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…e o futuro  do esporte  mais famoso  do mundo  NO RITMO DA BAHIA Entramos na nova onda de Bell Marques O P OD ER FUTEBOL DO ALÉM DO COMUM JUNHO DE 2014

The Red Bulletin Junho de 2014 BR

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Page 1: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

… e o f u t u r o  d o e s p o r t e  m a i s f a m o s o  d o m u n d o 

n o r i t m o d a b a h i a E n t r a m o s n a n o v a o n d a d e b e l l m a r q u e s

o podErfutEboldo

além do comum

junho de 2014

Page 2: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Gelo na Noruega“É minha primeira vez aqui no norte da Noruega, e tem sido realmente incrível. Encontramos aqui alguns terrenos maravilhosos e muito gelo; cascatas de gelo em todo o lugar. E a luz é incrível. Nunca vi uma luz assim. É como uma luz espetacular de por do Sol o dia inteiro.

Com a quantidade de equipamentos que já tenho nas minhas costas para escalar o gelo, é ótimo ter um Nokia Lumia junto, no bolso, quando você precisa viajar leve e fazer algumas fotos.

Então, após a escalada os garotos desceram e eu comecei a empacotar meu equipamento. Fiz uma busca rápida por fotos e encontrei umas cenas impressionantes lá. Dando zoom em uma foto depois, eu simplesmente não consegui acreditar nos detalhes que podíamos ver nessa cena em tons de branco. Umas coisas ótimas, acho.”

– Ray Demski, fotógrafo da Red Bull

Para saber mais sobre Red Bull PHOTOGRAPHY em parceria com o Nokia Lumia, acesse www.redbullphotography.com/partners

Tirada com um Nokia Lumia 1020

Page 3: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

NOKIA LUMIA

NOKIA LUMIA 1020

Fotografia: Heli Putz

Page 4: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

nova geração A Fórmula 1 de 2014 mudou em diversos aspectos – e você terá que se acostumar com isso

58

bem-vindoo clima de Copa já está no ar – exatamente por isso o Red bulletin que você tem em mãos dedica 21 páginas ao maior esporte do mundo. em nosso bullevard especial, você vai encontrar números, curiosidades e tudo sobre a história do esporte bretão. e isso é só o começo, pois o mergulho mesmo acontece em nossa matéria especial sobre o futuro do futebol: como funcionam hoje as táticas e as estratégias e aonde isso tudo irá parar. Qual será o próximo passo do jogo que mexe com paixão, política, poder e dinheiro? Saiba tudo a partir da página 34. e, entre um tempo e outro, fomos visitar Bell Marques para conhecer seus planos sem o Chiclete com banana. vumbora?!

“Quero gravar um disco de bolero”bell marques, Pág. 52

o Mundo de red Bull

4 the red bulletin

Page 5: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

DaviD BelleO criador do parkour nos levou para dar uns saltos em sua cidade natal, Lisses, na França

É Copa!Separamos tudo o que você precisa saber para ficar por dentro durante o maior evento do mundo

eM FoRMaJulius Brink, o campeão olímpico de vôlei de praia, nos ensina como manter o shape e mandar bem na areia

paRa o FunDoAcompanhamos dois dos melhores escaladores do mundo numa profunda aventura a 160 metros abaixo da terra

22

Bullevard 08 especial futebol

Palpites, curiosidades, histórias, números. Tudo sobre futebol!

destaques

22 David BelleEmbarcamos na viagem do inventor do parkour

34 O poder do futebolComo serão as táticas, estratégias e craques no futuro?

42 Sebastian CopelandAventureiro e ambientalista: você precisa conhecer esse cara

44 Homens das cavernasEntramos na segunda maior caverna da Terra, que fica em Omã

52 Bell MarquesComo está a vida sem o Chiclete?

58 F1 nova geraçãoO passo a passo das mudanças desta temporada

70 Rafael OrtizAcompanhamos o caiaquista extremo à selva mexicana

ação!80 meu equipo Mountain bike81 em foRma Julius Brink 82 mÚsica O rapper Nas83 Games Street Fighter84 balaDa Xangai 85 miNHa ciDaDe Montevidéu86 Na aGeNDa As pedidas do mês88 momeNto máGico No ar!

NeSta eDiçãO

81

o que seRá que seRáRetranca, ataque, toque de bola, craques multiúso... Aonde o futebol vai parar?

34

44

8

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JuNHO De 2014

the red bulletin 5

Page 6: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

nosso timequem colaborou este mês

THE RED BULLETIN Brasil, ISSN2308-5940

Editora e Sede Editorial Red Bull Media House GmbH

Gerente Geral Wolfgang Winter

Diretor Editorial Franz Renkin

Editores-Chefes Alexander Macheck, Robert Sperl

Editor-at-large Boro Petric

Editor Brasil Fernando Gueiros

Diretor de Arte Erik Turek

Diretor de Fotografia Fritz Schuster

Editora Assistente Marion Wildmann

Coordenador Editorial Daniel Kudernatsch

Gerentes de Projeto Cassio Cortes, Paula Svetlic

Apoio Editorial Ulrich Corazza, Werner Jessner, Ruth Morgan,

Florian Obkircher, Arek Piatek, Andreas Rottenschlager, Stefan Wagner, Paul Wilson

Bullevard Georg Eckelsberger, Raffael Fritz,

Sophie Haslinger, Marianne Minar, Boro Petric, Holger Potye, Martina Powell, Mara Simperler,

Clemens Stachel, Manon Steiner, Lukas Wagner

Editores de Arte Miles English (Diretor), Martina de Carvalho-Hutter,

Silvia Druml, Kevin Goll, Carita Najewitz, Kasimir Reimann, Esther Straganz

Editores de Fotografia Susie Forman (Diretora Artística de Fotografia), Marion Batty, Eva Kerschbaum, Rudi Übelhör

Revisão Judith Mutici, Manrico Patta Neto

Impressão Clemens Ragotzky (Diretor),

Karsten Lehmann, Josef Mühlbacher

Gerente de Produção Michael Bergmeister

Produção Wolfgang Stecher (Diretor),

Walter O. Sádaba, Matthias Zimmermann (tablet)

Financeiro Siegmar Hofstetter, Simone Mihalits

Marketing & Gerência de países Stefan Ebner (Diretor), Elisabeth Salcher,

Lukas Scharmbacher, Sara Varming

Assinaturas e Distribuição Klaus Pleninger, Peter Schiffer

Marketing de Criação Peter Knethl, Julia Schweikhardt

Anúncios Marcio Sales, (11) 3894-0207,

[email protected]

Gestão de anúncios Sabrina Schneider

Coordenadoria Kristina Krizmanic

TI Michael Thaler

Escritório Central Red Bull Media House GmbH,

Oberst-Lepperdinger-Straße 11–15, A-5071 Wals bei Salzburg, FN 297115i, Landesgericht Salzburg, ATU63611700

Sede da Redação Heinrich-Collin-Straße 1, A-1140 Wien

Fone +43 1 90221-28800 Fax +43 1 90221-28809

Contato [email protected]

Publicação O Red Bulletin é publicado simultaneamente

na Áustria, Brasil, França, Alemanha, Suíça, Irlanda, Kuwait, México, Nova Zelândia, África do Sul,

Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Visite nosso site www.redbulletin.com.br

O jornalista que mora em Londres é mais conhecido por suas colunas esportivas sobre o campeonato da Alemanha (seu país natal) e podcasts para o Guardian. Ele escreveu o dossiê sobre o futuro do futebol nesta edição. Quando ele não é expulso de programas de TV por arrumar briga, ele pode ser visto nos jogos da Premier League e jogando society com seus amigos. Seu grande momento foi no jogo da imprensa contra a comissão técnica do Chelsea, em 2007, quando enfrentou Mourinho.

“Parkour não é um esporte, mas uma

escola para a vida.” Foi essa a lição que o inventor do Parkour, David Belle, passou ao nosso repórter. Por dois dias ele teve aulas intensivas de Parkour em Lisses, no norte da França. “Aprendi como se pula sem medo sobre um abismo de 6 metros de largura e 8 de altura, de um telhado para outro”, conta Lisetz. Ele diz que aprendeu só na teoria, e deixou a prática para os profis-sionais. Você pode ler como foi a experiência dele na página 22.

Se somarmos nossas fotos da reportagem sobre as técnicas da Fórmula 1 aos outros 5 181 frames restantes e apertarmos o play, então podemos ver o filme de animação da Red Bull, feito por Peter Clausen, sobre o complexo regulamento da categoria hoje em dia. Daniel Ricciardo mostrou que é um verdadeiro talento ao simular uma corrida no set. Nada disso foi ou é real até hoje. A reportagem sobre a nova F1 você encontra na página 58.

“Fiquei impres-sionado com as dimensões deste lugar”, diz o fotógrafo alemão Klaus Fengler sobre os 160 metros de profundidade da caverna Majlis al Jinn, em Omã. Fengler, que já fez trabalhos para publicações do mundo inteiro, seguiu os passos dos escaladores Stefan Glowacz e Chris Sharma dentro da segunda caverna mais profunda da Terra. O resultado dessa jornada aluci-nante você pode conferir a partir da página 44.

“ Aprendi como se pula sobre um abismo de 8 m de profundidade” alex lisetz

alex lisetz

r aphael honigstein

klaus fengler

peter Clausen

6 the red bulletin

Page 7: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

FotograFía que te

deja sin aliento

las personas que están

cambiando el mundo

aventuras que

rompen Fronteras

AdrenAlinA

ingenioso

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seu momento.ALÉM DO COMUM

Page 8: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

B r a s i l i e n w i r k o m m e n !

RD

2 0 1 4

„ b j E l i t i u m r e m q u o

c u l l a u t l a e x e v e l e -

n i s e a e s r o“

L u i s s u Á R E Z

sai pr a l á, maracanazoTodo cuidado é pouco: o melhor atacante do mundo é uruguaio

O trágico mundial de 1950 nunca foi bem digerido. Os uruguaios fizeram mais de 200 mil pessoas chorar no Maracanã. Depois, o Brasil queimou as velhas camisas brancas e balançou as estruturas do nosso futebol. Se existe algum jeito de apagar essa marca, será nesta Copa, numa final entre os dois países diante, nova-mente, do Maracanã lotado. O grande problema é que os uruguaios têm um timaço. E lá na frente o comando é de Luis Suárez, um dos atacantes mais perigosos do mundo – que tem no currí-culo a marca de 100 gols pelo Liverpool. O que Suárez quer? Provavelmente repetir o feito de Ghiggia, o goleador de 1950. Mas não vai ser nada fácil: nossa zaga agora tem 200 milhões de torcedores.

Bola rolando

Copa do Mundo no Brasil... É hora da festa

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Page 9: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

PER DER A M M AS SÃO CR AQUESVerdadeiros heróis das Copas foram em sua maioria perdedores em ação. Mas o legado é inestimável

Q U A R T A S D E F I N A L Este homem deu entrevistas bizarras e se apresentava como técnico da Argentina.

F I N A L A tática dos holandeses contra a Espanha foi um pouco agressiva. Já a dos espanhóis era trocar passes por 115 minutos até fazer 1 a 0.

S E m I F I N A L O dedo de Jogi Löw na seleção alemã foi elogiado, mas seu time foi elimi­nado e a foto de seu outro dedo rodou o mundo.

GuillerMoStÁbile

8 gols pela Argentina e a

derrota na final.

1 9 3 0

h á Q U A T R o A N o S

vOCê lEMbR A? Uma breve retrospectiva

da África do Sul

leÔnidASdA SilVA

inventou a bicicleta e não levou a Copa.

1 9 3 8

AdeMir de MeneZeS

o goleador que ficou de fora

da final.

1 9 5 0

SÁndorKoCSiS

Fez 11 gols, mas perdeu

para a Hungria.

1 9 5 4

JoSeFMASopuSt

o mais antigo goleador de fi-nais ainda vivo.

1 9 6 2

JuStFontAine

13 gols para a França. não foi o suficiente...

1 9 5 8

MAttHiASSindelAr

o grande mila-gre do time

dos milagres.

1 9 3 4

ê-Ô, J-lOApesar de ser um belo jogo, o futebol tem uma tradição horrível: músicas de Copa do Mundo. o sucesso a partir de 2014 se chama “We Are one” e é cantado por Claudia leitte, pitbull e J.lo. e a maldita musiquinha gruda.

put your flags up in the sky

(put ’em in the sky)

And wave them side to side

(side to side)

Show the world where you’re from

(show ’em where you’re from)

Show the world we are one

(one, love, life)

o l e o l e o l e o l a

o l e o l e o l e o l a

o l e o l e o l e o l a

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Page 10: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Eusébio 9 gols! Mas

Portugal não conseguiu ser

campeão.

1 9 6 6

gErdMüllEr

Falha do século

nas semifinais.

1 9 7 0

Nenhum time europeu foi cam-

peão na América do sul. E o Brasil nunca foi

campeão no Brasil.

Pelé acredita na vitória do

brasil na final. Mas o mesmo Pelé considera

o time da Alemanha tão forte quanto

o brasileiro.

lionel Messi ainda não fez gols

dentro do brasil. Mas na última partida contra

a Seleção Brasileira ele fez três.

Em cada segundo jogo do

brasil, Neymar faz pelo menos um gol. Mas,

em cada segundo jogo pelo Barça ele passa

em branco.

Júlio César é o número 1 de

Felipão. Mas no mo-mento ele está debaixo do poste no Canadá – jogando pelo Toronto,

o número 666 do mundo.

o brasileiro diego Costa fez

mais gols do que ronaldo em sua melhor

forma. Mas ele joga pela

Espanha...

o brasil já ga-nhou a Copa das

Confederações em 2013. Nunca na história um time ganhou as Con-

federações e o Mun-dial na sequência.

JohANCruyFF

domínio total, mas não o bastante.

1 9 7 4

robrENsENbriNk só não marcou gols. uma pena

pra holanda.

1 9 7 8

AlAiNgirEssE

Primeiro chute de pênalti em

uma Copa.

1 9 8 2

ZiCo Mestre do

melhor time da história – e nada de taça.

1 9 8 6

ClAudioCANiggiA Eliminou o

brasil e parou na itália.

1 9 9 0

roNAldoo Fenômeno.

Mas quem consegue es-quecer 1998?

1 9 9 8

robErtobAggio

Mago italiano... é tEtrAAA, é tEtrAAA!

1 9 9 4

7 M O T I V O S

PELOS QUAIS O BRASIL SERÁ O CAMPEÃO MUNDIALOu não. Se a gente for analisar os fatos e tabus, nossa Seleção tem tanto prós quanto contras

10 the red bulletin

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Page 11: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

N O B A N C O

mais do que t v

Quando não tiver jogo da Copa na TV, aproveite bem

o seu tempo

q u i z

quem é quem no FuteBoLO jogador moderno sabe tudo de moda, tem o carro do ano e é um enigma: o que é preciso para se tornar uma grande estrela?

1. Qual jogador de futebol comprou há pouco tempo uma Ferrari 599 GTB Fiorano?

A. Wayne RooneyB. Cristiano RonaldoC. Hulk

2. Quem descobriu o me­lhor corte de cabelo para o futebol de todos os tem­pos – o bigode na testa – só para que seu filho o reconhecesse na televisão?

A. RonaldoB. Roberto CarlosC. Rivaldo

3. Qual jogador francês não fumante é dono de um bar repleto de narguilés na Itália?

A. Karim BenzemaB. Franck RibéryC. Mathieu Valbuena

4. Qual jogador de má fama tatuou essa placa na panturrilha dedicada ao seu adversário?

A. Daniele de RossiB. Sergio BusquetsC. Pepe

5. Qual tímido cantor de banheiro não está em um relacionamento sério com uma cantora no momento?

A. Mesut ÖzilB. Gerard PiquéC. Neymar Jr.

6. Qual fashion victim desta Copa do Mundo usa – infelizmente apenas fora de campo – brincos de diamante?

A. Alessandro Diamanti B. Joshua BrillanteC. Mario Balotelli

Partes do corpo? Acidente? O que per­tence a cada jogador?

RES

POST

AS: 1

B, 2

A, 3

B, 4

A, 5

C, 6

C

1

24

6

KUNG FU FUTEBOL CLUBE O filme de futebol mais subestimado do século.

Merece um segundo tempo.

talkSPORT O único aplicativo de informa-ções sobre esportes do qual

você precisa. Entrevistas e transmissões ao vivo.

OPTA SPORTS De refinamentos estatísticos

a informações sobre os médicos do time:

twitter.com/OptaJoe

T u Í T E !

“ E v o c ê t o r c e p r a

q u e m? B U L L g á r i a? ”

OLIvERKAhN

Goleirão. Só não se deu

bem na final.

2 0 0 2

ZINédINEZIdANE

A última visita de outra

dimensão.

2 0 0 6

dIEGOFORLÁN

Rei no Uruguai com um gol dos sonhos.

2 0 1 0 v E j A O f i l m E !

A vERdAdE ESTÁ NO LUGAR CERTO

Futebol tem a ver com muitas coisas que jamais imaginamos. É o que nos conta este grandioso livro de

Chris Anderson e David Sally (Penguin, 2013).

l E i A !

E S C u T E O A p p !

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Page 12: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

S A M I R H A N D A N O V I ČPosição: goleiro Time: Inter de Milão Seleção: Eslovênia Valor de mercado: € 24 000 000

D AV I D A L A B A Posição: lateral-esquerdo Time: Bayern Munique Seleção: Áustria Valor de mercado: € 32 000 000

N E M A N J A M A T I ĆPosição: volanteTime: ChelseaSeleção: SérviaValor de mercado: € 25 000 000

D A N I E L A G G E R Posição: defesa Time: Liverpool Seleção: DinamarcaValor de mercado: € 17 000 000

A L E K S A N D A R K O L A R O VPosição: lateral-direito Time: Manchester City Seleção: Sérvia Valor de mercado: € 12 000 000

G A R E T H B A L E Posição: atacante Time: Real Madrid Seleção: País de Gales Valor de mercado: € 80 000 000

A A R O N R A M S E Y Posição: atacanteTime: Arsenal Seleção: País de Gales Valor de mercado: € 20 000 000

M A R E K H A M Š Í KPosição: atacanteTime: Napoli Seleção: Eslováquia Valor de mercado: € 40 000 000

B R A N I S L AV I VA N O V I ĆPosição: zagueiroTime: Chelsea Seleção: Sérvia Valor de mercado: € 19 000 000

s e n t a l á

AS ESTREL AS QUE FICAR AM DE FOR AAlguns dos melhores jogadores do mundo não virão ao Brasil. Nós reivindicamos: esse time dos sonhos chegaria fácil na final

1

2 6 8

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Page 13: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Z l a t a n I b r a h I m o v I ĆPosição: atacanteTime: Paris Saint GermainSeleção: SuéciaValor de mercado: € 28 000 000

m o r t e n o l s e n Posição: treinador Seleção: Dinamarca – levou sua seleção às Copas de 2002 e 2010

r o b e r t l e w a n d o w s k IPosição: atacanteTime: Borussia DortmundSeleção: PolôniaValor de mercado: € 50 000 000

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bons per dedor es

Alfredo di Stefano (argentino naturalizado

espanhol) A estrela do Real Madrid

deixou de jogar pela Espanha em duas Copas.

Éric Cantona (França) Em 1990 e em 1994,

não passou das elimina-tórias. Parou de jogar

em 1997, um ano antes do triunfo da França.

Bert Trautmann (Alemanha)

1954: o melhor goleiro alemão jogava no Man-chester City. A Alema-nha não aceitava isso.

George Weah (Libéria) O jogador de futebol

do século passou 20 anos tentando

jogar a Copa e não conseguiu.

Não chora, Ibra! Estas quatro lendas também nunca estiveram em uma Copa

u m a m ã o z i n h a

spr ay neles, seu juíZ!Tudo começou em 1863, com apito e bandeira. Depois

se passaram 150 anos. Ultimamente novos gadgets têm sido desenvolvidos para facilitar o trabalho dos árbitros

PLACAR ELETRÔNICODesde que o tempo adicional vem sendo exibido, ocorrem menos lesões durante esse período do que antes.

HEADSETDesde 2006, o juíz em campo e o quarto árbitro podem discutir decisões nos bastido­res ou fazer as piadas sobre os jogadores pelo rádio.

DETECTOR DE FALTASNossa sugestão: sensores nas meias do jogador para saber se ele foi derrubado ou simulou a falta. O árbitro recebe imedia­tamente um sinal no ouvido: Essa pegou!

NA LINHAApós o teste na Copa das Confederações, foi decidido que o spray para fazer mar­cações no gramado será usado também na Copa. Ou será que a coisa toda não passa de um truque promo­cional da Gillette?

“ S a t é l i t e , G P S e c h i p

n a b o l a? N ã o p r e c i s o d e

n a d a d i s s o”P l at i n i

( P re s i d e nt e d a u E Fa )

“ U m a C o p a d o M u n d o

s e m m i m n ã o v a l e

a p e n a a s s i s t i r ”

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Page 14: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

N A M A R C A d e C A l

O PÊNALTI PERFEITO Final da Copa do Mundo de 2006: Zinédine Zidane simplesmente chuta no meio, a bola bate

no travessão e pinga atrás da linha. Gianluigi Buffon fica assistindo perplexo

Pro fundo do gol: com o efeito

gerado, a bola de Zidane entra.

Gol genial!

Bater no ângulo rende 100 % de aproveitamento. Mas para isso você precisa ter sangue frio

3 O número de gols em cobranças de pênalti em Copas fica em torno de 70%. Na Premier League, a média é de 75%.

1 Na média, só um a cada 15 gols feitos na Copa é de pênalti. No tempo de jogo fo­ram cerca de 150 gols de pênalti na história.

1 1 M e T R O S3 F A T O S1 p e R G U N T A

2 O primeiro pênalti numa Copa aconteceu em 1982, numa semi­final entre Alemanha e França. Alemanha ganhou, claro.

? Por que o goleiro nunca fica no meio? Porque só 12% dos pênaltis são chutados nessa direção.

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Page 15: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

jogos. Foi o número de jogos que se teve que esperar na Premier League até que um gol surgisse pelo cantinho. O número das Copas não é muito melhor. O cantinho

é sempre difícil de acertar.

10

44por cento de todos os gols ocorrem por sorte. Entre o

chute e a rede acontece algo além do chute e da defesa.

minutos. É isso que dura em média um jogo de

futebol. Durante o resto dos 90 minutos o jogo

ou fica interrompido ou a bola vai para fora.

60

28anos. Durante todo esse

tempo não teve 0 a 0 em Copas, até Brasil e

Inglaterra de 1958.

gols. O final de jogo mais di­nâmico de todos os tempos: na Copa de 1954, a Áustria

enfrentou a Suíça nas quartas de final e, entre os 25 e 34

minutos, o jogo virou de 0 a 3 para 5 a 3. E no final: 7 a 5!

531

a 0 foi o resultado do mas­sacre da Austrália contra a Samoa Americana. A maior

vitória nas eliminatórias.

braços são levantados pelo goleiro que se prepara para defender um pênalti. Isso garante mais a defesa do que levantar apenas um.

2

0gol. Não fazer nenhum

gol dá mais pontos do que fazer. Muitos jogos são

ganhos apenas com uma atuação defensiva.

F U T E B O L E M N Ú M E R O S

ZERO É MAIOR DO QUE UM É sempre bom ter cultura inútil na ponta da língua

Font

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Page 16: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

P A R A A E T E R N I D A D E

GOOOOOOO L ! O primeiro, o mais louco e o mais bonito: estes três gols escreveram a história das Copas do Mundo. E seguem inspirando Rooney, Messi e Neymar até hoje.

I L u s t r a ç õ e s : M a r t i n u d o v i č i ć

O P R I M E I R O Montevidéu, 1930

Apenas 500 torcedores assistiram ao primeiro gol da primeira Copa do Mundo. O francês Lucien Laurent foi o grande destaque no jogo contra o México e levou o time a esse resultado histórico. É o que dizem os jornais. Não tem nenhuma fotografia nem filmagem desse gol. Mas dizem que foi um chute fantástico. França vencedora: 4 a 1.

16

Page 17: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

O M A I S B O N I T OCidade do México, 1970

O Brasil estava invocado na final da Copa de 1970, contra a Itália. Pouco antes do final do jogo, Clodoaldo dançou bonito pelo meio-campo, Rivelino encaixou direitinho para Jairzinho, e Pelé deu o último passe para o golaço de Carlos Alberto. O 4 a 1 nos deu o tri mundial.

O M A I S L O U C O Cidade do México, 1986

Conhecido por ter usado a “mão de Deus” no primeiro

gol da partida, Maradona fez 1 a 0 contra a Inglaterra, aos 51 minutos. Mas os ingleses

ainda não tinham visto todo o poder de Maradona. Depois

de quatro minutos, ele fez mais um depois de correr

por 60 metros, limpar cinco e provocar os ingleses. A

Inglaterra ainda alcançou um 2 a 1, mas a Argentina avançou e ganhou a Copa.

Page 18: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

a e volução das tr a nsmissões

Fator Br asil

ron a ldo é o m a ior

Gol s da CoPa do mundo euroPa x amériCa do sul

C U R I O S I D A D E S

de olHo na HistÓriaAs Copas estão cada vez com menos gols. Porém, estão sendo assistidas cada vez por

mais pessoas. Serão mais de 1 bilhão de espectadores na final de 2014: online ou na TV

15 Gol s em mundi a is

G r a v a ç õ e s e m f i l m e p a r a o c i n e m a

r e p o r t a g e n s n a t v c o m a t é u m a

s e m a n a d e a t r a s o

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1 1 C o m a P e r n a d i r e i ta , 3 C o m a e s q u e r d a , 1 d e C a B e ç a . n i n G u é m é tã o Fa m o s o n a C o Pa q u a n t o e l e e m 1 9 9 8 e m 2 0 0 2 e m 2 0 0 6

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r e p o r t a g e m n a i n t e r n e t

“A g e n t e t r o c o u a s c a m i s a s n o i n t e r v a l o . G e r a l m e n t e a c a m i s a s e m p r e v e m f e d e n d o ,

m a s a d o B e c k h a m é c h e i r o s i n h a”

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18 the red bulletin

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Page 19: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

N E M T O D O S G O S T A M

FUTEBOL dE OUTrO jEiTO32 países disputam o troféu com o Brasil. Em 29 deles, o futebol

é o esporte número 1. Mas em três a coisa é bem diferente

4

2

6A Austrália ama críquete, rugby e futebol australiano, que tem uma média de 33 mil espectadores por jogo. O futebol reúne cerca de 12 mil por jogo

O futebol ameri­cano é o esporte favorito de 46% das pessoas nos EUA. O futebol, com 2% da prefe­rência, ocupa o 6º lugar no coração dos americanos

Todo ano que passa, o futebol fica cada vez mais popular no Japão. Mas os números mostram que o povo japonês gosta mesmo é de beisebol

p E r c A p E S O

dE Fr EnTE pA r A A T v Muitos estudos compro-

vam: empolgar-se no sofá faz quase tão bem quanto

praticar esportes

n º.

n º.

n º.

p r O B L E M A S c A r D Í A c O SNão exagere! De acordo

com um estudo da clínica universitária de Munique, na Copa de 2006, durante jogos da Alemanha, três

vezes mais homens tiveram ataques cardíacos.

p A r A O S h O M E N S

Um estudo da Universidade de Utah provou que os

homens se animam com o sucesso de outros. O nível de testosterona de torcedores pela TV sobe quando o time

deles está ganhando.

E F E I T O E S p E L h O

Especialistas da Universidade de Sydney chegaram à con­clusão de que, quando você

observa alguém fazendo esporte, seu corpo se com­porta por dentro de forma

semelhante ao do esportista.

A T L E T A S D E S O F Á

Também acontece quando assistimos a pessoas fazendo esporte sem ser ao vivo. Isso

aumenta nossa frequência cardíaca, pressão sanguínea,

respiração, transpiração e atividade nervosa

e muscular.

the red bulletin 19

gEt

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iMag

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)

Page 20: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Quem pode surpre­ender

Quais são os pontos fortes?

O que diz o hipster do futebol?

Qual o grande trunfo?

Os fãs os chamam de

O calcanhar de Aquiles

Quem será a estrela?

B É L G I C A C O L Ô M B I A I N G L AT E R R AB Ó S N I A

Eles são jovens,

famintos por vitória

e muito

talentosos.

O goleiro . Thibaut Courtois é provavelmente

o melhor goleiro do mundo atualmente.

A experi­ência. Cinco dos principais jogadores

têm mais de 80 jogos mundiais no currículo

e nas pernas.

A defesa. Foi o time que menos

tomou gol durante as eliminatórias.

A tempes­tade de gols.

Dzeko e Ibisevic marcaram 28 gols em 10 jogos nas

eliminatórias.

A juventude. Ross Barkley, Alex

Oxlade-Chamberlain e Raheem Sterling

trazem ideias e conferem um estilo inovador aos Lions.

Os Demônios Vermelhos

A pressão crescente do sucesso.

Viajar mais de 22 mil km na primeira fase.

O joelho esquerdo de Radamel Falcao.

Ibrahimovic! O melhor jogador da Bósnia joga pela Suécia.

7 pênaltis em grandes torneios. Apenas

um entrou.

Eden Hazard – uma versão melhorada

do Maradona!

“Nos últimos dois anos, os clubes deram

€ 250 milhões

para os jogadores belgas da seleção

nacional.”

“O técnico Klinsmann

é bom em motivar os jogadores,

mas ruim em táticas.”

“Tecnicamente os jogadores estão no mesmo

nível do time brasileiro.”

“Já te mostrei minhas figurinhas

originais de 1994, do

Valderrama?”

“Se mais

ingleses fossem mo­rar fora da Inglaterra, não só o país como também a seleção seriam melhores.”

The Yanks

Jozy Altidore –

joga tipo o Lineker!

Los Cafeteros

Jackson Martínez – a versão magra

de Ronaldo!

Os Dragões

Miralem Pjanic –

o novo Zidane!

The Three Lions

Steven Gerrard – o Pirlo com aparelho

de barbear.

USA! USA! USA!

O apoio da torcida

colombiana, que vai viajar bem pouco

e comparecer em peso para assistir à Copa.

Eles são melhores que os croatas.

E tão des­conhecidos

quanto os iranianos.

Pela primeira vez desde 1966, ninguém

espera nada deles: o prérequisito

perfeito para rolar uma reviravolta no

time britânico.

HAITI Sucesso rápido em 1974, com uma vitória de 1 a 0 sobre a Itália, acabou perdendo os jogos para a Polônia e a Argentina.

TRINIDAD & TOBAGO O menor time de Copa do Mundo de todos os tempos: em 2006, a seleção empatou uma e perdeu duas.

PAÍS DE GALES A surpresa de 1958: pela primeira vez nas quartas de final, ganhou de 1 a 0 do Brasil. Eles tinham Gareth Bale: aí sim!

UM A V EZ E NUNCA M A IS

c o r r e n d o p o r f o r a

ELES VãO dAR TR ABALhONunca se teve tantos favoritos em uma Copa do Mundo – e cinco times relativamente pequenos (uns mais, outros menos) têm grandes chances de se tornar gigantes no Brasil. Cuidado, Messi!

E S TA d O S U N I d O S

20 the red bulletin

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Page 21: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

the red bulletin 21

X A D R E Z D o f u t E b o l

O REI ESTÁ MORTOO Brasil (2 153 pontos) e a Espanha (2 143) são os dois melhores times de todos os tempos

– de acordo com o site eloratings.net, que, ao contrário de outros rankings, calcula os pontos com a precisão de um computador de xadrez. Mas tem outro time que saiu ainda melhor: a Hungria de Ferenc Puskás, que obteve 2 166 pontos

GEt

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Page 22: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

O L H A N D O D E F O R A , O P A R K O U R P A R E C E U M E S P O R T E , M A S N A R E A L I D A D E E L E É U M A P A R Á B O L A D A V I D A . O I N V E N T O R D O P A R K O U R , D A V I D B E L L E , C O N T A P R A G E N T E S O B R E S E U S A M B I C I O S O S S A L T O S : A C O N Q U I S T A D O M U N D O

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V O N T A D E C A M I N H O

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Page 23: The Red Bulletin Junho de 2014 BR
Page 24: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

O que de fora parece um esporte é na ver­dade a escola da vida, onde se aprende a enfrentar os medos e a superar obstáculos

24

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v i d aPa R KO U R É U M a M E TÁ F O R a Pa R a a

Page 26: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

O treinamento de base para cada movimento ensina você a se equilibrar – tanto por dentro quanto por fora

E N C O N T R E O S E U E Q U I L Í B R I OA P R I M E I R A L I Ç Ã O D O P A R K O U R :

26 the red bulletin

Page 27: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Quando era bem mais jovem, David

Belle (à frente) começou a desen­

volver o parkour. Hoje o que ele deseja

é passar adiante suas experiências

para outros jovens do mundo inteiro

e você convidar David Belle para fazer um churrasco no terraço do hotel, che-gando lá algo vai se desligar dentro da cabeça dele, como num estalo.

Seus sentidos se voltam para o cheiro das costelas, para as conversinhas dos hóspedes, para o decote da namorada de seu irmão.

Já o cérebro estará automaticamente analisando a distância do pilar até o andaime que dá para a cama, dali para a janela, depois para o caminhão e daí até a calçada.

Enquanto a comida estiver sendo preparada e todos estiverem esperando por ela, ele estará calculando qual rota de fuga os hóspedes devem seguir para escapar com segurança, no caso de a churrasqueira explodir. E, se uma criança de 3 anos subir no parapeito da janela do sexto andar do edifício, David Belle saberá como chegar até lá em três, dois ou um segundo.

David Belle pensa como David Belle, porque ele é o inventor do parkour.

É por causa dele que você encontra pessoas de tênis e calça de moletom, por todas as cidades, praticando por horas o salto sobre um corrimão, ou a escalada de uma parede, ou o pulo de um lado do muro para o outro.

O parkour é a arte de se mover de forma eficiente em áreas urbanas. Seu objetivo é encontrar o caminho mais agradável e rápido de A para B, sem nenhuma ajuda fora os próprios pés. Mas o parkour é também uma metáfora. A superação dos obstáculos, o domínio sobre os desafios

Sthe red bulletin 27

Page 28: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

“O parkour não é perigoso”, segundo os seguidores de David Belle. “Porque quem pratica de verdade sabe muito bem até onde o próprio corpo pode chegar. E até onde não pode”

Page 29: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

David Belle (à esq.) se enxerga como o guardião da doutrina. Ele diz: “Nem tudo o que o parkour parece é o que realmente é”

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p a r k O U r “O Q U E S O U H O J E É p O r C a U S a D O

p E r I G O S O ?S ó Q U a N D OV O C Ê N Ã O S a B EO Q U E F a Z

29

Page 30: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Pulos incríveis exigem uma preparação mental: primeiro o traceur visualiza cada etapa do pulo em detalhes, só depois ele coloca a ação em prática

S E U A M I G O

Q U A N D O V O C Ê

E N C A R A

C O M O U M p A R C E I R O Q U E A L E R T A D O S p E R I G O S , E L E S E T O R N AS E U M E D O

30 the red bulletin

Page 31: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

e sobre o próprio medo faz do parkour uma escola de preparação para a vida.

“Tudo o que eu sou hoje, eu sou por causa do parkour”, diz David Belle.

A D I S S E M I N A Ç Ã O D O S S A LT O SA capital mundial do parkour é Lisses, que fica a 30 km ao sul de Paris.

Aqui está David Belle, aos 41 anos, em casa. Nesse mesmo local, ele e sua equipe de Yamakasi – que em congolês significa “homens fortes” – desenvolveram um movimento de contracultura a partir de alguns movimentos corporais, há mais ou menos 20 anos, e que rapidamente se tornou conhecido no mundo.

Isso se deve principalmente ao fato de o parkour ter se transformado em uma fonte de interesse para o cinema.

Em 2001, parte dos membros funda­dores fizeram um filme de ação que é também uma crítica cultural, chamado Yamakasi – O Samurai da Modernidade, o que transformou os caras do Yamakasi em estrelas de cinema da noite para o dia.

Dois dos principais protagonistas já alçaram voos maiores, exercendo sua pró­pria carreira cinematográfica: Sébastien Foucan e seu estilo freerunning acrobático foram parar no filme de 2006 de James Bond, Cassino Royale.

E David Belle rodou em 2004, com Luc Besson, o drama de ação B13 – 13º Distrito. Além disso, ele atua como dublê em Rios Vermelhos 2 – Anjos do Apocalipse e Carga Explosiva.

Paralelamente, Belle expandiu os con­tornos de sua ideia de parkour: a capacida­de de se mover de forma eficiente deixou de ser um fim em si mesmo, e ele passou a se dedicar ao ensino da prática para um número crescente de fãs. Parkour quer dizer muito mais: être fort pour être utile – fazer da própria força algo útil, e estar pronto para ajudar o outro no momento exato em que for necessário.

Para os novos traceurs (assim se cha­mam os atletas que praticam parkour), Belle é um ídolo, acumulando milhões de acessos em vídeos do YouTube. Os fãs se espantam com a forma como ele sobe paredes, e delas para um arranha­céu, e dali para outros saltos, de 6 ou 7 metros de largura, tendo abaixo de seu corpo um abismo de 40 metros.

Mas Belle não se interessa pela fama, o negócio dele é reconhecimento. Seu maior sonho é convencer o mundo inteiro a praticar o parkour. “Tem um potencial gigante que ainda não foi aproveitado”, acredita ele. “Qualquer pessoa pode aprender em qualquer lugar e sem equipamento.”

the red bulletin 31

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O fato de os moradores não protestarem contra isso tem a ver com outro valor pri-mário do parkour: o respeito. Quando um espaço urbano é usado para o treino, ele deve ser deixado exa tamente do jeito que foi encontrado. Se algum obstáculo for da-nificado, os próprios traceurs o consertam.

Com suas escadarias a céu aberto, suas grades e os pequenos muros baixos, o conjunto habitacional onde mora Belle, o Residence du Mail de l’Ile de France, é o lugar ideal para treinar todos os movi-mentos básicos: aqui os praticantes podem treinar tanto os passements, que visam a superação de obstáculos, quanto o saut de précision, que envolve a precisão do salto, ou o tic tac, que é a rejeição de um obstáculo.

“O importante é que você progrida lentamente”, explica Charles Perriere.

Perriere é dois anos mais novo do que Belle, e é ele quem dirige em Paris

A R T I S T A D A S O B R E V I V Ê N C I ADepois de 1997, ano do surgimento dos Yamakasi, 2014 será o ano mais impor-tante da história do parkour.

David Belle quer criar uma fundação destinada a estabelecer uma base para o trabalho em rede da cena do parkour e quer incentivar e promover jovens talentos. Ele ainda pretende publicar, em conjunto com outro membro do Yamakasi, Charles Perriere, um livro sobre a história do parkour, que será chamado Des Origines à la Pratique.

E ele ainda deseja que o parkour se expanda para além do mundo ocidental – a começar pela China, onde ele quer viver nos próximos meses e, com a ajuda de alguns patrocinadores locais, criar cur-sos de formação de parkour e workshops para os jovens traceurs.

“O futuro do parkour está na China e na Rússia”, acredita Belle. “As pessoas de lá crescem em uma sociedade que exige muita disciplina e trabalho duro – mas, ao mesmo tempo, têm um desejo de liber-dade e realização. No parkour, elas podem combinar as duas coisas.”

David Belle sabe muito bem do que está falando. Ele é filho de um ex-soldado do Vietnã e passou sua infância em um ambiente no qual a auto-expressão e a disciplina eram objetivos educacionais de igual importância.

Até hoje ele se lembra dos conselhos de seu pai, Raymond, falecido em 1997. “Você pode fazer tudo o que quiser”,

ele me dizia, “desde que possa arcar com todas as consequências disso.”

E David Belle sabia exatamente o que queria: levar as ideias de seu pai adiante e refiná-las.

Raymond Belle aprimorou o Método Natural, o treinamento-padrão do exér-cito francês, desenvolvendo técnicas de ataque e tecnologias para escapar da selva. Raymond Belle deu até um nome para o seu treinamento de superação de obstáculos usando sulcos e galhos de árvore caídos: le parcours.

O M E D O , S E U A M I G OHoje David Belle é ele mesmo uma figura paterna. Para os jovens do Crew Parkour Origin, com os quais treina de duas a oito horas por dia, e para as cen tenas de traceurs do mundo inteiro, que todo ano chegam a Lisses para aprender os truques e as melhores manhas com o mestre.

Neste conjunto habi­tacional, no subúrbio de Lisses, encontram­ se traceurs do mundo inteiro para treinar juntos. A placa de “propriedade pri vada” tem um caráter mais de respeito

32 the red bulletin

Page 33: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

autoconfiança. O treinamento diário com outros traceurs acabou de vez com a sua timidez. E a resistência exigida, com a repetição de até 100 vezes dos mesmos exercícios, ensinou-lhe a paciência.

“Bem, o último ponto é mentira.”

P A R K O U R - B L O C K B U S T E RNo último verão, David Belle passou pela prova final da sua disciplina e capacidade de enfrentar desafios.

Ele tinha abandonado a rotina de treinamento no inverno e estava 10 quilos acima do peso e insatisfeito com a vida, quando o telefone tocou. Era Luc Besson.

“David”, disse Luc Besson, “você se lembra daquele projeto de filme, do qual falamos alguns anos atrás?”

“Você está falando do remake de Hollywood de B13 - 13º Distrito?”, respondeu Belle.

“Exatamente. As filmagens começam em dois meses.”

Brick Mansions, que estreia no dia 25 de abril nos cinemas franceses, será provavelmente o filme sobre parkour mais assistido da história: David Belle aparece em combate, ao lado da estrela Paul Walker, contra um chefe da máfia que é interpretado pelo rapper RZA.

“Estudei por quatro horas todos os dias para aprender inglês, e treinava as acrobacias três horas por dia ao lado de Walker”, afirma David Belle, que também participou da concepção da coreografia das lutas e das cenas de perseguição na abertura.

Já na primeira tomada, ele salta por uma janela fechada; em outra, mostra a combinação do saut de font com o saut de détente e pula de 4,5 metros de altura, sobre um abismo de 7 metros de largura.

“Meu medo”, diz David Belle, “já me disse até onde posso ir.”

dobradas e absorve a energia de impacto. “Se você tiver espaço, pode rolar, mas, quando se depara com um obstáculo muito alto, digamos, 7 metros, então tem que pular.”

David Belle dominou essa técnica e já salta de até 8 metros de altura.

O básico, que todo iniciante deve internalizar até que os movimentos se tornem automáticos, não é nada espeta-cular. “Parkour começa com os exercícios de equilíbrio”, diz Belle. “Se você conse-gue coordenar o próprio equilíbrio, todo o resto será muito fácil.”

U M H E R Ó I T Í M I D O Quando David Belle começa a falar do parkour, ele recorre a comparações com ele mesmo.

O espírito de um traceur é o mesmo de um cavaleiro, que tem a sua relação com o cavalo.

Um traceur, ele diz, é como um samu-rai: exteriormente calmo, mas interior-mente sempre pronto para a ação. Ou como um pianista de concerto, porque seu cérebro consegue tomar as decisões certas sem refletir.

David Belle consegue inspirar cora-gem ao explicar tão bem os princípios do parkour porque ele mesmo é seu próprio aluno. “Eu era uma criança tímida, desconfiada e sozinha”, conta Belle. “E eu era impaciente... Tudo que não conseguia na mesma hora eu dei-xava de lado.”

Com o parkour, Belle afirma que se redescobriu. Ele diz que cada movi-mento bem-sucedido fortaleceu sua

P O T E n C I A LO G R A n D E

D E S S E T I P O D E E S P O R T E

A I n D A n à O F O I E X P L O R A D O

uma escola de parkour que dissemina a cultura da modalidade. E ele sabe muito bem como encorajar seus alunos a reali-zarem os saltos mais difíceis. “Você tem que trabalhar o seu medo. Se você não se conhece bem, você é escravo do seu medo. Quando você encara seu medo como um parceiro que te alerta do perigo, ele se torna seu amigo.” Perriere ensina a disciplina mais importante, a saut de font, que prepara o aluno para pular de uma grande altura.

Primeiramente, é preciso visualizar cada fase do salto com os olhos da alma. “Quanto mais experiência você adquire, mais força de detalhes vai ganhando a sua representação mental”, diz Perriere.

Ele salta de uma forma absolutamente controlada (“Você tem que saltar, e não cair”), estende-se, mantendo o chão à vista, pousa com as pernas ligeiramente

the red bulletin 33

Page 34: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

O f u t u rod O f u t E b o l

Page 35: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Cristiano RonaldoDentre os gênios de “pés virados pra lua”, existem exemplos de jogadores do futebol moderno, tais como o atleta português Cristiano Ronaldo, que também se dariam muito bem em provas de corrida

f u t u ro O e t e r n O d u e lO d O s i st e m a tát i c O. a b u s ca e a p r e pa r açãO d e j O g a das p e r f e i tas. a lu ta p O r es paç O e t e m p O. a c O n st r u çãO d e ba r r e i r as a n t i g O l s. a s O rt e c O m O a ú n i ca c O n sta n t e . c O m O f i ca r á O es p O rt e m a i s q u e r i d O d O m u n d O n O s p r óx i m O s a n O s? u m a a n á l i s e d e r a p h a e l h O n i gst e i n

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Page 36: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Um bom futebol é sobretudo uma questão de tempo. Quem chuta, passa bola, corre e pensa mais rápido tem as melhores van-tagens nesse esporte. Os melhores times do mundo conseguem acelerar o jogo de tal maneira que até mesmo o relógio corre mais rápido durante os 90 minutos. O futebol é uma máquina do tempo, que nos mostra hoje como ele será amanhã. Atualmente, no campeonato inglês, por exemplo, o Liverpool é o time mais in-fluente. Seu treinador, Brendan Rodgers, diz que “velocidade” é o princípio de ataque mais importante. A dupla de atacantes Luis Suárez e Daniel Sturridge normalmente joga sem posições fixas em campo, afinal, a direção na qual o jogador corre é que é crucial, e não seu ponto de partida. A inveja com a qual a concorrência assiste aos jogos incrivel-mente emocionantes e bem-sucedidos dos “Reds” irá aumentar ainda mais a ambição deles nos próximos meses. Atacantes pequenos e rápidos serão a maior demanda no mercado de transfe-rências. Já no ano passado, era a expres-são “centroavante” que estava em pauta.

A I D E I A G E N I A L E M B U T I DA N O “ T I c-TAc” É c O N T R O L A R O J O G O E O A DV E RSÁ R I O c O M O D O M Í N I O DA B O L A

Pep GuardiolaO famoso treinador espanhol do Bayern Munique é um pregador do futebol de combinação, focado em metas peculiares de treinamento: quem está com a bola não pode focar no gol

Page 37: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

ImItação e adaptação Os times mais bem-sucedidos dos últimos anos – como o campeão mundial e o cam-peão europeu, o Bayern e o Barcelona de Pep Guardiola, mas também o Borussia Dortmund sob o comando de Juergen Klopp – alcançaram o sucesso com inova-ções revolucionárias que estabeleceram novos padrões em campo, o que agora já entrou para a normalidade e só resta à concorrência imitar o brilhantismo dos mestres. “O Bayern Munique copiou de nós, eles fizeram a mesma coisa que os chi-neses”, reclamou Klopp em 2013, quando o time de Jupp Heynckes alcançou um sucesso “triplo”, ganhando o campeonato, levando a taça mais importante e vencendo a Liga dos Campeões. Tudo começou com a caça coletiva à bola no meio campo do adversário – e assim Heynckes resistiu à pressão do time amarelo e preto. Além da imitação, outra coisa que faz parte do ecossistema do futebol é o princípio da adaptação ao desgaste. Boas estratégias rendem contra-estratégias. O resultado é uma interação, um sistema competitivo constante.“O princípio do jogo não se desenvolve numa partida em linha reta, para a frente e num ritmo acelerado. Ele tem muito mais a ver com irregularidade e acontece num ritmo circular”, explica o historiador de futebol Jonathan Wilson, autor de Revoluções no Gramado: Uma História das Táticas de Futebol. “Por muito tempo, parecia que a tendência tática dos anos 1960 iria concentrar a cabeça dos jogadores cada vez mais na defensiva”, diz, referindo-se a Guardiola, que em sua última temporada no Barça (2011/12) usou apenas dois zagueiros de verdade na maioria das partidas. “Mas dá para ver as fraquezas desse sistema. Quando se joga contra times muito fortes, dá para sentir a falta de espaço”. Wilson acha que o futuro do futebol não está ligado à eficácia do passe. Segundo ele, é a rapidez com que o jogador usa sua versatilidade e o bom

preparo físico que serão determinantes. “Mas sempre podemos ter surpresas, as táticas não constituem um sistema estável, e toda ação gera uma reação que pode mudar tudo.”

Veneno e antídoto O majestoso “tic-tac” do Barcelona e da Espanha, um futebol de combinações que privilegia a posse de bola, pode também explicar o sucesso de times poderosos de dez anos atrás, como Chelsea e Juventus. É possível que o “tic-tac” tenha se originado das ideias estéticas do holandês Johan Cryuff, mas ele foi prin cipalmente o resul-tado da confissão de uma fraqueza. “Em algum momento, percebemos que não podíamos competir com o poder e o dina-mismo dos ingleses, franceses e alemães, com nossos tipos de jogadores”, lembra o jornalista e escritor Guillem Balagué. “Então, tivemos que seguir por outro cami-nho. A ideia era controlar os adversários

A T ÉC N I CA D E J O G A D O R ES C O M O N E Y M A R D E M O N ST R A H A B I L I DA D ES E M FA LTA N O M E R CA D O AT UA L D O F U T E B O L , C O M O U M P E R F E I TO U S O D O T E M P O E D O ES PAÇ O

Neymar JúniorO estilo dele – rápido no passe, tecnicamente perfeito, forte no drible, extremamente artístico – faz do brasileiro um oponente invencível para os adversários e um protótipo do jogador do futuro

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e a partida dominando a bola.” Quando se atinge a perfeição desse tipo de tática, fica difícil até mesmo para os jogadores mais talentosos manter a firmeza, porque não dá tempo de o jogador se preparar para roubar a bola. “Quando finalmente conseguíamos a posse da bola, estávamos tão confusos que acabou ficando muito difícil reverter a situação”, disse Miroslav Klose depois da semifinal da Copa de 2010, quando a Alemanha perdeu de 1 a 0 para os espanhóis.

O “tic-tac” tem sido considerado um antídoto contra um futebol defensivo. Entre outros, o Chelsea e Mourinho intro-duziram uma mistura disso com a tática de “cimento”, trazendo de volta aos cam-pos essa descoberta tática colossal que o suíço Karl Rappan fez nos anos 1930, e que agora está na moda novamente.

José MourinhoA meta do futuro será diferente: por isso alguns técnicos, como o português José Mourinho, se concentram num jogo extremamente defensivo

Mario GötzeGênios como ele podem jogar em praticamente todas as opções possíveis: a criatividade desse tipo de jogador não tem limites

O S M E L H O R E S T I M ES D O M U N D O AC E L E R A M AS PA RT I DAS D E U M A FO R M A Q U E AT É O S P O N T E I R O S D O R E LÓ G I O A N DA M M A I S D E P R ES SA38 the red bulletin

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O falsO nOve As escolas espanholas e holandesas foram muito importantes na incorporação do jogo ofensivo no futebol, e isso vale para todos os times. Até o Bayern de Guardiola deixou jogadores bons no banco – para ter mais jogadores ofensivos em campo. Com esse tipo de jogo, é possível vencer a defesa com ações isoladas em campo. Por isso que Guardiola queria Neymar de qualquer jeito: o brasileiro é o jogador dos sonhos dele. O estilo de jogo de Neymar – a rapidez com que ele passa a bola, a firmeza durante os dribles, a téc-nica perfeita e sua extrema versatilidade – se parece com o de Messi, que, na opi-nião de Guardiola, é o melhor jogador do mundo. No entanto, o ex-presidente do Bayern, Uli Hoeness, conseguiu conven-cer o treinador catalão a desistir do san-tista e comprar o alemão Mario Götze por € 37 milhões, do rival Borussia Dortmund. “Ele é um jogador incrível – esperto e inteligente em campo”, diz Guardiola. O jovem de 21 anos é conhecido como “falso nove” (um meio-campo que origi-nalmente é centroavante).

Neymar foi para o Barça, e o Real Madrid comprou o galês Gareth Bale, do Tottenham, por quase € 100 milhões. Obviamente ele é uma garantia de gols, e sua rapidez e versatilidade se encaixam melhor em jogadas em linha reta. Bale é um “homem-bala”, como disse o técnico do Arsenal, Arsene Wenger.

espaçO e tempO Os pequenos e leves Messi, Neymar e Götze têm a configuração física ideal, mas tam-bém Bale e Cristiano Ronaldo são exem-plos de bons chutes por terem qualidades cada vez mais escassas e necessárias no futebol moderno: além do domínio técnico e da velocidade, eles sabem usar com per-feição o tempo e o espaço. São jogadores que podem atender facilmente às pressões do futebol moderno, e por isso eles fazem toda a diferença.

“Quanto mais vai estreitando o espaço de jogo, mais importante se torna uma antecipação da situação”, é o que diz Bernhard Peters. Aos 64 anos, ele é dire-tor da base do TSG Hoffenheim, consi-derado extremamente inovador com um treino igual ao do Borussia Dortmund: o “Futebonauta”. Nesse sistema, os joga-dores precisam administrar os chutes em quatro direções diferentes. O objetivo é alcançar a bola o mais rápido possível e lançá-la em direção a uma área ilumi-nada. “A nitidez e a precisão do passe são incentivadas, e também a percepção e a tomada da decisão correta para obter a melhor recepção da bola”, diz Peters.

1 S e l eção = S eg u n da d i v i São

Antigamente, a Copa tinha os melhores times. Hoje, para isso, é preciso acompanhar a Liga dos Campeões. Os principais clubes podem escolher entre uma oferta global de jogadores e treiná-los muito melhor e mais detalhada-mente do que os técnicos de seleção, que têm menos tempo para treinar e não conseguem os passes sem um relativo esforço. A diferença de qualidade entre as seleções e os times de elite será ainda maior.

2 o r e n aS c i m e n to d o c e n t r oava n t e

Dois ou três anos atrás os centro-avantes pareciam espécies amea-çadas (dificilmente um time ainda joga com mais de dois deles), que podiam ser facilmente substituí-dos por atacantes. Porém, como mostra o exemplo do Bayern, os cavalos de batalha da escola Mario Mandzukic – ultradefen-sivos – se tornarão novamente muito importantes. Eles não sairão de moda tão cedo.

3 a rt i c u l aç õ eS e t e n d õ e S a rt i f i c i a i S

Lesões leves nos tendões normal-mente deixam os jogadores fora de campo durante cerca de seis meses. No caso de lesões mais graves, eles se tornam pratica-mente um capital morto. Até agora, a tecnologia não avançou o suficiente para resolver isso, mas é apenas uma questão de tempo até que os profissionais estejam aptos a implantar ten-dões artificiais que minimizem o risco dessas lesões e possam aguentar desgastes mais fortes.

4 zag u e i r o S São o S n ovo S c r aq u e S

Eles recebem salários mais bai-xos e o passe é mais barato que o de seus companheiros do ata-que. Porém, isso está totalmente relacionado com uma percepção distorcida: identificamos os er-ros desses jogadores com mais facilidade, mas nunca as peque-nas coisas que eles fazem tão perfeitamente antes de o perigo chegar no gol. A análise compu-tadorizada vai ajudar para que o trabalho desses atletas seja reconhecido com mais respeito, uma cobertura mais completa do jogo, além do simples sistema de placar 10 a 0 ou ao contrário, se mostrará imensamente impor-tante. Acontecerá algo seme-lhante com o que houve com Franz Beckenbauer: uma estrela sur girá das profundezas.

5 v e m a í o “S h ot- c lo c k“

Mais equipes jogarão combina-ções futebolísticas extremamente complexas, porque haverá mais jogadores tecnicamente capazes. Talvez os atacantes consigam alcançar desempenhos tão altos e com tão pouco esforço quanto os jogadores de basquete ou handebol. Isso exigirá a introdu-ção de um limite de tempo para os ataques, ou de uma mudança de regra que permita que o árbi-tro possa aplicar uma cobrança de falta para a outra equipe devido a, digamos, um “jogo passivo demais”.

5 P r o g n ó St i c o S

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CoinCidênCia de peso Wilson, especialista em táticas, diz que a era dos golpes táticos mais radicais já era, e que o futebol do futuro é mais lento e básico. Ele também continuará a ser o mais complicado de todos os esportes coletivos, porque a relativa raridade das possibilidades de gol faz com que grande parte dos esforços seja em vão. Chris Sally e Chris Anderson, dois professores de eco-nomia americana, dizem no livro A Verdade Está no Campo de Futebol, com bastante convicção, que mais da metade dos gols acontece por acaso. “É preciso aceitar que metade do que acontece no campo de futebol não depende de nós”, afirmam. O futebol é, ao menos estatisticamente falando, uma aposta e “um esporte de gloriosa ineficiência”. Grob diz que hoje entram tantas bolas na rede quanto há 40 anos, embora com certeza atualmente os jogadores corram mais rápido e chu-tem com mais força. “Já chegamos a um equilíbrio dinâmico entre duas forças principais: a inovação ofensiva e a evolu-ção da defesa”, dizem Anderson e Sally.

Isso não significa que não se deve tentar o máximo para desafiar a sorte. Melhorias na medicina devem ocorrer, pois nessa área o futebol está muito atrasado se o compararmos com a versão americana do esporte. O treinador do Liverpool, Rodgers, considera o trabalho do psicólogo Steve Peters tão importante que ele está sempre sentado ao seu lado no banco.

o gol de nove segundos Inovações pequenas, porém radicais estão vindo também dos pequenos times. Uma certeza é que iremos ver muito mais “movi-mentos especiais” em campo num futuro próximo, como o gol de nove segundos de Daniel Frahn do RB Leipzig, em setembro de 2013, contra o Stuttgart II. O Leipzig estava com sete homens posicionados no canto oposto à área do pênalti, e foi exata-mente ali que a bola foi parar. O perplexo time de Stuttgart foi pego de surpresa pela falta de jogadores. O sistema 3-3-3-1 do Chile, que o técnico Marcelo Bielsa desenvolveu antes da Copa de 2010, faz com que eles sejam uma das equipes mais difíceis de derrotar hoje.

Quem quer imaginar a quantas andará o futebol no ano 3000 terá de observar como estão indo os times hoje. Os jogado-res do futuro serão mais atléticos e talvez lidem com a bola com mais cuidado. A situação peculiar do futebol – estatisti-camente, em nenhum outro esporte os times menos favorecidos ganham tantas partidas – deve permanecer exatamente assim. E a imprevisibilidade também não deve mudar – e é bom que não mude.

O que ainda parece ficção científica está prestes a se tornar norma nos clubes europeus.

Na Alemanha, considerada por muitos como a terra (quase) infalível do futebol, os jogadores são cada vez mais treinados com base nas técnicas de formação da Espanha, com mais calma e lentidão. Mas Peters não acredita em um futuro próspero com 11 “Götzes” num time. “Assim não dá para ganhar campeonato”, ele diz. “Você precisa de variedade: os jogadores principais, aqueles que são importantes para o coletivo e os artistas.” O bom sistema de jogo tem a ver com o equilíbrio entre individualidade e de coletividade.

ESTAT I ST I CA­M E N T E FA L A N D O,

O F U T E B O L É “ U M ES P O RT E D E G LO R I O SA

I N E F I C I Ê N C I A“

Lionel MessiSe todos os times pudessem contar com jogadores instintivos como o argentino Messi, as coisas seriam mais fáceis e talvez menos emocionantes

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O explorador e cineasta britânico cruzou a Antártida com as costelas quebradas, explorou a Groenlândia com kiteski e é amigo do ator Leonardo

DiCaprio. Ele conta a seguir suas dicas de sobrevivênciaEntrevista: Andreas Rottenschlager

SebaStian Copeland

Homem de gelo

nós cozinhamos com a neve derretida de manhã e à noite. Você pode comprar quase todas as comidas em seu formato desidra-tado: “boeuf bourguignon”, “fettuccine alfredo”. Você precisa de muita gordura e carboidratos. Comi castanhas-do-pará entre as refeições. elas têm a melhor concentração de calorias por peso. Você precisa ter um rigor científico na seleção das suas provisões. Cada caloria importa.

the red bulletin: Ao atravessar a Groenlândia em 2010, você e seu companheiro de expedição Eric McNair-Landry tiveram que esperar por sete dias uma tempestade de neve passar fechados dentro da barraca. Como vocês não enlouqueceram?sebastian copeland: a adrenalina mantém você alerta para começar. eu esta-va preocupado que a tempestade pudesse danificar a barraca. então não consegui dormir. o vento balançava com velocida-des superiores a 130 km/h. era como acampar em uma turbina.Sobre o que vocês conversaram?o negócio é que você não sai em uma expedição polar com o objetivo de fazer um amigo para o resto da vida. Você pro-cura um profissional como eric, que com toda a probabilidade completaria a missão. não tivemos nenhuma discussão profun-da sobre nossas infâncias. passávamos a maior parte do tempo refletindo. Foi um jogo de xadrez bizarro. Qual é a mais importante qualidade mental que um explorador deve ter para sair em uma expedição polar?a mente é mais importante que o corpo – isso está fora de questão. a preparação física é a parte fácil. Você vai para a aca-demia e entra em forma. lidar com a dor é mais difícil. Uma parte do meu treino inclui colocar um colete de 50 kg e andar pelas montanhas por duas horas. obvia-mente que você fica muito cansado depois de cinco minutos, mas precisa aguentar até o fim, mesmo se doer. Se afinar para um exercício como esse, como você acha que vai até a antártida?Quando você esteve na Groenlândia, se deslocou com esqui, foi puxado por um kite e estabeleceu um novo recorde para esse tipo de viagem: 595 km em 24 horas. No meio disso tudo, quando você conseguiu comer?

Como você conseguiu que Leonardo DiCaprio escrevesse a introdução do seu livro de fotos, Antarctica: The Global Warning?trabalho para uma organização de defesa do meio ambiente chamada Green Cross international e ajudei a preparar uma iniciativa para a earth Summit de Johan-nesburgo com leo em 2002. depois disso ele começou a aparecer em minhas apre-sentações. Considero o leo um dos mais engajados ambientalistas do mundo das celebridades. pode acreditar no que ele diz, ele está presente e faz.Devido a um acidente de kiteski, você quebrou duas costelas logo no início da sua expedição para a Antártida em 2011. Como você conseguiu seguir em frente nos 75 dias restantes?eu caí em uma “zastruga”, uma formação de gelo moldada pelo vento, durante uma manobra de kite. ironicamente, eu tinha encontrado um amigo aventureiro para jantar na Cidade do Cabo alguns dias antes. ele havia me contado sobre como tinha quebrado uma costela durante uma expedição. perguntei: “o que você fez?” ele respondeu: “tomei analgésicos e aguentei no osso”. e usei aquele conselho no meu próprio acidente porque sabia que ele tinha conseguido também com uma costela quebrada.Que lições você tira das expedições para a sua vida diária? primeiro, que os problemas não se resolvem por eles mesmos só de você reclamar deles. Segundo, me tornei mais humilde. as expedições exigem que você tenha um ego forte, mas não há forma mais eficiente de aprender humildade do que sendo exposto aos elementos de um deserto de gelo. Você sai do avião, põe o pé no gelo e sabe que tem 4 mil km pela frente.sebastiancopelandadventures.com

Nos seus projetos de foto e filme, você parece abordar os riscos das mudanças climáticas. Qual é a coisa mais difícil sobre trabalhar com a consciência ambiental?estamos cada vez mais isolados das conse-quências de nossos atos. Sua conta de luz, a coleta do seu lixo, tudo isso é resolvido por você, que só assina um cheque. Mas, quando você vive numa barraca com uma neve que cai durante semanas até parar, vê o preço de cada latinha. Você pensa: “Que espécie de idiota escolheu acampar aqui?”

“Dormir bem com ventos de 130 km/h

balançando a barraca? É acampar

numa turbina”

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Sebastian Copeland no seu caminho para o

Polo Norte em 2009: “Os problemas não se resolvem reclamando”

NomeSebastian Copeland

Nascido em 3 de abril de 1964, Paris

ProfissãoFotógrafo, documentarista e ambientalista

FilmeInto the Cold: A Journey of the Soul (2010) é um documentário sobre a sua viagem de 600 km para o Polo Norte. Hell on Ice (2013) é sobre a sua jornada de 2 300 km pela Groenlândia

Parentes famosos Copeland é primo do ator Orlando Bloom e foi casado com a modelo e atriz Brigitte Nielsen entre 1990 e 1992

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St e fa n G lowacz e c h r i S S h a r m a eS ca l a r a m u m a cav e r n a n a q ua l f i z e r a m u m a t r a n S i ção m o n St r u o Sa n o r e to r n o.

homenSdaS

v eja a lG u n S r eG i St r o S d e m o m e n to S d eSt e r e to r n o d o S u b m u n d oP o r : a l e x l i S e tz foto S: K l au S f e n G l e r

cavernaS 45

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REUNIÃO DE CÚPULA. Em Omã, Stefan Glowacz, 49 (acima), e Chris Sharma, 33 (abaixo), fizeram o dever de casa para escalar a segunda maior caverna do mundo. Na foto abaixo, Glowacz e Sharma estudam uma das entradas para a Majlis al Jinn

MMAjLIs AL jINN A segunda maior caverna do mundo fica em Omã e foi descoberta pelo geólogo Don Davison e sua esposa Cheryl Jones, em 1983. Jones batizou a caverna de Majlis al Jinn, que significa “ponto de encontro dos gênios”

158.2 mdeepest part of cave - 178 m

0 m

– 50 m

– 100 m

– 150 m

– 200 m

120 m

Estátua da Liberdade93 m

Majlis al Jinn

ais corda!”, grita Stefan Glowacz. E insiste: “MAIS! CORDA!” Mas não tem jeito, Chris Sharma não escuta. Sharma está a poucos metros abaixo do feixe de luz lançado pelo farol de Glowacz, engolido pela escuridão de Majlis al Jinn, a segunda maior caverna do mundo.

Essa espécie de catedral subterrânea decompõe as palavras de Glowacz em sílabas, que se chocam contra as paredes e depois batem de volta, se reagrupando de um jeito novo em um espaço vazio.

A história de Glowacz é mais uma história de superação. No dia 28 de março de 2014, ele se viu com um tempo disponível de pouco mais de uma semana para transformar um projeto impossível em um grande sucesso, ou em uma derrota dolorosa.

Tudo bem que Glowacz teria se dado melhor se os problemas acústicos não tivessem se tornado os piores, mas ele está de parabéns.

G lowacz , m e a d o s d e 2 0 1 2, B aV I e R a ( a l e m a N H a )“Heli Putz me deixou com uma pulga atrás da orelha. Ele me contou sobre a caverna Majlis al Jinn, que fica em Omã. Felix Baumgartner saltou de lá em 2007, e depois alguns outros BASE jumpers também apare-ceram para se aventurar na região. Do lado de fora, a caverna é praticamente indescritível, três fendas de poucos metros de diâmetro dividem a parte inferior de uma encosta de pedras. Porém, na verdade, você está no topo de uma abóbada gigante: 160 metros de profundidade, 310 de comprimento. E 225 de largura,

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As dimensões da abóbada subterrânea são gigantescas, e os

desafios e armadilhas da escalada também:

a rota de travessia é íngreme e inclinada

durante toda a descida, num ângulo de mais ou menos 45 graus

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:

o que dá quase o tamanho do estádio Wembley. ‘O que seria bem legal’, disse Heli, ‘era se desse para fazer um rapel até o chão e depois subir a parede de novo.’ eu quero ser o cara que vai fazer isso. Mas é o tipo da coisa que não dá pra fazer sozinho. Vou pre-cisar de um parceiro, o melhor que eu puder conseguir. Quem sabe Chris Sharma? Nos encontramos algumas vezes e nos demos bem... Pois é, Sharma seria o ideal! ele é o alpinista mais criativo de sua geração, o único que admiro do mesmo jeito que admiro os meus ídolos dos anos 1970 e 1980.”

S h a r m a , O u tO n O d e 2 0 1 2, Sa n ta C r uz ( e ua )“O telefone tocou e era Stefan Glowacz... Stefan Glowacz! Um cara que admiro há anos. A cada novo projeto ele reinventa a escalada; é um gênio, e está na ativa há décadas. Quando ouvi a voz dele, eu já disse sim, sem nem deixá-lo acabar a pergunta!”

Em dezembro de 2012, Stefan Glowacz foi, com sua moderna caminhonete, para o planalto de Salma. Este lugar fica a apenas 30 km por mar até Majlis al Jinn, mas eles viajaram por terra, por estradas esburacadas, numa altitude de 1 500 metros acima do nível do mar. Foi então que Glowacz percebeu que, se continuasse escalando, não só muitos desafios técnicos esperavam por ele como também logísticos: no acampamento de base necessário para a empreitada, por exemplo, não tinha água, muito menos potável.

De volta à capital, Mascate, ele vai se reunir com as autoridades locais para ter a permissão oficial para a equipe entrar na caverna. Há apenas uma única exi-gência: ele deve sair vivo de lá. Glowacz concorda. Assim, ele prontamente tem a aprovação oficial em mãos.

S h a r m a , 1 8 d e F e v e r e i r O d e 2 0 14, m aS Cat e ( O m ã )“Hoje estou pela primeira vez frente a frente com o abismo, onde nossa aventura nos espera, e quero olhar no fundo dos olhos dele. Na verdade, não se vê nada, é tudo preto, escuro. Jogo uma pedra nele e aguardo o som do impacto. Parece vir de uma monstruosa profundeza.”

NO LIMITE. Durante uma queda, Stefan Glowacz rasgou as palmas das mãos (foto do meio) tentando agarrar a corda. Ele também machucou o punho, mas seguiu na luta até o fim

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de se apoiar na parede, de planejar os comprimentos de corda, coordenar a logística. Ambas as abordagens acabaram se complementando, porque o nosso projeto se tornou uma coisa enorme: hoje somos 20 pessoas e temos 700 quilos de equipamento envolvidos; seis balões de iluminação, 2 400 metros de corda. e esta-mos com pressa, porque em apenas duas semanas e meia temos de ter todas as cordas preparadas para a escalada. Não temos permissão das autoridades para passar muito tempo nas cavernas. Acho que uma das principais coisas que aprendi com Stefan foi esse tipo de pensamento analítico: ter uma visão ampla da situa-ção. diante de nós, só existem pontos de interrogação. O maior deles: será que a inclinação das paredes possibilita uma escalada livre?”

G lowacz , 1 9 D E F E v E r E i r o D E 2 0 14, M aj l i s a l j i n n “Nós chegamos com o rapel até o fundo da caverna. A primeira fase da escalada mostra que a dificuldade apresentada pelas pedras, devido ao seu estado, não é tão ruim quanto se esperava. Mas a falta de luz dificulta a identificação de terceiras dimensões, que desaparecem totalmente na luz pálida. Quase não dá para ver o que vem pela frente. É praticamente uma escalada às cegas.”

s h a r M a , 1 9 D E F E v E r E i r o D E 2 0 14, M aj l i s a l j i n n “No primeiro dia já ficaram muito claras as diferenças entre a abordagem que eu queria dar ao projeto e a abordagem pretendida por Stefan. eu sou partidário de uma escalada mais solta, enquanto o Stefan gosta

“ a Q U i , E M B a i X o D a T E r r a , P E s s o a s

c o M v i D a n à o s à o B E M - v i n D a s .

É M U i T o P r o F U n D o , E s c U r o E P E r i G o s o ”

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Fendas apertadas, rochas que esfarelam e

pouca luz para avaliar o terreno. A cada corda

arremessada, novos desafios aparecem

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O feixe estreito de luz lançado por Sharma cai sobre a rocha. O que olhando de baixo parecia uma simples pedra, de perto parece mais um poderoso navio.

Sharma está pendurado de cabeça para baixo no final do terço mais inferior da parede. Até mesmo ele, que é provavelmente o melhor escalador profissional da atualidade, tem seus limites. Cada movimento é um desafio. Ainda assim, ele supera os obstáculos em um ritmo de tirar o fôlego, segurando-se com precisão, pegada por pegada, em um ritmo incrível.

“Incrível!”, grita Glowacz lá debaixo. O eco ressoa por todas as paredes.

G lowacz , 2 0 d e f e v e r e i r o d e 2 0 14, M aj l i s a l j i n n“Escalo de um jeito diferente hoje; e não posso deixar de escalar, senão fico ansioso. Meu último acidente foi assim: ia fazer meu segundo movimento me segu-rando na corda, mas de repente ela se enroscou, não acertei o gancho, e despenquei 3 metros. Por reflexo, me agarrei na corda, mas foi a pior ideia: rasgou e deixou meus dedos em carne viva. Foi uma merda.”

s h a r M a , 5 d e M a r ç o d e 2 0 1 4, M aj l i s a l j i n n“Stefan é casca-grossa. O cara enrolou as palmas das mãos abertas com uma ‘fita medicinal’ desenvolvida por ele, que tem um poder de cauterização muito rápido. Coisa de louco. Se não fosse isso, as conse-quências poderiam ter sido terríveis, e foi aí que eu entendi por que o lugar é conhecido como o ‘ponto de encontro dos gênios’, ou dos ‘espíritos’. Aqui, em-baixo da terra, pessoas com vida não são bem-vindas. É tudo muito seco, muito escuro, muito profundo – em suma, muito perigoso. Nem mesmo os animais mais selvagens conseguem viver aqui. Toda vida que vi se resume à presença de um casal de pequenos besouros. Mas é por causa de todos esses desafios que a gente se diverte. Escalar exige muito improviso, e isso é legal porque você pode se deixar guiar pela intuição. Para mim, escalar é como meditar. O máximo proveito que você pode tirar desse esporte é a desco-berta do caminho para conhecer a si mesmo.”

Chris está suspenso no ar, pelas cordas, que são quatro.Foram 100 metros de escalada até aqui. As dificuldades que envolveram um total de 13 arremessos de corda e uma rota de mais de 300 metros de comprimento foram enormes, o que fez com que cada metro alcançado fosse comemorado como uma vitória, uma superação de obs-táculos enfrentados a 45 graus de curvatura ou mais, acompanhados de muita escuridão e nenhum descanso ao longo de dias.

E agora ele está diante da passagem mais difícil de todas as paredes com as quais se deparou até agora. Chris afunda a mão na sacola de giz que carrega.

G lowacz , 1 º d e M a r ç o d e 2 0 1 4, M aj l i s a l j i n n“Eu disse pro Chris: ‘Se você sair dessa, será pra mim um dos melhores escaladores do mundo’. Posso ver a ambição nos olhos dele, mas, sempre quando está a alguns milímetros do triunfo final, se desespera.”

s h a r M a , 5 d e M a r ç o d e 2 0 1 4, M aj l i s a l j i n n“E sim, é possível praticar escalada livre em Majlis al Jinn. Hoje usamos o último comprimento da cor-da, escalamos aos poucos, ponto a ponto, e apenas usando como auxílio estruturas rochosas naturais. Demoramos seis dias para preparar as redes auxilia-res da escalada, o resto usamos para administrar as estruturas necessárias. Foi uma trabalheira. Agora nossa cabeça parece perdida no meio de uma escuridão deserta. Nossa equipe topou com alguns pastores de cabras, simpá ticos e de bocas desdentadas. A princípio, nós os cumprimentamos com nosso aceno padrão, mas eles pareceram se assustar.”

Após a remoção de todas as cordas e pontos fixos das estruturas montadas, Sharma e Glowacz voaram de volta para a Europa. Em uma pequena festa da cidade espanhola onde atualmente reside Sharma, eles rece-bem a notícia: Majlis al Jinn está sendo desenvolvida para se tornar um ponto de turismo.

Talvez dentro de três ou quatro anos outros esca-ladores descubram novas rotas com mais luz. “Toda parede“, diz Glowacz, “fica mais fácil de escalar depois que alguém já tentou.”www.glowacz.de/en

“ e s c a l a r É c o M o M e d i T a r ” , d i z c h r i s s h a r M a . “ É a d e s c o b e r T a d o c a M i n h o p a r a c o n h e c e r a s i M e s M o ”

DE VOLTA À TERRA. Depois de duas sema-nas e meia, o desafio de Majlis al Jinn foi vencido. Na saída da caverna, os alpinistas cumprimentam os pastores de cabras locais, que se apresentam como pessoas do bem

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A p ó s 3 0 a n o s c o m o l í d e r d a b a n d a - s í m b o l o d a f o l i a e m S a l v a d o r , B e l l M A r q u e S s a i e m v o o s o l o c o m u m d e s t i n o c l a r o : s e r m a i s d o q u e s ó C a r n a v a l P o r: C a s s i o C o r t e s Fo t o s : r o b e r t A s t l e y S p a r ke

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Após três décadas à frente do grupo pioneiro do carnaval baiano, Bell mudou de rumo e pensa até em fazer um disco de bolero

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umbora!”, exclama Bell Marques para o fotógrafo enquanto desce os degraus de sua cobertura duplex no bairro da Graça, em Salvador. “Exclama”, pois Bell Marques raramente “fala”. O homem cuja combi-nação de bandana, óculos escuros e barba tornou-se icônica a ponto de virar fantasia nas ruas soteropolitanas a cada fevereiro não é apenas a representação estética do carnaval baiano, mas também uma concretização em carne e osso do estado de espírito proposto pela música local.

Bell Marques é “carnaval” quando nos recebe com o sorriso do qual parece jamais se separar, os dentes perfeitamente brancos e simétricos como uma sequência de Chiclets da caixinha amarela. São 10h da manhã e na noite anterior Bell, 61, havia tocado até depois da meia-noite para mais de 30 mil pessoas no show de aniversário da cidade de Salvador, mas a animação é de quem está pronto para correr uma maratona.

A barba característica, raspada somente uma vez na vida para uma campanha pu-blicitária da Gillette em 2011 (especulado cachê do cantor para aceitar o novo look: R$ 2 milhões), ainda está úmida do banho, e mesmo dentro de casa Bell nos recebe com os indefectíveis óculos escuros, o que chega a fazer sentido dada a claridade da ampla sala de mármore branco do aparta-mento. O gato Chanel corre para baixo do sofá quando seu dono chega, trazendo na cabeça uma versão da também insepa-rável bandana ornada com o monograma da grife Louis Vuitton.

O motivo de estarmos agora sentados na sala de Bell, gravador ligado, deve-se à decisão que ganhou as manchetes no carnaval de Salvador em 2014: após mais de três décadas de carreira, Bell Marques não quer mais ser apenas “carnaval”.

A principal polêmica da Festa de Momo deste ano na Bahia foi o anúncio da saída de Bell da banda que ele, enfrentando resistência dos companheiros, decidiu

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batizar com um nome exótico 32 anos atrás: “Chiclete com Banana”. Controvérsia em relação a um nome não era novidade para o baiano. O apelido “Bell” veio inex-plicavelmente do pai, que assim chamava aos gritos no fim de cada dia a criança que brincava nas ruas do bairro do Tororó. A mãe, como costuma acontecer com apelidos de filhos, odiava e dizia a quem batia à porta que “Bell não está, somente o Washington Marques da Silva”.

Montada em 1982 junto com o irmão Wadinho – tudo começara 13 anos antes,

quando o adolescente Bell foi convocado de última hora e teve duas semanas para aprender a tocar teclado e subir ao palco com a banda de baile do irmão, os “Scor-pios” – o Chiclete foi o primeiro grupo a ter a ideia de preencher a traseira inteira de um caminhão com caixas de som e colocar seus músicos no topo das caixas, dando início ao formato atual dos trios elétricos do carnaval baiano.

“A sonoridade dos vocais com a banda no nível do piso da carreta e as caixas ao lado não me agradava”, revela. “Aca-bamos criando o metro quadrado de palco mais caro do mundo, são apenas 9×3 m lá em cima para uma aparelhagem digna de Rock in Rio.”

m cima do trio, a banda foi uma das precursoras do fenômeno que viria a ser batizado no final dos anos

1980 como “Axé Music”. Em 1987, com o álbum Gritos de Guerra, o Chiclete en-trou no imaginário nacional e inspirou uma legião de fãs cujo grau de fidelidade nenhum outro representante do gênero, incluindo as superestrelas Ivete Sangalo e Claudia Leitte, atingiu. Não existem “Iveteiros”, “Leitteiros” ou mesmo “Tchanzeiros”, mas milhares de pessoas do Oiapoque ao Chuí identificam-se como “Chicleteiros”, numa devoção que materia-liza-se de diversas formas, de tatuagens das icônicas patinhas do Bloco Camaleão (o trio no qual o Chiclete se apresenta

O C h i c l e t e f o i o p r i m e i r o g r u p o a t e r a i d e i a d e p r e e n c h e r a t r a s e i r a d e u m c a m i n h ã o c o m c a i x a s d e s o m

Atualmente à frente do bloco Vumbora, Bell recebeu o Red Bulletin entre os shows da já atribulada rotina sem o Chiclete

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fossem músicos, a vida de músico é muito solitária”, diz Bell. “São milhares de pes-soas te aplaudindo em um show, seguido de muita solidão entre quatro paredes. Hotel e estrada, hotel e estrada; não pode sair para almoçar, não pode sair para jan-tar. Sua vida vira uma ciranda, longe dos amigos e da família. Tem muita gente que acaba nas drogas por não ter estrutura para aguentar isso.”

“Fiz os meninos estudarem música para ver se essa era a praia deles mesmo. Quatro anos de estudo, tem que ter paciência e gostar muito para aguentar. E eles gostam.”

B

a cada Carnaval) até nome de vinho e série especial de jipe (“Ford EcoSport Camaleão”).

“Uma marca como o Chiclete é uma franquia, um negócio, e como em qual-quer negócio é natural que surjam discor-dâncias entre os sócios depois de tanto tempo juntos”, acredita Felipe Fornari, sócio do selo musical Mega Power (que presta consultoria a Bell e à banda dos seus filhos, a Oito7Nove4), pouco antes de um momento histórico. É quinta-feira de Carnaval, e mais de 5 mil pessoas paga-ram até R$ 1 800 pelo abadá do Camarote Salvador, o mais concorrido do circuito Barra-Ondina, onde o Chiclete com Banana fará sua última apresentação com Bell Marques nos vocais.

Para quem assiste, nada de anormal. Hits como “Diga Que Valeu”, “100% Você” e “Cara Caramba, Sou Camaleão” se suce-dem entre sorrisos dos membros da banda, mas basta olhar para o nome do primeiro single do Chiclete sem Bell (“Segue na boa e na fé”, canta o novo vocalista Rafa

ell também gosta. Ele calcula uma média de mais de 100 shows por ano desde o início dos anos 1980, mais de 3 mil shows na carreira – como um James Brown da Bahia, “The hardest working man in show business”. Convidado diversas vezes por Antônio Carlos Magalhães para se can-didatar desde deputado até prefeito de Salvador, Bell sempre preferiu os palcos – e a terra.

“É com o pé na terra que me encontro”, diz sobre sua fazenda Ana Bonita em Cabaceiras do Paraguaçu, a 150 km de Salvador, onde cria caprinos e ovinos premiados. “Minhas ovelhas são inclusive adestradas. Sempre que eu chego na fazen-da, elas me reconhecem e me cumprimen-tam, ‘Bééééll, Bééééll’”, ri.

“Plantar e criar animais me ensinou que na natureza tudo tem seu tempo devido”, continua. “Se você tiver ansie-dade na hora de colher os frutos, eles não serão bons. Mas, se você plantar, cuidar, cultivar e tiver paciência, os frutos serão lindos.”

Em voo solo, Bell pretende colocar os ensinamentos à risca. “Só quero me oferecer para as pessoas. Enquanto houver quem queira ouvir Bell Marques, eu vou continuar trabalhando duro e me oferecendo.” www.bellmarques.com

Chaves em “Vida Que Segue”) para per-ceber que, como em qualquer divórcio após três décadas de casamento, certa bagagem emocional permanece.

“Gostaríamos que fosse diferente e fizemos tudo para que diferente fosse, mas infelizmente os motivos que levaram Bell a tomar a decisão de deixar a banda devem ter sido muito importantes para ele”, afirmou Wadinho após o anúncio da saída do irmão.

De forma apoteótica, no encerramento do Carnaval dali a cinco noites, Bell daria início à nova fase com seu novo bloco, o “Vumbora!”, expressão tão integrada ao seu léxico que se repete sete vezes ao longo de nossa entrevista. A decisão de sair, ele insiste, veio de um desejo de ir além dos trios elétricos.

“Não quero que Bell Marques simbo-lize nada. Daqui para a frente, quero ter liberdade para fazer qualquer coisa, sem ter a obrigação de ser fiel a um trabalho anterior”, suspira, entre um gole e outro de suco de limão.

Por “qualquer coisa” entenda-se literal-mente “qualquer coisa”, numa mistura de ritmos e planos digna do nome da ex-ban-da. Por exemplo: “Uma das minhas lem-branças de infância mais antigas é chegar em casa e ouvir minha mãe cantando bole-ros e tangos clássicos, músicas de Vicente Celestino, Carlos Gardel. Quero fazer um disco de boleros daqui a alguns anos”.

Outro projeto é mais imediato. “Ano que vem farei uma turnê tocando apenas em teatros, com arranjos em uma pegada mais acústica. Nossos fãs já estão na quar-ta geração, e quero tocar para aqueles casais que se conheceram em um show do Chiclete lá nos anos 1980, continuam meus fãs, mas hoje não têm mais pique para ficar duas horas em pé.”

Casado há mais de 20 anos com Ana, os filhos Rafael e Felipe seguiram os passos musicais do pai e hoje formam a dupla Oito7Nove4 (seus respectivos anos de nascimento) com seu próprio trio no car-naval baiano. “Não queríamos que eles

Aos 61 anos, Bell já recusou inúmeros convites para entrar na política e, recentemente, estreou como artista solo. “Um dia vou gravar um disco de bolero”

“ N ã o q u e r o q u e B e l l M a r q u e s s i m b o l i z e n a d a . Q u e r o t e r l i b e r d a d e p a r a f a z e r o q u e e u q u i s e r d a q u i p a r a a f r e n t e ”

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G E R A Ç Ã O

a temporada parece mais lenta, econômica e complicada... mas as novas perspectivas prometem também alta tecnologia e muita velocidade: a nova Fórmula 1 está estabelecendo padrões inovadores – e você terá que se acostumar com issoFotos: Peter Clausen Film & tV

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Por dentro dos carros: dez diferenças entre o

vitorioso RB9 e o RB10, máquina de Sebastian

Vettel e Daniel Ricciardo nesta temporada

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AERODINÂMICA

1 Tirar sarro dos bicos dos carros já é normal. Todo ano é a mesma coisa: “A cirurgia de nariz do ano passado não ficou muito bonita, né?”. Os técnicos justificam que, dependendo dessa beleza, as asas podem gerar menos downforce e alegam que muito tem sido feito em nome da aerodinâmica. O lance agora é deslizar.

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POSIÇÃO

2 Os novos regulamentos relativos à aerodinâmica, que exigem um bico mais achatado, influenciam também na posição do piloto. Sobre isso, Ricciardo diz: “Meus pés, no RB10, têm bem menos espaço do que antes”. Na nova regra, piloto e carro devem pesar no mínimo 690 kg – então os mais leves têm uma pequena vantagem.

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MOTOR TURBO

3 Em vez dos motores V8 de 2,4 litros, como os que são usados desde 2006, agora entram em vigor os V6 1,6 L, com um máximo de 15 mil rotações por minuto. Um turbocompressor utiliza o fluxo do escapamento para refrescar o motor com ar frio. Esta é a razão dos novos barulhos estranhos, um ruído de fumaça sendo exalada.

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CONTROLE

4 O trabalho do piloto não ficou mais difícil com o novo regulamento: o aprimoramento eletrônico gera automaticamente desempenho máximo do motor, ERS-K e ERS-H. O botão push-to-pass tem um efeito menor do que antes. Devido a seu aprimoramento, no entanto, tem outro tipo de controle: o pé no acelerador.

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RECUPERAÇÃO

EFICIÊNCIA

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5Em vez de 7, o carro tem agora 8 marchas (mais a marcha à ré), e a substituição deve ser feita uma vez por temporada. Por corrida, o máximo de combustível usado deve ser 100 kg, sendo que a velocidade de vazão fica em torno de 100 kg por hora, no limite. Isso é controlado por sensores que estão sendo debatidos desde o início da temporada.

A energia é recuperada de duas maneiras: o ERS-K utiliza, como antes, a energia liberada dos freios, e o ERS-H recolhe a energia térmica do motor. As duas unidades de recuperação carregam baterias e podem gerar 163 cv a mais de potência para o motor durante, no máximo, 33 s por volta.

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ESCAPE

7 Já se foi aquele tempo em que era possível usar os ga- ses de escape para melhorar o rendimento por meio do ganho de espessura no difusor do chão do carro: agora a regra é que o jato de escape termine em um tubo central, sobre a tampa do motor. Um spoiler adicional em cima do escape (o “monkeyseat”) pouco consola os técnicos.

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CONFIABILIDADE

PNEUS

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Um piloto de F1 tem que lidar com cinco unidades de acionamento (motor, ERS-K, ERS-H, baterias, sistema turbo e sistema de controle). Se o piloto precisa usar um sexto componente, perde dez posições no grid. Sem a unidade completa, ele tem que largar do box. Durabilidade da engrenagem: no mínimo nível 6.

Como os novos motores têm mais poder de torneamento, o que significa que fica mais fácil girar os pneus, a Pirelli criou estruturas mais rígidas e pesadas, mais duráveis que antes. Além disso, as novas versões têm mais superfícies de apoio e operam com eficácia em diferentes temperaturas. São 4 jogos de pneus para pista seca e 2 para chuva.

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SUPERAÇÃO

10 Aerodinâmica pior, mais peso, porém mais poder: na prática, isso significa que os carros se tornarão mais lentos nas curvas e mais rápidos na reta. Ou seja: devagar nem sempre, muito em breve os carros de 2014 vão superar seus antecessores.

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RAFA ORTIZ, CAIAQUISTA EXTREMO, VOLTOU ÀS CASCATAS DE AGUA AZUL, nO MÉXICO, MAS DESTA VEZ EnCOnTROU ALGO AInDA MAIS FASCInAnTE: A AMIZADE DOS “HOMEnS VERDADEIROS” E MUITOS SORRISOS, DAQUELES QUE ALIMEnTAM A ALMA

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pOR: ARMAnDO AGUILAR FOTOS: ALFREDO MARTÍnEZ FERnÁnDEZ

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m Chiapas, se você quer chegar a algum lugar, precisa realmente querer chegar lá”, diz Rafa Ortiz, o melhor caiaquista extre­mo do México, ao descobrir que a estrada que vai a Ocosingo está bloqueada por pessoas que aparentemente se manifestam contra o transporte público. “É parte da aventura que faz com que este estado seja maravilhoso. Chiapas é um lugar de cultu­ra indomável, ambiental e socialmente; essa é talvez uma parte de sua magia.”

Com a rota até as cascatas de Agua Azul fechada, Rafa e sua equipe decidem sair de San Cristóbal de Las Casas, dar a volta nos Montes Azules e assim chegar ao município de Tumbalá, onde ficam as cascatas, que são um dos melhores destinos para o caiaque extremo. Porém, o caminho é longo: mais de dez horas. Então, é necessário fazer uma parada em Lacanjá, um vilarejo metido em plena Selva Lacandona, que ainda conserva suas raízes milenares. Nele moram os hach winik (homens verdadeiros), como se autodenominam os lacandones, os len­dários moradores da selva, descendentes mais puros dos maias e guardiões do equilíbrio entre a natureza e o homem.

Os lacandones não estão acostumados com a aproximação de turistas. Por isso, ao ver a caminho­nete com os caiaques no teto, Mario Chambor, um dos hach winiks, chegou para cumprimentar todos com um grande sorriso. Quem não pôde conter a emoção foi um grupo de crianças, a nova geração de homens verdadeiros, que correu ao encontro desses seres tão estranhos. “Dois amigos caiaquistas que me acompanharam na expedição e eu estávamos vestidos com quase todo o nosso equipamento e nos destacávamos muito devido aos tons vivos utilizados em nossas roupas”, comenta Rafa. Os pequenos viam esses homens coloridos com a mesma expressão que qualquer um de nós, em nossos dias de infância, uti­lizaria ao dar de cara com um astronauta na frente

Big Banana O desafio de enfrentar

as cascatas de Agua Azul apenas com seu caiaque

é a segunda parada do projeto que Rafa Ortiz

batizou de Red Bull Chasing Waterfalls. No primeiro episódio, Rafa desceu com sucesso os

47 m da catarata Big Banana, em Veracruz

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“A CASCATA É UM MONSTRO

QUE OBSERVA VOCÊ E QUE ESTÁ SEMPRE PRONTO PARA UM DUELO”

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“ OS LACANDONES TÊM UM JEITO DE SER MUITO PURO, NÃO TÊM A MALÍCIA QUE NÓS TEMOS”

da escola, com uma mistura de assombro e medo, com vontade de tocá-lo para ver se é mesmo de ver-dade. “Esse encontro com os garotos foi um momento incrível. Quando eles finalmente se atreveram a se aproximar, queriam colocar nossos capacetes, subir na caminhonete para encostar nos caiaques, estavam muito emocionados. E nós mais ainda.”

Rafa Ortiz explicou o motivo da viagem a Mario, que imediatamente propôs uma caminhada rumo a uma de suas cascatas virgens, um desses lugares que eles guardam quase exclusivamente para si. No dia seguinte, cercados por uma flora exuberante, árvores de até 50 m de altura, samambaias, orquídeas, e pelo canto de aves invisíveis, o grupo encabeçado por Mario se introduziu na Selva Lacandona, talvez o lugar mais representativo da enorme biodiversi-dade que existe no México. “O que eu adoro fazer é chegar às cascatas e me jogar de cima delas no meu caiaque, mas no final das contas quase sempre o mais legal de tudo é a viagem para chegar até elas”, comenta Rafa.

A forma em que os lacandones estão conectados com a natureza é algo que se sente de um modo intuitivo, que não pode ser reduzido a palavras. “Nós caminhávamos pela selva sem analisar o que

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PURA ENERGIARafa Ortiz é dono do recorde mundial de

descida da maior cas-cata (com 57 metros), mas esta aventura em

Chiapas lhe deixou algo mais que adrenalina: “Tem viagens que se

destacam por causa da competitividade, mas

eu voltei dessa viagem com uma energia muito bacana, com um sorriso

enorme e o espírito muito satisfeito”

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“ RESGATAMOS O CORPO E ALI EM CIMA DAS PEDRAS, NO MEIO DO RIO, APLICAMOS RCP DURANTE QUATRO MINUTOS”

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Mas era preciso chegar às cascatas de Agua Azul. Então a equipe se despediu dos homens verdadeiros e retomou o caminho. “Quando vimos da estrada a grande serpente azul, paramos. ‘Nossa, nós já fizemos isso!’”, diz Rafa. A equipe tinha o receio de encontrar a água cor de café: “Quando o nível da água está muito alto, ela rebota, fica turva e cor de café. E, com essa potência, não é possível re-mar”. Mas lá estavam as cascatas com seus preciosos tons de azul-turquesa.

Quem nunca remou em um caiaque pode ser enganado facilmente por um lugar tão lindo. “Os rios são classificados de 1 a 6 conforme o grau de dificuldade, onde 1 é água plana e 6 é a morte.” As cascatas de Agua Azul, afirma Rafa Ortiz, estão na classe 5 ou 5+, ou seja, sua difi-culdade técnica é de um grau máximo. E aí também está Rafa, a ponto de despen-car da primeira cascata: “Nesse momento, bem na margem da cascata, às vezes eu me arrependo e penso: ‘Por que estou aqui em cima outra vez?’. Mas aí pego o remo e me convenço que é um desafio que devo superar”.

O medo é justificado. No ano passado, Rafa chegou às cascatas de Agua Azul junto com outros três caiaquistas. Logo na primeira casca-

ta, um deles decidiu ir pela parte esquerda do rio, deslizou com segurança seu caiaque pela borda da queda-d’água e foi. Depois, o cara simplesmente desapareceu. A cas-cata o puxou e ele ficou preso durante três minutos. No final, Rafa o viu boiando rio abaixo. “Resgatamos o corpo e ali em cima das pedras, no meio do rio, aplica-mos RCP durante quatro minutos. Depois levamos ele ao hospital de Palenque, onde salvaram a vida dele”, lembra Rafa.

“A cascata é um monstro que olha para você pronto para duelar”, ele diz. E esse é um desafio que todo caiaquista extremo quer receber e aceitar. Caras como Rafa vivem para encarar essas quedas, sumir na água e voltar, lutando contra a turbulência que pode arrancar facilmente o remo, o caiaque, a cabeça ou pelo menos o capacete. Depois, quando saem vivos, é a glória. “É o momento que você olha para trás, vê o monstro urrando e pensa: é para isso que estou aqui. Ganhar na loteria? Para mim é a mesma coisa.” Rafa venceu essa queda gigantesca e saiu remando rio abaixo, com o sorriso de um garoto no rosto.www.rafaortiz.com

DESAFIO DE VIDAPara Rafa, descer uma dessas cascatas é uma boa analogia da vida: “Sua primeira reação é: ‘Não se arrisque!’. Mas você se atira, tudo corre bem e essa é a maior satisfação que pode ter um ser humano: sentir que o desafio foi conquistado”

acontecia ao nosso redor, pensávamos no que a gente ia colocar no Facebook quando voltasse, essas boba-gens. Eles vão metidos dentro da selva, vão escutando, vão cheirando, vão sentindo.” Intempestivamente, Mario Chambor se detém e ordena com um braço que ninguém mais avance. Com a seriedade que precede algo assustador ou terrível, Mario se abaixa, encosta na terra, olha para a frente e depois ao redor, fareja... “Aqui acaba de passar um jaguar”, diz. Ali estão as pegadas, frescas e evidentes para quem quiser vê-las, os rastros de um ser vivo cuja espécie, infeliz-mente, em breve deixará de existir. “Ao contrastar esses momentos com a realidade, você se dá conta de como cuidamos mal da natureza. E eles, os mora-dores da Selva Lacandona, não veem isso apenas de vez em quando, eles vivem isso todos os dias e sofrem muito mais do que nós”, lamenta Rafa.

O grupo finalmente chega à cascata e, apesar de não ser um lugar adequado para que Rafa se atire, como costuma fazer, do ponto mais alto da queda-d’água, é ideal para desfrutar da água com as crian-ças lacandonas que os acompanham. “Todos queriam subir ao mesmo tempo no caiaque, estavam muito entusiasmados e se jogavam na água sem medo. A criançada falava bem pouco espanhol, mas, para colocar um moleque em cima de um caiaque e com-partilhar com ele a diversão de estar lá, não é preciso uma linguagem verbal; para brincar, você só precisa de sorrisos.” Os pequenos remavam, riam e coloca-vam o capacete de Rafa.

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aonde ir e o que fazer

Preparo na areia

a p r e n d a o t r e i n o d o c a m p e ã o o l í m p i c o d e v ô l e i d e p r a i a

EM FORMA, pág. 81

Julius Brink dá dicas para mandar

bem na praia

“Rockin’ in the Free World”: conhece o MP3 player feito pelo Neil Young? MÚSICA, pág. 82

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Ação!meu equipo

Brook Macdonald: o auge no moun-tain bike downhill

Descida arrojada

M O U N TA I N B I K e N O M U N D O D O D O W N H I L L , O e Q U I PA M e N T O Q U e P O U PA r S e G U N D O S D O

c I c L I S TA P O D e S e r V I TA L . e V O c Ê TA M B É M P O D e U S A r

“A competição é muito feroz agora”, diz Brook Macdonald, 22 anos, sobre a UCI Downhill World Cup. “Todo mundo está indo mais rápido e você tem que tentar de tudo para conseguir uma margem”. O neozelandês realizou muitas transforma-ções na sua configuração neste ano para ajudá-lo em sua busca pelo lugar de melhor do mundo. A maior mudança é a bicicleta que ele tem usado, melhor que a antiga Trek Session 9 com rodas de 26 polegadas para a Trek Session 9.9 650B e rodas de 27,5 polegadas. “Com as rodas maiores, tenho maior velocidade de rolagem. Vai ajudar a tornar mais suaves algumas das mais difíceis trilhas e talvez ganhar algum tempo”, diz o cara que alguns chamam de “Bulldog”. Macdonald também espera mudar para um calçado que deve ajudar. Ele está mudando de tênis de canos bai-xos para um tênis “clipless”, que, apesar do nome, se encaixam nos pedais.www.facebook.com/BrookMacdonaldMTBwww.trekworldracing.com

D O S P É S À C A B E Ç A

TUDO O QUE BROOK MACDONALD PRECISA

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Eles são customizados para encaixar no rosto e tem um bom

espaço para respirar, além de um incrível espectro de visão”

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Star Trek: a bike que ajuda Macdonald a chegar ao pódio

1 QUADRO PARA TODOS

“Qualquer um pode ir até uma loja de bicicletas e comprar uma réplica perfeita deste quadro”, diz Brian Buckle, da Trek, sobre o modelo Session 9.9 650DB. “Queremos que as pessoas usem o mesmo quadro que a elite do esporte.”

2 SEM TRANCOO amortecedor

Fox RAD DH Shock da bicicleta de Macdonald foi feito especialmente para ele. É um protótipo.

3 DESCIDA PESADA

“Quando Brook desce as montanhas

com tudo e bate nas pedras, os aros Bontrager são feitos para amassar em vez de quebrar”, diz Buckle. “O objetivo é que isso ajude a chegar até o fim da corrida sem furar o pneu.”

4 SETE TIPOS“Os pneus são

quase tão importan-tes para a mountain bike quanto para carros de Fórmula 1”, diz Buckle. “Brook pode escolher entre sete tipos de pneus Bontrager dependen-do das condições.”

v á D E B i k EPOR QUE ELA vALE A PENA

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“Eu uso os tênis Five Ten desde que comecei no esporte, mas

a mudança para o ‘clipless’ talvez me ajude na eficiência”

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CAPACETE BELL FULL-9 DOWNHILL

“Ele é feito para o motocross, mas foi adaptado para o mountain

bike, é leve e durável e me dá segurança” bellhelmets.com

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O jogador alemão Julius Brink (31) trei-na 25 horas por semana. O programa é diversificado e envolve resistência, força, técnica e trabalho em equipe. Nesta tempo-rada ele tem uma nova dupla, o jogador de 23 anos Armin Dollinger. O que vale para os atletas profissionais deve valer também para os esportistas amadores: “Jogar vôlei de quadra regularmente ajuda muito a melhorar a técnica de base e a planejar o treinamento. Também se deve praticar duas ou três vezes por se-mana os exercícios mais clássicos, como agachamentos, levantamentos de peso e alongamentos – para fortalecer os ombros, que ficam extremamente tensos depois das par tidas... Esse tipo de treino previne a maioria das lesões”, aconselha Brink. www.brink-dollinger.de

Ação!EM FORMA

L E V A N T A M E N T O D E P E S OOs levantamentos ajudam no fortalecimento e na estabilidade dos ombros. Eu recomendo 5 séries,

cada uma de 8 a 12 movimentos. E mantenha as pernas esticadas durante a execução.

1 2

P E N D U R A D O N O S L I N GESTABILIDADE PARA TODO O CORPO

Poder para os ombros v ô l e i d e p r a i a O c a m p e ã O O l í m p i c O J u l i u s B r i n k r e v e l a O q u e é i m p O r ta n t e d u r a n t e s e u t r e i n a m e n t O

Deite no banco. Segure os halteres com os braços levemente flexionados, junto ao peito. Na medida do possível, movimente-os em direção à cabeça.

Julius Brink treina todos os dias num aparelho com cordas elásticas

Durante o movimento, a coluna fica pressionada contra o banco. Mantenha os braços quase comple-

tamente esticados e expire quando fizer força.

SLINgTRAINERO Slingtrainer é bem simples. Destinado a fortalecer a musculatura do corpo e dar estabilidade, é muito usado, por exemplo, na reabilitação de lesões. Um exercício muito útil para a estabilidade do tronco (veja na foto): com os pés nas cordas, mantenha o tronco estendido e movimente para a frente e para trás – concentre a força.

Areia fofa e salto forte:

Julius Brink

O campeão olímpico em 2012 disputará o Mundial de Vôlei de Praia em 2014 com um novo parceiro

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Page 82: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

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para caixas de som e fones de ouvido.

Nasir Jones viveu em Queensbridge, um bairro perigoso em Nova York. Ele rompeu relações com o pai, abandonou a escola... ou seja, teve as oportu-nidades perfeitas para seguir uma bela carreira de traficante. Mas Nasir Jones preferiu se tornar Nas. E com 20 anos, em 1994, lançou Illmatic, seu álbum de estreia. Em suas letras, contou histórias como nin-

guém tinha contado. Ele assumiu o papel do observador, capturando muito bem o clima da criminalidade no seu bairro, com uma linguagem poética, porém sem glorificar as atrocidades. Até hoje, Illmatic é celebrado por rappers e críticos. Em comemoração ao aniversário de 20 anos da obra, o disco será relançado. Por isso, conversamos com Nas para saber o que ele ouvia quando fez o disco.

1em 1998, vi esses caras pela primeira vez ao vivo, no Harlem. a energia do show deles era inacreditável. “soul, rock

and roll, comin’ like a rhino”, dispara chuck d em “rebel Without a Pause”. ele era mesmo como um rinoceronte pisando no palco. na voz afiada de chuck, o ativista Jesse Jackson nunca soou tão importante quanto aqui.

4 5a forma como Jackson des­creve seu en­contro com uma menina na cidade grande nesta música é má­gica. o tipo de

sintetizador que ele usou na música é algo que me pergunto até hoje. Por amor a essa música, eu usei um sample dela no meu single “it ain’t Hard to tell”. o próprio Jackson me concedeu a permis­são, por telefone. o cara era bom demais.

2quando eu era jovem, sempre me fazia esta pergunta: pode um rapper ser um filósofo? o Krs­one, da BdP, me respondeu

com essa faixa. ele mostrou o que um rapper pode fazer, o dever de um Mc como alguém que reflete e como colocar o texto em outro patamar. o Krs­one foi um professor para mim. ou melhor: o Malcolm x da minha geração.

Meus pais eram fãs de stevie Wonder. cresci ouvindo o som dele. eu pensava já desde criança: esse cara é genial. essa

música é uma homenagem ao hino de Bob Marley, “Jammin’”. a leveza com a qual stevie Wonder se aproxima do reggae é de tirar o fôlego – e foi decisiva para o meu trabalho em conjunto com o filho dele, damien.

3as letras são fantásticas: q­tip faz uma viagem pelas estradas de nova york até a costa oeste. quando volta, se dá conta

que perdeu a carteira em el segundo. a faixa me deixa feliz até hoje. Mas, na época, em 1990, era mais do que isso: q­tip era o tipão, o cara mais figura de todos. Por isso, é uma honra que ele tenha me ajudado com o illmatic.

Os pilares do rap P l ay l i s t n a s c o m e ç o u a c o m P o r a b í b l i a d o h i P h o P h á 2 0 a n o s : o d i s c o i l l m at i c , q u e a c a b a d e s e r r e l a n ç a d o . e l e r e v e l a q u a i s m ú s i -c a s i n s P i r a r a m s u a o b r a- P r i m a

Public Enemy“Rebel Without a Pause”

Michael Jackson“Human Nature”

Boogie Down Pro-ductions “My Philosophy”

Stevie Wonder“Master Blaster”

A Tribe Called Quest “I Left My Wallet...”

nasir Jones, 40 anos, conhe­cido como nas, é uma lenda em nova york

c o R P o D E S o MGadGet do MÊs

ototoeste minissintetizador transforma objetos do dia a dia em instrumentos musicais. Bananas, vasos ou peças de mobiliário passam a cuspir sons uma vez ligados por cabo nos 12 botões do dispositivo. o som é emitido pelo autofalante do próprio ototo.

dfx audio enHancer

este software me­lhora até aquele MP3 de gravação

bem ruinzinha, com poucos bits. o se­gredo: simulação de som surround.

AçãO!Música

82 the red bulletin

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Page 83: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

Muita porrada em Ultra Street Fighter IV

ação!games

O negócio sobre o novo Street Fighter é que não vai ser muito novo, mas é por isso que a série de jogos de luta é uma das mais populares de todas.

A essência da pancadaria um contra um, rápida, fre-nética e de porradas fortes

é a mesma que a do primeiro ano da série, em 1987. Os avanços na tecnologia do game contam apenas com algumas melhorias na fórmula vencedora em vez de uma ideia absurda, como tirar o Mr. Bison.

Por essas e outras que o Ultra Street Fighter IV é porrada em 2D em um ambiente tipo 3D, exatamente como os outros Super Street Fighter que vieram antes dele. Existem cinco personagens adicionais na nova versão, incluindo o Decapre, um russo de pernas compridas que veste uma roupa azul de ninja e um chapéu que foi visto pela última vez nas aeromoças do Concorde. O novo Street Fighter tem um total de 44 lutadores. Os jogadores mais fanáticos vão se dividir sobre o fato de que o Decapre é um clone de Cammy, um personagem veterano do Street Fighter, que pode ser escolhido também no USF IV, encarnado por Kylie Minogue no filme Street Fighter.

A paixão dos fãs, inclusive, levou a fabricante, a Capcom, a fazer mudanças baseadas no retorno que tiveram do último, evitando as esquisitices que geraram tanta discussão online. No começo de junho, aqueles que terminaram o último jogo podem fazer um upgrade para o novo. O resto de nós terá que pagar por isso. Será lançado para Xbox 360, PC e PlayStation 3.streetfighter.com

Hadouken! U lt r a S t r e e t F i g h t e r i V a S b o l a S d e F o g o Vã o V o a r n o r e t o r n o d e S S e c l á S S i c o d o S g a m e S

o sonho dos amantes de games virou realidadeFaça UM jogo MIlIonárIo de graçaVocê pode baixar e usar as mesmas ferramentas que os desenvolvedores de jogos famosos usam para fazer games como o Unreal – alguns deles de graça. o Unreal engine 4 custa US$ 19 (r$ 46) por mês, enquanto o Cry engine, da Crytek, fabricante do Far Cry e Homefront 2, custa ape-nas US$ 9,90 (r$ 22) por mês. agora, quando você gritar para a tela, “ah, se fosse do meu jeito...”, terá outro sabor.

unrealengine.comcryengine.com

V e m a í !

Festa do game enContre

o FUtUro na e3 Chegou a 20ª edição da maior

feira de entretenimento eletrô-nico, exposição e lançamento

de novos jogos. Cerca de 50 mil pessoas são esperadas durante

os três dias de evento no los angeles Convention Center. Quando sai o Halo 5? a nin-

tendo está produzindo um novo console? estas

e muitas outras questões serão respondidas lá.

e3expo.com

s e m p r e e l e s

aS eStrelaS do MUndo doS gaMeS

MarIo Com lançamento de Mario Kart 8

previsto para o dia 30 de maio, logo depois de Mario golf: World tour,

o jogo marca mais de 200 games

com Mario Bros.mario.nintendo.com

tetrISVisto pela primeira

vez em 1984 e desde então inte-

grando um total de 54 games oficiais, o tetris tem incon-táveis outras ver-sões de homena-gens e imitações.

tetris.com

SonICexistem 30 games oficiais no currícu-lo do bicho azul – o mesmo número de participações

especiais e parce-rias, incluindo os

jogos Mario olym-pics, junto com

o bombeiro acima.sonicthehedgehog.

com

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Page 84: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

bar rouge18 Zhongshan east 1st rd, Huangpu, Xangai, Chinawww.bar-rouge-shanghai.com

m a i s d o q u e

m i o j oeXistem

bons petisCos na CHina

Ação!balada

Como um imperador X A N G A I A b A l A d A m A I s b o m b A d A d A s e G u N d A m A I o r c I d A d e d A c h I N A vA I fA z e r v o c ê s e s e N t I r p o d e r o s o

música eletrônica e uma das vistas mais bonitas de Xangai

Você sabe falar “não para!” em chinês?

n o t o p o e p r o a lt o

no mundo todo VoCê pode badalar em uma

bela Cobertura

ganseVoort park rooftop, noVa York Um bar-balada no 20°

andar da Park Ave., com uma das melhores pisci-nas da Big Apple e vista

para o Empire State.

people, dubaiTem vista de 360° dos

prédios da cidade, do alto do hotel Raffles, e traz

DJs famosos, como Steve Aoki. Ponto negativo:

uma política de entrada super-restrita.

rooftop bar, melbourne

Gramado artificial que recebe desde eventos

com DJs até cinema ao ar livre. Uma vibe descolada

e vistas excelentes do bairro Central Business.

Xiao long baodumpling de porco

ensopado é um fundamento da cozinha local. Você encontra

essa comida em todos os lugares, desde os becos até os melhores

restaurantes.

CHòu dòufu não dá para deixar de fazer uma bo-quinha com este tofu fermentado. ele se parece com um queijo azul sal-gado. para encon-trar o ambulante mais próximo, é

só seguir o cheiro.

É difícil seguir tendência em uma cidade tão acelerada quanto Xangai. No entanto, aqui, onde o consumo desenfreado é um esporte, uma boate tem prosperado. Neste ano, o Bar Rouge comemora uma década servindo um público bem selecionado e com muitos estrangeiros. Certamente, a localização ajudou na longevidade da balada, que fica na Bund, orla histórica da cidade. Do amplo terraço, você pode saborear um cenário com vista espetacular de 180° do imponente horizonte de Xangai – visão que mudou muito nos últimos dez anos e que deixa Nova York assustada. Assim como a fama de excelente diversão, o Bar Rouge alimenta a reputação de uma das mais rígidas políticas de entrada de Xangai. “É tudo uma questão de conhecer as pessoas certas”, diz Deniz Otman, ge-rente de operação. “Mas, se você chegar com um sorriso no rosto e muita energia positiva, pode ser que entre.”

sHao kaoo churrasquinho de rua de Xangai

é popular e barato para aquela fome de fim de noite.

escolha uma das opções de legumes, carne e frutos do mar.

no palito, na brasa e na sua frente.

84 the red bulletin

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la ronda & El SantaCiudadelanada de starbucks, mas, sim, ca-fés folclóricos podem ser encon-trados pelas ruas de montevidéu, como o la ronda (acima) e o el de santa. o presidente pepe mujica costuma ir ao segundo.

la otratomás diago 758no uruguai não existe criação de gado em massa. nossa carne é uma preciosidade. e esta é a melhor parrilla da cidade. reco-mendo o corte vazio – que só existe no uruguai e na argentina.

la ramblano rio da Pratao passeio à beira-mar soma 22 km de praias, grandes gramados, mirantes e uma passarela de granito rosa. luxo ao ar livre e de graça!

ParquE rodóbairro Parque rodóeste é um bairro que ou você ama ou odeia. de alguma forma ainda está preso no passado: casas de estilo anos 1960, parque de diver-sões antigo, praças românticas... um reflexo da alma nostálgica dos habitantes da cidade.

FEria triStán narvaja dr. tristán narvajao lendário mercado de pulgas. aos domingos sempre vasculho

as caixas em busca de discos de cantores uruguaios do passado, como romeo gavioli ou alfredo zitarrosa. o que mais? frutas, li-vros, peças vintage... e ainda tan-go ao vivo por todas as esquinas.

Ação!minha cidade

No Uruguai, Juan Campodónico é uma estrela – e isso graças ao seu talento extraordinariamente versátil: o músico de 42 anos é o fundador das bandas de suces-so Bajofondo e Campo, produtor de álbuns de Jorge Drexler (o mesmo Drexler que ganhou um Oscar pela trilha sonora de Diários de Motocicleta, o primeiro uruguaio a ganhar um Oscar) e é ainda compositor de trilhas de comerciais de televisão internacionais (como uma que fez recentemente para a Honda). Juan diz se inspirar em sua cidade natal: Montevidéu. “O que eu amo tanto na cidade? Por exemplo, a charmosa dicotomia entre o progresso e a nostalgia. Nós, uruguaios amamos o novo, mas nos divertimos muito com o passado. Isso dá para sentir na música e na cultura, que ecoam pela cidade.” Veja algumas dicas de Juan para quem vai para a capital uruguaia.juancampodonico.com; campomusic.net

o compositor e produtor juan Campodónico

T O p c i n c OmEuS dEStaquES na CidadE

c É U e M A RatividadES ao ar livrE

Em montEvidéu E rEdondEzaS

“ Eu amo as dicotomias desta cidade” m o n t e v i d é u o m ú s i c o J u a n c a m p o d ó n i c o n o s g u i a p e l a c a p i ta l u r u g u a i a – u m a c i d a d e e n t r e o p r o g r e s s o e a n o s ta l g i a – e c o m u m d o s m a i s b e l o s c a l ç a d õ e s à b e i r a- m a r d o m u n d o

montEvidéu, uruguai

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montevidéu

SurF gElado oK, a praia de

montevidéu talvez não seja o pico de surf mais atraente do mundo, mas as ondas que ficam sempre em torno

de 1 metro ajudam os iniciantes.

olasyvientos.com

aSa-dEltaquer ver a capital do uruguai pela perspectiva de

um pássaro? aqui você vai, de asa-

delta, diretamente da praia de monte-vidéu para os ares.

dica: o passeio noturno!

arribauruguay.com

Sandboardo esporte é super-popular no uruguai. não é pra menos:

o país abriga picos perfeitos para a

prática, como vali-zas e maldonado:

as dunas são consi-deradas as melho-res do continente.sobrelasdunas.com

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iMag

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8/6, em São Paulo

Motovelocidadeo gp de interlagos vai receber os melhores pilotos de moto do brasil para a 3ª etapa do super bike series. pegas alucinantes em motos de até 1 000 cc vão esquentar o asfalto do gp mais tradicional do país. nomes como rafael paschoalin estão na disputa.www.superbike.com.br

Uma das bandas mais importantes da cena indie passará pelo Brasil para alimentar os fãs que ficaram com um gostinho de quero mais após a última (e curta) apresentação do quarteto, em 2010, no SWU, quando tocaram por apenas 40 minutos. Desta vez o grupo irá se apresentar no Cine Joia, em São Paulo, e no Circo Voador, no Rio de Janeiro.cinejoia.tv; circovoador.com.br

31/5 e 3/6, no Rio e em São Paulo

Yo La Tengo

14/6, no Rio

Pre-para

ação!na agenda

Enquanto a bola rolar em BH, Fortaleza, Manaus e Recife, no terceiro dia de Copa, o Rio de Janeiro estará esquentando os motores para assistir a mais um show explosivo da Anitta, que promete balançar o Citibank Hall com sensualidade e hits como “Show das Poderosas”. E é claro que os gringos vão aprender o refrão bem rápido.www.citibankhall.com.br

A 3ª etapa do Super Bike vai rolar

em Interlagos

Nada como uma festinha regada a música boa para espantar a superstição da sexta-feira 13. É dia d’A Banda Mais Bonita da Cidade, hit na web em 2011.cinejoia.tv

13/6, em São Paulo

Pra alegrar

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Page 87: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

F I M D E M A I O

Fique ligado na programação

mergulho no mar

a exposição “encontro de

mundos” come-mora o primeiro ano de vida do

museu de arte do rio, o mar, home-nageando artistas que doaram obras, como aleijadinho

e Vik muniz.museudearte dorio.org.br

25domingo

Te-Te- TeTereTê

Se você está atrás da farra mais le-gítima da música brasileira, corra para o show de Jorge Ben Jor, o

pai do samba rock, em São paulo, no espaço das

américas. ticket360.com.br

30sexta

agiTo Finoa Cook’n groove

mistura boa músi-ca, arte e gastro-nomia. enquanto os pratos espe-

ciais são prepara-dos com esmero pelos chefs da Soul Kitchen, o agito toma

conta da galera que curte o som.

www.facebook.com/agenciamulticase

24sábado

Salvador organizará dois dias de farra durante a Copa do mundo. Cerca de 15 blocos com trios elétricos comandarão a folia que contará com as princi-pais estrelas do axé, como ivete Sangalo e Bell marques. a farra acontece um dia depois da par-tida entre holanda e espanha, realizada na capital baiana. www.salvador.ba.gov.br

um desafio em meio à natureza e com vista para uma das for-mações mais conhecidas do estado de São paulo, a pedra do Baú. assim é a Volta do Baú, uma corrida de monta-nha pela Serra da mantiqueira. São três percursos: de 6 km, 12 km e 30 km, além do ultra Trail Kids, para as crianças. neste ano haverá o trecho de 45 km de mountain bike.www.ecomotion.com.br

14 e 15/6, em Salvador

Carnaval da Copa

14/6, em São paulo

Pedra do Baú

depois de 12 anos sem receber uma etapa da stock car, a cidade de goiânia volta a fazer parte do calendário da maior categoria do automo bilismo brasileiro. principal novidade do ano, a pista tem, entre suas adversidades, a adaptação ao clima seco e quente da região central do brasil. o autódromo internacional de goiânia recebeu a stock car pela última vez na temporada 2001 e volta este ano após grande reforma. www.stockcar.com.br

as obras cheias de detalhes do artista australiano ron Mueck podem ser vistas no Museu de arte Moderna do rio até o dia 1º de junho. Mueck é conhecido mundialmente pelo hiper-realismo de seu trabalho, ora em escala reduzida, ora em tamanhos gigantescos. as peças do escultor, feitas em resina, fibra de vidro e silicone, encan-tam (e assustam) pela perfeição.www.mamrio.org.br

1º/6, em goiânia

Stock Car

até 1º/6, no rio

Hiper-realismo

6/6, em Belo horizonte

Bota pra quebrar!a série de duelos entre os melhores djs do brasil e do mundo já tem data para começar. no brasil, o dj nedu lopes selecionará os 12 melhores para batalhas que acontecerão em recife, brasília e campinas, em abril. a final nacional reunindo os melhores de cada região acontece em junho, em belo horizonte. os jurados das batalhas entre djs do red bull thre3style deste ano serão nedu lopes, tamenpi e dj hum. www.redbull.com.br

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Page 88: The Red Bulletin Junho de 2014 BR

A PRÓXIMA EDIÇÃO DO RED BULLETIN SERÁ LANÇADA NO DIA 11 DE JUNhO

momento mágico

Grécia, 26 de março de 2014O Canal de Corinto tem cerca de 21,3 m de largura em seu ponto mais estreito. O suficiente para acelerar um Extra 300S nas mãos da lenda das acrobacias, o húngaro Peter Besenyei. A envergadura do avião é de 7,5 m. Que olho tem o Besenyei!

“ Claustrofobia? A 300 km/h não dá nem tempo de pensar nisso” Peter Besenyei, campeão mundial de acrobacias e piloto do Red Bull Air Race

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