65
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS FATECPROFESSOR JESSEN VIDAL BRUNO COELHO LIMA PROJETO AERODINÂMICO DE UM TUBO DE CHOQUE E APLICAÇÕES São José dos Campos 2013

Trabalho de Graduação de Ronaldo de Lima Cardoso · iii Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Divisão de Informação e Documentação REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

FATECPROFESSOR JESSEN VIDAL

BRUNO COELHO LIMA

PROJETO AERODINÂMICO DE UM TUBO DE CHOQUE E

APLICAÇÕES

São José dos Campos

2013

ii

BRUNO COELHO LIMA

PROJETO AERODINÂMICO DE UM TUBO DE CHOQUE E

APLICAÇÕES

Trabalho de Graduação apresentado à

Faculdade de Tecnologia São José dos

Campos, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de

Tecnólogo em Manufatura Aeronáutica.

Orientador Externo: Ph.D. Paulo Gilberto de Paula Toro

Orientador Interno: Prof. Msc. Marcos Souza Silva

São José dos Campos

2012

iii

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Divisão de Informação e Documentação

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Lima, Bruno Coelho. Projeto Aerodinâmico De Um Tubo De Choque e Aplicações.

2013.62f???. Trabalho de Graduação - FATEC de São José dos Campos: ProfessorJessen

Vidal.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Bruno Coelho Lima

TÍTULO DO TRABALHO:Projeto Aerodinâmico De Um Tubo De Choque e Aplicações

TIPO DO TRABALHO/ANO: Trabalho de Graduação / 2013.

É concedida à FATEC de São José dos Campos:ProfessorJessen Vidal permissão para

reproduzir cópias deste Trabalho e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos

acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste

Trabalho pode ser reproduzida sem a autorização do autor.

____________________________________

Bruno Coelho Lima

Rua Polar, 160 Jardim Satélite.

CEP 12230-240– São José dos Campos–São Paulo

BRUNO COELHO LIMA

Lima, Bruno Coelho.

Projeto Aerodinâmico De Um Tubo De Choque e Aplicações

São José dos Campos, 2012.

62f.???

Trabalho de Graduação – Curso de Tecnologia Manufatura Aeronáutica, FATEC de São José

dosCampos: Professor Jessen Vidal, 2013.

Orientador Externo: PhD. Paulo Gilberto de Paula Toro.

Orientador Interno: Prof.

1. Engenharia Aeronáutica. 2. Tubo de Choque. I. Faculdade de Tecnologia. FATEC de São

José dos Campos: Professor Jessen Vidal. Divisão de Informação e Documentação. II. Projeto

Aerodinâmico De Um Tubo De Choque e Aplicações.

iv

PROJETO AERODINÂMICO DE UM TUBO DE CHOQUE E

APLICAÇÕES

Trabalho de Graduação apresentado à

Faculdade de Tecnologia São José dos

Campos, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de

Tecnólogo em Manufatura Aeronáutica.

___________________________________________________________________

Paulo Gilberto de Paula Toro, PhD - IEAv

__________________________________________________________________

Marcos Souza Silva, Prof. Msc. – FATEC SJC

__________________________________________________________________

– FATEC SJC

__________________________________________________________________

Rita de Cássia Mendonça Sales Contini, Prof.ªDra – FATEC SJC

_____/_____/_____

v

Dedico este trabalho aos meus pais Amintas

Esteves Lima e Maria do Rosário de Fátima

Coelho, a minha esposa Camila Renata

Ferreira Maia Lima, minha irmã Priscila

Coelho Lima, meu cunhado Bráulio Marques

Horta, ao meu Filho Heitor Augusto Maia

Lima e também o dedico ao orientador Paulo

Gilberto de Paula Toro.

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos orientadores Dr. Paulo Gilberto de Paula Toro e Prof. Msc. Marcos Silva

Souza, pela orientação deste trabalho e sempre estarem disponíveis para me atender, e a

Prof.ªDrª Rita de Cássia Mendonça Sales Contini, pelas sugestões. Sou grato também, a todos

do Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu: David

Romanelli Pinto, Thiago Victor Cordeiro Marcos, Victor Alves Barros Galvão, Jayme

Rodrigues Teixeira da Silva, Felipe Jean da Costa, Álvaro Francisco Santos Pivetta,

Alexandre Carvalhal, Renan Vilela, Bruno Coelho Lima, Sidney BarianiCruzelles, 1° Ten.

Eng. GianninoPonchio Camillo, 1° Ten. Eng. Thiago Lima de Assunção, 1° Ten. Matheus

Torres Alvarenga Silva, Eng. Bruno Ferreira Porto.

vii

“Em momentos importantes não devemos

abaixar a cabeça, e sim, crescer com a

pressão.”

Bruno Coelho Lima

viii

RESUMO

Não é de hoje que os dados experimentais são extremamente importantes na área de

pesquisa, pois eles que iram validar os dados encontrados nos cálculos e comprovar

fenômenos físicos e químicos. E como uma ferramenta bastante interessante o tubo de choque

se mostra de grande valia em varias áreas, principalmente na indústria aeroespacial e

aeronáutica. Desde meados de 1950 tem sido largamente usado no mundo inteiro para estudos

de altas temperaturas, entalpias e pressões. Mas não é um recurso muito difundido dentre os

estudantes de graduação. Objetivo deste trabalho é realizar o estudo de um projeto

aerodinâmico e as aplicações de um tubo de choque. Mostrando seu funcionamento,

modelamento matemático, características, vantagens e desvantagens. Aprofundando em três

aplicações que são: calibração dinâmica de sensores de pressão, ensaios aerodinâmicos e a

transformação de um tubo de choque em um túnel de choque. Esta ultima sendo com certeza a

melhor característica de um tubo de choque. Pois, apesar de versátil ele apresenta algumas

limitações e podem ser melhoradas transformando-o em um túnel de choque. Mostrar que

apesar de esquecido o tubo de choque é um equipamento poderoso de teste em solo, de valor

razoavelmente baixo, e é capaz de baratear o custo de uma pesquisa aeroespacial. Pois irá

diminuir em muito os testes em condições reais, que sem duvidas é a porção de maior gasto

em um projeto. Com a criação de um código computacional utilizando a linguagem Fortran,

criar dados necessários para gerar gráficos que facilitarão a analise de limites dos tuneis de

choque, e visualização rápida de dados sem a necessidade de recorrer as grandes tabelas. E

apresentar um relatório sobre calibração dinâmica de sensores, realizado no Laboratório de

Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu, do Instituto de Estudos

Avançados (IEAv).

Palavras-Chave: Tubo de Choque; Calibração de Transdutores de Pressão; ...

ix

ABSTRACT

Bfghghfghfg

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Figura 1- Tubo de choque em sua configuração básica 16 Figura 2: Tubo de choque em sua configuração básica - vista em corte Erro! Indicador não

definido.18 Figura 3: Pressão e Temperatura Iniciais 19 Figura 4: Momento Em Que O Diafragma É Rompido Erro! Indicador não definido.20

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Erro! Indicador não definido.6

xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

xiii

LISTA DE SÍMBOLOS

m metros

mm milímetros

m/s metros por segundo, unidade de velocidade

p Pressão

T Temperatura

ρ massa especifica

M Número de Mach

V velocidade

u velocidade normal

w componente tangencial da velocidade

γ razão de calores específicos

Atm Pressão atmosférica

xiv

SUMÁRIO

Bruno Coelho Lima ..................................................................................................................... i PROJETO AERODINÂMICO DE UM TUBO DE CHOQUE E APLICAÇÕES ................. i

bruno coelho lima ....................................................................................................................... ii

PROJETO AERODINÂMICO DE UM TUBO DE CHOQUE E APLICAÇÕES ................ ii PROJETO AERODINÂMICO DE UM TUBO DE CHOQUE E APLICAÇÕES ............... iv

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ vi LISTA DE figuras ...................................................................................................................... x LISTA DE tabelas ..................................................................................................................... xi

LISTA DE abreviaturas e siglas ............................................................................................... xii LISTA DE SÍmbolos ............................................................................................................... xiii

Sumário .................................................................................................................................... xiv 1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

1.1- Considerações Iniciais .............................................................................................. 15 1.2- Motivação ................................................................................................................. 15

1.3- Objetivos do Trabalho .............................................................................................. 16 1.3.1- Objetivo Geral .................................................................................................. 16

1.3.2- Objetivos Específicos Não atualizado .............................................................. 16 1.4- Conteúdo do Trabalho de Graduação ....................................................................... 17

2- Fundamentação Teórica .................................................................................................... 17

2.1- Operação de um Tubo de Choque ............................................................................ 17 2.1.2 Sistemas de Abertura do diafragma .......................................................................... 23

2.1.2.1 Abertura diferença de pressão .......................................................................... 24 2.1.2.2 Double Diaphragm Section System (DDS) ................................................... 25

2.1.2.3 Sistema de Abertura do Diafragma por Punção ............................................. 27 2.2- Modelamento Matemático do Escoamento em um Tubo de Choque ....................... 28

2.3 Limitações de um tubo de choque ...................................................................................... 37 2.3.1 Analisando os limites operacionais ................................................................................. 37 2.3.2 Tunel de choque............................................................................................................... 45

2.4 Utilizações de um tubo de Choque ................................................................................. 48 2.4.1 Calibração dinâmica de sensores ............................................................................. 48 2.4.1.1 Sensores piezo elétricos ........................................................................................ 49

3 Materiais e Métodos .............................................................................................................. 50 3.2 Calibrações dinâmica de sensores PCB modelo 112 A 22 ............................................. 50

4 resultados e discussões .......................................................................................................... 53 5- ConclusÃO ....................................................................................................................... 60

6- SUGESTOES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 60 6.1- Análise estrutural e térmica................................................................................... 60 6.2- Análise da aerodinâmica considerando arrasto e combustão ............................ 60

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 61

15

1- INTRODUÇÃO

1.1- Considerações Iniciais

A proposta deste trabalho é estudar o funcionamento de um tubo de choque e os

fenômenos físicos que os cercam. Os tubos de choque são equipamentos de ensaios com

grande capacidade de simular várias condições de escoamento de gases. E têm sido

largamente utilizados em pesquisas em vários campos como física, química, e astrofísicas.

Sua habilidade em reproduzir escoamentos de altas velocidades com altas temperaturas e alta

entalpia, o transforma em um equipamento de teste bem poderoso e versátil, pois, apresenta

aplicações na indústria aeroespacial, no estudo da combustão, da cinética química, no impacto

de explosões, na compreensão de abalos sísmicos e na calibração dinâmica de sensores.

Nas aéreas aeroespaciais e aeronáuticas onde seu uso é mais difundido, apesar de seu

curto tempo de teste(na casa de milésimos de segundos), é possível simular condições de voo

supersônico sem a necessidade da realização de ensaios em voos. Diminuindo absurdamente o

custo de uma pesquisa porque os testes em condições reais (voo cativo em um foguete, por

exemplo) demandam muito tempo e dinheiro para serem realizados, e serão feitos apenas para

validar os experimentos feitos em solo.

Apesar de grande utilidade na pesquisa o tubo de choque é pouco conhecido no Brasil,

principalmente por alunos de graduação. Desde 1950 tubos de choques são ferramentas

indispensáveis em pesquisas aerodinâmicas para condições de voos em velocidades

supersônicas e hipersônicas. Sua capacidade de simular escoamento de gases em condições

brandas ou até mesmo em condições bem extremas que são difíceis de serem simuladas em

outros dispositivos (altas temperaturas, pressões, entalpia...) como, por exemplo, condições

iniciais de uma combustãooua reentrada de um veiculo aeroespacial na atmosfera terrestre.

1.2- Motivação

A motivação deste trabalho é obter um estudo sobre túneis de choque, aprofundando

no assunto e assim adquirindo mais conhecimento, que poderá um dia servir de base no

auxilio da aprendizagem sobre este dispositivo, o entendimento de algumas propriedades e

16

fenômenos físicos que o cercam. E também ajudar na divulgação deste dispositivo pouco

estudado e utilizado em nosso país.

Figura 1- Tubo de choque em sua configuração básica

Fonte: Autor (2013).

1.3- Objetivos do Trabalho

1.3.1- Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é mostrar as propriedades de um tubo de choque e sua

operação. Também será apresentado um estudo aerodinâmico (analítico), falando sobre alguns

fenômenos físicos que ocorrem durante sua utilização, expor suas características e

peculiaridades.

1.3.2- Objetivos Específicos Não atualizado

Realizar pesquisa bibliográfica sobre Tubos de Choque

17

1.4- Conteúdo do Trabalho de Graduação

Neste capítulo, é exposta a motivação e a importância que estimulou o presente autor,

a pesquisar sobre a utilização de tubos de choques que apesar de “esquecidos” são de grande

valia para estudos de escoamentos de alta entalpia e temperaturas.

O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica de um tubo de choque e algumas de

suas apresentações.

Adiante, no Capítulo 3,

No Capitulo 4

Finalmente, o Capítulo 5

Capítulo 6

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1- Operação de um Tubo de Choque

Um tubo de choque é uma ferramenta laboratorial que em sua forma mais simples é

constituído de dois tubos de área circular constante e com suas extremidades fechadas. Um

tubo menor onde será enclausurado gás em alta pressão conhecido como driver, e um tubo

maior chamado de driven que terá uma pressão mais baixa, na maioria dos casos o gás é ar

condição atmosférica (pressão, temperatura, densidade...). Ambos separados por uma

membrana física chamada diafragma, que permitirá ter duas pressões distintas neste sistema

fechado. Após chegar a uma pressão desejada no driver este diafragma será rompido

instantaneamente (idealmente), e o gás confinado em alta pressão no driver irá expandir no

sentido do gás de baixa pressão, se esta diferença de pressão for relativamente grande será

estabelecida uma onda de choque, que irá comprimir o gás presente no reservatório de baixa

18

pressão. Criando as condições necessárias para que o ensaio aconteça, estas condições irão

permanecer constantes por poucos milésimos de segundo, conhecido com tempo de teste, e

sempre acontece no final do driven.

Para facilitar o estudo das propriedades dos gases pressurizados, como temperatura,

pressão, velocidade dos gases entre outros foi adotados índices. Na literatura, o gás

enclausurado na região de alta pressão recebeu o índice (4), já o outro gás (região de baixa

pressão) recebeu o índice (1) (Figura 2).

Figura 2- Tubo de choque em sua configuração básica - vista em corte

Inicialmente, o driver (região de baixa pressão)é pressurizado, isoentropicamente a

temperatura ambiente 4T , com pressão 4p , enquanto por sua vez o reservatório de baixa

pressão (driven) , conhecido como driven, é pressurizado, isoentropicamente a temperatura

ambiente 1T , com pressão 1p . Consequentemente, teremos em 0t , o sistema emequilíbrio

termodinâmico 14 TT , porém apresentará um pressão diferente entre as seção de baixa e alta

pressão. (Figura 3).

Figura 3- Pressões e Temperaturas Iniciais

19

Ainda em 0t (Figura 3), o diafragma é rompido instantaneamente (por variação de

pressão ou por mecanismo, mecânico ou elétrico que serão descrito no decorrer deste

trabalho) o gás enclausuradopresente no reservatório de alta pressão, que irá tentar equalizar

sua pressão com o gás presente no driven, expandindo na direção do reservatório de baixa

pressão, provocando o estabelecimento de onda de choque normal que se move com

velocidade su , esta onda de choque se propaga no gás do reservatório de baixa pressão

comprimindo e aquecendo o gás inicialmente em repouso. Simultaneamente, uma série de

onda de expansão se propaga na direção do reservatório de alta pressão, rarefazendo e

resfriando o gás (em repouso) do reservatório de alta pressão.

20

Figura 3 - Momento Em Que O Diafragma É Rompido

Em 10 tt , Figura 4, o gás comprimido, a uma pressão 2p , e aquecido, a uma

temperatura 2T , em processo irreversível 2s , originário do gás do reservatório de baixa

pressão, na qual a onda de choque passou se move com velocidade 2u , na direção da onda de

choque. Similarmente, o gás rarefeito, a uma pressão 3p , e resfriado, a uma temperatura 3T ,

em processo isentrópico 3s , originário do gás do reservatório de alta pressão, na qual a série

(leque) de ondas de expansão passou se move com velocidade 3u , acelerando o gás na direção

da onda de choque. A frente da onda de expansão se move na velocidade do som do gás do

reservatório de alta pressão 4a , enquanto que a cauda da onda de expansão se move na mesma

velocidade do gás que experimentou a passagem da onda de choque 2u , originário do

reservatório de baixa pressão. Deste balanço conclui-se que 32 pp e 32 uu , entretanto

32 TT e 32 ss . Conseqüentemente, uma descontinuidade, denominada por superfície de

contato, é estabelecida, separando o gás comprimido e aquecido pela onda de choque e o gás

21

rarefeito e resfriado pela onda de expansão, e se move na mesma velocidade do gás, 32 uu ,

com pressão 32 pp .

Figura 4-

22

Em 2tt , Figura 4, a onda de choque e/ou a frente do leque da onda de expansão

atingem as extremidades fechadas, dos reservatórios de baixa e de alta pressão,

respectivamente, e as ondas são totalmente refletidas.

Figura 5-

Em 3tt , Figura 5, a onda de choque refletida e/ou a frente do leque da onda de

expansão refletida interagem com a superfície de contato.

Figura 5 a-

O gás compreendido pela onda de choque e superfície de contato, originário do gás do

reservatório de baixa pressão, induzido pela passagem da onda de choque, possui velocidade

constante 2u , pressão constante 2p , temperatura constante 2T e densidade constante 2 .

Conseqüentemente, este gás pode ser utilizado em estudo relacionado a escoamento à alta

velocidade.

O tempo de teste útil de escoamento de gás nas condições (2) é aquele compreendido

pela interação da onda de choque refletida e/ou da frente do leque da onda de expansão

refletida com a superfície de contato, Figura 4, 3tt . Existem três possibilidades: i) interação

da onda de choque refletida com a superfície de contato, Figura 5 (a); ii) interação da frente

do leque da onda de expansão refletida com a superfície de contato, Figura 5 (b); e interação,

23

simultânea, da onda de choque refletida e da frente do leque da onda de expansão refletida

com a superfície de contato, Figura 5 (c).

Figura 5 b-

Figura 5 c-

2.1.2 Sistemas de Abertura do diafragma

Apesar de ser uma peça bastante simples, o diafragma é uma peça fundamental para o

funcionamento de um tubo de choque, pois a sua função é permitir que o driver e o driven

possuam pressões distintas. Sendo assim, o seu rompimento é um momento critico, no qual o

diafragma deixa de criar resistência à passagem do escoamento, isto é, quando é literalmente

rasgado e se abre. Esta abertura deve ser realizada de maneira segura e rápida, pois qualquer

problema em seu rompimento mudaria as condições esperadas para o experimento, ou ate

24

mesmo poderia obrigar que a missão seja abortada. Há três sistemas de abertura de diafragmas

que são mais utilizados, que serão discutidas abaixo mostrando suas qualidades e defeitos.

Figura 6 – Diafragma com Concentrador de Tensão

2.1.2.1 Abertura diferença de pressão

Dentre todas as maneiras, a mais fácil e a melhor seria com certeza projetar um

diafragma que romper-se na diferença de pressão desejada ( no caso a diferença P4 - P1),

dispensando assim qualquer outro aparato para sua abertura. Como é difícil encontrar no

mercado materiais de propriedades mecânicas exatas e que proporcione repetibilidade,

permitindo que o diafragma romper-se sempre a mesma diferença de pressão, é feito um

concentrador de tensão no diafragma que tem como função enfraquecer o material forçando

assim que o material seja rompido na pressão desejada, e também, minimizando que ao

romper-se o diafragma libere “pétalas” que são pequenas porções de rasgadas que são

liberadas quando o diafragma é aberto.

O sistema é realmente tão simples quanto parece, por exemplo, se querermos um teste

com 50 Atm no driver e 1 no driven, devemos projetar um diafragma com proporções que

suporte ate 49 Atm. Por que quando pressurizarmos o driver com 50 Atm e o driven com

1atm teremos 49 Atm de diferença e isto seria capaz de romper o diafragma.

Mas o problema é que nenhum material não é tão estável e confiável a este ponto, o

material do diafragma não é diferente. O inconveniente que este tipo de sistema de abertura

apresenta é que o diafragma nem sempre se rompe na diferença de pressão projetada (na

verdade raramente obedece ao projeto). Este não rompimento no momento desejado forçaria o

25

operador do túnel a subir a pressão do driver, para que assim atingir-se uma pressão alta o

suficiente para que o material do diafragma rompesse e libera-se o acesso do gás do driver.

Este aumento de pressão mudaria com certeza as propriedades do teste anulando assim o

experimento.

Figura 7 – Sistema de Diafragma Simples

2.1.2.2 Double Diaphragm Section System (DDS)

Visto os problemas encontrados nos sistemas de abertura do diafragma acima,

foi desenvolvido um sistema chamado de DDS, Double Diaphragm Section ou secção de

duplo diafragma. Ele funciona com o mesmo principio do sistema de diafragma simples,

porem como o próprio nome já diz, possui dois diafragmas. O que faz com que este sistema

seja tão bem aceito é sua eficiência. De todos citado este é o mais confiável, pois sua taxa de

falha é baixíssima.

O duplo diafragma tem a função de facilitar e tornar controlável o rompimento

do diafragma em uma pressão e momento desejado, o seu principio é bastante simples. Trata-

se de dois diafragmas semelhantes separados por um flange que possui uma válvula

solenoide, e com isso teremos 3 pressões em um tubo de choque, teremos a pressão no driver,

a pressão ao centro dos dois diafragmas (DDS) e a pressão do driver. Imagine que cada

diafragma consegue suportar uma pressão de 3x, então iremos pressurizando o driver e o DDS

26

de tal maneira que a pressão do driver seja o dobro da pressão no DDS. Com isso ao final da

pressurização teremos uma pressão de 4x no driver, de 2x no DDS e de 0X no driven por

exemplo. Os Diafragmas não iriam “estourar” sem ajuda externa, eis então que a válvula

solenoide entra em ação, pois, ao aciona-la iremos liberar o gás pressurizado no DDS, então

teremos o DDS com pressão de 0x semelhante a pressão do driven. E a diferença de pressão

entre o diafragma do DDS e do Driver seria de 4x, como a pressão máxima projetada é de 3 x

não irá suportar a pressão atual e acabará rompendo-se, e logo após, teríamos uma diferença

de pressão de 4x entre o diafragma do DDS e o driven que também romperia pelo mesmo

motivo.

Por este motivo podemos afirmar que conseguimos controlar o momento em

que o diafragma irá romper-se. A única maneira de o diafragma manter-se intacto é um mau

projeto do mesmo, ou uma falha na válvula solenoide. A válvula solenoide o torna um sistema

caro, quando comparado aos outros que possuem apenas um sistema mecânico como o

punção ou o mais simples e menos custoso, o sistema de abertura simples por diferença de

pressão.

Figura 8 – Sistema de Duplo Diafragma

27

2.1.2.3 Sistema de Abertura do Diafragma por Punção

O punção é uma ferramenta que que possui em uma haste de extremidade pontiaguda,

esta haste é móvel, presa em outra haste fixa. Esta haste móvel é acionada por um fluido

gasoso ou hidráulico, e o seu recuo geralmente é por mola. Sua haste fixa é instalada em um

flange que por sua vez encontra-se na extremidade do driver.

O rompimento do diafragma por punção é eficiente, mas acarreta algumas

desvantagens. O seu funcionamento consiste em instalar um punção ao final do driver, que

tem a função de quando pressurizado, atingir com força suficientemente grandeo diafragma

dando a ele a energia suficiente para que ele rompa-se. Uma grande desvantagem deste

sistema é que ao instalarmos o punção, iremos colocar um corpo estranho que irá atrapalhar o

escoamento do gás que esta expandindo na seção de alta pressão e pretende alcançar o gás em

baixa pressão no driven.

Além disso, existe um delay entre acionar o punção e o mesmo conseguir estourar o

diafragma, apesar de pequeno este atraso, é capaz de mudar a pressão que esta no driver, por

exemplo, caso haja vazamentos consideráveis em algum de seus componentes.

Figura 9 – Sistema de Abertura por Punção

28

2.2- Modelamento Matemático do Escoamento em um Tubo de Choque

A movimentação (escoamento) de gases em Tubo de Choque é governada pelos

princípios da natureza, que é modelada por quatro leis físicas:

i) Principio da Conservação da Massa (equação da continuidade);

ii) Principio da Conservação da Quantidade de Movimento Linear (2ª Lei de Newton);

iii) Principio da Conservação da Energia (1ª Lei da Termodinâmica);

iv) Segunda Lei da Termodinâmica (aumento da entropia).

Considerando modelo de elemento (de fluido) infinitesimalmente pequeno (Figura 5),

fixo no espaço, em coordenadas cartesianas, na forma conservativa e ignorando as forças de

campo, têm-se as equações diferenciais parciais não lineares, hiperbólicas:

Figura 10 – Escoamento

Equação da continuidade (Figura 11),:

0 wz

vy

uxt

29

Figura 11 – Continuidade

(Figura 11),

Equação da Quantidade de Movimento na direção x (Figura 12),:

0 2

zxyxxx wuz

vuy

pux

ut

Figura 12 – Equação da Quantidade de Movimento na direção x

30

Equação da Quantidade de Movimento na direção y (semelhante à Figura 13),:

0 2

zyyyxy wvz

pvy

uvx

vt

Figura 12 – Equação da Quantidade de Movimento na direção y

Equação da Quantidade de Movimento na direção z (semelhante à Figura 13),::

0 2

zzyzxz pwz

vwy

uwx

wt

Figura 13 – Equação da Quantidade de Movimento na direção z

31

Equação da Energia (Figura 14):

yzyyyxytxzxyxxxtt wvuqvpEy

wvuqupEx

Et

0zzzyzxzt wvuqwpEz

Figura 14 – Equação da Energia

32

onde:

x

uVxx 2.

y

vVyy 2.

z

wVzz 2.

3

2

x

v

y

uyxxy

x

w

z

uzxxz

z

v

y

wzyyz

x

Tkqx

y

Tkq y

z

Tkq y

2

2

VeEt

kwjviuV

222 wvuV

Considerando escoamento permanente ( 0t

), unidimensional na direção x ( 0v

e 0w ), não viscoso ( 0 ) e sem troca de calor ( 0zyx qqq ), obtêm-se equações

diferenciais ordinárias dy

d. Ainda, considerando que, matematicamente, 0função

dy

d

constantefunção , e algumas manipulações matemáticas (apêndice 1), têm-se,

resumidamente, as equações que governam o escoamento em um tubo de choque:

33

Equação da continuidade:

1Cu

Equação da Quantidade de Movimento na direção x:

2

2 Cpu

Equação da Energia:

6

2

C2

uh

Aplicação das Equações de Governo em Tubo de Choque

Quando a onda de choque normal se propaga no reservatório de baixa pressão driven

com velocidade su , induz um movimento de massa, após a onda de choque, com velocidade

2u , e pressão 2p . A superfície de contato entre os gases do driver e driven se move com

velocidade 2u e pressão 2p . A onda de expansão se propaga na direção do driver suave e

continuamente decrescendo a pressão para a pressão 2p atrás da cauda da onda de expansão.

Considerando (fixo para em movimento)

As equações de governo do escoamento, para uma onda de choque não estacionária,

incidente, unidimensional, são dadas por:

Continuidade: 2s2s1 uuρuρ (2.1)

Momentum: 2

2s22

2

s11 uuρpuρp (2.2)

Energia: 2

2s2

2

s1 uu2

1hu

2

1h (2.3)

Equação de Estado: 2222 ,phh (2.4)

Uma vez que as condições após a onda de choque incidente são determinadas, as

condições existentes na onda de choque refletida podem ser determinadas, observando que a

velocidade u5 =0.

Novamente, as equações de governo do escoamento, para uma onda de choque

refletida unidimensional, são dadas por:

Continuidade: r5r22 uuu (2.5)

Momentum: 2

r55

2

r222 upuup (2.6)

34

Energia: 2

r5

2

r22 u2

1huu

2

1h (2.7)

Equação de Estado: 5555 ,phh (2.8)

Se as condições encontradas no tubo driven são suficientemente altas para que a

dissociação, ionização ou mesmo recombinação ocorra no gás, uma equação de gás real

(condições de alta entalpia de estagnação) precisa ser utilizada. A equação de gás perfeito

pode ser utilizada nas condições de baixa entalpia de estagnação ( KT 2000 ).

Para gás caloricamente perfeito as propriedades a jusante da onda de choque incidente,

são funções somente do número de Mach da onda de choque incidente, e das propriedades a

montante da onda de choque incidente.

Para este caso particular o modelagem do escoamento é apresentado a seguir. As

razões de pressão, massa especifica e temperatura na seção transversal, ao movimento da onda

de choque incidente, são dadas, respectivamente, por:

Considerando gás caloricamente perfeito tem-se que o calor específico a pressão

constante, pc , e o calor específico a volume constante, vc , são constantes.

Conseqüentemente, as relações da energia interna e da entalpia podem ser calculadas por:

Tch p

Tce v

p

v

c

c

vp ccR

p RT

cR

v 1

The viscosity and thermal conductivity are given by Sutherland’s law:

145810

110 4

6 3 2. .

.

/T

T, k

cp

Pr (7)

Manipulando

35

1

1M2

p

p

1

1

2

s1

1

2 (2.9)

2M1

M12

s1

2

s1

1

2 ou

1

2

1

1

1

2

1

1

1

2

p

p

1

1

p

p

1

11

(2.10)

2

1

1

2

1

2

p

p

T

T

1

2

1

2

p

p

ou

2M1

M1

1

1M2

M1

2M1

1

1M2

T

T

2

s1

2

s1

1

1

2

s1

2

s1

2

s1

1

1

2

s1

1

2 (2.11)

A velocidade induzida transmitida pela onda de choque incidente, movendo-se a

velocidade constante 2u , pode ser determinada pela condição de continuidade através da onda

de choque incidente e é dada por:

2

s

2

s

s

1

2M

1Mu

1

2u ou

s

s1

1

2M

1Ma

1

2u ou

1

2

1

1

1

1

1

212

p

p

1

1

1

2

1p

pau (2.12)

onde o número de Mach da onda de choque incidente é dada por 1

s

sa

uM .

O número de Mach induzido 2M , após a onda de choque incidente, é dada como

função do número de Mach incidente sM , ou seja

MM

M M

s

s s

2

2

1

2

1

2

1

2 1

1 2 2 1 (2.13)

Simultaneamente, uma onda de rarefação propaga-se no reservatório de alta pressão

driver. Assumindo expansão isentrópica a razão de pressão 3

4

pp

é dada por:

36

1

2

3

4

3

44

4

a

a

p

p (2.14)

As condições relacionando os estados dos gases em ambos os lados da superfície de

contato são aquelas onde a velocidade e a pressão são constantes através da superfície de

contato e são dadas por u u2 3 e p p2 3 . Finalmente, a razão de pressão entre o driver e

driven pode ser dada por

1

2

s

2

s

14

41

1

2

1

44

4

M

1M

1a

1a1

p

p

p

p ou

1

2

1

2

1

1

1

2

4

1

1

4

1

2

1

4

4

4

12

11

1

2

11

p

p

p

p

a

a

p

p

p

p (2.15)

Para uma dada razão de pressão entre o driver e o driven, 1

4

pp

, uma maior

temperatura (influencia a razão entre as velocidades do som, 4

1

aa

) ou um menor peso

molecular do gás do driver ( 4 ) do que o gás do driven maximizará a intensidade da onda de

choque incidente.

Após a onda de choque incidente alcançar a extremidade do tubo driven, o gás entra

em repouso, e a onda de choque é totalmente refletida. A temperatura e a pressão do gás do

escoamento, após a onda de choque refletida, são aumentadas. A onda de choque refletida

produz uma velocidade do escoamento induzido igual e em sentido oposto à velocidade u2 de

maneira a levar o gás ao repouso. O número de Mach após o movimento da onda de choque

incidente é dado em função do número de Mach da onda de choque refletida por:

r

r

2

22

M

1M

1

2

a

uM (2.16)

O número de Mach da onda de choque refletida pode ser reescrita como função do

número de Mach da onda de choque incidente dada por:

2

s

1

2

s

1

1

2

s

s

2

r

r

M

111M

1

121

1M

M

1M

M (2.17)

37

Um procedimento iterativo precisa ser utilizado para resolver a equação implícita do

número de Mach da onda de choque refletida.

A razão de pressão, massa especifica e temperatura, após a onda de choque refletida,

considerando gás caloricamente perfeito, podem ser calculadas como função do número de

Mach da onda de choque refletida, por

1

12

1

1

2

1

2

5 rM

p

p (2.19)

2M1

M12

r1

2

r1

2

5 (2.20)

5

2

2

5

2

5

p

p

T

T (2.21)

2.3 LIMITAÇÕES DE UM TUBO DE CHOQUE

2.3.1 ANALISANDO OS LIMITES OPERACIONAIS

Todas as propriedades do escoamento de um tubo de choque como foram visto é

encontrado em através de razões. E em grande numero as razões não têm saídas lineares,

sendo assim, elas possuem restrições operacionais. Eles podem ser impossíveis de serem

alcançado devido à limitação mecânica dos materiais, tecnológica ou inviável

economicamente. Utilizando um código computacional desenvolvido em FORTRAN, foram

criados gráficos todos em função do MS (Mach Incidente) para facilitar a visualização destes

limites. Os valores reais podem ser encontrados facilmente aplicando limites tendendo ao

infinito das razões acima apresentadas.

38

Figura 15 – Variação do escoamento perturbado pela onda de choque em função do

mach incidente

Figura 16 – Variação da velocidade da onda de choque refletida em função do mach

incidente

39

Figura 17 – Variação da razão de pressão entre o escoamento após a onda de choque e o

escoamento não perturbado em função do mach incidente

Figura 18 – Variação da razão de pressão no driver e no driven em função do mach

incidente

40

Figura 19 – Variação da razão de pressão entre do escoamento no ponto de estagnação e

o escoamento não perturbado em função do mach incidente

41

Figura 20 – Variação da razão de pressões entre do escoamento no ponto de estagnação

e o escoamento após a onda de choque em função do mach incidente

Figura 21 – Variação da razão de massas especifica entre do escoamento após a onda de

choque e o escoamento não perturbado em função do mach incidente

42

Figura 22 – Variação da razão de massas especifica entre do escoamento no ponto de

estagnação e o escoamento após a onda de choque em função do mach incidente

43

Figura 22 – Variação da razão de temperatura entre do escoamento após a onda de

choque e o escoamento não perturbado em função do mach incidente

Figura 22 – Variação da razão de temperaturas entre do escoamento no ponto de

estagnação e o escoamento não perturbado em função do mach incidente

44

Figura 22 – Variação da razão de temperaturas entre do escoamento no ponto de

estagnação e o escoamento após a onda de choque em função do mach incidente

45

2.3.2 TUNEL DE CHOQUE

Sabendo que em vôo hipersônico na atmosfera terrestre, sempre resulta em

condições de alta entalpia, então têm se a necessidade de aumentar a entalpia do

escoamento. Uma saída para aumentar a entalpia de um experimento em um tubo de

choque, é aumentando a velocidade do escoamento induzido. Isto pode ser realizado

aumentando a razão entre o reservatório de alta pressão e o reservatório de baixa

pressão (isto é ).

Existem outras possibilidades como aumentar a temperatura do gás do driver,

que acarretaria no aumento da velocidade do som do driver ( ) em relação ao gás do

46

driven ( ). Também é possível a utilização de um gás de menor peso molecular no

driver, como Hélio ou até mesmo Hidrogênio que apresentaria altos valores de 4 .

Mas todo este esforço para aumentar a entalpia de um escoamento no tubo de

choque tem um limite, pois ao usarmos somente ar caloricamente perfeito, for usando

em ambos driver e driven, o valor do mach incidente não ira ultrapassar dois.

Visto esta limitação da velocidade do mach incidente e sabendo a dificuldade

de controle da velocidade do escoamento (pois uma pequena variação entre P4/P1

poderia mudar a velocidade do escoamento), pequena área útil de teste (seção de

teste), entre outros. Entendendo estes problemas foi desenvolvido o túnel de choque,

que torna possível melhorar algumas dessas características negativas de um tubo de

choque. Para efetuar essa “transformação”, de maneira grosseira, é adicionar um bocal

convergente/divergente denominado tubeira ao final do driven, logo após uma seção

de teste e um dumptank. Com isso iremos possibilitar o aumento da velocidade do

escoamento, além de ser possível controlá-la.

O aumento da seção de teste é outra vantagem considerável, como haverá uma

tubeira convergente divergente na extremidade do driven, e o final da seção divergente

da tubeira que possibilita aumentar a área da seção de teste.

Ao adicionarmos uma tubeira no final do driven, teremos algumas diferenças

em reação ao tubo de choque, uma delas é que agora será diferente de zero, apesar

de muito próximo. Como a velocidade é bem baixa, e seguindo o principio da

conservação da massa ao diminuirmos a área em que um fluido escoa, iremos

aumentar a velocidade do escoamento, para assim manter em equilíbrio a quantidade

de massa que entra pela tubeira e a que sai, pois sempre são iguais.

Figura 23 – Ilustração das condições no ponto sônico

47

Existe uma razão de área ideal para cada túnel de choque, isto é, uma razão

entre área do ponto de estagnação (P5) e uma área chamada de ponto sônico que adota

* como índice. O Ponto sônico é o ponto onde que o escoamento ao ser acelerado

(adiabaticamente) pela estricção do canal alcançará a velocidade do som, o contrario

também é valido, se temos uma velocidade sônica e queremos acelerá-la a uma

velocidade maior.

O calculo entre as razões das áreas é dado pela formula abaixo, onde A é a área

do túnel de choque e A* é a área do ponto sônico. Esta formula é valida tanto para o

calculo da área no regime subsônico, quanto para o regime supersônico.

Com isto conseguiremos controlar a velocidade do escoamento, pois agora ela

não irá depender da razão entre p4/p1, e sim da tubeira adequada para a velocidade

desejada. Após a tubeira teremos a seção de teste e ao fim o dumptank, cuja única

finalidade é confinar o escoamento acelerado pela tubeira, não permitindo que o

mesmo entre em contato com o ambiente em volta do túnel de choque. E também

diminuir a pressão final do túnel de choque, pois ao final do experimento, a mesma

esta em equilíbrio isto é, igual em todas as seções. O ideal que é esta pressão

mantenha-se sempre abaixo de duas atmosferas.

As outras propriedades também são encontradas a partir de razões entre

a propriedade no final do driven e a propriedade desejada após o ponto sônico. E são

dadas por as formulas abaixo descritas:

48

2.4 Utilizações de um tubo de Choque

Acima foi visto o modo de se operar um tubo de choque e o modelamento

matemático do escoamento e os fenômenos físicos que o cerca. Agora serão mostradas

algumas maneiras de utilizar este versátil equipamento. Será abordado como é

realizado calibração dinâmica de sensores, ensaios aerodinâmicos, e de combustão. E

no próximo capítulo estão os resultados e a metodologia dos ensaios.

2.4.1 Calibração dinâmica de sensores

Os sensores piezelétricos têm seu uso difundido em várias áreas de

pesquisa, por serem seguros, rápidos e confiáveis. Mas para que sua resposta seja a

mesma que a esperada, temos que ter certeza que o sensor esteja bem aferido. Todo

sensor quando comprado, vem com sua curva de calibração individual de fabrica que

especifica sua sensibilidade, e com o passar do tempo e ciclos (testes) que irão

desgastar os sensores, alterando assim sua calibração.

Esta alteração em sua sensibilidade não torna os sensores sucatas,

apenas força que uma calibração dinâmica seja feita. O objetivo desta calibração é

obter uma nova curva de calibração, mostrando sua sensibilidade. Vale lembrar que

para cada faixa de pressão os sensores apresentam uma sensibilidade diferente, pois os

sensores comportam-se diferente se comparamos a tensão de saída em relação a uma

grande diferença de deformação aplicada.

Antes de darmos inicio a calibração dos sensores é vital saber a faixa de

pressão em que os sensores irão atuar, para criar a curva de calibração ideal para o

modelo a ser testado. Esta pressão ideal pode ser adquirida com uma analise teórica ou

conferindo a pressão esperada no projeto. Já a pressão que teremos que configurar o

tubo de choque é encontrado pelas diferenças de pressões e temperaturas entre o driver

e o driven.

49

2.4.1.1 Sensores piezo elétricos

Os sensores piezelétricos são sensores produzidos com cristais que

apresentam o efeito piezelétrico, piezeletricidade provém do grego (piezein) que

significa apertar/pressionar, como é referente à produção de diferença de potencial

elétrico virou piezelétrico. O mecanismo de funcionamento dos cristais piezelétricos,

de uma forma simplificada, consiste de que para uma determinada força aplicada no

cristal, gerará sempre uma deformação e esta deformação irá produzir uma diferença

de potencial (tensão elétrica). Esta corrente elétrica produzida, sempre é proporcional

a deformação sofrida pelo cristal.

O efeito piezelétrico é um processo reversível e sensível, isto é quando a tensão

mecânica é retirada o cristal, ele volta para o ponto inicial e a tensão volta a ser nula.

Não é necessária uma grande deformação para que o mesmo gere uma diferença de

potencial elétrico perceptível. Desta forma a tensão gerada sempre será confiável,

justificando o seu uso em experimentos onde se necessita de grande precisão. Além de

que seu tempo de resposta ser bastante rápido.

Figura 24 – Funcionamento de um sensor piezelétrico

50

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.2 Calibrações dinâmica de sensores PCB modelo 112 A 22

Neste sub-capitulo encontraremos o procedimento para a produção de uma

nova curva de calibração de sensores piezelétrico PCB modelo 112 A 22, estes sensores foram

projetados para atuar em pressões entre XXX- XXX. A calibração dinâmica destes modelos

de transdutores de pressão utilizando tubos de choque é indicada pelo fabricante, como consta

em seu manual.

3.2.1 PARTE EXPERIMENTAL

Materiais utilizados

- 01 Tubo de Choque T1;

- 03 Sensores Kistler modelo 701 A

- 05 Sensores PCB

- 08 Cabos Microdot/BNC;

- 02 Oscilógrafos Yokogawa DL 750

- 01 Condicionador de Sinal (PCB);

- 03 Amplificadores (Kistler);

- 02 Chaves de Boca, nº11 e nº 13;

- 02 Chaves Allen;

- Gás Hélio;

- Gás Argônio;

- Diafragmas de Celofane;

Preparação do túnel

51

Para começar a calibração é importante conferir se todos os dispositivos do

túnel estão funcionando perfeitamente. Então são conferidos os anéis de vedação (o-ring),

válvulas de alivio e controladora(s) (válvulas solenóides). O Segundo passo é a instalação de

diafragmas novos e em bom estado, e ao fechar o túnel sempre o fazer com o torque

especificado no projeto. O próximo passo é realizar o vácuo no túnel, ele ira expor qualquer

defeito no posicionamento do diafragma, pois um diafragma mal instalado não irá permitir um

bom vácuo. Finalmente o procedimento de teste mais perigoso, verificar a pressões presentes

nos cilindros os gases que irão pressurizar o DDS e o Driver.

Ajustar os equipamentos eletrônicos (oscilógrafos, amplificadores...);

É de extrema importância que o sistema eletrônico, principalmente o sistema

de aquisição de dados esta completamente operante, pois se não, iremos desperdiçar dinheiro

e tempo já que não teremos os dados do experimento. Para configurar o sistema de aquisição

de dados é necessário que a utilização de 3 amplificadores de sinais Kistler, 3 sensores kistler

(que serão utilizados como P5, 1º P2 e 2º P2, e 1 oscilógrafo e um condicionador de sinais

PCB além de cabos para a correta ligação.

Figura 25 - Foto dos sensores já instalados

52

Os sensores Kistler utilizados no tubo de choque como referencia para a

calibração, seguindo uma numeração crescente, 1 para o P5, 2 para o 1º P2 e 3 para o 2º P2.

Os sensores PCB receberam numeração crescente seguindo a ordem dos sensores Kistler, de 4

a 8. Na tabela abaixo veremos os dados de todos os sensores, como numero de serie, modelo,

sensibilidade. E em um esquema mais abaixo veremos a disposição dos sensores no flange de

calibração.

Tabela 1 - Tabela com numeração dos sensores a serem calibrados

Numeração Transdutor Modelo

Série Sensibilidade Condicionador Ganho

4 PCB1 112A22 23613 - series 481 1

5 PCB2 112A22 26239 98,57 mV/ps series 482 1

6 PCB3 112A22 26237 103,9 mV/ps series 483 1

7 PCB4 112A22 24099 101,8 mV/ps series 484 1

8 PCB5 112A22 25586 - series 485 1

Tabela 2 - Instalação dos Transdutores de Pressão para calibração

Numeração Transdutor Modelo Nº série

Amp. /

Cond Ganho

Osciloscópio

(canal)

1 Kistler (P5) 701A 255465 Type 5007 1 1

2

Kistler (1º

P2) 701A 255464 Type 5007 0,5 2

3

Kistler (2º

P2) 701A 614065 Type 5008 0,5 3

4 PCB1 112A22 23613 series 481 1 4

5 PCB2 112A22 26239 series 481 1 5

6 PCB3 112A22 26237 series 481 1 6

53

7 PCB4 112A22 24099 series 481 1 7

8 PCB5 112A22 25586 series 481 1 8

O próximo passo agora é conferir a sensibilidade que foi adicionada nos

amplificadores Kistlers, fazer a ligação de todos os cabos necessários o cabo que ligam os

sensores nos amplificadores de sinais ou condicionadores, dos respectivos ao osciloscópio e

os cabos de energia de todos. Nos Osciloscópios devemos conferir se os canais estão

configurados para suportar as respostas esperadas dos sensores, se os valores presentes nos

canais forem baixos iremos saturar, isto é, perderemos os valores que ultrapassaram o regime

de tensão esperada. Já se o sinal for alto demais, perderemos a sensibilidade dos valores

encontrados, pois os sinais serão praticamente retas no osciloscópio

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CALIBRAÇÃO DE SENSORES

Neste capitulo serão apresentados todos os dados da calibração dinâmica

dos sensores PCBs, e uma breve discussão sobre os dados recolhidos. Para a

obtenção de alguns valores foi utilizadas metodologia diferente da apresentada

no capitulo dois, pois agora já teremos dados experimentais.

Como todos os experimentos foram realizados no mesmo dia e em um

curto espaço de tempo, foi considerada a mesma temperatura para todos os

experimentos. E como foi usado gás hélio no driver e ar atmosférico driven,

teremos para todas as corridas o mesmo valor de gamma e constante universal

dos gases em todas as seções dos experimentos.

Devido a utilização de baixa pressão no driver, e o emprego de celofane

como diafragma, o melhor método para a abertura dos diafragmas é o punção,

pois é um material instável.

Dados das corridas:

Driver

54

1= 1,402

R1= 287

T 1= 23 ºC = 296 K

Driven

4= 1,406

R4= 2077,3

T 4= 23 ºC = 296 K

smTRa /866.3441111 Cálculo da Velocidade da onda de choque incidente:

L = 0.315m

t = Dado adquirido experimentalmente.

su = L / t

1a

uM s

s

Figura X - Tabela com as condições dos experimentos

Corrida P4

(Atm)

Gás P1 (Atm) Gás Diafragma

(celofane)

Ruptura Tamb (ºC) Pamb

(mmHg)

Obs.

1 4 He 1 Ar 4 fls. Punção 23 722

2 4 He 1 Ar 4 fls. Punção 23 722

3 4 He 1 Ar 4 fls. Punção 23 722

4 5 He 1 Ar 5 fls. Punção 23 722 Rompe

(4 fls.)

5 6 He 1 Ar 6 fls. Punção 23 722

6 7 He 1 Ar 8 fls. Punção 23 722 Rompe

(7 fls.)

Resultados Obtidos

Figura XX - Tabela com valores encontrados nos experimentos e utilizando a

sensibilidade de fábrica para os sensores.

Corrida Ms P5 Kistler

(PSI) PCB1(mV) PCB2(PSI) PCB3(mV) PCB4(mV) PCB5(mV)

55

1 1,34422 41,62583081 - 37,700626 40,525155 41,2695992 -

2 1,31476 41,77086854 - 38,30933 40,525155 41,2695992 -

3 1,36023 41,48079307 - 40,744148 40,14017 40,6802083 -

4 1,59825 53,22884985 - 48,657306 52,6522 53,4503458 -

5 1,65771 62,65630282 - 56,367563 61,121883 62,0947466 -

6 1,87172 68,45781234 - 61,4401 67,474145 67,9886562 -

Figura XXX - Tabela com valores encontrados nos experimentos e utilizando nova

sensibilidade

Corrida Ms P5 Kistler

(PSI) PCB1(mV) PCB2(PSI) PCB3(mV) PCB4(mV) PCB5(mV)

1 1,34422 41,62583081 - 42,349563 40,594366 41,3746214 40,9416508

2 1,31476 41,77086854 - 43,077471 40,594366 41,3746214 40,5389568

3 1,36023 41,48079307 - 45,989103 40,208377 40,7829637 40,5389568

4 1,59825 53,22884985 - 55,451907 52,753007 53,6022123 53,0224715

5 1,65771 62,65630282 - 64,672075 61,244756 62,2798575 61,680393

6 1,87172 68,45781234 - 70,737975 67,613569 68,1964338 67,7208034

Analisado os resultados A partir destes dados foi criada uma tabela usando o software Excel da Microsoft,

no qual foi programada para efetuar algumas contas, conversões e plotar os gráficos necessários para a confecção da curva de calibração. O primeiro passo foi encontrar o valor em BAR da pressão P5 em cada uma das corridas, para isso foi necessário verificar o ganho que foi selecionado no amplificador, que será multiplicado pelo sinal em Volt encontrado no oscilógrafo. O segundo passo foi a conversão, de unidade de pressão encontrado em Bar para PSI, para isto é necessário multiplicar o fator de conversão que é de 14,50377. Após isto criado uma nova tabela onde foi relacionado os valores em mV encontrado nos experimentos e estão disponíveis na tabela, com a pressão P5 já em PSI. Que foi necessário para a criação do gráfico em que iremos retirar a nova sensibilidade dos sensores. A sensibilidade nada mais é que a tangente do ângulo desta reta. Para obter esse valor foi plotado um gráfico em que o valor da pressão ficou localizado no eixo das abscissas e o valor do sinal no eixo dos ordenados. A partir dos pontos encontrados no gráfico foi traçado uma curva de tendência (no caso uma reta), cujo valor usando para transformar os pontos em uma reta é o valor da tangente do ângulo.

Curvas de calibração

56

Sensor PCB 1

Nº de serie 23613

Modelo 112a22

Sensibilidade antiga (mV/Psi) -

Nova sensibilidade(mV/Psi) -

Sensor PCB 2

Sensor PCB 2

Nº de serie 26239

Modelo 112a22

Sensibilidade antiga (mV/Psi) 98,57

Nova sensibilidade(mV/Psi) 82,428

Sensor PCB 3

Sensor PCB 3

Nº de serie 26237

Não foi fornecido nenhum resuldado pelo sensor PCB 1

y = 82,438x + 223,54

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 20 40 60

Sin

al (

mV

)

Pressão (PSI)

Curva de calibração sensor PCB 2

Psi

Linear (Psi)

57

Modelo 112a22

Sensibilidade antiga (mV/Psi) 103,9

Nova sensibilidade(mV/Psi) 103,63

Sensor PCB 4

Sensor PCB 4

Nº de serie 24099

Modelo 112a22

Sensibilidade antiga (mV/Psi) 101,8

Nova sensibilidade(mV/Psi) 101,41

Sensor PCB 5

Sensor PCB 5

Nº de serie 25586

y = 103,63x - 44,561

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 20 40 60

Sin

al (

mV

)

Pressão (PSI)

Curva de calibração sensor PCB 3

Psi

Linear (Psi)

Linear (Psi)

y = 101,41x + 36,953

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 20 40 60

Sin

al (

mV

)

Pressão (PSI)

Curva de calibração sensor PCB 4

Psi

Linear (Psi)

58

Modelo 112a22

Sensibilidade antiga (mV/Psi) -

Nova sensibilidade(mV/Psi) 99,331

Discutindo o resultado Como já é sabido com a utilização os sensores piezelétricos mudam de sensibilidade

.E como já foi dito, isto não os tornaram sucata, mesmo que os dados recolhidos estejam com

um grau de erro considerável. Pois para que os dados cedidos por estes sensores voltem a ser

confiáveis, foi feita uma nova calibração o que nos deu sua nova sensibilidade.

Foi percebido que o sensor PCB 1 esta possivelmente danificado e fora de uso, pois

nos ensaios não foi possível retirar nenhum dado da corrida. O Sensor PCB 2 reagiu com

amplitude diferente dos demais, o que indica que esta fora dos padrões e deverá ser analisado

seu futuro. O sensor PCB 5 não possuía sensibilidade antiga para uma comparação.Os demais

possuem sensibilidade próxima de suas antigas.

A sensibilidade dos sensores PCB 2 decresceu 19,53 %, um valor muito além do

esperado. O PCB 3 teve um decréscimo de de 0,26 % em sua sensibilidade e o PCB 4 um

decréscimo de 0,38% um valor muito próximo da sensibilidade nominal do sensor. O que

mostra que estes dois sensores estão em perfeito estado de funcionamento. Já o PCB 1 não foi

possível obter sua nova sensibilidade e o PCB 5 não possuía sua sensibilidade nominal nos

dados da pesquisa.

Foi possível perceber que as sensibilidades de todos os sensores decresceram. Este

deve ser o padrão de alteração das sensibilidades dos sensores. A partir destes dados fica clara

a necessidade de se calibrar os sensores periodicamente. Para que os dados obtidos não

possam interferir nos resultados reais de uma pesquisa por exemplo. O fabricante pede para

que os sensores sejam calibrados em um tempo máximo de um ano. A modificação dos

valores da sensibilidade de um sensor pode ocorrer de varias maneiras, como o uso errôneo,

armazenamento impróprio ou apenas pela quantidade do próprio uso.

y = 99,331x - 17,434

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 20 40 60

Sin

al (

mV

)

Pressão (PSI)

Curva de calibração sensor PCB 5

Psi

Linear (Psi)

59

60

5- CONCLUSÃO

Inicialmente

6- SUGESTOES PARA TRABALHOS FUTUROS

6.1- Análise estrutural e térmica

A análise

6.2- Análise da aerodinâmica considerando arrasto e combustão

Para a.

61

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