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Palmito em peça utilizado com produto
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PALMIER, PALMITO PREMIUM IN NATURA
CURITIBA
2015
NATÁLIA ROSSI SALOIO
PAULO HENRIQUE CORRÊA KORBELA
PEDRO CORDEIRO NEVES
RAFAELA APARECIDA FRANCISCO
RICARDO AGUIAR BORGES
SILVIA SORAIA MARTIN
PALMIER, PALMITO PREMIUM IN NATURA
Trabalho de graduação apresentado à disciplina de Marketing e Mercados de Produtos Florestais do Curso de Engenharia Florestal, Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. João Carlos Garzel
CURITIBA
2015
SUMÁRIO
1 DEFINIÇÃO DO PRODUTO .............................................................................................. 2
2 POR QUE CONSUMIR PALMITO IN NATURA? ............................................................... 3
3 ANÁLISE DE MERCADO .................................................................................................. 5
5 SEGMENTAÇÃO E POSICIONAMENTO .......................................................................... 7
6 BENEFÍCIOS ..................................................................................................................... 7
7 DESEJOS .......................................................................................................................... 8
8 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ....................................................................................... 8
9 AMEAÇAS E OPORTUNIDADES DO MERCADO .......................................................... 10
10 OBJETIVOS .................................................................................................................. 11
11 MARCA E EMBALAGEM .............................................................................................. 11
12 PREÇO .......................................................................................................................... 12
13 PRAÇA .......................................................................................................................... 12
14 PROMOÇÃO ................................................................................................................. 13
15 CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO ............................................................................... 14
16 MARGEM E MARKUP ................................................................................................... 17
17 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 20
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 21
2
1 DEFINIÇÃO DO PRODUTO
O palmito de pupunheira é um produto vegetal obtido da parte comestível de
palmeiras sadias, das quais tenham sido removidas as partes fibrosas, por meio de
descascamento. Entende-se por porção comestível a gema apical da palmeira e as
regiões acima e abaixo desta, correspondendo respectivamente às folhas macias
ainda não abertas (estrutura heterogênea) e aos tecidos meristemáticos do estipe
(estrutura homogênea) (RESENDE et al., 2009).
Segundo os mesmos autores, o palmito fresco é um ótimo produto que
mantém suas características sensoriais (aroma, sabor, textura e cor) por até 2
semanas, desde que seja acondicionado em filme PVC flexível e armazenado em
condições refrigeradas.
O palmito da Pupunheira possui uma característica única entre os demais, ele
não escurece após o corte, ampliando assim o seu mercado, pois pode ser consumido
da maneira tradicional em conserva, como também in natura ou minimamente
processado e resfriado, abrindo um novo e inexplorado caminho de comercialização.
Segundo o site Pró-saúde, o palmito é uma importante fonte de cálcio, ferro,
fósforo, potássio, magnésio, vitamina A, vitamina B е vitamina C, sendo tаmbém umа
fonte dе fibras. Umа porção dе 100 g dе palmito, geralmente, apresenta оѕ seguintes
valores nutricionais: 23 Kcal, 4,3g dе carboidratos, 1,8 g dе proteínas, 3,2 g dе fibra
alimentar е 514 mg dе sódio. É um excelente alimento раrа а manutenção dа saúde
óssea е раrа auxiliar nо processo dе crescimento dаѕ crianças, além dе atuar nо
sistema imunológico е diminuir а retenção dе líquidos. O potássio presente nо palmito
ajuda а controlar а pressão arterial.
Além disso, o site Inaceres cita que, houve um aumento significativo no
consumo do palmito pupunha nas regiões sudeste e sul entre os anos de 2009 e 2010.
Uma pesquisa feita pela Nielsen constata que o mercado de palmito em conserva no
país voltou a crescer depois de anos estagnado. Nos dois últimos anos, segundo o
levantamento, o consumo do palmito da espécie de pupunha dobrou em comparação
às demais espécies que compõem a categoria.
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Neste trabalho será analisado o palmito pupunha em peça para diversas
finalidades, a critério do cliente, tendo como sugestão o uso para churrasco.
Desta forma, surge o Palmito Premium in natura Palmier, com uma visão
abrangente, visando inundar um mercado estagnado de baixa concorrência e tornar
esse produto cada vez mais consumido e acessível. Acessando todas as esferas do
comércio desde os produtores até o consumidor final.
Figura 1. Palmito em peça para churrasco Palmier. Fonte: DOS SANTOS, 2015.
2 POR QUE CONSUMIR PALMITO IN NATURA?
O palmito é basicamente uma iguaria do Brasil, que responde por cerca de
85% da produção mundial (GUERREIRO, 2002). Sua variedade in natura é também
muito apreciada em churrascos. Seu sabor na brasa é muito superior ao palmito em
conserva, assim como sua textura e aparência. Este produto também é superior ao
processado por não apresentar grandes quantidades de sal e ácido (CLEMENT,
4
2010). Além disso, o palmito em conserva as vezes apresenta aparência flácida, o
que não ocorre com o palmito in natura.
Também segundo GUERREIRO (2002), o palmito da pupunha, ao contrário
do que ocorre com o da juçara e com o do açaizeiro, apresenta a grande vantagem
de não escurecer após o corte. Isto facilita o processamento e permite que outras
formas mais simples de acondicionamento do produto sejam desenvolvidas,
diminuindo os gastos e simplificando sua industrialização. Devido ao não
escurecimento, é o único que pode ser vendido in natura. O palmito fresco é um ótimo
produto que mantém suas características sensoriais (aroma, sabor, textura e cor) por
até 2 semanas, desde que seja acondicionado em filme PVC flexível e armazenado
em condições refrigeradas (RESENDE, 2009).
O palmito de pupunheira tem sabor agradável, é macio, nutritivo e apresenta
baixo teor calórico. Além disso, segundo RESENDE (2009), ele é rico em fibras e em
minerais como K (potássio), Ca (cálcio), P (fósforo) e outras vitaminas e aminoácidos
importantes para a nutrição humana, podendo fazer parte das dietas com restrições
calóricas.
Esse produto é bastante requisitado em churrascarias e também em eventos
particulares. Seu preparo é simples e sua apresentação é agradável aos
consumidores, pois apenas abrindo a peça e temperando sem exageros (azeite, sal
e pimenta a gosto), o produto já está apto a ser um protagonista na refeição.
O Palmito Premium in natura Palmier será bastante requisitado em
churrascarias e também em eventos particulares. Seu preparo é simples e sua
apresentação é agradável aos consumidores, pois apenas abrindo a peça e
temperando sem exageros (azeite, sal e pimenta a gosto), o produto já está apto a
ser um protagonista na refeição.
Vemos com cada vez mais frequência pessoas que optam por não incluir
carne nas suas refeições. Isso não as impede de ter opções e apreciar um bom
churrasco. Entre os produtos mais comuns para esse cardápio vegetariano temos a
cebola assada, a berinjela, a abobrinha, o queijo coalho, o pão de alho e, é claro, o
palmito in natura. Quando comparado a estes outros produtos, o palmito apresenta
vantagens claras, é superior em qualidade e sabor aos seus similares mais comuns,
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como a cebola e os vegetais, já com relação ao queijo e ao pão de alho, além de ser
melhor em qualidade, também apresenta preço mais acessível. Assim o Palmito
Premium in natura Palmier surge como a melhor opção em termos de agradabilidade
e sofisticação para os momentos de lazer.
O palmito precisa de calma para ser preparado, pois seu ponto ideal demora
mais de uma hora para ser atingido, porém o seu cheio e sabor recompensam a
espera, podendo tornar esse produto o mais aguardado do dia.
3 ANÁLISE DE MERCADO
O mercado do palmito é bastante promissor, sendo que os estados das
regiões sudeste e sul são os principais consumidores e que o consumo vem tendo
um aumento significativo nessa região (PENTEADO JR. et al., 2014).
Segundo a ABRAPALM (Associação Brasileira dos Produtores de Palmito
Cultivado), o mercado brasileiro de palmito é muito grande, o maior do mundo,
aproximadamente 70.000 toneladas (PLD- Peso Líquido Drenado), sendo que somos
os maiores produtores de palmito e também os maiores consumidores.
Sendo a venda de palmito pupunha em peça promissor, por ainda não possuir
um mercado consolidado e possuir vários apreciadores desta iguaria. Assim surge
uma excelente oportunidade para o Palmito Premium in natura Palmier ocupar um
lugar de destaque nos locais de vendas mais populares.
Figura 2. Consumo de palmito por classe de renda. Fonte: Eco Debate, 2015.
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Conforme pode ser observado na figura acima o consumo de palmito ocorre
em todas as classes de renda, mesmo que haja alteração na frequência de consumo.
Desta forma o mercado se torna muito mais abrangente, pois a demanda se torna
maior. Nota-se que uma pequena porcentagem de pessoas não consomem palmito
nem que de forma ocasional.
Figura 3. Consumo de palmito entre os entrevistados. Fonte: Eco Debate, 2015.
Percebe-se, com a figura acima, que em 60% da população consumidora de
palmito o consome em grande quantidade, portanto temos mais uma característica
promissora para o nosso produto.
4 PÚBLICO ALVO
A definição do público alvo é de extrema importância para a empresa, visto que
é necessário ter conhecimento para quem irá vender, para definir suas estratégias e
garantir a aceitação de seu produto pelos consumidores. Restringindo seu público
alvo, os gastos podem ser menores, sabendo o tipo de cliente necessário a satisfazer.
O público alvo definido nesse plano de marketing são restaurantes,
churrascarias, mercados e feiras, que utilizam a pupunha em seu sistema de
comércio de uma maneira diferenciada.
Geográfico: Regiões sul e sudeste do Brasil.
Demográfico: Pequenos, médios e grandes negócios que utilizam a pupunha
em peça.
Psicográfico: Empresas com responsabilidade social/ambiental.
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Comportamentais: O benefício esperado é maior consumo de produto
natural, obtendo uma aceitação numa diversidade de cardápios.
5 SEGMENTAÇÃO E POSICIONAMENTO
O Palmito Premium in natura Palmier será direcionado para famílias de todas
as classes sociais localizadas nas regiões sudeste e sul do país. A grande vantagem
está em atingir todas as classes sociais, uma vez que é um produto de preparo fácil,
trazendo comodidade e sabor, com um preço justo. Sendo uma alternativa para o
público vegetariano, uma vez que proporciona praticidade, saúde e sabor. O Palmito
Premium in natura Palmier traz à mesa do consumidor sofisticação e qualidade de
uma forma acessível.
6 BENEFÍCIOS
Os benefícios são os resultados que o cliente espera obter quando adquire
um produto ou serviço. A compra do produto ou serviço nada mais é do que a
aquisição das ideias ou benefícios ligados ao produto. Esta compra pode incluir a
comodidade, a segurança, a economia do tempo, conforto e demais facilidades. Por
este motivo cada compra de produto ou serviço está acompanhada do benefício que
o mesmo irá trazer ao cliente (DONATO, 2010).
O Palmito Premium in natura Palmier tem como benefício principal, se
encontrar em um formato onde o cliente pode trabalhar da forma que lhe for mais
conveniente. Diferentemente do palmito tradicional em conserva que encontramos no
mercado, vender a peça em um tamanho maior proporciona essa maior liberdade do
uso final. Por exemplo, com Palmito Premium in natura Palmier, o consumidor tem
uma gama maior de receitas a sua disposição, cabendo a ele decidir como irá
preparar, cortar e servir o palmito. Portanto, o benefício principal do nosso produto é
a conveniência e a liberdade de utilização do produto por parte do consumidor ao
adquiri-lo.
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7 DESEJOS
Segundo Kotler (2012), as necessidades são os requisitos mais básicos para
a vida do ser humano, isso inclui comida, água, roupas e abrigo. Pode-se dizer que
estas são as necessidades básicas para o homem. Porém existem outras grandes
necessidades, tais como o lazer e o ensino. Essas necessidades se tornam os
desejos quando são aplicadas a certos tipos de objetos ou serviços que possam
satisfazê-las.
O consumidor que busca o Palmito Premium in natura Palmier deseja algo
diferente do palmito em conserva tradicional, ele necessita de um alimento que ao
mesmo tempo satisfaça sua fome e que ele possa consumir de outra forma, em outros
tipos de ocasiões. Por exemplo, vendendo o palmito em peça, o consumidor tem a
possibilidade de usar ele em uma churrasqueira espetado, ou até mesmo grelhar ele.
Há ainda a possibilidade de seccionar ele em partes menores e colocar ele em palitos
de madeira, exatamente como vemos no queijo coalho um possível concorrente
indireto, e servir como aperitivo. Ou até mesmo, ele pode ser utilizado em uma
espécie de rocambole preenchido com outros ingredientes ou sendo enrolado por
massas. Portanto o cliente que procura o Palmito Premium in natura Palmier,
necessita um alimento que possa ser preparado e servido para um número maior de
pessoas, uma refeição especial, ou uma confraternização. Desta forma, o nosso
produto pode servir desde ao consumidor comum e ocasional, até restaurantes e
lanchonetes que trabalham com grandes quantidades e variedades de opções.
8 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA
TABELA 1. Valores em R$/kg dos produtos concorrentes diretos e indiretos do
palmito in natura de pupunha em peça em quatro supermercados tradicionais da
cidade de Curitiba-PR. Fonte: Os Autores, 2015.
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Analisando a Tabela 1, obtemos uma visão geral dos produtos de palmito e
seus concorrentes em Curitiba - PR. Podemos observar que existe uma diferença de
disponibilidade de produtos entre os mercados. Além disso, principalmente com
relação aos produtos derivados de palmito, há uma diversidade de marcas oferecidas
e isso justifica as diferentes faixas de preço entre um supermercado e outro.
É interessante observar que o único produto da lista que até agora apresenta
apenas uma marca no mercado é o Palmito in natura. Em todos os locais consultados,
a única marca encontrada para este produto foi a Qualidoro nas formas de medalhão,
tolete, broto e peça. Isso pode indicar a existência de um monopólio de mercado para
este produto no varejo.
Os produtos provenientes do palmito existentes no mercado variam segundo
o tipo de processamento (picado, tolete, etc.) e também segundo a espécie (pupunha,
açaí, juçara, etc.), em geral ficando entre 40,00 e 80,00 reais por quilo. Seus principais
concorrentes, o pão de alho e o queijo coalho estão sendo comercializados nas faixas
de 18,00 a 22,00 reais e 40,00 a 55,00 reais o quilo respectivamente. Já os demais
produtos apresentam preços mais baixos, principalmente por não serem
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processados, não apresentarem embalagem e serem vendidos à granel, estando em
uma faixa entre 2,00 e 15,00 reais o quilo.
9 AMEAÇAS E OPORTUNIDADES DO MERCADO
TABELA 2. Análise SWOT
FATORES EXTERNOS
Oportunidades Ameaças
● Produto inovador e diferenciado;
● Alta demanda;
● Fácil comercialização “in natura” da
pupunha;
● Facilidade no transporte,
comercialização e armazenamento;
● Alta qualidade do produto em
relação aos outros.
● Concorrências indiretas com outros
produtos mais baratos como cebola,
abobrinha, milho verde, etc.
FATORES INTERNOS
Forças Fraquezas
● · Alimento natural e detentor de
vários benefícios à saúde;
● · Produto de fácil preparo;
● · Mercado promissor;
● · Produto com alta produção no
Brasil;
● Opção versátil em várias situações;
● ·Incluso em todos os tipos de
cardápios;
● Consumo ocorre em todas as
classes de renda;
● Tamanho do produto proporciona
uma liberdade de usos.
● Dificuldades no suprimento contínuo
da matéria prima;
● ·Mercado ainda não consolidado.
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10 OBJETIVOS
Realizar uma análise de mercado para o Palmito Premium in natura Palmier,
com a finalidade de venda em peça para diversos usos, tendo como sugestão o uso
para churrasco, nas regiões sul e sudeste do Brasil.
11 MARCA E EMBALAGEM
A logomarca Palmito Premium in natura Palmier traz ao consumidor uma
sensação de sofisticação e qualidade, uma certeza de que o produto irá surpreender.
As linhas de curvas suaves representam a delicadeza e maciez do nosso produto, e
as cores fortes remetem a um sabor intenso e que não irá desapontar até o mais
exigente cliente.
O Palmito Premium in natura Palmier será comercializado em peça para
diversas finalidades, em uma embalagem de 500 gramas, onde vão estar embutidas
duas peças de palmito. A embalagem será simples, apenas com as peças embaladas
à vácuo para manter o produto fresco e o selo da logomarca estampado como
certificação de qualidade.
Figura 4. Logomarca do produto Palmier Palmito Premium in natura. Fonte: DOS SANTOS, 2015.
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12 PREÇO
Inserido no Mix de Marketing, o conceito de preços é parte fundamental na
definição do segmento de mercado para determinado produto. O preço se estabelece
a partir da determinação da percepção de valor para o produto e seu benefício ao
consumidor.
Existe um alto valor agregado na venda do palmito pupunha e quando
vendido em peça o preço varia entre R$ 15,00 e R$ 25,00, dependendo da marca do
palmito e do local de venda.
O Palmito Premium in natura Palmier visa atingir um público muito mais
abrangente que seu atual concorrente direto. Desta forma, a faixa de preço ideal deve
estar entre R$ 10,00 e R$ 15,00 para a entrada no mercado, visando ampliar o lucro
por meio da quantidade de vendas.
13 PRAÇA
As decisões de Ponto/Praça no Mix de Marketing referem-se aos fatores de
distribuição, ou seja, a função de levar os produtos até os clientes. Sendo assim não
é suficiente um bom produto com preço adequado, é imprescindível cuidar dos canais
de distribuição.
A pupunha tem algumas qualidades para a sua comercialização, ela não
apresenta escurecimento enzimático, o que permite a sua comercialização "in natura",
o que lhe tira a necessidade de altos custos de processamento. Além disso, os
agricultores podem comercializar o produto em feiras livres, ou mesmo entregar
diretamente aos supermercados e restaurantes da sua região, proporcionando um
produto de preço mais baixo (Furia. L.R.R.).
O fato de não escurecer, lhe confere a característica de ser transportado em
distâncias maiores para o seu processamento em lugares adequados (o que não
ocorre com as outras espécies de palmito), é um palmito mais macio e não tão fibroso
quanto as outras espécies, tornando o produto mais homogêneo e com isso
13
garantindo uma qualidade melhor, o que traz vantagens para concorrência no
mercado externo (Furia. L.R.R.).
Ainda segundo estudos de Furia L.R.R., devido ao grande volume
demandado pelo comércio em redes de supermercados, o tamanho mínimo para um
produtor que deseja este mercado seja dado pela produção de 40 a 50 ha. Para as
propriedades inferiores a esta área sobram algumas alternativas, tais como a união
em cooperativas, a venda para indústrias de conserva e a comercialização "in natura"
na própria região do plantio.
Além do Brasil, há países como Costa Rica, Peru, Bolívia e Venezuela que
plantam pupunha em larga escala.
14 PROMOÇÃO
As principais ferramentas de promoção são: Propaganda, Relações Públicas,
Venda Pessoal, Promoção de Vendas e Merchandising.
Em propaganda podemos entender como um anúncio, geralmente pago, a
respeito de determinado produto em canais de televisão, rádio, outdoor, cartazes,
jornais, revistas, sites, entre outros canais de comunicação com o consumidor. A
respeito do produto tratado neste trabalho, não há muitos dados quanto à
propaganda, ou seja, o produto é anunciado de maneira mais focada ao seu público-
alvo, atendendo técnicas como o da Merchandising, que é uma ação ou material
promocional usado no próprio ponto de venda e proporciona informação e melhor
visibilidade ao produto, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de
compra dos consumidores.
Em venda pessoal, a pupunha se encaixa quando vendida em feiras livres
por exemplo, onde há o contato direto de produtor e consumidor, neste tipo de venda
há um relacionamento ao vivo, imediato e interativo que pode se tornar duradouro e
produtivo.
Já no caso das promoções de vendas, que nada mais é do que técnicas como
descontos, amostras grátis, degustação, entre outras, para estimular, acelerar ou
aumentar a compra, a pupunha eventualmente pode ter seu preço abaixado em
14
determinado mercado, causado por acúmulo de estoque ou promoção de um produto
novo, ainda por este último motivo degustações em supermercados ou feiras podem
ser feitos.
15 CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO
Compreender como se dá o funcionamento da comercialização, auxilia no
processo de tomada de decisões, desde como um todo. Em termos conceituais,
entende-se por comercialização uma série de funções ou atividades de transformação
e adição de utilidade, onde bens e serviços são transferidos dos produtores aos
consumidores (MARQUES & AGUIAR, 1993).
Conceitualmente, o canal de comercialização é o caminho que a mercadoria
percorre até chegar ao consumidor final, ou seja, é o desencadeamento que o produto
passa entre os mercados, sob a participação de diversos intermediários até chegar à
região de consumo. É no canal de comercialização que se evidencia "como os
intermediários se instituem e como se agrupam para o exercício da transferência da
produção ao consumo" (PADILHA JUNIOR, 2006).
Figura 5. Representação de um sistema de comercialização simplificado. Fonte: PADILHA JUNIOR,
2006.
Em que:
Pp = preço na esfera da propriedade rural, isto é, corresponde ao preço recebido pelo
produtor;
Pa = preço na esfera de atacado, quer dizer, referente ao preço de venda do
atacadista;
Pv = preço no âmbito do varejo, ou seja, preço pago pelo consumidor.
Apesar do Palmito Premium in natura Palmierser direcionado para famílias
localizadas nas regiões sul e sudeste, para o estudo da cadeia de comercialização do
15
palmito de pupunha, tomamos como base uma pesquisa realizada entre os meses de
julho a agosto de 2012, do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Bonal, localizado
no Estado do Acre. Os principais estabelecimentos comerciais onde se comercializam
o palmito Bonal são os supermercados, distribuidoras, restaurantes e pizzarias,
localizados tanto em Rio Branco quanto nos municípios de Sena Madureira, Tarauacá
e Cruzeiro do Sul.
Figura 6 - Cadeia de comercialização de palmito de pupunha do PDS Bonal. Fonte: LIMA JUNIOR,
2013.
Em que:
Representante: pessoa responsável pela intermediação entre a agroindústria
e os demais agentes mercantis;
Distribuidoras: empresa responsável pela distribuição de alimentos e produtos
no mercado, funcionando como intermediário entre a agroindústria e os
estabelecimentos comerciais;
Supermercados: grandes lojas de varejo que vendem diretamente para o
consumidor final;
Restaurantes e pizzarias: empresas de alimentação que utilizam o palmito de
pupunha como insumo para a confecção de receitas à base de palmito.
16
Figura 7 - Circuitos da cadeia de comercialização de palmito de pupunha do PDS bonal. Fonte: LIMA
JUNIOR, 2013.
17
Após análise dos circuitos de comercialização, observa-se que as relações
mercantis atuais canalizam a receita obtida pelo palmito de pupunha para os agentes
da cadeia, ficando evidente que grande parte dos lucros obtidos pela comercialização
do palmito está ficando com os agentes mercantis que compõe esta cadeia.
16 MARGEM E MARKUP
Antes de falar das margens devemos considerar os agentes que interagem
com este sistema de comercialização. O estudo realizado por LIMA JUNIOR (2013)
sobre as formações dos preços do Palmito de Pupunha da Agroindústria do Projeto
de Desenvolvimento Sustentável Bonal trouxe algumas análises interessantes sobre
os circuitos percorridos por este produto no mercado. Primeiramente é preciso ter
uma visão mais simplificada dos processos de comercialização do palmito do seu
produtor até o consumidos final. Na literatura, são encontradas diversas
representações deste processo, como apresentado na Figura 5. Podemos observar a
existência dos atores deste processo na forma do produtor, o atacadista, o varejista
e o consumidor, estes não são necessariamente os únicos envolvidos, uma vez que
esta é apenas uma representação simplificada e os caminhos de comercialização
podem envolver mais ou menos atores. Pp, Pa e Pv representam respectivamente os
valores pagos ao produtor, ao atacadista e ao varejista pelo produto.
As margens são as diferenças de preços praticados pelos diferentes níveis
deste processo de comercialização. Representa, por exemplo, o quanto um agente
do processo está ganhando em cima da venda de um produto que adquiriu. Existem
3 principais escalas de margens baseadas no sistema simplificado mostrado acima.
Estas são consideradas em seu valor integral e seu valor relativo como exemplificado
na Figura 8.
18
Figura 8. Definições de margens de comercialização. Fonte: GARZEL L. SILVA, 2015.
Ao realizarmos uma análise de preços no mercado, observamos os seguintes
valores médios para distribuição deste produto nas diferentes escalas:
TABELA 3: Preços médios praticados no sistema de comercialização.
Fonte: Os Autores, 2015.
Desta forma, para o produto palmito de pupunha in natura teremos as
seguintes relações simplificadas para as margens de comercialização simplificadas e
relativas:
TABELA 4: Valores das margens de comercialização para palmito in natura.
Fonte: Os Autores, 2015.
19
Analisando estes valores, podemos concluir que o setor de comercialização
como um todo ficou com os lucros deste produto, uma vez que a margem total atingiu
valores na casa de 97,5% sendo que a participação do produtor ficou em módicos
2,5%. Da mesma forma, o setor de varejo foi o que mais agregou valor ao produto,
alcançando uma margem de 59,375%.
De fato a variação de preços deste produto desde o produtor até o consumidor
final é bastante elástica. As conclusões podem ser diversas, porém baseado no
estudo de LIMA JUNIOR (2013), o preço praticado pelo produtor é sim baixo e não
necessariamente injusto, pois os ganhos obtidos com a cultura do palmito pupunha
são bastante expressivos, alcançando renda líquida de R$ 4.415,00 por hectare
cultivado.
Assim, é possível observar que quem mais é prejudicado neste processo é o
consumidor final, que acaba arcando com a maior parte dos custos. O Markup é uma
ferramenta para avaliar as diferenças entre os vários elos da cadeia, em termos
absolutos, é igual a margem, porém em termos relativos apresenta valores
interessantes para análise como está na Tabela 5.
TABELA 5: Valores do Markup de comercialização para o palmito in natura.
Fonte: Os Autores, 2015.
Ficam claras as conclusões alcançadas anteriormente, ao longo da escala de
comercialização o produto é vendido a preços muito superiores aos custos de
produção. Estes valores poderiam ser justificados por um processamento intensivo,
por um deslocamento longo até o consumidor final ou um armazenamento complexo,
porém nenhum destes ocorre no caso do palmito in natura. O processamento e a
embalagem são simples e o caminho do litoral até a capital é bastante curto e com
boas estradas.
20
17 CONCLUSÃO
O Palmito Premium in natura Palmier possui uma grande oportunidade de
mercado, podendo surgir como inovador e alterando a atual relação entre este
produto, suas escalas de comercialização e principalmente o consumidor final. A
entrada no mercado com vigor e quantidade permite baratear os custos variáveis e
oferecer um produto com qualidade e preço mais acessível condizente com os
benefícios por ele gerados.
Acreditamos que as possibilidades do Palmito Premium in natura Palmier são
bastante promissoras e a praça atual será apenas um começo para um produto que
tem totais condições de atingir escala de exportação.
21
REFERÊNCIAS
CARVALHO, M. F. A produção e o mercado do palmito. Notisul, 2010.
CEDET. Mix de marketing, 4 p’s: Produto, Preço, Promoção e Praça. Disponível em: <http://www.cedet.com.br/index.php?/Tutoriais/Marketing/mix-de-marketing-4-pas-produto-preco-promocao-e-praca.html>. Acesso em 24/10/2015
Desenbahia. Palmito de pupunha. Disponível em: <http://www.desenbahia.ba.gov.br/uploads/0906201115418593_Palmito_de_Pupunha.pdf>. Acesso em 23/10/2015
DONATO, C. Administradores. Não venda características, venda benefícios. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/nao-venda-caracteristicas-venda-beneficios/49675/>. Acesso em 23/10/2015
DOS SANTOS, Ana Carolina. Bacharel em Design de Produto pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Ilustrações autorais para o projeto. Curitiba – PR,
2015.
EMBRAPA. Palmito Pupunha. Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/55497/1/AGROIND-FAM-Palmito-pupunha-ed01-2009.pdf>. Acesso em 22/10/2015
FURIA, L. R. R.; FURIA, T. R. C.. Pupunha uma alternativa concreta. Disponível em: <http://www.agr.feis.unesp.br/Furia.htm>. Acesso em: 2 nov. 2015.
GARZEL L. SILVA, J. C. Mercados e comercialização. Curso de gestão da indústria madeireira. Material de aula. Curitiba - PR, 2015. Universidade Federal do Paraná.
INACERES. Estudo do mercado de Palmito Pupunha. Disponível em: <http://www.inaceres.com.br> Acesso em: 23 nov. 2015.
INPA. Pupunha. Disponível em: <https://www.inpa.gov.br/pupunha/revista/clement-intro.html>. Acesso em 22/10/2015
INVESTAGRO. Palmito de pupunha é renda garantida. 2014. Disponível em: <http://www.investagro.com.br/palmito-de-pupunha-e-renda-garantida>. Acesso em: 2 nov. 2015.
22
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