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UFF - Universidade Federal Fluminense ICHF - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia GHT - Departamento de História Disciplina - Teoria, Metodologia e Historiografia Professor - Luciano Figueiredo Obra a ser analisada - “Memória social dos Esportes: São Januário – Arquitetura e História”, o seu primeiro capítulo: “A itinerância geográfico-urbana das sedes do Club de Regatas Vasco da Gama; sua saga da fundação a sede própria” de Clara e Hamilton Malhano. Aluno - Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca

Trabalho de TMH

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Page 1: Trabalho de TMH

UFF - Universidade Federal FluminenseICHF - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia

GHT - Departamento de História

Disciplina - Teoria, Metodologia e Historiografia

Professor - Luciano Figueiredo

Obra a ser analisada - “Memória social dos Esportes: São Januário – Arquitetura e História”, o seu primeiro capítulo: “A itinerância geográfico-urbana das sedes do Club de Regatas Vasco da Gama; sua saga da fundação

a sede própria” de Clara e Hamilton Malhano.

Aluno - Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca

Niterói

2010/1

Page 2: Trabalho de TMH

SUMÁRIO

1. Apresentação e justificação para a escolha da obra

2. Resumo:

2.1. A fundação, as mudanças e o desejo de sede própria

2.2. A perda das sedes, as vitórias no remo e as dificuldades financeiras

2.3. A inquietação que causa o futebol: o sonho dos mais jovens

2.4. A terceira e a segunda divisões; as séries B e A da primeira divisão e os primeiros títulos do futebol

2.5. O preconceito contra os vascaínos, a criação da AMEA e os dois campeonatos de 1924

2.6. A entrada na AMEA e a luta pela sede/estádio próprio

2.7. A grande inauguração, um Clube catalisador e uma paixão: o esporte

3. Matriz Teórica: Documento/Monumento

4. Análise crítica comparativa

5. Notas e bibliografia

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Apresentação e justificação para a escolha da obra

A obra que nesse trabalho será resumida e analisada, é o primeiro capítulo do

livro: “Memória social dos Esportes: São Januário – Arquitetura e História” de Clara e

Hamilton Malhano, o primeiro capítulo chama-se: “A itinerância geográfico-urbana das

sedes do Club de Regatas Vasco da Gama; sua saga da fundação a sede própria”. Nele

os autores descrevem como se passaram as três primeiras décadas de vida do Club de

Regatas Vasco da Gama, até o seu estabelecimento na sede de São Januário, e como

através dessa pesquisa pode se compreender melhor o começo do século XX, da

sociedade carioca, que passa por profundas mudanças, e as idéias de modernidade que

permearam o começo desse século, no Brasil.

No trabalho está contida a matriz teórica da obra e uma crítica embasada nas

pesquisas de outro historiador que estuda o mesmo tema: o Club de Regatas Vasco da

Gama. Na crítica também há a constatação de algumas incongruências e a falta de

algumas informações que complementariam e amarrariam melhor a obra.

A obra e o tema por ela abordado foram escolhidos para o referido trabalho, pois

além de ser sócio do Clube ao qual essa obra se dedica a estudar parte de sua história,

tenho grande curiosidade e vontade de aprofundar meus estudos na área da História dos

Esportes, principalmente do futebol. A admiração e o fascínio que tenho pelo Estádio de

São Januário também corroboraram para tal escolha.

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A fundação, as mudanças e o desejo de sede própria

O Club de Regatas Vasco da Gama nasceu, não por coincidência, em uma

sociedade brasileira permeada pelas idéias de modernidade (no fim do século XIX), que

despertaram especial interesse pela desportividade, mais especificamente pelos esportes

náuticos. O que pese o remo (esporte náutico de maior popularidade a época),

oficialmente, já ser praticado desde 1846, apenas no fim do século o esporte já era digno

de nota nos jornais de maior circulação. Segundo os Malhano, o “Jornal do Comércio”

já noticiava as regatas em 1896. Nesse fim de século surgiram várias fundações de

clubes náuticos, culminando na criação da Federação de Remo, que regularia a prática

do esporte no Rio de Janeiro, em 1897. O Club de Regatas Vasco da Gama (que viria a

ser o maior vencedor da modalidade no primeiro quarto do século) foi fundado no dia

21 de agosto de 1898, no bairro da Saúde (existem informações conflitantes com relação

a sua primeira sede: algumas dão conta que se situava na Rua da Saúde, atual Sacadura

Cabral, outras contam que se situava na Rua Teófilo Otoni), os seus fundadores foram

jovens membros da colônia portuguesa que desejavam participar das regatas e

representar a colônia que faziam parte nas competições náuticas.

O seu primeiro presidente: Francisco Gonçalves do Couto Júnior, um rico

comerciante do bairro da saúde, foi convidado para financiar a grande empreitada. Após

dois meses a frente do clube conseguiu 250 sócios, porém os desentendimentos com a

ala mais jovem e agitada do clube logo aconteceram. Quando, por consenso da maioria,

decidiu-se mudar a sede social do clube para o Largo do Capim (atualmente é parte da

Av. Presidente Vargas) no mesmo sobrado que era sede do Clube Dansante e Recreativo

Estudantina Arcas Comercial, deu-se a cisão interna. Segundo os autores, Couto Jr era

contra a aliança proposta. Para ele, os dois clubes tinham características e finalidades

por demais diferentes para estarem no mesmo prédio, com a mudança confirmada

decidiu se retirar do clube e fundou o Clube de Regatas Guanabara.

A primeira garagem de barcos do clube foi na Travessa do Maia (que ligava a

Rua do Passeio a Rua Santa Luzia), próxima a orla marítima para facilitar a logística

dos treinamentos e o deslocamento para as competições (uma das partidas das regatas

era na Praia de Santa Luzia). Nesta sede os sócios já guardavam os seus barcos numa

garagem comunitária, mantida pelos próprios sócios. Ao mesmo tempo que em 1899 o

clube conseguia sua primeira garagem, também fazia uma nova mudança de sua sede

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social, que seria no Largo da Imperatriz, em um grande sobrado na Rua da Saúde, na

outra ponta da orla marítima. Nesta sede funcionavam a tesouraria, a secretaria, os

serviços administrativos e as atividades sociais. Os autores acreditam que algum vice-

presidente da gestão de Couto Jr tenha continuado no clube, como presidente em 1899,

influenciando os demais sócios na decisão de mudança para o Largo da Imperatriz.

Leandro Martins assume o clube em 1900, com o desejo dos sócios de

estabelecer o clube em uma sede social própria na Ilha das Moças (ficava na orla

marítima do bairro da Saúde), a única forma de chegar até lá era de barcos, nada que

impedisse os sócios vascaínos, que já promoviam piqueniques na ilha, com grandes

convocações feitas pelo próprio Clube. No decorrer dessa pretensão dos associados,

volta à presidência do Clube, Francisco Gonçalves do Couto Júnior em 1901, o que faz

os autores supor que a querela da instalação da sede social no Largo do Capim foi a

razão do seu afastamento. Couto Jr volta e em seus dois mandatos consecutivos

experimenta o esplendor do remo e as dificuldades impostas pelas reformas urbanas que

pretendia implantar o novo prefeito da capital. Em paralelo cresce o football, esporte

inglês, entre as elites.

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Francisco Gonçalves do Couto Júnior, primeiro presidente da história da Club de Regatas Vasco da Gama.

Leandro Martins, presidente eleito em 1900.

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A perda das sedes, as vitórias no remo e as dificuldades financeiras

O presidente Rodrigues Alves nomeia em 1902 o novo prefeito do Distrito

Federal: Pereira Passos, com a missão de mudar as feições da capital federal. Há de se

ressaltar a importância do prefeito para o crescimento dos esportes náuticos,

principalmente o remo, dando condições e estimulando o aumento das assistências nas

competições, o maior exemplo disso é a construção do “Varandim de Regatas”, na praia

de Botafogo, um pavilhão de regatas para abrigar os apreciadores do esporte. Porém

para o Club de Regatas Vasco da Gama o projeto das reformas inviabilizaram todas as

suas possibilidades de sede: o Largo da Imperatriz deu lugar ao começo da Avenida

Central; a Ilha das Moças daria lugar as expansões do Cais do porto e a Travessa do

Maia seria suprimida pela Avenida Beira-Mar.

Em 1903 o clube elege Alberto de Carvalho e, mesmo sabendo que estava

condenada a desaparecer, estabelece a sua sede social na Travessa do Maia, no mesmo

lugar aonde já tinha sua garagem. A autora constata que:

“Logo os clubes receberiam uma

notificação municipal de desapropriação.

O engenheiro Prefeito Pereira Passos, em

1903, faria desaparecer a Travessa Maia e

todas as outras que abrigavam várias

construções náuticas...” (MALHANO:

2002, pp. 57-58).

Em 1904 as eleições do clube e o seu vencedor são dignos de nota: Candido José

de Araújo, o primeiro negro a ser eleito presidente de um clube carioca, numa sociedade

cheia de preconceitos e ranços com a cor da pele e a posição social dos indivíduos, o

Club de Regatas Vasco da Gama rompe com esse paradigma sem grande repercussão,

mas deixa uma marca indelével para as gerações posteriores. Na sua gestão o clube foi

agraciado pelo Presidente da República, em compensação da sede perdida na Travessa

do Maia, com a concessão de um terreno na orla do Boqueirão e Santa Luzia. Segundo

os autores, a confirmação da tal concessão foi feita pelo próprio Pereira Passos, em

visita a sede vascaína na Rua Santa Luzia, em uma loja alugada. O clube elegeria mais

uma vez Candido José de Araujo, em 1905.

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Em 1906 volta à direção do clube seu primeiro presidente: Francisco Gonçalves

do Couto Júnior com Alberto de Carvalho, também ex-presidente, participando da

administração, nesse ano o clube conquista a Grande Regata Prova Clássica Jardim

Botânico. Enquanto isso, o football se desenvolvia na sociedade carioca como esporte

de elite, a criação da Liga Metropolitana de football data de 1905, quando “A imprensa

do Rio de Janeiro só passaria a veicular notícias formais sobre a implantação do

esporte bretão, entre os clubes cariocas, a partir de 1905.” (MALHANO: 2002, p. 63),

nota os autores.

Os anos que correram a partir de 1907, com os presidentes Guilherme Isense e

Mário Magalhães, foram de dificuldades financeiras, as gestões de 1908 e 1909 não

legaram a posteridade suas figuras diretivas, apenas em 1910 os autores detectaram a

eleição vencida por Mário Magalhães, que fora eleito para tentar recuperar as perdas

patrimoniais.

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“Varandim de Regatas”, construído na praia de Botafogo, para abrigar a assistência de admiradores do remo.

Sede do Club de Regatas Vasco da Gama, na Travessa do Maia, em 1903.

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A inquietação que causa o futebol: o sonho dos mais jovens

Marcílio Teles, presidente eleito em 1911, encaminhou um documento para o

Ministério de Viação e Obras públicas devolvendo o terreno cedido pelo governo

federal, sem maiores explicações, permanecendo o clube sem sede própria, nem

perspectiva para tal. Na época o clube estava alojado na Rua Senador Regente Feijó e

em uma das dependências dessa sede, se reuniam um grupo de rapazes vascaínos que

dariam começo a história vitoriosa do Club de Regatas Vasco da Gama dentro de

campo, assim narraram os autores:

“Aos 12 dias do mês de fevereiro, um grupo

de rapazes admiradores do futebol se reunia em uma

dependência da sede do Clube, situada no número

62 da Rua Senador Regente Feijó, com o objetivo de

organizar um time de futebol, para criar um

Departamento de Futebol e, com isso, tentar

oficializar uma transformação interna, passando a

ser o Vasco da Gama um Clube de futebol e

regatas.” (MALHANO: 2002, P. 75).

Em 1912 o Clube elege Aníbal Artur Peixoto para presidente, sem maiores

novidades internas, porém com o desejo de ter uma equipe de futebol florescendo no

seio da comunidade vascaína, principalmente entre os jovens. O campeonato carioca

estava na sua oitava edição e agora era dirigido pela Liga Metropolitana de Sports

Athléticos. Em 1913, além da eleição de Antonio Duarte, um novo acontecimento surge

para corroborar mais ainda com o desejo dos vascaínos de se ter um time de futebol: um

combinado português de times de futebol desembarca no Brasil para fazer uma exibição

(o time era composto por jogadores do Benfica, do Lisboa e do Clube de Tiro e Sport),

aquilo fora tão fascinante para a colônia portuguesa no Rio de Janeiro, especialmente

para os diretores do Club de Regatas Vasco da Gama, que faziam parte da colônia, a

ponto de criarem vários times de futebol. Vários grupos da colônia portuguesa fundaram

os seus clubes de futebol no afã da visita portuguesa, os que sobreviveram foram o

Centro Esportivo Português, o Lusitânia Sport Club e o Lusitano Football Club. Além

da eleição de Alfredo Rabelo Nunes, no ano de 1914 os autores chamam a atenção para

a criação da Confederação Brasileira de Desportos – CBD, organismo nacional fundado

para regulamentar e reger as práticas esportivas e organizar as competições.

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Os anos que seguiram foram de absoluta inquietação da comunidade vascaína e

da colônia portuguesa para que se tivesse um time de futebol que a representasse. No

Clube, Marcílio Teles voltava ao poder para organizar as eleições que elegeriam Raul

Campos, em 1915, ano que seria de muito trabalho para os vascaínos, estava sendo

criado o departamento de futebol. Com a fusão dos três clubes da colônia,

remanescentes (o Centro Esportivo Português, o Lusitânia Sport Club e o Lusitano

Football Club), o Club de Regatas Vasco da Gama englobou os seus atletas e adeptos,

fundindo os três clubes no seu departamento de futebol. Os autores ressaltam o

pensamento dos dirigentes vascaínos à época: “Acreditavam que o lema ‘remos à proa

e medalhas ao peito’ deveria continuar levando adiante o sonho dos mais jovens...”

(MALHANO: 2002, p.80), agora no futebol.

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Marcílio Teles, presidente eleito em 1911.

Aníbal Artur Peixoto, presidente eleito em 1912.

Raul Campos, presidente eleito em 1915.

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A terceira e a segunda divisões; as séries B e A da primeira divisão e os primeiros títulos do futebol

Vitor Farias Gonçalves é eleito para presidência do Clube em 1916 e consegue a

filiação para a Liga Metropolitana Futebol, nesse ano o Clube participa da terceira

divisão do Campeonato de futebol do Rio de Janeiro. Francisco Marques da Silva é

eleito em 1917, o Clube ainda disputava a terceira divisão, mas naquele ano conseguira

o acesso a segunda divisão. Os autores não acharam referências ao presidente de 1918,

mas julgam ser alguém da influencia de Marques da Silva, pois ele retorna ao posto em

1919. Em 1920, Marcílio Teles retorna a presidência do Clube, quando uma importante

mudança acontece no futebol do Rio de Janeiro: a primeira divisão se divide em duas

categorias, séries A e B. O Club de Regatas Vasco da Gama conquista a segunda

divisão em 1920 e conquista o direito de disputar a série B da primeira divisão em 1921.

Em 1921 se elege Antonio de Almeida Pinho, que passa o cargo para Francisco

Marques dos Santos, a partir desse ano os desportistas da elite, os chamados amadores,

um pequeno grupo de jovens ricos (do Club de Regatas do Flamengo, do Botafogo

Football Club, do América Football Club e do Fluminense Football Club,

principalmente) viram-se ameaçados pela presença de esportistas mais humildes, que

precisavam trabalhar para sobreviver, em grandes partes, eram negros e mais

competitivos do que eles. A partir daí uma série de medidas foram tomadas por esses

clubes da elite no intuito de impedir que os não amadores praticassem o futebol, o Club

de Regatas Vasco da Gama será o que lutará mais fervorosamente contra isso.

Apesar dos autores não detectarem o presidente do Clube em 1922, o ano foi de

suma importância para a comunidade vascaína: a idéia de ter um local para o futebol e

uma sede social própria, conjunta, floresce nesse ano. Também em 1922 o clube

conquista a Taça Constantino, o primeiro troféu do seu futebol e é campeão da série B,

conquistando o direito de participar da série A da primeira divisão em 1923. Nesse ano

é fundada a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres, a federação que comandará o

Campeonato de Futebol do Rio de Janeiro.

Antonio da Silva Campos é eleito em 1923, ano que também é notável para o

Clube: se intensifica as buscas pelo terreno de sua sede e o Club de Regatas Vasco da

Gama conquista seu primeiro título da série A da primeira divisão, seria o primeiro de

muitos. Com os títulos e a origem humilde de seus esportistas, a popularidade do Clube

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ficou tamanha a ponto de começar um processo de democratização do esporte, que

outrora era dominado pela elite. Observaram os autores:

“... permitia o acesso de negros, mulatos e

comerciantes ao esporte, com eles organizando seu

time. Entrosados com os portugueses formaram a

estrutura da equipe que mudaria os rumos do

futebol brasileiro, na época, amador/elitista.”

(MALHANO: 2002, p. 90).

Contudo, para o ano seguinte, o Clube não disponha de recursos para pagar a inscrição

no Campeonato de Futebol do Rio de Janeiro, a solução (que será usada tantas outras

vezes dali para frente) foi fazer uma coleta entre os seus torcedores e sócios.

O Club de Regatas Vasco da Gama foi pioneiro em dar algum tipo de retribuição

por vitória conseguida no futebol aos seus jogadores: daí a expressão “bicho”, pois de

acordo com a quantidade de dinheiro oferecida aos vascaínos vencedores, o montante

era tratado pelo nome de algum animal (cachorro era cinco mil réis e vaca era cem mil

réis, por exemplo).

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Vitor Farias Gonçalves, presidente eleito em 1916

Francisco Marques da Silva, presidente eleito em 1917.

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O preconceito contra os vascaínos, a criação da AMEA e os dois campeonatos de 1924

Ao fim de 1923 o preconceito e o despeito contra os feitos vascaínos, e contra os

seus atletas de origem humilde, levaram os “Grandes Clubes” cariocas a criarem a

Associação Metropolitana de Esportes Amadores – AMEA, abandonando assim a Liga

Metropolitana de Desportos Terrestres. Dificultaram de todas as formas o acesso do

Club de Regatas Vasco da Gama: primeiro alegando que o Clube não tinha um campo

apropriado para grandes disputas e depois alegando que os seus jogadores não eram

amadores. Para os Malhano, na realidade o preconceito era contra a origem humilde dos

jogadores vascaínos, essa era a razão para não aceitarem o Clube na AMEA.

Em 1924, com a eleição do presidente José Augusto Prestes, o Club de Regatas

Vasco da Gama decide pleitear uma vaga na AMEA, com isso a associação abre uma

“Comissão de Sindicâncias” para investigar a procedência, amadora ou não, dos

jogadores do Clube. Em comunicado ao Club de Regatas Vasco da Gama, a AMEA

comunicou a rejeição da inscrição de vários esportistas seus, sob alegação de “profissão

duvidosa”. Para os autores, na realidade, a AMEA não encontrou nada que os excluísse

do campeonato e para dificultar mais ainda, decidiram inscrever apenas os atletas

alfabetizados. Pensaram estar excluindo vários jogadores do Club de Regatas Vasco da

Gama, mas seus diretores contrataram professores para que os seus esportistas

pudessem assinar os respectivos nomes, com a supervisão de um representante da

AMEA.

Apesar de todos os esforços o Club de Regatas Vasco da Gama não foi inscrito,

contudo o campeonato da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres não deixou de

existir (com os times que foram recusados na AMEA) e por isso, nesse ano, foram

realizados dois campeonatos de futebol no Rio de Janeiro: o da LMDT foi ganho pelo

Club de Regatas Vasco da Gama e o da AMEA foi ganho pelo Fluminense Football

Club.

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A entrada na AMEA e a luta pela sede/estádio próprio

Em 1925, Antonio de Almeida Pinho volta a presidência do Club, ele consegue a

inscrição do Club de Regatas Vasco da Gama na AMEA, muito devido a grande

popularidade do Clube, a ajuda do juiz de partidas Carlito Rocha e aos grandes esforços

de seus dirigentes. O Clube e sua diretoria, no entanto, parecia mais ocupado em

procurar o local ideal para sua sede e estádio. A comissão que tratava do assunto era

conduzida pôr Manuel Joaquim Pereira Ramos, mas uma figura fundamental para

levantar fundos nessa empreitada foi o ex-vice-presidente Jordão Cançado Conde. Os

autores trazem um trecho de uma entrevista concedida por Conde, aonde ele explica o

que moveu os vascaínos e como ele via a viabilidade do empréstimo para tão suntuosa

construção:

“... Dormíamos sobre os louros do

Campeonato de Football do Rio de Janeiro e não

teríamos ainda despertado, se não se tivesse

verificado a scisão no sport carioca; o que para o

sport foi uma calamidade, para o Vasco da Gama

foi um benefício.

Espicaçaram-nos demais, quizeram-nos

amesquinhar, julgando que as glorias conquistas

pelos nossos athletas nos campos da luta esportiva

não poderiam servir de estimulo ao corpo social.

Enganaram-se, pois o Vasco da Gama, com a força

de vontade e o capricho que lhe é peculiar, vencerá

tudo o que quizer vencer; e assim, e numa das

reuniões da diretoria de 1925 a que fui convidado a

comparecer por nímia getileza, fui solicitado pelo

doutor Augusto Prestes, presidente do club e por

indicação dos directores Manoel Ferreira e Manoel

Joaquim Pereira Ramos, a elaborar o respectivo

projecto do empréstimo de 2000 contos...

Page 18: Trabalho de TMH

A certeza de que o empréstimo era uma

realidade desde que a directoria o quizesse, sempre

a tive, e, tanto assim, que, na minha proposta, pedia

reunião do conselho deliberativo 22 dias após, afim

de nos informarmos da marcha do mesmo.”

(MALHANO: 2002, pp. 93-94)

Em 1926, Raul Campos volta a presidência e a popularidade do Club começa a

se demonstrar no número de sócios: no referido ano 7.189 novos sócios ingressaram no

quadro social. Com essa quantidade de sócios, com as listas de doações ‘correndo

soltas’ pela cidade e com o projeto de empréstimo capitaneado por Conde, apenas uma

coisa faltava: o terreno. Após a ‘descoberta’ da Colina de São Januário, no bairro de São

Cristovão, não faltava mais. Como definem bem os autores: “Nesse bairro, na Rua

Abílio, que hoje se chama General Almério de Moura, mais acima, na Colina de São

Januário[...] A Rua São Januário terminava exatamente no local escolhido. Ali o Clube

de Regatas Vasco da Gama construiria, finalmente, seu estádio.” (MALHANO: 2002,

p. 96).

O terreno de 65.445 metros quadrados fora comprado através de um sistema de

empréstimo interno, promovido por Conde, aonde os sócios que se dispusessem,

assinavam uma garantia assumindo parte das dívidas, como o apoio foi maciço, as

partes ficaram pequenas para cada vascaíno, que assumiria as dívidas do empréstimo

feito. Devido a popularidade vascaína, gente de todas as posições sociais participaram:

condutores de bondes, funcionários públicos, garçons, donos de bares e etc. A

construção ficou a cargo da construtora Cristiani & Nilsen, sempre com a supervisão

dos diretores do Clube.

Page 19: Trabalho de TMH

A grande inauguração, um Clube catalisador e uma paixão: o esporte

O Estádio Vasco da Gama, mais conhecido como Estádio de São Januário, foi na

época de sua construção a maior praça de esportes particular da América Latina, ainda

hoje é a maior praça de esportes particular da cidade do Rio de Janeiro. Quando da sua

inauguração comportava quase quarenta mil espectadores. Foi finalmente inaugurado no

dia vinte e um de abril de 1927, com a presença de toda a diretoria do Clube

(capitaneada por Raul Campos), do presidente da república Washington Luiz, Ministros

de Estado, do presidente da CBD, do aviador português Sarmento de Beiras, a quem

coube a honra de cortar a fita simbólica, e de uma espetacular presença dos vascaínos

nas cadeiras e nas arquibancadas.

O jogo realizado na inauguração fora contra o Santos, o Club de Regatas Vasco

da Gama perdeu, porém a inauguração do estádio foi uma fantástica resposta aqueles

que duvidavam do poder de coesão e solidariedade dos vascaínos, aqueles mesmos que

os excluíram quando da fundação da AMEA. Um Clube que catalisou ricos

comerciantes e pobres operários em torno de uma paixão: o esporte, força centrífuga

que explica, em partes, o desenvolvimento e as idéias de modernidade do início do

século XX.

Dia da inauguração de São Januário, na foto o Presidente da República e toda a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama.

Page 20: Trabalho de TMH

Matriz Teórica: Documento/Monumento

A obra que anteriormente resumi é de notada matriz teórica daqueles

historiadores que trabalham o Monumento como Documento, é perceptível na obra, que

os autores carregam o Estádio de São Januário de história e peso histórico. Partem da

referência de Le Goff no seu “História e Memória”, mas começam na escola de Pierre

Nora, como bem esclareceu o professor Francisco Teixeira que faz a apresentação da

obra:

“Desde 1978, quando Pierre Nora deu

foros e dignidade acadêmica aos estudos

dos lugares de memória, surgiram primeiro

na França e depois em alhures, inúmeros

trabalhos traçando o perfil histórico de

monumentos, construções, e mesmo de

geografias específicas. O presente trabalho

perfila-se de forma corajosa entre aqueles

que reclamam tal ilustre filiação.”

(MALHANO: 2002, p. 13)

Clara e Hamilton Malhano se dedicam a dar um novo papel, com novos

significados, para o Estádio de São Januário, esse monumento passa a ser não somente

um lugar de lazer para torcedores e sócios do Club de Regatas Vasco da Gama. Os

autores introduzem a idéia de que ele serve para contar a História da colônia portuguesa,

da expansão e modificação urbana do Rio de Janeiro e das idéias de modernidade do

início do século XX no Brasil.

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Análise crítica comparativa

A crítica a obra: “Memória social dos Esportes: São Januário – Arquitetura e

História” de Clara e Hamilton Malhano, em seu primeiro capítulo: “A itinerância

geográfico-urbana das sedes do Club de Regatas Vasco da Gama; sua saga da fundação

a sede própria” com relação ao uso das fontes (os Arquivos da Fundação Getúlio

Vargas, do Centro de Memória do Club de Regatas Vasco da Gama, os periódicos da

Biblioteca Nacional e uma vasta bibliografia) é comparativa ao trabalho do historiador

Mauro Prais e, também, de algumas incongruências e falta de algumas informações que

complementariam e amarrariam melhor a obra, aqui constatadas.

Prais exibe em seu endereço na internet uma vasta pesquisa sobre a História do

Club de Regatas Vasco da Gama, ele trabalha, basicamente com as mesmas fontes e

bibliografia dos autores da obra analisada, muitas das informações prestadas por ele e

retirada dessas fontes, são frontalmente conflitantes com as da obra dos Malhano, outras

são complementares e a maioria são concordantes.

Logo de começo, os dois autores relatam a fundação do Clube e a escolha do seu

primeiro presidente, como algo a dedo, sem candidatura ou eleição, uma escolha feita

por ser ele um rico comerciante para financiar o começo do Clube. Prais discorda, ele

narra uma eleição que teria sido feita com votação para escolha do primeiro presidente:

“A ata de fundação prossegue relatando o

procedimento adotado para eleger a

primeira diretoria do clube. Terminada a

apuração, foi eleito para presidente o

comerciante Francisco Gonçalves do Couto

Junior, com 41 votos. A sessão terminou as

3:45 da tarde.” (PRAIS: 2007).

Considero a versão de Prais mais palpável, por que o grupo de jovens que fundou o

Clube não era pequeno e é difícil acreditar que tenha existido uma unanimidade.

Quando os autores comentam a retirada do primeiro presidente, afirmam ter sido

por que os sócios mais jovens e mais agitados passaram, de fato, a sede social do Clube

para o Largo do Capim, no mesmo prédio do Clube Dansante e Recreativo Estudantina

Page 22: Trabalho de TMH

Arcas Comercial, o presidente teria discordado, se retirado e fundado um novo clube, a

versão de Prais é outra:

“Um ano depois da sua fundação,

o clube quase acabou quando, devido a

uma polemica em torno de uma possível

transferência da sede para a Praia de

Botafogo, o seu primeiro presidente,

Francisco Gonçalves do Couto Junior,

renunciou e fundou o C.R. Guanabara,

levando consigo a maioria dos associados”

(PRAIS: 2007).

Considero a versão dos Malhano mais palpável nesse caso, pois o clube fundado pelo

dissidente, o Club de Regatas Guanabara, fica em Botafogo, então não haveria razão

dele discordar de uma transferência do Club de Regatas Vasco da Gama para lá.

Os Malhano expõe um desejo dos sócios e diretoria vascaína de transferir sua

sede social para a Ilha das Moças, mas, para os autores, ficam apenas na pretensão, pois

as reformas promovidas pelo prefeito Pereira Passos inviabilizam a mudança, para Prais

a sede existiu:

“Em 1900, o Vasco transferiu-se

para sua primeira sede própria, um

barracão na Ilha das Moças, mantendo

porem seu espaço na garagem de Santa

Luzia. Mas as reformas urbanas pelas

quais passou a cidade do Rio de Janeiro

durante o governo Rodrigues Alves

modificaram radicalmente a orla

marítima.” (PRAIS: 2007)

Nesse ponto fica muito difícil analisar qual é a versão mais verossímil.

Porém é de se constatar na obra, após a narrativa da perda das sedes devido as

reformas promovidas por Pereira Passos, que os autores se perdem no tema: deixando

um vácuo, até revelar mais a frente que o clube estava numa loja alugada na Rua Santa

Luzia, mais a frente ainda citam que o Clube estava situado na Rua Senador Regente

Page 23: Trabalho de TMH

Feijó, sem explicar as condições de tal sede, e após isso só se fala de sede vascaína

instituída com a fundação do Estádio de São Januário. Essas mudanças não são

observadas, muito menos narradas e sim jogadas para ilustrar o texto, ao contrário do

começo do capítulo em que as primeiras mudanças são tratadas com minúcia.

Também é digno de nota que o primeiro título carioca de remo conquistado pelo

Club de Regatas Vasco da Gama, em 1905, não é sequer citado, em detrimento do

segundo, em 1906. O remo, esporte fundador do Clube, que no começo do capítulo é

tratado cuidadosamente pelos autores, é ‘abandonado’ em detrimento do Futebol, o que

não se justifica na lista títulos carioca de Remo no recorte de tempo do qual se trata no

capítulo, o Remo vascaíno continua campeão e os autores não observam.

Os autores narram a implementação do departamento de futebol no Vasco sem

resistência, pelo contrário, com um certo furor por parte de sua diretoria e corpo social.

Após a visita de um combinado português de times que vieram ao Rio de Janeiro para

uma exibição, os Malhano narram como uma vontade grande por parte dos vascaínos

em ter um departamento de futebol, isso culmina no englobamento de três times da

colônia no seu departamento de futebol. Para Prais houve resistência interna e apenas

um dos times foi trazido para o departamento de futebol:

“O Centro Esportivo Português, o

Lusitano Football Club e o Lusitania Sport

Club. Este último acabou por fundir-se ao

Vasco, trazendo no processo o seu

patrimônio, que consistia de uniformes,

chuteiras e bolas de futebol e dando origem

ao departamento de futebol do clube. Os

entendimentos começaram a 11 de

novembro de 1915 concretizando-se a 26

do mesmo mês e ano. Assim, não sem uma

grande resistência dos sócios mais

tradicionais, foi criado no Vasco o setor de

futebol.” (PRAIS: 2007).

Com relação à composição do departamento de futebol creio ser mais próximo do que

aconteceu a versão dos Malhano, mas em contrapartida, Prais deve ter razão quando diz

Page 24: Trabalho de TMH

que houve resistência interna contra a criação do departamento, no próprio capítulo da

obra analisada os autores citam passagem semelhante em outro clube de regatas, no qual

houve resistência.

Existe um conflito tácito de informações, também, desses pesquisadores quando

falam do Campeonato de Futebol do Rio de Janeiro em 1920, para os autores da obra

analisada o Club de Regatas Vasco da Gama conquistou o campeonato e o direito de

participar da série B da primeira divisão, para Prais a conquista do campeonato não

houve:

“Para a temporada de 1921, houve nova

modificação na estrutura das divisões. A

primeira divisão foi dividida em duas

series, com sete clubes em cada serie: A

serie A com os sete primeiros colocados da

primeira divisão de 1920, e a serie B com

os três últimos colocados da primeira

divisão mais os quatro primeiros colocados

da segunda. Como o Vasco tinha alcançado

o quarto lugar na segunda divisão, foi

classificado para a serie B.” (PRAIS:

2007).

Creio que a versão de Prais deva ser a mais fidedigna, pois em nenhuma galeria de

títulos do Clube consta esse, da segunda divisão de 1920.

Outro grande conflito de informações entre esses pesquisadores, diz respeito ao

Campeonato de Futebol do Rio de Janeiro em 1922, quando o Club de Regatas Vasco

da Gama jogava a série B da primeira divisão, para os Malhano o Clube conquistou esse

campeonato e o direito de disputar a série A, automaticamente, para Mauro Prais, ainda

houve uma partida eliminatória:

“O titulo da categoria de

primeiros quadros da serie B de 1922 deu

ao Vasco o direito de disputar a promoção

a serie A numa partida, chamada na época

de "eliminatória", contra o ultimo colocado

Page 25: Trabalho de TMH

da serie A, que tinha sido o São Cristovão.”

(PRAIS: 2007).

A versão de Prais é a mais aceita, os periódicos da época narram essa partida.

Os autores ao narrarem o episódio da tentativa de filiação do Club de Regatas

Vasco da Gama na AMEA, deixam-no em posição quase que passiva, pois para eles o

Clube tentava todos os artifícios para conseguir a sua inserção e os “Grandes Clubes”

impediam, para Prais o Vasco rompeu com esses clubes no momento da exigência do

desligamento de seus jogadores:

“Contudo, foi apresentada ao

Vasco uma lista de doze de seus jogadores

que deveriam ser eliminados do clube para

que sua filiação fosse aprovada. O Vasco,

lavrando seu protesto contra a mal-

disfarcada atitude racista dos clubes

grandes, comunicou sua desistência de

fazer parte da AMEA” (PRAIS: 2007)

Creio eu ser a versão de Prais a mais correta, pois o próprio Clube tem uma cópia da

carta enviada pelo presidente para AMEA, comunicando a desistência do Clube em

cumprir as exigências da associação:

Page 26: Trabalho de TMH

“Rio de Janeiro, 7 de Abril de 1924.Ofício nr. 261

Exmo. Sr. Dr. Arnaldo GuinleM.D. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos

As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V.Exa tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal

situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número dos nossos

associados.Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma por que será exercido o

direito de discussão e voto, e feitas as futuras classificações, obrigam-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.

Quanto à condição de eliminarmos doze (12) dos nossos jogadores das nossas equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama não a dever aceitar, por não se conformar

com o processo por que foi feita a investigação das posições sociais desses nossos consócios, investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.

Estamos certos que V.Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se à AMEA alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias

a do campeonato de futebol da cidade do Rio de Janeiro de 1923.São esses doze jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua carreira e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o

pavilhão que eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias.Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V.Exa. que desistimos de fazer parte da AMEA.

Queira V.Exa. aceitar os protestos de consideração e estima de quem tem a honra de se subscrever, de V.Exa. At. Vnr. Obrigado(a)

Dr. José Augusto PrestesPresidente”

(http://www.casaca.com.br/home/2009/04/07/resposta-historica-completa-85-anos/)

Page 27: Trabalho de TMH

Notas e bibliografia

Notas:

1- As fotos e carinhas foram tiradas da própria obra: “Memória social dos Esportes: São Januário – Arquitetura e História”

2- As citações, exceto quando indicadas, foram tiradas da própria obra: “Memória social dos Esportes: São Januário – Arquitetura e História”

Bibliografia: MALHANO, Clara E. S. M. B. & MALHANO, Hamilton B. Memória social dos esportes. São Januário - Arquitetura e História. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.

Sites:

http://www.netvasco.org/mauroprais/vasco/histor1.html

http://www.netvasco.org/mauroprais/vasco/histor2.html

http://www.frerj.com.br/conteudo.php?pagina=clubes

http://www.casaca.com.br/home/2009/04/07/resposta-historica-completa-85-anos