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TLS WEBMAG #7 Junho/Julho

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Revista digital do colectivo The Lisbon Studio

Citation preview

Autores TLSAna Branco, André Oliveira, Filipe Andrade,

Filipe D. Pina, Joana Afonso, Jorge Coelho,Nuno Duarte, Nuno Saraiva, Pedro Brito,

Pedro Ribeiro Ferreira, Ricardo Cabral, Ricardo Drumond.

Autores ConvidadosPedro Moura, Cláudia Loureiro, João Tércio.

CoordenaçãoPepedelrey, Pedro Brito, André Oliveira

CapaPedro Ribeiro Ferreira

Design e paginaçãoPedro Brito

THE LISBON STUDIOWEBMAG#07

Copyright © 2014 The Lisbon StudioTodos os trabalhos apresentados têmCopyright © dos seus respectivos autores.

www.thelisbonstudio.com

“Olha, o sol. É quente e brilha com força...”

Uma nova vaga de calor aproxima-se e, no The Lisbon Studio, o sol entra por todo o lado. Vem carregar as baterias quase esgotadas, depois de um ano a produzir a WebMag. A criatividade não parou e conseguimos criar uma publicação gratuita com um nível elevado de qualidade nos trabalhos apresentados. Mesmo que alguns não tivessem sido produzi-dos com a intenção inicial de serem publicados na revista, o talento e a dedicação são evidentes e indiscutiveis. Como é normal nestes actos loucos e suicidas, a falta de recursos financeiros dificulta a continuidade e a manutenção do projecto e do seu padrão de exigência. O tempo que cada um de nós disponibiliza para a WebMag acaba por prejudicar a nossa vida profissional. É pois chegado o momento em que necessitamos do con-tributo dos nossos leitores. Estamos a vender espaço na revista para publicidade. Precisamos de apoio financeiro para continuar esta viagem e sempre sem custos para quem quiser ler e/ou guardar.Acreditamos que a entrada de receita publicitária vai até permitir um sério acréscimo no nível dos trabalhos criados para a revista, com ainda mais material exclusivo. E em breve consideraremos a passagem do online para o papel.Agradecemos o contributo e o “passar a palavra”.

Bem-hajam

(INTRO)Pepedelrey

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“Look, the sun is hot and glows with power...”

A new heat wave is approaching and at The Lisbon Studio the sun invades everywhere. It charges the almost ex-

hausted batteries, after a year producing the WebMag .Creativity didn’t stop, we’ve created a free publication

with a high level of quality. Even if some of the work wasn’t first published here, the talent and dedication are

evident and indisputable.As is normal in these crazy and suicidal acts, the lack of

financial resources hinders the continuity and mainte-nance of the project and its quality requirements. The

time each of us dedicate to the WebMag eventually af-fects our professional life.

We need support from our readers. We’re selling adver-tising space in the magazine in order to continue this

journey, always free of charge for those who want to read and/or download it.

We believe that this revenue will even allow a serious increase in the level of work presented, with even more

exclusive material . And soon we will consider publishing it also on paper.

We appreciate the contribution and the “spread the word”.

Thank you.

JOANA AFONSO

http://jusketching.blogspot.com/http://www.joanaafonso.com/

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Sneak Peek

DEIXA-ME E N T R A R

Algumas imagens de making of do novo álbum de Joana Afonso, a ser editado pela Polvo e apresentado ao público no Festival Internacional de BD da Amadora deste ano.

Sinopse:

Alberto é um homem com 40 e muitos anos, desconfortável com tudo o que o rodeia. Foi forçado por problemas monetários a sair de casa, até então sua zona de conforto. A história começa neste momento, quando arranja um T0 num prédio de classe baixa, para onde leva apenas um colchão e caixas. Aqui, neste novo lugar para fazer a vida, tem de conhecer novas pessoas e tem novo trabalho onde passa as noites a guiar um camião do lixo num constante pára arranca. Começa a questionar-se se era mesmo isto que ele queria para a sua vida.

FILIPEANDRADE

FILIPEANDRADE

http://www.filipeandradeart.blogspot.com/

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Imagens de making of de Seekers of Figment #2 e Suicide Risk #14 partilhadas na página de Facebook do artista:

https://pt-pt.facebook.com/filipe.andrade.7330

PEDROBRITO

http://cargocollective.com/pedrobrito/http://margemsulcomic.tumblr.com/

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RICARDO CABRAL

http://www.ricardopereiracabral.blogspot.pt/

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Freeway Fury, lançado pela primeira vez em 2010, é um jogo em formato Flash onde é possível trocar de carro, à GTA, numa corrida louca contra o tempo em estilo arcade. O conceito é de Vasco Freitas (Serious Games), designer de jogos e programador. Serviu de inspiração jogos como o Spy Hunter, Outrun, e Just Cause. Freeway Fury espalhou-se rapidamente pelos sites da especialidade, foi mencionado no conhecido blog de jogos Kotaku, e teve até hoje mais de 50 milhões de visualizações. No ano seguinte foi lançada uma sequela, com uma maior variedade de veículos: motos, tanques, e aviões a jacto. Foi lançada também uma versão iPhone em 2013, que tira proveito do ecrã touch para um controlo mais preciso.

A 3ª parte, Freeway Fury 3, que conta com a banda desenhada de Ricardo Cabral, está para ser lançada muito brevemente. O jogo conta também com grafismo de Frederico Martins, design de menu de Filipe Pina, efeitos sonoros de Francisco Furtado (que também tratou da banda sonora de versões anteriores), e banda sonora de Matthew Pablo. Nesta sequela a loucura atinge níveis nunca antes vistos, onde nem a vida extra-terrestre escapa. Parece confuso? Terá de experimentar para ver.

Sites onde é possível jogar o Freeway Fury 1 e 2.http://www.newgrounds.com/portal/view/542949http://www.newgrounds.com/portal/view/583975

Versão iPhone.https://itunes.apple.com/us/app/freeway-fury-lite/id739088055?&mt=8

RICARDODRUMOND

RICARDODRUMOND

[email protected] http://behance.net/drumond

http://facebook.com/drumondart

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NUNO DUARTE

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http://outronuno.blogspot.com/ http://mocifao.blogspot.com/

http://duartefolio.blogspot.com/

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PEDRO R. FERREIRA

http://somehowalongtheway.blogspot.pt/http://www.pedroribeiroferreira.blogspot.pt/

http://www.arcodavelhanews.blogspot.pt/

PEDRO R. FERREIRA

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ANDRÉOLIVEIRA

http://andreoliveirabd.blogspot.pt/http://horadosaguim.blogspot.pt/

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Apresentação

ENGRAXATOONA revista CAIS, entre os conteúdos que disponibiliza todos os meses e além das duas páginas originais de BD realizadas por autores portugueses (alguns emergentes e outros já com outra tarimba), traz uma tira humorística com o título Engraxatoon.

Assim como a restante banda desenhada nesta edição, também ela é da responsabilidade do argumentista André Oliveira, que aqui trabalha em parceria com Carla Rodrigues. Nas palavras do próprio…

“Este não é o género de humor que normalmente utilizo ou mesmo aquele a que acho mais graça. A tira já existia quando comecei a colaborar com a CAIS e a personagem do engraxador é baseada numa pessoa real e muito querida para a Associação. Convidaram-me a continuar o projecto, sempre numa toada light, com crítica social constante mas a apelar ao máximo número de pessoas. Procurei respeitar o trabalho que tinha feito anteriormente e convidei a Carla para ser a ilustradora residente, porque aqui não fazia sentido ir trocando de registo gráfico. E assim, já o fazemos há quase dois anos…”

Esta revista, não só serve uma causa importante e cada vez mais urgente como tem espaço para a Banda Desenhada nacional.

ENGRAXATOON

Apresentação

FEATHERS #1 online

Está online o mais recente projecto da Ave Rara: uma pequena revista digital aperiódica e gratuita chamada FEATHERS.O objectivo passa por publicar pequenas histórias autoconclusivas de 10 páginas (ou teasers para projectos maiores) assim como dar novidades acerca das outras edições da marca editorial.

Este primeiro número conta com uma curta de BD escrita por André Oliveira e ilustrada por Pepedelrey chamada “Last Supper”. Trata-se de uma prequela para o álbum “Lugar Maldito”, realizado pelos mesmos autores.As últimas páginas da webmag contêm ainda um update à série Living Will com o lançamento do segundo número.

Para ver, aceder ao seguinte link:

http://issuu.com/averaracomics/docs/feathers_1

ANABRANCO

http://vimeo.com/anabranco

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Como é que surgiu a ideia de realizar este documentário?

Descobri o Stop há 7 anos completamente por acaso. Estava no Porto a fazer um curso de escrita para cinema de animação e, num passeio pela cidade e por sugestão de um amigo músico, decidi ir até à Campanhã e entrar por ali den-tro à descoberta. Depois da estranheza inicial e de alguma hesitação, por detrás das portas de alumínio e vidro e do negrume do espaço, percebi um movimento, primeiro um rumor incessante, depois um cheiro, um pulsar e uma vibração muito próprios. O raio do sítio transpirava música por todo o lado, afinal era orgânico. Fiquei enfeitiçada, claro, e em sucessivas visitas, lá me fui cada vez mais infil-trando naqueles espaços para conhecer quem os habitava e saber o que por lá

Apresentação

andariam a fazer, quem eram e porquê ali, afinal. Foi inevitável. Fiz uma répérage e filmei bastante com a minha câmara.Depois foi o processo habitual de elaborar uma pasta com o projecto para apre-sentar às produtoras.

Onde e quando vamos poder vê-lo em exibição?

Teve a sua ante-estreia dia 10 de Maio no Stop, numa sala onde já ninguém entra-va para ver um filme há 20 anos. Fiquei particularmente feliz por poder dar esse presente aos músicos que lá estiveram e que me disseram, alguns, ser a primeira vez que entravam naquela sala.

STOP DON’T STOP

DOCUMENTÁRIO DE ANA BRANCO

Para além disso pretende-se (e está-se presentemente a trabalhar nesse sentido) que o filme seja exibido o máximo possível, em festivais e cineclubes por todo o país.

Como descreves o processo de produção do filme, a relação de quem o fez com quem nele entra?

Foram poucos os dias de rodagem. Tive a sorte de ter comigo uma equipa fantás-tica que também se deixou enfeitiçar pelo Stop e partimos a percebê-lo em con-junto. E perceber um sítio destes, que vive da música, passa, primeiro que tudo, por aprender a escutá-lo. Ele fala-nos, se tivermos a paciência e a humildade, como de resto devia de ser com tudo, de escutar. Sem pressas nem apriorismos. O Duarte (técnico de som), aliás, já conhecia alguns dos músicos. Outros apre-sentei-os à equipa e outros ainda fomos conhecendo durante a rodagem. Tudo boa gente, a maioria das portas abriram-se para nos acolher numa informalidade muito bonita. Houve uma excelente adesão, gerou-se um clima de entusiasmo e entre-ajuda que acaba até por ser o mais importante, o que marca a fabulosa experiência que é a rodagem de um filme. Fizeram-se boas amizades e pretendo colaborar com alguns músicos em projec-tos futuros.

Como descreverias a sua banda sonora?

É, como o lugar que filmámos, um mosaico. Um mosaico estranho, inusitado e belo. Nunca pretendi um registo de concertos de música. Interessou-me, sim, gravar os ensaios, caóticos, confusos, a vida que há por detrás daqueles vidros escuros, daquelas “salas de ensaio” sem condições de insonorização, interessa-

ram-me os “concertos improvisados” pelos corredores do Stop, um que toca uns acordes na guitarra ou no contrabaixo (aconteceu), outro que chega e se junta, uma voz que se ergue por sobre a vozearia circundante, ali mesmo, na esplanada do único café actualmente existente, e que fica no rés do chão.

E projectos futuros?

Há algumas propostas, esperam-se concretizações. Não se pode parar. A nível particular colecciono sempre vários projectos para acabar por selecionar aqueles com que sonho. Deixo que o onírico dite o caminho porque há sempre verdade nas pulsões do inconsciente. E, sim, já está perfeitamente identificada a minha próxima paixão.

Para mais informações, visite a página de Facebook do documentário:https://www.facebook.com/StopDontStop?fref=ts

FILIPE D.PINA

FILIPE D.PINA

www.nerdmonkeys.pt/www.caseandbot.com/

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Esta Banda Desenhada foi publicada pela primeira vez em 2010 no livro City Stories em Português e em Polaco. Foi no entanto escrita também em Inglês para que o tradutor de Inglês-Polaco conseguisse fazer o seu trabalho. Esta versão é agora mostrada pela primeira vez na TLS Mag.

PedroMoura

com Cláudia Loureiro

http://lerbd.blogspot.pt/

Maré Vermelha Pedro Moura e Cláudia Loureiro

NUNO SARAIVA

http://nunosaraivaillustration.blogspot.pt/http://naterracomonoceu.blogspot.pt/

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JORGE COELHO

http://jcoelho.deviantart.com/http://almirantefujimori.blogspot.pt/

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Primeiro o que vem primeiro.Ales Kot, escritor da série Zero editada pela Image Comics (tudo isto descobri depois de googlar), veio ter à minha mesa na NYCC13e convidou-me para desenhar um número... ...ok, disse logo que sim, era só uma questão de acertarmos as datas.

Deixo-vos aqui o processo, desde os esboços à peça final. Espero que gostem.

De início, falámos sobre um tema espacial, ficção científica com laivos psicadélicos,

elaborei então estes seis esboços.

Estava à procura de transmitir a sensação de viagem, morte e espaço sideral.

Para os geeks do desenho - isto são esboços bem pequenos, em A6, esboçados a mina azul e arte-finalizados a aparo (Hunt 102)

e tinta-da-china Talens. Usei um truque de photoshop para o espaço - desenhei as

linhas a preto as estrelas a escova de dentes com preto também e fiz negativo.

Achei que seria mais rápido.

PROCESSOCAPA ZERO #8

por Jorge Coelho

A dada altura a ideia mudou. Tínhamos mais um mês - inicialmente falámos de fazer o #7 e passou para #8, ou seja passámos de um ambiente espacial para floresta e uma ruína galesa. Uma caçada, onde mercenários iriam perseguir Cooke e o agente Zero.

Estes esboços foram ainda mais pequenos, 3 num A5, porque eram mais rápidos de fazer e o fundamental nesta fase era agarrar uma ideia e a sua composição.Tentei apanhar através de referências fotográficas a beleza decadente da ruína com um feeling de filmes de espionagem...

Tentei simular uma ideia gráfica para o designer Tom Muller, que tem brilhado nas capas em todo design da série Zero. Bem vi mais tarde, que ele não precisa de nada disto, apenas uma imagem e ele faz a sua magia.

JOãO TÉRCIO

JOãO TÉRCIO

Ex-TLS

http://xungalife.blogspot.pt/ http://comicalate.blogspot.pt/

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Entrevista

Produzes em linguagens diferentes: BD e vídeo. Estes dois géneros de produção, na tua opinião, cruzam-se e complementam--se, ou existem barreiras que não o per-mitem?

Não. Não tem nada a ver uma linguagem com a outra. Cruzam-se inevitalvelmente, tocam-se às vezes, raramente de uma boa maneira. Ando sempre a saltar de uma linguagem para a outra o que raramente é bom, é uma espécie de masoquismo que vai ficando mais refinado com a idade. A BD é para alguns o cinema dos pobres. Talvez por vezes, mas no seu máximo esplendor, é independente de todas as artes.

Foste autor de diversas BDs e ilustrações publicadas em fanzines ou jornais e tens o livro “Março Anormal”. A criação de banda desenhada é, normalmente, um acto soli-tário. Vais continuar a produzir BD?

Fazer BD é semelhante a ser argumentista ou escritor: não se está sozinho, está-se com personagens, histórias, estilos e traços…

JOãO TÉRCIO

Mas é evidente que existe uma concen-tração solitária. É necessária. E sim, vou continuar a fazer BD. Porque é uma forma de expressão pessoal vital. Ainda quero lançar 2 ou 3 Livros nos próximos anos. Subsídios aceitam-se.

No livro “Março Anormal” tiveste a cola-boração na pintura final, dos grandes Ri-cardo Tércio e Rui Lacas. Consideras que essa pintura final completou positiva-mente o teu traço?

Um é meu irmao e o outro meu amigo de infância. Os dois são excelentes banda de-senhistas, fazia todo o sentido trabalhar com duas pessoas com quem cresci e de-senvolvi o amor por esta arte. Foi em famí-lia. Além disso, os miúdos até nem pintam mal.

Qual a tua opinião sobre o actual nível de produção de BD portuguesa? Quais os seus pontos positivos e os seus aspectos negativas, na tua opinião?

Confesso que não sou conhecedor pois ando mais numa de emigração. Aquelas coisas que um homem faz, lutar pela vida, viajar, etc… não li nada do que se tem feito. Mas pela imagem que me chega dos “FaceMedia”, com o prémio do Monteiro em Angoulême e várias edições indepen-dentes, parece positivo. O lado negativo será a contínua falta de apoio financeiro e ideias sustentáveis em prol desta arte. Fazer BD não é caro, custa é fazê-la sem dinheiro nenhum. Resta-nos loucura quanto baste para produzir umas quantas mais obras para uma pequena elite ter o prazer de folhear. A BD é a arte popular mais elitista do mundo e nós como leitores e autores somos os únicos responsaveis pelo alargamento dessa elite (ou não).

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