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1 O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de Operacionalização (Parte I) O texto desta Sessão pretende constituir-se como uma espécie de guia para a auto-avaliação da biblioteca escolar no âmbito do novo Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, lançado pelo Gabinete RBE em 2009/10. A informação disponibilizada neste texto deverá ser complementada com a leitura obrigatória do capítulo de Orientações para Aplicação inseridas no documento do Modelo de Auto-avaliação. A sessão tem um carácter eminentemente prático, fazendo ainda especial apelo ao conhecimento e experiência dos professores-bibliotecários já envolvidos ou a envolver na aplicação do modelo. São objectivos da sessão: Compreender como é que a auto-avaliação pode ser concretizada para demonstrar a contribuição da BE para o ensino e aprendizagem e a missão e objectivos da escola. Ganhar familiaridade com o processo de auto-avaliação adoptado pelo Modelo de Auto- avaliação RBE e capacitar para a sua aplicação. Conhecer as técnicas e instrumentos propostos, o modo como se organizam e podem ser usados A principal fonte de informação a utilizar será o próprio modelo, relativamente ao qual se solicita uma leitura e análise aprofundada. There are many tools and methods to use to evaluate school library media centers. It’s important to identify the issue you want to address, identify the data you need to collect, match the correct evaluative method to gather that data, analyze it, and report it to the appropriate people. By following these steps, you’ll realize many benefits and potential improvements to your program. Everhart, Nancy. Evaluation of School Library Media Centers: demonstrating quality, Library Media Connection, March, 2003 O Quê? É cada vez mais importante que as bibliotecas escolares demonstrem o seu contributo para a aprendizagem e o sucesso educativo das crianças e jovens que servem. Referindo-nos à avaliação das bibliotecas em geral, a abordagem mais tradicional tem sido a de avaliar as bibliotecas em termos de inputs (instalações, equipamentos, financiamentos, staff, colecções, etc.), processos (actividades e serviços) e outputs (visitas à biblioteca, empréstimos, consultas do catálogo, pesquisas bibliográficas; respostas do serviço de

Texto da 5ª sessão

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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de Operacionalização (Parte I)

O texto desta Sessão pretende constituir-se como uma espécie de guia para a auto-avaliação

da biblioteca escolar no âmbito do novo Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares,

lançado pelo Gabinete RBE em 2009/10. A informação disponibilizada neste texto deverá ser

complementada com a leitura obrigatória do capítulo de Orientações para Aplicação inseridas no

documento do Modelo de Auto-avaliação.

A sessão tem um carácter eminentemente prático, fazendo ainda especial apelo ao

conhecimento e experiência dos professores-bibliotecários já envolvidos ou a envolver na

aplicação do modelo.

São objectivos da sessão:

Compreender como é que a auto-avaliação pode ser concretizada para demonstrar a contribuição da BE para o ensino e aprendizagem e a missão e objectivos da escola.

Ganhar familiaridade com o processo de auto-avaliação adoptado pelo Modelo de Auto-avaliação RBE e capacitar para a sua aplicação.

Conhecer as técnicas e instrumentos propostos, o modo como se organizam e podem ser usados

A principal fonte de informação a utilizar será o próprio modelo, relativamente ao qual se solicita uma leitura e análise aprofundada.

There are many tools and methods to use to evaluate school library media centers. It’s

important to identify the issue you want to address, identify the data you need to collect,

match the correct evaluative method to gather that data, analyze it, and report it to the

appropriate people. By following these steps, you’ll realize many benefits and potential

improvements to your program.

Everhart, Nancy. Evaluation of School Library Media Centers: demonstrating quality, Library

Media Connection, March, 2003

O Quê?

É cada vez mais importante que as bibliotecas escolares demonstrem o seu contributo para a

aprendizagem e o sucesso educativo das crianças e jovens que servem.

Referindo-nos à avaliação das bibliotecas em geral, a abordagem mais tradicional tem sido a

de avaliar as bibliotecas em termos de inputs (instalações, equipamentos, financiamentos,

staff, colecções, etc.), processos (actividades e serviços) e outputs (visitas à biblioteca,

empréstimos, consultas do catálogo, pesquisas bibliográficas; respostas do serviço de

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referência, materiais produzidos, etc. …), desenvolvendo

formas de avaliação da qualidade dos serviços e da sua

performance de carácter eminentemente quantitativo e

as mais das vezes traduzidas em termos de custos e

eficiência.

Medir os outcomes (Impactos) significa, no entanto, ir

mais além, no sentido de conhecer o benefício para os

utilizadores da sua interacção com a biblioteca. A

qualidade não deriva nesta acepção, da biblioteca em si

mesma ou do seu peso intrínseco, mas do valor

atribuído pelos utilizadores a esse benefício, traduzido

numa mudança de conhecimento, competências,

atitudes, valores, níveis de sucesso, bem-estar, inclusão,

etc.

INPUTS → PROCESSOS → OUTPUTS →OUTCOMES

O modelo de auto-avaliação das bibliotecas escolares

procurou orientar-se sobretudo segundo uma filosofia

de avaliação baseada em outcomes e de natureza

essencialmente qualitativa, reflectindo a tendência

geral das políticas educativas e de gestão e avaliação das

escolas, também elas fortemente orientadas para os

resultados.

Que Relação Com Outros Modelos de Avaliação?

Numa fase em que muitos avanços têm sido realizados

relativamente à avaliação das escolas, ganha todo o

sentido integrar nesse trabalho a avaliação das

bibliotecas, elegendo a sua auto-avaliação como parte

essencial da avaliação interna da escola e base para a

avaliação externa realizada pela Inspecção Geral de

Educação, fazendo uso desta avaliação externa como

forma de validação do processo de auto-avaliação.

É, deste modo, conveniente tentar entrosar a avaliação

da biblioteca o mais possível com o modelo de auto-

avaliação utilizado pela escola e com a avaliação

externa da escola, desenvolvida segundo uma lógica

própria, muito próxima às escolas, à educação e à

investigação em educação.

Relevando o mesmo tipo de preocupação, também na

construção do modelo de auto-avaliação da BE se

Para a clarificação de conceitos e

compreensão das diferentes

abordagens que a partir dos anos

80 foram forjando as diferentes

tipologias e focus da avaliação

(Gestão da Qualidade; Satisfaction

Surveys; Normas ISO2789-

Estatísticas e ISO11620-Indicadores

de Performance, Evidence Based

Practice, e outros, pode ler o artigo

de Luiza Melo, Estatísticas e

Avaliação da Qualidade e do

Desempenho em Bibliotecas e

Serviços de Informação

Para obter conhecimento sobre

medidas de impacto, pode

consultar o artigo de Roswitha Poll

e Philip Payne: Impact Measures

for Libraries and Information

Services

Não existe um modelo institucional

para a auto-avaliação das escolas.

Boa parte dos estabelecimentos de

ensino recorreu ao Modelo de

Excelência da EFQM act. 2010

(European Foundation for Quality

Management) e à Ferramenta CAF

(Common Assessement

Framework), construída para

ajudar os diferentes sectores das

administrações públicas da UE na

gestão da qualidade e melhoria de

desempenho. A sua estrutura

organiza-se em nove Critérios:

cinco Critérios de Meios e quatro

Critérios de Resultados.

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utilizou uma linguagem e ideário específicos da

educação e das escolas, procurando reflectir as

actuais tendências na ênfase em torno do sucesso

educativo e da melhoria de resultados.

O modelo de auto-avaliação das bibliotecas escolares

deve estar, deste modo, perfeitamente

contextualizado e ancorado na escola e no diálogo

que a biblioteca tem de estabelecer com ela e com a

comunidade, afastando-se de uma concepção mais

fechada ou excessivamente centrada na avaliação de

desempenho e da satisfação dos utilizadores,

embora também faça necessariamente uso de alguns

dos seus indicadores.

Esta relação da avaliação da biblioteca com a

avaliação da escola ganha ainda mais pertinência se

tivermos em conta o carácter transversal e a grande

interacção que a biblioteca deve estabelecer com

todos os órgãos da escola. Por exemplo, se a

biblioteca partilhar um conjunto de objectivos anuais,

integrantes do Plano Anual da Escola, em relação

directa com as prioridades estabelecidas pelo

conjunto da escola, a avaliação a realizar no final do ano deve necessariamente integrar a

biblioteca enquanto parte da política e estratégia global conduzida pela escola ao longo do

ano e tomar em conta os seus resultados no processo de planeamento do ano seguinte. Isto é

certamente válido quando se avalia o papel da biblioteca nas actividades de ensino e

aprendizagem, mas também se aplica a outros domínios como por exemplo, o da literacia da

informação, da leitura, ou outros.

Esta perspectiva pode, por outro lado, ajudar ainda a economizar esforço e tempo,

designadamente através da aplicação de questões comuns e do tratamento conjunto de

dados relativos a determinados projectos ou actividades.

Porquê?

O propósito da auto-avaliação é apoiar o desenvolvimento das bibliotecas escolares e

demonstrar a sua contribuição e impacto no ensino e aprendizagem, de modo a que ela

responda cada vez mais às necessidades da escola no atingir da sua missão e objectivos.

A avaliação deve ser encarada como uma componente natural da actividade de gestão da

biblioteca, usando os seus resultados para a melhoria contínua, de acordo com um processo

cíclico de planeamento, execução e avaliação:

O Modelo de Avaliação Externa das

Escolas utiliza um Quadro de

Referência baseado em cinco

Domínios. A Biblioteca Escolar é

explicitamente referida no ponto 3.3.

“Gestão dos Recursos Materiais e

financeiros” do Domínio 3.

“Organização e Gestão Escolar”,

embora a sua avaliação perpasse

outros Domínios, dado o actual

entendimento da BE não apenas como

um espaço fornecedor de recursos

mas, sobretudo, como um centro cada

vez mais activo e interveniente ao

nível da aprendizagem e da formação

dos alunos. Para estabelecer a ligação

entre a auto-avaliação da escola e a

avaliação externa, a IGE desenvolveu

uma estrutura descritiva comum de

apresentação com seis campos de

análise.

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PLANEAMENTO (ESTRATÉGICO/OPERACIONAL)

↑ ↓

AVALIAÇÃO ← EXECUÇÃO E MONITORIZAÇÃO

Que constrangimentos?

A avaliação de impactos das BE no sucesso educativo é

particularmente complexa, por não ser possível isolar,

numa miríade de variáveis possíveis, a contribuição da

biblioteca, separarando-a de outras influências, pelo

menos de uma forma directa.

Esta dificuldade aconselha a que não se avaliem os

resultados da acção da biblioteca de uma forma global,

mas aplicada a determinadas actividades, serviços ou

programas, e a que se faça um estudo tanto quanto possível longitudinal, de modo a que seja

dado tempo para que determinados resultados se possam tornar claros.

Exemplos:

Avaliar se o nível de compreensão leitora melhorou depois de desenvolver um programa

particular de intervenção da biblioteca na área da formação de leitores.

Também é possível restringir a avaliação em termos de públicos-alvo. Se a biblioteca

escolar apoiou as actividades de enriquecimento curricular em escolas do 1º ciclo ou em

determinados anos de escolaridade, pode avaliar este tópico, fazendo incidir essa

avaliação nessas escolas do Agrupamento ou nos anos de escolaridade em que esse apoio

foi desenvolvido.

Se a biblioteca escolar esteve de algum modo, envolvida em algum projecto de parceria

com elementos ou instituições da comunidade, a avaliação a realizar sobre esse tópico

incidirá nos anos, turmas, alunos e docentes implicados nesse projecto.

Em suma, a avaliação da biblioteca não é algo que possa ser concebido em abstracto ou sobre

o vazio. Avaliar a biblioteca significa avaliar a sua acção em determinados aspectos e os

resultados obtidos com esse trabalho, de acordo com os objectivos previamente definidos,

tendo porventura em consideração o referencial (Indicadores e Factores críticos de sucesso) à

luz dos quais esses objectivos poderão já ter sido estabelecidos, partindo do princípio que os

orientam uma ideia geral de melhoria e desenvolvimento de boas práticas.

A questão mais crítica comummente apontada parece, pois, ser a da recolha de evidências

demonstrativas do impacto da biblioteca, mas o modelo fornece uma estrutura e materiais

que ajudam a orientar este trabalho.

Concluindo, os principais desafios colocados pelo Modelo de Auto-Avaliação residem na

avaliação dos impactos sobre os utilizadores e derivam da necessidade de, a este respeito:

A CILIPS/SLIC (Escócia)

disponibiliza no seu site alguns

exemplos de actividades

específicas de recolha de

evidências e avaliação. Pode

consultar um desses exemplos

(Start a reading group) ou então

experimentar realizar o exercício

proposto (Introduction to the

Internet and Effective search

Strategies).

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Clarificar adequadamente os objectivos da BE;

Esclarecer os objectivos de aprendizagem dos alunos em relação com a biblioteca;

Estabelecer os Indicadores adequados para essas aprendizagens;

Recolher as evidências apropriadas, lidando com dados de natureza quantitativa e

qualitativa;

Assegurar a realização do processo de recolha, tratamento, análise e comunicação dos

dados;

Com quem?

O modelo deve adaptar-se a diferentes realidades, permitindo avaliar bibliotecas de escolas

de diferentes níveis de ensino e bibliotecas servindo quer uma única escola, quer um conjunto

de escolas ou agrupamento.

As bibliotecas em causa podem, por outro lado, servir exclusivamente a população escolar ou

estar abertas à comunidade, podendo nesta situação, a sua avaliação envolver outras

entidades e públicos.

As BMs/SABEs, por exemplo, podem desempenhar um papel particularmente importante na

aplicação do modelo nas escolas do 1º Ciclo e Pré-escolar, derivado das responsabilidades

específicas que têm na sua gestão e acompanhamento.

O modelo deve ser trabalhado pelo Professor Bibliotecário com o apoio da respectiva Equipa

e da Direcção.

O envolvimento e mobilização dos utilizadores (docentes, alunos, …), a quem é pedida uma

participação muito activa, é fundamental e tem a sua maior razão de ser no facto da avaliação

se centrar não apenas na própria biblioteca mas, sobretudo, nos seus utilizadores. Boa parte

das evidências requisitam a sua disponibilidade e empenho na resposta a inquéritos, cedência

de materiais, actividades de observação, etc., por isso a sua colaboração, sobretudo a nível dos

docentes, constitui um aspecto crítico para o sucesso desta avaliação. A avaliação não deve ser

encarada como uma imposição mas como uma mais-valia para a melhoria da escola, sendo de

evitar quaisquer riscos de subversão do seu espírito (avaliação - formulário).

Finalmente, também os pais/encarregados de educação são chamados a participar na

avaliação da biblioteca, particularmente em certos aspectos, como por exemplo, os da leitura

e utilização da biblioteca pelos seus filhos/educandos.

A implicação de outras entidades na avaliação também pode ser útil, não apenas pelo peso

que podem ter em diferentes parcerias, mas também como um auxiliar, desempenhando o

designado papel de “Critical Friend” ou “Devil’s Advocat” na análise e interpretação dos

resultados e elaboração de conclusões. A BM/SABE, os Grupos de Trabalho Concelhios ou os

Coordenadores Inter-concelhios da RBE podem porventura desempenhar este papel.

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Que Etapas?

A implementação da auto-avaliação implica o cumprimento de alguns passos que

esquematicamente se apresentam:

Motivação e compromisso institucional dos órgãos de gestão pedagógica e executiva da

escola com o processo de auto-avaliação da BE, formalização de alguns procedimentos no

sentido de uma co-responsabilização de todos os intervenientes (apresentação aos colegas

do propósito e metodologia da auto-avaliação; participação da BE em reuniões alargadas

ou restritas de docentes para recolha da informação; facilitação de documentação;

disponibilização de dados; formas de colaboração com os docentes na recolha de

evidências sobre os alunos, etc.), aceitação dos resultados e acordo sobre a subsequente

promoção de um plano de melhoria.

Constituição, sob a responsabilidade do Professor Bibliotecário, de um grupo responsável

ao nível da escola/agrupamento pela condução do processo de auto-avaliação da BE;

definição e partilha de tarefas entre os elementos do grupo.

Elaboração do Plano de Avaliação: Problema/Diagnóstico; Identificação do objecto da

avaliação; Tipo de avaliação de medida a empreender; Métodos e instrumentos a utilizar;

Intervenientes; Calendarização; Planificação da recolha e tratamento de dados; Análise e

comunicação da informação; Limitações, Levantamento de necessidades (recursos

humanos, financeiros, materiais,…), etc.

Desenvolvimento do processo de avaliação: recolha e tratamento de informação; análise

dos dados; descrição da situação; relação com os standards de desempenho ou

benchmarks; identificação dos pontos fortes e fracos; definição e priorização de acções de

melhoria; redacção e divulgação do relatório final de avaliação.

Como se Estrutura o Modelo de Auto-Avaliação?

O Modelo é constituído por quatro Domínios, divididos em Subdomínios.

A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular A.1 Articulação Curricular da BE com as Estruturas de Coordenação Educativa e Supervisão Pedagógica e os Docentes A. 2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital B. Leitura e Literacia C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade C.1 Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular C.2 Projectos e parcerias D. Gestão da Biblioteca Escolar D.1 Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços prestados pela BE

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D.2 Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços D.3 Gestão da colecção/da informação

Dentro de cada Subdomínio identificam-se conjuntos de Indicadores ou critérios, os quais

apontam para os aspectos nucleares de intervenção da BE inerentes a esse Subdomínio (v.

Modelo).

Os Indicadores desdobram-se, por sua vez, em diferentes Factores Críticos, que constituem as

actividades ou acções que demonstram sucesso e são valorizadas na avaliação de cada

Indicador (v. Modelo)

O modelo é propositadamente ambicioso na definição destes factores, de modo a ser

estimulante e impedir que as escolas apenas reflictam nele as actividades/acções que

comummente já realizam, incentivando ao desenvolvimento de boas práticas e tendo, nesta

medida, uma forte componente formativa.

As Evidências mostram que essas actividades/acções foram efectivamente desenvolvidas e

sustentam a formulação de juízos de valor sobre os seus resultados.

Para cada Indicador ou conjunto de Indicadores foram identificadas vários exemplos de

Evidências (v. Modelo), através das quais será possível fazer corresponder a que nível de

performance corresponde a prática da biblioteca em relação com aquele/s Indicador/es.

Na última coluna das tabelas (v. Modelo) apresentam-se para cada Indicador, exemplos de

Acções para a melhoria, ou seja, propostas de iniciativas variadas a realizar no caso de ser

necessário melhorar o desempenho da BE em relação com aquele Indicador.

Fazem ainda parte do Modelo, um conjunto de Perfis de Desempenho (v. Modelo)

estabelecidos para os diferentes Subdomínios. Os Perfis ou cenários indicam quatro níveis de

performance, sendo seu objectivo ajudar a escola a identificar qual o nível que melhor

corresponde à situação da biblioteca em cada Subdomínio e perceber, de acordo com o nível

atingido, o que está em jogo para poder melhorar para o nível seguinte.

Considera-se que a BE se situa num determinado nível de desempenho se cumprir, pelo

menos, 4 em 5, 5 em 6 ou 6 em 7 descritores, consoante o número de descritores que

caracterizam os perfis.

Nível Descrição

4 A BE é muito forte neste domínio. O trabalho desenvolvido é

de grande qualidade e com um impacto bastante positivo.

3 A BE desenvolve um trabalho de qualidade neste domínio

mas ainda é possível melhorar alguns aspectos.

2 A BE começou a desenvolver trabalho neste domínio, sendo

necessário melhorar o desempenho para que o seu impacto

seja mais efectivo.

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1 A BE desenvolve pouco ou nenhum trabalho neste domínio,

o seu impacto é bastante reduzido, sendo necessário intervir

com urgência.

O resultado da auto-avaliação de cada Domínio deverá ser registado na Tabela respectiva

(secção A do relatório), que identifica as Evidências recolhidas em cada Subdomínio, pontos

fortes e fracos detectados. O produto desta sistematização resulta no preenchimento de um

quadro síntese com: Domínio/ Subdomínio e acções para melhoria, as quais constituem um

dos objectivos fundamentais da auto-avaliação.

O Documento base contém ainda uma bateria de Instrumentos de Recolha de Evidências

(Questionários a professores, a alunos e aos encarregados de educação, Checklists, Grelhas de

observação de competências e Grelhas de análise de trabalhos escolares), referenciados a

partir das tabelas com um código (QP1/2/3…; QA1/2/3/4…; QEE1; CK1/2; O1/2; T1) – ver

instrumentos de recolha. A disponibilização destes instrumentos às escolas pode criar alguma

uniformidade em termos da informação que vai ser recolhida nas escolas, facilitando a

possibilidade de benchmarking externo entre escolas, sem prejuízo das necessárias

adaptações à realidade e necessidades das escolas.

Como?

O modelo faz uso de um conjunto de métodos quantitativos e qualitativos, e de técnicas de

recolha de informação variada, envolvendo:

A recolha documental de registos de planeamento e das actividades da BE

A observação de actividades de aprendizagem demonstrativas da aquisição ou

desenvolvimento de conhecimentos, competências e atitudes (Grelhas de Observação)

a auto-avaliação e inquérito aos utilizadores (ChecKlists; Questionários).

O levantamento de dados estatísticos de utilização da biblioteca.

A análise de trabalhos de alunos

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O levantamento de dados relativos à gestão

de recursos (financeiros, materiais, humanos

e de informação) da BE

A avaliação de cada indicador ganha em fazer uso

de instrumentos diversificados, os quais permitem,

ao serem cruzados, obter uma informação mais

consistente e fiável.

Em termos de quantidade, sugere-se uma

aplicação dos instrumentos a 20% do número total

de professores e 10% do número de alunos em

cada nível de escolaridade, de modo a obter

amostras representativas .

Simplifique o trabalho de recolha de evidências,

cingindo ao mínimo possível a informação de que

comprovadamente necessita para a demonstração

de determinado tópico.

Seja sistemático na recolha de evidências.

Questionários

Os questionários são uma das formas mais vulgares

e expeditas de recolher informação e poder

compará-la. Uma das vantagens dos questionários

é que a informação pode ser recolhida, registada,

tratada e usada num curto espaço de tempo, além

de permitir questionar um número elevado de

pessoas e obter um número elevado de respostas.

Grelhas de Observação de competências

Embora complexa, a observação constitui um

poderoso método de recolha de evidências que os

outros instrumentos não permitem obter, por

exemplo, ao nível da avaliação da proficiência,

comportamentos e atitudes na execução de uma

determinada tarefa.

A observação deve contemplar alunos dos vários

níveis, anos de escolaridade mas é preciso ter em

conta a idade e capacidade dos alunos. As grelhas

de observação permitem um registo dividido por

níveis de escolaridade, necessitando, contudo, de

Na Internet é possível encontrar muitos

guias e Kits de apoio e ferramentas sobre

métodos e técnicas de recolha de

evidências. Deste modo, propomos:

1) A leitura atenta das Páginas Basic

Guide to Program Evaluation e The

Program Manager’s Guide to

Evaluation – leitura facultativa - ,

onde, entre outros, se incluem

diferentes tópicos (Plano de

Avaliação da BE, tipos de Avaliação,

Selecção e Análise dos diferentes

métodos, Análise da informação,

etc.) e se explicam os conceitos e os

“O Quê?” “Quem?” “Como?” e “

Porquê” da auto-avaliação.

2) A consulta do site eVALUEd: An

Evaluation ToolKit for E-library

Developments e a leitura em

particular, do seu Summary Booklet

(p. 8-17), sobre a utilidade,

vantagens, desvantagens e

aplicação dos diferentes métodos e

ferramentas.

3) Facultativamente, pode ainda

experimentar outras tools, como por

exemplo, as fornecidas pelo Projecto

IBEC.

As escolas portuguesas recorrem a uma

grande variedade de programas para

registo, tratamento e análise dos seus

dados de avaliação, utilizando,

consoante os casos, Bases de dados,

Folhas de Cálculo ou Programas de

Estatística, de que o mais popular é o

SPSS. A RBE disponibiliza desde o ano

transacto uma ferramenta online para a

aplicação, registo e tratamento, em

cada ano, dos dados dos questionários,

grelhas e checklists do Modelo, e para a

elaboração e difusão do respectivo

relatório de auto-avaliação.

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ser melhor adaptadas, de acordo com os currículos de

competências inerentes a cada nível ou contexto

disciplinar. No caso da observação em contexto de

aula devem, por exemplo, ser observadas turmas em

trabalho no âmbito de diferentes disciplinas.

Para ser mais eficaz, a observação deve concentrar-se

num número limitado de aspectos. A realização de

várias observações num curto período de tempo pode

fornecer uma visão mais profunda dos aspectos que se

pretendem observar. Observações mais espaçadas ao

longo do ano mas regulares (por exemplo uma por

mês), podem fornecer um quadro mais representativo.

Grelhas de análise de trabalhos dos alunos

A análise de trabalhos de alunos de diferentes anos de

escolaridade e de diferentes áreas disciplinares é uma

importante técnica de avaliação das aprendizagens

facilitadas pela Biblioteca Escolar, por se poder

constituir como uma forma directa de “authentic

assessment” do desempenho dos alunos, em

complemento de outros resultados (por exemplo,

obtidos em testes, exames, etc.). A análise ao longo do

tempo pode permitir avaliar os progressos realizados

ao longo de um determinado período ou de um ano

para o outro.

Análise documental

Documentos que podem testemunhar a veracidade

das afirmações feita. Por exemplo, documentos de

Política e Gestão da Escola; Planificações; Orçamentos;

Regulamentos; Documentação sobre Projectos; Actas;

Relatórios, Planos Curriculares; Mapas de avaliações,

etc.

Dados Estatísticos

As estatísticas podem incidir sobre a utilização ou

funcionamento da biblioteca e trabalhar os inputs (por

ex: nº de documentos adquiridos), os processos (por

ex: nº de sessões de formação de utilizadores

organizadas com as turmas ao longo do ano) ou os

outputs (por ex: nº de visitas realizadas).

Os sistemas de gestão bibliográfica e de rede

permitem hoje a obtenção de uma série de dados

A observação de alunos no

Subdomínio C1 deve fazer-se de

forma prolongada e com diferentes

alunos ou grupos, uma vez que se

trata da utilização livre e extra-

curricular da BE, em que não há uma

utilização estruturada com turmas e

não há uma utilização continuada ou

sistemática pelos mesmos alunos ou

grupos. O período estabelecido pode

variar, desde uma ou mais semanas,

a um ou mais períodos lectivos,

consoante as situações e os aspectos

em que se pretende fazer incidir a

avaliação. Imagine-se, por exemplo,

que a biblioteca passou a abrir à

hora de almoço e se pretendem

conhecer os padrões e mais-valias do

uso da biblioteca nesse período do

dia. Ou, noutro exemplo, que

começou a funcionar um clube de

leitura ou um projecto de leitura a

par abrangendo alunos mais novos e

alunos tutores mais velhos, cujo

processo e resultados, durante o

período da sua vigência, se

pretendem acompanhar. No

primeiro caso, podem, por exemplo,

escolher-se 3 semanas típicas, uma

no 1º período, uma no 2º período e

outra no 3º período, para recolher a

informação necessária à avaliação de

acordo com as evidências e

instrumentos seleccionados como

apropriados para avaliar aquela

utilização. No segundo caso, o

processo de avaliação deve decorrer

em simultâneo e coincidir com a

duração e periodicidade da

actividade do clube ou projecto.

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estatísticos de utilização do sistema de informação: localização dos PCs usados, programas e

bases de dados acedidos, pesquisas realizadas, tipos de sites consultados, tempos de

utilização, requisições e empréstimos, etc…

Outros Exemplos de métodos e instrumentos passíveis de serem utilizados mas ainda não

contemplados pelo Modelo

Entrevista

A entrevista (individual ou conduzida em grupo – focus group) pode ser útil para obter

informação em maior profundidade, explicitar o sentido de certas perguntas e respostas dos

questionários, etc. A atenção dada ao entrevistado é diferente, mais pessoal e individualizada.

Pode ser aconselhável no 1º ciclo onde é mais fácil colocar os alunos a falar e responder

oralmente às perguntas. No entanto é mais exigente de tempo e, por isso, só deve ser utilizada

com um número restrito de pessoas, e pode ser inibidora em relação a determinado tipo de

perguntas que anonimamente, num questionário, poderiam ser respondidas com menos

relutância.

O focus group consiste numa pequena amostra representativa de pessoas cujas opiniões sobre

determinado assunto ou questão se pretendem obter. A dinâmica de grupo pode facilitar a

expressão de atitudes, opiniões e ideias. Com jovens e crianças, é conveniente que o grupo

seja constituído por elementos que não se conheçam muito bem.

Informal feedback

É possível, em função de cada situação particular, identificar outros métodos e instrumentos,

para além dos sugeridos pelo modelo. Sendo comum, por exemplo, sobretudo em pequenas

escolas, o contacto regular e informal entre os docentes ou com os pais, pode acontecer que,

querendo avaliar determinado item, o coordenador da biblioteca considere como fonte

importante a recolha de informação obtida através do diálogo e discussão informal desse item

com alguns docentes ou com um determinado número de pais.

Quando?

A aplicação do modelo faz-se numa base anual, escolhendo em cada ano um domínio onde

concentrar o trabalho da auto-avaliação. Pretende-se que ao fim de quatro anos todos os

domínios tenham sido auto-avaliados, correspondendo este período ao ciclo de gestão e

avaliação global da BE.

Em termos de operacionalização, a avaliação deve ser entendida como uma actividade regular

que faz parte do dia-a-dia do funcionamento da biblioteca e da escola, integrando as práticas

e rotinas da BE e da escola e evitando que possa representar uma excessiva carga de trabalho,

embora consuma necessariamente algum tempo adicional.

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Por onde começar?

O ponto de partida pode derivar de uma primeira avaliação diagnóstica breve, da indicação de

uma área de interesse já identificada em processos de avaliação anteriores, da selecção de

uma área de interesse ou considerada prioritária face às metas da própria escola e que se

pretende reforçar, do conhecimento geral dos pontos fracos e fortes da biblioteca ou de uma

recomendação externa (da RBE, da Inspecção, do Grupo de Trabalho Concelhio/SABE, etc).

Embora não seja impossível avaliar num determinado ano um dado Subdomínio, deixando

para mais tarde o/s restante/s Subdomínios da mesma área, e também não seja negada a

hipótese de, nesta medida, poder avaliar num mesmo ano Subdomínios de áreas diferentes,

há vantagem em avaliar em conjunto no mesmo ano todas as componentes de um dado

domínio, dada a estreita inter-relação que existe entre elas e o facto de muitos instrumentos

de recolha de informação lhes serem comuns, dada a estrutura do próprio Modelo.

Os resultados obtidos na avaliação de um determinado Subdomínio também podem indicar a

necessidade de, em seguida, se avançar na avaliação de outro que se julga ter uma importante

relação com o primeiro, mesmo que pertencente a outro domínio.

EXEMPLO:

A avaliação da actividade de leitura lúdica ou recreativa depende, entre outros factores, da

quantidade e qualidade das obras disponíveis na biblioteca para este efeito, aspecto este que

se relaciona, por sua vez, com a gestão e avaliação da colecção. A melhoria dos índices da

leitura por prazer pode desde modo passar por uma estratégia de avaliação da gestão da

colecção.

Embora seja desejável avaliar um domínio de cada vez e na sua totalidade, a sua avaliação

deve ser encarada de forma flexível, sempre que tal se justifique.

Como estabelecer comparações?

A auto-avaliação pode potenciar, mediante determinadas condições (grupos de escolas com as

mesmas características; articulação da actividades de avaliação nos mesmos tópicos, aplicação

dos mesmos métodos e instrumentos; etc.) a partilha e estabelecimento de actividades de

benchmarking externo em determinados aspectos, contribuindo para a identificação e

disseminação de boas práticas.

A Base de Dados da RBE, por seu turno, compila actualmente uma série de dados, sobretudo

quantitativos, que descrevem e podem suplementar os dados da avaliação realizada por cada

escola, fornecendo uma imagem global das BEs e permitindo o benchmarking externo numa

série de tópicos, entre escolas com características similares do país ou de uma dada região.

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Como aplicar o modelo?

Passos a dar na aplicação do modelo:

1) Escolher entre os quatro domínios um que pretenda avaliar. Pode ser aquele que se

considera mais relevante de acordo com as prioridades da escola e da biblioteca escolar ou

então um que se relacione com uma área de trabalho a necessitar de maior

desenvolvimento. É indispensável envolver o Órgão de Gestão nesta escolha.

2) Identificar o tipo de evidências que necessita de recolher para poder conhecer e

fundamentar qual a performance da biblioteca no domínio escolhido. A tabela propõe na

coluna “recolha de evidências” diferentes tipos de instrumentos que pode utilizar.

É importante que a evidência e instrumentos estejam adaptados à biblioteca e

necessidades da escola.

3) Analisar os Dados recolhidos através da utilização dos instrumentos e desenvolver uma

análise sobre a performance da biblioteca no domínio escolhido em relação com os

standards estabelecidos

4) Decidir em qual dos níveis de desempenho se situa a biblioteca nesse domínio ou

subdomínio, de acordo com os perfis de desempenho descritos na respectiva tabela

(1,2,3,e,4) - Quadro

5) Registar na Tabela respectiva (secção A do relatório) as Evidências recolhidas em cada

Subdomínio, pontos fortes e fracos detectados.

6) Registar no Quadro - Síntese (secção A do relatório) o nível atingido e as formas como

pensa que pode melhorar o nível de desempenho – acções para a melhoria. As tabelas

fornecem a este propósito uma série de sugestões de acções de melhoria para cada

indicador.

7) Registar os resultados da auto-avaliação realizada no Relatório Anual da Biblioteca

Escolar, de modo a que possa ser utilizado internamente, na auto-avaliação da escola e

como fonte de informação para a avaliação externa (secção C do relatório).

Para quê?

A auto-avaliação da BE pode ajudar a melhorar a BE:

Identificando pontos fracos, priorizando necessidades, estabelecendo alvos e informando

o plano de actividades seguinte.

identificando necessidades de investimento a ter em conta no plano orçamental,

justificando o pedido de reforço de verbas ou de apoios suplementares.

sugerindo a mudança de certas práticas de trabalho e funcionamento. Por exemplo, a

alteração de horários, a mudança da forma como está estruturado o apoio aos alunos, etc.

Page 14: Texto da 5ª sessão

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aconselhando a adopção de outros modos de utilizar os recursos humanos de uma forma

mais eficiente, mostrando, por exemplo, quando é mais importante a permanência e apoio

de determinados docentes na BE, quais as necessidades de formação destes docentes para

um trabalho mais eficaz, etc.

A auto-avaliação pode ajudar a encorajar uma melhor utilização da BE:

demonstrando junto dos professores, o contributo da BE para a aprendizagem e os

resultados escolares, mostrando-lhes as suas potencialidades e a forma como podem

utilizá-la melhor nas suas actividades de planeamento das aulas e de ensino.

A auto-avaliação da BE pode ajudar a promover a BE:

divulgando a sua acção, fazendo tomar consciência da importância da biblioteca,

contribuindo para a sua afirmação e reconhecimento no âmbito das escolas e do sistema

educativo.

ganhando voz e peso institucional a nível local e nacional.

reportando anualmente junto da escola os resultados e situação da biblioteca e

disseminando as suas boas práticas

viabilizando a obtenção de um quadro geral sobre a situação das bibliotecas escolares em

Portugal, fornecendo dados e informação estratégica de suporte à decisão e orientação de

políticas e iniciativas a desenvolver por parte dos organismos responsáveis (ME/RBE;

Autarquias, etc.), criando condições para o benchmarking e ajudando a preparar a visita

da Inspecção e a avaliação externa:

Como relatar os resultados da avaliação?

A comunicação dos resultados da avaliação empreendida, a análise colectiva e reflexão da

Escola/Agrupamento sobre esses resultados, e a identificação das acções de melhoria dos

pontos fracos identificados é muito importante, de modo a obter o comprometimento e apoio

da escola a essas acções.

O Relatório Final de Avaliação da BE é o instrumento de descrição e análise dos resultados da

auto-avaliação, de identificação do conjunto de acções a ter em conta no planeamento futuro

e de difusão desses resultados e acções junto dos órgãos de gestão e de decisão pedagógica.

O Relatório deve integrar o Relatório Anual de Actividades da Escola/Agrupamento, originar

uma súmula a incorporar no Relatório de Auto-Avaliação da Escola/Agrupamento, sempre que

esta tiver lugar, e orientar o Professor Bibliotecário na possível entrevista a realizar pela

Inspecção-Geral de Educação no âmbito da avaliação externa.

Apesar de em cada ano ser apenas auto-avaliado um Domínio através do recurso ao Modelo

de Auto-avaliação da RBE, o qual exige um investimento mais significativo no sentido de

procurar aferir, de forma sistemática e objectiva, os resultados efectivos do trabalho

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desenvolvido nesse Domínio, deve ter-se em conta que, sendo o trabalho e acção educativa da

BE também incidentes noutros Domínios de intervenção, embora estes não sejam alvo do

mesmo tipo de avaliação, não deve deixar de se lhes fazer referência no Relatório Anual da BE.

Não é por ter avaliado o Domínio A, por exemplo, que a BE deixou de desenvolver outras

actividades no âmbito dos Domínios B, C ou D. Embora não fazendo uso na apreciação do

trabalho desenvolvido nestas áreas, do mesmo tipo de evidências e instrumentos de recolha

usados para avaliar o Domínio A, a BE possui, apesar de tudo, informação a relatar sobre o

trabalho desenvolvido nas restantes áreas de intervenção da BE.

O Relatório deve, portanto, dar uma visão holística do funcionamento da biblioteca escolar,

incluindo a informação mais detalhada e fundamentada sobre a aplicação do modelo de auto-

avaliação no Domínio seleccionado, e a informação disponível sobre os restantes Domínios

que, não tendo sido avaliados por esse processo, não deixaram de ser trabalhados durante o

ano pelas BEs.

O Relatório proposto pela RBE encontra-se, por isso, estruturado em três Secções:

A Secção A – Destina-se à apresentação da avaliação do domínio que, no âmbito da aplicação

do Modelo, foi objecto de avaliação.

A Secção B – Destina-se a apresentar uma informação simplificada acerca do perfil de

desempenho da BE nos domínios que, não sendo objecto de avaliação nesse ano lectivo,

testemunham o seu desempenho nas diferentes áreas de funcionamento da BE.

A Secção C – Visa um resumo que forneça uma visão global, recorrendo a um quadro síntese

dos resultados obtidos e das acções a implementar.

A estrutura apresentada contém um layout onde todos os domínios estão presentes nas

secções A e B. Cada BE usa, em função do domínio que escolheu, a estrutura adaptada à sua

situação:

Na Secção A, preenche apenas os quadros correspondentes ao domínio em que aplicou o

Modelo de Avaliação. Este domínio não é objecto de referência na Secção B.

Na Secção B, preenche apenas os quadros gerais correspondentes aos restantes Domínios em

que não aplicou o Modelo e que, por isso, não foram objecto de nenhuma referência na

Secção A.

A aplicação informática online disponibilizada pela RBE às BEs para registo e tratamento de

dados da auto-avaliação integra também a componente de escrita e apresentação do relatório

final.