copas frutos de boa qualidade, com alto teor de açúcar e rendimento de suco;

20

número médio de 20 sementes por fruto e período de maturação de maio a julho

(CARVALHO, 2001). Uma limitação para o uso do citrumelo Swingle é sua

incompatibilidade com variedades comerciais como laranja Pera, tangor Murcott, alguns

limões verdadeiros e com a laranja Roble (POMPEU JUNIOR & BLUMER, 2014).

2.7.4.3 Trifoliata (Poncirus trifoliata (L.) Raf)

O trifoliata é uma planta cítrica com características marcantes quando

comparada às demais, a principal delas é possuir a lâmina foliar dividida em três partes

que imitam pequenas folhas, que na verdade são folíolos de uma única folha, o que é

reconhecido em seu nome, trifoliata (POMPEU JUNIOR, 2005). São plantas que, ao

contrário dos cítricos comerciais, entram em dormência após períodos contínuos de

baixas temperaturas, perdem suas folhas (plantas caducas) e assim são mais resistentes

ao frio (NÚÑEZ et al., 2011). Como porta-enxertos, os trifoliatas geralmente induzem

plantas com crescimento mais lento, uma vez que apresentam ciclos vegetativos mais

definidos, no qual as copas entram em repouso mais rapidamente no final do outono e

retomam o crescimento mais lentamente no final do inverno. Dessa forma em função do

crescimento lento, das condições edafoclimáticas, da variedade copa, da existência de

variantes menos vigorosas, como o Flying Dragon, os trifoliatas são de um modo geral

considerados redutores de porte de plantas, com potencial nanicante, que pode se

expressar em maior ou menor intensidade, podendo ser cultivados em pomares

adensados (POMPEU JÚNIOR & BLUMMER, 2006; CANTUARIAS-AVILÉS et al.,

2010). Plantas enxertadas em Poncirus trifoliata apresentam produções comerciais a

partir do quarto ano de idade; sua produtividade é proporcional ao seu tamanho,

portanto recomenda-se o seu plantio em menores espaçamentos; seus frutos apresentam

um ótimo sabor, através da combinação de altos índices de açúcar com uma acidez

levemente acentuada, tamanho reduzido e época de maturação de março a maio

(STENZEL et. al., 2005a; CANTUÁRIAS- AVILÉS et al., 2011).

2.7.4.4 Trifoliata Flying Dragon [Poncirus trifoliata (L.) Raf var. monstrosa]

Esta variação genética do trifoliata, clone de mutação natural de P. trifoliata,

apresenta como características marcantes os espinhos significativamente curvados,

geralmente para baixo, e os ramos sinuosos, crescendo em forma de zig-zag e,

frequentemente, com curvaturas acentuadas (STUCHI et al., 2003). Seu uso vem

crescendo no Brasil em virtude de diversos atributos, porém dois são frequentemente

21

destacados nas pesquisas da área, são eles indução de porte reduzido nas plantas e frutos

de alta qualidade nas copas de diversas variedades cítricas (CASTLE, 1995). As demais

características são muito parecidas com as dos trifoliatas comuns. Plantas enxertadas em

Flying Dragon desenvolvem-se muito lentamente e atingem 1/3 a 1/2 do tamanho de

plantas sobre outros porta-enxertos, na fase adulta, assim, este porta-enxerto é

considerado um verdadeiro ananicante (STUCHI et al., 2003). De um modo geral, as

tangerinas comportam-se muito bem sobre Flying Dragon atingindo vantagens

significativas como portes médios, frutos de qualidade e boas produções, uma vez que

devem ser plantadas em altas densidades, até 1000 plantas por hectare, tendo, dessa

forma, uma produtividade bastante atraente para cultura (BRUGNARA et al., 2009).

Quanto à resistência a doenças, acredita-se que o Flying Dragon assemelhe-se aos

trifoliatas comuns, sendo bastante resistente à gomose de Phytophthora, ao nematoide

dos citros (Tylenchulus semipenetrans Cobb), a tristeza e a morte súbita dos citros

(MEDINA et al., 2000; DONADIO & STUCHI, 2001). Sendo o inconveniente deste

porta-enxerto a sua incompatibilidade com a laranja Pera e com o tangor Murcott, além

da baixa resistência à seca (DONADIO, 1999).

2.7.5 Armazenamento à frio

Tão importante quanto os aspectos levantados anteriormente são as questões

referentes à maturação e ao armazenamento dos frutos, uma vez que os mesmos

influenciam diretamente na compra do consumidor, que por sua vez, compra pelos olhos

e, posteriormente, torna-se cliente fiel a um produto quando o mesmo agrada seu

paladar.

Buscando um melhor visual e um maior tempo de prateleira para frutas e

hortaliças a conservação pós–colheita torna-se uma ferramenta de grande importância,

uma vez que possibilita que tais produtos cheguem ao consumidor sem alterações em

seu valor nutritivo, aspecto e gosto. Para tanto, o processo de conservação deve partir de

produtos com boa qualidade na colheita e colhidos no grau de maturação adequado a

cada espécie (EMBRAPA, 2013).

Vale lembrar que quase todas as tangerinas apresentam um curto período de

safra e são bastante suscetíveis ao manuseio durante a colheita, armazenamento e

transporte. Por possuírem casca frágil e sensível às injúrias, apresentam uma tendência

de se tornarem flácidas, enquanto que internamente a polpa torna-se pouco suculenta,

havendo ainda diminuição da acidez. Quando os frutos são deixados na planta por um

22

pequeno período depois de atingido o pico de sua maturação, o suco adquire sabor

insípido. Entretanto, se manuseado com cuidado e colhido antes desse período, podem

ser estocados por algumas semanas e às vezes por um longo tempo (SAUNT, 1990).

Por isso, é fundamental conhecer a resistência de cada produto ao

armazenamento refrigerado, pois o adequado armazenamento dos frutos permite

também ampliar o período de comercialização e consumo, constituindo–se em maior

segurança de venda, gerando melhores remunerações.

3 MATERIAL E MÉTODOS

O Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC, Cordeirópolis, SP, conduz um

amplo programa de melhoramento genético de citros, visando explorar as fontes de

resistência a pragas e doenças, e assim chegar num número maior de variedades para a

citricultura. Além dos cruzamentos, diversas introduções foram realizadas, dentre elas

merece destaque a tangerina Fremont - IAC 543 (Figura 1), resultante do cruzamento

entre clementina (Citrus clementina Hort. ex Tan) e tangerina Ponkan (Citrus reticulata

Blanco), realizado nos EUA. É uma variedade resistente à Alternaria alternata, fungo

causador da mancha marrom de alternária, tornando-se o foco desta pesquisa.

Figura 1 - Planta adulta (esquerda) e frutos (direita) da tangerina Fremont na época

ideal de colheita (mês de junho).

3.1 Análise histológica

As avaliações histológicas das folhas das plantas de tangor Murcott – IAC 221, do

híbrido TMxLP 281 e das tangerinas Ponkan – IAC 172, Fremont e Thomas – IAC 519

foram realizadas no Laboratório de Anatomia de Plantas na Universidade Federalde

23

Lavras (UFLA), Departamento de Biologia, e os espécimes vegetais estudados foram

colhidos no lote de plantas matrizes do Centro de APTA Citros Sylvio Moreira/IAC.

As folhas foram coletadas em três posições na copa das plantas das quatro

variedades analisadas (Fremont, Ponkan, Murcott e TMxLP281), sendo base, meio e

alto da copa, sempre de folhas localizadas no lado oeste da planta. As avaliações foram

feitas a partir de observações microscópicas de secções paradérmicas e transversais

obtidas com um micrótomo mesa (modelo LPC) usando lâminas de aço inoxidável

(lâminas de barbear) e um micrótomo semi-automático (KD-3368, Ciencor Scientific,

São Paulo, Brasil), respectivamente.

3.1.1 Cortes paradérmicos

Foram coletadas quatro folhas adultas ou completamente expandidas (7,5 cm) e

quatro folhas jovens (3,5 cm) por variedade, com três repetições. Tais folhas foram

fixadas em FAA 70% (formaldeido, ácido acético glacial p.a. e etanol 70%, na

proporção de 0,5:0,5:9) por um período de 72 horas, preservando-se assim a estrutura

foliar, e posteriormente conservadas em etanol 70% (v v-1), tornando mais seguro o

manuseio do material (KRAUS & ARDUIN, 1997). As secções paradérmicas foram

obtidas da região mediana de cada uma das folhas coletadas, as quais foram clarificadas

com hipoclorito de sódio a 50% (comercial) durante 10 minutos, lavadas em água

destilada por duas vezes durante 10 minutos, coradas com solução de safranina 1% (m

v-1), sendo posteriormente montadas em lâmina e lamínula com gelatina glicerinada de

kaiser e seladas com resina de nitrocelulose. Tais lâminas foram observadas e

fotografadas em microscópio óptico modelo Olympus BX 60 acoplado à câmera digital

Canon A 630. As imagens foram analisadas em software para análise de imagens

UTHSCSA-ImageTool versão 3.0, com medição de quatro campos por repetição para

cada variável analisada.

As características anatômicas avaliadas foram: número de estômatos, número de

células epidérmicas, diâmetro polar dos estômatos, diâmetro equatorial dos estômatos,

densidade estomática ( ), índice estomático ( ) e

funcionalidade estomática ( ) (CASTRO et al., 2009).

O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x4x2 (três

posições na copa da planta, quatro genótipos de Citrus, dois tipos de folhas) com cinco

repetições, a parcela experimental foi considerada como uma folha por planta. As

24

análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa estatístico SISVAR 5.0

(FERREIRA, 2011). Antes da realização de uma análise paramétrica, os dados foram

testados quanto à sua normalidade e os que não apresentaram distribuição normal,

foram transformados. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias

comparadas pelo teste de Scott-Knott, com 5% de probabilidade de erro.

3.1.2 Cortes transversais

Foram coletadas quatro folhas adultas ou completamente expandidas (7,5 cm)

por variedade, com três repetições. Tais folhas foram fixadas em FAA 70%

(formaldeido, ácido acético glacial p.a. e etanol 70%, na proporção de 0,5:0,5:9) por um

período de 72 horas, preservando-se assim a estrutura foliar, e posteriormente

conservadas em etanol 70% (v v-1), tornando mais seguro o manuseio do material

(KRAUS & ARDUIN, 1997).

Para confecção do laminário permanente, fragmentos na região mediana das

folhas foram desidratadas em série crescente de etanol, infiltradas e incluídas em

hidroxietil-metacrilato Leica® (Heidelberger, Alemanha) segundo recomendações do

fabricante. As amostras foram seccionadas em micrótomo semi-automático (KD-3368,

Ciencor Scientific, São Paulo, Brasil) coradas com azul de toluidina 1% e montadas em

bálsamo do Canadá.

As lâminas foram analisadas em microscópio trinocular Olympus CX41

(Olympus, Tokyo, Japan) com sistema de captura acoplado, sendo as análises realizadas

no software de análise de imagens UTHSCSA-ImageTool versão 3.0. As características

anatômicas avaliadas foram: espessura da epiderme da face adaxial, espessura da

epiderme da face abaxial, espessura do parênquima paliçádico, espessura do parênquima

esponjoso, diâmetro das cavidades secretoras e distância entre as cavidades secretoras

da face adaxial das folhas.

O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x4 (três

posições na copa da planta e quatro genótipos de Citrus) com nove repetições, a parcela

experimental foi considerada como uma folha por planta. As análises estatísticas foram

realizadas utilizando-se o programa estatístico SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2011). Antes

da realização de uma análise paramétrica, os dados foram testados quanto à sua

normalidade e os que não apresentaram distribuição normal, foram transformados. Os

dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de

Scott-Knott, com 5% de probabilidade de erro.

25

3.2 Análise sensorial

Os testes sensoriais foram realizados no Laboratório de Qualidade e Pós-colheita

de Citros, do Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC, Cordeirópolis, SP, e conduzidos

em cabines individuais, com iluminação branca, com a participação de julgadores não

treinados. A aprovação ética foi dada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres

Humanos da UFSCar, sob o Protocolo Nº 2305.0.000135-11. Todos os indivíduos

assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de participar no

estudo (Resolução 196/96 - Conselho Nacional de Saúde).

Vale mencionar que todos os frutos utilizados nos testes sensoriais passaram por

análises de qualidade (análises físico-químicas), realizadas no Laboratório de Qualidade

e Pós-Colheita do Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC, Cordeirópolis-SP, antes da

aplicação do teste de aceitação e intenção de compra, bem como do teste de ordenação e

preferência. Sendo avaliados a massa dos frutos (g) obtida em uma balança Filizola com

capacidade para 15 kg e precisão de 5 g; diâmetros longitudinal (Ǿ L) e transversal (Ǿ

T), em centímetros, por leitura direta em uma régua tipo calha graduada; rendimento de

suco, determinado após esmagamento do fruto em extratora OIC modelo OTTO 1800 e

calculado através da relação massa do suco/massa do fruto e expresso em porcentagem;

acidez (g 100 g-1

em solução N%), obtida por titulação, com uma solução padronizada

de 0,3125 N de NaOH, usando-se fenolftaleína como indicadora, sendo a concentração

de acidez expressa em porcentagem; sólidos solúveis (ºBrix), determinados por leitura

direta em refratômetro B&S modelo RFM 330; ratio, calculado através da relação

sólidos solúveis/acidez, a qual indica o estádio de maturação dos frutos cítricos; e a

coloração da casca dos frutos determinada pelo método instrumental em cinco pontos de

cada amostra, utilizando-se o colorímetro digital (Minolta CR-400), com determinação

dos valores L* (indica luminosidade), a* (indica variação de cor do verde até o

vermelho) e b* (indica variação de cor do azul até o amarelo) (PAPADAKIS et al.,

2000). Com os valores de a* e b* calculou-se o ângulo hue (ºh=tan-1

(b*/a*)), que define

a tonalidade de cor, e o chroma que define a intensidade da cor

(MCGUIRE, 1992).

26

3.2.1 Teste de aceitabilidade e intenção de compra da tangerina Fremont

Frutos maduros da tangerina Fremont foram coletados em julho de 2012, em

plantas enxertadas sobre o limão Cravo – IAC 863, do experimento instalado em Mogi

Mirim/SP (descrito no item 3.3.2). As plantas estavam com quatro anos de idade.

Após a colheita os frutos selecionados para o teste in natura foram codificados

com três dígitos e oferecidos a 50 julgadores não treinados em pratos descartáveis, à

temperatura ambiente, acompanhados de água. Enquanto que os frutos destinados à

extração de suco foram lavados e submetidos ao processo de extração em máquina

extratora FMC fresh. Os sucos foram extraídos, codificados com três dígitos e, na

sequência, oferecidos a 50 julgadores não treinados em copos descartáveis, à

temperatura ambiente, acompanhados de água. Não houve adição de água, açúcar ou

qualquer tipo de conservante aos sucos utilizados no teste, os mesmos foram servidos ao

natural.

Os atributos sensoriais foram avaliados utilizando uma ficha de aceitabilidade

com escala hedônica de nove pontos, variando de “desgostei extremamente” (1) à

“gostei extremamente” (9). Na mesma ficha constavam perguntas sobre o que o

julgador mais gostou ou desgostou na amostra de acordo com a metodologia utilizada

por BEHRENS et al. (1999).

Para avaliar a atitude do consumidor sobre a compra da tangerina, foi utilizada

uma escala de intenção de compra de 5 pontos, com os termos "certamente não

compraria" (1) e "certamente compraria" (5) nos extremos da escala.

3.2.2 Testes de ordenação e preferência

Para a realização do teste de ordenação (ABNT, 1994) foram utilizados 30

julgadores não treinados, no qual foram entregues, aos julgadores, três frutos de cada

variedade analisada, tangerina Fremont, híbrido TMxLP281 e tangerina Ponkan, em

pratos descartáveis, codificados com três dígitos diferentes, à temperatura ambiente,

acompanhadas de biscoitos cream cracker e água para lavar o palato entre uma amostra

e outra.

Selecionaram-se os frutos destas variedades, pois os mesmos apresentam ponto

de colheita semelhante, maio de 2013, e podem estar no mercador na mesma época.

Conhecendo-se assim a preferência do mercado consumidor e o seu posicionamento em

relação a duas variedades novas (tangerina Fremont e o híbrido TMxLP 281) frente a

27

uma das variedades mais consumidas pelo mercado brasileiro (tangerina Ponkan). Para

isso, os julgadores tiveram que ordenar as amostras do menos para o mais de acordo

com os atributos avaliados: cor (-laranja/+laranja); tamanho (menor/maior); textura da

casca (-lisa/+lisa); firmeza do fruto (-firme/+firme); facilidade de descasque

(difícil/fácil); aroma (fraco/forte); sabor (-doce/+doce); fibrosidade (-fibroso/+fibroso);

no de sementes (-sementes/+sementes) e preferência (-gostou/+gostou).

A analise estatistica foi realizada por meio do teste de Friedman (p<0,05),

utilizando-se a tabela de Newel e MacFarlane citada pela ABNT (1994).

3.3 Análise fitotécnica

Para esses ensaios os pomares foram instalados no ano de 2009, nos municípios

de Mogi Mirim/SP, Porto Feliz/SP e Capão Bonito/SP (Figura 2), via convênio entre o

Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC, produtores e o Pólo Regional do Sudoeste

Paulista da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Figura 2 - Municípios do estado de São Paulo onde se encontram os ensaios que foram

utilizados para as avaliações fitotécnicas.

3.3.1 Espaçamento

Para determinação do melhor espaçamento para plantio da variedade Fremont,

experimentos foram instalados, em 2009, sobre o porta-enxerto limão Cravo (C. limonia

Osbeck), nos municípios de Porto Feliz/SP e Capão Bonito/SP, na Fazenda Ana Maria e

no Pólo Regional do Sudoeste Paulista, respectivamente.

28

Cinco diferentes espaçamentos foram estudados (Tabelas 1 e 2), variando-se

apenas a distancia entre as plantas e fixando-se o entre linhas em 6,0 metros (Capão

Bonito) e 7,0 metros (Porto Feliz). Determinou-se como espaçamento padrão o 6,0 x 3,5

metros (Capão Bonito) e o 7,0 x 3,5 metros (Porto Feliz).

O ensaio de Capão Bonito/SP (Figura 3) localiza-se nas coordenadas 24º 00’ de

latitude S e 48º 20’ de longitude W, a uma altitude de 705 metros; com clima do tipo

Cfb, clima temperado úmido com verão temperado, segundo a classificação de Koppen

(SETZER, 1966); e o solo do tipo Latossolo Vermelho (EMBRAPA, 1999). Já em Porto

Feliz (Figura 4), as coordenadas do ensaio foram 23º 12’ de latitude S e 47º 31’ de

longitude W, a uma altitude de 523 metros; com clima do tipo Cwa, segundo a

classificação de Koppen (SETZER, 1966); e solo do tipo Argissolo Vermelho-Amarelo

(EMBRAPA, 1999).

Figura 3 - Experimento de espaçamento da tangerina Fremont enxertada sobre limão

Cravo, Pólo Regional do Sudoeste Paulista (Capão Bonito/SP, 2011).

29

Figura 4 - Experimento de espaçamento da tangerina Fremont enxertada sobre limão

Cravo, Fazenda Ana Maria (Porto Feliz/SP, 2011).

As parcelas foram constituídas por 12 plantas, sendo três linhas com quatro plantas, e

para fins de avaliações, utilizaram-se as duas centrais. O ensaio foi locado em esquema

de blocos ao acaso, com quatro repetições.

Tabela 1 - Caracterização dos diferentes tratamentos avaliados, em relação ao

espaçamento entre linhas e entre plantas, densidade de plantio e proporção em relação

ao tratamento padrão, de tangerina Fremont, enxertada sobre limão Cravo (Capão

Bonito/SP, 2009).

Tratamentos Espaçamento

entre linhas

(m)

Espaçamento

entre plantas

(m)

Densidade de

plantio

(plantas ha-1

)

Acréscimo

de plantas

(%)

1 (padrão) 6,0 3,5 476 0

2 6,0 3,0 556 17

3 6,0 2,5 667 40

4 6,0 2,0 833 75

5 6,0 1,5 1111 133

30

Tabela 2 - Caracterização dos diferentes tratamentos avaliados, em relação ao

espaçamento entre linhas e entre plantas, densidade de plantio e proporção em relação

ao tratamento padrão, de tangerina Fremont, enxertada sobre limão Cravo (Porto

Feliz/SP, 2009).

Tratamentos Espaçamento

entre linhas

(m)

Espaçamento

entre plantas

(m)

Densidade de

plantio

(plantas ha-1

)

Acréscimo

de plantas

(%)

1 (padrão) 7,0 3,5 408 0

2 7,0 3,0 476 17

3 7,0 2,5 571 40

4 7,0 2,0 714 75

5 7,0 1,5 952 133

O desenvolvimento vegetativo das plantas foi avaliado através de aferições da

altura e diâmetro da copa, os quais foram mensurados com régua graduada, efetuando-

se medições paralelas ao eixo de crescimento geoposito da copa (altura) e paralelas ao

solo na altura de 1,5 m (diâmetro). Tais aferições foram efetuadas a partir de 2011, no

experimento de Capão Bonito/SP, e a partir de 2012, no experimento de Porto Feliz/SP,

e perduraram até 2014. O volume da copa foi calculado com os dados de altura e

diâmetro da planta, V=(2/3 π r2) x h, segundo a proposta de MENDEL (1956) e descrita

por STENZEL et al. (2005b). As produções foram monitoradas a partir de 2012, no

experimento de Capão Bonito/SP, e a partir de 2013, no experimento de Porto Feliz/SP,

e prosseguiram até 2014, através de pesagem direta de todos os frutos das plantas úteis,

na época de colheita da variedade estudada (mês de junho).

3.3.2 Porta-enxerto

O ensaio foi implantado em 2009, no sítio Lagoa Bonita, Mogi Mirim/SP (Figura

5), no qual foram avaliados quatro porta-enxertos, limão Cravo, citrumelo Swingle,

Poncirus trifoliata e Flying Dragon, para determinação do melhor porta-enxerto para

variedade copa tangerina Fremont, nas coordenadas 22º 25’ de latitude S e 46º 57’ de

longitude W, a uma altitude de 617 metros. O clima é do tipo Cfa, clima subtropical

úmido com verão quente e abafado, segundo a classificação de Koppen (SETZER,

1966). O solo do local do ensaio é do tipo Latossolo Vermelho Amarelo (EMBRAPA,

1999).

31

Figura 5 - Experimento com diferentes porta-enxertos para copa tangerina Fremont,

Sítio Lagoa Bonita (Mogi Mirim, SP, 2013).

As parcelas do experimento são compostas por 30 plantas, sendo três linhas com

dez plantas, e para fins de avaliações, utilizaram-se as quatro plantas centrais. O ensaio

foi locado em esquema de blocos ao acaso, com seis repetições.

Avaliou-se o desenvolvimento vegetativo e produção das plantas no período de

2012 a 2014, seguindo-se metodologia descrita para o ensaio de espaçamento. As

análises físico-químicas dos frutos foram realizadas no período de 2012 a 2014, nos

meses de junho.

Foram determinados os seguintes parâmetros: massa mensurada em uma balança

marca Filizola com capacidade de 15 kg; rendimento de suco quantificado pela relação

massa do suco/massa do fruto (em %); sólidos solúveis através de leitura direta em

refratômetro B&S, modelo RFM 330, no qual os dados foram corrigidos pela

temperatura e pela acidez do suco; acidez obtida por titulação de 25 mL de suco, com

uma solução de hidróxido de sódio de normalidade 0,3125 e usando-se fenolftaleína

como indicadora e; relação sólidos solúveis/acidez (Ratio) através da relação direta

entre os valores de sólidos solúveis e acidez, indicando o estádio de maturação dos

frutos cítricos (REED et al., 1986).

3.3.3 Raleio

Estes ensaios foram realizados em lotes de tangerina Fremont enxertadas em

limão Cravo, no município de Capão Bonito/SP (Figura 6) e em quatro diferentes porta-

enxertos (limão Cravo, citrumelo Swingle – IAC 401, Poncirus trifoliata – IAC 382,

32

trifoliata Flying dragon – IAC 718), no município de Mogi Mirim/SP. Em ambos os

experimentos três diferentes níveis de raleio foram propostos (Tabela 3).

Figura 6 - Foto representativa dos três tratamentos de raleio dos frutos da tangerina

Fremont enxertada sobre limão Cravo, Pólo Regional do Sudoeste Paulista (Capão

Bonito/SP, 2013).

As parcelas do experimento de Capão Bonito/SP possuíam 12 plantas, sendo três

linhas com quatro plantas, e para fins de avaliações, utilizaram-se as três plantas iniciais

da primeira linha da parcela. O ensaio foi locado em esquema de blocos ao acaso, com

quatro repetições. Já as parcelas do experimento instalado em Mogi Mirim/SP possuem

30 plantas, sendo três linhas com dez plantas, e para fins de avaliações, utilizaram-se as

três plantas iniciais da primeira linha da parcela. O ensaio foi locado em esquema de

blocos ao acaso, com quatro repetições.

Antes do desbaste foi feita uma amostragem prévia para aferição do total de frutos

por planta, para posterior retirada de 25 e 50%. Escolheram-se plantas com número de

frutos próximos. O experimento foi instalado nos anos de 2012, 2013 e 2014, após

queda natural dos ‘frutinhos’ - mês de dezembro.

Na época da colheita da tangerina Fremont, mês de junho, todos os frutos foram

coletados, das plantas úteis, e foram contabilizados o total produzido e, porcentagem de

fruto por tratamento.

33

Tabela 3 - Desbastes de frutos propostos para a tangerina Fremont, cujos

ensaios se encontram em dois municípios diferentes do estado de São Paulo.

Experimentos Avaliação Raleios

Capão Bonito/SP

Plantio: 2009

Pólo Regional do Sudoeste

Paulista

Mogi Mirim/SP

Plantio: 2009

Sítio Lagoa Bonita

Porcentagem de

frutos dentro dos

calibres:

< 5 cm

entre 5 e 6 cm

entre 6 e 7 cm

> 7 cm

3.4 Análise pós-colheita (armazenamento a frio)

Esses ensaios foram realizados no Laboratório de Pós-colheita de Citros, do

Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC, Cordeirópolis/SP. Frutos da tangerina

Fremont colhidos no ensaio de Capão Bonito (junho de 2012), passaram por análises

físico-químicas, conforme descrito no ítem 3.2, para posteriormente serem submetidos a

uma desinfecção superficial em solução de hipoclorito de sódio a 5%, logo após esse

tratamento, os frutos receberam uma aplicação de cera, de uso comercial, associada com

fungicida (cera UE – 16% citrosol – 4 mL de Imasalil+1L UE Poliet+goma) para evitar

o desenvolvimento de patógenos típicos de pós-colheita. Tal aplicação consistiu na

imersão dos frutos em uma solução de cera mais água reproduzindo a aplicação feita nas

unidades de processamento, em seguida os mesmos foram secos e submetidos aos

tratamentos de armazenamento. O experimento foi composto por quatro tratamentos:

frutos com e sem cera - armazenados a 10 oC [umidade relativa (UR) 90-95%] e frutos

também com e sem cera –armazenados a temperatura ambiente (21 oC e UR 60-65%).

As análises físico-químicas foram realizadas semanalmente (até 42 dias após

início da armazenagem). Como foram seis semanas de avaliações, o experimento foi

composto por seis lotes com três repetições de cada tratamento, contendo 10 frutos cada

(para o ensaio de perda massa) e 28 frutos cada caixa (para o ensaio de

armazenamento).

Concomitantemente, avaliou-se semanalmente (até 35 dias após início da

armazenagem) a aceitabilidade e intenção de compra de tais frutos, de acordo com a

metodologia descrita no ensaio de análise sensorial (item 3.2.1), porém com uma equipe

50% 25%

25%

50%

Testemunha

34

composta por 10 julgadores, pertencentes ao quadro de funcionários do Centro APTA

Citros Sylvio Moreira.

3.5 Análise bioquímica fina (quantificação de carotenoide)

A análise bioquímica fina, para quantificação de carotenoide, foi feita com o

suco extraído dos frutos da tangerina Fremont coletados na safra 2013-2014 (maio de

2014), nos experimentos localizados nos municípios de Mogi Mirim/SP e Capão

Bonito/SP-Brasil, e em San Giuliano/Córsega-França, safra 2014/2015 (janeiro de

2015), nas plantas do Banco de Germoplasma do INRA (Institut National de la

Recherche Agronomique). Tais sucos foram armazenados em frascos âmbar (volume de

100 mL), congelados a temperatura de -20 oC, para então serem transportados até o

local de análise, o Laboratório de Carotenoides e HPLC/Masse, UMR Qualisud, do

Departamento Persyst do Cirad (Centre de coopération internationale en recherche

agronomique pour le développement), na cidade de Montpellier, na França.

Extração de carotenoides: A quantificação dos carotenoides foi via HPLC, de

acordo com DHUIQUE-MAYER et al. (2005), na qual extraíram-se 10 mL de suco de

tangerina Fremont, adicionaram-se a este suco 20 mL de solvente (4/3 [v/v]

etanol/hexano) 0,1% BHT, 50 mg de MgCO3 e 500 µL de licopeno padrão interno (não

controlado[c]), agitou-se essa mistura por 5 min e após realizou-se a filtração em filtro

sintético no

2. Etanol e hexano foram sucessivamente utilizados para lavar os resíduos,

ou seja, foram utilizados 30 mL de etanol, seguidos de 30 mL de hexano e novamente

30 mL de hexano. Após essas três extrações sucessivas, o extrato foi colocado em um

funil de separação e 50 mL de NaCl a 10% foram adicionados. A fase aquosa foi

removida, enquanto a fase orgânica foi lavada três vezes com água destilada e

posteriormente seca com sulfato de sódio anidro. O extrato resultante foi então filtrado

através de um filtro sintético no 2 e submetido, na sequência, ao Rotavapor (37

oC, 100

mbar) até à secura completa. O resíduo foi dissolvido em 0,5 mL de diclorometano e 1

mL de uma mistura de MTBE/MeoH (80:20) e em seguida analisado por HPLC. A

comparação foi feita entre a área de licopeno (mAu*S) extraída da amostra e a área de

licopeno padrão fornecida por uma amostra da mesma quantidade (500 µL) seca sob

fluxo de azoto e dissolvida em 0,5 mL de diclorometano e 1 mL da mistura de

MTBE/MeoH (80:20). A diluição foi feita para a faixa/escala de análise.

Saponificação: o extrato em hexano foi evaporado até a secura completa em

Rotavapor (37oC, 100 mbar) até à secura completa. Dissolveu-se novamente 20 mL de

35

hexano, utilizou-se um frasco âmbar de 50 mL, no qual foram adicionados 20 mL de

KOH metanólico 10%. A saponificação foi realizada durante a noite, no escuro por 16

horas, à temperatura ambiente. A amostra foi agitada sob atmosfera de nitrogênio no

frasco selado. A amostra foi transferida para um funil de separação ao qual 50 mL de

água destilada foi adicionado para separar as camadas. A camada hexânica foi lavada

até ficar isenta de alcalinos. A camada metanólica de KOH foi extraída com 4 x 15 mL

de diclorometano. Os extratos foram reunidos e lavados para remover os alcalinos.

Vestígios aquosos de extratos orgânicos foram removidos com sulfato de sódio anidro,

em seguida os extratos foram filtrados e evaporados até a secura sob vácuo. Extratos de

carotenoides foram dissolvidos como descrito anteriormente [0,5 mL de diclorometano

e 1 mL da mistura MBTE/MeOH (8:20)]. As análises foram realizadas sob luz vermelha

para evitar a degradação de carotenoides durante a extração e saponificação.

Análise via HPLC dos carotenoides: os carotenoides foram analisados por

cromatografia líquida de alta eficiência de fase reversa usando um sistema Agilent 1100

(Marsey, França) de acordo com o método previamente publicado de CARIS et al.

(2003). Os carotenoides foram separados ao longo da coluna C30 [250 x 4,6 mm i.d., 5

μm YMC (EUROP GmbH)]; as fases celulares foram: H2O como eluente A, metanol

como eluente B e MTBE como eluente C. Taxa de fluxo foi fixada a 1 mL min-1

,

temperatura da coluna foi de 25 oC, e o volume de injeção foi de 20 μL. Um programa

de gradiente foi efetuado: a condição inicial de 40 % A/60 % B; 0-5 min, 20 % A/80 %

B; 5-10 min, 4 % A/81 % B/15 % C; 10-60 min, 4 % A/11 % B/85 % C; 60-71 min, 100

% B; 71-72 min, volta a condição inicial de reequilíbrio. Absorbância foi seguida a 290,

350, 450 e 470 nm usando Agilent 1100 detector de arranjo de fotoiodos. Dados

cromatográficos e espectros de UV-visível foram coletados, armazenados e integrados

utilizando um Chemstation Agilent mais software. Quantificação de carotenoides foi

realizada por meio de curvas de calibração com β-caroteno, β-criptoxantina, luteína,

licopeno, β-apo-8´-carotenal com cinco concentrações. Os coeficientes de correlação

variou 0,994-0,998. As recuperações foram determinadas através da adição de padrão

interno (licopeno) antes da extração de cada amostra analisada e usada para corrigir os

conteúdos de carotenoides após análise por HPLC. Para minimizar as perdas durante a

análise por HPLC, cada extrato foi injetado imediatamente após a sua preparação.

36

3.6 Análise dos resultados

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e quando

significativos (p<0,05) as médias foram comparadas pelos seus respectivos testes,

Tukey, Scott-Knott ou Friedman. Todas as análises foram processadas utilizando-se o

programa estatístico SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2011).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Análise histológica

As folhas analisadas das variedades de tangerinas Fremont, Ponkan, Thomas e

do tangor Murcott, são dorsiventrais, apresentaram o parênquima paliçádico (pp)

somente na superfície adaxial da folha; glabras, sem pêlos; hipoestomáticas, com

estômatos apenas na epiderme da face abaxial (eab); e com estômatos do tipo

anomocíticos, ou seja, as células circundantes são em número indefinido e não diferiram

das outras células epidérmicas, configurando estômatos sem células subsidiárias

morfologicamente distintas (Figura 7). Apresentaram epiderme uniestratificada,

formada por células de formato cúbico a retangular; parênquima paliçádico disposto

numa única camada conspícua e parênquima esponjoso (pe) formado por nove a onze

camadas de células (Figura 8). Registrou-se entre as células do parênquima as cavidades

secretoras (cs), predominantemente na superfície adaxial da folha (Figura 8).

4.1.1 Cortes paradérmicos

Os estômatos presentes na epiderme da face abaxial das folhas da tangerina

Fremont apresentaram os menores diâmetros polar e equatorial tanto em folhas novas

(FN) 17,03 e 16,71 µm, respectivamente, quanto em folhas plenamente expandidas

(FPE) 16,55 e 16,53 µm, respectivamente (Tabela 4). Enquanto que a tangerina Thomas

e o tangor Murcott apresentaram o maior diâmetro polar em FN (18,39 e 17,53 µm,

respectivamente). O que não explica a reação dos genótipos a Alternata alternata, uma

vez que ambas as tangerinas, Fremont e Thomas, são resistentes a tal patógeno, e

apresentaram tamanhos estomáticos opostos. Sendo que a variedade Thomas apresentou

um tamanho estomático próximo ao tamanho estomático do tangor Murcott, variedade

considerada suscetível ao fungo em estudo.

LIMA et al. (2009) analisando o padrão estomático de Capsicum ssp. resistentes

e suscetíveis a Oidiopsis haplophylli chegaram a mesma conclusão de que a abertura

37

ostiolar não explicou a relação de resistência das variedades avaliadas ao oidio.

TURRELL (1947) estudando os estômatos em folhas cítricas relatou que o tamanho dos

estômatos é variável entre as variedades, entre a posição da folha na árvore e com as

condições de crescimento da planta, não dizendo muito sobre a relação de resistência ou

suscetibilidade na planta. Quando analisada à densidade estomática, a tangerina

Fremont apresentou maior valor em FN e FPE que as demais variedades avaliadas. A

mesma apresentou ainda maior número de estômatos e de células epidérmicas (NCE),

tanto em FN quanto em FPE.

De acordo com dados da EMBRAPA (2000), variedades que apresentam maior

densidade estomática (DE) podem ser infectadas mais facilmente por patógenos que

iniciam sua penetração pelos estômatos, associado a um filme de água na superfície da

folha. Porém este estudo não corrobora com tais informações, uma vez que a tangerina

Fremont, variedade resistente ao fungo causador da mancha marrom de alternária

(MMA), foi a que apresentou maior DE, tanto em FN quanto em FPE, em relação às

demais variedades analisadas. Enquanto que a tangerina Ponkan, variedade suscetível a

tal doença fúngica, foi a que apresentou a menor DE, principalmente em FN (Tabela 4).

Em outros estudos realizados nos patossistemas café-Hemileia vastatrix (ACUÑA et al.,

1998), mandioca-Xanthomonas campestris (FUKUDA, 1982), cacau-Phytophthora

palmivora (IWARO et al., 1997) e mostarda-Alternaria brassicae (SINGH et al., 1999),

a relação entre resistência e aspectos morfológicos também não foi observada.

LIMA et al. (2009) da mesma forma que relataram maiores números e

frequências de estômatos em pimentão ‘Magali’ (variedade altamente suscetível), com

valores significativamente maiores do que em ‘HV-12’ (variedade altamente resistente),

também relataram semelhança estatística, para os mesmos atributos, na variedade

‘Elisa’ (altamente suscetível) em reação a variedade HV-12 (altamente resistente).

Dessa forma, a resistência pode estar associada a fatores pré-formados do

hospedeiro para determinados genótipos, mas outros fatores também podem estar

envolvidos na determinação da resistência varietal. Buscando elucidar tal

questionamento SILVA et al. (2005), em seus estudos de anatomia vegetal, relatam que

apesar do patógeno penetrar pelos estômatos, a DE pode não ter relevância no aspecto

de resistência varietal, uma vez que a abertura tardia de alguns tipos de estômatos,

durante o dia, por exemplo, pode representar resistência a fungos que germinam à noite,

sendo estes dessecados pela evaporação da umidade antes mesmo da abertura dos

estômatos.

38

Tabela 4 - Características dos estômatos presentes na epiderme

abaxial das folhas das variedades Fremont, Murcott, Ponkan e

Thomas, em secções paradérmicas.

Características Variedades Idade foliar

FN FPE

NE

Fremont 38,25Aa 38,75Aa

Murcott 29,50Ba 31,00Ba

Thomas 24,75Bb 28,25Ba

Ponkan 30,00Ba 30,25Ba

CV (%) = 7,26

NCE

Fremont 287Aa 265Ab

Murcott 240Ba 200Bb

Thomas 254Ba 221Bb

Ponkan 206Ca 205Ba

CV (%) = 6,41

DP (µm)

Fremont 17,03Ba 16,71Ba

Murcott 17,53Aba 17,87Aa

Thomas 18,39Aa 17,41ABb

Ponkan 17,24Ba 17,38Aba

CV (%) = 3,27

DQ (µm)

Fremont 16,55Aa 16,53Ba

Murcott 15,99Ab 18,24Aa

Thomas 16,42Aa 17,09Aba

Ponkan 16,59Aa 16,76Aba

CV (%) = 4,86

DE (estômatos mm2)

Fremont 616,18Aa 642,14Aa

Murcott 486,49Ba 492,72Ba

Thomas 482,58Ba 487,27Ba

Ponkan 389,48Cb 451,05Ba

CV (%) = 7,36

IES (%)

Fremont 13,37Aa 14,58Aa

Murcott 12,43Ab 15,85Aa

Thomas 12,24Aa 13,83Aa

Ponkan 12,07Aa 13,68Aa

CV (%) = 10,16

FUN (DP/DQ)

Fremont 1,034425Aa 1,018025Aa

Murcott 1,108475Aa 0,983950Ab

Thomas 1,125725Aa 1,027225Ab

Ponkan 1,041125Aa 1,056250Aa

CV (%) = 5,42

* Médias seguidas da mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si (Scott-Knott 5%).

NE = número de estômatos. NCE = número de células epidérmicas. DP = diâmetro polar dos estômatos. DQ =

diâmetro equatorial dos estômatos. DE = densidade estomática. IES = índice estomático. FUN = funcionalidade

estomática. FN = folha nova. FPE = folha plenamente expandida.

39

Figura 7 - Secções paradérmicas de folhas das variedades Murcott (A), Ponkan (B),

Fremont (C) e Thomas (D), nas objetivas de 20 (esquerda) e 40 (direita), na face abaxial

do limbo foliar. Barras = 100 µm.

A

D

C

B

C

A

B

D

40

Vale mencionar que independente da variedade analisada, a estrutura estomática

não diferiu ao longo da copa (topo, meio e base), o que mostra certa homogeneidade

para esta característica nas folhas analisadas, atribuindo-se assim uma mesma

capacidade de proteção independente do ponto observado.

4.1.2 Cortes transversais

Maior espessura da epiderme da face adaxial (ead) ocorre na variedade Fremont

(Figura 8 D-F), 19,54% mais espessa que as variedades Ponkan (Figura 8 J-L) e Thomas

(Figura 8 G-I), seguida pela variedade Murcott (Figura 8 A-C), 11,26% mais espessa

que as mesmas variedades analisadas (Tabela 5). Uma epiderme mais espessa é

esperada em plantas que tendem a suportar uma maior quantidade de radiação, seca e

outras pressões do ambiente (NUNES et al., 2012). Possivelmente os dois genótipos

com a epiderme mais espessa, Fremont e Murcott, transpirarão menos e serão mais

protegidos contra a seca e o excesso de radiação.

Tais resultados vão de acordo com os estudos foliares de VIDAL &

POGNONEC (1984) para a cultura da soja, uma vez que as folhas com maior espessura

de epiderme foram as que apresentaram maior resistência à seca, e com a constatação de

CHAZDON & KAUFAMANN (1993) de que folhas de Piper arieianum sob alta

irradiação solar apresentaram maior espessura de epiderme, sugerindo-se assim que a

intensidade de luz está diretamente relacionada com o incremento na espessura da

lâmina foliar (TAIZ & ZEIGER, 2004).

Tabela 5 - Espessura da epiderme (µm) da face

adaxial, em secções transversais, em folhas de quatro

variedades cítricas: tangerinas Fremont, Ponkan e

Thomas e tangor Murcott.

Variedades Espessura da epiderme adaxial

(µm)

Ponkan 7,99 c*

Thomas 8,11 c

Murcott 8,89 b

Fremont 9,55 a

CV (%) 20,45 * Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna, não diferem entre

si (Scott-Knott 5%).

41

Independente da variedade analisada, a espessura da epiderme da face adaxial

não difere ao longo da copa (T=topo, M=meio e B=base), o que mostra certa

homogeneidade para essa característica nas folhas, atribuindo-se assim uma mesma

capacidade de proteção independente do ponto observado. Contudo, permite a

comparação entre as quatro variedades estudadas, destacando-se a tangerina Fremont e

o tangor Murcott como as mais tolerantes, de uma forma geral, a maior radiação

incidente.

Estudos combinados de diferentes intensidades luminosas e dosagens de

hormônios mostraram que a expansão celular pode ser estimulada pela presença da luz,

seca e de vários hormônios como auxina, citocinina, giberilina e brassinoesteróides,

entretanto, os mecanismos ainda não estão totalmente entendidos, sendo necessário um

maior estudo envolvendo características endógenas, fitohormônios, e exógenas, fatores

ambientais (LEE et al., 2000).

Em relação à espessura da epiderme da face abaxial houve interação entre as

variedades e a posição das folhas na copa (Tabela 6). As variedades Thomas e Fremont

apresentaram maior eab, na base da copa (Figura 8 C; I), o equivalente a 12,16% a mais

que a eab das demais variedades avaliadas. Sendo que a tangerina Fremont apresentou

também maior eab nas folhas localizadas no meio da copa, aumento de 24,08% (Figura

8 A). Enquanto que a variedade Murcott, seguida da variedade Fremont, apresentaram

maior eab nas folhas que se encontram no topo da copa, aumento de 24,24% (Figura 8

D).

Segundo informações relatadas por SYVERTSEN & LIOYD (1994), em árvores

adultas de laranjas, cerca de 90% da radiação solar direta em um dia claro, e de 20 a

50% da radiação difusa em um dia nublado, são absorvidos na parte exterior da copa,

sendo que a maior parte da radiação que é transmitida e refletida, tanto na parte superior

quanto inferior da árvore, está compreendida no intervalo de 350 a 2500 nm, enquanto a

maior absorbância ocorre de 350 a 700 nm e de 400 a 700 nm, tanto na parte superior

quanto inferior da árvore (DERBY & GATES, 1966). O que ajuda a explicar a presença

de folhas mais espessas nas extremidades das árvores, sendo que o posicionamento das

mesmas na copa vai depender do comportamento de cada variedade em estudo.

42

Tabela 6 - Espessura da epiderme (µm) das faces

abaxial, em secções transversais, em folhas de quatro

variedades cítricas (tangerinas Fremont, Ponkan e

Thomas e tangor Murcott), coletadas em diferentes

posições da copa (base, meio e topo).

Variedades

Espessura da epiderme abaxial

(µm)

Base Meio Topo

Murcott 5,48 Bb* 5,64 Bb 6,56 Aa

Ponkan 5,63 Ab 6,10 Ab 5,70 Ab

Thomas 6,28 Aa 5,48 Bb 5,28 Bb

Fremont 6,65 Aa 6,80 Aa 6,45 Aa

CV (%) 21,37 * Médias seguidas da mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na

linha, não diferem entre si (Scott-Knott 5%).

Ao analisar o comportamento de cada variedade, isoladamente, podemos

observar que nas folhas do tangor Murcott a maior eab foi localizada no topo da copa

(Tabela 6; Figura 8 A), resposta essa comum nas plantas, pois tal característica está

relacionada com a maior radiação incidente nessa região do dossel; já na tangerina

Ponkan as espessuras da epiderme abaxial das folhas ao longo de toda a copa se

mostraram homogêneas (Tabela 6; Figura 8 J-L); enquanto que a tangerina Thomas

apresentou um comportamento diferente do esperado, uma vez que suas folhas

apresentaram maior eab na base da copa (Tabela 6; Figura 8 I), local onde,

normalmente, há um maior sombreamento, contudo isso pôde ser justificado pelo fato

dessa variedade apresentar uma arquitetura mais triangular, refletindo em maior

incidência de radiação solar na base da copa; por fim, na tangerina Fremont a altura da

copa não influenciou a espessura da epiderme da face abaxial, que no geral se mostrou

homogênea (Figura 8 D-F), contudo, é importante mencionar que a espessura das folhas

da tangerina Fremont sempre se mostrou maior que a espessura das folhas das outras

variedades analisadas (Tabela 6).

Tais resultados frisam a importância em se estudar e buscar uma arquitetura de

planta cítrica ideal para sua condição local, ou seja, que possibilite ao produtor

facilidade de cultivo, boa produtividade e frutos de qualidade. A arquitetura da planta

cítrica é determinada por uma série de fatores como variedade, porta-enxerto, condições

de solo, fitossanitárias e climáticas, as quais juntas determinam o vigor e o habito de

crescimento da mesma (STUCHI, 2012).

COHEN et al. (1987), ao avaliarem a influência da distribuição de radiação no

interior da copa de árvores adultas de laranjas, mostraram a influência da localização

43

das folhas ao longo do dossel na distribuição de radiação fotossinteticamente ativa,

revelando que copas cujas folhas recebem maior radiação solar são mais espessas e

consequentemente apresentam maior potencial fotossintético.

Também houve interação entre as variedades e a posição das folhas na copa,

quando se analisou os parênquimas paliçádico (pp) e esponjoso (pe). O tangor Murcott

apresentou maior espessura do pp nas três regiões da copa (Tabela 7), na base com

espessura 20,58% maior que nas demais variedades avaliadas (Figura 8 C;F;I;L), meio

com espessura 46,04% maior que nas tangerinas Thomas e Ponkan (Figura 8 B; H;K), e

no topo com espessura 69,70% maior que nas tangerinas Thomas e Ponkan (Figura 8

A;G;J). Dessa forma, a variedade Murcott mostrou uma arquitetura de planta

caracterizada por copas mais largas na parte superior, com bases sombreadas. A

tangerina Ponkan se mostrou mais homogênea, com a mesma espessura de parênquima

paliçádico ao longo da copa. A variedade Thomas apresentou menor espessura no ápice

em relação ao meio e a base, justificando sua arquitetura de copa em formato triangular.

E a tangerina Fremont mostrou um comportamento de copa mais globular, com folhas

mais espessas no topo da copa.

A variedade tangor Murcott foi a que apresentou folhas com maior espessura do

parênquima paliçádico em relação às folhas dos demais genótipos avaliados (Tabela 7;

Figura 8 A-C), não mostrando relação com a resistência ao fungo causador da MMA,

Alternaria alternata, uma vez que tal variedade é considerada suscetível. Concordando

com os resultados encontrados por HASSAN & BEUTE (1977), COOK (1981) e

SANINE & RODELLA (2012), e divergindo dos resultados obtidos por HEMIHGWAY

(1957), MAZZANI et al. (1972) e VEIGA et al. (1994), os quais verificaram maior

desenvolvimento do parênquima foliar em plantas resistentes.

Segundo CASTRO et al. (2009) alterações na espessura do limbo foliar podem

estar relacionadas a outros fatores como estresse hídrico, altas temperaturas, excesso de

radiação solar, mecanismos fotossintéticos, e não só ao mecanismo de resistência por

parte da planta. O parênquima paliçádico está intimamente relacionado com a

fotossíntese e um aumento na espessura desse tecido pode permitir maior fixação de

CO2 com abertura estomática em curto espaço de tempo, reduzindo a transpiração e

possibilitando uma maior resistência a seca por parte da planta (JONES, 1992). Dessa

forma o maior espessamento do parênquima paliçádico nas plantas de tangor Murcott

podem estar mais relacionados a maior capacidade para lidar com altas intensidades de

radiação solar e seca, do que para resistência varietal, uma vez que quanto maior a

44

radiação solar nas folhas, maior a espessura do parênquima paliçádico e

consequentemente maior o potencial fotossintético.

Tabela 7 - Espessura do parênquima paliçádico (µm), em

secções transversais, em folhas de quatro variedades cítricas

(tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e tangor Murcott),

coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e topo).

Variedades

Espessura do parênquima paliçádico

(µm)

Base Meio Topo

Murcott 51,50 Ba* 58,88 Aa 57,89 Aa

Ponkan 43,73 Ab 41,75 Ac 45,70 Ab

Thomas 42,70 Ab 40,32 Ac 35,84 Bc

Fremont 46,88 Bb 51,23 Bb 60,83 Aa

CV (%) 19,82 * Médias seguidas da mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não

diferem entre si (Scott-Knott 5%).

Analisando a Tabela 8 podemos dizer que a tangerina Ponkan apresentou maior

espessura do parênquima esponjoso no meio da copa (Figura 8 K), refletindo uma copa

mais homogênea, cujo centro pode ter recebido uma quantidade ideal de radiação solar,

água e nutrientes, levando a um melhor desenvolvimento das folhas nessa região. Já as

folhas do tangor Murcott seguiram o padrão do parênquima paliçádico (Tabela 7), ou

seja, mostraram-se mais espessas no alto da copa (Figura 8 A), podendo refletir em

folhas de sol, com maior potencial fotossintético nessa região. Enquanto que as folhas

da tangerina Fremont apresentaram menor espessura do parênquima esponjoso na base

(Figura 8 F), era assim também para o parênquima paliçádico (Tabela 7), mostrando que

o ápice da planta dessa variedade recebeu maior radiação solar formando folhas mais

espessas, folhas de sol, o que é muito comum na maioria das plantas, mostrando um

maior potencial dessas folhas no alto e meio da copa. Contudo, a variedade Thomas

apresentou um comportamento diferente, ou seja, mostrou um maior espessamento do

parênquima esponjoso do que as demais variedades estudadas, nas folhas da base da

copa (Tabela 8; Figura 8 I), podendo ser uma condição de formato de copa triangular.

BATISTA et al. (2010) em seus estudos de anatomia foliar e potencial hídrico,

em variedades de café, relataram aumento da espessura do parênquima esponjoso em

variedades com menor potencial hídrico e aumento da espessura do parênquima

paliçádico em variedades de alto desempenho em condições de estresse hídrico. O que

nos auxilia na compreensão dos resultados encontrados neste trabalho (Tabelas 7 e 8),

45

levando-nos a pensar que, possivelmente, essas plantas proporcionaram uma

fotossíntese mais rápida do que o fato de potencialmente armazenarem o CO2 no

parênquima esponjoso. Uma vez que as funções principais do parênquima esponjoso são

acumular CO2 para a realização da fotossíntese e refletir a radiação no interior da folha

(CASTRO et al., 2009).

Tabela 8 - Espessura do parênquima esponjoso (µm), em

secções transversais, em folhas de quatro variedades cítricas

(tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e tangor Murcott),

coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e topo).

Variedades Espessura do parênquima esponjoso (µm)

Base Meio Topo

Murcott 155,10 Ba* 167,69 Ba 185,45 Aa

Ponkan 135,31 Bb 175,06 Aa 143,92 Bb

Thomas 167,10 Aa 97,45 Cb 135,90 Bb

Fremont 142,55 Bb 175,06 Aa 171,15 Aa

CV (%) 25,15 * Médias seguidas da mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não

diferem entre si (Scott-Knott 5%).

A Tabela 9 mostra o desdobramento da interação entre as variedades (Fremont,

Murcott, Ponkan e Thomas) e a posição das folhas na copa (base, meio e topo) em

relação ao diâmetro da cavidade secretora (dcs), observando-se maior dcs nas folhas

localizadas na base e no meio da copa do tangor Murcott (Figura 8 B-C) contra maior

dcs nas folhas localizadas no meio e no topo da copa da tangerina Fremont (Figura 8 D-

E). De acordo com CASTRO et al. (2009) as cavidades secretoras estão relacionadas às

condições de defesa da planta contra a invasão de patógenos, crescimento microbiano e

outras formas de defesa. Dessa forma, quanto maior o diâmetro e o número de

cavidades secretoras nas folhas, maior será o potencial de produzir e armazenar os óleos

essenciais que ficam armazenados no lume da estrutura, servindo como substâncias de

defesa por parte da planta.

46

Tabela 9 - Diâmetro das cavidades secretoras foliares (µm),

em secções transversais, em quatro variedades cítricas

(tangerinas Fremont, Ponkan e Thomas e tangor Murcott),

coletadas em diferentes posições da copa (base, meio e

topo).

Variedades Diâmetro das cavidades secretoras (µm)

Base Meio Topo

Murcott 32,47 Aa* 30,56 Aa 27,86 Bb

Ponkan 24,70 Ab 24,30 Ab 26,02 Ac

Thomas 26,40 Ab 24,05 Bb 22,80 Bd

Fremont 26,24 Cb 28,89 Ba 31,70 Aa

CV (%) 15,97 * Médias seguidas da mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não

diferem entre si (Scott-Knott 5%).

Todavia, observa-se na Tabela 10 que a variedade Murcott, suscetível ao fungo

causador da MMA, apresentou, numericamente, maior distância entre as cavidades

secretoras, ou seja, menor densidade dessas estruturas neste genótipo (Figura 8 A-C).

Diferente da tangerina Fremont, variedade resistente, que, numericamente, apresentou

menor distância entre essas estruturas, ou seja, maior densidade de cavidade secretora

(Figura 8 D-F). Resultado similar foi constatado por HEMINGWAY (1957), ABDOU

(1966), TORRES & MARTÍNEZ (1992) e VEIGA et al. (1994), que relacionaram

plantas resistentes com maiores quantidades de idioblastos, estruturas secretoras

internas.

Tabela 10 - Distância entre as cavidades secretoras

foliares (µm), em secções transversais, em quatro

variedades cítricas (tangerinas Fremont, Ponkan e

Thomas e tangor Murcott), coletadas em diferentes

posições da copa (base, meio e topo).

Variedades Distância entre as cavidades

secretoras (µm)

Ponkan 83,14 b*

Thomas 97,97 a

Murcott 110,51 a

Fremont 79,78 b

CV (%) 84,72 * Médias seguidas da mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na

linha, não diferem entre si (Scott-Knott 5%).

De uma forma geral, a tangerina Fremont apresenta maior capacidade de defesa

por parte da planta que as demais variedades estudadas, uma vez que suas folhas

47

possuem cavidades secretoras de maior diâmetro e em maior quantidade; maior

espessura da face adaxial; e maior espessura da face abaxial, do parênquima paliçádico

e do parênquima esponjoso, na região superior da copa, garantindo assim maior

proteção para planta, uma vez que esta região é a mais atingida pelo fungo causador da

MMA. O que corrobora com os resultados encontrados por SANINE & RODELLA

(2012) ao analisarem as estruturas foliares relacionadas à espessura de parede, número

de idioblastos, número de estômatos, dentre outras, relacionando-as com o grau de

resistência de variedades e acessos de amendoim.

Figura 8 - Secções transversais de folhas de diferentes genótipos de Citrus (A-C:

Murcot; D-F: Fremont; G-I: Thomas; J-L: Ponkan) em diferentes alturas na copa das

plantas (A,D,G,J= alto da copa; B,E,H,K= região mediana da copa; C, F,I, L= Base da

copa). pp= parênquima paliçádico, pe= parênquima esponjoso, ead= epiderme da face

adaxial, eab= epiderme da face abaxial, cs= cavidade secretora, fv= feixe vascular.

Barras= 100 µm.

48

4.2 Análise sensorial

4.2.1 Teste de aceitabilidade e intenção de compra

Os frutos da tangerina Fremont utilizados para os testes de aceitabilidade e

intenção de compra foram colhidos no seu ponto ótimo de maturação (Tabela 11), mês

de julho, com ratio acima de 11, estando aptos ao consumo, de acordo com as normas

de classificação de citros de mesa (CEAGESP, 2011).

Tabela 11 - Médias das análises físico-químicas da tangerina Fremont (Centro APTA

Citrus Sylvio Moreira, IAC, julho 2012).

Variedade Massa

(g)

Ǿ L

(cm)

Ǿ T

(cm)

Rd.

Suco

(%)

Acidez

(g/100mL)

Sólidos

Solúveis

(oBrix)

Ratio Cor

(oh)

Fremont 125,5 6,7 5,7 44,8 0,97 11,16 11,50 51,11

*Média de 20 frutos, colhidos em junho/2012. Onde: Ǿ L = diâmetro longitudinal dos frutos (cm); Ǿ T =

diâmetro transversal dos frutos (cm).

Foram encontrados valores de 0,97 de acidez, 11,16 ºBrix e ratio de 11,50, ou

seja, um ótimo equilíbrio entre o doce e o ácido. A acidez é importante do ponto de

vista industrial, já que permite maior flexibilidade na adição de açúcar, quando do

preparo de bebidas prontas, além de conferir condições que dificultam a deterioração

por micro-organismos (FRANCO & LANDGRAF, 2005). De acordo PIO et al. (2005),

a principal variedade de tangerina comercializada no Brasil, a tangerina Ponkan,

apresenta um peso médio de 138 g, 43% de rendimento de suco, 10,8 oBrix, 0,85%

acidez e 12,7 ratio. Ou seja, características similares à tangerina Fremont, porém esta

apesar de possuir tamanho menor, apresenta uma coloração diferenciada de casca, polpa

e suco, o que poderá agradar não só o mercado de frutas frescas como também a

indústria processadora de suco.

Conforme resultados, os frutos de tangerina Fremont diferiram dos frutos de

tangerina Ponkan no tamanho, sendo fisicamente menores e mais leves, contudo

apresentam maior rendimento de suco (44,8% versus 43% da Ponkan). Por isso, o fato

de possuir frutos pequenos para o padrão nacional não representa uma desvantagem

comercial, uma vez que eles possuem maior teor de sólidos solúveis totais, o que

49

significa que são frutos de sabor pouco ácido, mais agradável ao paladar e não resultam

em desconforto gástrico (FRATA, 2006).

Quando analisada a relação entre SS/AT, no suco da tangerina Fremont, o mesmo

apresentou um ratio de 11,5, tendo uma ótima aceitação pelos consumidores avaliados

neste trabalho (Tabela 12), além de estar próximo do intervalo considerado ideal para o

processamento industrial, e dentro do intervalo de 8,8 e 15,4 relatado por SARTORI et

al. (2002) como adequados para o consumo in natura. É importante relatar que a relação

entre sólidos solúveis e acidez titulável, também conhecida como ratio, correlaciona-se

com o sabor e que, de acordo com COUTO & CANNIATTI-BRAZACA (2010),

valores de ratio entre 12 e 13 são ideias para se iniciar o processamento industrial.

Outro ponto positivo da tangerina Fremont, em relação ao mercado consumidor,

é a sua coloração de casca, que no presente trabalho mostrou-se laranja intensa, ângulo

Hue de 51,11, enquanto que a tangerina Ponkan, estudada por SILVA et al. (2014),

apresentou coloração amarelo alaranjado e ângulo Hue variando de 62,6 a 76,9. Um dos

parâmetros fundamentais para o mercado de fruta fresca é a coloração externa do fruto

(IGLESIAS et al., 2001). A coloração externa tem sido considerada como um atributo

de qualidade de grande importância e, segundo MAZZUZ (1996) constitui um dos

fatores determinantes para a aquisição dos frutos pelos consumidores. PIO et al. (2001)

relatam que, de maneira geral, as variedades de tangerinas e híbridos que obtêm

coloração de casca alaranjada, apresentam uma melhor aceitação pelo público

consumidor.

Contudo, a variedade Fremont é um produto recomendado para o mercado de

frutas frescas, por apresentar frutos diferenciados, os preços podem ser bastante

interessantes para os produtores. Opcionalmente, em função da qualidade da sua polpa,

o suco da tangerina Fremont pode ser colocado na agroindústria, como um suco de

tangerina diferenciado, embora o mercado de frutas frescas remunere melhor esse tipo

de produto (ASSOCITRUS, 2012).

Com relação ao teste sensorial de aceitação (antes do armazenamento), tanto o

suco quanto o fruto de tangerina Fremont obtiveram altos índices de aprovação, 85,5% e

82,8%, respectivamente (Tabela 12). FIGUEIREDO (1991) constatou em seu estudo

que a tangerina Ponkan apresenta grande aceitação por parte do consumidor devido a

vários aspectos, tais como a coloração acentuada, o sabor doce, o fácil descascamento e

o tamanho do fruto que é mais expressivo que o das demais, normalmente encontradas

no mercado.

50

Tabela 12 - Nota média de aceitação e porcentagens de aprovação, indiferença e

rejeição das amostras de fruto e suco da tangerina Fremont (Cordeirópolis, SP, 2012).

Amostra Nota* Aprovação

(%)**

Indiferença

(%)***

Rejeição

(%)****

Fruto 6,9 82,8 4,7 12,5

Suco 7,2 85,5 6,5 8,0 *Média das notas dadas pelos 50 julgadores; **Aprovação (%) = porcentagem de notas de 6 a 9;

***Indiferença (%) = porcentagem de notas 5; Rejeição (%) = porcentagem de notas de 1 a 4.

A cor e sabor dos frutos da tangerina Fremont também foram as características

mais apreciadas pelos consumidores (Figura 9). Contudo, os julgadores acharam o suco

mais saboroso do que a fruta, alegando que a fruta mostrou maior acidez em relação ao

suco e que o suco apresentou um ótimo equilíbrio entre o doce e o ácido, agradando o

paladar da maioria dos julgadores.

Figura 9 – Mapas de aceitação sensorial do suco (a) e do fruto (b) da tangerina Fremont

utilizando uma escala hedônica de 9 pontos (Cordeirópolis, SP, 2012).

Dessa forma, a soma das características positivas avaliadas, como sabor, cor,

aroma, firmeza e consistência interna (Figura 9), contribuiu de forma satisfatória para

intenção de compra de tal variedade pelos julgadores avaliados, uma vez que 93% e

94% dos julgadores afirmaram comprar o fruto e o suco da tangerina Fremont,

respectivamente.

4.2.2 Teste de ordenação e preferência

Frutos de Fremont, do híbrido TMxLP 281 e da Ponkan foram colhidos no mês de

maio, ano de 2013, cuja maturação está de acordo com as normas de classificação de

a b

51

citros de mesa (CEAGESP, 2011) e, portanto, adequados para o consumo, ou seja,

valores de ratios iguais a 10,73; 13,07 e 11,93, respectivamente (Tabela 13).

Tabela 13 - Médias das análises físico-químicas das tangerinas Fremont, Ponkan e do

híbrido TMxLP 281 (Centro APTA Citros Sylvio Moreira, IAC, maio 2013).

Variedade Massa

(g)

Ǿ L

(cm)

Ǿ T

(cm)

Rd.

Suco

(%)

Acidez

(g/100m

l)

Sólidos

Solúveis

(oBrix)

Ratio

Fremont 100,0b 5,1a 6,1b 46,3a 0,98a 10,57a 10,7c

TMXLP 281 162,0a 6,0a 7,4a 39,6a 0,79b 10,33a 13,1a

Ponkan 111,7b 5,4a 6,9ab 44,9a 0,77b 9,17a 11,9b

CV (%) 4,17 6,09 4,80 12,67 6,32 5,20 2,34 *Média de 20 frutos, colhidos em maio/2013. Onde: Ǿ L = diâmetro longitudinal dos frutos (cm); Ǿ T =

diâmetro transversal dos frutos (cm).

A tangerina Fremont se destacou por apresentar frutos de coloração mais laranja,

mais firmes e com aroma cítrico forte (Tabela 14). A coloração da casca da tangerina

Fremont, laranja intensa, é bastante atrativa para o mercado consumidor, quer seja o

nacional ou internacional, a busca por frutas de coloração atrativa é cada vez mais

constante entre os consumidores que estão cada vez mais exigentes em relação à

qualidade dos alimentos (PIO, 2014). O fato dos frutos da tangerina Fremont serem

classificados como mais firmes é outro aspecto positivo, PARASKEVOPOULOU-

PAROUSSI et al. (1995) ao estudarem a qualidade pós-colheita de morangos relataram

a importância da comercialização de frutos firmes pois os mesmos contribuem na

manutenção da sua qualidade durante o período de armazenamento.

Tabela 14 - Escores médios por atributo de três

variedades cítricas analisadas, tangerinas Fremont e

Ponkan e o híbrido TMxLP281 (Centro APTA Citros

Sylvio Moreira, IAC, 2013).

Atributos Fremont Ponkan TMxLP 281

Cor 83 a 49 b 48 b

Textura 40 b 78 a 62 a

Descasque 45 b 74 a 61 ab

Sabor 54 b 45 b 81 a

Sementes 35 a 37 a 18 b

Tamanho 59 ab 51 b 70 a

Firmeza 84 a 50 b 46 b

Aroma 71 a 47 b 62 ab

Fibrosidade 61 a 67 a 52 a

Preferência 37 a 10 b 43 a Valores seguidos de letras iguais na linha não diferem estatisticamente pelo teste de Friedman a

5% de significância.

52

O aroma acentuado da variedade Fremont é mais um ponto favorável, uma vez

que possibilita a exploração do óleo essencial de seus frutos, subproduto da indústria de

suco. BIZZO et al. (2009) ao estudarem os óleos essenciais no Brasil relataram que os

óleos de tangerina, limão e laranja estão entre as composições cítricas mais vendidas no

mundo para a perfumaria.

Já nos atributos textura de casca e facilidade de descasque as variedades Ponkan e

o híbrido 281 apresentaram vantagem em relação a Fremont, pois as mesmas mostraram

cascas mais lisa e de fácil descasque. SANTOS et al. (2010) ao caracterizarem físico-

quimicamente frutos cítricos mostraram que as variedades Nova, Okitsu, Marisol e

Clemenules apresentaram casca mais fina, e portanto mais fáceis de serem destacadas.

No quesito sabor, número de sementes e fibrosidade a tangerina Fremont não

diferiu estatisticamente da tangerina Ponkan, variedade mais consumida no mercado

brasileiro. PIO (1993) ao caracterizar e avaliar os frutos de oito variedades de tangerinas

elencou as características principais de qualidade para o mercado de fruta fresca, sendo

que sabor, cor, tamanho e número reduzido de sementes estavam no topo da lista. Vale

mencionar que no presente estudo as variedades Fremont, Ponkan e o híbrido 281

estavam dentro dos padrões ideais de comercialização estipulados pelo CEAGESP

(2011). No quesito número de sementes, estudos já estão sendo realizados pelo Centro

APTA Citros Sylvio Moreira, para redução do número de sementes das variedades

Fremont e do híbrido TMxLP281 através do método de irradiação.

Quando questionados sobre a ordem de preferência entre as amostras o resultado

foi revelador, uma vez que os julgadores preferiram as novas variedades – tangerina

Fremont e o híbrido TMxLP 281, à tangerina Ponkan. Fato este extremamente

importante e que mostra o potencial destas novas variedades para o mercado de fruta in

natura, uma vez que se sobressaíram a rainha das tangerinas, a tangerina Ponkan, que

de acordo com PIO et al. (2001) é a variedade de tangerina mais popular e apreciada

não só por consumidores brasileiros como também por consumidores asiáticos.

4.3 Análise fitotécnica

4.3.1 Espaçamento

Como esperado, as plantas de ambos os experimentos cresceram com o passar

dos anos. Observou-se, contudo, que o desenvolvimento vegetativo das plantas em cada

53

espaçamento nos quatro anos de avaliação não foi afetado, o mesmo ocorreu em relação

à produção que foi maior no último ano de avaliação (2014). Os resultados deste

experimento mostram que, até o sexto ano após o plantio, a produção por planta, nos

espaçamentos mais adensados, bem como seu desenvolvimento vegetativo, não

diminuíram, confirmando observação de FORSYTH (1980) de que um contato

moderado entre as copas, até seis anos após plantio, não prejudica o crescimento e a

produção das mesmas.

Diferenças no desenvolvimento vegetativo das plantas de tangerina Fremont,

dentro dos diferentes espaçamentos propostos, foram observadas apenas no ano de

2014, quando as mesmas completaram seis anos (Tabela 15). Tanto no ensaio de Capão

Bonito/SP como Porto Feliz/SP, as plantas que se encontravam no espaçamento mais

adensado, 6,0 x 1,5 m e 7,0 x 1,5 m, foram as que apresentaram menor desenvolvimento

vegetativo, enquanto que as plantas presentes nos espaçamentos 7,0 x 3,5 m e 6,0 x 3,0

m foram as mais desenvolvidas.

Plantas submetidas a espaçamentos mais adensados apresentaram menor

desenvolvimento vegetativo e produtivo, uma vez que as mesmas além de buscarem sua

máxima produtividade, competem mais por luz, água e nutrientes (ATROCH et al.,

2001); a entrada da luz é o fator ambiental responsável por prover energia para a

fotossíntese, crescimento da planta e carregamento dos frutos (TUCKER et al.,1994).

Quanto à produção (kg planta-1

) e produtividade (t ha-1

) as plantas da tangerina Fremont

apresentaram comportamento diferente em detrimento ao espaçamento de plantio nos

dois experimentos, Porto Feliz/SP e Capão Bonito/SP (Tabela 16). Em Porto Feliz/SP,

maior produção foi obtida no espaçamento de 7,0 x 3,5 m (17,6 kg planta-1

) no ano de

2014 e maior produtividade (t ha-1

) no espaçamento de 7,0 x 1,5 m (952 plantas ha-1

),

nos dois anos de avaliação (2013 e 2014), 8,02 t ha-1

e 11,16 t ha-1

, respectivamente. O

mesmo observa-se no experimento de Capão Bonito/SP, no qual as maiores produções

estão nos espaçamentos de 6,0 x 3,0 m (27,7 kg planta-1

) e 6,0 x 2,5 m (26,0 kg planta-

1), no ano de 2014, e a maior produtividade por hectare no espaçamento de 6,0 x 1,5 m

(1111 plantas ha-1

), nos três anos de avaliação (2012, 2013 e 2014), 14,38 t ha-1

, 22,03 t

ha-1

e 18,33 t ha-1

, respectivamente (Tabela 16).

54

Tabela 15 - Altura (A), diâmetro (D) e volume de copa (VC) das plantas de tangerina Fremont nos diferentes espaçamentos propostos (Porto

Feliz/SP e Capão Bonito/SP, 2011-2014).

Espaçamentos 2011 2012 2013 2014

(m) A D VC A D VC A D VC A D VC

---------(m)---------- (m3) ---------(m)---------- (m

3) ---------(m)---------- (m

3) ---------(m)---------- (m

3)

--------------------------------------------------------------------Fazenda Ana Maria, Porto Feliz/SP--------------------------------------------------------

7,0 x 3,5 - - - 1,14aB* 0,76aB 0,35aA 1,24aAB 1,13aA 0,86aA 1,36abA 1,28aA 1,17aA

7,0 x 3,0 - - - 1,15aB 0,82aB 0,42aB 1,23aAB 1,13aA 0,85aA 1,35abA 1,19abA 1,02abA

7,0 x 2,5 - - - 1,21aB 0,79aB 0,42aC 1,21aB 1,09aA 0,76aB 1,47aA 1,21abA 1,15aA

7,0 x 2,0 - - - 1,16aB 0,75aB 0,34aB 1,33aA 1,09aA 0,86aA 1,39abA 1,15abA 0,97abA

7,0 x 1,5 - - - 1,12aB 0,69aB 0,29aB 1,34aA 1,11aA 0,89aA 1,26bAB 1,07bA 0,78bA

CV(%) - - - 6,70 8,50 20,63 6,70 8,50 20,63 6,70 8,50 20,63

------------------------------------------------------Pólo Regional do Sudoeste Paulista, Capão Bonito/SP----------------------------------------------

6,0 x 3,5 1,69aA 1,14aB 1,16aC 1,66aA 1,30aAB 1,50aBC 1,73aA 1,45aA 1,93aAB 1,90aA 1,53abA 2,33abA

6,0 x 3,0 1,56aB 1,26aB 1,31aC 1,80aAB 1,46aAB 2,01aBC 1,76aAB 1,40aAB 1,81aB 1,90aA 1,65aA 2,73aA

6,0 x 2,5 1,62aA 1,19aB 1,20aC 1,75aA 1,40aAB 1,86aB 1,79aA 1,48aA 2,06aAB 1,86aA 1,60abA 2,55abA

6,0 x 2,0 1,59aB 1,19aB 1,18aB 1,73aAB 1,26aAB 1,49aB 1,79aAB 1,35aAB 1,72aAB 1,93aA 1,46abA 2,18abA

6,0 x 1,5 1,50aB 1,09aB 1,02aB 1,76aAB 1,33aAB 1,63aAB 1,74aAB 1,45aA 1,93aA 1,88aA 1,35bAB 1,91bA

CV(%) 4,36 8,45 12,40 4,36 8,45 12,40 4,36 8,45 12,40 4,36 8,45 12,40 *médias seguidas de mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, para cada parâmetro avaliado, não diferem entre si (Tukey 5%).

55

Tabela 16 - Produção (kg planta-1) e produtividade (t ha-1) de tangerina Fremont

enxertada em limão Cravo, plantada em diferentes espaçamentos (Porto Feliz/SP e

Capão Bonito/SP, 2012-2014).

Espaçamentos Produção (Kg planta-1

) Produtividade (t ha-1

)

(m) 2012 2013 2014 2012 2013 2014

------------------------------------- Porto Feliz/SP-----------------------------

7,0 x 3,5 - 9,58aB* 17,57aA - 3,91cB 7,17bA

7,0 x 3,0 - 9,00aB 14,76abA - 4,28bcB 7,03bA

7,0 x 2,5 - 8,82aA 10,62bA - 5,04bcA 6,07bA

7,0 x 2,0 - 9,63aA 10,37bA - 6,88abA 7,41bA

7,0 x 1,5 - 8,42aA 11,71bA - 8,02aB 11,16aA

CV(%) - 20,31 - 24,49

---------------------------------- Capão Bonito/SP----------------------------

6,0 x 3,5 13,74aB 23,44aA 24,20abA 6,54bA 11,16bA 11,52aA

6,0 x 3,0 16,09aB 23,88aA 27,74aA 8,93abB 13,25bAB 15,39aA

6,0 x 2,5 13,76aB 19,60aAB 25,99aA 9,17abB 13,05bAB 17,31aA

6,0 x 2,0 13,69aB 21,54aA 21,50abA 11,40abB 17,94abA 17,91aA

6,0 x 1,5 12,95aA 19,83aA 16,49bA 14,38aB 22,03aA 18,33aAB

CV(%) 21,18 24,49 *médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si (Tukey

5%) para cada variável em cada ano de avaliação.

Fazendo-se uma projeção da produtividade acumulada, em toneladas por hectare

(Figura 10), para cada espaçamento proposto, chega-se a altos valores como 19,17 t ha-1

no espaçamento mais adensado de 7,0 x 1,5 m em Porto Feliz/SP, e 54,74 t ha-1

no

espaçamento de 6,0 x 1,5 m em Capão Bonito/SP, contra 11,08 t ha-1

nas parcelas com

plantio menos adensado de 7,0 x 3,5m em Porto Feliz/SP e 29,22 t ha-1

no espaçamento

de 6,0 x 3,5 m em Capão Bonito/SP, em duas e três safras consecutivas,

respectivamente.

Nos anos de 2013-2014, observou-se que tanto a produção quanto a

produtividade foi maior no experimento de Capão Bonito/SP do que no experimento de

Porto Feliz/SP. Um dos fatores que podem ter influenciado nessa questão são

temperatura e precipitação média, no período de avaliação de tais ensaios, que em

Capão Bonito foi de 18,0 oC e 1.242,0 mm e em Porto Feliz/SP foi de 22,0

oC e 1.176,7

mm.

Segundo as informações de DI GIORGI et al. (1991), o clima é de extrema

importância na variação de ratio, florada e produção, de ano para ano. Como também é

mencionado por VOLPE et al. (2002), as variações meteorológicas que ocorrem durante

56

os anos podem influenciar na qualidade dos frutos. Desse modo, é possível inferir que

as variações ocorridas na produção e produtividade, dos anos de 2013 e 2014, foram

devidas à influência do clima sobre as plantas, sendo que segundo ORTOLANI &

CAMARGO (1987) o clima responde por 60 a 70% da variabilidade da produção

agrícola, e dentre as principais variações meteorológicas estão a temperatura e a

precipitação (chuva).

Num estudo de MEDINA et al. (2005) a temperatura máxima limite para

promover a floração ainda não está bem definida, embora tais autores acreditem que

esteja em torno de 19 °C e que temperaturas superiores a 22 °C já sejam ineficientes. A

indução floral resulta de estímulos ambientais, normalmente proporcionados pela

diminuição da temperatura ou por período de seca para as condições climáticas do

Estado de São Paulo (MOSS, 1969).

Um período de déficit hídrico e elevada temperatura aconteceu entre agosto e

outubro/2014, em Porto Feliz/SP (médias de 15 mm e 21 oC), diferente do ocorrido no

mesmo período em Capão Bonito/SP (médias de 21 mm e 17 oC). A produção foi

influenciada pelo estresse ocorrido entre agosto e outubro/2014, o que possivelmente

prejudicou o pegamento e a formação dos frutos, refletindo na menor produção no

ensaio em Porto Feliz/SP.

Figura 10 - Produtividade estimada, acumulada em t ha-1

, para os diferentes

espaçamentos adotados para tangerina Fremont (A - Porto Feliz/SP, 2013-2014 e B -

Capão Bonito/SP, 2012-2014). Médias seguidas de mesma letra, para cada local, não

diferem entre si (Tukey, 5%).

A B

57

Na Figura 11, observam-se o desenvolvimento vegetativo e produtivo das plantas

de Fremont, no espaçamento mais e menos adensado (6,0 x 1,5 m e 6,0 x 3,5 m).

Figura 11 - Vista geral das plantas de tangerina Fremont, do espaçamento mais (acima)

e menos (abaixo) adensado (Capão Bonito/SP, maio/2014).

58

TEÓFILO SOBRINHO et al. (2002) ao estudarem a influência do adensamento

de plantas na produtividade de um pomar de laranja Hamlim sobre porta-enxerto de

limão Cravo, por um período de 12 safras (1989-2000), nos espaçamentos de 6,0 m x

1,0 m (1666 plantas ha-1

), 6,0 m x 2,0 m (833 plantas ha-1

), 6,0 m x 3,0 m (555 plantas

ha-1

) e 6,0 m x 4,0 m (416 plantas ha-1

), também verificaram maior produtividade (t ha-

1) no espaçamento mais adensado (produção acumulada de 645 t ha

-1).

Sucesso em pomares mais adensados também foi relatado por DONADIO &

STUCHI (2001), ao avaliarem o comportamento da lima ácida Tahiti enxertada sobre

trifoliata Flying Dragon em quatro espaçamentos diferentes [4,0 m x 1,0 m (2.500

planta ha-1

); 4,0 m x 1,5m (1.666 planta ha-1

); 4,0 m x 2,0 m (1.250 planta ha-1

) e 4,0 m

x 2,5m (1.000 planta ha-1

)], mostraram que, após as três primeiras colheitas, o maior

adensamento (2.500 planta ha-1

) foi responsável pelas maiores produtividades (média de

21,6 t ha-1

), enquanto que o menor adensamento (1000 planta ha-1

) pelas menores

produtividades (média de 13,1 t ha-1

).

Na avaliação de cinco seleções de laranja Valência sobre dois porta-enxertos

(citrumelo Swingle e tangerina Sunki), em dois diferentes espaçamentos (7,0 x 5,0 m e

7,0 x 3,0 m), realizada por TOMASETTO et al. (2009) a produtividade do pomar de 5

anos também foi maior no espaçamento mais adensado (476 plantas ha-1

), 21,5 t ha-1

,

contra 8,4 t ha-1

no maior espaçamento (285 plantas ha-1

).

Recentemente, GRIZOTTO et al. (2012), realizaram um estudo de pacote

tecnológico num pomar de laranja Valência, de dois anos e nove meses, incluindo três

diferentes espaçamentos (5,5 m x 2,5 m; 6,0 m x 2,5 m; 6,5 m x 2,5 m), em comparação

com um sistema convencional (com base nas recomendações oficiais para citros no

estado de São Paulo) e encontraram maior rendimento de colheita (12,3 t ha-1

) no maior

adensamento, 5,5 m x 2,5 m (727 plantas ha-1

), contra 3,98 t ha-1

no menor

adensamento, 6,5 m x 2,5 m (615 plantas ha-1

).

Pode-se dizer que o adensamento dos pomares de citros é uma tendência,

atualmente, na citricultura brasileira, visando aumento da produção por área

(produtividade). Produtores com pomares implantados com espaçamentos

convencionais (não adensados) têm sofrido com a drástica redução do stand de plantas

dos talhões, em detrimento a erradicação de plantas infectadas com huanglongbing

(HLB, ex-greening). Quando se fala em pomar adensado, essa erradicação pode ser

atenuada, não influenciando na redução de produtividade do talhão, pois rapidamente

uma planta ocupará o espaço da outra.

59

De acordo com tais resultados o adensamento de plantio em citros além de

reduzir os custos de colheita e melhorar a eficiência dos tratos fitossanitários, é uma

ferramenta favorável ao aumento de produtividade dos pomares.

4.3.2 Porta-enxerto

No ensaio de porta-enxerto locado em Mogi Mirim/SP, os resultados evidenciam

maior volume de copa, da tangerina Fremont, quando enxertada em limão Cravo e

citrumelo Swingle, por outro lado menores valores são observados no Poncirus

trifoliata e Flying Dragon (Tabela 17 e Figura 12). Mesma tendência se observou para

produção por planta, contudo, não houve diferença significativa para a eficiência

produtiva, entre 2012 e 2013 o que também foi observado por NÚÑEZ et al. (2007).

LEDO et al. (1999) ao avaliarem o comportamento de laranjas doces sobre

diferentes porta-enxertos também relataram maior volume de copa na combinação que

utilizou o limão Cravo como porta-enxerto, ou seja, laranja Aquiri sobre limão Cravo

(57,4 m3), e maior produção por planta na combinação Natal 112 com o porta-enxerto

limão Cravo (160,5 kg planta-1

).

Estudo com cinco porta-enxertos para a tangerina Michal, no Rio Grande do Sul,

mostrou resultado parecido com o deste trabalho, uma vez que na média dos três anos

de avaliação, a altura, a área de projeção da copa e a produção das plantas enxertadas

sobre o Flying Dragon foram menores do que nos demais porta-enxertos avaliados, 1,56

m e 1,46 m2 e 6 kg planta

-1, respectivamente (BRUGNARA et al., 2009). Enquanto que

os tratamentos com os porta-enxertos limão Cravo e citrumelo Swingle proporcionaram

maiores valores, sendo para o limão Cravo 2,14 m, 3,25 m2 e 37,0 kg palnta

-1 e para o

citrumelo Swingle 2,12 m, 3,25 m2 e 34,0 kg planta

-1. Contudo, no tocante ao índice de

produtividade, não houve diferença estatística entre os porta-enxertos limão Cravo,

citrumelo Swingle e Flying Dragon.

STENZEL et al. (2003), que compararam sete porta-enxertos em tangerina

Ponkan, no estado do Paraná, também encontraram rendimentos equivalentes para as

plantas enxertadas sobre limão Cravo, enquanto as plantas em P. trifoliata apresentaram

menores rendimentos. O limão Cravo já apresentou ótima produção em estudos com

diversas tangerinas como Fallglo [(C. reticulata Blanco x (C. paradisi Macf. x C.

reticulata Blanco)] x (C. reticulata x C. sinensis L. Osbeck) (MOURÃO-FILHO et al.,

2007), Ponkan (STENZEL et al., 2003), satsuma Okitsu (C. unshiu Marcow.)

60

(CANTUARIAS-AVILÉS et al., 2010) e Fremont (NÚÑEZ et al., 2007), confirmando

seu alto desenvolvimento vegetativo e seu rendimento produtivo (POMPEU JUNIOR,

2005).

Tabela 17 - Desenvolvimento vegetativo (altura - A, diâmetro - D e volume de copa

VC), produção (P) e eficiência produtiva (EP) das plantas de Fremont no experimento

de avaliação em diferentes porta-enxertos (Mogi Mirim/SP, 2012, 2013 e 2014).

Porta-Enxerto A D VC P EP

(m) (m) (m³) (kg planta-1

)

(kg m-3

copa)

-------------------------------------2012-------------------------------------

limão Cravo 1,72 a* 1,25 a 1,45 a 14,96 ab 10,32 a

citrumelo Swingle 1,51 a 1,19 a 1,13 ab 16,81 a 14,88 a

Poncirus trifoliata 1,47 a 1,00 ab 0,77 bc 7,87 bc 10,22 a

Flying Dragon 1,00 b 0,78 b 0,31 c 5,10 c 16,45 a

-------------------------------------2013--------------------------------------

limão Cravo 1,70 ab 1,50 a 2,05 a 13,97 a 11,46 a

citrumelo Swingle 1,78 a 1,40 a 1,85 a 12,31 ab 15,13 a

Poncirus trifoliata 1,59 b 1,15 b 1,12 b 11,12 ab 10,35 a

Flying Dragon 1,34 c 1,04 b 0,78 b 7,53 b 16,26 a

-------------------------------------2014--------------------------------------

limão Cravo 1,96a 1,71a 3,00a 21,37 b 7,12 b

citrumelo Swingle 1,99a 1,53b 2,45ab 41,70 a 17,02 a

Poncirus trifoliata 1,89a 1,31c 1,70b 18,23 b 10,72 b

Flying Dragon 1,36b 1,03d 0,76c 14,10 c 18,55 a *médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey, 5%).

Em 2014, destaca-se a alta eficiência produtiva das plantas em Flying Dragon,

não diferindo do citrumelo Swingle. Essa característica do Flying Dragon é relatada

para outras copas como a lima ácida Tahiti (STUCHI et al., 2003). SCHAFFER et al.

(2001) também relatam influência direta do porta-enxerto no vigor da copa enxertada,

induzindo diferenças no tamanho da copa e sua produção. Em geral, o Poncirus

trifoliata acarreta em menor vigor da copa quando comparado com porta-enxertos mais

vigorosos como, por exemplo, o limão Cravo.

Entretanto o porta-enxerto Flying Dragon é visto como potencial para plantações

de alta densidade em pomares cítricos, ideia também defendida por GONZATTO et al.

(2011) ao avaliarem a performance da tangerina Oneco em seis porta-enxertos, no sul

do Brasil, relatando maior eficiência da produção acumulada para as árvores enxertadas

sobre o referido cavalo.

61

A redução do crescimento vegetativo observada em árvores enxertadas sobre

Flying Dragon indica a característica de nanismo deste porta-enxerto, que segundo

CHENG & ROOSE (1995) é responsável por manter a altura da planta sob 2,5 m. No

presente estudo, as plantas de Fremont estavam com seis anos de idade e as copas

enxertadas sobre Flying Dragon apresentaram menor altura de planta (1,36 m) no ano

de 2014. Características vegetativas semelhantes foram observadas em plantas com oito

anos de idade, sob laranja Monte Parnaso (REIS et al., 2006) e com dez anos de idade

sob tangerina Michal (BRUGNARA et al., 2009). ROOSE (1986) também observou

redução semelhante na altura do dossel e no volume de copa das plantas de laranja

Valência enxertadas sobre Flying Dragon.

Figura 12 - Plantas de tangerina Fremont em 2012 (acima) e 2013 (abaixo); da

esquerda para direta em: Flying Dragon, Poncirus trifoliata, citrumelo Swingle e limão

Cravo (Sítio Lagoa Bonita, Mogi Mirim/SP, 2012-2013).

Quando foram analisados os atributos físico-quimicos, os frutos da tangerina

Fremont sobre diferentes porta-enxertos, observou-se que os frutos provenientes de

plantas enxertadas sobre limão Cravo e citrumelo Swingle apresentaram frutos com

maiores massas (Tabela 18), sendo que os frutos provenientes da combinação com

limão Cravo apresentaram também índice de acidez reduzido. Segundo SARTORI et al.

(2007), o aumento do tamanho do fruto, ocasiona uma redução na concentração de

ácidos por um efeito de diluição.

A

B

62

Outro aspecto que merece ser mencionado é a porcentagem de suco nos frutos,

uma vez que é um fator importante para qualquer variedade, sendo ela consumida in

natura ou para industrialização (BARBASSO, 2005). Independente do porta-enxerto

utilizado, a variedade Fremont obteve as mesmas respostas ao rendimento de suco,

valores entre 41 e 47 %, considerado dentro do padrão de comercialização de fruta in

natura (BRUGNARA et al., 2009). SILVA et al. (2013) também verificaram que o fator

rendimento de suco não diferiu estatisticamente entre os porta-enxertos analisados.

Efeito similar foi relatado para as tangerinas Sunburst e Fallglo enxertadas sobre quatro

porta-enxertos (MOURÃO-FILHO et al., 2007) e também para tangor Murcott sobre 16

porta-enxertos (FIGUEIREDO et al., 2006).

Tabela 18 - Massa (M) dos frutos, rendimento (RS), acidez (A), sólidos solúveis totais

(SST) e ratio do suco de frutos de tangerina Fremont em diferentes porta-enxertos, no

município de Mogi Mirim/SP (2012-2014).

Porta-enxerto Massa

(g)

Rd.

Suco

(%)

Acidez

(g/100 mL)

Sólidos

Solúveis

(oBrix)

Ratio

limão Cravo 126,8a* 43,2a 0,90c 13,46b 12,60a

citrumelo Swingle 107,0b 46,9a 1,10b 11,46c 12,57a

Poncirus trifoliata 104,3b 45,2a 1,18a 14,70a 12,47a

Flying Dragon 87,1c 41,5a 1,05b 13,90b 13,27a *médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey, 5%). Frutos coletados no

mês de junho.

No quesito sólidos solúveis, constatou-se que os melhores valores foram

observados nos frutos das combinações copa (tangerina Fremont) com Poncirus

trifoliata, seguido por Flying Dragon. Resultados diferentes foram apresentados por

NÚÑEZ et al. (2007) que relataram como frutos de melhor qualidade para tangerina

Fremont aqueles obtidos sobre os porta-enxertos citrumelo Swingle e tangerina

Cleópatra, especialmente no que se refere a sólidos solúveis e acidez titulável.

Em contra partida, resultados similares foram observados por STENZEL et al.

(2003), os quais relataram maiores teores de SST em Ponkan enxertada sobre P.

trifoliata em comparação com árvores em limão Cravo e limão Volkameriano. Bem

como por GONZATTO et al. (2011) que mostraram maiores teores de SST e AT em

frutos da copa de tangerina Oneco enxertada em Flying Dragon e por YONEMOTO et

al. (2004) que observaram que os frutos de Satsuma Shirakawa enxertada sobre Flying

63

Dragon apresentaram sólidos solúveis maiores em comparação com aqueles em P.

trifoliata, independentemente da carga de frutos nas árvores.

Já em relação aos menores teores de sólidos solúveis, GEORGIOU (2000),

NÚÑEZ et al. (2007), MOURÃO-FILHO et al. (2007) e BRUGNARA et al. (2009)

encontraram valores inferiores em plantas cítricas enxertadas sobre limão Cravo em

comparação com outras enxertadas em citrumelo Swingle. Valor similar foi encontrado

nesta pesquisa cuja combinação de Fremont com os porta-enxertos citrumelo Swingle e

limão Cravo proporcionaram frutos com valores inferiores as demais combinações

copa/porta-enxerto. É por estes e outros resultados que CANTUARIAS-AVILÉS et al.

(2010), em suas avaliações com tangerinas, afirmam que a melhor qualidade do fruto

está diretamente associada ao elevado teor de SST.

Apesar das alterações nos valores de acidez e sólidos solúveis das combinações

estudadas, os dados de ratio evidenciam que os frutos encontravam-se no mesmo

estádio de maturação em todas as combinações de porta-enxertos, não diferindo

estatisticamente entre si, estando todos aptos à colheita. A relação Brix/acidez indica o

ponto de maturação e de colheita dos frutos, característica importante nas variedades

cítricas (PIO et al., 1993). Segundo Samson, citado por KOLLER (1994), a relação

Brix/acidez ideal seria entre 10 e 16. Conforme os resultados obtidos (Tabela 6), as

combinações avaliadas atingiram valores adequados para o consumo in natura (mínimo

de 8,0) e para a industrialização (mínimo de 10), o que confere com os padrões citados

por CAMPOS (1976).

4.3.3 Raleio

No ensaio de raleio instalado em Capão Bonito/SP, houve diferença entre os

diferentes tratamentos, que influenciaram a porcentagem de frutos produzidos com

diferentes calibres. O raleio de 50% proporcionou maior porcentagem de frutos com

diâmetro acima de 7,0 cm (17,4%) e menor porcentagem de frutos com diâmetro

inferior a 6,0 cm (28,2%) em relação à testemunha, mostrando a importância de se

realizar essa prática nos pomares de tangerina Fremont (Tabela 19).

64

Tabela 19 - Porcentagem média de frutos de tangerina Fremont com

diferentes calibres (diâmetro) após desbaste/raleio de 25% e 50%,

Pólo Regional Sudoeste Paulista (Capão Bonito/SP, 2012-2014).

Diâmetro transversal do fruto Raleio

Testemunha 25% 50%

<6cm 36,76aB* 31,97abB 28,15bB

entre 6 e 7 cm 52,81aA 54,57aA 54,48aA

>7cm 10,43bC 13,47abC 17,37aC

CV(%) 22,58 *Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha,

não diferem entre si (Tukey 5%).

O mesmo pôde ser observado no experimento de Mogi Mirim no qual o raleio de

50% proporcionou maior porcentagem de frutos com diâmetro acima de 7,0 cm

(17,00%) e menor porcentagem de frutos com diâmetro inferior a 6,0 cm (10,37%) em

relação à testemunha (Tabela 20). Além de apresentar diferenças entre as porcentagens

de raleio, influenciando na porcentagem de frutos produzidos com diferentes calibres,

tal experimento mostrou diferenças entre os porta-enxertos utilizados, ou seja, o porta-

enxerto limão Cravo proporcionou maior porcentagem de frutos com diâmetro acima de

7,0 cm (19,13%) e menor porcentagem de frutos com diâmetro inferior a 6,0 cm

(13,64%) em relação aos demais porta-enxertos analisados.

Tabela 20 - Porcentagem média de frutos de tangerina Fremont com diferentes calibres

(diâmetro) após desbaste/raleio de 25% e 50%, em diferentes porta-enxertos, Sítio

Lagoa Bonita (Mogi Mirim/SP, 2012-2014).

Diâmetro

transversal do

fruto

Raleio

Porta-enxerto

Testemunha 25% 50%

PT FD LC CS

<6cm 28,26Ba* 18,24Bb 10,37Bc 14,38Bc 29,53Ba 13,64Bc 18,27Bb

entre 6 e 7 cm 65,49Ab 70,18Aa 72,62Aa 76,71Aa 62,57Ab 66,48Aab 71,96Aa

>7cm 6,25Cb 11,58Bab 17,00Ba 9,65Bb 7,89Cb 19,13Ba 9,76Cb

CV(%) 27,40 21,48 *Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si (Tukey 5%) para

cada variável analisada. PT=Poncirus trifoliata; FD=Flaying Dragon; LC=limão Cravo; SC=citrumelo Swingle.

Em ambos os experimentos, as plantas submetidas ao raleio na intensidade de

25% apresentaram número de frutos intermediário aos dos tratamentos testemunha e

50%. A ausência de diferenças estatísticas entre os tratamentos testemunha versus 25%

de raleio e entre os tratamentos com 25% versus 50% de raleio pode ter sido devido ao

maior número de frutos nas plantas testemunhas e, ou, à baixa eficiência do raleio nas

plantas com 25% de raleio. Nesse sentido, o raleio manual está sujeito a erros, devido à

65

dificuldade de encontrar os frutos camuflados entre a vasta folhagem da tangerina

Fremont, mesmo tendo sido efetuado o raleio quando os frutos apresentavam cerca de

20 mm de diâmetro. Esse fator faz com que permaneça na planta, geralmente, maior

número de frutos em relação ao desejado, principalmente quando elas estão muito

carregadas de frutos e quando se deseja ralear maior quantidade deles.

Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato das plantas em ambos os

experimentos, Capão Bonito/SP e Mogi Mirim/SP, estarem com carga inicial mediana,

o que, de acordo com RODRIGUES et al. (1998), um raleio manual de 66,6% dos

frutos, repetido, no mínimo, a cada dois anos, é suficiente para estabilização da

produção, diferente das plantas com carga excessiva de frutos (plantas muito

carregadas), as quais necessitam de intensidades maiores de raleio para a obtenção de

resultados satisfatórios de calibre de frutos e de estabilidade produtiva ao longo dos

anos.

Em consequência do efeito do raleio manual sobre o calibre dos frutos,

observou-se que o raleio manual nas duas intensidades (25% e 50%) e nos dois

experimentos (Capão Bonito/SP e Mogi Mirim/SP) promoveu maior porcentagem de

frutos classificados, de acordo com o CEAGESP (2011), nas Classes 60-66 (diâmetros

transversais entre 6 e 7 cm). Sendo que os frutos classificados nas Classes 70-117

(diâmetros transversais maiores que 7 cm) apareceram com maior frequência, maior

porcentagem, no raleio de 50%. Um fator positivo é que o raleio manual de frutos de

25% e 50% gerou menor quantidade de frutos pertencentes às Classes 50-58 (diâmetros

transversais inferiores a 6 cm), em comparação com o tratamento testemunha, tais

classes englobam os frutos de pior qualidade comercial (menor tamanho).

Para o diâmetro transversal dos frutos, as duas intensidades de raleio avaliadas,

em ambos os experimentos (25% e 50%), foram efetivas em aumentar o calibre dos

mesmos. Como explicação para os dados obtidos, acredita-se que o fator raleio (número

menor de frutos na planta) gerou menor competição nutricional entre os frutos,

permitindo o seu maior crescimento. GUARDIOLA & GARCÍA-LUIZ (2000) explicam

tal fato pela possível maior distribuição de fotoassimilados para cada fruta, devido ao

aumento da relação fonte-dreno, em decorrência da redução no número de frutas por

planta.

Segundo RUFINI & RAMOS (2002), o raleio manual nas intensidades entre 50

e 80% também promoveu incremento no tamanho e na massa fresca de frutos, tendo a

produção (kg/planta) sido diminuída à medida que aumentou a intensidade de raleio. O

66

mesmo foi reportado por SARTORI et al. (2007) em seus estudos sobre o efeito da

poda, raleio de frutos e uso de fitorreguladores na produção de mexericas Montenegrina,

na qual o raleio manual de 66% aumentou o calibre e a massa fresca dos frutos na

variedade Montenegrina.

ROSA et al. (2012) também observaram incremento no tamanho dos frutos da

mexerica Montenegrina, quando os mesmos estudaram os efeitos da poda e do raleio

manual na variedade Montenegrina no sudoeste do Paraná, obtendo diferenças

significativas entre o tratamento testemunha e o raleio de 66% dos frutos.

Trabalhos com raleio químico também relatam melhorias nas qualidades dos

frutos após a prática de raleio, como o trabalho desenvolvido por MOREIRA et al.

(2012) que ao estudarem a qualidade das tangerinas Ponkan em função da regularidade

no raleio químico, através da aplicação de Ethephon por dois anos consecutivos,

detectaram interação (p < 0,05) entre as concentrações de Ethephon e os anos de

aplicação de raleio químico, para inúmeras variáveis estudadas, dentre elas o diâmetro

transversal e longitudinal dos frutos avaliados. Assim como no presente trabalho, no

qual observamos aumento na porcentagem de frutos com maior calibre nas plantas

raleadas, tais autores observaram aumento linear para o diâmetro das frutas no primeiro

ano de avaliação (2009) e comportamento quadrático no segundo ano de raleio (2010).

CRUZ et al. (2011), que também alcançaram resultados satisfatórios com a

prática do raleio, ao estudarem diferentes concentrações de Ethephon sobre o raleio

químico de tangerina Ponkan obtiveram frutas remanescentes maiores e mais uniformes,

o que, segundo os autores, favoreceu maior rendimento da produção comercial da

variedade em questão.

Dessa forma, sugere-se a realização regular do raleio em pomares de tangerina

Fremont cujos frutos serão destinados ao mercado de frutas frescas, pois tal atividade,

normalmente, torna as plantas mais equilibradas e capazes de produzir frutos de maior

calibre e mais uniformes.

O estudo mostrou que os porta-enxertos também exercem importante influência

sobre a qualidade dos frutos cítricos, mais precisamente, sobre o tamanho dos frutos da

tangerina Fremont, concordando com POMPEU JUNIOR (2005). Ao analisar a Tabela

20, observa-se que os frutos provenientes da combinação copa, tangerina Fremont,

porta-enxerto, limão Cravo, apresentaram maior porcentagem de frutos superiores a 7

cm de diâmetro transversal (Classe 70-117); seguida pela combinação tangerina

Fremont/Poncirus trifoliata e tangerina Fremont/citrumelo Swingle, que apresentaram

67

maior porcentagem de frutos com diâmetros transversais entre 6 e 7 cm (Classe 60-66),

não diferindo estatisticamente; sendo a combinação tangerina Fremont/Flying Dragon a

que apresentou maior porcentagem de frutos nas classes 50-58 (diâmetros transversais

inferiores a 6 cm).

LEDO et al. (1999) ao estudarem quatro diferentes porta-enxertos para laranjas

doces (Aquiri, Pêra, Natal e Valência), também constataram a produção de frutos

maiores, mais pesados, nas combinações sobre porta-enxerto limão Cravo, além de

maior produção por volume de copa.

CARRAU et al. (1993) em seus estudos sobre a evolução de porta-enxertos

cítricos também constataram a produção de frutos de maior tamanho na combinação

copa de tangerina Satsuma enxertada no cavalo limão Cravo, bem como na combinação

copa de Ellendale sobre os porta-enxertos limão Cravo e Poncirus trifoliata.

BRUGNARA et al. (2008) avaliando porta-enxertos para a tangerina Michal

também relataram maior tamanho de frutos nas plantas enxertadas sobre limão Cravo,

além das plantas enxertadas sobre o citrange Troyer, porém os mesmos também

constataram menor tamanho de fruto nas plantas sobre citrumelo Swingle.

Enquanto que GONZATTO et al. (2011) ao analisarem o comportamento da

tangerina Oneco sobre seis porta-enxertos diferentes mostraram que as tangerinas

colhidas de plantas sobre Flying Dragon apresentaram menor tamanho enquanto que os

frutos colhidos das plantas sobre o porta-enxerto Volkameriano eram os mais pesados e

de maior tamanho. Porém, tais autores, concluem que as plantas enxertadas em porta-

enxertos Flying Dragon foram as que apresentaram maior eficiência produtiva.

Diante de tais resultados, é importante mencionar que a produção e o tamanho

dos frutos são duas das inúmeras características influenciadas pelo porta-enxerto, por

esse motivo, a escolha da variedade a ser utilizada é uma fase muito importante no

planejamento do pomar, momento este que o produtor já deve ter em mente seu objetivo

final.

4.4 Análise pós-colheita (armazenamento a frio)

No momento da colheita foi realizada a avaliação das características físicas e

químicas dos frutos que estavam no estádio ideal de maturação, mês de junho, conforme

apresentados na Tabela 21.

68

Tabela 21 - Características físico-químicas dos frutos da tangerina Fremont (Centro

APTA Citros Sylvio Moreira, IAC, 2012).

Variedade Massa

(g)

Ǿ L

(cm)

Ǿ T

(cm) NS

Rd.

Suco

(%)

Acidez

(g 100

mL-1

)

SS

(oBrix)

Ratio Cor

(ho)

Fremont 125,5 6,7 5,7 21 44,8 1,08 12,2 11,3 51,11 *Média de quatro amostras de 5 frutos cada, colhidas em junho/2012. Onde: Ǿ L = diâmetro longitudinal

dos frutos; Ǿ T = diâmetro transversal dos frutos; NS = número de sementes; Rd. suco = rendimento de

suco; SS = sólidos solúveis.

Observou-se aumento na perda de massa dos frutos com o passar do tempo

(armazenamento), Tabela 22 e Tabelas em anexo, contudo a perda de massa foi maior

quando os mesmos foram armazenados em meio ambiente. Isso ocorre em decorrência

da água eliminada no processo transpiratório, causada pela diferença de pressão de

vapor entre o fruto e o ar no ambiente (SOUSA et al., 2000), pois em ambiente

refrigerado, a temperatura mais baixa reduz o metabolismo do fruto e consequentemente

ocorre menor perda de massa (JERONIMO & KANESIRO, 2000; LIMA & DURIGAN

2000). Contudo, a intensidade da perda de massa pode ter importância substancial

durante a comercialização, pois altas perdas podem resultar no murchamento e na perda

de consistência do fruto, com redução na sua qualidade (AWAD, 1993).

Pequenas oscilações no conteúdo de sólidos solúveis (SS) foram observadas e

uma das explicações para isso, refere-se à perda de massa durante o armazenamento que

contribui para a concentração dos açúcares (TUCKER, 1993). Segundo CHITARRA &

CHITARRA (2005), esta pequena oscilação é comum, uma vez que os frutos cítricos

apresentam pequenas modificações no conteúdo de açúcares em geral, desde que a

colheita seja realizada durante ou após a fase de maturação. Os citros são considerados

frutos não climatéricos, logo, colhê-los com a maturação correta é essencial para se

obter frutas de qualidade (PEREIRA et al., 2006).

Queda da acidez das frutas foi notada durante o período de armazenamento, o

mesmo foi relatado por MALGARIM et al. (2008) ao estudarem a qualidade pós-

colheita do tangelo Nova (C. reticulata Blanco x C. paradisi Macfad:) em diferentes

períodos de armazenamento, bem como por TERUEL et al. (2000) ao estudarem a

caracterização pós-colheita de laranjas Baianinhas [Citrus sinensis (L.) Osbeck]

submetidas ao armazenamento refrigerado e a condições ambientais. Segundo KAYS

(1991), após a colheita e durante o armazenamento, a concentração de ácidos orgânicos

tende a declinar na maioria dos frutos, em consequência da utilização desses compostos

69

como substrato respiratório e como esqueletos de carbono para a síntese de novos

compostos.

Por outro lado, observaram-se acréscimos nos valores de ratio durante o

armazenamento dos frutos, o que é relatado por LIMA et al. (1999) ao estudarem a

qualidade dos frutos da tangerina Ponkan armazenados sob temperatura ambiente. O

ratio é um importante parâmetro para avaliar a qualidade de frutas e durante a

maturação esta relação tende a aumentar devido à diminuição dos ácidos e aumento dos

açúcares (CHITARRA & CHITARRA, 1990). Segundo BALDWIN (1993), uma

relação SS/AT de 8 a 10 é aceita como um índice mínimo de maturidade para citros,

sendo que esta relação nos frutos da tangerina Fremont oscilou entre 11 e 13 durante os

dias de armazenamento. KLUGE et al. (2007) observaram um ratio oscilando entre

10,79 e 14,87 em tangor Murcott e entre 9,24 e 11,13 na laranja Valência, em seu

experimento com frutas cítricas armazenadas sob refrigeração.

Para coloração da casca dos frutos, foram observadas pequenas oscilações nos

valores do ângulo de cor (Hue), mostrando uma ligeira diminuição do mesmo, ou seja,

houve uma ligeira intensificação da coloração alaranjada da casca dos frutos,

principalmente daqueles armazenados a 10 oC (Tabela 22). Segundo JACOMINO et al.

(2008) a mudança da coloração da casca das tangerinas está relacionada a degradação

da clorofila e revelação dos carotenóides.

Quanto a firmeza, constatou-se uma manutenção da mesma nos frutos de

tangerina Fremont armazenados à 10 oC, isso ocorreu devido à baixa temperatura de

armazenamento e não por consequência do estádio de maturação na colheita. Resultados

semelhantes foram obtidos por DREHMER & AMARANTE (2008) cuja firmeza dos

frutos de araçá-vermelho manteve-se elevada ao longo do período de armazenamento a

0oC. Contudo, os frutos armazenados em meio ambiente apresentaram um pequeno

aumento na firmeza em virtude das alterações na parede celular dos frutos que se

mostraram murchos, dificultando a penetração do aparelho medidor (penetrômetro) nos

mesmos.

Já o brilho da casca dos frutos de tangerina Fremont, armazenados em meio

ambiente e sob refrigeração (10 oC), com e sem cera, apresentaram pequenas oscilações

em seus valores, sendo que nos frutos armazenados em meio ambiente houve uma

ligeira diminuição do brilho, os mesmos se mostraram mais opacos, diferente dos frutos

que foram armazenados à 10oC que, praticamente, mantiveram seu brilho ao longo dos

dias de armazenamento.

70

Tabela 22 - Perda de massa (PM), acidez (AT), sólidos solúveis (SS), ratio, brilho, textura e ângulo hue (oh) da tangerina Fremont

(Cordeirópolis/SP, 2012).

Fontes de Variação PM (%) AT (g/100mL) SS (oBrix) RATIO BRILHO (Gs) TEXTURA (N) COR (h

o)

Tempo (A) ** ** NS * * * *

7 2,77d 0,85a 10,08c 11,97b 2,48b 4,33b 53,94a

14 4,82cd 0,83a 10,25a 12,27ab 2,50ab 4,77ab 53,94a

24 7,93bc 0,83a 10,12a 12,15ab 2,71ab 4,51b 54,55a

28 11,50ab 0,84a 10,45a 12,45ab 2,85a 4,62ab 54,50a

35 13,46a 0,79ab 10,18a 12,99ab 2,85a 4,62ab 52,52ab

42 14,03a 0,76b 10,18a 13,33a 2,00b 5,58a 49,94b

Armazenamento (B) ** NS ** * ** NS *

Ambiente 14,58a 0,81a 10,40a 12,91a 2,36b 4,77a 52,22b

10oC 3,59b 0,83a 10,01b 12,12b 2,77a 4,70a 54,24a

Revestimento (C) * ** NS ** ** NS **

CC 9,10a 0,80a 10,14a 12,77a 2,96a 4,58a 54,90a

SC 9,14a 0,84a 10,28a 12,25b 2,17b 4,89a 51,56b

AxB ** * NS NS ** NS NS

AxC ** * NS NS NS * NS

BxC NS NS NS NS NS NS **

AxBxC NS NS NS NS NS NS NS

CV (%) 14,93 5,61 3,86 7,51 20,67 16,86 5,87

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si [Tukey 5% (*) e 1% (**)]; Tempo (A) = dias; CC = com cera; SC = sem cera; NS = não

significativo.

71

Concomitantemente, avaliou-se a aceitabilidade de tais frutos durante o período de

armazenamento. Frutos de Fremont armazenados à 10 oC tiveram notas maiores em

todos os atributos avaliados quando comparados com os frutos armazenados ao meio

ambiente (Tabela 23).

Tabela 23 - Média dos atributos sensoriais para os frutos da tangerina Fremont

armazenados em diferentes temperaturas e períodos de armazenamento

(Cordeirópolis/SP, 2012).

ATRIBUTOS PERÍODO DE ARMAZENAMENTO EM DIAS

7 14 24 28 35

APARÊNCIA**

FACC***

5,3 bAB* 5,3 bAB 6,4 aA 4,8 bB 4,3 bB

FASC****

5,8 bA 5,8 bA 4,7 bAB 3,8 cB 4,1 bB

FDCC*****

7,3 aA 7,3 aA 7,5 aA 6,8 aA 6,8 aA

FDSC******

6,2 abA 6,2 abA 6,7 aA 6,4 aA 6,3 aA

FIRMEZA**

FACC 6,9 bA 5,6 bBC 5,8 bAB 4,5 bC 4,4 bC

FASC 6,7 bA 6,0 bAB 4,8 cBC 4,0 bC 4,3 bC

FDCC 7,9 aA 7,4 aA 7,1 aA 7,1 aA 6,9 aA

FDSC 8,2 aA 7,1 aAB 6,9 aB 6,9 aB 6,7 aB

FÁCIL DESCASQUE**

FACC 4,9 bAB 4,3 cB 6,0 aA 4,7 bB 4,7 bB

FASC 4,3 cA 4,9 bcA 4,6 bA 4,2 bA 4,9 bA

FDCC 5,1 bB 6,6 aA 5,9 aAB 6,1 aAB 6,1 aAB

FDSC 6,2 aA 5,6 bA 6,1 aA 6,1 aA 6,0 aA

SABOR**

FACC 4,8 cB 4,9 bB 5,8 bA 4,9 cB 4,6 cB

FASC 7,3 aA 7,1 aA 6,9 abB 5,5 bC 5,2 bC

FDCC 6,7 bA 7,3 aA 6,7 abA 6,9 abA 6,5 aA

FDSC 6,9 abA 7,0 aA 7,4 aA 7,5 aA 6,4 aB *Médias com letras iguais não diferem estatísticamente (p>0,05), minúsculas na coluna, maiúsculas na

linha.**

Intensidade dos atributos avaliados : escala hedônica de 9 pontos.***

Fruto de Fremont armazenado

em meio ambiente com cera.****

Fruto de Fremont armazenado em meio ambiente sem cera.*****

Fruto de

Fremont armazenado à 10oC com cera.

******Fruto de Fremont armazenado à 10

oC sem cera.

De uma maneira geral a aparência dos frutos armazenados à 10 oC mostrou-se

melhor do que a dos frutos armazenados em meio ambiente, independente do tipo de

revestimento (com ou sem cera). Contudo os frutos armazenados à 10 oC mantiveram

sua aparência ao longo dos períodos de armazenamento, na faixa do “gostei muito” ao

“gostei ligeiramente”, diferente dos frutos armazenados em meio ambiente que tiveram

72

uma queda na sua aparência ao decorrer dos dias armazenados, saindo do “gostei

moderadamente” para o “desgostei ligeiramente”, aos 35 dias de armazenamento.

Este resultado pode ser explicado pelos atributos de cor e firmeza (teste de

aceitação), os quais ajudam a compor o atributo aparência do fruto. Observou-se que os

frutos armazenados à 10 oC mantiveram sua coloração ao longo do período de

armazenamento, principalmente os frutos revestidos com cera, diferente dos frutos

armazenados em meio ambiente que já na segunda semana de armazenamento (14 dias)

começaram a sofrer alteração de cor, perdendo qualidade. Fato este também observado

por JOMORI et al. (2003), os quais estudaram a conservação refrigerada de lima ácida

Tahiti com o uso de 1-metilciclopropeno, ácido giberélico e cera, e relataram que tais

frutos, armazenados à 10 oC e revestidos com cera, apresentaram retardo na perda de

coloração.

Já o atributo firmeza apresentou diminuição no décimo quarto dia de

armazenamento para todos os tratamentos. Contudo os frutos armazenados à 10 oC

sofreram um ligeira perda de firmeza, diferente dos frutos armazenados em meio

ambiente que tiveram uma diminuição acentuada da sua firmeza logo no vigésimo

oitavo dia de armazenamento (quarta semana). Segundo KAYS (1991), o decréscimo na

firmeza da polpa ocorreu devido à ação das enzimas PME (pectinametilesterase) e PG

(poligalacturonase) que atuam em nível de parede celular. A atividade dessas enzimas

promove solubilização das substâncias pécticas da parede celular e, conseqüentemente,

o amaciamento dos frutos.

Para o quesito facilidade de descasque observou-se que os frutos sem

revestimento de cera, tanto os armazenados à 10 oC quanto os armazenados em meio

ambiente, não sofreram alterações significativas ao longo do armazenamento. Contudo

os frutos de Fremont armazenados em meio ambiente com cera apresentaram maior

dificuldade de descasque a partir da quarta semana de armazenamento. Já os frutos

armazenados à 10 oC com cera tiveram sua facilidade de descasque acentuada a partir

do décimo quarto dia de armazenamento (segunda semana).

Quando se analisa o atributo sabor, constata-se que os frutos que receberam o

revestimento de cera apresentaram uma alteração de sabor logo na primeira semana de

armazenamento, recuperando posteriormente seu sabor agradável. Os frutos

armazenados à 10 oC apresentaram melhor sabor (Tabela 23) do que aqueles

armazenados em meio ambiente, no qual os frutos armazenados à 10 oC, com cera,

mantiveram suas características de sabor até o trigésimo quinto dia de armazenamento,

73

tornando-se impróprio para consumo nos dias subsequentes. Já os frutos armazenado à

10 oC, sem cera, tiveram seu sabor melhorado, aumentado, na terceira semana de

armazenamento (24 dias) e apenas na quinta semana (35 dias) começaram a apresentar

diminuição de sabor. Todavia os frutos armazenados em meio ambiente, com e sem

cera, começaram a apresentar alteração de sabor, ou seja, menor aceite por parte dos

julgadores, na quarta semana de armazenamento (28 dias), com médias próximas a nota

4 que significa “desgostei ligeiramente”. Vale frisar que os frutos armazenados em meio

ambiente com cera receberam notas inferiores aos frutos armazenados em meio

ambiente sem cera (Figura 13).

O sabor é um dos mais importantes atributos de qualidade de frutos cítricos,

sendo afetado principalmente pela concentração de ácidos orgânicos no suco.

Normalmente, o teor de ácidos orgânicos diminui, paralelamente a um aumento no pH,

com o amadurecimento e armazenamento de frutos cítricos em função da sua utilização

no ciclo de Krebs, durante o processo respiratório ( LIMA et al., 1999).

Figura 13 - Resposta dos julgadores às características sensoriais dos frutos da tangerina

Fremont nos diferentes tratamentos e períodos de armazenamento (Cordeirópolis/SP,

junho-julho/2012).

Contudo, os frutos armazenados à 10 oC obtiveram maior intenção de compra

em comparação aos frutos armazenados à temperatura ambiente. Nota-se que apenas aos

28 dias de armazenamento os julgadores classificaram tais frutos, armazenados à 10 oC,

como talvez comprasse talvez não comprasse (nota 3), diferente dos frutos armazenados

ao meio ambiente que aos 24 dias de armazenamento geraram dúvidas quanto a compra

Aparência Firmeza

Facilidade de descasque Sabor

7dias 14dias 24dias 28dias 35dias

7dias 14dias 24dias 28dias 35dias 7dias 14dias 24dias 28dias 35dias

7dias 14dias 24dias 28dias 35dias

tempo

tempo

tempo

tempo

74

ou não de tais frutos por parte dos julgadores (notas menores ou iguais a 3),

permanecendo com notas entre 3 e 2 (talvez comprasse talvez não comprasse e

provavelmente não compraria) até o final das avaliações (Figura 14).

Figura 14 - Resposta dos julgadores à intenção de compra dos frutos da tangerina

Fremont nos diferentes tratamentos e períodos de armazenamento (Cordeirópolis/SP,

junho-julho/2012).

Conclui-se, portanto, que a qualidade é resultado de um conjunto de

características que devem ser preservadas durante o armazenamento das frutas,

devendo-se definir um período seguro para esta fase. Dessa forma, conforme os dados

apresentados neste trabalho e de acordo com as recomendações de MARTÍNEZ-

JÁVEGA et al (1996), o período máximo para armazenar a tangerina Fremont é de 30-

35 dias.

4.5 Análise bioquímica fina (quantificação de carotenoide)

Os principais carotenoides nutricionais caracterizados por extratos saponificados

de tangerina Fremont foram β-criptoxantina, β-caroteno e cis-violaxantina, uma

xantofila amarela (Tabela 24), sendo que a β-criptoxantina foi o carotenoide nutricional

mais abundante (3,23 e 4,55 mg L-1

). Tais resultados estão de acordo com DHUIQUE-

MAYER et al. (2005) e outros autores de países asiáticos (LIN et al., 1995; SUMIDA et

al., 1999; KIONG-CHEOL et al. 2000), os quais relataram a presença dos mesmos

carotenoides nutricionais nos sucos de tangerinas, por eles estudados, com destaque

para a β-criptoxantina, considerada o principal carotenoide pró-vitamina A.

75

Tabela 24 - Conteúdo de carotenoides (mg L-1

) em suco de tangerina Fremont

provenientes de frutos de três locais diferentes (Montpellier/França, 2014-2015).

Local β-cto cis-vio neox cis-ant zeino luteina α-car β-car phyt phytf

CB 3,41 b* 0,09 c 0,09 c 0,17 c 0,21 b 0,37 c 0,19 a 0,56 b 0,00 b 0,00 b

MM 2,42 c 0,50 b 0,13 b 0,40 b 0,18 b 0,55 b 0,18 a 0,27 c 0,00 b 0,00 b

CO 6,89 a 2,35 a 0,82 a 0,54 a 0,90 a 0,83 a 0,18 a 1,94 a 0,40 a 1,86 a

CV (%) 10,52 16,16 15,95 1,56 8,43 7,79 10,82 21,28 22,91 16,74 *Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%). CB=Capão

Bonito/SP/Brasil; MM=Mogi Mirim/SP/Brasil; CO=Córsega/França; β-cto= β-cryptoxantina; cis-vio=cis-

violaxantina; neox=neoxantina; cis-ant=cis-anteroxantina; zeino=zeinoxantina, α-car=α-caroteno; β-car=β-caroteno;

phyt=fitoeno; phytf=fitoflueno.

DHUIQUE-MAYER et al. (2005) ao analisarem os componentes principais de

laranja, clementina e tangerina conseguiram classificar tais frutas, com base em seus

critérios nutricionais (teor de carotenoides), em três diferentes categorias, são elas

categoria 1, clementina e tangerina, claramente diferenciada das categorias de laranjas

doces (categorias 2 e 3), por estar altamente correlacionada com o conteúdo de β-

criptoxantina (8,63 a 10,70 mg L-1

) e β-caroteno (1,45 a 1,60 mg L-1

); categoria 2,

laranjas Salustiana, Hamlin, Maltaise e Shamouti, por apresentarem os menores teores

de β-criptoxantina (1,35 a 2,76 mg L-1

) e β-caroteno (0,1 a 0,25 mg L-1

), estando mais

correlacionado com os conteúdos de luteína (0,50 a 0,72 mg L-1

) e zeaxantina (1,20 a

1,87 mg L-1

); e categoria 3, laranjas Sanguinelli, Valência e Pera, por apresentarem

teores de β-criptoxantina (1,65 a 3,88 mg L-1

) e β-caroteno (0,30 a 0,45 mg L-1

)

superiores as laranjas da categoria 2.

Contudo, no presente trabalho e nos trabalhos citados anteriormente, β-

criptoxantina, presente principalmente na forma de retinil-éster (BRODY, 1994),

demonstrou ser a principal pró-vitamina A em citros, principalmente no grupo

tangerina. GANCEL et al. (2003) observaram em seus estudos uma forte correlação

entre β-criptoxantina e hesperidina no grupo tangerina, englobando a clementina,

mostrando que a clementina, híbrido de tangerina do Mediterrâneo (Citrus deliciosa)

com laranja doce (Citrus sinensis), recebe maior influência dos metabólitos secundários

do seu parental tangerina do que do seu parental laranja, revelando-se assim a tangerina

do Mediterrâneo como um parental interessante para o melhoramento genético de citros

no que diz respeito ao alto valor nutricional e a dominância genética.

Já em relação às diferentes localidades estudadas, este trabalho apresentou

maiores teores de carotenoides (β-criptoxantina, zeinoxantina e β-caroteno) em

tangerina Fremont cultivada em Córsega/França (T.máx.=21 oC; T.mín=10

oC;

76

Precipitação acumulada=615 mm), seguida pela mesma variedade cultivada em Capão

Bonito/SP, Brasil (T.máx.=26 oC; T.mín=11

oC; Precipitação acumulada=1260 mm), e

Mogi Mirim/SP, Brasil (T.máx.=30 oC; T.mín=13

oC; Precipitação acumulada=861

mm). Isso aconteceu devido às condições climáticas de Córsega/FR e Capão

Bonito/SP/BR terem sido mais estressantes do que as condições climáticas de Mogi

Mirim/SP/BR, ou seja, sob baixas temperaturas a coloração interna e externa dos frutos

são mais pronunciadas, refletindo num maior teor de carotenoides. Corroborando com

os resultados encontrados por IRWIG et al. (2002) e DHUIQUE-MAYER et al. (2005).

Podemos observar também que as condições mediterrânicas parecem melhorar a

produção e o acúmulo de β-criptoxantina e cis-violaxantina em sucos da tangerina

Fremont, porém apesar dos níveis destes dois compostos serem marcadamente

inferiores sob clima tropical, a β-criptoxantina ainda é o principal carotenoide em sucos

desta variedade, sugerindo-se assim que em condições tropicais a produção deste

carotenoide pode ser limitada. Dessa forma as condições ambientais parecem

influenciar o primeiro passo da biossíntese de carotenoides catalisada pela síntese de

fitoeno e fitoflueno ou pela síntese de percursores de carotenoides, como por exemplo, a

via do fosfato de methylerythritol, como também foi sugerido por GAUTIER et al.

(2008) ao estudarem como a qualidade do tomate varia com o estágio de maturação,

temperatura e irradiação. De fato, esses autores verificaram que o aumento na

temperatura de 21 para 26 oC resultou na redução do teor total de carotenoide, indicando

que o primeiro passo da via biossintética de carotenoide ocorre negativamente, ou seja,

ocorre mais cedo na polpa do fruto do que na casca. OBERHOLSTER et al. (2001)

sugeriram que o stress pelo frio pode ser um estímulo para a síntese de β-citraurin e um

produto de degradação de zeaxantina ou β-criptoxantina.

Contudo, mais estudos precisam ser realizados para completar a quantificação

das variações nos teores de carotenoides de sucos cítricos de diferentes origens

geográficas (Espanha, França, EUA, Brasil, etc), uma vez que a qualidade nutricional de

sucos e frutas cítricas é uma questão de extrema importância, pois poderá determinar se

a variabilidade irá pavimentar o caminho para melhoramentos genéticos adaptados às

diferentes zonas de produção.

77

5 CONCLUSÕES

A tangerina Fremont mostra-se morfologicamente passível de defesa, pois a

histologia da sua lâmina foliar corrobora com relatos anteriores de resistência varietal;

Fruto e suco de Fremont têm alta aceitação e intenção de compra pelo mercado

consumidor;

Há preferência pelo fruto da tangerina Fremont quando comparado ao fruto da

tangerina Ponkan;

Espaçamentos adensados (6,0 x 1,5 m e 7,0 x 1,5 m), apesar de proporcionarem

menor desenvolvimento vegetativo às plantas de Fremont, resultam em maior

produtividade por área;

Maior eficiência produtiva é obtida quando a tangerina Fremont é enxertada em

citrumelo Swingle e trifoliata Flying Dragon;

Plantas de Fremont enxertadas sobre limão Cravo apresentam frutos maiores.

Maior teor de sólidos solúveis e acidez do suco de Fremont são obtidos no porta-enxerto

Poncirus trifoliata;

O raleio (25 e 50%) promoveu incremento na porcentagem de frutos

classificados nas Classes 60-66 (diâmetros transversais entre 6 e 7 cm), enquanto que

frutos classificados nas Classes 70-117 (diâmetros transversais maiores que 7 cm)

apareceram em maior porcentagem, quando 50% dos frutos são raleados;

A tangerina Fremont pode ser armazenada (10oC) sem perder suas características

de qualidade por um período de 30-35 dias;

O suco do fruto da tangerina Fremont apresenta maior teor de β-criptoxantina e

β-caroteno em regiões de clima frio.

78

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96

7 ANEXOS

Anexo 1 - Perda de massa (PM) da tangerina Fremont: desdobramento da interação

tempo de armazenamento (dias) com as diferentes condições de armazenamento

(temperatura ambiente e 10 oC). Cordeirópolis/SP, 2012.

Tempo (A) Armazenamento (B)

Ambiente 10oC

7 3,73dA* 1,80cB

14 7,14cdA 2,51bB

24 12,21bcA 3,66abB

28 18,95abA 4,05aB

35 22,30aA 4,63aB

42 23,19aA 4,88aB

dms linha

0,642 coluna 0,895

*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si (Tukey

5%). Tempo (A) = dias. Armazenamento (B) = Ambiente (21 oC e UR 60-65%) e 10

oC (UR 90-95%).

Anexo 2 - Perda de massa (PM) da tangerina Fremont: desdobramento da interação

tempo de armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012.

Tempo (A) Revestimento (C)

CC SC

7 2,81cA* 2,72dA

14 4,76bcA 4,89cdA

24 8,49abA 7,38bcA

28 11,66aA 11,35abA

35 13,23aA 13,70abA

42 13,66aA 14,41aA

dms linha

0,614 coluna 0,880

*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si (Tukey

5%). Tempo (A) = dias; CC = com cera; SC = sem cera.

97

Anexo 3 - Acidez (g/100 mL) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo

de armazenamento (dias) com as diferentes condições de armazenamento (temperatura

ambiente e 10 oC). Cordeirópolis/SP, 2012.

Tempo (A) Armazenamento (B)

Ambiente 10oC

7 0,84aA* 0,86aA

14 0,83aA 0,84abA

24 0,81abA 0,85abA

28 0,83aA 0,85abA

35 0,78bA 0,80abA

42 0,76bA 0,77bA

dms linha

0,063 coluna 0,086

*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si (Tukey

5%). Tempo (A) = dias. Armazenamento (B) = Ambiente (21 oC e UR 60-65%) e 10

oC (UR 90-95%).

Anexo 4 - Acidez (g/100 mL) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo

de armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012.

Tempo (A) Revestimento (C)

CC SC

7 0,84aA* 0,86aA

14 0,83aA 0,84abA

24 0,80abB 0,87aA

28 0,84aA 0,84abA

35 0,73bB 0,85abA

42 0,75bA 0,77bA

Dms linha

0,049 coluna 0,077

*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si (Tukey

5%). Tempo (A) = dias; CC = com cera; SC = sem cera.

98

Anexo 5 - Brilho (Gs) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo de

armazenamento (dias) com as diferentes condições de armazenamento (temperatura

ambiente e 10 oC). Cordeirópolis/SP, 2012.

Tempo (A)

Armazenamento (B)

Ambiente 10oC

7 2,84aA* 2,13bB

14 2,74aA 2,27bA

24 2,33abB 3,10abA

28 2,31abB 3,39aA

35 2,30abB 3,39aA

42 1,64bB 2,35bA

dms linha

0,619

coluna

0,996

*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si (Tukey

5%). Tempo (A) = dias. Armazenamento (B) = Ambiente (21 oC e UR 60-65%) e 10

oC (UR 90-95%).

Anexo 6 – Textura (N) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo de

armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012.

Tempo (A) Revestimento (C)

CC SC

7 4,34bA* 4,32bA

14 4,62bA 4,91bA

24 4,37bA 4,65bA

28 4,07bB 5,17abA

35 4,07bB 5,17abA

42 5,12aA 6,03aA

dms linha

0,951 coluna 1,329

*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si (Tukey

5%). Tempo (A) = dias; CC = com cera; SC = sem cera.

99

Anexo 7 - Cor (ho) da tangerina Fremont: desdobramento da interação tempo de

armazenamento (dias) com os diferentes revestimentos (com e sem cera).

Cordeirópolis/SP, 2012.

Armazenamento (B) Revestimento (C)

CC SC

Ambiente 55,19aA 49,26bB

10oC 54,62aA 53,86aA

Dms linha

2,138 coluna 2,222

*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si (Tukey

5%). Tempo (A) = dias; CC = com cera; SC = sem cera.