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Tocqueville: Sobre a liberdade e a igualdade. WEFFORT, Francisco. C. Os Clássicos da politica, 2. - 11.ed. São paulo: Atica, 2006 Como um dos autores clássicos do panteão do pensamento liberal, Tocqueville tenta dar conta em sua extensa obra , assim como em sua constante atuação politica , do equilíbrio, entre os conceitos de igualdade e liberdade em uma sociedade em vias de um processo democrático. Entendendo o processo democrático como um elemento de desenvolvimento inevitável, e universal a todos os povos e sociedades levando necessariamente sempre a igualdade de condições entre os indivíduos O autor a partir de uma analise das sociedades Estadunidense e Francesa envereda em um projeto que em suas palavras quer: “...pintar os tracos gerais das sociedades democráticas das quais não existe ainda nenhum modelo completo”(Tocqueville,A.De la democracie em Amerique. p.430-1) . Em uma sociedade democrática a igualdade de condições é menos econômica e mais cultural e politica sendo seu desenvolvimento como uma especie de catalisador da igualdade entre os indivíduos. compete ao povo porem,através de sua atuação politica a direção deste processo democrático que pode ser tanto tirânico quanto liberal. Tocqueville alerta constantemente com em seus escritos a possibilidade da democracia desandar em um

Tocqueville

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resumo da teoria de Alex de Tocqueville

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Page 1: Tocqueville

Tocqueville: Sobre a liberdade e a igualdade.

WEFFORT, Francisco. C. Os Clássicos da politica, 2. - 11.ed. São paulo: Atica, 2006

Como um dos autores clássicos do panteão do pensamento liberal, Tocqueville tenta

dar conta em sua extensa obra , assim como em sua constante atuação politica , do

equilíbrio, entre os conceitos de igualdade e liberdade em uma sociedade em vias de

um processo democrático. Entendendo o processo democrático como um elemento de

desenvolvimento inevitável, e universal a todos os povos e sociedades levando

necessariamente sempre a igualdade de condições entre os indivíduos O autor a

partir de uma analise das sociedades Estadunidense e Francesa envereda em um

projeto que em suas palavras quer: “...pintar os tracos gerais das sociedades

democráticas das quais não existe ainda nenhum modelo

completo”(Tocqueville,A.De la democracie em Amerique. p.430-1). Em uma

sociedade democrática a igualdade de condições é menos econômica e mais cultural

e politica sendo seu desenvolvimento como uma especie de catalisador da igualdade

entre os indivíduos. compete ao povo porem,através de sua atuação politica a direção

deste processo democrático que pode ser tanto tirânico quanto liberal. Tocqueville

alerta constantemente com em seus escritos a possibilidade da democracia desandar

em um governo despótico e paradoxalmente igualitário. Despotismo este que pode

possuir duas faces portanto, enquanto uma tirania das massas onde as crenças e

valores compartilhados pela maioria da população sufoquem qualquer manifestação

que seja contraria ao que a maioria acredita o que poderia levar a uma exploração

das minorias, e um sufocamento do desenvolvimento das artes,filosofia e as

disciplinas cientificas de pouco prestigio e pouca aplicação pratica na vida econômica

da sociedade. Sua segunda face acomete a sociedade após o advento da igualdade

entre os homens,estes homens não mais tao poderosos como seus ancestrais senhores

feudais nem atingidos ainda pelo fenômeno da proletarização retem parte de um

poder econômico e social e passam a crer e se importar apenas consigo

mesmos,acreditando que não devem nada a ninguém pela posição que alcançaram

Page 2: Tocqueville

gerando a segunda forma que o despotismo democrático pode possuir, o

individualismo..Assim no final deste processo o individualismo acaba por relegar ao

estado a administração dos interesses públicos. O incremento de responsabilidade

estatal leva paulatinamente a uma invasão do estado em todas as esferas o que

compromete finalmente as liberdades fundamentais de cada um. Como único remédio

capaz de dar fim estes males Tocqueville aponta a organização e atuação politica do

povo na vigilância dos assuntos de interesse publico. Uma atuação e vigilância que

deve ser eterna dada a fragilidade da liberdade. “ Para viver livre é necessário

habituar-se a uma existência plena de agitação, de movimento, de perigo , velar sem

cessar e lançar a todo momento um olhar inquieto em torno de si :este é o preço da

liberdade”(Idem. Voyages, p. 91).