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INTRODUÇÃO A energia nuclear, quando usada para fins pacíficos, possui um vasto campo de contribuição positiva para a humanidade. Além de sua utilização como fonte de energia em geral e também na medicina e na engenharia, entre outros, tem sido bastante empregada na agricultura, especialmente por provocar o aumento da variabilidade genética nas plantas e, portanto, tornar mais efetiva a busca por melhor produtividade, qualidade e adaptabilidade ao meio ambiente. Por outro lado, estudos desenvolvidos por instituições internacionais têm indicado que, devido ao aumento da população e degradação dos recursosnaturais, um dos maiores problemas a ser enfrentado pelo homem no próximo milênio será a escassez de água consumível. Na Europa, Ásia e África, a carência de água potável está aumentando acentuadamente nas últimas décadas, existindo regiões nesses continentes onde a disponibilidade desse importante líquido já não é mais suficiente para atender a demanda da população. No Brasil, com o uso intensivo e descontrolado da irrigação na agricultura, já se faz notar a falta de água nos períodos críticos das culturas em várias regiões do País, principalmente nas áreas dos cerrados. Umas das maneiras mais eficientes e econômicas de reduzir o problema da escassez de água na agricultura ou mesmo sanar essa questão é através do uso pelos agricultores de plantas mais tolerantes à deficiência hídrica do solo. Nesse sentido, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), através da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), vem financiando investigações científicas que tenham como objetivo a criação de plantas com sistema radicular mais eficiente na extração da água do solo. Recentemente, o projeto da Embrapa Arroz e Feijão: “Seleção de mutantes de arroz in vitro para aumentar a tolerância do sistema radicular à seca” foi aprovado pela IAEA e está sendo desenvolvido com a colaboração de instituições que pesquisam o arroz de terras altas no

Trabalho Fisica

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INTRODUO

A energia nuclear, quando usada para fins pacficos, possui um vasto campo de contribuio positiva para a humanidade. Alm de sua utilizao como fonte de energia em geral e tambm na medicina e na engenharia, entre outros, tem sido bastante empregada na agricultura, especialmente por provocar o aumento da variabilidade gentica nas plantas e, portanto, tornar mais efetiva a busca por melhor produtividade, qualidade e adaptabilidade ao meio ambiente.

Por outro lado, estudos desenvolvidos por instituies internacionais tm indicado que, devido ao aumento da populao e degradao dos recursosnaturais, um dos maiores problemas a ser enfrentado pelo homem no prximo milnio ser a escassez de gua consumvel.

Na Europa, sia e frica, a carncia de gua potvel est aumentando acentuadamente nas ltimas dcadas, existindo regies nesses continentes onde a disponibilidade desse importante lquido j no mais suficiente para atender a demanda da populao.

No Brasil, com o uso intensivo e descontrolado da irrigao na agricultura, j se faz notar a falta de gua nos perodos crticos das culturas em vrias regies do Pas, principalmente nas reas dos cerrados.

Umas das maneiras mais eficientes e econmicas de reduzir o problema da escassez de gua na agricultura ou mesmo sanar essa questo atravs do uso pelos agricultores de plantas mais tolerantes deficincia hdrica do solo. Nesse sentido, a Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao (FAO), atravs da Agncia Internacional de Energia Atmica (IAEA), vem financiando investigaes cientficas que tenham como objetivo a criao de plantas com sistema radicular mais eficiente na extrao da gua do solo.

Recentemente, o projeto da Embrapa Arroz e Feijo: Seleo de mutantes de arroz in vitro para aumentar a tolerncia do sistema radicular seca foi aprovado pela IAEA e est sendo desenvolvido com a colaborao de instituies que pesquisam o arroz de terras altas no Brasil.

A Embrapa Arroz e Feijo vem trabalhando, por meio do emprego da mutao induzida com raios gama, para obter plantas de arroz com razesmais longas e mais grossas e, assim, capazes de penetrar nas camadas mais profundas do solo, explorando-o e retirando a gua necessria para o crescimento e produo.

OS BENEFCIOS DA ENERGIA NUCLEAR E DAS RADIAES

Infelizmente so pouco divulgados os grandes benefcios da energia nuclear. A cada dia, novas tcnicas nucleares so desenvolvidas nos diversos campos da atividade humana, possibilitando a execuo de tarefas impossveis de serem realizadas pelos meios

convencionais.

A medicina, a indstria, particularmente a farmacutica, e a agricultura so as reas mais

beneficiadas.

Os istopos radioativos ou radioistopos , devido propriedade de emitirem radiaes,

tm vrios usos. As radiaes podem at atravessar a matria ou serem absorvidas por

ela, o que possibilita mltiplas aplicaes. Mesmo em quantidades cuja massa no pode

ser determinada pelos mtodos qumicos, a radiao por eles emitida pode ser detectada.

Pela absoro da energia das radiaes (em forma de calor) clulas ou pequenos

organismos podem ser destrudos. Essa propriedade, que normalmente altamente

inconveniente para os seres vivos, pode ser usada em seu benefcio, quando empregada

para destruir clulas ou microorganismos nocivos.

A propriedade de penetrao das radiaes possibilita identificar a presena de um

radioistopo em determinado local.

TRAADORES RADIOATIVOS

As radiaes emitidas por radioistopos podem atravessar a matria e, dependendo da

energia que possuam, so detectadaspercebidas) onde estiverem, atravs de apare-

lhos apropriados, denominados detectores de radiao.

. Dessa forma, o deslocamentode um radioistopo pode ser acompanhado e seu percurso ou caminho ser traadonum mapa do local. Por esse motivo, recebe o nome de traador radioativo.

.

- Traadores Radioativos: Radioistopos que, usados em

pequenssimas quantidades, podem ser acompanhados por

detectores de radiao.

APLICAES NA AGRICULTURA

possvel acompanhar, com o uso de traadores radioativos, o metabolismo das plantas,

verificando o que elas precisam para crescer, o que absorvido pelas razes e pelasfolhas e onde um determinado elemento qumico fica retido.

Uma planta que absorveu um traador radioativo pode, tambm, ser radiografada, per-

mitindo localizar o radioistopo. Para isso, basta colocar um filme, semelhante ao usado

em radiografias e abreugrafias, sobre a regio da planta durante alguns dias e revel-lo.

Obtm-se o que se chama de auto-radiografia da planta.

A tcnica do uso de traadores radioativos tambm possibilita o estudo do comportamento de insetos, como abelhas e formigas.

Ao ingerirem radioistopos, os insetos ficam marcados, porque passam a emitir radia-

o, e seu raio de ao pode ser acompanhado. No caso de formigas, descobre-se

onde fica o formigueiro e, no caso de abelhas, at as flores de sua preferncia.

A marcao de insetos com radioistopos tambm muito til para eliminao de pra-

gas, identificando qual predador sealimenta de determinado inseto indesejvel. Neste

caso o predador usado em vez de inseticidas nocivos sade.

Outra forma de eliminar pragas esterilizar os respectivos machos por radiao gama e

depois solt-los no ambiente para competirem com os normais, reduzindo sua reproduo sucessivamente, at a eliminao da praga, sem qualquer poluio com produtos

qumicos.

Em defesa da alimentao e do meio ambiente, pode-se, tambm, determinar se um

agrotxico fica retido nos alimentos ou quanto vai para o solo, para a gua e para a

atmosfera.

Ainda no campo dos alimentos, uma aplicao importante a irradiao para a consevao

de produtos agrcolas, como batata, cebola, alho e feijo. Batatas irradiadas podem ser armazenadas por mais de um ano sem murcharem ou brotarem.

PESQUISAS NO CENA

Do esforo e dedicao de um grupo de professores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e da Universidade de So Paulo surgiu, em 1966, o CENA Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba, no interior do Estado; uma instituio pioneira na Amrica Latina, inteiramente voltada para a pesquisa avanada na utilizao da energia nuclear na agricultura.

As primeiras tentativas de aplicao da energia nuclear no Brasil como instrumento nas pesquisas agronmicas surgiram no incio dos anos 50, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

Neste frtil campo de investigao cientfica surgiu, a partir de 1953 um grupo interessado no assunto nuclear. Desta forma, enquanto as cadeiras de fsica e qumica efetuavam os primeiros experimentos com radioistopos, a de gentica se interessava pela tcnica de induo de mutao por radiao.

A APLICAO DA ENERGIA NUCLEAR NA AGRICULTURA E NA CONSERVAO DE ALIMENTOS

A produo agrcola tem sido uma alta prioridade no Brasil e a garantia de um sistema eficiente de evidente importncia para a economia nacional.

O estabelecimento do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) demonstrou a inteno do governo em fazer uso de moderna tecnologia neste esforo. O CENA o terceiro instituto no mundo estabelecido ou fortalecido atravs do efeito cataltico do projeto em larga escala da UNDP (United Nations Development Programme), executado pela AIEA, com o propsito de aplicar tcnicas de irradiao e istopos para aumentar a produo agrcola.

O CENA foi a porta de entrada pela qual a tecnologia de alimentos introduziu-se no Brasil. No CENA se realizou, em 1968, o primeiro curso internacional sobre o assunto, com o patrocnio da FAO/AIEA, e , desde ento, comearam os estudos sistemticos sobre conservao de alimentos. Inicialmente, as pesquisas visavam controlar pragas em gros armazenados, como feijo e arroz e deter os brotamentos em produtos hortcolas; eram efetuadas com a utilizao de uma fonte de Cobalto-60 (Gammabeam 150-B).

Em 1974, o CENA conseguiu adquirir uma nova e mais moderna fonte de radiao gama (Gammabeam 650) com atividade de 30 000 Curies. Iniciou-se ento uma nova fase das pesquisas com outros produtos,principalmente frutas, como manga, mamo e pssego. As pesquisas pretendiam retardar a maturao, aumentando assim consideravelmente a sua vida til. O processo, no caso acima, consiste em submeter os alimentos, j embalados ou a granel, radiao gama. Outros sistemas utilizam raios X ou eltrons acelerados. A interao da radiao com a matria bastante complexa, mas trs aspectos de seus efeitos so importantes para a conservao: a inibio das divises das clulas vivas pela alterao de suas estruturas celulares; as reaes bioqumicas que ocorrem nos processos fisiolgicos dos tecidos vegetais e a alterao das paredes celulares. Vemos na foto a baixo a foto da fonte de radiaes gama, adquirido em 1974, que hoje em dia ainda est em funcionamento.

CONTROLE DE PRAGAS

Alm da esterilizao direta sobre as frutas comercializadas, outro uso da irradiao para controle de pragas aquela que interfere no ciclo reprodutivo dos insetos.

A Biofbrica, empreendimento que tem apoio do Ministrio da Agricultura, Embrapa, Cena e os governos da Bahia, Cear e Pernambuco e que deve ser implantada nos prximos meses em Juazeiro (BA), vai esterilizar machos de mosca-das-frutas e inseri-los no ambiente. "Eles vo se acasalar com fmeas selvagens e no vo deixar descendncia. Repetindo o processo vrias vezes, diminuiremos as pragas na regio, principalmente as que atacam uvas e mangas, sem usar produtos qumicos e com baixo impacto ambiental", explica Walder, sobre o processo conhecido como radioentomologia.

CASOS DE SUCESSO

Tubrculos e frutas que amadurecem depois de colhidas podem, com uso de tecnologia nuclear, terem a maturao atrasada.

Fils de frango que passaram por processo de irradiao podem durar entre 21 a 28 dias conservados a 7 C. O processo chamado pasteurizao a frio.

Controle de pragas: a irradiao interfere no ciclo reprodutivo dos insetos, com a esterilizao de machos da mosca-das-frutas, por exemplo: possvel saber se o nitrognio de alguns fertilizantes corretamente absorvido pela plantas.

A irradiao usada tambm para fazer modificaes genticas que tornam certas espcies mais resistentes a algumas pragas, outras mais produtivas, alm de dar "novas cores" a terceiras.

CONCLUSO

Vimos neste trabalho que a energia nuclear ajuda cientistas a desenvolver novas tecnologias aplicveis na agricultura h pelos menos 30 anos. O "poder atmico" pode ajudar os brasileiros a agregar valor produo e ganhar espao no mercado internacional.

Como por exemplo o Centro de Energia Nuclear em Agricultura (Cena) da Universidade de So Paulo, em Piracicaba (SP), que desenvolveu vrios usos para a fora nuclear e sua aplicao na agricultura. Uma o de radiao de alimentos e animais, sem que o material txico, entre em contato direto com o objeto. Esse tipo de tecnologia pode ser usado como esterilizante, matando agentes patognicos.

A radiao no deve ser temida, mas sim, respeitada!

(E. Malavolta

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

http://www.grupocultivar.com.br/site/content/artigos/artigos.php?id=498

JUNIOR,Prof. Dr. Jose Lavres,Utilizao da energia nuclear na agricultura. DiamantinaMG,26 de novembrode 2012.

QUESTOES