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    CENTRO PAULA SOUZA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TATUÍ

    CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

    JOSÉ FRANCISCO DE ALMEIDA NETO

    LUCAS EVANGELISTA DA SILVAVICTOR DE MORAES DO PRADO

    VITOR TRINDADE PALMA

    A OTIMIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE COLETA DE ENERGIA 

    Tatuí/SP2º Semestre/2015

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    JOSÉ FRANCISCO DE ALMEIDA NETO

    LUCAS EVANGELISTA DA SILVA

    VICTOR DE MORAES DO PRADO

    VITOR TRINDADE PALMA

    A OTIMIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE COLETA DE ENERGIA 

    Trabalho de Graduação apresentado àFaculdade de Tecnologia de Tatuí, comoexigência parcial para obtenção do grau detecnólogo em Automação Industrial, soborientação do Prof. Dr. Eik Tenório.

    Tatuí/SP2º Semestre/2015

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    JOSÉ FRANCISCO DE ALMEIDA NETO

    LUCAS EVANGELISTA DA SILVA

    VICTOR DE MORAES DO PRADO

    VITOR TRINDADE PALMA

    A OTIMIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE COLETA DE ENERGIA 

    Trabalho de Graduação apresentado à

    Faculdade de Tecnologia de Tatuí, comoexigência parcial para obtenção do grau detecnólogo em Automação Industrial, soborientação do Prof. Dr. Eik Tenório.

    ( ) APROVADO ( ) REPROVADO

    Com média:..............

    Tatuí, .............. de .......................... 20........

     ___________________________

    Prof. ..........................................

    FATEC – Tatuí

     ___________________________

    Prof. ..........................................

    FATEC – Tatuí

     ___________________________

    Prof. ..........................................

    FATEC – Tatuí

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    LISTA DE ILUSTRAÇÕES 

    Figura 01: Sistema autônomo de geração de energia.................................................14

    Figura 02: Sistema interligado de geração de energia................................................14

    Figura 03: Radiação Solar Global Horizontal, Média Anual.........................................16

    Figura 04: Estrutura e função de uma célula cristalina solar......................................17

    Figura 05: Curva característica de um diodo..............................................................18

    Figura 06: Diagrama do circuito equivalente e curva característica de uma célula em

    total escuridão............................................................................................................19

    Figura 07: Diagrama do circuito equivalente e curva característica da célula

    irradiada......................................................................................................................19Figura 08: Diagrama completo do circuito equivalente................................................20

    Figura 09: Circuito representante...............................................................................24

    Figura 10: Pastilha Piezoelétrica com cabos soldados..............................................25

    Figura 11: Demonstrativo do circuito utilizado............................................................25

    Figura 12: Demonstrativo de uma pastilha ligada no circuito.....................................26

    Figura 13: Disposição das pastilhas na esponja........................................................26

    Figura 14: Disposição do tapete em relação as pastilhas..........................................27Figura 15: Disposição final do protótipo.....................................................................27

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

     ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

     ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers

    Pnude - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

    CC – Corrente Contínua

    CA – Corrente Alternada

    INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética

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    Dedicamos a todas as gerações futuras,

    para que tenham consciência do quão

    importante é buscar novos meios de

    geração de energia.

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     Agradecimentos

     Ao professor Dr. Eik, pela incrível orientação, dedicação, apoio, instruções e

    todas as maneiras que agiu para auxiliar no desenvolvimento de todo esse trabalho e

    protótipo.

     A renomada instituição, Faculdade de Tecnologia de Tatuí, pela oportunidade

    de crescimento e formação.

     A todos os familiares e amigos, pela cumplicidade, apoio e motivação, não

    deixando faltar afeto nos momentos de preocupações e falhas.

     Ao nosso amigo e companheiro de turma, Luiz Cláudio da Silva, pelas ideias,

    direções e empenho em ajudar.

    E por fim, a Deus e todos aqueles que de alguma forma, diretamente ou

    indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento desse trabalho.

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    “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder

    o que, com frequência, poderíamos ganhar pelo

    simples medo de arriscar”  

    (Willian Shakespeare)

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    SUMÁRIO

    1.  INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 

    1.1  JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11 

    1.2  OBJETIVOS ........................................................................................................ 11 

    1.2.1  OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 11 

    1.2.2  OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 11 

    2.  REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 12 

    2.1 

    PAINEL FOTOVOLTAICO .................................................................................. 12 

    2.1.1.  DEFINIÇÕES ............................................................................................... 13 

    2.1.2.  SISTEMAS AUTÔNOMOS E SISTEMAS LIGADOS A REDE ..................... 13 

    2.1.3.  COMPONENTES DE UM SISTEMA SOLAR FOTOVOLTAICO LIGADO A

    REDE ELÉTRICA ...................................................................................................... 14 

    2.1.4.  RADIAÇÃO SOLAR ..................................................................................... 15 

    2.1.5.  TIPOS DE CÉLULAS SOLARES ................................................................. 16 

    2.1.6. 

    PROPRIEDADES ELÉTRICAS DAS CÉLULAS SOLARES ........................ 18 

    2.1.7.  NORMAS E LEGISLAÇÃO .......................................................................... 20 

    2.2. TRANSDUTOR PIEZOELÉTRICO ..................................................................... 21 

    3.  MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 23 

    3.1 MATERIAIS........................................................................................................ 28

    4.  RESULTADOS E DISICUSSÕES ...................................................................... 28 

    REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 

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    1. INTRODUÇÃO

    O Energy Harvesting  é uma forma de extração de energia que caracteriza a

    aquisição e a conversão de algum tipo de energia natural em energia elétrica utilizável.

    Nessa perspectiva, o trabalho pretende desenvolver um sistema de geração de

    energia através de transdutores piezoelétricos. Para tanto, aperfeiçoar-se-á a geração

    de energia utilizando o transdutor, analisar-se-á o rendimento, o dimensionamento e

    os custos de aplicação do sistema de geração, bem como o impacto econômico deste

    processo e possíveis projeções futuras para maiores escalas.

     A extração de energia através de painéis fotovoltaicos e transdutorespiezoelétricos são métodos de Energy Harvesting . Nos painéis, o calor gerado nas

    placas de silício é transformado em uma parcela de energia por um circuito conversor

    de potência. Já no transdutor piezoelétrico, a presença de uma ação mecânica é

    convertida em energia (Souza, 2011).

    Se comparado com outros países do mundo, o Brasil é o que mais possui

    riquezas naturais ainda exploráveis. Porém, enfrentamos o problema de administrar e

    de aproveitar essas riquezas sem causar danos futuros. No contexto da biocivilização,o país se destaca pelo alto potencial hídrico, pela vasta biodiversidade e outros

    recursos base da economia verde. Como esses recursos hídricos são abundantes, as

    outras fontes naturais de captação de energia acabam, muitas vezes, sendo deixadas

    de lado.

    Geograficamente, o Brasil possui regiões que são cortadas pela linha do

    Equador, as quais recebem uma alta incidência de luminosidade, o que representa

    cerca de 13 horas diárias de luz (University of Nebraska at Lincoln) durante o ano.Partindo deste cenário verifica-se a necessidade de buscar novos meios de extrair

    energia dos recursos naturais ainda disponíveis.

    Para tanto, o projeto aqui descrito atribui o transdutor para ser um piloto em

    relação a extração e a geração de energia, obtendo um rendimento suficiente, ou seja,

    uma quantidade significativa de energia, além das possíveis projeções futuras para

    maiores escalas.

    O projeto se divide em seções, nas quais serão apresentados todo conteúdo

    relevante ao desenvolvimento do protótipo. Na seção 2 encontra-se o embasamento

    teórico, que explica o histórico e funcionamento do painel fotovoltaico e do

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    piezoelétrico. Na seção 3 encontra-se o desenvolvimento do protótipo, bem como

    seus materiais, seleção e montagem. Na seção 4 é apresentado os resultados obtidos

    nos testes realizados com o protótipo, e por fim, na seção 5 apresenta-se as

    conclusões sobre o trabalho apresentado.

    1.1 JUSTIFICATIVA

    O aumento do consumo de energia, a escassez dos recursos e a busca por

    novos meios de geração de energia vem sendo debatidos em larga escala mundial

    para tentar suprir toda demanda, sem causar impactos que comprometam as

    gerações futuras. Mesmo conseguindo reduzir a dependência total do petróleo, asgrandes potências buscam diversificar a sua matriz energética, através de tecnologias

    mais limpas. O Brasil possui uma das matrizes mais limpas, se comparado com outros

    países, tendo desde a hidroeletricidade, termoelétricas, eólica a biomassa.

    Partindo deste pressuposto, a proposta da busca por um meio que gere energia

    com baixo custo, una uma fonte natural e uma consequência mecânica, torna-se

    fundamental, além de promover novas formas de manejar a energia elétrica.

    1.2 OBJETIVOS

    1.2.1 OBJETIVO GERAL

    O objetivo desta pesquisa é desenvolver e dimensionar um projeto piloto para

    a geração de energia através do transdutor piezoelétrico, como uma nova linha do uso

    da energia natural.

    1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    Como objetivos específicos, buscar-se:

    a) Conceituar o transdutor piezoelétrico;

    b) Desenvolver um circuito de potência e de controle da geração de

    energia;c) Criar um protótipo como projeto piloto;

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    d) Analisar o rendimento da nova proposta;

    e) Demonstrar o sistema através do protótipo;

    f) Desenvolver a possibilidade de aplicação em maiores escalas.

    2. REVISÃO DA LITERATURA

    Nesta seção é apresentado todo o conteúdo teórico para a compreensão e

    desenvolvimento do trabalho e protótipo, assim, este embasamento aborda

    principalmente a história do painel fotovoltaico e do transdutor piezoelétrico, bem

    como seu funcionamento e conformidades.

    2.1 PAINEL FOTOVOLTAICO

    O Sol hoje é uma fonte de energia que está nos mesmos patamares

    econômicos de produção de qualquer outra fonte não renovável, ademais de não

    causar danos ambientais. Em 1839, Edmond Becquerel relatou o primeiro efeito

    fotovoltaico, quando observou o aparecimento de uma tensão entre eletrodos imersos

    em um eletrólito, cujo valor variava conforme a intensidade da luz.

    Posteriormente, em 1905, Albert Einstein explicou o efeito fotovoltaico através

    do advento da mecânica quântica e, em particular, a teoria de bandas e a física dos

    semicondutores, assim como as técnicas de purificação e dopagem associadas ao

    desenvolvimento do transístor de silício (VALLÊRA, 2006).

    Dessa forma descobriu-se que vários outros materiais também produziam uma

    tensão quando expostos a luz, principalmente solar. Na década de 50, constatou-seque os semicondutores eram os melhores materiais em performance e logo foram

    usados para a confecção das primeiras células fotovoltaicas, as quais possuíam um

    rendimento relativamente baixo (10 a 11%), porém atualmente, já superam os 42%

    (Universidade de Delaware, 2007).

     As células foram utilizadas primeiramente nos satélites que eram lançados no

    espaço, para depois evoluírem ao ponto de serem usadas a nível industrial e

    residencial. 

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    2.1.1. DEFINIÇÕES

    Com o objetivo de uniformizar os termos utilizados serão definidas as

    diferenças entre célula, módulo, painel fotovoltaico e coletor solar.

     A célula fotovoltaica é constituída por um material semicondutor com junções

    positivas e negativas obtidas do processo de dopagem. Na sua superfície possui uma

    película antireflexiva e filetes condutores. O módulo fotovoltaico é a união em série

    e/ou paralelo de um conjunto de células fotovoltaicas acomodadas lado a lado em

    uma estrutura que as comporte e ainda seja possível instalá-las em telhados e demais

    superfícies. Na parte superior possui um vidro temperado para a passagem da luz e

    na inferior, os terminais. Já o painel fotovoltaico é o conjunto de módulos, ou seja, a

    estrutura final.

    Por fim, o coletor solar não produz energia, apenas absorve e transfere o calor

    para aquecer determinado fluido. Muito utilizado no aquecimento de água nas

    residências.

    2.1.2. SISTEMAS AUTÔNOMOS E SISTEMAS LIGADOS A REDE

    Os painéis fotovoltaicos são objetos fabricados para serem utilizados em

    ambientes externos, assim são apropriados para à integração ao envoltório de

    edificações. Sistemas solares integrados às edificações podem ter dupla função de

    gerar eletricidade e funcionar como elemento arquitetônico. Do ponto de vista da

    eficiência energética, estes sistemas são bastante ideais, visto que a geração e o

    consumo têm coincidência, reduzindo as perdas por transmissão, que são comuns

    nos métodos tradicionais de geração e distribuição. Os sistemas fotovoltaicos podemser divididos em: sistemas ligados a rede e sistemas autônomos (RÜTHER, 2004).

    No sistema autônomo, o aproveitamento da energia precisa ser ajustado à

    demanda, uma vez que a energia produzida não seja o suficiente, tornando necessário

    o uso de sistemas de armazenamento (banco de baterias) e meios de apoio

    complementares de produção de energia (sistemas híbridos). Já no sistema ligado à

    rede elétrica, a própria opera como um acumulador de energia, onde parte dela pode

    ser devolvida à rede, no caso, redes smart grid  (GREENPRO, 2004).

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    Figura 01: Sistema autônomo de geração de energia

    Figura 02: Sistema interligado de geração de energia

    2.1.3. COMPONENTES DE UM SISTEMA SOLAR FOTOVOLTAICO LIGADO A

    REDE ELÉTRICA

    Uma instalação solar fotovoltaica conectada à rede elétrica é composta por:

    painéis solares, sistema de fixação ao envoltório da construção, sistema conversor

    CC-CA (inversor), diodos de by-pass  e diodos de bloqueio, fusíveis e disjuntores,

    cabos elétricos, terminais, proteções contra sobre tensões e descargas atmosféricas

    e caixas de conexão (RÜTHER, 2004).

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    Os módulos solares apresentam normalmente tensões de circuito aberto em

    torno de 20V, apropriadas para a carga de baterias de 12V em sistemas autônomos,

    visto que esta era tradicionalmente a aplicação mais comum. Com o crescente

    interesse por instalações conectadas à rede elétrica - onde as tensões de 110 ou 220V

    são utilizadas - a indústria vem lançando no mercado módulos com tensões de circuito

    aberto mais elevadas. Em qualquer caso, para atingir a potência instalada de projeto,

    normalmente são utilizadas combinações série/paralelo de vários módulos, para que

    se obtenham as tensões e correntes desejadas (RÜTHER, 2004).

    Em qualquer instalação solar fotovoltaica o módulo solar fotovoltaico é a célula

    básica do sistema gerador. A quantidade de módulos conectados em série irá

    determinar a tensão de operação do sistema em CC. A corrente do gerador solar édefinida pela conexão em paralelo de painéis individuais ou de strings (conjunto de

    módulos conectados em série). A potência instalada, normalmente especificada em

    CC, é dada pela soma da potência nominal dos módulos individuais (RÜTHER, 2004).

    Existem vários tipos de células solares como: Células de Silício Cristalino,

    Células de Silício Monocristalino, Células de Silício Policristalino, Power -Células de

    Silício Policristalino, Células de Silício Laminadas e Células de Silício Cristalino de

    Película Fina, dentre muitos outros (GREENPRO, 2004).

    2.1.4. RADIAÇÃO SOLAR

     A radiação solar é a principal fonte de energia renovável da Terra e de todos

    os seres vivos. Além disso, afeta diversos processos físicos, biofísicos e biológicos

    (SENTELHAS; ANGELOCCI, 2009).

    Ela é composta por fótons de diferentes comprimentos de onda que

    apresentam uma distribuição específica chamada espectro. Levando em

    consideração os efeitos do espalhamento e da absorção pelos constituintes

    atmosféricos, em dias de céu claro, o total de radiação de ondas curtas incidente é

    composto de duas partes: a radiação solar direta, é a radiação que não sofre desvio

    em sua trajetória sendo responsável pela projeção de sombra nos objetos e a radiação

    solar difusa, decorre do processo de difusão e não projeta sombra. E a soma dessas

    chama-se radiação solar global (LIMA, 2003).

    No centro do Sol, a fusão transforma núcleos de hidrogênio em núcleos de

    hélio. Durante este processo, parte da massa é transformada em energia. O Sol é

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    assim um enorme reator de fusão. Devido à grande distância existente entre o Sol e

    a Terra, apenas uma mínima parte (aproximadamente duas partes por milhão) da

    radiação solar emitida atinge a superfície da Terra. Esta radiação corresponde a uma

    quantidade de energia de 1x1018 KWh/ano (GREENPRO, 2004).

    Figura 03: Radiação Solar Global Horizontal, Média Anual (Atlas, 2006)

    2.1.5. TIPOS DE CÉLULAS SOLARES

     A célula solar de silício cristalino é composta por duas camadas de silício

    contaminadas com diferentes impurezas. A camada superior, ou seja, a exposta ao

    Sol, está contaminada negativamente com fósforo. Já a camada inferior está

    contaminada positivamente com boro. É produzido um campo elétrico na junção das

    duas camadas, que conduz à separação das cargas (elétrons e lacunas) libertadas

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    pela luz solar. No intuito de gerar eletricidade a partir da célula solar, são impressos

    contatos metálicos nas suas partes frontal e posterior (GREENPRO, 2004).

    Figura 04: Estrutura e função de uma célula cristalina solar

    Seguem abaixo os tipos de células solares existentes. A escolha pelo tipo

    será adequada conforme a aplicação.

    a) Células de Silício Monocristalino;

    b) Células de Silício Policristalino;

    c) Células de Silício Power-Cristalinas;

    d) Células de Silício Laminadas;

    e) Células de Silício Cristalino de Película Fina;

    f) Células de Silício Policristalino EFG;g) Células de Faixa de Filamentos de Silício Policristalino;

    h) Células de Rede Dendrítica de Silício Monocristalino;

    i) Células Policristalinas Apex;

     j) Células de Silício Amorfo;

    k) Células de Diselenieto de Cobre e Índio;

    l) Células de Telurieto de Cádmio;

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    2.1.6. PROPRIEDADES ELÉTRICAS DAS CÉLULAS SOLARES

    Uma célula solar composta por camadas de silício contaminado por impurezas

    do tipo p e do tipo n, tem o mesmo princípio que um díodo comum de silício. Ambostêm propriedades elétricas semelhantes. Quando o díodo é ligado a um circuito de

    modo que o potencial seja positivo no ânodo dopado com impurezas do tipo p, e

    negativo no cátodo dopado com impurezas do tipo n, o díodo está diretamente

    polarizado. Neste caso aplica-se a curva característica do primeiro quadrante.

     A partir de uma tensão definida (a tensão limiar de condução neste caso é

    0,7V), a corrente passa a fluir. Se o díodo for polarizado inversamente, a corrente é

    impedida de circular nesta direção. Neste caso aplica-se a curva característica do

    terceiro quadrante. O díodo apenas se torna condutivo quando se superar a tensão

    de bloqueio (neste caso 150V). Isto pode levar inclusive à destruição do díodo

    (GREENPRO, 2004).

    Figura 05: Curva característica de um diodo

    Uma célula solar não iluminada é representada por um diodo no diagrama do

    circuito equivalente. Neste contexto, também é aplicável a curva característica de um

    diodo. Para uma célula solar monocristalina, pode-se assumir uma tensão limiar de

    condução de aproximadamente 0,5 V e uma tensão de bloqueio de 12 a 50 V

    (dependendo da qualidade e do material da célula) (GREENPRO, 2004).

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    Figura 06: Diagrama do circuito equivalente e curva característica de uma célula em

    total escuridão

    Quando a luz incide na célula solar, a energia dos fótons gera portadores de

    carga livre. Uma célula solar iluminada forma um circuito paralelo entre uma fonte de

    corrente e um díodo. A fonte de corrente produz uma corrente fotoelétrica (foto

    corrente) IPh. A corrente depende da irradiação solar. A curva característica do díodo

    é desviada pela magnitude da foto corrente na direção da polarização inversa (quarto

    quadrante no diagrama) (GREENPRO, 2004).

    Figura 07: Diagrama do circuito equivalente e curva característica da célula irradiada

    O diagrama completo do circuito elétrico equivalente, é designado por modelo

    de um diodo e é utilizado como modelo padrão de uma célula fotovoltaica. Na célula

    solar ocorre uma queda de tensão, quando os portadores de carga migram do

    semicondutor para os contatos eléctricos. Isto é descrito pela resistência série Rs.

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    Esta resistência tem uma amplitude de uns poucos miliohms. O modelo é

    completo por uma resistência paralela (Rp >>10 ohms), que descreve a corrente de

    fuga inversa. Ambas as resistências são responsáveis pelo abatimento da curva

    característica da célula solar. Com a resistência em série, é possível calcular as curvas

    características de corrente e de tensão das células solares, para diferentes irradiações

    e temperaturas, de acordo com os procedimentos estabelecidos nas normas DIN EN

    60891/IEC 60891 (GREENPRO, 2004).

    Fórmulas:

    = − −   (1)

    =

    =

    +  ×

      (2)

    Figura 08: Diagrama completo do circuito equivalente

    2.1.7. NORMAS E LEGISLAÇÃO

     A geração elétrica perto do consumidor chegou a ser a regra na primeira

    metade do século, quando a energia industrial era praticamente toda gerada

    localmente. A partir da década de 40, no entanto, a geração em centrais de grande

    porte ficou mais barata, reduzindo o interesse dos consumidores pela geração

    distribuída e, como consequência, o desenvolvimento tecnológico para incentivar esse

    tipo de geração também parou (INEE, 2014).

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     A Agência Nacional de Energia Elétrica  – ANEEL, estabeleceu dia 17 de abril

    de 2012 uma nova resolução normativa de número 482, que estabelece condições

    gerais para mini e micro geração de energia elétrica.

    Os micros geradores são aqueles com potência instalada menor ou igual a 100

    quilowatts (kW), e os mini geradores, aqueles cujas centrais geradoras possuem

    potência superior a 100 kW e inferior a 1 megawatt (MW). As fontes de geração

    precisam ser renováveis ou com elevada eficiência energética, isto é, com base em

    energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada (ANEEL, 2012).

    Esta resolução foi criada para simplificar a conexão das mini e micro centrais à

    rede das distribuidoras de energia elétrica. Permite que a energia excedente

    produzida possa ser repassada para a rede, gerando um “crédito de energia” que será

    posteriormente utilizado para abater seu consumo (ANEEL, 2012).

     As distribuidoras tiveram até dezembro de 2012 para adequar seus sistemas

    comerciais e elaborar ou revisar normas técnicas para tratar do acesso da micro

    geração e mini geração distribuída, utilizando como referência os Procedimentos de

    Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST, as normas

    técnicas brasileiras e, de forma complementar, as normas internacionais (ANEEL,

    2012).

    2.2. TRANSDUTOR PIEZOELÉTRICO

    2.2.1. INTRODUÇÃO

     A energia, independente da sua forma, é indispensável na sobrevivência dos

    seres humanos. E mais do que sobreviver, o homem sempre buscou se aprimorar, ouseja, evoluir naturalmente baseado nas condições dos ambientes impostos a ele.

    Dessa forma, a escassez ou exaustão de um dado recurso tende a ser compensado

    com outro. Em termos de suprimento energético, a eletricidade tornou-se uma das

    formas mais versáteis, passando a ser um recurso indispensável.

    Em meio ao século XXI, apesar dos avanços tecnológicos no modo de geração,

    distribuição e uso da energia elétrica, ainda há sérios problemas com o acesso da

    população a mesma. Segundo o relatório divulgado pelo Programa das Nações

    Unidas para o Desenvolvimento, cerca de 1,4 bilhão de pessoas no mundo não tem

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    acesso à energia elétrica. Já no Brasil, apenas 2% da população não possui acesso.

    (Pnude, 2011)

    Grande parte dos recursos energéticos do país se concentram em regiões

    pouco desenvolvidas, distantes dos grandes centros urbanos consumidores e sujeitos

    a restrições ambientais. Promover o desenvolvimento econômico-social destas

    regiões é um grande desafio para as políticas governamentais. Portanto, é

    fundamental o conhecimento dos recursos energéticos disponíveis para o

    aproveitamento e necessidades dos setores e regiões do Brasil.

    2.2.2. HISTÓRICO

     A palavra piezoeletricidade se origina do grego  piezein - que significa

    pressionar firmemente ou apertar. A Piezoeletricidade foi descoberta pelos irmãos

    Curie: Pierre e Jacques. Em 1880 eles descobriram que alguns cristais quando

    comprimidos em uma certas direções apresentavam cargas positivas e negativas em

    algumas partes da superfície do cristal. Essas cargas eram proporcionais a pressão

    aplicada e desapareciam quando não havia mais pressão. (TICHÝ; ERHART;

    KITTINGER; PRÍVRATSKÁ, 2010) A descoberta não foi ao acaso, tinha sido influenciada por estudos que Pierre

    Curie havia desenvolvido em piroeletricidade e simetria de cristais. Ele descobriu que

    polos são produzidos apenas em algumas direções dependendo da simetria particular

    do cristal. Um pouco antes outra descoberta tinha sido feita a piroeletricidade, uma

    variação de temperatura pode ocasionar uma série de efeitos elétricos no cristal

    conhecida como piroeletricidade. O efeito piezoelétrico está relacionado muito perto

    do efeito piroelétrico. A conexão entre piroeletricidade e piezoeletricidade éfundamental. Todos os materiais piroelétricos são intrinsecamente piezoelétricos.

    (TICHÝ; ERHART; KITTINGER; PRÍVRATSKÁ, 2010). 

    2.2.3. O EFEITO PIEZOELÉTRICO

    O efeito piezoelétrico existe em dois domínios: o primeiro é o efeito direto, que

    descreve a capacidade do material de transformar a tensão mecânica em carga

    elétrica; a segunda forma é o efeito inverso, que é a capacidade de converter um

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    potencial elétrico aplicado em tensão mecânica. O efeito direto funciona como um

    sensor e o efeito inverso, como um atuador.

    Materiais piezoelétricos pertencem a uma classe maior, chamados

    ferroelétricos. Uma das características que definem um elemento ferroelétrico é a

    orientação da estrutura molecular, onde há uma separação de carga local, obtendo

    um dipolo elétrico.

    Durante toda a composição do material os dipolos elétricos são orientados

    aleatoriamente, porém quando aquecido acima de um certo ponto - a temperatura de

    Curie - e um campo elétrico forte é aplicado, os dipolos elétricos reorientam-se em

    relação a este campo. Este processo é denominado poling. Uma vez resfriado, os

    dipolos tendem manter a sua orientação. Após o processo de poling estar completo,o material irá apresentar o efeito piezoelétrico (SODANO, INMAN, PARK, 2004).

    O comportamento mecânico e elétrico de um material piezoeléctrico pode ser

    modelado por duas equações constitutivas lineares. Estas equações contêm duas

    variáveis mecânicas e duas elétricas. O efeito direto e o efeito inverso podem ser

    modelados pelas seguintes matrizes (IEEE Standard on Piezoelectricity, ANSI

    Standard 176-1987):

    Efeito Direto – {} = [] {} [] {}  (1)

    Efeito Inverso - {} = [] {} − [] {}  (2)

    Onde, {D} é o vetor de deslocamento elétrico; {T} é o vetor estresse; [e]

    representa a permissividade da matriz dielétrica; [

    ] é a matriz de coeficienteselásticos na intensidade do campo elétrico constante; {S} é o vetor de tensão; [] é

    a constante da tensão mecânica da matriz dielétrica, e {E} é o vetor do campo elétrico.

    3. MATERIAIS E MÉTODOS

    Nessa seção serão descritos todos os procedimentos utilizados para definir a

    construção do protótipo, os materiais usados e a montagem final.

    Esquemático representando as etapas e ideia geral do experimento.

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    Figura 09: Circuito representante

     A pastilha piezoelétrica quando submetida a um esforço mecânico que

    ocasiona uma deformação, devido a presença do quartzo, gera um sinal alternado,

    este então passa pela ponte retificadora de onda completa, esse sinal então passa a

    ter um comportamento de contínuo. Nesse ponto a energia gerada irá variar de acordo

    com número de pastilhas piezoelétricas que forem pressionadas, o capacitor

    eletrolítico então passa a armazenar essa energia e com a utilização de uma chave

    margirius, podendo ser normalmente aberta ou normalmente fechada, o capacitor se

    descarrega, tem-se assim a necessidade de utilizar resistores para limitar o tempo de

    descarga, então um diodo emissor de luz faz a função de uma carga exemplar, devido

    a seu baixo consumo.

    O protótipo em desenvolvimento o layout busca ser um projeto piloto para uma

    aplicação em maior escala, dessa forma é possível fazer com que as pastilhas

    piezelétricas gerem tensão suficiente para que possa alimentar pequenas cargas

    Em vista das características e efeitos da pastilha piezoelétrica, foi realizado

    então a solda da fiação, na parte superior, que contém quartzo, e na parte inferior do

    mesmo. Para garantir que não houvesse rompimento da solda ou danos a fiação em

    contato com piezoelétrico, foi acrescentado uma camada com cola quente.

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    Figura 10: Pastilha Piezoelétrica com cabos soldados

     A diferença de potencial gerada na pastilha piezoelétrica tem um sinal de

    comportamento alternado, devido a tal característica faz se necessário usar-se de um

    meio para adequá-lo, utilizamos então uma ponte retificadora de onda completa. Com

    uma matriz de contatos foi possível realizar a montagem do componente e permitir

    que comporte as pastilhas piezoelétricas.

    Figura 11: Demonstrativo do circuito utilizado

    Foi utilizado uma espuma para minimizar os danos a pastilha piezoelétrica,aumentando assim sua vida útil e permitindo suportar uma pressão maior e constantes

    esforços que são submetidas.

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    Figura 12: Demonstrativo de uma pastilha ligada no circuito

    Utilizando-se de uma espuma maior foram distribuídas quatro pastilhas

    piezoelétricas, para que nao sejam deslocadas foi utilizado uma fita adesiva para não

    comprometer o material.

    Figura 13: Disposição das pastilhas na esponja

    Com as pastilhas piezoelétricas posicionadas, colocamos um tapete de silicone

    contendo ventosas na parte inferior, essas responsáveis em transmitir a pressão para

    as pastilhas piezoelétricas.

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    Figura 14: Disposição do tapete em relação as pastilhas

    Para que ocorra a geração de energia mais eficiente as pastilhas devem ser

    ligadas na forma paralela, onde o efeito de geração ocorre de forma independente.

    Figura 15: Disposição final do protótipo

    Para armazenar a energia gerada pela pastilha piezoelétrica foi utilizado dois

    capacitores de 1000uf, que funcionam como uma bateria, são capacitores que tem um

    funcionamento levemente parecido com o de uma bateria, devida a sua alta

    capacitância conseguem manter a energia por um tempo maior que os demais

    capacitores de baixa capacidade.

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    Figura 16: Protótipo final, ligado ao circuito

    3.1. MATERIAIS

    Seguem abaixo os materiais utilizados para a construção do protótipo:

      Capacitor eletrolítico 100uf 25V;

      Capacitor eletrolítico 1000uf 16V;  Pastilha piezoeléctrica 20mm;  Pastilha piezoeléctrica 35mm;  Ponte Retificadora de Onda Completa;  Resistores: 10k,100k,150 e 300 (Ω);   Chave Margirius.   Tapete plástico com ventosas   Fita Adesiva tipo crepe   Esponjas

    4. RESULTADOS E DISICUSSÕES

    Nesta seção serão descritos todos os testes realizados no protótipo, bem como

    seus resultados.

    Na disposição apresentada verificou-se que com 4 pastilhas piezoelétricas foi

    possível alcançar um pico de tensão de 20V.

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    REFERÊNCIAS

     ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Normativa n°482, 2012.

    DEMONTI, R. Processamento da energia elétrica proveniente de módulosfotovoltaicos, 2003, 164f. Tese (Doutorado), Programa de Pós-Graduação emEngenharia Elétrica, UFSC, Santa Catarina.

    GREENPRO. Energia Fotovoltaica: Manual sobre tecnologias, projeto einstalações, 2004.

    Hours of Daylight per Day at 23.0º S, University of Nebraska at Lincoln. Disponívelem:

    INEE, Instituto Nacional de Eficiência Energética. O que é Geração Distribuida.Disponívelem: < http://www.inee.org.br/forum_ger_distrib.asp>.

    LIMA, Kellen Carla. Radiação Solar Global, UFPEL, 2003.

    RODRIGUES, S. A.; BATISTELA, G. C. Uma revisão sobre a disponibilidadehídrica brasileira para geração e energia elétrica. Revista Eletrônica do Curso deGeografia, Universidade Federal de Goiás, n.21, Jul-Dez, 2013, Jataí.

    RÜTHER, R. Edifícios solares fotovoltaicos. Florianópolis, 2004.

    SENTELHAS, P. C.; ANGELOCCI, L. R. Introdução à Meteorologia Agrícola, Esalq-USP, 2009. Disponível em:

    SODANO, H. A.; INMAN, D. J.; PARK, G. A review of power Harvesting fromvibration using piezoelectric materials. The Shock and Vibration Digest, Vol. 36,No. 3, May 2004

    SOUZA, F. S. Sistema de Extração de Potência (Power Harvesting) usandotransdutores piezoelétricos, 2011, 104f. Dissertação (Mestrado), Faculdade deEngenharia Elétrica, Unesp, Ilha Solteira.

    TICHÝ, Jan ; ERHART, Jirí ; KITTINGER, Erwin; Prívratská, Jana . Fundamentals of

    Piezoelectric Sensorics: Mechanical, Dielectric, and Thermodynamical

    Properties of Piezoelectric Materials. Pg. 219. Springer, 2010.