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Trabalho de Conclusão de Curso
Prevalência de anomalias dentárias de número em pacientes com fissura labiopalatal
comparativamente a pacientes sem fissura
Priscila Pereira Marini
Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduação em Odontologia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
Priscila Pereira Marini
PREVALÊNCIA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS DE NÚMERO
EM PACIENTES COM FISSURA LABIOPALATAL
COMPARATIVAMENTE A PACIENTES SEM FISSURA
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, como
requisito para a conclusão do Curso de
Graduação em Odontologia.
Orientador: Prof. Dr. Roberto Rocha
Florianópolis
2011
DEDICATÓRIA
À minha mãe, melhor mestre que uma pessoa pode
ter. Foi ela que com muito amor, dedicação e sabedoria ensinou a mim e a minha irmã a viver uma vida digna,
com amor e respeito, por nós mesmos e por aqueles que nos rodeiam. Devo à minha mãe tudo que sou, que
consegui e conseguirei.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus pela vida, por estar sempre no meu
caminho, iluminando e guiando às escolhas certas;
A minha querida mãe, o meu agradecimento. Você é responsável
por este momento tão marcante em minha vida. Por sua dedicação, pelo
amor que me fez mais forte, fazendo entender que sou capaz de ir mais
além. A você que desde o começo acreditou, incentivando-me sempre a
busca de novos conhecimentos, dando-me conselhos, contribuindo para
o meu crescimento na vida acadêmica. Esta vitória também é sua;
À Fernanda, minha irmã, que mesmo já adulta é aquela em quem
enxergo as mesmas raízes que me alimentam. Sua presença comigo
alguns dias e mesmo quando longe, suas palavras, lágrimas e orações,
vieram principalmente quando mais precisei e foram essenciais para
mim;
Ao meu namorado, Rômulo Kaizer Carelli, pelo amor e
compreensão sempre, deixando-me mais tranquila nos momentos mais
difíceis do curso e até mesmo no decorrer do projeto;
Aos meus amigos, que sempre me deram palavras de ânimo e
torceram por mim;
Ao meu orientador, Roberto Rocha, obrigada pela orientação,
pela confiança depositada durante o desenvolvimento deste trabalho,
pela paciência, por suas opiniões e, principalmente, por seus
conhecimentos e incentivos, que foram fundamentais para a
concretização deste projeto;
Aos meus professores, pelo carinho, apoio e ensinamentos que
levarei para toda a vida;
À equipe do Núcleo de Atendimento a Pacientes com
Deformidades Faciais (NAPADF) e da Disciplina de Ortodontia do
Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina pela
autorização e apoio na realização da pesquisa e às funcionárias (Julia e
Renata) pelo carinho com que sempre me receberam.
“É preferível homens que têm fissuras na face aos
que têm fissuras na alma e no coração. As
fissuras na face se corrigem. Há homens que não
possuem fissuras na face, mas sim, na alma e no
coração. Estas são incorrigíveis. Obrigado a
todos os pacientes por esta grande lição de vida”
José Alberto de Souza Freitas (Tio Gastão)
Superintendente do HRAC/USP
RESUMO
As fissuras labiopalatais constituem um dos defeitos congênitos mais
frequentes da região de cabeça e pescoço, com incidência no Brasil de
aproximadamente 1,5 por mil nascidos vivos. Os portadores dessas
malformações necessitam, para uma reabilitação adequada, de uma
equipe multiprofissional, tratamento de longa duração e centros
especializados. Os objetivos do presente estudo retrospectivo foram
verificar a prevalência de anomalias dentárias de número em pacientes
com fissura labiopalatal do Núcleo de Atendimento a Pacientes com
Deformidades Faciais (NAPADF) do Curso de Odontologia da
Universidade Federal da Santa Catarina (UFSC), assim como fazer uma
análise comparativa dessa prevalência com a verificada em pacientes
sem fissura atendidos na Disciplina de Ortodontia do Curso de
Odontologia da UFSC. A amostra deste estudo foi constituída de
radiografias panorâmicas de pacientes na faixa etária de 7 a 14 anos de
idade de ambos os gêneros, atendidos no período de 1996 até 2010. O
estudo compreendeu 271 pacientes. Foram realizadas a interpretação
radiográfica da anomalia dentária de número das panorâmicas
selecionadas e a análise dos prontuários dos pacientes para coleta de
dados. O enquadramento do tipo de fissura foi feito conforme a
classificação de Spina (1972) e as variáveis estudadas foram hiperdontia
e hipodontia. A agenesia dentária foi a anomalia mais prevalente, sendo
os dentes mais frequentemente ausentes os incisivos laterais superiores e
os segundos pré-molares inferiores, respectivamente.
Palavras-chave: fissura labiopalatal, prevalência, anomalias dentárias
ABSTRACT
The cleft lip and palate is one of the most common birth defects of the
head and neck, with an incidence in Brazil of approximately 1.5 per
thousand live births. Patients with these malformations need for a proper
rehabilitation, a multidisciplinary team, long-term treatment and
specialized centers. The objectives of this retrospective study were to
assess the prevalence of dental anomalies of number of patients with
cleft lip and palate at the Center for Care of Patients with Facial
Deformities (NAPADF) the School of Dentistry, Federal University of
Santa Catarina (UFSC), as well as make a comparative analysis of
prevalence with the observed in patients without cleft seen at the
Department of Orthodontics School of Dentistry, UFSC. The study
sample consisted of panoramic radiographs of patients aged 7-14 years
old of both sexes, attended from 1996 to 2010. The study included 271
patients. We performed the radiographic interpretation of dental
anomaly of number of panoramic selected and analysis of patient files
for data collection. The framework of the cleft type classification was
made according to the Spina (1972) and the variables studied were
hiperdontia and hypodontia. The tooth agenesis was the most prevalent
anomaly, the teeth most often missing upper lateral incisors and second
premolars, respectively.
Keywords: cleft lip and palate, prevalence, dental anomalies
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Distribuição (%) dos pacientes com fissura atendidos no
NAPADF entre 1996-2010 por grupo de fissura (I II e III) .................. 45
FIGURA 2 – Distribuição (%) de anomalias dentárias de número de
acordo com o tipo de dentição ............................................................... 48
FIGURA 3 – Distribuição (%) dos subtipos de fissura pré-forame incisivo
de acordo com as anomalias dentárias de número no tipo de dentição . 50
FIGURA 4 – Distribuição (%) das hipodontias mais frequentes conforme
os subtipos da fissura transforame incisivo ........................................... 55
FIGURA 5 – Radiografia panorâmica de paciente com fissura
transforame incisivo esquerda com agenesia na região da fissura, incisivo
lateral superior esquerdo ....................................................................... 56
FIGURA 6 - Radiografia panorâmica de paciente com fissura transforame
incisivo direita. Agenesia na região da fissura: incisivo lateral superior
direito; agenesia fora da região da fissura: segundo pré-molar inferior
esquerdo; supranumerário na região da fissura: pré-canino superior direito
............................................................................................................... 56
FIGURA 7 - Distribuição (%) da hiperdontia do dente 23 conforme os
grupos I, II e III ..................................................................................... 57
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Esquema ilustrativo da classificação de Spina (1972) ... 29
QUADRO 2 – Caracterização de fissuras do tipo pré-forame .............. 31
QUADRO 3 – Caracterização de fissuras do tipo transforame ............. 32
QUADRO 4 – Caracterização de fissuras do tipo pós-forame .............. 33
QUADRO 5 – Caracterização do grupo de fissuras raras da face ......... 34
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Distribuição dos pacientes fissurados do NAPADF e dos
pacientes sem fissura da Disciplina de Ortodontia atendidos entre 1996-
2010 conforme o gênero ........................................................................ 43
TABELA 2 – Distribuição dos pacientes por grupo de fissura atendidos
no NAPADF e na Disciplina de Ortodontia entre 1996-2010 ............... 44
TABELA 3 – Distribuição dos pacientes, atendidos no NAPADF e na
Disciplina de Ortodontia entre 1996-2010, quanto ao tipo de fissura e ao
gênero .................................................................................................... 46
TABELA 4 – Distribuição dos pacientes com fissura dos grupos I, II e III,
quanto ao tipo de fissura e o subgrupo lateralidade e extensão, atendidos
no NAPADF entre 1996-2010 ............................................................... 47
TABELA 5 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo
com o tipo de fissura e o tipo de dentição em pacientes dos grupos I, II,
III do NAPADF e do grupo sem fissura da Disciplina de Ortodontia
atendidos entre 1996-2010 .................................................................... 49
TABELA 6 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo
com os subtipos de fissura transforame incisivo e o tipo de dentição ... 51
TABELA 7 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo
com os subtipos de fissura pós-forame incisivo e o tipo de dentição .... 52
TABELA 8 – Distribuição dos tipos de anomalias dentárias de número
conforme os grupos I, II, III e sem fissura ............................................ 53
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
NAPADF - Núcleo de Atendimento a Pacientes com Deformidades Faciais
UFSC - Universidade Federal da Santa Catarina
IC - Intervalo de Confiança
CEPSH - Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos
N – Número
Pré-FI – Pré-forame Incisivo
TI – Transforame Incisivo
Pós-FI – Pós-forame Incisivo
Incomp – Incompleta
Bi – Bilateral
D – Direita
E – Esquerda
Comp - Completa
Hipo – Hipodontia
Hiper – Hiperdontia
SC – Santa Catarina
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 23
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................ 27
3 OBJETIVOS ..................................................................................... 37
3.1 Objetivo Geral ........................................................................... 37
3.2 Objetivos Específicos ................................................................ 37
4 METODOLOGIA ............................................................................ 39
4.1 Desenho do estudo ..................................................................... 39
4.2 Local do estudo .......................................................................... 39
4.3 Seleção da amostra .................................................................... 39
4.4 Coleta de dados .......................................................................... 39
4.5 Variáveis estudadas ................................................................... 40
4.6 Análise dos dados e avaliação estatística ................................. 40
4.7 Avaliação ética ........................................................................... 41
5 RESULTADOS ................................................................................. 43
6 DISCUSSÃO ..................................................................................... 59
7 CONCLUSÕES ................................................................................ 69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 71
APÊNDICE A – FICHA DE PESQUISA .......................................... 91
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO ................................................................................. 93
ANEXO B – CERTIFICADO DO CEPSH ....................................... 95
23
1 INTRODUÇÃO
Segundo Proffit (2007) e Neville et al (2002), a formação das
fendas labiopalatais é um dos defeitos congênitos mais frequentes. As
fissuras faciais surgem durante o quarto estágio de desenvolvimento,
resultando da falta de fusão dos processos faciais no local. Sua etiologia
é bastante complexa e definitivamente multifatorial, ou seja, pode
envolver tanto fatores genéticos como ambientais em conjunto. As
fissuras labiopalatais ocorrem na maioria das vezes como fenômenos
isolados, porém podem estar associadas a síndromes, em média, em 15
% dos casos (MERRITT, 2005; TOLAROVA, 2005; SPERBER, 2002
apud SÉLLOS, 2007; GORLIN; COHEN; HENNEKAN, 2001 apud
SÉLLOS, 2007).
As fissuras labiopalatais trazem uma série de alterações
anatômicas, comprometem a estética, a dentição e a função (sucção,
deglutição, mastigação, respiração e fala). Igualmente afetam o
psicológico e as relações sociais dos pacientes com fissura labiopalatal.
As profundas transformações que ocorrem nas estruturas bucais
podendo envolver desde a ruptura dos lábios superior e/ou inferior (em
menor frequência), assoalho nasal, rebordo alveolar, palato duro, palato
mole. Na região anterior ao forame incisivo podem ocorrer de forma
unilateral ou bilateral.
São consagradas na literatura várias classificações para as
fissuras. A proposta por Spina em 1972 é simples e didática, tendo como
ponto anatômico de referência o forame incisivo. Dividindo-se em
grupo pré-forame incisivo, grupo transforame incisivo, grupo pós-
forame incisivo e grupo das fissuras raras da face. “Quanto à incidência
dos diferentes tipos de fissura lábio-palatina, dentro da população
fissurada, existe uma clara prevalência das fissuras do tipo transforame
incisivo [...]” (ROCHA; TELLES, 1990).
Nos indivíduos com fissura de lábio e palato, as anomalias
dentárias são frequentes, sendo na maxila a maior incidência. As
anomalias dentárias são alterações de desenvolvimento que podem ser
primárias ou surgirem secundariamente a influências ambientais,
embora possam aparecer na dentição decídua, prevalecem na dentição
permanente, manifestando-se por alterações de tamanho, forma, número,
estrutura. Essas anomalias ocorrem em fases diferentes do
desenvolvimento dental; as anomalias de número se dão durante a
formação inicial dos germes dentais, as de forma durante a
morfodiferenciação e as de posição durante a erupção do dente. De
24
acordo com vários estudos (LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991;
TEREZA; CARRARA; COSTA, 2010; HARRIS; HULLINGS, 1990;
SLAYTON et al., 2003), as anomalias dentárias são mais frequentes nas
pessoas com fissura de lábio e/ou palato e a sua gravidade parece
depender da severidade da fissura.
As alterações de desenvolvimento quanto ao número de dentes
manifestam-se pelo aumento ou diminuição. Sendo anodontia a falta
total do desenvolvimento dentário, hipodontia a falta de um ou mais
dentes, oligodontia a falta de seis ou mais dentes. E a hiperdontia é o
desenvolvimento de um maior número de dentes e os dentes adicionais
são chamados de supranumerários (VIEIRA et al., 2004).
Em relação ao tratamento, vale acrescentar que apesar das
fissuras labiopalatais não possam ser prevenidas, todas as suas
intercorrências podem ser minimizadas, desde que o paciente seja
assistido por profissionais capacitados. Como nos pacientes fissurados
ocorrem alterações morfológicas, funcionais e psicológicas, faz-se
necessário a intervenção de uma equipe multidisciplinar na reabilitação
dos mesmos, visando estabelecer um diagnóstico correto e precoce
sendo fundamental para um tratamento adequado. A atuação do
cirurgião-dentista é muito importante e deve ser bastante intensa,
contando com odontopediatra, ortodontista e cirurgião buco-maxilo-
facial, começando sempre que possível logo após o nascimento e
finaliza ao se obter a normalização da oclusão dentária, de acordo com
as características individuais de cada caso. O ortodontista deve avaliar o
bebê fissurado nos primeiros meses e em conjunto com a cirurgia
plástica planejar uma sequência lógica dos procedimentos terapêuticos.
Esse planejamento, já nos primeiros meses de vida, será determinante na
busca por maximizar os resultados na fase final.
Devido à alta prevalência, as fissuras labiopalatais representam
um problema de saúde pública e necessitam, para uma correta
reabilitação do paciente, um tratamento multidisciplinar de longa
duração e alto custo, em centros de atenção de alta complexidade.
Em Florianópolis, encontra-se o Núcleo de Atendimento a
Pacientes com Deformidades Faciais (NAPADF), criado em 1996,
sediado na Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que oferece
atendimento gratuito a adultos e crianças com deformidades faciais, em
especial, fissuras labiopalatais e é um dos centros de referência de
atendimento ao portador de fissura labiopalatal de Santa Catarina.
Possui uma equipe composta por cirurgiões-dentistas de diversas áreas,
como odontopediatria, ortodontia e cirurgia buco-maxilo-facial, e
25
fornece, também, atendimento psicoterapêutico às famílias dos
pacientes. Apesar de existir um número elevado de pacientes
cadastrados, ainda são em pequeno número as pesquisas e as
publicações em relação às anomalias dentárias associadas a essas
malformações. Portanto se faz necessário, a realização de um estudo que
possa transformar a casuística acumulada pelo NAPADF ao longo dos
anos em dados acessíveis, o que justifica sua relevância clínica e
científica.
Os objetivos deste estudo retrospectivo foram determinar a
prevalência de anomalias dentárias de número, através da avaliação das
radiografias panorâmicas, em pacientes com fissura labiopalatal na faixa
etária de 7 a 14 anos de idade de ambos os gêneros, no período
compreendido entre 1996 até 2010, atendidos pelo NAPADF, assim
como fazer uma análise comparativa dessa prevalência com a verificada
em pacientes sem fissura atendidos na Disciplina de Ortodontia do
Curso de Odontologia da UFSC.
26
27
2 REVISÃO DE LITERATURA
A embriogênese humana é um processo complexo sob controle
genético, porém pode sofrer influência de fatores externos. O primeiro
arco branquial origina dois processos, o mandibular e o maxilar. Ambos
contribuem para a formação da mandíbula e da maxila, respectivamente.
A face humana desenvolve-se entre a quarta e a oitava semana de vida
intrauterina. Ao término da terceira semana, ocorre o dobramento do
embrião trilaminar, no sentido cefalocaudal e dorsoventral, formando
uma depressão chamada estomódio ou cavidade bucal primitiva (DE
FERRARIS; MUÑOZ, 2006).
O palato primário se desenvolve entre a quinta e a sexta semana,
enquanto o secundário entre a sexta e a oitava semana. Em relação à
formação do palato primário, os processos nasais mediais se unem e
surge uma estrutura embrionária importante, o segmento intermaxilar ou
pré-maxila. O segmento intermaxilar; que é constituído por um
componente labial, um maxilar e um palatino, continua em direção
craniana para unir-se ao septo que provém da eminência frontal (DE
FERRARIS; MUÑOZ, 2006). “O palato primário forma a parte pré-
maxilar da maxila, isto é, a parte anterior ao forame incisivo.”
(MOORE; PERSAUD, 1994).
O palato secundário é formado pelo palato duro e mole e se
localiza posteriormente ao forame incisivo. Desenvolve-se a partir de
duas projeções mesenquimais, que se estendem da parte interna dos
processos maxilares. Essas estruturas são denominadas processos
palatinos laterais e projetam-se inferomedialmente em ambos os lados
da língua. Ao longo da sétima e oitava semana, os processos laterais do
palato se alongam e se dirigem para uma posição horizontal superior à
língua, aproximam-se um do outro e se fundem no palato médio, linha
de fusão ou rafe palatina. Esses processos também se fundem com o
septo nasal e a parte posterior do palato primário por volta da décima
segunda semana de vida intrauterina (MOORE; PERSAUD, 1994).
Ao final da sexta semana de vida intrauterina, começa a formação
dos lábios. A porção mediana ou filtrum do lábio superior é originada a
partir dos processos nasais mediais, enquanto suas porções laterais a
partir dos processos maxilares. Na formação do lábio inferior intervêm
apenas os processos mandibulares (DE FERRARIS; MUÑOZ, 2006).
A formação da face é um processo de grande complexidade,
tornando essa região muito susceptível a alterações durante a
morfogênese. As fissuras labiopalatais são defeitos congênitos que
28
ocorrem no primeiro trimestre de gestação, por falha ou desvio na
sequência normal do desenvolvimento dos processos nasais laterais e
medianos com os processos maxilares. “Estas fissuras variam o grau de
complexidade de acordo com a época em que venham a ocorrer
interferências no desenvolvimento embrionário normal da face e
também de acordo com a duração destas interferências durante o
desenvolvimento normal.” (ROCHA; TELLES, 1990).
As fissuras de lábio e/ou palato têm etiologia multifatorial
estando determinadas por fatores genéticos e ambientais que levam a
alterações nasolabiais e orofaciais, produzindo uma variedade de
comprometimentos no organismo dos portadores como alterações
estéticas, dentárias, de sucção, deglutição, mastigação, respiração,
fonação, audição; ocasionando repercussões psicológicas e sociais.
A hereditariedade contribui em 25% a 30% na etiologia das
fissuras labiopalatais (SPINA, 1979; VEAU, 1931 apud ROCHA;
TELLES, 1990). Além dos fatores genéticos, há diversos fatores
ambientais, como radiação, drogas, álcool, cigarro, infecções virais ou
bacterianas, anticonvulsivantes, agrotóxicos, algumas carências
nutricionais protéicas ou vitamínicas, tais como vitamina B e o ácido
fólico. Nos últimos anos, alguns autores têm sugerido a necessidade de
suplementação de vitamina B e ácido fólico durante a gestação. Foi
sugerido que os fatores ambientais poderiam alterar a capacidade de
migração e diferenciação das células derivadas da crista neural influindo
no fechamento do lábio e palato (COBOURNE, 2004; SLAYTON,
2003; BUFALINO, 2010).
Na maioria das vezes, as fissuras labiopalatais ocorrem como
fenômenos isolados, mas podem estar associadas a síndromes, sendo
aproximadamente 15% dos casos (MERRITT, 2005; TOLAROVA,
2005; SPERBER, 2002 apud SÉLLOS, 2007). A literatura relata cerca
de 300 síndromes associadas à fissura labiopalatal. Nesses casos é mais
comum haver fissuras de lábio e palato concomitantemente do que
fissuras labiais ou palatinas, sendo mais comuns as bilaterais do que as
unilaterais (GORLIN; COHEN; HENNEKAN, 2001 apud SÉLLOS,
2007).
Segundo Proffit (2007) e Neville et al. (2002), a fissura
labiopalatal é uma das anomalias congênitas mais frequentes. A
frequência dessa anomalia varia de acordo com a amostra estudada,
sendo que no Brasil é de aproximadamente 1,5 por mil nascidos vivos
(NAGEM FILHO; MORAIS; ROCHA, 1968 apud LOFFREDO;
SOUZA FREITAS; GRIGOLLI, 2001).
29
Muitos foram os tipos de classificação de fissuras propostos ao
longo dos anos, atualmente, a mais recente e didática é a formulada por
Spina em 1972, que propôs uma classificação em quatro categorias,
tomando como referência anatômica o forame palatino anterior (forame
incisivo), limite entre o palato primário e o secundário. Assim, as
fissuras são classificadas em: grupo pré-forame incisivo, grupo
transforame incisivo, grupo pós-forame incisivo e grupo das fissuras
raras da face.
QUADRO 1 - Esquema ilustrativo da classificação de Spina (1972) Fonte: Silva Filho; Souza Freitas; Okada, 2000.
30
As fissuras pré-forame incisivo envolvem uma falha na fusão
entre a pré-maxila (segmento intermaxilar) e os processos palatinos.
Podem ocorrer apenas em um dos lados da face, esquerdo ou direito,
denominadas unilaterais ou em ambos os lados, bilaterais. Quando o
rompimento alcança o forame incisivo são chamadas de fissuras pré-
forame incisivo completas e incompletas quando a extensão da fissura
varia na parte anterior ao forame incisivo, mas sem alcançá-lo.
Clinicamente este tipo de fissura vai desde uma manifestação branda,
apenas uma fibrose cicatricial no lábio, até o rompimento completo do
lábio superior, rebordo alveolar e assoalho nasal.
Existe ainda uma forma menos frequente de fissura pré-forame
incisivo, que é situada na linha média, classificada como mediana.
Embriologicamente esta fissura envolve uma falha parcial na fusão dos
processos nasais medianos entre si.
Alterações dentárias, geralmente, estão presentes,
traduzidas na agenesia do incisivo lateral do lado
fissurado. Pode ainda ocorrer de um incisivo
lateral conóide acompanhado da presença de um
supranumerário, também conóide, situado
mesialmente ao canino, este dente é então
denominado de pré-canino. Outra possibilidade é
a presença do pré-canino associada à agenesia do
incisivo lateral. (ROCHA; TELLES, 1990)
31
QUADRO 2 – Caracterização de fissuras do tipo pré-forame Legenda: A: Fissura pré-forame incisivo unilateral esquerda incompleta; B:
Diagrama esquemático da fissura pré-forame incisivo unilateral esquerda
incompleta; C: Fissura pré-forame incisivo bilateral incompleta; D: Diagrama
esquemático da fissura pré-forame incisivo bilateral incompleta; E: Fissura
pré-forame incisivo unilateral direita completa; F: Diagrama esquemático da
fissura pré-forame incisivo unilateral direita completa.
Fonte: Silva Filho; Souza Freitas; Okada, 2000; Abdo; Machado, 2005.
As fissuras transforame incisivo são resultantes da falta de fusão
dos processos palatinos entre si e desses com o segmento intermaxilar.
Podem apresentar-se unilateralmente ou bilateralmente e este tipo de
32
fissura envolve assoalho nasal, rebordo alveolar, palato duro e palato
mole, incluindo a úvula, sendo o grupo com maior envolvimento
anatômico acarretando grande comprometimento funcional, estético e
psicológico. A total comunicação entre as cavidades oral e nasal traz
problemas na mastigação e deglutição dos alimentos e acomete a
fonação. “Os incisivos laterais tendem a se apresentar ausentes ou
quando presentes, geralmente, são malformados. Aqui também se pode
dar a formação do dente pré-canino, situado imediatamente à fissura,
mesial ao canino.” (ROCHA; TELLES, 1990).
QUADRO 3 – Caracterização de fissuras do tipo transforame Legenda: A: Fissura transforame incisivo bilateral; B: Diagrama esquemático
da fissura transforame incisivo bilateral.
Fonte: Silva Filho, Souza Freitas; Okada, 2000; Abdo; Machado, 2005.
As fissuras pós-forame incisivo envolvem uma falta de
fusão dos processos palatinos entre si. Podem envolver apenas úvula,
rompimento total do palato mole ou parte do palato duro até o forame
incisivo, sem se estender anteriormente ao mesmo. Assim, elas podem
ser completas ou incompletas. Entre os três grupos, as fissuras pós-
forame incisivo são as que apresentam a menor amplitude de sequelas,
sendo o maior comprometimento o funcional, a fonação. Neste grupo de
fissuras pode-se também mencionar as fissuras submucosas e
submucosas ocultas, as quais ocorrem por falta de fusão entre as
estruturas ósseas e musculares da região palatina, havendo, entretanto a
fusão do plano mucoso, conferindo a palato secundário uma falsa ideia
de normalidade, apresentando uma translucidez no palato duro
(MERRITT, 2005; TOLAROVA, 2005).
33
QUADRO 4 – Caracterização de fissuras do tipo pós-forame Legenda: A: Fissura pós-forame incisivo incompleta; B: Diagrama
esquemático da fissura pós-forame incisivo incompleta; C: Fissura pós-forame
incisivo completa; D: Diagrama esquemático da fissura pós-forame incisivo
completa.
Fonte: Silva Filho, Souza Freitas; Okada, 2000; Abdo; Machado, 2005.
O grupo de fissuras raras da face engloba fissuras do tipo
transversa, oblíqua, do lábio inferior, no nariz e outras.
34
QUADRO 5 – Caracterização do grupo de fissuras raras da face Legenda: A: Fissura oblíqua; B: Fissura horizontal (macrostomia bilateral); C:
Fissura oblíqua.
Fonte: Aiello, Silva Filho; Freitas, 2000.
De acordo com vários estudos (LOPES; MATTOS; ANDRÉ,
1991; TEREZA; CARRARA; COSTA, 2010; HARRIS; HULLINGS,
1990; SLAYTON et al., 2003), a ocorrência de anomalias dentárias tais
como agenesias, malformações e dentes supranumerários em fissurados
é mais frequente do que em não fissurados. As alterações dentárias são
observadas tanto na dentição decídua quanto na permanente, ocorrem na
maxila e na mandíbula, porém sendo mais frequentes na maxila e no
lado da fissura.
As anomalias dentárias podem apresentar-se com variação de
número, forma, tamanho e estrutura. Essas anomalias ocorrem em fases
diferentes do desenvolvimento dental; as anomalias de número se dão
durante a formação inicial dos germes dentais, as de forma durante a
morfodiferenciação e as de posição durante a erupção do dente. Essas
alterações em pacientes fissurados elevam a ocorrência de maloclusão,
35
sendo frequentes as mordidas cruzadas anteriores e posteriores
unilaterais e bilaterais afetando a fala e causando problemas estéticos
(SLAYTON et al., 2003; RIBEIRO et al., 2003; SHAPIRA; LUBIT;
KUFTINEC, 2000; LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991). A variação no
número de dentes está relacionada com ausência de germes dentários,
agenesia dentária, ou aumento no número de dentes, hiperdontia
(SAYTON et al., 2003).
A agenesia dentária é uma das mais frequentes anomalias
dentárias (HARRIS; HULLINGS, 1990; SLAYTON et al., 2003),
envolvendo ambas as dentições, porém com predominância na dentição
permanente (OLIVEIRA et al., 2001). Quando envolve um ou mais
dentes, denomina-se hipodontia, quando ultrapassa o número de seis,
oligodontia, quando estão ausentes todos os dentes caracteriza-se como
anodontia, sendo uma condição rara (VIEIRA et al., 2004). Os dentes
mais afetados por agenesia na região da fissura são os incisivos laterais
(TEREZA, CARRARA; COSTA, 2010). Quando ocorre fora da região
da fissura, os mais acometidos são os segundos pré-molares (HARRIS;
HULLINGS, 1990; OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO, 1996;
SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC, 1999; TEREZA; CARRARA;
COSTA, 2010). “A prevalência de agenesia dentária do incisivo lateral
na região de fissura é 45,5%.” (BOHN, 1963 apud VICCI, 2006).
As hiperdontias mais frequentemente observadas são
microdentes, incisivos laterais superiores seguidos dos primeiros e
segundos pré-molares inferiores. A presença de dentes extranumerários
não é tão comum quanto à ausência congênita de dentes, mas ocorrem,
na sua grande maioria, posterior à fissura (7,4 % dos casos de fissura
bilateral) e quanto à localização, na fissura bilateral de lábio e palato, é
igual para ambos os lados (FISHMANN, 1970 apud FIGUEIREDO,
2008).
Devido à grande variedade de alterações que ocorrem nos
pacientes fissurados, o tratamento deve ter uma abordagem
multidisciplinar; incluindo pediatra, cirurgião buco-maxilo-facial,
odontopediatra, ortodontista, cirurgião plástico, fonoaudiólogo,
psicólogo, entre outros; visando à reabilitação do paciente
(TOLAROVA, 2005; PETERSON et al., 2000). O tratamento do
paciente com fissura labiopalatal inicia-se na infância, segue pela
adolescência e início da vida adulta, são tratamentos longos, complexos
e multidisciplinares, tendo como tripé fonoaudiologia, cirurgia plástica e
odontologia (CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO, 1992).
Há muitos estudos que abordam sobre a época adequada para
reparação cirúrgica (AIELLO; SILVA FILHO; SOUZA FREITAS,
36
2000; RIBEIRO; LEAL; DE THUIN, 2007), indicando, primeiramente,
avaliar se existe ou não interferência do procedimento cirúrgico no
desenvolvimento facial do paciente para decidir o momento adequado
para a realização da correção cirúrgica.
A correção cirúrgica, muitas vezes, envolve
múltiplos procedimentos primários e secundários
durante a infância. Os tipos específicos de
procedimentos cirúrgicos e a época em que são
realizados variam dependendo da gravidade do
defeito e da filosofia seguida pela equipe de
tratamento. O fechamento primário do lábio é
habitualmente feito durante os primeiros meses de
vida, seguido, após alguns anos, pela correção do
palato. (NEVILLE et al., 2002)
Sabe-se que as cirurgias realizadas para fechamento de lábio e
palato interferem no crescimento facial e do arco dentário superior,
resultando em faces retrognáticas e maxilas atrésicas (SILVA FILHO;
ALMEIDA, 1992). Além disso, alterações dentárias como erupção
ectópica, ausência de dentes ou a presença de supranumerários na região
da fissura levam a um relacionamento maxilo-mandibular desfavorável
podendo causar diversas maloclusões. Por isso, a presença de uma
equipe odontológica, em especial do ortodontista, no tratamento dos
pacientes fissurados é de suma importância para controle e tratamento
durante o crescimento da face e dos arcos dentários.
O ortodontista deve avaliar o bebê fissurado nos primeiros meses
e em conjunto com a cirurgia plástica planejar uma sequência lógica dos
procedimentos terapêuticos. É necessário uma avaliação cuidadosa,
quando se refere ao diagnóstico, planejamento e plano de tratamento a
ser executado, para evitar a realização de procedimentos irreversíveis ou
de alto custo.
De uma forma geral as condutas ortodônticas no
paciente portador de fissura lábio-palatal
objetivam minimizar e resolver os maus
posicionamentos localizados próximos à região da
fissura ao mesmo tempo em que se proporciona
uma melhora na conformação e relacionamento
dos arcos superior e inferior. (ROCHA; TELLES,
1990)
37
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
- Verificar a prevalência de anomalias dentárias de número em um
grupo de pacientes com fissura labiopalatal comparativamente a
pacientes sem fissura.
3.2 Objetivos Específicos
- Analisar radiograficamente as anomalias dentárias de número em
pacientes com fissura lábio e/ou palato;
- Detalhar o tipo de anomalia dentária de número e a localização;
- Investigar a prevalência de anomalias dentárias de número entre os
diferentes tipos de fissura labiopalatais.
38
39
4 METODOLOGIA
4.1 Desenho do estudo
Estudo descritivo transversal retrospectivo de uma amostra de
pacientes com fissura labiopalatal e de pacientes sem fissura.
4.2 Local do estudo
O presente estudo teve como base a Disciplina de Ortodontia do
Curso de Odontologia da UFSC, foram analisadas radiografias
panorâmicas de pacientes com fissura labiopalatal assistidos pelo
Núcleo de Atendimento a Pacientes com Deformidades Faciais
(NAPADF), que é instalado na especialidade de Ortodontia, e de
pacientes não fissurados.
4.3 Seleção da amostra
A amostra deste estudo foi constituída da primeira radiografia
panorâmica de pacientes na faixa etária de 7 a 14 anos de idade de
ambos os gêneros, atendidos no período de 1996 até 2010. Foram
excluídos os pacientes sindrômicos. O estudo compreendeu 271
pacientes.
4.4 Coleta de dados
A interpretação das radiografias selecionadas foi realizada no
próprio setor da Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UFSC, com auxílio de um negatoscópio de luz fria e de uma lente de
aumento para a análise de detalhes. Para cada radiografia foi realizado
um laudo com anotações, em uma ficha elaborada (Apêndice A) para a
pesquisa, de todas as anomalias dentárias de número presentes.
40
Também foram analisados os prontuários dos pacientes para
coleta de outros dados, anotados na mesma ficha elaborada para a
pesquisa; onde consta o nome, o registro geral do paciente na ortodontia,
a data de nascimento, a idade no início do tratamento, o gênero, a data
da realização do exame radiográfico e o tipo de fissura. A coleta dos
dados e a interpretação radiográfica da anomalia dentária de número
foram realizadas pela própria pesquisadora.
4.5 Variáveis estudadas
As variáveis estudadas foram o tipo de fissura e anomalias
dentárias de número, hiperdontia e hipodontia. As anomalias dentárias
de número foram analisadas nas dentições decídua e permanente, porém
quando encontradas em ambas dentições só foram categorizadas no item
de ambas dentições. As fissuras foram classificadas segundo Spina
(1972), com base na referência anatômica do forame incisivo, do
seguinte modo: Grupo I - Fissuras pré-forame incisivo; Grupo II -
Fissuras transforame incisivo; Grupo III - Fissuras pós-forame incisivo;
Grupo IV - Fissuras raras da face. Essa classificação ainda é acrescida
da extensão; completa e incompleta e da localização direita, esquerda ou
bilateral. Os pacientes não fissurados foram chamados de Grupo sem
fissura.
Foi considerado hipodontia quando o dente decíduo e/ou o
permanente (exceto terceiros molares) estavam ausentes
radiograficamente, sendo excluídos do estudo os casos onde houve
indicação de extração dentária conforme observado no prontuário. Foi
considerado hiperdontia quando na radiografia foi observado um
número de dentes maior que o normal.
4.6 Análise dos dados e avaliação estatística
Os dados foram registrados e analisados através de um software
estatístico e organizados em tabelas e gráficos. Foi realizada uma análise
descritiva dos dados e a avaliação de associações das variáveis
quantitativas através do teste do qui-quadrado e de estimativa de
41
proporções, para um nível de significância de 5% e um intervalo de
confiança (IC) de 95%.
4.7 Avaliação ética
Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos (CEPSH) da Universidade Federal de
Santa Catarina conforme parecer número 847/2010 em julho de 2010. O
responsável por cada participante, antes do início da pesquisa, foi
convidado a assinar a permissão para participação da criança no estudo
sendo garantida a liberdade de escolha conforme as explicações que
constam no termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo A), o
qual foi assinado pelos responsáveis após terem concordado.
42
43
5 RESULTADOS
Foram encontrados 271 pacientes na faixa etária de 7 a 14 anos
de idade atendidos no período de 1996 até 2010 pelo NAPADF e pela
Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UFSC. Desse
número, 32,8% (89 pacientes) são pacientes do NAPADF sendo
fissurados e 67,2 % (182 pacientes) da Disciplina de Ortodontia do
Curso de Odontologia da UFSC que são sem fissura. Dos 32,8 %, 18,4%
eram do gênero masculino e 14,4% do feminino. Dos 67,2%, 36,9%
eram do gênero feminino e 30,3% do masculino.
TABELA 1 – Distribuição dos pacientes fissurados do NAPADF e
dos pacientes sem fissura da Disciplina de Ortodontia atendidos entre
1996-2010 conforme o gênero
Pacientes Gênero
Masculino Feminino Total
N % N % N %
Fissurados 50 18,4 39 14,4 89 32,8
Sem fissura 82 30,3 100 36,9 182 67,2
Total 132 48,7 139 51,3 271 100,0
Todos os fissurados tiveram o diagnóstico da fissura baseado na
classificação de Spina (1972), possibilitando a obtenção da frequência
dos diferentes tipos de fissura, bem com a extensão e localização da
malformação quanto à unilateralidade ou bilateralidade. Ocorreu uma
prevalência da fissura transforame incisivo com 22,1%, quando se
analisou entre todos os pacientes (fissurados e não fissurados) (Tabela
2). Porém, quando se analisou só entre pacientes com fissura, ocorreu
um aumento da frequência da transforame incisivo para 67,4% (Figura
1).
44
TABELA 2 – Distribuição dos pacientes por grupo de fissura
atendidos no NAPADF e na Disciplina de Ortodontia entre 1996-
2010
Tipo de fissura N % IC 95%
Grupo I - Pré-forame incisivo 17 6,3 4,0-9,8
Grupo II - Transforame incisivo 60 22,1 17,3-27,1
Grupo III - Pós-forame incisivo 12 4,4 2,6-7,6
Grupo IV - Fissuras raras da face 0 0,0
Grupo sem fissura 182 67,2 61,7-72,8
Total 271 100,0
45
FIGURA 1 – Distribuição (%) dos pacientes com fissura atendidos
no NAPADF entre 1996-2010 por grupo de fissura (I II e III)
A Tabela 3 apresenta a distribuição dos pacientes fissurados e não
fissurados quanto ao gênero, observando um predomínio de pacientes do
gênero masculino fissurado e do gênero feminino sem fissura, porém
estatisticamente não significativo (p=0,477).
19,1%
67,4%
13,5%
Tipo de fissura
Grupo I - Pré-forame incisivo
Grupo II - Transforame incisivo
Grupo III - Pós-forame incisivo
46
TABELA 3 – Distribuição dos pacientes, atendidos no NAPADF e
na Disciplina de Ortodontia entre 1996-2010, quanto ao tipo de
fissura e ao gênero
Tipo de fissura Gênero
Masculino Feminino Total
N % N % N %
Grupo I-Pré-forame
incisivo
7 2,6 10 3,7 17 6,3
Grupo II-Transforame
incisivo
38 14,0 22 8,1 60 22,1
Grupo III-Pós-forame
incisivo
5 1,8 7 2,6 12 4,4
Grupo sem fissura 82 30,3 100 36,9 182 67,2
Total 132 48,7 139 51,3 271 100,0
p=0,477
Com a classificação de Spina (1972) foi possível detalhar a
extensão (completa ou incompleta) e a localização da fissura quanto à
unilateralidade ou bilateralidade assim pode-se identificar a frequência
da fissura transforame incisivo esquerda (33,7%), seguida da fissura
transforame incisivo direita (20,2%), transforame incisivo bilateral
(13,5%), pós-forame incisivo completa (7,9%), pré-forame incisivo
completa esquerda (5,6%), pré-forame incisivo incompleta esquerda
(5,7%), pós-forame incisivo incompleta (5,6%), pré-forame incisivo
completa direita (4,5%) e pré-forame incisivo incompleta direita (3,4%),
conforme demonstrado na Tabela 4. Segundo os resultados, ocorreu uma
maior frequência das fissuras unilaterais (73,0%) sobre as bilaterais
(13,5%) e, dentre elas, predominaram o comprometimento do lado
esquerdo (44,9%). Houve também uma maior frequência das fissuras
completas (18,0%) sobre as incompletas (14,6%). Não foram
encontradas fissuras raras da face.
47
TABELA 4 – Distribuição dos pacientes com fissura dos grupos I,
II e III, quanto ao tipo de fissura e o subgrupo lateralidade e
extensão, atendidos no NAPADF entre 1996-2010
N % IC 95%
Grupo I - Pré-forame
incisivo
Completa esquerda 5 5,6 3,2-9,3
Completa direita 4 4,5 2,7-7,7
Completa bilateral 0 0,0
Incompleta esquerda 5 5,6 3,2-9,3
Incompleta direita 3 3,4 1,6-6,6
Incompleta bilateral 0 0,0
Grupo II - Transforame
incisivo
Esquerda 30 33,7 22,3-45,1
Direita 18 20,2 12,0-32,3
Bilateral 12 13,5 10,6-17,9
Grupo III - Pós-forame
incisivo
Completa 7 7,9 5,6-10,7
Incompleta 5 5,6 3,2-9,3
Total 89 100,0
Foram encontrados 86 (31,7%) pacientes do NAPADF e da
Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UFSC com
anomalias dentárias de número (Figura 2), sendo 17,7% do gênero
masculino e 14,0% do feminino, porém estatisticamente não
significativo (p=0,98). Foi observado que 0,7% dos pacientes possuem
anomalias dentárias de número na dentição decídua, 29,2% na dentição
48
permanente, 1,8% em ambas as dentições e 68,3% não possuem
anomalias dentárias de número. Dos 31,7% dos pacientes com
anomalias dentárias de número, 7,8% são em pacientes não fissurados e
23,9% em pacientes com fissura. O tipo de fissura, em que mais
ocorreram anomalias dentárias de número, foi a transforame incisivo,
sendo mais frequente na dentição permanente. Houve uma diferença
estatisticamente significativa (p=0,04) de anomalias dentárias de
número conforme o tipo de fissura e o tipo de paciente, fissurados ou
não fissurados (Tabela 5).
FIGURA 2 – Distribuição (%) de anomalias dentárias de número
de acordo com o tipo de dentição
0,7%
29,2%
1,8% 68,3%
Anomalias dentárias de
número
Dentição decídua
Dentição permanente
Ambas dentições
Nenhuma
49
TABELA 5 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo
com o tipo de fissura e o tipo de dentição em pacientes dos grupos I, II,
III do NAPADF e do grupo sem fissura da Disciplina de Ortodontia
atendidos entre 1996-2010
Anomalias dentárias de número
Tipo de
dentição
Tipo de fissura
Grupo I
Pré-FI
Grupo II
TI
Grupo
III
Pós-FI
Grupo
sem
fissura
Total
N % N % N % N % N %
Decídua 0 0,0 1 0,4 0 0,0 1 0,4 2 0,7
Permanente 13 4,8 42 15,5 4 1,5 20 7,4 79 29,2
Ambas
dentições
1 0,4 4 1,5 0 0,0 0 0,0 5 1,8
Nenhuma 3 1,1 13 4,8 8 3,0 161 59,4 185 68,3
Total 17 6,3 60 22,1 12 4,4 182 67,2 271 100
p= 0,04
Foi encontrado no grupo I, pré-forame incisivo, 5,2% dos
pacientes com anomalias dentárias de número, sendo 4,8 % na dentição
permanente e 0,4% em ambas as dentições (Tabela 5). No subtipo pré-
forame incisivo completa esquerda ocorreu anomalia dentária de
número apenas na dentição permanente, 29,4% (Figura 3). Na fissura
pré-forame incisivo completa direita foram observados 17,6% de
anomalias dentárias de número na dentição permanente e 5,9% não
possuem esse tipo de anomalia (Figura 3). Já na fissura pré-forame
incisivo incompleta esquerda foram verificados 17,6% na dentição
permanente, 5,9% em ambas as dentições e 5,9% não possuem anomalia
dentária de número (Figura 3). Na fissura pré-forame incisivo
incompleta direita, 11,8% dos pacientes possuem anomalias dentárias de
número na dentição permanente e 5,9% não possuem esse tipo de
anomalia (Figura 3). Não foram encontradas as fissuras pré-forame
incisivo completa bilateral e pré-forame incisivo incompleta bilateral. A
Figura 3 demonstra haver uma diferença estatisticamente significativa
(p<0,001) das anomalias dentárias de número em relação aos subtipos
de fissura pré-forame incisivo.
50
0,0% 10,0% 20,0% 30,0%
Pré-FI comp. E
Pré-FI comp. D
Pré-FI comp. Bi
Pré-FI incomp. E
Pré-FI incomp. D
Pré-FI incom. Bi
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
29,4%
17,6%
0,0%
17,6%
11,8%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
5,9%
0,0%
0,0%
0,0%
5,9%
0,0%
5,9%
5,9%
0,00%
Anomalias dentárias de
número
Nenhuma Ambas dentições
Dentição permanente Dentição decídua
p<0,001 FIGURA 3 – Distribuição (%) dos subtipos de fissura pré-forame
incisivo de acordo com as anomalias dentárias de número no tipo
de dentição
51
A Tabela 6 apresenta a distribuição de pacientes com fissura
transforame incisivo segundo as anomalias dentárias de número de
acordo com o tipo de dentição. Ocorreu uma maior prevalência de
anomalias dentárias de número na fissura transforame incisivo esquerda
com 38,4%, sendo 31,7% na dentição permanente e 6,7% em ambas as
dentições. Seguida da transforame incisivo direita com 21,7% de
anomalias dentárias de número na dentição permanente e da transforame
incisivo bilateral com 1,6% na dentição decídua e 16,6% na dentição
permanente. Houve uma diferença estatisticamente significativa
(p<0,001) das anomalias dentárias de número em relação aos subtipos
de fissura transforame incisivo.
TABELA 6 – Distribuição das anomalias dentárias de número de
acordo com os subtipos de fissura transforame incisivo e o tipo de
dentição
p<0,001
Nos subtipos da fissura pós-forame incisivo só foram encontradas
anomalias dentárias de número na dentição permanente, sendo 16,7% na
fissura pós-forame incisivo completa e 16,7% na fissura pós-forame
incisivo incompleta (Tabela 7), porém estatisticamente não significativa
(p=0, 833).
Anomalias dentárias de número
Tipo de
dentição
Grupo II - Transforame incisivo
Esquerda Direita Bilateral Total
N % N % N % N %
Decídua 0 0,0 0 0,0 1 1,6 1 1,6
Permanente 19 31,7 13 21,7 10 16,6 42 70,0
Ambas
dentições
4 6,7 0 0,0 0 0,0 4 6,7
Nenhuma 7 11,7 5 8,4 1 1,6 13 21,7
Total 30 50,0 18 30,0 12 20,0 60 100,0
52
TABELA 7 – Distribuição das anomalias dentárias de número de
acordo com os subtipos de fissura pós-forame incisivo e o tipo de
dentição
p=0,833
A Tabela 8 apresenta a distribuição dos tipos de anomalias
dentárias de número de acordo com os grupos I, II, III e sem fissura. Na
dentição decídua só ocorreu um caso de hipodontia, no dente 83 em um
paciente sem fissura, mas ocorreram oito casos de hiperdontia, duas
anteriores ao dente 53 (pré-caninos direitos) em pacientes com fissura
transforame incisivo e seis anteriores ao dente 63 (pré-caninos
esquerdos), sendo um caso em paciente com fissura pré-forame incisivo
e cinco em transforame inicisivo. Na dentição permanente a hipodontia
mais frequente foi do dente 22, seguido do dente 12 e do dente 35. A
hiperdontia mais prevalente na dentição permanente foi anterior ao
dente 23 (pré-canino esquerdo), seguido do pré-canino direito (anterior
ao dente 13). Das situações descritas na Tabela 8, a única em que houve
diferença estatisticamente significativa foi hipodontia do dente 22 com
p=0,011.
Anomalias dentárias de número
Tipo de
dentição
Grupo III - Pós-forame incisivo
Completa Incompleta Total
N % N % N %
Decídua 0 0,0 0 0,0 0 0,0
Permanente 2 16,7 2 16,7 4 33,3
Ambas
dentições
0 0,0 0 0,0 0 0,0
Nenhuma 5 41,7 3 25,0 8 66,7
Total 7 58,3 5 41,7 12 100,0
53
TABELA 8 – Distribuição dos tipos de anomalias dentárias de
número conforme os grupos I, II, III e sem fissura
Anomalias
dentárias
de
número
Tipo de fissura
Grupo I
Pré-FI
Grupo II
TI
Grupo
III
Pós-FI
Grupo
sem
fissura
Total
N % N % N % N % N %
Hipo 83 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
Hipo 11 2 2,3 2 2,3 0 0,0 0 0,0 4 4,6
Hipo 12 2 2,3 20 23,3 2 2,3 4 4,6 28 32,5
Hipo 14 1 1,2 4 4,7 0 0,0 1 1,2 6 7,0
Hipo 15 0 0,0 8 9,3 0 0,0 1 1,2 9 10,5
Hipo 16 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
Hipo 22* 7 8,1 28 32,6 2 2,3 3 3,5 40 46,5
Hipo 24 2 2,3 1 1,2 0 0,0 0 0,0 3 3,5
Hipo 25 1 1,2 3 3,5 1 1,2 5 5,8 10 11,6
Hipo 26 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
Hipo 27 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3
Hipo 31 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 4,7 4 4,7
Hipo 32 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3
Hipo 33 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
Hipo 34 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
Hipo 35 2 2,3 10 11,6 2 2,3 5 5,8 19 22,1
54
Hipo 36 0 0,0 1 1,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2
Hipo 41 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 3,5 3 3,5
Hipo 42 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3
Hipo 45 2 2,3 4 4,7 0 0,0 5 5,8 11 12,8
Hiper 53 0 0,0 2 2,3 0 0,0 0 0,0 2 2,3
Hiper 63 1 1,2 5 5,8 0 0,0 0 0,0 6 7,0
Hiper 11 1 1,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2 2 2,3
Hiper 12 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3
Hiper 13 2 2,3 4 4,7 0 0,0 0 0,0 6 7,0
Hiper 16 0 0,0 1 1,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2
Hiper 22 0 0,0 2 2,3 0 0,0 1 1,2 3 3,5
Hiper 23 3 3,5 4 4,7 0 0,0 1 1,2 8 9,3
Hiper 35 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
Hiper 42 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
Hiper 43 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2
p= 0,011
As hipodontias mais prevalentes ocorrem na fissura do tipo
transforame incisivo, sendo o subtipo mais frequente a transforame
incisivo esquerda, seguido da transforame incisivo direita e transforame
incisivo bilateral (Figura 4). Das situações descritas na Figura 4, a
hipodontia do dente 22 foi a única em que houve diferença
estatisticamente significativa com p<0, 001.
55
*p<0,001, restante p>0,05
FIGURA 4 – Distribuição (%) das hipodontias mais frequentes
conforme os subtipos da fissura transforame incisivo
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
Hipodontia 12 Hipodontia
22* Hipodontia 35
2,1%
38,3%
8,5%
23,4%
2,1%
12,8%
14,9% 17,0%
0,0%
Transforame incisivo esquerda
Transforame incisivo direita
Transforame incisivo bilateral
56
FIGURA 5 – Radiografia panorâmica de paciente com fissura
transforame incisivo esquerda com agenesia na região da fissura,
incisivo lateral superior esquerdo
FIGURA 6 - Radiografia panorâmica de paciente com fissura
transforame incisivo direita. Agenesia na região da fissura: incisivo
lateral superior direito; agenesia fora da região da fissura: segundo pré-
molar inferior esquerdo; supranumerário na região da fissura: pré-canino
superior direito
57
A Figura 7 mostra a distribuição da hiperdontia do dente 23
conforme o tipo de fissura. A hiperdontia do dente 23 foi a mais
prevalente entre as anomalias dentárias de aumento no número de
dentes, porém estatisticamente não significativa (p>0,05).
p>0,05
FIGURA 7 - Distribuição (%) da hiperdontia do dente 23 conforme os
grupos I, II e III
0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0%
Grupo III - Pós-FI
Grupo II - TI
Grupo I - Pré-FI
0,0%
4,7%
3,5%
Hiperdontia 23
58
59
6 DISCUSSÃO
O estudo das fissuras labiopalatais é de fundamental importância,
por se tratar de uma anomalia de frequência considerável na população.
Neste estudo, embora a ocorrência de fissura labiopalatal tenha
predominado no gênero masculino, concordando com alguns trabalhos
(CERQUEIRA et al., 2005; GRAZIOSI; BOTTINO; CASTILHO
SALGADO, 1998; FURLANETO; PRETTO, 2000/1; TOLAROVA,
2005), essa diferença não foi significativa, sendo considerado que não
houve diferença entre os gêneros. Esse dimorfismo sexual na
prevalência de fissuras pode ser explicado pela hipótese de Meshin et al.
(1968) e suportada por Burdi e Silvey (1969), que observaram uma
diferença na sequência de desenvolvimento embrionário entre os sexos,
sendo provável que, se um fator teratogênico atuar no organismo em um
determinado estágio da embriogênese, provocará resultados diferentes
em ambos os sexos (CARRARA, 2000).
A distribuição dos tipos de fissura ocorreu da seguinte forma:
67,4% dos pacientes com fissura labiopalatal apresentaram fissura
transforame incisivo, seguida da pré-forame incisivo com 19,1% e da
pós-forame incisivo com 13,5% dos casos. Não foi encontrado nenhum
elemento situado no grupo das fissuras raras da face. Houve predomínio
da fissura transforame incisivo como nos estudos realizados, no Brasil,
por Graziosi; Bottino e Castilho Salgado (1998), Neves; Monteiro e
Giwa-Ng (2002), Dalben (2002) e Martelli Junior et al. (2007),
discordando dos achados de Nunes (2005), Lopes e Caixeta (2006) e
França e Locks (2003), que encontraram predominância da fissura pós-
forame incisivo.
Os resultados encontrados para o grupo de fissura transforame
incisivo concordam com estudos realizados, onde este tipo de fissura
também ocorreu em maior frequência, por Sherkat (2000) com 47,7%,
Sipek et al. (2002) com 49,6%, Mcleod; Urioste e Saeed (2004) com
53,6% e Meng et al. (2006) com 46, 5%.
No que se refere à predominância da fissura pós-forame incisivo
entre os casos, os achados concordam também com os estudos
realizados por Rajabian e Sherkat (2000), Mcleod; Urioste e Saeed
(2004), Elahi et al. (2004) e Fathallah (2007), onde foram encontradas
as frequências de 17,4%; 3,6%; 24,0% e 15,0%, sendo o tipo de fissura
menos prevalente.
Através da classificação de Spina (1972) foi possível detalhar a
extensão (completa ou incompleta) e a localização da fissura quanto à
60
unilateralidade ou bilateralidade, assim pode-se identificar a frequência
da fissura transforame incisivo esquerda (33,7%), seguida da fissura
transforame incisivo direita (20,2%), transforame incisivo bilateral
(13,5%), pós-forame incisivo completa (7,9%), pré-forame incisivo
completa esquerda (5,6%), pré-forame incisivo incompleta esquerda
(5,7%), pós-forame incisivo incompleta (5,6%), pré-forame incisivo
completa direita (4,5%) e pré-forame incisivo incompleta direita (3,4%).
Em relação ao lado da face envolvido, as fissuras do tipo pré-
forame incisivo e transforame incisivo podem ser subclassificadas em
unilateral ou bilateral. Já a fissura pós-forame incisivo não apresenta
essa variação por acometer necessariamente a linha média do palato, ou
seja, a rafe palatina (ROCHA; TELLES, 1990; SILVA FILHO;
ALMEIDA, 1992; CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO, 1992;
SILVA FILHO; SÁNCHEZ, 1996). Assim, os resultados mostraram
uma maior frequência das fissuras unilaterais (73,0%) sobre as bilaterais
(13,5%) e, dentre elas, predominaram o comprometimento do lado
esquerdo (44,9%), concordando com os achados de Nagem Filho;
Morais e Rocha (1968) apud Loffredo; Souza Freitas e Grigolli, Fonseca
e Rezende (1971) apud Silva; Souza Freitas e Okada (2000), Ribeiro e
Moreira (2005), Cerqueira et al. (2005) e Graziosi; Bottino e Castilho
Salgado (1998). Outros autores como Dalben (2002) e Neves; Monteiro
e Giwa-Ng (2002) também relataram uma maior ocorrência de fissuras
unilaterais sem identificar o lado da face.
De acordo com a extensão anatômica, as fissuras pré-forame e
pós-forame podem ser subclassificadas em completa ou incompleta,
tendo como referência o forame incisivo. A fissura transforame incisivo
não apresenta essa variação por se caracterizar pelo rompimento
completo do palato primário e secundário, estendendo clinicamente do
lábio superior até o palato mole e úvula.
Neste estudo, os resultados apontam para uma maior prevalência
das fissuras completas (18,0%) do que das incompletas (14,6%),
concordando com outros estudos realizados. De acordo com Rezende e
Maringoni (1981, 1982), ocorreu uma maior incidência de fissuras
completas nos dois trabalhos publicados. Segundo Souza Freitas et al.
(2004), a fissura completa de lábio e palato foi mais frequente do que
outros tipos de fissuras, compreendendo 37,1% (dos quais 24,9% eram
unilaterais e 12,2% bilaterais). Gardenal (2009) identificou a ocorrência
de uma maior frequência das fissuras completas (60,1%) sobre as
incompletas.
A compreensão da extensão anatômica da fissura é essencial na
elaboração do programa terapêutico e no prognóstico do tratamento, já
61
que, segundo Silva Filho e Sánchez (1996), quanto maior a extensão da
lesão, maiores serão os comprometimentos funcionais e, portanto,
maiores os recursos terapêuticos utilizados ao longo do tratamento para
recuperação total do paciente.
A fissura labiopalatal pode, com frequência, afetar o
desenvolvimento dos dentes decíduos e permanentes, assim como a
própria maxila (CARVALHO; TAVANO, 2008; OLIVEIRA;
CAPELOZZA; CARVALHO, 1996; VANZIN; YAMAZAKI, 2002). É
comprovado que pacientes com fendas labiopalatais fazem parte de um
grupo que, devido às deformidades que apresentam, são mais
susceptíveis a apresentarem: maloclusões, que modificam a forma e o
desenvolvimento normais (MONTANDON; DUARTE; FURTADO,
2001) e anomalias dentárias (alterações de tamanho, forma, posição,
hipodontias, hipoplasias e supranumerários) que acometem tanto a
dentição decídua quanto a permanente (RANTA, 1986).
As maloclusões e as anomalias dentárias favorecem a maior
retenção de resíduos sobre os dentes por mais tempo, criando condições
adicionais para retenção de placa, propiciando o surgimento de lesões
cariosas. Também tornam essas crianças mais sujeitas a alterações
periodontais e dentre estas a mais comum é a gengivite marginal,
ocorrendo com mais frequência nos dentes na área da fenda
(OLIVEIRA et al., 1992).
A avaliação da prevalência de anomalias dentárias de número, na
dentição de indivíduos com fissura labiopalatal e sem fissura, possibilita
o diagnóstico e o tratamento adequados, que são fundamentais para a
reabilitação. Para a detecção de anomalias dentárias, um dos meios
auxiliares mais importantes no diagnóstico da malformação é o exame
radiográfico, o qual definirá o diagnóstico correto.
Várias pesquisas apontam que anomalias dentárias são
significativamente mais prevalentes em pacientes com fissuras
labiopalatais do que na população em geral. Isso ocorre porque genes
para fissuras também estão envolvidos em distúrbios em vários tecidos
do corpo, além de causarem alterações na lâmina dentária (VIEIRA,
2008). Vale destacar ainda que a severidade do tipo de fissura também
influencia diretamente nas alterações que esses indivíduos vão
apresentar, ou seja, quanto maior for a complexidade desta, maior o
comprometimento dos pacientes. O presente estudo está em consonância
com as referidas pesquisas, sendo que dos 31,7% dos pacientes com
anomalias dentárias de número, 23,9% são em pacientes com fissura e
7,8% em pacientes não fissurados (RANALLI; ELLIOTT; ZULLO,
1986; LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991; BJERKLIN; KUROL;
62
PAULIN, 1993; ALMEIDA; GOMIDE, 1996; SHAPIRA; LUBIT;
KUFTINEC, 1999; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC, 2000). Portanto,
essa elevada prevalência sugere a necessidade de uma ampla
investigação na busca e no diagnóstico dessas anomalias (OLIVEIRA;
CAPELOZZA; CARVALHO, 1996).
Neste estudo não houve diferença estatisticamente significativa
entre gêneros para nenhum tipo das anomalias dentárias avaliadas, em
concordância com estudos que sugerem que o controle do
desenvolvimento dentário independe do gênero e que são influenciados
por fatores etiológicos das fissuras (RIBEIRO et al., 2003; RIBEIRO;
MOREIRA, 2005; SLAYTON et al., 2003).
No presente estudo também foram encontradas 0,7% de
anomalias dentárias de número na dentição decídua, 29,2% na dentição
permanente e 1,8% em ambas as dentições. Segundo Vichi e Franchi
(1995), embora essas anomalias dentárias afetem as dentições decídua e
permanente, sua incidência parece ser maior na dentição permanente.
A prevalência de hipodontia e de dentes supranumerários nas
dentições decídua e permanente de pacientes com fissuras labiopalatais
foi estudada por diversos autores (DAMANTE; SOUZA FREITAS;
MORAES, 1973; RANTA, 1986; LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991;
VICHI; FRANCHI, 1995; OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO,
1996; LEKKAS et al., 2000; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC, 1999;
CABETE; GOMIDE; COSTA, 1999; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC,
2000) e, de acordo com Lopes, Mattos e André (1991), são sete vezes
mais frequentes nesses pacientes do que na população em geral, sendo a
hipodontia duas vezes mais frequente do que dentes supranumerários.
Quando se analisou só entre os pacientes fissurados, ocorreu um
aumento da frequência de anomalias dentárias de número nesses
pacientes para 73,0% e quando se analisou só entre pacientes sem
fissura aumentou para 11,5% nesse grupo, então, de acordo com este
estudo, a frequência de anomalias dentárias de número em pacientes
fissurados foi quase sete vezes mais frequente do em pacientes sem
fissura, concordando com o estudo de Lopes, Mattos e André (1991).
No entanto, a hipodontia foi quase cinco vezes mais frequente que
dentes supranumerários neste estudo.
Damante, Souza Freitas e Moraes (1973) relataram maior
prevalência de hipodontia do que de dentes supranumerários na dentição
permanente e, maior número de dentes supranumerários na dentição
decídua, entretanto, Vichi e Franchi (1995) observaram que incisivos
laterais supranumerários são mais frequentemente encontrados na
dentição permanente. Neste estudo, foi encontrada na dentição
63
permanente uma maior prevalência de hipodontia (86,0%) do que de
dentes supranumerários (14,0%), porém o contrário na dentição decídua
com 11,1% de hipodontia e 88,9% de dentes supranumerários, portanto
em consonância com Damante, Souza Freitas e Moraes (1973). Mas,
ocorreram mais dentes supranumerários na dentição permanente do que
na decídua, sendo mais frequente os pré-caninos (incisivos laterais
supranumerários) concordando com Vichi e Franchi (1995). A
incidência de dentes supranumerários parece diminuir e a de hipodontia
aumentar quanto mais complexa é a fissura (DAMANTE; SOUZA
FREITAS; MORAES, 1973; RANTA, 1986; LOPES; MATTOS;
ANDRÉ, 1991).
As anomalias dentárias de número foram mais frequentes na
fissura transforame incisivo, o que é um resultado esperado, já que a
lesão envolve palato primário e secundário, em concordância com
estudos que declaram que as frequências das anomalias dependem da
gravidade das fissuras e ocorrem mais na região das fissuras (RIBEIRO
et al., 2003; SLAYTON et al., 2003; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC,
2000).
No presente estudo, levando em consideração todos os pacientes
analisados (fissurados e não fissurados), a frequência de anomalias
dentárias de número na fissura transforame incisivo é de 17,3%. Mas,
quando se analisou só entre pacientes fissurados, ocorreu um aumento
da frequência da transforame incisivo para 52,8%, seguida da fissura
pré-forame incisivo com 15,7% e da pós-forame incisivo com 4,5%. As
anomalias dentárias de número são menos frequentes na pós-forame
incisivo, pois esse tipo de fissura não envolve dentes e nem rebordo
alveolar. Houve uma diferença estatisticamente significativa (p=0,04) de
anomalias dentárias de número conforme o tipo de fissura e o tipo de
paciente, fissurados ou não fissurados.
Entre os subtipos de fissura transforame incisivo, ocorreu uma
maior prevalência de anomalias dentárias de número na fissura
transforame incisivo esquerda com 38,4%, sendo 31,7% na dentição
permanente e 6,7% em ambas as dentições. Seguida da transforame
incisivo direita com 21,7% de anomalias dentárias de número na
dentição permanente e da transforame incisivo bilateral com 1,6% na
dentição decídua e 16,6% na dentição permanente.
Já nos subtipos da pré-forame incisivo, as anomalias dentárias de
número foram mais prevalentes na pré-forame incisivo completa
esquerda com 29,4%, seguida da pré-forame incisivo incompleta
esquerda (23,5%), da pré-forame incisivo completa direita (17,6%) e da
pré-forame incisivo incompleta direita (11,8%). Não foram encontradas
64
as fissuras pré-forame incisivo completa bilateral e pré-forame incisivo
incompleta bilateral.
Nos subtipos da fissura pós-forame incisivo só foram encontradas
anomalias dentárias de número na dentição permanente, sendo 16,7% na
fissura pós-forame incisivo completa e 16,7% na fissura pós-forame
incisivo incompleta, porém estatisticamente não significativa (p=0,833).
Houve uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001) das
anomalias dentárias de número em relação aos subtipos de fissura
transforame incisivo e de pré-forame incisivo. No entanto, não foram
encontrados, na revisão de literatura para esta pesquisa, levantamentos
sobre a relação das anomalias dentárias de número com os subtipos de
fissura.
No presente estudo, as agenesias dentárias ocorreram em 82,5%
dos casos de anomalia dentária de número, sendo mais prevalentes que
dentes supranumerários, concordando com estudos de Damante, Souza
Freitas e Moraes (1973); Ranta e Rintala (1982); Oliveira, Capelloza e
Carvalho (1996) e Shapira, Lubit e Kuftinec (1999) e com maior
frequência no grupo transforame incisivo. Foram mais prevalentes na
maxila do que na mandíbula, mais frequentes do lado fissurado e mais
comumente encontradas do lado esquerdo, similares ao achados
referidos por Slayton et al. 2003 e Neves et al. 2002. Concordante
também com estudos de Shapira, Lubit e Kuftinec (2000), que mostram
proporções semelhantes, onde utilizaram radiografias periapicais e
oclusais de 278 pacientes com fissura labiopalatal para análise da
agenesia fora e na região das fissuras e a possível associação entre o
lado fissurado e a ausência dentária, encontrando prevalência de 77% de
agenesias. Outro estudo caso-controle detectou 60,6% de agenesias na
população fissurada (RAHMAN et al. 2004).
Pesquisas mostram que a maior frequência de agenesias em
pacientes com fissuras labiopalatais pode ser resultado não somente de
fatores genéticos que afetam diretamente o desenvolvimento de dentes,
mas também podem ser causadas por fatores da própria fissura
(MURRAY; SCHUTTE, 2004; SLAYTON et al. 2003). No presente
estudo, foi encontrada uma maior prevalência de agenesias em pacientes
com fissura labiopalatal (76,4%) do que em não fissurados (23,6%),
discordando de estudos de Lekkas et al. (2000), que avaliaram adultos
não operados, não detectando diferença significativa de agenesias entre
esses e a população sem fissura.
Quanto à frequência de agenesias por dentes afetados, a mais
encontrada, neste estudo, foi dos incisivos laterais superiores (47,3%).
Os incisivos laterais esquerdos foram os mais frequentes ausentes
65
(29,0%), resultados inferiores aos achados por Ribeiro et al. (2003), que
numa amostra de 203 pacientes com fissura labiopalatal detectaram
50,2% de agenesia dos incisivos laterais superiores no lado fissurado.
Também inferiores aos achados de Rahman et al. (2004) que
encontraram 49,8% de agenesias dos incisivos laterais superiores na
região das fissuras e Shapira, Lubit e Kuftinec (1999) observaram uma
frequência de 74,8% de agenesias dos incisivos laterais superiores e
18% dos segundos pré-molares numa amostra de 278 pacientes com
fissura labiopalatal.
Em pacientes com fissuras labiopalatais, o incisivo lateral
superior, decíduo e permanente, localizado no lado da fissura, é o
elemento dentário mais susceptível a injúrias (RANTA, 1986;
OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO, 1996), sendo os incisivos
laterais permanentes superiores, os dentes mais ausentes (VICHI;
FRANCHI, 1995) nesses pacientes.
A frequência da agenesia dos incisivos laterais superiores, no
presente estudo, elevou-se conforme a gravidade da lesão, podendo ser
entendida como a fissura tendo uma relação com essa ausência.
Obviamente seria o esperado já que os incisivos laterais superiores
encontram-se na região da fissura e, embriologicamente, a formação dos
germes dos dentes e a ocorrência da fissura labiopalatal tem uma íntima
relação em termos de período dessa ocorrência e de posição anatômica,
concordando com estudos de Rahman et al. 2004 e Ribeiro et al. 2003.
A maioria dos estudos sobre prevalência de agenesias dentárias
em pacientes com fissura relata que o elemento mais afetado é o incisivo
lateral superior do lado fissurado (OLIVEIRA; CAPELOZZA;
CARVALHO, 1996; ARMADA et al., 2005; MATUSITA et al., 2002).
No entanto, essa seria uma conclusão óbvia, visto que nessa região há
uma falha congênita na formação óssea, e consequentemente ausência
natural dos germes dos elementos dentários. Para a obtenção de dados
mais significantes seria interessante analisar a relação entre a fissura e
agenesias na região contralateral, como alguns estudos mais recentes já
começaram a realizar (LETRA et al., 2007; MENEZES; VIEIRA,
2008).
O presente estudo encontrou uma maior frequência de agenesia
do segundo pré-molar nos pacientes com fissuras labiopalatais do que a
observada na população não fissurada, sendo evidenciada mais
comumente na mandíbula do que na maxila, resultados similares aos
achados em um estudo no Brasil (RIBEIRO et al. 2003) e também
semelhantes aos resultados encontrados por Shapira, Lubit e Kuftinec
(1999), porém mais prevalente na maxila do que na mandíbula. Neste
66
estudo, também foi observado mais agenesias do lado esquerdo, mas
sem diferença estatisticamente significativa.
Lekkas et al. (2000) não encontraram anodontia de caninos e pré-
molares em 266 pacientes adultos com fissura labiopalatal e não
operados, sendo provavelmente a cirurgia precoce, realizada na infância,
para o fechamento do palato duro, o fator etiológico mais importante da
ausência de dentes fora da região da fissura. Contradizendo essa
hipótese, está a anteriormente estabelecida por Bjerklin, Kurol e Paulin
(1993), de que a ausência de dentes fora da área da fissura se deve a
fatores congênitos.
Em pacientes sem fissura, a frequência de dentes extra varia de
0,1% a 11% (STAFNE, 1932; GRAHEN; LINDAHL, 1961;
HAAVIKKO, 1971; LARSON; HELLQUIST; JAKOBSSON, 1998
apud TORTORA, 2008). A literatura relata a presença de dente
supranumerário na área da fenda como a segunda anomalia dentária
mais comum (MILHON; STAFNE, 1941; FISHMANN, 1970;
HELLQUIST et al., 1979 apud TORTORA, 2008; TSAI et al., 1998). O
presente estudo está em consonância com estudos referidos
anteriormente, a prevalência de dentes supranumerários em pacientes
não fissurados foi de 4,4% e 28,1% em pacientes com fissura
labiopalatal, sendo mais frequente na maxila do que na mandíbula em
ambos pacientes.
O paciente fissurado pode apresentar um dente supranumerário
característico denominado de pré-canino na região da fissura. Neste
estudo, foi mais frequente este tipo de dente, concordando com estudos
de Weise e Erdmann (1967), Brattström e Mc William (1989) apud
Tortora et al. (2008), Ribeiro et al. (2003), Aizenbud et al. (2005) e
Tortora et al. (2008).
De acordo com este estudo, os dentes supranumerários foram
encontrados nas fissuras pré-forame incisivo e transforame incisivo,
porém não foram detectados na fissura pós-forame incisivo.
As anomalias dentárias de número, tamanho e forma dos dentes e
alterações dos períodos de formação e sua erupção são frequentemente
observadas nos pacientes com fissura labiopalatal, gerando não só
problemas estéticos como também dificuldades na mastigação,
respiração, deglutição e fonação. O diagnóstico precoce dessas
anomalias permite que se estabeleçam condutas clínicas e ortodônticas
preventivas, interceptativas e corretivas, visando à obtenção de uma
oclusão mais favorável (OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO,
1996).
67
A odontologia, através de suas diversas especialidades, tem
conseguido notáveis resultados na reabilitação de indivíduos com
malformações congênitas labiopalatais, no que se refere à estética, à
função e à fonação (DAMANTE; SOUZA FREITAS; MORAES, 1973).
68
69
7 CONCLUSÕES
Entre todos os tipos de fissura labiopalatal prevalece a
transforame incisivo com 67,4%. Quanto à extensão da lesão, entre as
fissuras pré-forame incisivo e pós-forame incisivo, prevalecem as
fissuras completas (18,0%). Quanto ao lado da face acometido, entre os
casos de fissuras pré-forame incisivo e transforame incisivo, predomina
a fissura unilateral do lado esquerdo com 44,9%.
A prevalência de anomalias dentárias de número foi maior em
pacientes com fissura labiopalatal (23,9%) do que em pacientes sem
fissura (7,8%), sendo a transforame incisivo (17,3%) o tipo de fissura
que mais apresentou anomalias dentárias de número.
A anomalia dentária de número mais prevalente foi a hipodontia
(82,5%). Os dentes mais frequentemente ausentes identificados foram
por ordem de frequência, os incisivos laterais superiores (47,3%) e os
segundos pré-molares inferiores (34,9%). Os supranumerários mais
frequentes foram os pré-caninos (43,8%).
70
71
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90
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APÊNDICE A – FICHA DE PESQUISA
Identificação __ __ __
Nome: ____________________________________________
Data de nascimento: ___/___/_____Idade: _____ Gênero: (0)
Masculino; (1) Feminino Data da realização do exame
radiográfico: ___/___/_____
Serviço: (0) NAPADF; (1) Ortodontia
Tipo de fissura (SPINA, 1972): (0) Grupo I - Pré-forame incisivo
(1) Grupo II - Transforame incisivo
(2) Grupo III - Pós-forame incisivo
(3) Grupo das fissuras raras da face
(4) Nenhum
Subtipos de fissuras:
Pré-forame (0) Pré-forame incisivo completa esquerda
(1) Pré-forame incisivo completa direita
(2) Pré-forame incisivo completa bilateral
(3) Pré-forame incisivo incompleta esquerda
(4) Pré-forame incisivo incompleta direita
(5) Pré-forame incisivo incompleta bilateral
(6) Nenhum
Transforame
(0) Transforame incisivo esquerda
(1) Transforame incisivo direita
(2) Transforame incisivo bilateral
Pós-forame
(0) Pós-forame incisivo completa
(1) Pós-forame incisivo incompleta
(2) Nenhum
Anomalias dentárias de número:
(0) Decídua; (1) Permanente; (2) Em ambas; (3) Em nenhuma
92
Hipodontia - Decídua: (0) Não; (1) Sim
55 54 53 52 51 61 62 63 64 65
85 84 83 82 81 71 72 73 74 75
Hipodontia – Permanente: (0) Não; (1) Sim
17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27
47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37
Hiperdontia – Permanente: (0) Não; (1) Sim
17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27
47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37
Hiperdontia - Decídua: (0) Não; (1) Sim
55 54 53 52 51 61 62 63 64 65
85 84 83 82 81 71 72 73 74 75
93
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA – UFSC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CAMPUS UNIVERSITÁRIO - TRINDADE
CEP: 88040-970 - FLORIANÓPOLIS - SC
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Meu nome é Priscila Pereira Marini, sou aluna da graduação do
Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) e estou desenvolvendo uma pesquisa de Trabalho de Conclusão
de Curso juntamente com meu professor orientador Roberto Rocha,
professor adjunto da disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia
da UFSC e coordenador do Núcleo de Atendimento a Pacientes com
Deformidades Faciais (NAPADF), sobre “Prevalência de anomalias
dentárias de número em pacientes com fissura labiopalatal comparativamente a pacientes sem fissura” com objetivo de determinar
a prevalência de anomalias dentárias de número em pacientes com
fissura labiopalatal do NAPADF.
Este trabalho é necessário para que seja possível obter dados das
alterações de dentes do paciente com fissura labiopalatal para que seja
possível melhorar o tratamento. Para isso, será necessário obter os dados
dos prontuários dos pacientes atendidos na Disciplina de Ortodontia do
Curso de Odontologia da UFSC. Essa coleta de dados não traz riscos e
nem desconfortos.
Se tiver alguma dúvida sobre o estudo ou não quiser mais fazer
parte do mesmo, pode entrar em contato pelo telefone (48) 3721-5141
ou fax (48) 3234-1788 sem nenhum problema.
Se você estiver de acordo em permitir, posso garantir que as
informações obtidas serão confidenciais (seu nome ou qualquer outra
identificação, não aparecerão na pesquisa), e somente serão utilizadas
para esta pesquisa e para fins científicos, seguindo as normas e diretrizes
que regulamentam as pesquisas envolvendo seres humanos nas
resoluções 196/96 e 251/97.
Pesquisadora principal: Priscila Pereira Marini
Pesquisador responsável: Prof. Dr. Roberto Rocha
94
Eu, _______________________________ (responsável
pela criança), fui esclarecido sobre a pesquisa “Prevalência de
anomalias dentárias de número em pacientes com fissura labiopalatal comparativamente a pacientes sem fissura” e concordo que os dados do
meu (minha) filho (a) sejam utilizados na realização da mesma.
Florianópolis, ___/___/___.
Assinatura:___________________________ RG: _________________.
(assinatura do responsável)
95
ANEXO B – CERTIFICADO DO CEPSH