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TÂNIA MARA SCANDORIEIRO
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE MATEMÁTICA E LEITURA E
ESCRITA NA SALA DE RECURSOS COM ÊNFASE NA ALTERNÂNCIA E NA
MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS: RELATO EXPERIÊNCIA
LONDRINA, PR
2013
TÂNIA MARA SCANDORIEIRO
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE MATEMÁTICA E LEITURA E
ESCRITA NA SALA DE RECURSOS COM ÊNFASE NA ALTERNÂNCIA E NA
MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS: RELATO EXPERIÊNCIA
Artigo apresentado para o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE da Secretaria Estadual de Educação do Paraná - SEED. Orientadora: Profª. Drª. Célia Regina Vitaliano.
LONDRINA – PR
2013
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE MATEMÁTICA E LEITURA E
ESCRITA NA SALA DE RECURSOS COM ÊNFASE NA ALTERNÂNCIA E NA
MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS: RELATO EXPERIÊNCIA
Tânia Mara Scandorieiro1
Drª Célia Regina Vitaliano2
RESUMO
Este trabalho apresenta a descrição e análises de atividades desenvolvidas junto a alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem em uma sala de Recursos Multifuncional do Tipo I. As atividades desenvolvidas foram: leituras em jornais, revistas científicas, gibis e livros: infanto-juvenil, infantis, de poesias, livros didáticos com atividades de matemática visando favorecer a aprendizagem dos conteúdos acadêmicos. No decorrer da aplicação das atividades verificou-se a participação e motivação dos alunos na realização das mesmas. Houve a preocupação em organizar as atividades de forma lúdica e agradável para os alunos. Desta forma, foi possível verificar bom desempenho dos alunos nas atividades de classificação, identificação dos números e construção de situações problemas com as respectivas resoluções e boa expressividade oral. A ênfase deste trabalho foi a aplicação de metodologias e estratégias diversificadas, incluindo jogos e intervenções pedagógicas variadas, levando em conta a constante alternância das atividades mediante o desempenho individual e também em grupos, conforme a situação para possíveis ajustes significativos no decorrer dos encontros. Palavras-chave: Sala de Recursos Multifuncional. Alternância. Interpretação. Matemática. Leituras.
INTRODUÇÃO
Este projeto surgiu do interesse em conhecer o trabalho realizado nas salas
de recursos multifuncionais, bem como ter a experiência de atender os alunos que a
frequentam com o intuito de contribuir para melhorar seu desempenho acadêmico.
Com este propósito foram organizadas atividades para serem desenvolvidas
em uma sala de recursos, com o intuito de favorecer o reconhecimento numérico e
operacional, e o aprimoramento da habilidade em leitura e escrita, por meio de
interpretação e resolução das situações cotidianas. Tais atividades foram
embasadas em Pierre Vayer, Charles Roncin (1993, p. 124) na Lei da alternância
considerando que: “Para que o sujeito conserve suas capacidades de interesse e de
1 Professora graduada em Matemática da Rede Estadual de Ensino, com Pós-Graduação em Educação Matemática e participante do Programa de Desenvolvimento Educacional 2 Professora Doutora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina e orientadora do Programa de
Desenvolvimento Educacional.
atenção, convém alternar as atividades, tanto em sua natureza quanto em seu modo
de relação”.
Tendo em vista este contexto, o presente artigo descreve as atividades
aplicadas na Sala de Recursos no período matutino de um colégio estadual do
município de Faxinal-Pr, como parte das atividades do PDE (Programa de
Desenvolvimento Educacional) do Estado do Paraná. O objetivo deste trabalho foi
propiciar o envolvimento e o desenvolvimento de habilidades referentes à leitura e
escrita e a matemática em alunos com dificuldades de aprendizagem, por meio de
atividades lúdicas e variadas e interações sociais cooperativas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ensino escolar depende de muitos fatores para a superação das
dificuldades apresentadas na aprendizagem como afirma Gómez e Téran (2009), a
aprendizagem depende de cada pessoa, é algo interno, mas acaba se constituindo a
partir da interação entre os sujeitos, e ocorre ao longo da vida. Sendo assim, o
processo interativo que ocorre na intervenção do profissional nas salas de recursos
são de suma importância na superação das dificuldades dos alunos que a
frequentam.
Atualmente, mediante a implantação da sala de recursos multifuncionais, a
organização do sistema educacional assegura e oportuniza o benefício da
escolarização, cujo propósito se estende ao apoio, complementar ou suplementar ao
educando.
O Decreto-Lei nº 3.298/99 prescreve:
Art. 25 Os serviços de educação especial serão ofertados nas instituições
de ensino público ou privado do sistema de educação geral, de forma
transitória ou permanente, mediante programas de apoio para o aluno que
está integrado no sistema regular de ensino, ou em escolas especializadas
exclusivamente quando a educação das escolas comuns não puder
satisfazer as necessidades educativas ou sociais do aluno ou quando
necessário ao bem-estar do educando.
Analisando a complexidade do processo de ensino e aprendizagem, notamos
a importância das práticas de ensino da leitura e da escrita e dos números, bem
como seu sentido representativo. Conforme ressalta Silva e Rêgo (2010, p. 207):
Compreendo que uma das razões para o estudo da língua materna e da Matemática é a formação de um leitor/produtor de textos críticos e criativo, é indispensável inseri-lo em um variado contexto referencial que possibilitará o desenvolvimento de sua capacidade de ler, interpretar, analisar e produzir elementos textuais que possam vir a se constituir em desafios matemáticos e lingüísticos.
É notável, que os números e as quantidades cercam a realidade do dia a dia,
e que é preciso viver, em funcionamento neste mundo dos números e da escrita,
pois que a compreensão, mesmo básica, é imprescindível. Segundo Nunes e Bryant
(1997) “[...] as crianças precisam aprender sobre matemática a fim de entender o
mundo ao seu redor.” (apud SPINILLO, 2010, p. 207).
Como destaca Lajolo (2000, p. 7):
Do mundo da leitura a leitura do mundo, o trajeto se cumpre sempre, refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura em prática circular e infinita. Como fonte de prazer e de sabedoria, a leitura não esgota seu poder de sedução nos estreitos círculos da escola.
O processo de ensino da leitura e escrita, tanto na classe comum como no
atendimento educacional especializado podem se dar a partir do ensino
diferenciado, da interação com as coisas, com o mundo, com as pessoas e dando
ênfase nas sugestões de constantes alternâncias nas atividades, buscando a
essência da motivação dos alunos, no intuito de despertar seu interesse para o
hábito de leituras aliada a interpretações e resoluções matemáticas, de maneira
gradativa e prazerosa com explorações para o sentido e significância do viver.
O apoio que exerce o profissional que atua na sala de recursos no
atendimento às necessidades especiais, se torna fundamental, partindo da
investigação e da avaliação psicoeducacional para constante acompanhamento da
família, do professor do ensino regular e da equipe pedagógica em todo o contexto
escolar, pois que neste trajeto, a proposta do apoio especializado ao processo de
aprendizagem do aluno no ensino, de forma organizada, com metodologias e
estratégias diferenciadas, auxilia os alunos no desenvolvimento de suas
capacidades de aprendizagem dos conteúdos curriculares.
Sabemos então, que o trabalho colaborativo entre o professor especializado
da sala de recursos e o professor da classe comum, bem como com os demais
profissionais e familiares é imprescindível para garantir a qualidade da Educação.
SALA DE RECURSOS
Segundo a legislação educacional do estado do Paraná, disposta na Instrução
Nº 016/2011 – SEED/SUED (PARANÁ, 2011, p.1) temos que:
A Superintendente da Educação, no uso de suas atribuições e, considerando: - a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394 /96; - o Decreto Federal Nº 7611, de 17 de novembro de 2011; - e os preceitos legais que regem a Educação, emite: 1.Definição; 2.Objetivo; 3. Alunado; 4. Quanto à carga horária; recursos materiais; número de alunos; cronograma de atendimento; freqüência; documentação; matrícula e desligamento; 5. Critérios de Organização Pedagógica; 6. Acompanhamento e registro (AEE, professores das disciplinas, NRE e quando necessário pelo DEEIN/SEED); 7. Atribuições do Professor da Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, Educação Básica; 8. Critérios para Solicitação de Autorização/Renovação e/ou Cessação de Funcionamento da Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na Educação Básica.
E, segundo a mesma instrução, os alunos na sala de recursos são os que
apresentam: a) deficiência intelectual; b) deficiência física neuromotora; c)
transtornos globais do desenvolvimento; d) transtornos funcionais específicos
(distúrbios de aprendizagem e transtornos do déficit de atenção e hiperatividade –
TDA/H).
Sabe-se, que o professor ao realizar um plano curricular para o trabalho na
sala de recursos, este deverá ser flexível, de forma organizada e criativa, utilizando
o material disponível e outros recursos pedagógicos específicos e adaptados, que
devem ser adquiridos, muitos até construídos, contando com equipamento
tecnológico e mobiliário, no destaque de alguns jogos para o auxílio do
desenvolvimento cognitivo do aluno.
Conforme as informações da avaliação psicoeducacional de cada aluno e de
acordo com as orientações pedagógicas da SEED/DEEIN, é elaborado o Plano de
Atendimento Educacional Especializado para o atendimento das necessidades
educacionais especiais de cada aluno. Com base no atendimento dos alunos de
modo individual e em alguns casos em pequenos grupos, no trabalho colaborativo
com professores da sala comum e com a família, é avaliado e acompanhado o
desenvolvimento do aluno para renovações das intervenções pedagógicas visando o
seu desenvolvimento acadêmico de modo continuo.
Considerando a importância do atendimento educacional especializado este
artigo tem o objetivo de descrever a experiência da pesquisadora de desenvolver
atividades referentes ao desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita e
matemática junto a alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem e
frequentavam uma sala de recursos multifuncionais.
MÉTODO
Participantes: Os participantes na implementação deste projeto foram sete alunos
que frequentavam uma sala de recursos multifuncionais, destes cinco frequentaram
quase a totalidade da carga horária prevista, um obteve a metade da frequência por
motivos particulares, conseguindo acompanhar o processo e o outro aluno, apenas
esteve presente no atendimento uma única vez. Os participantes deste projeto
apresentavam avaliações referentes a transtornos funcionais específicos sendo:
distúrbios de aprendizagem diversificados e transtornos do déficit de atenção e
hiperatividade – TDA/H. A seguir apresentamos a tabela 1 que contem uma síntese
das dificuldades apresentadas pelos alunos atendidos na sala de recursos, bem
como as atividades propostas.
Tabela 1: Síntese das dificuldades apresentadas pelos alunos e o programa proposto. A L U N O
I D A D E
DIFICUL-DADES
NA MATEMÁ
TICA
DIFICUL-DADES NA LEITURA E ESCRITA
PRO-BLEMAS DE COM-PORTA-MENTO
PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES
A1 11 Atenção, leitura, raciocínio lógico, cálculos, interpreta-ção, persistên-cia.
Leitura, escrita, produção, soletra-mento, oralidade.
Autoesti-ma e limites.
Pesquisas em jornais e livros, recortes, colagens, montagens e produções com apresentações orais e escritas; leituras representativas com diálogos e observações com cálculos e jogos; descobertas com traçados, diagramas e seqüências; ampliação de desenhos.
A2 10 Organiza-ção, cálculo mental, concentra-ção, raciocínio
Atenção, dicção, leitura, produção oral e escrita,
Interesse, regras, respeito, atitudes.
Intervenção, pesquisas, treino fonoaudiólogo, produção e organização de leituras diversas e escrita, montagens e apresentações, também com cálculos, intervenções para observações e boas atitudes, diálogos,
lógico.
soletra- mento.
participações com opiniões, jogos com cooperação e regras, ampliação de desenho.
A3 14 Concentração, raciocínio lógico, interpreta-ção.
Leitura, escrita, produção e soletra-mento.
Persistên-cia.
leituras diversas interpretativas, jogos diversos com sua cooperação, construções orais escritas e de cálculos com intervenções nas descobertas, traçados, com sequencias, pesquisas.
A4 13 Concentração, raciocínio lógico.
Atenção, leitura, produção oral e escrita.
Autoesti-ma e socializa-ção.
Leituras diversas, identificação numérica, produções orais e escritas, montagens com análises, apresentações e cálculos, descobertas e diagramas com intervenções, ação colaborativa nos jogos, traçados com noções de proporção, pesquisas.
A5
12 Raciocínio aritmético e interpreta-ção.
Leitura, oral e escrita.
Concentração, tolerância.
Leituras, montagens e cálculos com interpretação, produção oral e escrita com intervenções, jogos com ação colaborativa, descobertas com diagramas, sequências, intervenção na oralidade e diálogos, pesquisas.
A6 12 Raciocínio lógico, cálculos e interpreta-ção.
Leitura, produção de texto, organiza-ção.
Valores e atitudes, socializa-ção.
Sequências, jogos e ação colaborativa, diálogo, construções de textos, leituras, cálculos e exposições orais, pesquisas.
A7 12 Cálculos e interpreta-ção.
Oralidade, leitura e escrita.
Atenção, autoesti-ma.
Leituras em interpretações, exposições orais, produção textual, interpretação e cálculos, montagens, construções, recortes, colagens e jogos dos mais diversos e pesquisas.
Fonte: Do autor.
Procedimento: Planejamos a realização da grande variedade de atividades em
momentos e/ou dias alternados, muitas em grupos, e outras individuais. As
atividades realizadas com os alunos foram: leituras diversas com livros e jornais,
enfatizando a alternância constante das atividades, utilizando diversos jogos,
construções e produções para interpretações da leitura, escrita, abrangendo a área
da língua portuguesa e matemática, no intuito de contribuir para o aprimoramento do
desempenho agradável na área cognitiva, afetiva, motora, pessoal e interpessoal de
cada aluno.
Resultados
A seguir, apresentamos os resultados na tabela 2, referentes aos
desempenhos obtidos por cada um dos alunos durante a realização das atividades.
Tabela 2: Atividades desenvolvidas e desempenho do aluno.
Atividades Desempenho do aluno
I – Leitura interpretativa em livro de poesias, infanto-juvenil, de folclore, de contos, gibis, revistas cientifica diversas com exposição oral e diálogos.
A1- auxílio na concentração e interpretação, sendo pouco retraído. A2- intervenção para a atenção na leitura, contínuo treino na dicção, extrovertido e inquieto. A3- espontâneo, dinâmico, receptivo e muita dificuldade na leitura. A4- leitura com timidez, mas grande empolgação e dedicação. A5- extrovertido e impaciente, obtendo acompanhamento na leitura e interpretação A6- extrovertido e muito inquieto com acompanhamento constante nas atividades. A7- muito extrovertido e impaciente, apresentando grande rapidez nas leituras e exposições orais.
II – Construção do Tangram (o conhecimento histórico e interpretação dos recortes, montagens, descobertas e criações).
A1- poucas e lentas montagens. A2- acompanhamento para a atenção. A3- identificou peças e fez montagens complexas com auxílio de modelos. A4- identificou peças e fez montagens mais simples com auxílio de modelos. A5- identificou peças e construiu figuras complicadas com interpretação. A6- acompanhamento na organização. A7- identificou e realizou montagens mais complicadas sem dificuldades.
III- Montagem livre de cenário com ambiente aquático e terrestre (diversas peças) para produção oral, escrita e a leitura.
A1- intervenção para a atenção na produção textual e na leitura. A2- dificuldade na atenção para a produção e organização da escrita e leitura. A3- grandes dificuldades na produção escrita e na leitura. A4- exposição oral com timidez, escrita organizada e resumida. A5- organizada expressão oral determinando a produção escrita e a leitura. A6- intervenção para a produção escrita e a leitura. A7- rapidez e organização nas idéias, na escrita e leitura.
IV– Construção numérica das somas (em linhas verticais e horizontais), nos diversos quadrados com a realização e comparação das medidas de comprimentos e os respectivos cálculos do perímetro. Números pares e ímpares; ordem crescente e decrescente; antecessor e sucessor.
A1- intervenção na persistência. A2- realizou sem dificuldades. A3- bom desenvolvimento com auxílio na interpretação numérica. A4- realizou com muita calma. A5- com muita rapidez, houve mais de duas tentativas para os acertos. A6- realizou com muita facilidade. A7- apresentou pequena dificuldade
V – Montagem de quebra-cabeça com variedade de cenários: paisagens, infanto-juvenil, super-heróis e infantis (de 7 até 56
A1- montagem rápida nos mais simples. A2- boa análise e auxílio dos colegas. A3- realizou em espaço longo, atencioso e
peças) para socialização, cooperação, interpretação e apreciação.
procurou auxílio nos complicados. A4- com análises, trocas de idéias e calma realizou diversas montagens. A5- dificuldades nas etapas de montagem. A6- facilidade e busca de auxílio nos mais complicados. A7- obteve ótimo desempenho
VI – Manuseio de jornais: identificação e classificação dos números naturais, dos números inteiros e dos números racionais (com leituras, interpretações dos textos, recortes, colagens, construções de cartazes e as apresentações).
A1- participou com dificuldades e auxílio. A2- bom desenvolvimento e participativo. A3- participação significativa. A4- ótimo desempenho e participação. A5- acompanhamento para uma boa participação. A6- intervenção no comportamento e apresentação significativa. A7- desempenho satisfatório.
VII – Jogo das sete e outras mais diferenças (para análise, reflexão, observação, atenção e com os devidos registros). Labirintos e emaranhados para traçar com objetivo e interpretação nas diversas cenas apresentadas.
A1- descoberta com dificuldade. Traços geralmente seguros. A2- acompanhamento nas atividades e incentivo às boas maneiras. A3- bom desempenho. Traços firmes. A4- desempenho com facilidade e traços se firmando a cada dia. A5- desempenho rápido e traços firmes. A6- observou rapidamente os colegas. A7- traços rápidos com sucesso.
VIII – A leitura, a interpretação e o preenchimento coerente nos jogos “Sudokus” (para o desenvolvimento da atenção, da compreensão e da análise matemática).
A1- auxílio para o desenvolvimento. A2- participou com acompanhamento. A3- desempenho com muita dedicação. A4- desenvolvimento com dificuldades. A5- participou com colegas da sala. A6- observou rapidamente os colegas. A7- bom desenvolvimento.
IX – Formação de várias palavras nos diagramas (contendo símbolos, ilustrações e sinônimos para as devidas interpretações).
A1- grande dificuldade e intervenção com novas propostas. A2- encontrou dificuldades e auxílio. A3- desempenho com dedicação. A4- realizou com calma por meio de adaptações necessárias. A5- bom resultado com adaptações adequadas. A6- participação oral muito rápida. A7- pequena intervenção com ótimos resultados.
X– Vários jogos tecnológicos em dias alternados (para proporcionar a cooperação, a socialização, a concentração , a interpretação e a persistência).
A1- obteve avanços com a colaboração dos colegas e mais atenção. A2- intervenção para a interação e cooperação necessária. A3- participação com sugestões de grande enriquecimento. A4- colaborou na socialização dos colegas com observações e auxílio freqüente. A5- intervenção com avanços adequados para o respeito mútuo. A6- observou e apreciou a participação dos colegas. A7- observou e participou com avanços.
XI- Dobraduras, identificações, operações fundamentais, medidas de comprimento e massa, jogo de círculos de frações,
A1- grande envolvimento e participação. A2- compartilhou de forma interessante. A3- desenvolvimento significativo com
representações de situações problemas com valores monetários e números racionais (diálogos, leituras, interpretações, exposições orais e escritas).
participação e registros adequados. A4- realizou cálculos e registros com empolgação e trocas de idéias. A5- participou com renovações de propostas e colaboração dos colegas. A6- incentivou a participação de colegas. A7- desempenho satisfatório com sugestões e trocas de idéias contínuas
XII- Seqüência numérica (construção de diversos cenários do ambiente da natureza) com alternações dos dias e momentos.
A1- dedicação para melhoramento dos traços contínuos. A2- traços rápidos e retraídos, e por final, firmes e seguros. A3- traços confusos, mas finalmente, apresentou traços contínuos e bem contornados. A4- conseguiu obter continuidade e firmeza nos traços. A5- desenvolvimento progressivo na segurança dos traços em seqüência. A6- observou rapidamente os alunos. A7- traços com muita rapidez e intervenção para a atenção necessária.
XIII- Observação de um cenário ilustrado (referente ao encontro de muitas pessoas na Olimpíada), para encontrar os objetos perdidos na grande confusão (análise e atenção).
A1- adquiriu bom desenvolvimento. A2- ótimo desempenho e com rapidez. A3- realização para detalhes com auxílio. A4- registrou os pontos com exatidão em longo tempo. A5- assinalou os pontos com detalhes. A6- não participou. A7- não participou.
XIV – Ampliação de desenhos simples coerentes ao cotidiano (noção de espaço e proporcionalidade)
A1- traços bem próximos da proporção proposta. A2- melhorou as marcações propostas. A3- manteve a proporção com o mínimo de formas e detalhes. A4- demonstrou boa noção de proporcionalidade. A5- apresentou boa noção nos limites de espaço com contornos significativos. A6- não participou. A7- houve boa aproximação do traçado no espaço proporcional.
XV- Diagramas com dígitos numéricos para preencher conforme análises e cálculos.
A1- realizou com atenção e mínimo auxílio. A2- não participou. A3- completou com mínima orientação. A4- obteve bom desenvolvimento. A5- pequenas intermediações para observações significativas. A6- não participou. A7- não participou.
XVI- Jogo da Velha (com botões). Jogo Resta Um (com botões).
A1- aceitou vitórias e derrotas. A2- alcançou muitas vitórias com intervenção para reconhecimento dos valores e incentivo às boas atitudes. A3- participou com certa dificuldade, mas persistente. A4-
intervenção para boa concentração. A5- considerável avanço, após intervenção para maior concentração. A6- participou com intervenção dos próprios colegas para uma concentração adequada. A7- obteve melhor desenvolvimento, concentração e capacidade para esperar a vez do outro.
XVII- Jogo do Banco Imobiliário.
A1- contínua atenção e interação nas diversas ações e operações. A2- participou com grande esperteza, fiscalizando continuamente os colegas. A3- participação ótima com auxílio nos registros abstratos dos cálculos. A4- administrou com liderança o jogo, oferecendo opções e contribuições. A5- mesmo com atraso, participou nas sugestões e verificações das ações. A6- não participou. A7- não participou.
XVIII- Jogo de Pega-Varetas Coloridos (desenvolvimento motor, interpretação, firmeza, concentração, cálculos). Jogo com Palitos de Fósforos (raciocínio
com cálculos, segurança, compreensão, respeito).
A1- participou com sugestões. A2- houve avanços, após intervenção para continuidade até o final de cada partida (com diálogos e colaboração). A3- observou e prestou auxílio. A4- retomava os cálculos com calma recebendo cooperação de um e outro. A5- houve auxílio para concentração nas ações, cálculos com valores por cores. Liderou o jogo com palitos de fósforos. A6- observou as jogadas. A7- Liderou no manuseio cuidadoso , nos cálculos e contagem dos pontos. Administrou as etapas do jogo e conferência dos cálculos e dos palitos.
XIX- Jogo de Blocos Lógicos.
A1- realizou agrupamentos por cores e denominações das figuras com auxílio de interações. A2- observou os agrupamentos. A3- obteve rápida colaboração dos colegas em um momento e outro. A4- participou com auxílio e sugestões. A5- participação interessante, dinâmica. A6- realizou observações. A7- participou com sugestões.
XX- Jogo Xadrez (respeito, atenção, concentração).
A1- prestou auxílio. A2- participou com opiniões. A3- contribuiu com os colegas. A4- disponibilizou auxílio aos colegas para melhor concentração. A5- intermediação para concentração necessária alcançando destaque. A6- observou uma etapa do jogo. A7- apresentou dificuldades, mas com dedicação alcançou avanços.
Fonte: Do autor.
Observamos que nos jogos da velha e do resta um (com botões) os alunos
mostraram-se perseverantes apresentando várias tentativas e no jogo de xadrez,
não foi diferente. Também apresentaram sugestões de jogadas e cooperaram um
com o outro. Na construção do tangram e criações de figuras, e a montagem de
quebra-cabeças envolvendo cenas interessantes (07até 58 peças), alguns foram
rápidos e outros recebiam sugestões, conforme o avanço em seqüência
apresentado. No jogo de pega-varetas apresentaram coordenação motora firme para
recolhê-los sem mexer, no intuito da contagem para a pontuação referente aos
valores numéricos por cores recolhidos. Também, se divertiram no jogo com palitos
de fósforos (jogadas com quantidades de palitos em análise a cada partida, e
citadas por cada jogador, lançando uma das mãos fechadas acima da mesa com
regras propostas). No jogo do Banco Imobiliário, houve grande envolvimento com
ações matemáticas de compras, vendas, empréstimos, observou-se também grande
cooperação entre eles.
Na atividade referente a um painel para montagens, observamos bom
desenvolvimento individual, por meio da construção livre do cenário com peças
representativas do ambiente terrestre, aquático e diversos recursos humanos, tendo
como objetivo a expressão oral, produção escrita e leitura com interpretação.
Os diagramas para interpretação e escrita numérica (como descobertas de
palavras com seus respectivos significados), ordem, sucessor e antecessor,
identificação, classificação numérica e construção de situações problemas com
participação coletiva e interessante colaboração nas resoluções, de um ao outro,
tanto nas propostas, cálculos e registros eles apresentaram dificuldades e houve a
necessidade de repetir essas atividades. Os alunos obtiveram bom desempenho nos
traçados por meio de emaranhados e/ou labirintos ao encontro do objetivo
interpretado. Nas dobraduras envolvendo valores fracionários e jogo de círculo com
frações, se divertiram aprendendo e ensinando quando apresentavam dificuldades.
Ao realizarem as atividades com medidas de comprimento, cálculos de perímetros e
os sudokus com análise matemática, promoveram espontaneamente, a colaboração
na sala, pois que cada aluno realizava atividades diferentes. No jogo das diferenças
desenvolveram a atenção nas descobertas e registros. Expuseram em detalhes as
ampliações de desenhos do cotidiano (noção de espaço e proporção). E, no jogo
com blocos lógicos para a identificação por cores e formas, a participação se
estendeu coletivamente. Em uma atividade de procura de objetos perdidos numa
cena em confusão, em uma cena que representava uma Olimpíada, interagiram com
a atenção e observação para registros com coerência.
O propósito de manter os participantes em ação e no lúdico para a superação
das dificuldades apresentadas explorando o mundo numérico, a leitura, a
interpretação e a escrita na sala de recursos, foi gratificante, pois verificamos que as
atividades foram desenvolvidas de modo colaborativo e produtivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio dessa experiência na sala de recursos constatamos que o trabalho
que nela se desenvolve pode contribuir muito para favorecer a superação das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, assim como pode motivá-los para a
realização das atividades acadêmicas, visto que de acordo com Alves (2006, p.15):
Nesse sentido, o atendimento educacional especializado não pode ser confundido com atividades de mera repetição de conteúdos Programáticos desenvolvidos na sala de aula, mas deve constituir um conjunto de procedimentos específicos mediadores do processo de apropriação e produção de conhecimentos.
A implementação das atividades propostas permitiram identificar o quanto o
desempenho e do desenvolvimento de cada aluno foi ocorrendo durante o período
de realização das atividades, destacamos especialmente a concentração que
apresentavam durante as atividades propostas. Consideramos que as atividades
despertaram motivação e interesse especialmente pelo fato de serem variadas e
apresentarem características lúdicas, especialmente as atividades de jogos.
Quanto às análises ao decorrer das aulas, notou-se que, em geral, houve
grande preferência por jogos rápidos, contudo, foi possível o equilíbrio dos mesmos,
alternando com muitas outras atividades de leitura, escrita, cálculos e interpretações,
favorecendo diálogos que possibilitaram a ocorrência de maiores avanços,
especialmente no que se refere à cooperação e boa socialização.
Por fim consideramos que é com o enfrentamento dos desafios com
dedicação e compromisso que conseguiremos melhorar a qualidade da educação
oferecida aos alunos com NEE, especialmente com enriquecimento do contexto
educacional buscando favorecer o processo de ensino e aprendizagem, tanto do
educador quanto do educando, por meio da participação e cooperação entre todos
os elementos que compõe o ambiente educacional.
REFERÊNCIAS
ALVES, Denise de Oliveira. Sala de Recursos Multifuncionais: espaços para
atendimento educacional especializado. Ministério da Educação. Secretaria de
Educação Especial. Brasília. 2006.
BRASIL.Decreto-lei Nº 3.298/99 de 20 de Dezembro de 1999, Regulamenta a Lei
no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e
dá outras providências.... Artigo 25.
GÓMEZ, ANA Maria S., Téran, Nora Espinosa. Dificuldades de Aprendizagem:
detecção e estratégias de ajuda. Equipe Cultural (Trad.). Brasil; Cultural, S. A., 2009.
Disponível em: < www.psicopedagogia.com.br>. Acesso em 31 out. 2013.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6. ed. São Paulo:
Ática, 2000.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação INSTRUÇÃO Nº 016/2011. Estabelece
critérios para o atendimento educacional especializado em SALA DE RECURSOS
MULTIFUNCIONAL TIPO I, na Educação Básica – área da Deficiência Intelectual,
Deficiência Física Neuromotora, Transtornos Globais do Desenvolvimento e
Transtornos Funcionais Específicos. Curitiba, 2011.
SILVA, Adelmo C.; RÊGO, Rogéria G. Matemática e literatura infantil: um estudo
sobre a formação do conceito de multiplicação. In: BRITO, Márcia Regina F. (Org.).
Solução de problemas e a matemática escolar. 2 ed. Campinas: Alínea, 2010.
SPINILLO, Alina Galvão. O Sentido de Número e sua Importância na Educação
Matemática. In: BRITO, Márcia Regina F. (Org.). Solução de problemas e a
matemática escolar. 2. ed. Campinas: Alínea, 2010.
VAYER, Pierre; RONCIN, Charles. Integração da criança deficiente na classe.
Barueri: Manole, 1993.