97
Trabalho de Conclusão de Curso Prevalência de anomalias dentárias de número em pacientes com fissura labiopalatal comparativamente a pacientes sem fissura Priscila Pereira Marini Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduação em Odontologia

Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso

Prevalência de anomalias dentárias de número em pacientes com fissura labiopalatal

comparativamente a pacientes sem fissura

Priscila Pereira Marini

Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduação em Odontologia

Page 2: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 3: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

Priscila Pereira Marini

PREVALÊNCIA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS DE NÚMERO

EM PACIENTES COM FISSURA LABIOPALATAL

COMPARATIVAMENTE A PACIENTES SEM FISSURA

Trabalho apresentado à Universidade

Federal de Santa Catarina, como

requisito para a conclusão do Curso de

Graduação em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. Roberto Rocha

Florianópolis

2011

Page 4: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 5: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 6: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 7: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

À minha mãe, melhor mestre que uma pessoa pode

ter. Foi ela que com muito amor, dedicação e sabedoria ensinou a mim e a minha irmã a viver uma vida digna,

com amor e respeito, por nós mesmos e por aqueles que nos rodeiam. Devo à minha mãe tudo que sou, que

consegui e conseguirei.

Page 8: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 9: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus pela vida, por estar sempre no meu

caminho, iluminando e guiando às escolhas certas;

A minha querida mãe, o meu agradecimento. Você é responsável

por este momento tão marcante em minha vida. Por sua dedicação, pelo

amor que me fez mais forte, fazendo entender que sou capaz de ir mais

além. A você que desde o começo acreditou, incentivando-me sempre a

busca de novos conhecimentos, dando-me conselhos, contribuindo para

o meu crescimento na vida acadêmica. Esta vitória também é sua;

À Fernanda, minha irmã, que mesmo já adulta é aquela em quem

enxergo as mesmas raízes que me alimentam. Sua presença comigo

alguns dias e mesmo quando longe, suas palavras, lágrimas e orações,

vieram principalmente quando mais precisei e foram essenciais para

mim;

Ao meu namorado, Rômulo Kaizer Carelli, pelo amor e

compreensão sempre, deixando-me mais tranquila nos momentos mais

difíceis do curso e até mesmo no decorrer do projeto;

Aos meus amigos, que sempre me deram palavras de ânimo e

torceram por mim;

Ao meu orientador, Roberto Rocha, obrigada pela orientação,

pela confiança depositada durante o desenvolvimento deste trabalho,

pela paciência, por suas opiniões e, principalmente, por seus

conhecimentos e incentivos, que foram fundamentais para a

concretização deste projeto;

Aos meus professores, pelo carinho, apoio e ensinamentos que

levarei para toda a vida;

À equipe do Núcleo de Atendimento a Pacientes com

Deformidades Faciais (NAPADF) e da Disciplina de Ortodontia do

Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina pela

autorização e apoio na realização da pesquisa e às funcionárias (Julia e

Renata) pelo carinho com que sempre me receberam.

Page 10: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 11: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

“É preferível homens que têm fissuras na face aos

que têm fissuras na alma e no coração. As

fissuras na face se corrigem. Há homens que não

possuem fissuras na face, mas sim, na alma e no

coração. Estas são incorrigíveis. Obrigado a

todos os pacientes por esta grande lição de vida”

José Alberto de Souza Freitas (Tio Gastão)

Superintendente do HRAC/USP

Page 12: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 13: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

RESUMO

As fissuras labiopalatais constituem um dos defeitos congênitos mais

frequentes da região de cabeça e pescoço, com incidência no Brasil de

aproximadamente 1,5 por mil nascidos vivos. Os portadores dessas

malformações necessitam, para uma reabilitação adequada, de uma

equipe multiprofissional, tratamento de longa duração e centros

especializados. Os objetivos do presente estudo retrospectivo foram

verificar a prevalência de anomalias dentárias de número em pacientes

com fissura labiopalatal do Núcleo de Atendimento a Pacientes com

Deformidades Faciais (NAPADF) do Curso de Odontologia da

Universidade Federal da Santa Catarina (UFSC), assim como fazer uma

análise comparativa dessa prevalência com a verificada em pacientes

sem fissura atendidos na Disciplina de Ortodontia do Curso de

Odontologia da UFSC. A amostra deste estudo foi constituída de

radiografias panorâmicas de pacientes na faixa etária de 7 a 14 anos de

idade de ambos os gêneros, atendidos no período de 1996 até 2010. O

estudo compreendeu 271 pacientes. Foram realizadas a interpretação

radiográfica da anomalia dentária de número das panorâmicas

selecionadas e a análise dos prontuários dos pacientes para coleta de

dados. O enquadramento do tipo de fissura foi feito conforme a

classificação de Spina (1972) e as variáveis estudadas foram hiperdontia

e hipodontia. A agenesia dentária foi a anomalia mais prevalente, sendo

os dentes mais frequentemente ausentes os incisivos laterais superiores e

os segundos pré-molares inferiores, respectivamente.

Palavras-chave: fissura labiopalatal, prevalência, anomalias dentárias

Page 14: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

ABSTRACT

The cleft lip and palate is one of the most common birth defects of the

head and neck, with an incidence in Brazil of approximately 1.5 per

thousand live births. Patients with these malformations need for a proper

rehabilitation, a multidisciplinary team, long-term treatment and

specialized centers. The objectives of this retrospective study were to

assess the prevalence of dental anomalies of number of patients with

cleft lip and palate at the Center for Care of Patients with Facial

Deformities (NAPADF) the School of Dentistry, Federal University of

Santa Catarina (UFSC), as well as make a comparative analysis of

prevalence with the observed in patients without cleft seen at the

Department of Orthodontics School of Dentistry, UFSC. The study

sample consisted of panoramic radiographs of patients aged 7-14 years

old of both sexes, attended from 1996 to 2010. The study included 271

patients. We performed the radiographic interpretation of dental

anomaly of number of panoramic selected and analysis of patient files

for data collection. The framework of the cleft type classification was

made according to the Spina (1972) and the variables studied were

hiperdontia and hypodontia. The tooth agenesis was the most prevalent

anomaly, the teeth most often missing upper lateral incisors and second

premolars, respectively.

Keywords: cleft lip and palate, prevalence, dental anomalies

Page 15: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Distribuição (%) dos pacientes com fissura atendidos no

NAPADF entre 1996-2010 por grupo de fissura (I II e III) .................. 45

FIGURA 2 – Distribuição (%) de anomalias dentárias de número de

acordo com o tipo de dentição ............................................................... 48

FIGURA 3 – Distribuição (%) dos subtipos de fissura pré-forame incisivo

de acordo com as anomalias dentárias de número no tipo de dentição . 50

FIGURA 4 – Distribuição (%) das hipodontias mais frequentes conforme

os subtipos da fissura transforame incisivo ........................................... 55

FIGURA 5 – Radiografia panorâmica de paciente com fissura

transforame incisivo esquerda com agenesia na região da fissura, incisivo

lateral superior esquerdo ....................................................................... 56

FIGURA 6 - Radiografia panorâmica de paciente com fissura transforame

incisivo direita. Agenesia na região da fissura: incisivo lateral superior

direito; agenesia fora da região da fissura: segundo pré-molar inferior

esquerdo; supranumerário na região da fissura: pré-canino superior direito

............................................................................................................... 56

FIGURA 7 - Distribuição (%) da hiperdontia do dente 23 conforme os

grupos I, II e III ..................................................................................... 57

Page 16: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 17: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Esquema ilustrativo da classificação de Spina (1972) ... 29

QUADRO 2 – Caracterização de fissuras do tipo pré-forame .............. 31

QUADRO 3 – Caracterização de fissuras do tipo transforame ............. 32

QUADRO 4 – Caracterização de fissuras do tipo pós-forame .............. 33

QUADRO 5 – Caracterização do grupo de fissuras raras da face ......... 34

Page 18: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 19: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Distribuição dos pacientes fissurados do NAPADF e dos

pacientes sem fissura da Disciplina de Ortodontia atendidos entre 1996-

2010 conforme o gênero ........................................................................ 43

TABELA 2 – Distribuição dos pacientes por grupo de fissura atendidos

no NAPADF e na Disciplina de Ortodontia entre 1996-2010 ............... 44

TABELA 3 – Distribuição dos pacientes, atendidos no NAPADF e na

Disciplina de Ortodontia entre 1996-2010, quanto ao tipo de fissura e ao

gênero .................................................................................................... 46

TABELA 4 – Distribuição dos pacientes com fissura dos grupos I, II e III,

quanto ao tipo de fissura e o subgrupo lateralidade e extensão, atendidos

no NAPADF entre 1996-2010 ............................................................... 47

TABELA 5 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo

com o tipo de fissura e o tipo de dentição em pacientes dos grupos I, II,

III do NAPADF e do grupo sem fissura da Disciplina de Ortodontia

atendidos entre 1996-2010 .................................................................... 49

TABELA 6 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo

com os subtipos de fissura transforame incisivo e o tipo de dentição ... 51

TABELA 7 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo

com os subtipos de fissura pós-forame incisivo e o tipo de dentição .... 52

TABELA 8 – Distribuição dos tipos de anomalias dentárias de número

conforme os grupos I, II, III e sem fissura ............................................ 53

Page 20: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 21: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

NAPADF - Núcleo de Atendimento a Pacientes com Deformidades Faciais

UFSC - Universidade Federal da Santa Catarina

IC - Intervalo de Confiança

CEPSH - Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos

N – Número

Pré-FI – Pré-forame Incisivo

TI – Transforame Incisivo

Pós-FI – Pós-forame Incisivo

Incomp – Incompleta

Bi – Bilateral

D – Direita

E – Esquerda

Comp - Completa

Hipo – Hipodontia

Hiper – Hiperdontia

SC – Santa Catarina

Page 22: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 23: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 23

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................ 27

3 OBJETIVOS ..................................................................................... 37

3.1 Objetivo Geral ........................................................................... 37

3.2 Objetivos Específicos ................................................................ 37

4 METODOLOGIA ............................................................................ 39

4.1 Desenho do estudo ..................................................................... 39

4.2 Local do estudo .......................................................................... 39

4.3 Seleção da amostra .................................................................... 39

4.4 Coleta de dados .......................................................................... 39

4.5 Variáveis estudadas ................................................................... 40

4.6 Análise dos dados e avaliação estatística ................................. 40

4.7 Avaliação ética ........................................................................... 41

5 RESULTADOS ................................................................................. 43

6 DISCUSSÃO ..................................................................................... 59

7 CONCLUSÕES ................................................................................ 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 71

APÊNDICE A – FICHA DE PESQUISA .......................................... 91

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO ................................................................................. 93

ANEXO B – CERTIFICADO DO CEPSH ....................................... 95

Page 24: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO
Page 25: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

23

1 INTRODUÇÃO

Segundo Proffit (2007) e Neville et al (2002), a formação das

fendas labiopalatais é um dos defeitos congênitos mais frequentes. As

fissuras faciais surgem durante o quarto estágio de desenvolvimento,

resultando da falta de fusão dos processos faciais no local. Sua etiologia

é bastante complexa e definitivamente multifatorial, ou seja, pode

envolver tanto fatores genéticos como ambientais em conjunto. As

fissuras labiopalatais ocorrem na maioria das vezes como fenômenos

isolados, porém podem estar associadas a síndromes, em média, em 15

% dos casos (MERRITT, 2005; TOLAROVA, 2005; SPERBER, 2002

apud SÉLLOS, 2007; GORLIN; COHEN; HENNEKAN, 2001 apud

SÉLLOS, 2007).

As fissuras labiopalatais trazem uma série de alterações

anatômicas, comprometem a estética, a dentição e a função (sucção,

deglutição, mastigação, respiração e fala). Igualmente afetam o

psicológico e as relações sociais dos pacientes com fissura labiopalatal.

As profundas transformações que ocorrem nas estruturas bucais

podendo envolver desde a ruptura dos lábios superior e/ou inferior (em

menor frequência), assoalho nasal, rebordo alveolar, palato duro, palato

mole. Na região anterior ao forame incisivo podem ocorrer de forma

unilateral ou bilateral.

São consagradas na literatura várias classificações para as

fissuras. A proposta por Spina em 1972 é simples e didática, tendo como

ponto anatômico de referência o forame incisivo. Dividindo-se em

grupo pré-forame incisivo, grupo transforame incisivo, grupo pós-

forame incisivo e grupo das fissuras raras da face. “Quanto à incidência

dos diferentes tipos de fissura lábio-palatina, dentro da população

fissurada, existe uma clara prevalência das fissuras do tipo transforame

incisivo [...]” (ROCHA; TELLES, 1990).

Nos indivíduos com fissura de lábio e palato, as anomalias

dentárias são frequentes, sendo na maxila a maior incidência. As

anomalias dentárias são alterações de desenvolvimento que podem ser

primárias ou surgirem secundariamente a influências ambientais,

embora possam aparecer na dentição decídua, prevalecem na dentição

permanente, manifestando-se por alterações de tamanho, forma, número,

estrutura. Essas anomalias ocorrem em fases diferentes do

desenvolvimento dental; as anomalias de número se dão durante a

formação inicial dos germes dentais, as de forma durante a

morfodiferenciação e as de posição durante a erupção do dente. De

Page 26: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

24

acordo com vários estudos (LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991;

TEREZA; CARRARA; COSTA, 2010; HARRIS; HULLINGS, 1990;

SLAYTON et al., 2003), as anomalias dentárias são mais frequentes nas

pessoas com fissura de lábio e/ou palato e a sua gravidade parece

depender da severidade da fissura.

As alterações de desenvolvimento quanto ao número de dentes

manifestam-se pelo aumento ou diminuição. Sendo anodontia a falta

total do desenvolvimento dentário, hipodontia a falta de um ou mais

dentes, oligodontia a falta de seis ou mais dentes. E a hiperdontia é o

desenvolvimento de um maior número de dentes e os dentes adicionais

são chamados de supranumerários (VIEIRA et al., 2004).

Em relação ao tratamento, vale acrescentar que apesar das

fissuras labiopalatais não possam ser prevenidas, todas as suas

intercorrências podem ser minimizadas, desde que o paciente seja

assistido por profissionais capacitados. Como nos pacientes fissurados

ocorrem alterações morfológicas, funcionais e psicológicas, faz-se

necessário a intervenção de uma equipe multidisciplinar na reabilitação

dos mesmos, visando estabelecer um diagnóstico correto e precoce

sendo fundamental para um tratamento adequado. A atuação do

cirurgião-dentista é muito importante e deve ser bastante intensa,

contando com odontopediatra, ortodontista e cirurgião buco-maxilo-

facial, começando sempre que possível logo após o nascimento e

finaliza ao se obter a normalização da oclusão dentária, de acordo com

as características individuais de cada caso. O ortodontista deve avaliar o

bebê fissurado nos primeiros meses e em conjunto com a cirurgia

plástica planejar uma sequência lógica dos procedimentos terapêuticos.

Esse planejamento, já nos primeiros meses de vida, será determinante na

busca por maximizar os resultados na fase final.

Devido à alta prevalência, as fissuras labiopalatais representam

um problema de saúde pública e necessitam, para uma correta

reabilitação do paciente, um tratamento multidisciplinar de longa

duração e alto custo, em centros de atenção de alta complexidade.

Em Florianópolis, encontra-se o Núcleo de Atendimento a

Pacientes com Deformidades Faciais (NAPADF), criado em 1996,

sediado na Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que oferece

atendimento gratuito a adultos e crianças com deformidades faciais, em

especial, fissuras labiopalatais e é um dos centros de referência de

atendimento ao portador de fissura labiopalatal de Santa Catarina.

Possui uma equipe composta por cirurgiões-dentistas de diversas áreas,

como odontopediatria, ortodontia e cirurgia buco-maxilo-facial, e

Page 27: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

25

fornece, também, atendimento psicoterapêutico às famílias dos

pacientes. Apesar de existir um número elevado de pacientes

cadastrados, ainda são em pequeno número as pesquisas e as

publicações em relação às anomalias dentárias associadas a essas

malformações. Portanto se faz necessário, a realização de um estudo que

possa transformar a casuística acumulada pelo NAPADF ao longo dos

anos em dados acessíveis, o que justifica sua relevância clínica e

científica.

Os objetivos deste estudo retrospectivo foram determinar a

prevalência de anomalias dentárias de número, através da avaliação das

radiografias panorâmicas, em pacientes com fissura labiopalatal na faixa

etária de 7 a 14 anos de idade de ambos os gêneros, no período

compreendido entre 1996 até 2010, atendidos pelo NAPADF, assim

como fazer uma análise comparativa dessa prevalência com a verificada

em pacientes sem fissura atendidos na Disciplina de Ortodontia do

Curso de Odontologia da UFSC.

Page 28: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

26

Page 29: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

27

2 REVISÃO DE LITERATURA

A embriogênese humana é um processo complexo sob controle

genético, porém pode sofrer influência de fatores externos. O primeiro

arco branquial origina dois processos, o mandibular e o maxilar. Ambos

contribuem para a formação da mandíbula e da maxila, respectivamente.

A face humana desenvolve-se entre a quarta e a oitava semana de vida

intrauterina. Ao término da terceira semana, ocorre o dobramento do

embrião trilaminar, no sentido cefalocaudal e dorsoventral, formando

uma depressão chamada estomódio ou cavidade bucal primitiva (DE

FERRARIS; MUÑOZ, 2006).

O palato primário se desenvolve entre a quinta e a sexta semana,

enquanto o secundário entre a sexta e a oitava semana. Em relação à

formação do palato primário, os processos nasais mediais se unem e

surge uma estrutura embrionária importante, o segmento intermaxilar ou

pré-maxila. O segmento intermaxilar; que é constituído por um

componente labial, um maxilar e um palatino, continua em direção

craniana para unir-se ao septo que provém da eminência frontal (DE

FERRARIS; MUÑOZ, 2006). “O palato primário forma a parte pré-

maxilar da maxila, isto é, a parte anterior ao forame incisivo.”

(MOORE; PERSAUD, 1994).

O palato secundário é formado pelo palato duro e mole e se

localiza posteriormente ao forame incisivo. Desenvolve-se a partir de

duas projeções mesenquimais, que se estendem da parte interna dos

processos maxilares. Essas estruturas são denominadas processos

palatinos laterais e projetam-se inferomedialmente em ambos os lados

da língua. Ao longo da sétima e oitava semana, os processos laterais do

palato se alongam e se dirigem para uma posição horizontal superior à

língua, aproximam-se um do outro e se fundem no palato médio, linha

de fusão ou rafe palatina. Esses processos também se fundem com o

septo nasal e a parte posterior do palato primário por volta da décima

segunda semana de vida intrauterina (MOORE; PERSAUD, 1994).

Ao final da sexta semana de vida intrauterina, começa a formação

dos lábios. A porção mediana ou filtrum do lábio superior é originada a

partir dos processos nasais mediais, enquanto suas porções laterais a

partir dos processos maxilares. Na formação do lábio inferior intervêm

apenas os processos mandibulares (DE FERRARIS; MUÑOZ, 2006).

A formação da face é um processo de grande complexidade,

tornando essa região muito susceptível a alterações durante a

morfogênese. As fissuras labiopalatais são defeitos congênitos que

Page 30: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

28

ocorrem no primeiro trimestre de gestação, por falha ou desvio na

sequência normal do desenvolvimento dos processos nasais laterais e

medianos com os processos maxilares. “Estas fissuras variam o grau de

complexidade de acordo com a época em que venham a ocorrer

interferências no desenvolvimento embrionário normal da face e

também de acordo com a duração destas interferências durante o

desenvolvimento normal.” (ROCHA; TELLES, 1990).

As fissuras de lábio e/ou palato têm etiologia multifatorial

estando determinadas por fatores genéticos e ambientais que levam a

alterações nasolabiais e orofaciais, produzindo uma variedade de

comprometimentos no organismo dos portadores como alterações

estéticas, dentárias, de sucção, deglutição, mastigação, respiração,

fonação, audição; ocasionando repercussões psicológicas e sociais.

A hereditariedade contribui em 25% a 30% na etiologia das

fissuras labiopalatais (SPINA, 1979; VEAU, 1931 apud ROCHA;

TELLES, 1990). Além dos fatores genéticos, há diversos fatores

ambientais, como radiação, drogas, álcool, cigarro, infecções virais ou

bacterianas, anticonvulsivantes, agrotóxicos, algumas carências

nutricionais protéicas ou vitamínicas, tais como vitamina B e o ácido

fólico. Nos últimos anos, alguns autores têm sugerido a necessidade de

suplementação de vitamina B e ácido fólico durante a gestação. Foi

sugerido que os fatores ambientais poderiam alterar a capacidade de

migração e diferenciação das células derivadas da crista neural influindo

no fechamento do lábio e palato (COBOURNE, 2004; SLAYTON,

2003; BUFALINO, 2010).

Na maioria das vezes, as fissuras labiopalatais ocorrem como

fenômenos isolados, mas podem estar associadas a síndromes, sendo

aproximadamente 15% dos casos (MERRITT, 2005; TOLAROVA,

2005; SPERBER, 2002 apud SÉLLOS, 2007). A literatura relata cerca

de 300 síndromes associadas à fissura labiopalatal. Nesses casos é mais

comum haver fissuras de lábio e palato concomitantemente do que

fissuras labiais ou palatinas, sendo mais comuns as bilaterais do que as

unilaterais (GORLIN; COHEN; HENNEKAN, 2001 apud SÉLLOS,

2007).

Segundo Proffit (2007) e Neville et al. (2002), a fissura

labiopalatal é uma das anomalias congênitas mais frequentes. A

frequência dessa anomalia varia de acordo com a amostra estudada,

sendo que no Brasil é de aproximadamente 1,5 por mil nascidos vivos

(NAGEM FILHO; MORAIS; ROCHA, 1968 apud LOFFREDO;

SOUZA FREITAS; GRIGOLLI, 2001).

Page 31: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

29

Muitos foram os tipos de classificação de fissuras propostos ao

longo dos anos, atualmente, a mais recente e didática é a formulada por

Spina em 1972, que propôs uma classificação em quatro categorias,

tomando como referência anatômica o forame palatino anterior (forame

incisivo), limite entre o palato primário e o secundário. Assim, as

fissuras são classificadas em: grupo pré-forame incisivo, grupo

transforame incisivo, grupo pós-forame incisivo e grupo das fissuras

raras da face.

QUADRO 1 - Esquema ilustrativo da classificação de Spina (1972) Fonte: Silva Filho; Souza Freitas; Okada, 2000.

Page 32: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

30

As fissuras pré-forame incisivo envolvem uma falha na fusão

entre a pré-maxila (segmento intermaxilar) e os processos palatinos.

Podem ocorrer apenas em um dos lados da face, esquerdo ou direito,

denominadas unilaterais ou em ambos os lados, bilaterais. Quando o

rompimento alcança o forame incisivo são chamadas de fissuras pré-

forame incisivo completas e incompletas quando a extensão da fissura

varia na parte anterior ao forame incisivo, mas sem alcançá-lo.

Clinicamente este tipo de fissura vai desde uma manifestação branda,

apenas uma fibrose cicatricial no lábio, até o rompimento completo do

lábio superior, rebordo alveolar e assoalho nasal.

Existe ainda uma forma menos frequente de fissura pré-forame

incisivo, que é situada na linha média, classificada como mediana.

Embriologicamente esta fissura envolve uma falha parcial na fusão dos

processos nasais medianos entre si.

Alterações dentárias, geralmente, estão presentes,

traduzidas na agenesia do incisivo lateral do lado

fissurado. Pode ainda ocorrer de um incisivo

lateral conóide acompanhado da presença de um

supranumerário, também conóide, situado

mesialmente ao canino, este dente é então

denominado de pré-canino. Outra possibilidade é

a presença do pré-canino associada à agenesia do

incisivo lateral. (ROCHA; TELLES, 1990)

Page 33: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

31

QUADRO 2 – Caracterização de fissuras do tipo pré-forame Legenda: A: Fissura pré-forame incisivo unilateral esquerda incompleta; B:

Diagrama esquemático da fissura pré-forame incisivo unilateral esquerda

incompleta; C: Fissura pré-forame incisivo bilateral incompleta; D: Diagrama

esquemático da fissura pré-forame incisivo bilateral incompleta; E: Fissura

pré-forame incisivo unilateral direita completa; F: Diagrama esquemático da

fissura pré-forame incisivo unilateral direita completa.

Fonte: Silva Filho; Souza Freitas; Okada, 2000; Abdo; Machado, 2005.

As fissuras transforame incisivo são resultantes da falta de fusão

dos processos palatinos entre si e desses com o segmento intermaxilar.

Podem apresentar-se unilateralmente ou bilateralmente e este tipo de

Page 34: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

32

fissura envolve assoalho nasal, rebordo alveolar, palato duro e palato

mole, incluindo a úvula, sendo o grupo com maior envolvimento

anatômico acarretando grande comprometimento funcional, estético e

psicológico. A total comunicação entre as cavidades oral e nasal traz

problemas na mastigação e deglutição dos alimentos e acomete a

fonação. “Os incisivos laterais tendem a se apresentar ausentes ou

quando presentes, geralmente, são malformados. Aqui também se pode

dar a formação do dente pré-canino, situado imediatamente à fissura,

mesial ao canino.” (ROCHA; TELLES, 1990).

QUADRO 3 – Caracterização de fissuras do tipo transforame Legenda: A: Fissura transforame incisivo bilateral; B: Diagrama esquemático

da fissura transforame incisivo bilateral.

Fonte: Silva Filho, Souza Freitas; Okada, 2000; Abdo; Machado, 2005.

As fissuras pós-forame incisivo envolvem uma falta de

fusão dos processos palatinos entre si. Podem envolver apenas úvula,

rompimento total do palato mole ou parte do palato duro até o forame

incisivo, sem se estender anteriormente ao mesmo. Assim, elas podem

ser completas ou incompletas. Entre os três grupos, as fissuras pós-

forame incisivo são as que apresentam a menor amplitude de sequelas,

sendo o maior comprometimento o funcional, a fonação. Neste grupo de

fissuras pode-se também mencionar as fissuras submucosas e

submucosas ocultas, as quais ocorrem por falta de fusão entre as

estruturas ósseas e musculares da região palatina, havendo, entretanto a

fusão do plano mucoso, conferindo a palato secundário uma falsa ideia

de normalidade, apresentando uma translucidez no palato duro

(MERRITT, 2005; TOLAROVA, 2005).

Page 35: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

33

QUADRO 4 – Caracterização de fissuras do tipo pós-forame Legenda: A: Fissura pós-forame incisivo incompleta; B: Diagrama

esquemático da fissura pós-forame incisivo incompleta; C: Fissura pós-forame

incisivo completa; D: Diagrama esquemático da fissura pós-forame incisivo

completa.

Fonte: Silva Filho, Souza Freitas; Okada, 2000; Abdo; Machado, 2005.

O grupo de fissuras raras da face engloba fissuras do tipo

transversa, oblíqua, do lábio inferior, no nariz e outras.

Page 36: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

34

QUADRO 5 – Caracterização do grupo de fissuras raras da face Legenda: A: Fissura oblíqua; B: Fissura horizontal (macrostomia bilateral); C:

Fissura oblíqua.

Fonte: Aiello, Silva Filho; Freitas, 2000.

De acordo com vários estudos (LOPES; MATTOS; ANDRÉ,

1991; TEREZA; CARRARA; COSTA, 2010; HARRIS; HULLINGS,

1990; SLAYTON et al., 2003), a ocorrência de anomalias dentárias tais

como agenesias, malformações e dentes supranumerários em fissurados

é mais frequente do que em não fissurados. As alterações dentárias são

observadas tanto na dentição decídua quanto na permanente, ocorrem na

maxila e na mandíbula, porém sendo mais frequentes na maxila e no

lado da fissura.

As anomalias dentárias podem apresentar-se com variação de

número, forma, tamanho e estrutura. Essas anomalias ocorrem em fases

diferentes do desenvolvimento dental; as anomalias de número se dão

durante a formação inicial dos germes dentais, as de forma durante a

morfodiferenciação e as de posição durante a erupção do dente. Essas

alterações em pacientes fissurados elevam a ocorrência de maloclusão,

Page 37: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

35

sendo frequentes as mordidas cruzadas anteriores e posteriores

unilaterais e bilaterais afetando a fala e causando problemas estéticos

(SLAYTON et al., 2003; RIBEIRO et al., 2003; SHAPIRA; LUBIT;

KUFTINEC, 2000; LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991). A variação no

número de dentes está relacionada com ausência de germes dentários,

agenesia dentária, ou aumento no número de dentes, hiperdontia

(SAYTON et al., 2003).

A agenesia dentária é uma das mais frequentes anomalias

dentárias (HARRIS; HULLINGS, 1990; SLAYTON et al., 2003),

envolvendo ambas as dentições, porém com predominância na dentição

permanente (OLIVEIRA et al., 2001). Quando envolve um ou mais

dentes, denomina-se hipodontia, quando ultrapassa o número de seis,

oligodontia, quando estão ausentes todos os dentes caracteriza-se como

anodontia, sendo uma condição rara (VIEIRA et al., 2004). Os dentes

mais afetados por agenesia na região da fissura são os incisivos laterais

(TEREZA, CARRARA; COSTA, 2010). Quando ocorre fora da região

da fissura, os mais acometidos são os segundos pré-molares (HARRIS;

HULLINGS, 1990; OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO, 1996;

SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC, 1999; TEREZA; CARRARA;

COSTA, 2010). “A prevalência de agenesia dentária do incisivo lateral

na região de fissura é 45,5%.” (BOHN, 1963 apud VICCI, 2006).

As hiperdontias mais frequentemente observadas são

microdentes, incisivos laterais superiores seguidos dos primeiros e

segundos pré-molares inferiores. A presença de dentes extranumerários

não é tão comum quanto à ausência congênita de dentes, mas ocorrem,

na sua grande maioria, posterior à fissura (7,4 % dos casos de fissura

bilateral) e quanto à localização, na fissura bilateral de lábio e palato, é

igual para ambos os lados (FISHMANN, 1970 apud FIGUEIREDO,

2008).

Devido à grande variedade de alterações que ocorrem nos

pacientes fissurados, o tratamento deve ter uma abordagem

multidisciplinar; incluindo pediatra, cirurgião buco-maxilo-facial,

odontopediatra, ortodontista, cirurgião plástico, fonoaudiólogo,

psicólogo, entre outros; visando à reabilitação do paciente

(TOLAROVA, 2005; PETERSON et al., 2000). O tratamento do

paciente com fissura labiopalatal inicia-se na infância, segue pela

adolescência e início da vida adulta, são tratamentos longos, complexos

e multidisciplinares, tendo como tripé fonoaudiologia, cirurgia plástica e

odontologia (CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO, 1992).

Há muitos estudos que abordam sobre a época adequada para

reparação cirúrgica (AIELLO; SILVA FILHO; SOUZA FREITAS,

Page 38: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

36

2000; RIBEIRO; LEAL; DE THUIN, 2007), indicando, primeiramente,

avaliar se existe ou não interferência do procedimento cirúrgico no

desenvolvimento facial do paciente para decidir o momento adequado

para a realização da correção cirúrgica.

A correção cirúrgica, muitas vezes, envolve

múltiplos procedimentos primários e secundários

durante a infância. Os tipos específicos de

procedimentos cirúrgicos e a época em que são

realizados variam dependendo da gravidade do

defeito e da filosofia seguida pela equipe de

tratamento. O fechamento primário do lábio é

habitualmente feito durante os primeiros meses de

vida, seguido, após alguns anos, pela correção do

palato. (NEVILLE et al., 2002)

Sabe-se que as cirurgias realizadas para fechamento de lábio e

palato interferem no crescimento facial e do arco dentário superior,

resultando em faces retrognáticas e maxilas atrésicas (SILVA FILHO;

ALMEIDA, 1992). Além disso, alterações dentárias como erupção

ectópica, ausência de dentes ou a presença de supranumerários na região

da fissura levam a um relacionamento maxilo-mandibular desfavorável

podendo causar diversas maloclusões. Por isso, a presença de uma

equipe odontológica, em especial do ortodontista, no tratamento dos

pacientes fissurados é de suma importância para controle e tratamento

durante o crescimento da face e dos arcos dentários.

O ortodontista deve avaliar o bebê fissurado nos primeiros meses

e em conjunto com a cirurgia plástica planejar uma sequência lógica dos

procedimentos terapêuticos. É necessário uma avaliação cuidadosa,

quando se refere ao diagnóstico, planejamento e plano de tratamento a

ser executado, para evitar a realização de procedimentos irreversíveis ou

de alto custo.

De uma forma geral as condutas ortodônticas no

paciente portador de fissura lábio-palatal

objetivam minimizar e resolver os maus

posicionamentos localizados próximos à região da

fissura ao mesmo tempo em que se proporciona

uma melhora na conformação e relacionamento

dos arcos superior e inferior. (ROCHA; TELLES,

1990)

Page 39: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

37

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

- Verificar a prevalência de anomalias dentárias de número em um

grupo de pacientes com fissura labiopalatal comparativamente a

pacientes sem fissura.

3.2 Objetivos Específicos

- Analisar radiograficamente as anomalias dentárias de número em

pacientes com fissura lábio e/ou palato;

- Detalhar o tipo de anomalia dentária de número e a localização;

- Investigar a prevalência de anomalias dentárias de número entre os

diferentes tipos de fissura labiopalatais.

Page 40: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

38

Page 41: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

39

4 METODOLOGIA

4.1 Desenho do estudo

Estudo descritivo transversal retrospectivo de uma amostra de

pacientes com fissura labiopalatal e de pacientes sem fissura.

4.2 Local do estudo

O presente estudo teve como base a Disciplina de Ortodontia do

Curso de Odontologia da UFSC, foram analisadas radiografias

panorâmicas de pacientes com fissura labiopalatal assistidos pelo

Núcleo de Atendimento a Pacientes com Deformidades Faciais

(NAPADF), que é instalado na especialidade de Ortodontia, e de

pacientes não fissurados.

4.3 Seleção da amostra

A amostra deste estudo foi constituída da primeira radiografia

panorâmica de pacientes na faixa etária de 7 a 14 anos de idade de

ambos os gêneros, atendidos no período de 1996 até 2010. Foram

excluídos os pacientes sindrômicos. O estudo compreendeu 271

pacientes.

4.4 Coleta de dados

A interpretação das radiografias selecionadas foi realizada no

próprio setor da Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UFSC, com auxílio de um negatoscópio de luz fria e de uma lente de

aumento para a análise de detalhes. Para cada radiografia foi realizado

um laudo com anotações, em uma ficha elaborada (Apêndice A) para a

pesquisa, de todas as anomalias dentárias de número presentes.

Page 42: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

40

Também foram analisados os prontuários dos pacientes para

coleta de outros dados, anotados na mesma ficha elaborada para a

pesquisa; onde consta o nome, o registro geral do paciente na ortodontia,

a data de nascimento, a idade no início do tratamento, o gênero, a data

da realização do exame radiográfico e o tipo de fissura. A coleta dos

dados e a interpretação radiográfica da anomalia dentária de número

foram realizadas pela própria pesquisadora.

4.5 Variáveis estudadas

As variáveis estudadas foram o tipo de fissura e anomalias

dentárias de número, hiperdontia e hipodontia. As anomalias dentárias

de número foram analisadas nas dentições decídua e permanente, porém

quando encontradas em ambas dentições só foram categorizadas no item

de ambas dentições. As fissuras foram classificadas segundo Spina

(1972), com base na referência anatômica do forame incisivo, do

seguinte modo: Grupo I - Fissuras pré-forame incisivo; Grupo II -

Fissuras transforame incisivo; Grupo III - Fissuras pós-forame incisivo;

Grupo IV - Fissuras raras da face. Essa classificação ainda é acrescida

da extensão; completa e incompleta e da localização direita, esquerda ou

bilateral. Os pacientes não fissurados foram chamados de Grupo sem

fissura.

Foi considerado hipodontia quando o dente decíduo e/ou o

permanente (exceto terceiros molares) estavam ausentes

radiograficamente, sendo excluídos do estudo os casos onde houve

indicação de extração dentária conforme observado no prontuário. Foi

considerado hiperdontia quando na radiografia foi observado um

número de dentes maior que o normal.

4.6 Análise dos dados e avaliação estatística

Os dados foram registrados e analisados através de um software

estatístico e organizados em tabelas e gráficos. Foi realizada uma análise

descritiva dos dados e a avaliação de associações das variáveis

quantitativas através do teste do qui-quadrado e de estimativa de

Page 43: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

41

proporções, para um nível de significância de 5% e um intervalo de

confiança (IC) de 95%.

4.7 Avaliação ética

Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa em Seres Humanos (CEPSH) da Universidade Federal de

Santa Catarina conforme parecer número 847/2010 em julho de 2010. O

responsável por cada participante, antes do início da pesquisa, foi

convidado a assinar a permissão para participação da criança no estudo

sendo garantida a liberdade de escolha conforme as explicações que

constam no termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo A), o

qual foi assinado pelos responsáveis após terem concordado.

Page 44: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

42

Page 45: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

43

5 RESULTADOS

Foram encontrados 271 pacientes na faixa etária de 7 a 14 anos

de idade atendidos no período de 1996 até 2010 pelo NAPADF e pela

Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UFSC. Desse

número, 32,8% (89 pacientes) são pacientes do NAPADF sendo

fissurados e 67,2 % (182 pacientes) da Disciplina de Ortodontia do

Curso de Odontologia da UFSC que são sem fissura. Dos 32,8 %, 18,4%

eram do gênero masculino e 14,4% do feminino. Dos 67,2%, 36,9%

eram do gênero feminino e 30,3% do masculino.

TABELA 1 – Distribuição dos pacientes fissurados do NAPADF e

dos pacientes sem fissura da Disciplina de Ortodontia atendidos entre

1996-2010 conforme o gênero

Pacientes Gênero

Masculino Feminino Total

N % N % N %

Fissurados 50 18,4 39 14,4 89 32,8

Sem fissura 82 30,3 100 36,9 182 67,2

Total 132 48,7 139 51,3 271 100,0

Todos os fissurados tiveram o diagnóstico da fissura baseado na

classificação de Spina (1972), possibilitando a obtenção da frequência

dos diferentes tipos de fissura, bem com a extensão e localização da

malformação quanto à unilateralidade ou bilateralidade. Ocorreu uma

prevalência da fissura transforame incisivo com 22,1%, quando se

analisou entre todos os pacientes (fissurados e não fissurados) (Tabela

2). Porém, quando se analisou só entre pacientes com fissura, ocorreu

um aumento da frequência da transforame incisivo para 67,4% (Figura

1).

Page 46: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

44

TABELA 2 – Distribuição dos pacientes por grupo de fissura

atendidos no NAPADF e na Disciplina de Ortodontia entre 1996-

2010

Tipo de fissura N % IC 95%

Grupo I - Pré-forame incisivo 17 6,3 4,0-9,8

Grupo II - Transforame incisivo 60 22,1 17,3-27,1

Grupo III - Pós-forame incisivo 12 4,4 2,6-7,6

Grupo IV - Fissuras raras da face 0 0,0

Grupo sem fissura 182 67,2 61,7-72,8

Total 271 100,0

Page 47: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

45

FIGURA 1 – Distribuição (%) dos pacientes com fissura atendidos

no NAPADF entre 1996-2010 por grupo de fissura (I II e III)

A Tabela 3 apresenta a distribuição dos pacientes fissurados e não

fissurados quanto ao gênero, observando um predomínio de pacientes do

gênero masculino fissurado e do gênero feminino sem fissura, porém

estatisticamente não significativo (p=0,477).

19,1%

67,4%

13,5%

Tipo de fissura

Grupo I - Pré-forame incisivo

Grupo II - Transforame incisivo

Grupo III - Pós-forame incisivo

Page 48: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

46

TABELA 3 – Distribuição dos pacientes, atendidos no NAPADF e

na Disciplina de Ortodontia entre 1996-2010, quanto ao tipo de

fissura e ao gênero

Tipo de fissura Gênero

Masculino Feminino Total

N % N % N %

Grupo I-Pré-forame

incisivo

7 2,6 10 3,7 17 6,3

Grupo II-Transforame

incisivo

38 14,0 22 8,1 60 22,1

Grupo III-Pós-forame

incisivo

5 1,8 7 2,6 12 4,4

Grupo sem fissura 82 30,3 100 36,9 182 67,2

Total 132 48,7 139 51,3 271 100,0

p=0,477

Com a classificação de Spina (1972) foi possível detalhar a

extensão (completa ou incompleta) e a localização da fissura quanto à

unilateralidade ou bilateralidade assim pode-se identificar a frequência

da fissura transforame incisivo esquerda (33,7%), seguida da fissura

transforame incisivo direita (20,2%), transforame incisivo bilateral

(13,5%), pós-forame incisivo completa (7,9%), pré-forame incisivo

completa esquerda (5,6%), pré-forame incisivo incompleta esquerda

(5,7%), pós-forame incisivo incompleta (5,6%), pré-forame incisivo

completa direita (4,5%) e pré-forame incisivo incompleta direita (3,4%),

conforme demonstrado na Tabela 4. Segundo os resultados, ocorreu uma

maior frequência das fissuras unilaterais (73,0%) sobre as bilaterais

(13,5%) e, dentre elas, predominaram o comprometimento do lado

esquerdo (44,9%). Houve também uma maior frequência das fissuras

completas (18,0%) sobre as incompletas (14,6%). Não foram

encontradas fissuras raras da face.

Page 49: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

47

TABELA 4 – Distribuição dos pacientes com fissura dos grupos I,

II e III, quanto ao tipo de fissura e o subgrupo lateralidade e

extensão, atendidos no NAPADF entre 1996-2010

N % IC 95%

Grupo I - Pré-forame

incisivo

Completa esquerda 5 5,6 3,2-9,3

Completa direita 4 4,5 2,7-7,7

Completa bilateral 0 0,0

Incompleta esquerda 5 5,6 3,2-9,3

Incompleta direita 3 3,4 1,6-6,6

Incompleta bilateral 0 0,0

Grupo II - Transforame

incisivo

Esquerda 30 33,7 22,3-45,1

Direita 18 20,2 12,0-32,3

Bilateral 12 13,5 10,6-17,9

Grupo III - Pós-forame

incisivo

Completa 7 7,9 5,6-10,7

Incompleta 5 5,6 3,2-9,3

Total 89 100,0

Foram encontrados 86 (31,7%) pacientes do NAPADF e da

Disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UFSC com

anomalias dentárias de número (Figura 2), sendo 17,7% do gênero

masculino e 14,0% do feminino, porém estatisticamente não

significativo (p=0,98). Foi observado que 0,7% dos pacientes possuem

anomalias dentárias de número na dentição decídua, 29,2% na dentição

Page 50: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

48

permanente, 1,8% em ambas as dentições e 68,3% não possuem

anomalias dentárias de número. Dos 31,7% dos pacientes com

anomalias dentárias de número, 7,8% são em pacientes não fissurados e

23,9% em pacientes com fissura. O tipo de fissura, em que mais

ocorreram anomalias dentárias de número, foi a transforame incisivo,

sendo mais frequente na dentição permanente. Houve uma diferença

estatisticamente significativa (p=0,04) de anomalias dentárias de

número conforme o tipo de fissura e o tipo de paciente, fissurados ou

não fissurados (Tabela 5).

FIGURA 2 – Distribuição (%) de anomalias dentárias de número

de acordo com o tipo de dentição

0,7%

29,2%

1,8% 68,3%

Anomalias dentárias de

número

Dentição decídua

Dentição permanente

Ambas dentições

Nenhuma

Page 51: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

49

TABELA 5 – Distribuição das anomalias dentárias de número de acordo

com o tipo de fissura e o tipo de dentição em pacientes dos grupos I, II,

III do NAPADF e do grupo sem fissura da Disciplina de Ortodontia

atendidos entre 1996-2010

Anomalias dentárias de número

Tipo de

dentição

Tipo de fissura

Grupo I

Pré-FI

Grupo II

TI

Grupo

III

Pós-FI

Grupo

sem

fissura

Total

N % N % N % N % N %

Decídua 0 0,0 1 0,4 0 0,0 1 0,4 2 0,7

Permanente 13 4,8 42 15,5 4 1,5 20 7,4 79 29,2

Ambas

dentições

1 0,4 4 1,5 0 0,0 0 0,0 5 1,8

Nenhuma 3 1,1 13 4,8 8 3,0 161 59,4 185 68,3

Total 17 6,3 60 22,1 12 4,4 182 67,2 271 100

p= 0,04

Foi encontrado no grupo I, pré-forame incisivo, 5,2% dos

pacientes com anomalias dentárias de número, sendo 4,8 % na dentição

permanente e 0,4% em ambas as dentições (Tabela 5). No subtipo pré-

forame incisivo completa esquerda ocorreu anomalia dentária de

número apenas na dentição permanente, 29,4% (Figura 3). Na fissura

pré-forame incisivo completa direita foram observados 17,6% de

anomalias dentárias de número na dentição permanente e 5,9% não

possuem esse tipo de anomalia (Figura 3). Já na fissura pré-forame

incisivo incompleta esquerda foram verificados 17,6% na dentição

permanente, 5,9% em ambas as dentições e 5,9% não possuem anomalia

dentária de número (Figura 3). Na fissura pré-forame incisivo

incompleta direita, 11,8% dos pacientes possuem anomalias dentárias de

número na dentição permanente e 5,9% não possuem esse tipo de

anomalia (Figura 3). Não foram encontradas as fissuras pré-forame

incisivo completa bilateral e pré-forame incisivo incompleta bilateral. A

Figura 3 demonstra haver uma diferença estatisticamente significativa

(p<0,001) das anomalias dentárias de número em relação aos subtipos

de fissura pré-forame incisivo.

Page 52: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

50

0,0% 10,0% 20,0% 30,0%

Pré-FI comp. E

Pré-FI comp. D

Pré-FI comp. Bi

Pré-FI incomp. E

Pré-FI incomp. D

Pré-FI incom. Bi

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

29,4%

17,6%

0,0%

17,6%

11,8%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

5,9%

0,0%

0,0%

0,0%

5,9%

0,0%

5,9%

5,9%

0,00%

Anomalias dentárias de

número

Nenhuma Ambas dentições

Dentição permanente Dentição decídua

p<0,001 FIGURA 3 – Distribuição (%) dos subtipos de fissura pré-forame

incisivo de acordo com as anomalias dentárias de número no tipo

de dentição

Page 53: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

51

A Tabela 6 apresenta a distribuição de pacientes com fissura

transforame incisivo segundo as anomalias dentárias de número de

acordo com o tipo de dentição. Ocorreu uma maior prevalência de

anomalias dentárias de número na fissura transforame incisivo esquerda

com 38,4%, sendo 31,7% na dentição permanente e 6,7% em ambas as

dentições. Seguida da transforame incisivo direita com 21,7% de

anomalias dentárias de número na dentição permanente e da transforame

incisivo bilateral com 1,6% na dentição decídua e 16,6% na dentição

permanente. Houve uma diferença estatisticamente significativa

(p<0,001) das anomalias dentárias de número em relação aos subtipos

de fissura transforame incisivo.

TABELA 6 – Distribuição das anomalias dentárias de número de

acordo com os subtipos de fissura transforame incisivo e o tipo de

dentição

p<0,001

Nos subtipos da fissura pós-forame incisivo só foram encontradas

anomalias dentárias de número na dentição permanente, sendo 16,7% na

fissura pós-forame incisivo completa e 16,7% na fissura pós-forame

incisivo incompleta (Tabela 7), porém estatisticamente não significativa

(p=0, 833).

Anomalias dentárias de número

Tipo de

dentição

Grupo II - Transforame incisivo

Esquerda Direita Bilateral Total

N % N % N % N %

Decídua 0 0,0 0 0,0 1 1,6 1 1,6

Permanente 19 31,7 13 21,7 10 16,6 42 70,0

Ambas

dentições

4 6,7 0 0,0 0 0,0 4 6,7

Nenhuma 7 11,7 5 8,4 1 1,6 13 21,7

Total 30 50,0 18 30,0 12 20,0 60 100,0

Page 54: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

52

TABELA 7 – Distribuição das anomalias dentárias de número de

acordo com os subtipos de fissura pós-forame incisivo e o tipo de

dentição

p=0,833

A Tabela 8 apresenta a distribuição dos tipos de anomalias

dentárias de número de acordo com os grupos I, II, III e sem fissura. Na

dentição decídua só ocorreu um caso de hipodontia, no dente 83 em um

paciente sem fissura, mas ocorreram oito casos de hiperdontia, duas

anteriores ao dente 53 (pré-caninos direitos) em pacientes com fissura

transforame incisivo e seis anteriores ao dente 63 (pré-caninos

esquerdos), sendo um caso em paciente com fissura pré-forame incisivo

e cinco em transforame inicisivo. Na dentição permanente a hipodontia

mais frequente foi do dente 22, seguido do dente 12 e do dente 35. A

hiperdontia mais prevalente na dentição permanente foi anterior ao

dente 23 (pré-canino esquerdo), seguido do pré-canino direito (anterior

ao dente 13). Das situações descritas na Tabela 8, a única em que houve

diferença estatisticamente significativa foi hipodontia do dente 22 com

p=0,011.

Anomalias dentárias de número

Tipo de

dentição

Grupo III - Pós-forame incisivo

Completa Incompleta Total

N % N % N %

Decídua 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Permanente 2 16,7 2 16,7 4 33,3

Ambas

dentições

0 0,0 0 0,0 0 0,0

Nenhuma 5 41,7 3 25,0 8 66,7

Total 7 58,3 5 41,7 12 100,0

Page 55: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

53

TABELA 8 – Distribuição dos tipos de anomalias dentárias de

número conforme os grupos I, II, III e sem fissura

Anomalias

dentárias

de

número

Tipo de fissura

Grupo I

Pré-FI

Grupo II

TI

Grupo

III

Pós-FI

Grupo

sem

fissura

Total

N % N % N % N % N %

Hipo 83 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

Hipo 11 2 2,3 2 2,3 0 0,0 0 0,0 4 4,6

Hipo 12 2 2,3 20 23,3 2 2,3 4 4,6 28 32,5

Hipo 14 1 1,2 4 4,7 0 0,0 1 1,2 6 7,0

Hipo 15 0 0,0 8 9,3 0 0,0 1 1,2 9 10,5

Hipo 16 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

Hipo 22* 7 8,1 28 32,6 2 2,3 3 3,5 40 46,5

Hipo 24 2 2,3 1 1,2 0 0,0 0 0,0 3 3,5

Hipo 25 1 1,2 3 3,5 1 1,2 5 5,8 10 11,6

Hipo 26 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

Hipo 27 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3

Hipo 31 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 4,7 4 4,7

Hipo 32 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3

Hipo 33 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

Hipo 34 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

Hipo 35 2 2,3 10 11,6 2 2,3 5 5,8 19 22,1

Page 56: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

54

Hipo 36 0 0,0 1 1,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2

Hipo 41 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 3,5 3 3,5

Hipo 42 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3

Hipo 45 2 2,3 4 4,7 0 0,0 5 5,8 11 12,8

Hiper 53 0 0,0 2 2,3 0 0,0 0 0,0 2 2,3

Hiper 63 1 1,2 5 5,8 0 0,0 0 0,0 6 7,0

Hiper 11 1 1,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2 2 2,3

Hiper 12 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,3 2 2,3

Hiper 13 2 2,3 4 4,7 0 0,0 0 0,0 6 7,0

Hiper 16 0 0,0 1 1,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2

Hiper 22 0 0,0 2 2,3 0 0,0 1 1,2 3 3,5

Hiper 23 3 3,5 4 4,7 0 0,0 1 1,2 8 9,3

Hiper 35 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

Hiper 42 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

Hiper 43 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 1 1,2

p= 0,011

As hipodontias mais prevalentes ocorrem na fissura do tipo

transforame incisivo, sendo o subtipo mais frequente a transforame

incisivo esquerda, seguido da transforame incisivo direita e transforame

incisivo bilateral (Figura 4). Das situações descritas na Figura 4, a

hipodontia do dente 22 foi a única em que houve diferença

estatisticamente significativa com p<0, 001.

Page 57: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

55

*p<0,001, restante p>0,05

FIGURA 4 – Distribuição (%) das hipodontias mais frequentes

conforme os subtipos da fissura transforame incisivo

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

Hipodontia 12 Hipodontia

22* Hipodontia 35

2,1%

38,3%

8,5%

23,4%

2,1%

12,8%

14,9% 17,0%

0,0%

Transforame incisivo esquerda

Transforame incisivo direita

Transforame incisivo bilateral

Page 58: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

56

FIGURA 5 – Radiografia panorâmica de paciente com fissura

transforame incisivo esquerda com agenesia na região da fissura,

incisivo lateral superior esquerdo

FIGURA 6 - Radiografia panorâmica de paciente com fissura

transforame incisivo direita. Agenesia na região da fissura: incisivo

lateral superior direito; agenesia fora da região da fissura: segundo pré-

molar inferior esquerdo; supranumerário na região da fissura: pré-canino

superior direito

Page 59: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

57

A Figura 7 mostra a distribuição da hiperdontia do dente 23

conforme o tipo de fissura. A hiperdontia do dente 23 foi a mais

prevalente entre as anomalias dentárias de aumento no número de

dentes, porém estatisticamente não significativa (p>0,05).

p>0,05

FIGURA 7 - Distribuição (%) da hiperdontia do dente 23 conforme os

grupos I, II e III

0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0%

Grupo III - Pós-FI

Grupo II - TI

Grupo I - Pré-FI

0,0%

4,7%

3,5%

Hiperdontia 23

Page 60: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

58

Page 61: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

59

6 DISCUSSÃO

O estudo das fissuras labiopalatais é de fundamental importância,

por se tratar de uma anomalia de frequência considerável na população.

Neste estudo, embora a ocorrência de fissura labiopalatal tenha

predominado no gênero masculino, concordando com alguns trabalhos

(CERQUEIRA et al., 2005; GRAZIOSI; BOTTINO; CASTILHO

SALGADO, 1998; FURLANETO; PRETTO, 2000/1; TOLAROVA,

2005), essa diferença não foi significativa, sendo considerado que não

houve diferença entre os gêneros. Esse dimorfismo sexual na

prevalência de fissuras pode ser explicado pela hipótese de Meshin et al.

(1968) e suportada por Burdi e Silvey (1969), que observaram uma

diferença na sequência de desenvolvimento embrionário entre os sexos,

sendo provável que, se um fator teratogênico atuar no organismo em um

determinado estágio da embriogênese, provocará resultados diferentes

em ambos os sexos (CARRARA, 2000).

A distribuição dos tipos de fissura ocorreu da seguinte forma:

67,4% dos pacientes com fissura labiopalatal apresentaram fissura

transforame incisivo, seguida da pré-forame incisivo com 19,1% e da

pós-forame incisivo com 13,5% dos casos. Não foi encontrado nenhum

elemento situado no grupo das fissuras raras da face. Houve predomínio

da fissura transforame incisivo como nos estudos realizados, no Brasil,

por Graziosi; Bottino e Castilho Salgado (1998), Neves; Monteiro e

Giwa-Ng (2002), Dalben (2002) e Martelli Junior et al. (2007),

discordando dos achados de Nunes (2005), Lopes e Caixeta (2006) e

França e Locks (2003), que encontraram predominância da fissura pós-

forame incisivo.

Os resultados encontrados para o grupo de fissura transforame

incisivo concordam com estudos realizados, onde este tipo de fissura

também ocorreu em maior frequência, por Sherkat (2000) com 47,7%,

Sipek et al. (2002) com 49,6%, Mcleod; Urioste e Saeed (2004) com

53,6% e Meng et al. (2006) com 46, 5%.

No que se refere à predominância da fissura pós-forame incisivo

entre os casos, os achados concordam também com os estudos

realizados por Rajabian e Sherkat (2000), Mcleod; Urioste e Saeed

(2004), Elahi et al. (2004) e Fathallah (2007), onde foram encontradas

as frequências de 17,4%; 3,6%; 24,0% e 15,0%, sendo o tipo de fissura

menos prevalente.

Através da classificação de Spina (1972) foi possível detalhar a

extensão (completa ou incompleta) e a localização da fissura quanto à

Page 62: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

60

unilateralidade ou bilateralidade, assim pode-se identificar a frequência

da fissura transforame incisivo esquerda (33,7%), seguida da fissura

transforame incisivo direita (20,2%), transforame incisivo bilateral

(13,5%), pós-forame incisivo completa (7,9%), pré-forame incisivo

completa esquerda (5,6%), pré-forame incisivo incompleta esquerda

(5,7%), pós-forame incisivo incompleta (5,6%), pré-forame incisivo

completa direita (4,5%) e pré-forame incisivo incompleta direita (3,4%).

Em relação ao lado da face envolvido, as fissuras do tipo pré-

forame incisivo e transforame incisivo podem ser subclassificadas em

unilateral ou bilateral. Já a fissura pós-forame incisivo não apresenta

essa variação por acometer necessariamente a linha média do palato, ou

seja, a rafe palatina (ROCHA; TELLES, 1990; SILVA FILHO;

ALMEIDA, 1992; CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO, 1992;

SILVA FILHO; SÁNCHEZ, 1996). Assim, os resultados mostraram

uma maior frequência das fissuras unilaterais (73,0%) sobre as bilaterais

(13,5%) e, dentre elas, predominaram o comprometimento do lado

esquerdo (44,9%), concordando com os achados de Nagem Filho;

Morais e Rocha (1968) apud Loffredo; Souza Freitas e Grigolli, Fonseca

e Rezende (1971) apud Silva; Souza Freitas e Okada (2000), Ribeiro e

Moreira (2005), Cerqueira et al. (2005) e Graziosi; Bottino e Castilho

Salgado (1998). Outros autores como Dalben (2002) e Neves; Monteiro

e Giwa-Ng (2002) também relataram uma maior ocorrência de fissuras

unilaterais sem identificar o lado da face.

De acordo com a extensão anatômica, as fissuras pré-forame e

pós-forame podem ser subclassificadas em completa ou incompleta,

tendo como referência o forame incisivo. A fissura transforame incisivo

não apresenta essa variação por se caracterizar pelo rompimento

completo do palato primário e secundário, estendendo clinicamente do

lábio superior até o palato mole e úvula.

Neste estudo, os resultados apontam para uma maior prevalência

das fissuras completas (18,0%) do que das incompletas (14,6%),

concordando com outros estudos realizados. De acordo com Rezende e

Maringoni (1981, 1982), ocorreu uma maior incidência de fissuras

completas nos dois trabalhos publicados. Segundo Souza Freitas et al.

(2004), a fissura completa de lábio e palato foi mais frequente do que

outros tipos de fissuras, compreendendo 37,1% (dos quais 24,9% eram

unilaterais e 12,2% bilaterais). Gardenal (2009) identificou a ocorrência

de uma maior frequência das fissuras completas (60,1%) sobre as

incompletas.

A compreensão da extensão anatômica da fissura é essencial na

elaboração do programa terapêutico e no prognóstico do tratamento, já

Page 63: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

61

que, segundo Silva Filho e Sánchez (1996), quanto maior a extensão da

lesão, maiores serão os comprometimentos funcionais e, portanto,

maiores os recursos terapêuticos utilizados ao longo do tratamento para

recuperação total do paciente.

A fissura labiopalatal pode, com frequência, afetar o

desenvolvimento dos dentes decíduos e permanentes, assim como a

própria maxila (CARVALHO; TAVANO, 2008; OLIVEIRA;

CAPELOZZA; CARVALHO, 1996; VANZIN; YAMAZAKI, 2002). É

comprovado que pacientes com fendas labiopalatais fazem parte de um

grupo que, devido às deformidades que apresentam, são mais

susceptíveis a apresentarem: maloclusões, que modificam a forma e o

desenvolvimento normais (MONTANDON; DUARTE; FURTADO,

2001) e anomalias dentárias (alterações de tamanho, forma, posição,

hipodontias, hipoplasias e supranumerários) que acometem tanto a

dentição decídua quanto a permanente (RANTA, 1986).

As maloclusões e as anomalias dentárias favorecem a maior

retenção de resíduos sobre os dentes por mais tempo, criando condições

adicionais para retenção de placa, propiciando o surgimento de lesões

cariosas. Também tornam essas crianças mais sujeitas a alterações

periodontais e dentre estas a mais comum é a gengivite marginal,

ocorrendo com mais frequência nos dentes na área da fenda

(OLIVEIRA et al., 1992).

A avaliação da prevalência de anomalias dentárias de número, na

dentição de indivíduos com fissura labiopalatal e sem fissura, possibilita

o diagnóstico e o tratamento adequados, que são fundamentais para a

reabilitação. Para a detecção de anomalias dentárias, um dos meios

auxiliares mais importantes no diagnóstico da malformação é o exame

radiográfico, o qual definirá o diagnóstico correto.

Várias pesquisas apontam que anomalias dentárias são

significativamente mais prevalentes em pacientes com fissuras

labiopalatais do que na população em geral. Isso ocorre porque genes

para fissuras também estão envolvidos em distúrbios em vários tecidos

do corpo, além de causarem alterações na lâmina dentária (VIEIRA,

2008). Vale destacar ainda que a severidade do tipo de fissura também

influencia diretamente nas alterações que esses indivíduos vão

apresentar, ou seja, quanto maior for a complexidade desta, maior o

comprometimento dos pacientes. O presente estudo está em consonância

com as referidas pesquisas, sendo que dos 31,7% dos pacientes com

anomalias dentárias de número, 23,9% são em pacientes com fissura e

7,8% em pacientes não fissurados (RANALLI; ELLIOTT; ZULLO,

1986; LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991; BJERKLIN; KUROL;

Page 64: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

62

PAULIN, 1993; ALMEIDA; GOMIDE, 1996; SHAPIRA; LUBIT;

KUFTINEC, 1999; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC, 2000). Portanto,

essa elevada prevalência sugere a necessidade de uma ampla

investigação na busca e no diagnóstico dessas anomalias (OLIVEIRA;

CAPELOZZA; CARVALHO, 1996).

Neste estudo não houve diferença estatisticamente significativa

entre gêneros para nenhum tipo das anomalias dentárias avaliadas, em

concordância com estudos que sugerem que o controle do

desenvolvimento dentário independe do gênero e que são influenciados

por fatores etiológicos das fissuras (RIBEIRO et al., 2003; RIBEIRO;

MOREIRA, 2005; SLAYTON et al., 2003).

No presente estudo também foram encontradas 0,7% de

anomalias dentárias de número na dentição decídua, 29,2% na dentição

permanente e 1,8% em ambas as dentições. Segundo Vichi e Franchi

(1995), embora essas anomalias dentárias afetem as dentições decídua e

permanente, sua incidência parece ser maior na dentição permanente.

A prevalência de hipodontia e de dentes supranumerários nas

dentições decídua e permanente de pacientes com fissuras labiopalatais

foi estudada por diversos autores (DAMANTE; SOUZA FREITAS;

MORAES, 1973; RANTA, 1986; LOPES; MATTOS; ANDRÉ, 1991;

VICHI; FRANCHI, 1995; OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO,

1996; LEKKAS et al., 2000; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC, 1999;

CABETE; GOMIDE; COSTA, 1999; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC,

2000) e, de acordo com Lopes, Mattos e André (1991), são sete vezes

mais frequentes nesses pacientes do que na população em geral, sendo a

hipodontia duas vezes mais frequente do que dentes supranumerários.

Quando se analisou só entre os pacientes fissurados, ocorreu um

aumento da frequência de anomalias dentárias de número nesses

pacientes para 73,0% e quando se analisou só entre pacientes sem

fissura aumentou para 11,5% nesse grupo, então, de acordo com este

estudo, a frequência de anomalias dentárias de número em pacientes

fissurados foi quase sete vezes mais frequente do em pacientes sem

fissura, concordando com o estudo de Lopes, Mattos e André (1991).

No entanto, a hipodontia foi quase cinco vezes mais frequente que

dentes supranumerários neste estudo.

Damante, Souza Freitas e Moraes (1973) relataram maior

prevalência de hipodontia do que de dentes supranumerários na dentição

permanente e, maior número de dentes supranumerários na dentição

decídua, entretanto, Vichi e Franchi (1995) observaram que incisivos

laterais supranumerários são mais frequentemente encontrados na

dentição permanente. Neste estudo, foi encontrada na dentição

Page 65: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

63

permanente uma maior prevalência de hipodontia (86,0%) do que de

dentes supranumerários (14,0%), porém o contrário na dentição decídua

com 11,1% de hipodontia e 88,9% de dentes supranumerários, portanto

em consonância com Damante, Souza Freitas e Moraes (1973). Mas,

ocorreram mais dentes supranumerários na dentição permanente do que

na decídua, sendo mais frequente os pré-caninos (incisivos laterais

supranumerários) concordando com Vichi e Franchi (1995). A

incidência de dentes supranumerários parece diminuir e a de hipodontia

aumentar quanto mais complexa é a fissura (DAMANTE; SOUZA

FREITAS; MORAES, 1973; RANTA, 1986; LOPES; MATTOS;

ANDRÉ, 1991).

As anomalias dentárias de número foram mais frequentes na

fissura transforame incisivo, o que é um resultado esperado, já que a

lesão envolve palato primário e secundário, em concordância com

estudos que declaram que as frequências das anomalias dependem da

gravidade das fissuras e ocorrem mais na região das fissuras (RIBEIRO

et al., 2003; SLAYTON et al., 2003; SHAPIRA; LUBIT; KUFTINEC,

2000).

No presente estudo, levando em consideração todos os pacientes

analisados (fissurados e não fissurados), a frequência de anomalias

dentárias de número na fissura transforame incisivo é de 17,3%. Mas,

quando se analisou só entre pacientes fissurados, ocorreu um aumento

da frequência da transforame incisivo para 52,8%, seguida da fissura

pré-forame incisivo com 15,7% e da pós-forame incisivo com 4,5%. As

anomalias dentárias de número são menos frequentes na pós-forame

incisivo, pois esse tipo de fissura não envolve dentes e nem rebordo

alveolar. Houve uma diferença estatisticamente significativa (p=0,04) de

anomalias dentárias de número conforme o tipo de fissura e o tipo de

paciente, fissurados ou não fissurados.

Entre os subtipos de fissura transforame incisivo, ocorreu uma

maior prevalência de anomalias dentárias de número na fissura

transforame incisivo esquerda com 38,4%, sendo 31,7% na dentição

permanente e 6,7% em ambas as dentições. Seguida da transforame

incisivo direita com 21,7% de anomalias dentárias de número na

dentição permanente e da transforame incisivo bilateral com 1,6% na

dentição decídua e 16,6% na dentição permanente.

Já nos subtipos da pré-forame incisivo, as anomalias dentárias de

número foram mais prevalentes na pré-forame incisivo completa

esquerda com 29,4%, seguida da pré-forame incisivo incompleta

esquerda (23,5%), da pré-forame incisivo completa direita (17,6%) e da

pré-forame incisivo incompleta direita (11,8%). Não foram encontradas

Page 66: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

64

as fissuras pré-forame incisivo completa bilateral e pré-forame incisivo

incompleta bilateral.

Nos subtipos da fissura pós-forame incisivo só foram encontradas

anomalias dentárias de número na dentição permanente, sendo 16,7% na

fissura pós-forame incisivo completa e 16,7% na fissura pós-forame

incisivo incompleta, porém estatisticamente não significativa (p=0,833).

Houve uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001) das

anomalias dentárias de número em relação aos subtipos de fissura

transforame incisivo e de pré-forame incisivo. No entanto, não foram

encontrados, na revisão de literatura para esta pesquisa, levantamentos

sobre a relação das anomalias dentárias de número com os subtipos de

fissura.

No presente estudo, as agenesias dentárias ocorreram em 82,5%

dos casos de anomalia dentária de número, sendo mais prevalentes que

dentes supranumerários, concordando com estudos de Damante, Souza

Freitas e Moraes (1973); Ranta e Rintala (1982); Oliveira, Capelloza e

Carvalho (1996) e Shapira, Lubit e Kuftinec (1999) e com maior

frequência no grupo transforame incisivo. Foram mais prevalentes na

maxila do que na mandíbula, mais frequentes do lado fissurado e mais

comumente encontradas do lado esquerdo, similares ao achados

referidos por Slayton et al. 2003 e Neves et al. 2002. Concordante

também com estudos de Shapira, Lubit e Kuftinec (2000), que mostram

proporções semelhantes, onde utilizaram radiografias periapicais e

oclusais de 278 pacientes com fissura labiopalatal para análise da

agenesia fora e na região das fissuras e a possível associação entre o

lado fissurado e a ausência dentária, encontrando prevalência de 77% de

agenesias. Outro estudo caso-controle detectou 60,6% de agenesias na

população fissurada (RAHMAN et al. 2004).

Pesquisas mostram que a maior frequência de agenesias em

pacientes com fissuras labiopalatais pode ser resultado não somente de

fatores genéticos que afetam diretamente o desenvolvimento de dentes,

mas também podem ser causadas por fatores da própria fissura

(MURRAY; SCHUTTE, 2004; SLAYTON et al. 2003). No presente

estudo, foi encontrada uma maior prevalência de agenesias em pacientes

com fissura labiopalatal (76,4%) do que em não fissurados (23,6%),

discordando de estudos de Lekkas et al. (2000), que avaliaram adultos

não operados, não detectando diferença significativa de agenesias entre

esses e a população sem fissura.

Quanto à frequência de agenesias por dentes afetados, a mais

encontrada, neste estudo, foi dos incisivos laterais superiores (47,3%).

Os incisivos laterais esquerdos foram os mais frequentes ausentes

Page 67: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

65

(29,0%), resultados inferiores aos achados por Ribeiro et al. (2003), que

numa amostra de 203 pacientes com fissura labiopalatal detectaram

50,2% de agenesia dos incisivos laterais superiores no lado fissurado.

Também inferiores aos achados de Rahman et al. (2004) que

encontraram 49,8% de agenesias dos incisivos laterais superiores na

região das fissuras e Shapira, Lubit e Kuftinec (1999) observaram uma

frequência de 74,8% de agenesias dos incisivos laterais superiores e

18% dos segundos pré-molares numa amostra de 278 pacientes com

fissura labiopalatal.

Em pacientes com fissuras labiopalatais, o incisivo lateral

superior, decíduo e permanente, localizado no lado da fissura, é o

elemento dentário mais susceptível a injúrias (RANTA, 1986;

OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO, 1996), sendo os incisivos

laterais permanentes superiores, os dentes mais ausentes (VICHI;

FRANCHI, 1995) nesses pacientes.

A frequência da agenesia dos incisivos laterais superiores, no

presente estudo, elevou-se conforme a gravidade da lesão, podendo ser

entendida como a fissura tendo uma relação com essa ausência.

Obviamente seria o esperado já que os incisivos laterais superiores

encontram-se na região da fissura e, embriologicamente, a formação dos

germes dos dentes e a ocorrência da fissura labiopalatal tem uma íntima

relação em termos de período dessa ocorrência e de posição anatômica,

concordando com estudos de Rahman et al. 2004 e Ribeiro et al. 2003.

A maioria dos estudos sobre prevalência de agenesias dentárias

em pacientes com fissura relata que o elemento mais afetado é o incisivo

lateral superior do lado fissurado (OLIVEIRA; CAPELOZZA;

CARVALHO, 1996; ARMADA et al., 2005; MATUSITA et al., 2002).

No entanto, essa seria uma conclusão óbvia, visto que nessa região há

uma falha congênita na formação óssea, e consequentemente ausência

natural dos germes dos elementos dentários. Para a obtenção de dados

mais significantes seria interessante analisar a relação entre a fissura e

agenesias na região contralateral, como alguns estudos mais recentes já

começaram a realizar (LETRA et al., 2007; MENEZES; VIEIRA,

2008).

O presente estudo encontrou uma maior frequência de agenesia

do segundo pré-molar nos pacientes com fissuras labiopalatais do que a

observada na população não fissurada, sendo evidenciada mais

comumente na mandíbula do que na maxila, resultados similares aos

achados em um estudo no Brasil (RIBEIRO et al. 2003) e também

semelhantes aos resultados encontrados por Shapira, Lubit e Kuftinec

(1999), porém mais prevalente na maxila do que na mandíbula. Neste

Page 68: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

66

estudo, também foi observado mais agenesias do lado esquerdo, mas

sem diferença estatisticamente significativa.

Lekkas et al. (2000) não encontraram anodontia de caninos e pré-

molares em 266 pacientes adultos com fissura labiopalatal e não

operados, sendo provavelmente a cirurgia precoce, realizada na infância,

para o fechamento do palato duro, o fator etiológico mais importante da

ausência de dentes fora da região da fissura. Contradizendo essa

hipótese, está a anteriormente estabelecida por Bjerklin, Kurol e Paulin

(1993), de que a ausência de dentes fora da área da fissura se deve a

fatores congênitos.

Em pacientes sem fissura, a frequência de dentes extra varia de

0,1% a 11% (STAFNE, 1932; GRAHEN; LINDAHL, 1961;

HAAVIKKO, 1971; LARSON; HELLQUIST; JAKOBSSON, 1998

apud TORTORA, 2008). A literatura relata a presença de dente

supranumerário na área da fenda como a segunda anomalia dentária

mais comum (MILHON; STAFNE, 1941; FISHMANN, 1970;

HELLQUIST et al., 1979 apud TORTORA, 2008; TSAI et al., 1998). O

presente estudo está em consonância com estudos referidos

anteriormente, a prevalência de dentes supranumerários em pacientes

não fissurados foi de 4,4% e 28,1% em pacientes com fissura

labiopalatal, sendo mais frequente na maxila do que na mandíbula em

ambos pacientes.

O paciente fissurado pode apresentar um dente supranumerário

característico denominado de pré-canino na região da fissura. Neste

estudo, foi mais frequente este tipo de dente, concordando com estudos

de Weise e Erdmann (1967), Brattström e Mc William (1989) apud

Tortora et al. (2008), Ribeiro et al. (2003), Aizenbud et al. (2005) e

Tortora et al. (2008).

De acordo com este estudo, os dentes supranumerários foram

encontrados nas fissuras pré-forame incisivo e transforame incisivo,

porém não foram detectados na fissura pós-forame incisivo.

As anomalias dentárias de número, tamanho e forma dos dentes e

alterações dos períodos de formação e sua erupção são frequentemente

observadas nos pacientes com fissura labiopalatal, gerando não só

problemas estéticos como também dificuldades na mastigação,

respiração, deglutição e fonação. O diagnóstico precoce dessas

anomalias permite que se estabeleçam condutas clínicas e ortodônticas

preventivas, interceptativas e corretivas, visando à obtenção de uma

oclusão mais favorável (OLIVEIRA; CAPELOZZA; CARVALHO,

1996).

Page 69: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

67

A odontologia, através de suas diversas especialidades, tem

conseguido notáveis resultados na reabilitação de indivíduos com

malformações congênitas labiopalatais, no que se refere à estética, à

função e à fonação (DAMANTE; SOUZA FREITAS; MORAES, 1973).

Page 70: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

68

Page 71: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

69

7 CONCLUSÕES

Entre todos os tipos de fissura labiopalatal prevalece a

transforame incisivo com 67,4%. Quanto à extensão da lesão, entre as

fissuras pré-forame incisivo e pós-forame incisivo, prevalecem as

fissuras completas (18,0%). Quanto ao lado da face acometido, entre os

casos de fissuras pré-forame incisivo e transforame incisivo, predomina

a fissura unilateral do lado esquerdo com 44,9%.

A prevalência de anomalias dentárias de número foi maior em

pacientes com fissura labiopalatal (23,9%) do que em pacientes sem

fissura (7,8%), sendo a transforame incisivo (17,3%) o tipo de fissura

que mais apresentou anomalias dentárias de número.

A anomalia dentária de número mais prevalente foi a hipodontia

(82,5%). Os dentes mais frequentemente ausentes identificados foram

por ordem de frequência, os incisivos laterais superiores (47,3%) e os

segundos pré-molares inferiores (34,9%). Os supranumerários mais

frequentes foram os pré-caninos (43,8%).

Page 72: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

70

Page 73: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDO, R. C. C.; MACHADO, M. A. A. M. Odontopediatria nas

fissuras labiopalatais. São Paulo: Ed. Santos, 2005.

AIELLO, C. A.; SILVA FILHO, O. G. da; SOUZA FREITAS, J. A. de.

Fissuras labiopalatais: uma visão contemporânea do processo

reabilitador. In: Mugayar, L. R. F. Pacientes portadores de

necessidades especiais: manual de odontologia e saúde oral. p. 111-

139. São Paulo: Pancast, 2000.

AIZENBUD, D. et al. Congenitally missing teeth in the Israeli cleft

population. Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 42, p. 314–317,

2005.

AKCAM, M. O. et al. Dental anomalies in individuals with cleft lip

and/or palate. European Journal of Orthodontics, v. 32, p. 207-213,

2010.

ALMEIDA, C. M.; GOMIDE, M. R. Prevalence of natal/neonatal teeth

in cleft lip and palate infants. Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 33,

n. 4, p. 297-299, jul., 1996.

ARANHA, A. M. F. et al. Amamentação em bebês portadores de

fissuras congênitas lábio-palatais. Disponível em:

<www.odontologiainfantil.8m.com>. Acesso em: 12 de maio de 2010.

ARMADA, L. et al. Prevalência de alterações bucais em crianças

portadoras de fendas labiopalatinas atendidas no Hospital Municipal

Nossa Senhora do Loreto – RJ. Pesq. Bras. Odontoped. Clin. Integr.,

João Pessoa, v.5, n.2, p. 165-170. maio/ago., 2005.

Page 74: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

72

BACCETTI, T. A controlled study of associated dental anomalies.

Angle Orthod., v. 68, n. 3, p. 267-274, 1998.

BAEK, S. H.; KIM, N. Y. Congenital missing permanent teeth in korean

unilateral cleft lip and alveolus and unilateral cleft lip and palate

patients. Angle Orthodontist, v. 77, n. 1, p. 88-93, 2007.

BARONEZA, J. E. et al. Dados epidemiológicos de portadores de

fissuras labiopalatinas de uma instituição especializada de Londrina,

Estado do Paraná. Acta Sci. Health Sci., Maringá, v. 27, n. 1, p. 31-35,

2005.

BJERKLIN, K.; KUROL, J.; PAULIN, G. Ectopic eruption of the

maxillary first permanent molars in children with cleft lip and/or palate.

European Journal of Orthodontics, v. 15, n. 6, p. 535-540, dec., 1993.

BOHN, A. Dental anomalies in harelip and cleft palate.Acta Odontol.

Scand., Stockholm, v. 21, p. 1-109, 1963./ Supplement 38/ apud VICCI,

J. G.; RAZUK, C. G.; CARVALHO, I. M. M. de. Ocorrência de

anodontia do incisivo central superior em pessoas com fissura de lábio

e/ou palato. Salusvita, Bauru, v. 26, n. 2, p. 51- 60, 2006.

BRATTSTRÖM, V.; MCWILLIAM, J. The influence of bone grafting

age on dental abnormalities and alveolar bone height in patients with

unilateral cleft lip and palate. Eur J Orthod, v. 11, p. 351–359, 1989

apud TORTORA, C. et al. Prevalence of abnormalities in dental

structure, position, and eruption pattern in a population of unilateral and

bilateral cleft lip and palate patients. Cleft Palate–Craniofacial

Journal, v. 45, n. 2, march, 2008.

Page 75: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

73

BUFALINO, A. Análise da suplementação vitamínica e de

polimorfismos em genes da via metabólica do ácido fólico em mães

de indivíduos com fissuras lábio-palatinas não-sindrômicas. 96 f.

(Dissertação mestrado em estomatopatologia na área da patologia) -

Programa de Pós-Graduação em Estomatopatologia - Universidade

Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba -

Piracicaba-SP, 2010.

CAPELOZZA FILHO, L.; SILVA FILHO, O. G. da; Fissuras lábio-

palatais. In: PETRELLI, E; coordenador. Ortodontia para

fonoaudiologia. p. 195-239. Curitiba: Lovise: 1992.

CARRARA, C. F. de C. Estudo da cronologia e sequência de erupção

e das agenesias dos dentes permanentes em indivíduos brasileiros,

leucodermas, portadores de fissura transforame incisivo unilateral.

128 f. (Dissertação mestrado em odontologia na área de

odontopediatria) - Faculdade de odontologia de Bauru - USP, Bauru,

2000.

CARVALHO, L. C. F. de; TAVANO, O. Agenesias dentais em

fissurados do Centro Pró-Sorriso – Universidade José do Rosário

Vellano. RGO, Porto Alegre, v. 56, n.1, p. 39-45, jan./mar., 2008.

CASSOLATO, S. F. et al. Treatment of dental anomalies in children

with complete unilateral cleft lip and palate at SickKids Hospital,

Toronto. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v. 46, n. 2, march, 2009.

CERQUEIRA, M. N. et al. Ocorrência de fissuras labiopalatais na

cidade de São José dos Campos-SP. Rev. Bras. Epidemiol.,v. 8, n.2, p.

161-166, 2005.

COBOURNE, M. T. The complex genetics of cleft lip and palate.

Europen Journal of Orthodontics, v. 26, n. 1, p. 7-16, february, 2004.

Page 76: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

74

DALBEN, G. da S. Prevalência dos tipos de fissuras lábio-palatais

entre pacientes não operados - levantamento realizado no ano 2000.

Bauru, 2002. 63p. Monografia (Aperfeiçoamento em Ortodontia

Preventiva) - Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais,

Universidade de São Paulo, 2002.

DAMANTE, J. H.; SOUZA FREITAS, J. A. de; MORAES, N.

Anomalias dentárias de número na área da fenda, em portadores de

malformações congênitas lábio-palatais. Estomatologia & Cultura, v.

7, n. 1, p. 88-97, 1973.

ELAHI, M. M. et al. Epidemiology of cleft lip and cleft palate in

Pakistan. Plast Reconstr Surg, v. 113, n. 6, p. 1548-1555, may, 2004.

FARAJ, J. de O. R. A. F.; ANDRÉ, M. Alterações dimensionais

transversas do arco dentário com fissura labiopalatina, no estágio de

dentadura decídua. R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá,

v. 12, n. 5, p. 100-108, set./out., 2007.

FATHALLAH, Z. F. Effects of socioeconomic factors on the incidence

and pattern of oro-facial cleft. Bas J Surg, v. 13, march, 2007.

FERRARIS, M. E. G. de; MUÑOZ, A. C. Embriologia especial

bucomaxilofacial. In: ______. Histologia e embriologia bucodental.

Tradução de Luiz Carlos Moreira e Miriam Beatriz Jordão Moreira. 2.

ed., cap. 3, p. 41-71, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

FIGUEIREDO, M. C. et al. Fissura bilateral completa de lábio e palato:

alterações dentárias e de má oclusão – relato de caso clínico. Publ.

UEPG Ci. Biol. Saúde, Ponta Grossa, v.14, n.1, p. 7-14, mar., 2008.

FIGUEIREDO, M. C. et al. Fissura unilateral completa de lábio e

palato: alterações dentárias e de má oclusão - relato de caso clínico.

RFO, v. 13, n. 3, p. 73-77, set./dez., 2008.

Page 77: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

75

FILHO, R. R. F. et al. Tratamento de pacientes portadores de fissuras

lábio-palatais. AONP – Revista 17. Disponível em:

<http://www.aonp.org.br/fso/revista17/rev1726.htm>. Acesso em: 12 de

maio de 2010.

FISHMANN, L. S. Factors related to tooth number, eruption time, ant

tooth position in cleft palate individuals. J Dent Child, v.37, n.4, p.303-

306, 1970 apud FIGUEIREDO, M. C. Fissura bilateral completa de

lábio e palato: alterações dentárias e de má oclusão – relato de caso

clínico. Publ. UEPG Ci. Biol. Saúde, Ponta Grossa, v.14, n.1, p. 7-14,

mar., 2008.

FONSECA, E. P.; REZENDE, J. R. V. Incidência das malformações do

lábio e do palato. Rev Fac Odontol São Paulo, São Paulo, v. 9, n. 1, p.

45-58, jan./jun. 1971 apud SILVA FILHO, O. G. da; SOUZA

FREITAS, J. A. de; OKADA, T. Fissuras labiopalatais: diagnóstico e

uma filosofia interdisciplinar de tratamento. In: PINTO, V. G.

Saúde Bucal Coletiva. 4. ed., p. 480-527. São Paulo: Ed. Santos, 2000.

FRANÇA, C. M. C. de; LOCKS, A. Incidência das fissuras lábio-

palatinas de crianças nascidas na cidade de Joinville (SC) no período de

1994 a 2000. J Bras Ortodont Ortoped Fac; v. 8, n. 47, p. 429-436,

2003.

FREITAS e SILVA, D. S. et al. Estudo descritivo de fissuras lábio-

palatinas relacionadas a fatores individuais, sistêmicos e sociais. RGO,

Porto Alegre, v. 56, n.4, p. 387-391, out./dez. 2008.

FURLANETO, E. C.; PRETTO, S. M. Estudo epidemiológico dos

pacientes atendidos no serviço de defeitos de face da PUCRS. Rev

Odonto Ciência, v. 15, n. 29, p. 39-56, 2000/1.

Page 78: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

76

GARDENAL, M. Prevalência das fissuras orofaciais congênitas

diagnosticadas no estado de Mato Grosso do Sul. 93f. (Dissertação

mestrado em saúde e desenvolvimento) – Programa de pós-graduação

em saúde e desenvolvimento – Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul. Campo Grande, 2009.

GIRONDI, J. R. et al. Estudo da prevalência das anomalias dentárias de

desenvolvimento em dada população, com o uso de radiografias

panorâmicas. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São

Paulo, v.18, n. 1, p. 15-21, jan-abr., 2006.

GORLIN, R. J.; COHEN, M.; HENNEKAM. Syndromes of head and

Neck. 4. ed. Oxford University Press, Inc 2001, New York apud

SÉLLOS, R. L. de L. Fissuras lábio-palatinas e caracterização das

anomalias dentárias associadas; estudo retrospectivo no centro de

reabilitação de fissuras lábio-palatinas (CERFIS) no período entre

1998-2004, Goiânia-GO. 86f. (Dissertação mestrado em ciências da

saúde) - Programa de pós-graduação de ciências da saúde -

Universidade de Brasília. Brasília-DF, 2007.

GRAHEN, H.; LINDAHL, B. Supernumerary teeth in the permanent

dentition: a frequency study. Odontologisk Revy, v. 12, p. 290-294,

1961 apud TORTORA, C. et al. Prevalence of abnormalities in dental

structure, position, and eruption pattern in a population of unilateral and

bilateral cleft lip and palate patients. Cleft Palate–Craniofacial

Journal, v. 45, n. 2, march, 2008.

GRAZIOSI, M. A. O. C.; BOTTINO, M. A.; CASTILHO SALGADO,

M. A. Prevalência das anomalias labiais e/ou palatais, entre pacientes

que freqüentavam o Centro de Tratamento das Deformidades

Labiopalatais da Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos

Campos – Unesp 1991/1992. Pós-Grad Rev Fac Odontol São José dos

Campos, v. 1, n. 1, p. 47-53, jul./dez., 1998.

Page 79: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

77

HAAVIKKO, K. Hypodontia of permanent teeth: an

orthopantomographic study. Suomen Hammaslääkäriseuran

Toimituksia, v. 67, p. 219-225, 1971 apud TORTORA, C. et al.

Prevalence of abnormalities in dental structure, position, and eruption

pattern in a population of unilateral and bilateral cleft lip and palate

patients. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v. 45, n. 2, march, 2008.

HARRIS, E.F., HULLINGS, J. G. Delayed dental development in

children with isolated cleft lip and palate. Arch Oral Biol, v. 35, n. 6, p.

469-473, 1990.

HELLQUIST, R. et al. Dental abnormalities in patients with alveolar

cleft, operated upon with or without primary perioplasty. Eur J Orthod,

v. 1, p. 169-180, 1979 apud TORTORA, C. et al. Prevalence of

abnormalities in dental structure, position, and eruption pattern in a

population of unilateral and bilateral cleft lip and palate patients. Cleft

Palate–Craniofacial Journal, v. 45, n. 2, march, 2008.

KROST, B.; SCHUBERT, J. Influence of season on prevalence of cleft

lip and palate. Int. J. Oral Maxillofac. Surg., v. 35, n. 215–218, 2006.

LARSON, M.; HELLQUIST, R.; JAKOBSSON, O. P. Dental

abnormalities and ectopic eruption in patients with isolated cleft palate.

Scand J Plast Reconstr Surg Hand Surg, v. 32, p.203-212, 1998 apud

TORTORA, C. et al. Prevalence of abnormalities in dental structure,

position, and eruption pattern in a population of unilateral and bilateral

cleft lip and palate patients. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v. 45,

n. 2, march, 2008.

LEKKAS, C. et al. The adult unoperated cleft pacient: absence of

maxillary teeth outside the cleft area. Cleft Palate-Craniofacial

Journal, v. 37, n. 1, p. 17-20, jan., 2000.

LETRA, A. et al. Defining subphenotypes for oral clefts based on dental

development. J Dent Res, v. 86, n. 10, p. 986-991, oct., 2007.

Page 80: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

78

LOFFREDO, L. de C.M. et al. Fissuras lábio-palatais: estudo caso-

controle. Rev. Saúde Pública, v. 28, n. 3, p. 213-217, 1994.

LOFFREDO, L. de C. M.; SOUZA FREITAS, J. A. de; GRIGOLLI, A.

A. G. Prevalência de fissuras orais de 1975 a 1994 no Brasil. Rev Saúde

Pública, v. 35, n. 6, p. 571-575, 2001.

LOPES, L. D.; MATTOS, B. S. C.; ANDRÉ, M. Anomalies in number

of teeth in patients with lip and/or palate clefts. Braz. Dent. J., v. 2, n.

1, p. 9-17, 1991.

LOPES, V. L. G. S.; CAIXETA, J. A. S. Estudo retrospectivo da

prevalência de fissuras labiais e lábio-palatinas no serviço de genética clínica, Unicamp. In: XIII Congresso Interno de Iniciação

Científica da Unicamp. Anais, set. 27-28, 2006. p. 179. Campinas,

Brasil. Unicamp, 2006.

MARTELLI JUNIOR, H. et al. Estudo epidemiológico das fissuras

labiais e palatais em Alfenas - Minas Gerais - de 1986 a 1998. RPG Rev

Pós Grad., v. 13, n. 1, p. 31-35, 2006.

MARTELLI JUNIOR, H. et al. Prevalência de fissuras orais não

sindrômicas em um hospital de referência do estado de Minas Gerais,

Brasil, entre 2000 e 2005. Braz. Oral Res., v. 21, n. 4, p. 314-317,

2007.

MASTRANTONIO, S. di S.; CASTILHO, A. R. F. de; CARRARA, C.

F. de C. Anomalias dentárias em criança com fissura de lábio e palato.

Odontologia. Clín.-Científ., Recife, v. 8, n. 3, p. 273-278, jul/set.,

2009.

MATUSITA, M et al. Prevalência de anodontia de terceiro molar em

indivíduos portadores de fissura labiopalatina. Revista RPG Pós Grad,

v. 9, n. 2, p. 123-129, abr.-jun. 2002.

Page 81: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

79

MCLEOD, N. M. H.; URIOSTE, M. L. A.; SAEED, N. R. Birth

prevalence of cleft lip and palate in Sucre, Bolivia. Cleft Palate–

Craniofacial Journal, v. 41, n. 2, p. 195-198, march, 2004.

MENEGOTTO, B. G.; SALZANO, F. M. Epidemiology of oral clefts in

a large south american sample. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v.

28, n. 4, p. 373-377, october, 1991.

MENEZES, R.; VIEIRA, A. R. Dental anomalies as part of the cleft

spectrum. Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 45, n. 4, p. 414-419,

july, 2008.

MENG, T. et al. Clinical and epidemiologic studies of nonsyndromic

cleft lip and cleft palate in China: analysis of 4268 cases. Annals of

Plastic Surgery, v. 57, n. 3, p. 264-269, 2006.

MERRITT, L. Physical assessment of the infant with cleft lip and/or

palate. Part. 2. Adv Neonatal Care, v. 5, n. 3, p. 125-134, 2005.

MILHON, J.; STAFNE, E. C. Incidence of supernumerary and

congenitally missing lateral teeth in eighty-one cases of harelip and

palate. Am J Orthod, v. 27, p. 599–604, 1941 apud TORTORA, C. et

al. Prevalence of abnormalities in dental structure, position, and eruption

pattern in a population of unilateral and bilateral cleft lip and palate

patients. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v. 45, n. 2, march, 2008.

MONTANDON, E. M.; DUARTE, R. C.; FURTADO, P. G. C.

Prevalência de doenças bucais em crianças portadoras de fissuras

labiopalatinas. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê, Curitiba, v. 4, n.

17, p. 68-73, jan./ fev., 2001.

MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan. 1994.

Page 82: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

80

MOSSEY, P. A. et al. Cleft lip and palate. The Lancet. Disponível em:

<http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS01406736(09)606

954/fulltext#article_upsell>. Acesso em: 12 de maio de 2010.

MURRAY, J. C. et al. Clinical and epidemiologic studies of cleft lip and

palate in the Philippines. Cleft Palate-Craniofacial Journal, v. 34, n.1,

p. 7-10, january, 1997.

MURRAY, J. C.; SHUTTE, B. C. Cleft palate: players, pathways, and

pursuits. The Journal of Clinical Investigation., v.113, n. 12, p. 1676-

1678, jun., 2004.

NAGEM FILHO, H.; MORAES, N.; ROCHA, R. G. F. Contribuição

para o estudo da prevalência das más formações congênitas lábio-

palatais na população escolar de Bauru. Rev. Fac. Odont. S. Paulo, v.

6, n. 1, p. 111-128, 1968 apud LOFFREDO, L. de C. M.; SOUZA

FREITAS, J. A. de; GRIGOLLI, A. A. G. Prevalência de fissuras orais

de 1975 a 1994 no Brasil. Rev Saúde Pública, v. 35, n. 6, p. 571-575,

2001.

NEVES, A. C. C. et al. Anomalias dentárias em pacientes portadores de

fissuras labiopalatinas: revisão de literatura. Rev. Biociênc.,Taubaté,

v.8, n.2, p.75-81, jul.-dez., 2002.

NEVES, A. C. C.; MONTEIRO, A. M.; GIWA-NG, H. Prevalência de

fissuras labiopalatinas na associação de fissurados de São José dos

Campos. Rev. Biociênc.,Taubaté, v. 8, n. 2, p. 69-74, 2002.

NEVILLE, B. W. et al. Defeitos do desenvolvimento da região

maxilofacial e oral. In: ______. Patologia oral & Maxilofacial.

Tradução de Andréa Braga Moleri et al. 2. ed., cap. 1., p. 2-4, Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

Page 83: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

81

NEVILLE, B. W. et al. Anomalias dentárias. In: ______. Patologia

oral & Maxilofacial. Tradução de Andréa Braga Moleri et al. 2. ed.,

cap. 2., p. 50-54, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

NUNES, L. M. N.; Prevalência de fissuras labiopalatais e sua

notificação no sistema de informação. 103 f. (Dissertação mestrado

em Odontologia em Saúde Coletiva) - Faculdade de Odontologia de

Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas. Piracicaba-SP,

2005.

NUNES, L. M. N.; QUELUZ, D. de P.; PEREIRA, A. C. Prevalência de

fissuras labiopalatais no município de Campos dos Goytacazes-RJ,

1999-2004. Rev. Bras. Epidemiol. v. 10, n.1, p. 109-116, 2007.

NUNES, L. M. N.; PEREIRA, A. C.; QUELUZ; D. de P. Fissuras orais

e sua notificação no sistema de informação: análise da Declaração de

Nascido Vivo (DNV) em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro,

1999-2004. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n.2, p. 345-352, 2010.

OLIN, W. H. Dental anomalies in cleft lip and palate patients. Angle

Orthod., v. 34, n. 2, p. 119-123, april, 1964.

OLIVEIRA, D. F. B.; CAPELOZZA, A. L. A.; CARVALHO, I. M. M.

Alterações de desenvolvimento dentário em fissurados. Revista da

Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, v. 50, n. 1, p. 83-86,

jan.-fev., 1996.

OLIVEIRA, G. C. R. et al. Avaliação da influência da escovação, na

condição gengival de crianças fissuradas de lábio e/ou palato. RGO,

Porto Alegre, v. 40, n. 6, p. 388-392, nov.-dez.,1992.

OLIVEIRA, O. M. S. et al. Prevalência de hipodontia e alterações da

anatomia dentária relacionadas. Rev. Biociênc.,Taubaté, v.7, n.2, p.31-

37, jul.-dez., 2001.

Page 84: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

82

PADWA, B. L.; MULLIKEN, J. B. Complications associated with cleft

lip and palate repair. Oral Maxillofac Surg Clin North Am., v. 15, n.

2, p. 285-296, may, 2003.

PANNBACKER, M. Congenital Malformations and cleft lip and palate.

Cleft Palate J., v. 5, p. 334-339, july, 1968.

PARADOWSKA, A.; SZELĄG, J.; KAWALA, B. Hipodontia in

permanent dentition in patientswith unilateral cleft lip and palate. Dent.

Med. Probl., v. 46, n. 3, p. 342-345, 2009.

PEDRO, R. de L. et al. Alterações do desenvolvimento dentário em

pacientes portadores de fissuras de lábio e/ou palato: Revisão de

literatura. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São

Paulo, v. 22, n. 1, p. 65-69, jan.-abr., 2010.

PETERSON, L. J. et al. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea.

3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

PINTO, C. R. et al. A importância da odontologia e da fonoaudiologia

no acompanhamento precoce e contínuo da criança portadora de fissura

labiopalatal. Revista Científica do HCE, ano II, n.02, p. 23-27, 2007.

PROFFIT, W. R.; JR, H. W. F.; SARVER, D. M. Estágios iniciais do

desenvolvimento. In: ______. Ortodontia Contemporânea. Tradução

de Rodrigo Melo do Nascimento et al. 4. ed., cap. 3, p. 70-73, Rio de

Janeiro: Elsevier, 2007.

RAHMAN, N. A. et al. Dental anomalies and facial profile abnormality

of the non-syndromic cleft lip and palate children in Kelantan.

Malaysian Journal of Medical Sciences, v. 11, n. 2, p. 41-51, july,

2004.

Page 85: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

83

RAJABIAN, M. H.; SHERKAT, M. An epidemiologic study of oral

clefts in iran: Analysis of 1669 cases. Cleft Palate-Craniofacial

Journal, v. 37, n. 2, p. 191-196, march, 2000.

RANALLI, D. N.; ELLIOTT, M. A.; ZULLO, T. G. Comparative

analysis of ectopic eruption of maxillary permanent first molars in

children with clefts. Journal of Dentistry For Children, v. 53, n. 6, p.

433-435, 1986.

RANTA, R. A review of tooth formation in children with cleft

lip/palate. Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop., v. 90, n. 1, p. 11-18, jul.,

1986.

RANTA, R.; RINTALA, A. Tooth anomalies associated with congenital

sinuses of the lower lip and cleft lip/palate. Angle Orthod., v. 52, v. 3,

p. 212-221, july, 1982.

REZENDE, J. R.V.; MARINGONI FILHO, N. Relacionamento entre os

fatores presentes no nascimento de malformados do lábio e do palato:

raça com tipo e lado da lesão. Rev Paul Odontol., v. 2, p. 20-30, 1981.

REZENDE, J. R.V.; MARINGONI FILHO, N. Relacionamento entre os

fatores presentes no nascimento de malformados do lábio e do palato:

tipo e lado da lesão. Rev Paul Odontol., v. 3, p. 12-18, 1982.

RIBEIRO, A. de A.; LEAL, L.; THUIN, R. de. Análise morfológica dos

fissurados de lábio e palato do centro de tratamento de anomalias

craniofaciais do Estado do Rio de Janeiro. R. Dental Press Ortodon.

Ortop. Facial, Maringá, v. 12, n. 5, p. 109-118, set. /out., 2007.

RIBEIRO, E. M.; MOREIRA, A. S. G. Atualização sobre o tratamento

multidisciplinar das fissuras labiais e palatinas. R B P S, v. 18, n. 1, p.

31-40, 2005.

Page 86: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

84

RIBEIRO, L. L. et al. Dental anomalies of the permanent lateral incisors

and prevalence of hypodontia outside the cleft area in complete

unilateral cleft lip and palate. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v. 40,

n. 2, p. 172-175, march, 2003.

ROCHA, R.; TELLES, C. de S. O problema das fissuras lábio-palatais

(diagnóstico e aspectos clínicos). Revista da SOB, v. I, n.6,

jul./ago./set., 1990.

RODA, S. R.; LOPES, V. L. G. da S. Aspectos odontológicos das

fendas labiopalatinas e orientações para cuidados básicos. Rev. Ciênc.

Méd., Campinas, v. 17, n. 2, p. 95-103, mar./abr., 2008.

SANDRINI, F. A. L. et al. Fissuras labiopalatinas em gêmeos: relato de

caso. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe, v.5, n.4,

p. 43-48, out./dez., 2005.

SANDRINI, F. A. L. et al. Estudo familiar de pacientes com anomalias

associadas às fissuras labiopalatinas no serviço de defeitos de face da

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Rev. Cir.

Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe, v.6, n.2, p. 57-68,

abr./jun., 2006.

SÉLLOS, R. L. de L. Fissuras lábio-palatinas e caracterização das

anomalias dentárias associadas; estudo retrospectivo no centro de

reabilitação de fissuras lábio-palatinas (CERFIS) no período entre

1998-2004, Goiânia-GO. 86f. (Dissertação mestrado em ciências da

saúde) - Programa de pós-graduação de ciências da saúde -

Universidade de Brasília. Brasília-DF, 2007.

SHAPIRA, Y.; LUBIT, E.; KUFTINEC, M. M. Congenitally missing

second premolars in cleft lip and cleft palate children. Am. J. Orthod.

Dentofac. Orthop., v. 115, n. 4, p. 396-400, 1999.

Page 87: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

85

SHAPIRA, Y.; LUBIT, E.; KUFTINEC, M. M. Hypodontia in children

with various types of clefts. Angle Orthodontist, v. 70, n. 1, p. 16-21,

2000.

SILVA, A. P. R. B. da; COSTA, B.; CARRARA, C. F. de C. Dental

anomalies of number in the permanent dentition of patients with

bilateral cleft lip: radiographic study. Cleft Palate-Craniofacial

Journal, v. 45, n. 5, p. 473-476, september, 2008.

SILVA, D. N. et al. Prevalência de hipodontia na faixa etária de 6 a 16

anos: um estudo radiográfico. R. Ci. méd. biol., Salvador, v. 3, n. 1, p.

69-75, jan./jun., 2004.

SILVA, E. R. da; PEREIRA, M.; JÚNIOR, G. G. F. Anomalias

dentárias - agenesias e supranumerários – revisão bibliográfica. Biosci.

J., Uberlândia, v. 21, n. 2, p. 105-113, maio/ago., 2005.

SILVA FILHO, O. G. da; ALMEIDA, R. R. Fissuras lábio-palatais: o

que o cirurgião-dentista precisa saber. Rev. Fac Odontologia Lins, v. 5,

n. 2, p. 7-18, 1992.

SILVA FILHO, O. G. da; SÁNCHEZ, J. F. Fissuras labiopalatinas:

definición anatómica. Profesión Dental, [sn], p. 24-29, 1996.

SILVA FILHO, O. G. da; SOUZA FREITAS, J. A. de; OKADA, T.

Fissuras labiopalatais: diagnóstico e uma filosofia interdisciplinar de tratamento. In: PINTO, V. G. Saúde Bucal Coletiva. 4. ed., p.

480-527. São Paulo: Ed. Santos, 2000.

SILVA FILHO, O. G. da; ROSA, L. A. de A.; LAURIS, R. de C. M. C.

Influence of isolated cleft palate and palatoplasty on the face. J Appl

Oral Sci., v. 15, n. 3, p. 199-208, 2007.

Page 88: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

86

SIMIONATO, P. F. C. et al. Alterações oclusais dos arcos dentários

decíduos de portadores de fissura unilateral completa de lábio e palato.

R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 8, n. 5, p. 95-99,

set./out., 2003.

SIPEK et al. Facial clefts from 1961 to 2000: incidence, prenatal

diagnosis and prevalence by maternal age. Ceska Gynekol, v. 67, n. 5,

p. 260-267, 2002.

SLAYTON, R. L. et al. Genetic association studies of cleft lip and/or

palate with hypodontia outside the cleft region. Cleft Palate-

Craniofacial Journal, v. 40, n. 3, p. 274–279, may, 2003.

SOUZA FREITAS, J. A. de et al. Informações atuais sobre a

caracterização das fissuras orofaciais no Brasil. Braz Oral Res, v. 18, n.

2, p. 128-133, 2004.

SOUZA FREITAS, J. A. de et al. Tendência familial das fissuras lábio-

palatais. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 9, n. 4, p.

74-78, jul./ago. 2004.

SPERBER, G. H. Formation of the primary palate. In: Cleft lip and

palate from origin to treatment, Oxford, cap. 1, p. 5-13, 2002 apud

SÉLLOS, R. L. de L. Fissuras lábio-palatinas e caracterização das

anomalias dentárias associadas; estudo retrospectivo no centro de

reabilitação de fissuras lábio-palatinas (CERFIS) no período entre

1998-2004, Goiânia-GO. 86f. (Dissertação mestrado em ciências da

saúde) - Programa de pós-graduação de ciências da saúde -

Universidade de Brasília. Brasília-DF, 2007.

SPINA, V. et al. Classificação das fissuras palatinas. Sugestão de

modificação. Rev. Hosp. Clin. Fac. Med. São Paulo, v. 27, n. 1, p. 5-6,

1972 apud ROCHA, R.; TELLES, C. de S. O problema das fissuras

lábio-palatais (diagnóstico e aspectos clínicos). Revista da SOB, v. I,

n.6, jul./ago./set., 1990.

Page 89: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

87

SPINA, V. Fissuras congênitas lábio palatinas: Generalidades. In:

Zerbini, E. J. Clínica Cirúrgica. Neto, A. C. 3. ed. São Paulo, v. 1, p.

305-329, Sarvier, 1979 apud ROCHA, R.; TELLES, C. de S. O

problema das fissuras lábio-palatais (diagnóstico e aspectos clínicos).

Revista da SOB, v. I, n.6, jul./ago./set., 1990.

STAFNE, E. C. Supernumery teeth. Dent Cosmos, v. 74, p. 653-659,

1932 apud TORTORA, C. et al. Prevalence of abnormalities in dental

structure, position, and eruption pattern in a population of unilateral and

bilateral cleft lip and palate patients. Cleft Palate–Craniofacial

Journal, v. 45, n. 2, march, 2008.

TANNURE, P. N., MOLITERNO, L. F. M. Fissura palatina:

apresentação de um caso clínico. Revista de Odontologia da UNESP,

v. 36, n. 4, p. 341-345, 2007.

TEREZA, G. P. G.; CARRARA, C. F. de C.; COSTA, B. Tooth

abnormalities of number and position in the permanent dentition of

patients with complete bilateral cleft lip and palate. Cleft Palate–

Craniofacial Journal, v. 47, n. 3, may, 2010.

TOLAROVA, M. M. Cleft Lip and Palate. Edimedice, 2005.

Disponível em: <http://emedicine.medscape.com/article/995535-

overview> . Acesso em: 12 de maio de 2010.

TORTORA, C. et al. Prevalence of abnormalities in dental structure,

position, and eruption pattern in a population of unilateral and bilateral

cleft lip and palate patients. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v. 45,

n. 2, march, 2008.

TSAI, T. P. et al. Distribution patterns of primary and permanent

dentition in children with unilateral complete cleft lip and palate. Cleft

Palate–Craniofacial Journal, v. 35, p.154-160, 1998.

Page 90: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

88

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Hospital de Reabilitação de

Anomalias Craniofaciais. Curso de Anomalias Congênitas

Labiopalatais. Anais, 38º Módulo, p. 65, São Paulo, 2004.

VALINOTI, J. R. Jr. The congenitally absent premolar problem. Angle

Orthod., v. 28, n. 1, p. 36-46, january, 1958.

VANZIN, G.D.; YAMAZAKI, K. Prevalência de anomalias dentárias

de número em pacientes portadores de fissura de lábio e palato. Revista

Odonto-Ciência, v. 17, n. 35, p. 49-56, 2002.

VEAU, V. Division Palatine, Ed. Masson Cir. Paris, 1931 apud

ROCHA, R.; TELLES, C. de S. O problema das fissuras lábio-palatais

(diagnóstico e aspectos clínicos). Revista da SOB, v. I, n.6,

jul./ago./set., 1990.

VICCI, J. G.; RAZUK, C. G.; CARVALHO, I. M. M. de. Ocorrência de

anodontia do incisivo central superior em pessoas com fissura de lábio

e/ou palato. Salusvita, Bauru, v. 26, n. 2, p. 51- 60, 2006.

VICHI, M.; FRANCHI, L. Abnormalities of the maxillary incisors in

children with cleft lip and palate. ASDC J Dent Child. v. 62, n. 6, p.

412-417, nov.-dec.,1995.

VIEIRA, A. R. Unraveling human cleft lip and palate research. J Dent

Res, v. 87, n. 2, p. 119-125, feb., 2008.

WEISE, W.; ERDMANN, P. Abnormalities of the number and shape of

teeth in the permanent dentition in cheilognathopalatoschisis. Zahnarztl

Rundsch, v. 76, p. 357–372, 1967 apud TORTORA, C. et al.

Prevalence of abnormalities in dental structure, position, and eruption

pattern in a population of unilateral and bilateral cleft lip and palate

patients. Cleft Palate–Craniofacial Journal, v. 45, n. 2, march, 2008.

Page 91: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

89

WOOLF, C. M. Paternal age effect for cleft lip and palate. Am J Hum

Genet., v. 15, n. 4, p. 389–393, december, 1963.

Page 92: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

90

Page 93: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

91

APÊNDICE A – FICHA DE PESQUISA

Identificação __ __ __

Nome: ____________________________________________

Data de nascimento: ___/___/_____Idade: _____ Gênero: (0)

Masculino; (1) Feminino Data da realização do exame

radiográfico: ___/___/_____

Serviço: (0) NAPADF; (1) Ortodontia

Tipo de fissura (SPINA, 1972): (0) Grupo I - Pré-forame incisivo

(1) Grupo II - Transforame incisivo

(2) Grupo III - Pós-forame incisivo

(3) Grupo das fissuras raras da face

(4) Nenhum

Subtipos de fissuras:

Pré-forame (0) Pré-forame incisivo completa esquerda

(1) Pré-forame incisivo completa direita

(2) Pré-forame incisivo completa bilateral

(3) Pré-forame incisivo incompleta esquerda

(4) Pré-forame incisivo incompleta direita

(5) Pré-forame incisivo incompleta bilateral

(6) Nenhum

Transforame

(0) Transforame incisivo esquerda

(1) Transforame incisivo direita

(2) Transforame incisivo bilateral

Pós-forame

(0) Pós-forame incisivo completa

(1) Pós-forame incisivo incompleta

(2) Nenhum

Anomalias dentárias de número:

(0) Decídua; (1) Permanente; (2) Em ambas; (3) Em nenhuma

Page 94: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

92

Hipodontia - Decídua: (0) Não; (1) Sim

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75

Hipodontia – Permanente: (0) Não; (1) Sim

17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27

47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37

Hiperdontia – Permanente: (0) Não; (1) Sim

17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27

47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37

Hiperdontia - Decídua: (0) Não; (1) Sim

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75

Page 95: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

93

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA

CATARINA – UFSC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CAMPUS UNIVERSITÁRIO - TRINDADE

CEP: 88040-970 - FLORIANÓPOLIS - SC

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Meu nome é Priscila Pereira Marini, sou aluna da graduação do

Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC) e estou desenvolvendo uma pesquisa de Trabalho de Conclusão

de Curso juntamente com meu professor orientador Roberto Rocha,

professor adjunto da disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia

da UFSC e coordenador do Núcleo de Atendimento a Pacientes com

Deformidades Faciais (NAPADF), sobre “Prevalência de anomalias

dentárias de número em pacientes com fissura labiopalatal comparativamente a pacientes sem fissura” com objetivo de determinar

a prevalência de anomalias dentárias de número em pacientes com

fissura labiopalatal do NAPADF.

Este trabalho é necessário para que seja possível obter dados das

alterações de dentes do paciente com fissura labiopalatal para que seja

possível melhorar o tratamento. Para isso, será necessário obter os dados

dos prontuários dos pacientes atendidos na Disciplina de Ortodontia do

Curso de Odontologia da UFSC. Essa coleta de dados não traz riscos e

nem desconfortos.

Se tiver alguma dúvida sobre o estudo ou não quiser mais fazer

parte do mesmo, pode entrar em contato pelo telefone (48) 3721-5141

ou fax (48) 3234-1788 sem nenhum problema.

Se você estiver de acordo em permitir, posso garantir que as

informações obtidas serão confidenciais (seu nome ou qualquer outra

identificação, não aparecerão na pesquisa), e somente serão utilizadas

para esta pesquisa e para fins científicos, seguindo as normas e diretrizes

que regulamentam as pesquisas envolvendo seres humanos nas

resoluções 196/96 e 251/97.

Pesquisadora principal: Priscila Pereira Marini

Pesquisador responsável: Prof. Dr. Roberto Rocha

Page 96: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

94

Eu, _______________________________ (responsável

pela criança), fui esclarecido sobre a pesquisa “Prevalência de

anomalias dentárias de número em pacientes com fissura labiopalatal comparativamente a pacientes sem fissura” e concordo que os dados do

meu (minha) filho (a) sejam utilizados na realização da mesma.

Florianópolis, ___/___/___.

Assinatura:___________________________ RG: _________________.

(assinatura do responsável)

Page 97: Trabalho de Conclusão de Cursotcc.bu.ufsc.br/Odonto299158.pdf · D – Direita E – Esquerda Comp - Completa Hipo – Hipodontia Hiper – Hiperdontia SC – Santa Catarina . SUMÁRIO

95

ANEXO B – CERTIFICADO DO CEPSH