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Medicina Legal
Traumatologia Forense; Classificao dos agentes
Professor Lucas Klassmann
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Medicina Legal
TRAUMATOLOGIA FORENSE
Ramo da Medicina Legal que estuda as ofensas integridade, ou seja, os traumas com relao lei.
A Traumatologia Forense estuda as leses e os estados patolgicos, imediatos ou tardios, produzidos por violncia sobre o corpo humano.
O estudo das energias que, ofendendo a integridade fsica ou a sade, quer do ponto de vista anatmico, quer do ponto de vista fisiolgico ou mental, ocasionam leses corporais e morte.
A Traumatologia forense responder ao quesito no laudo confirmando se houve, ou no, ofensa integridade fsica do ofendido.
Cdigo Penal, Art. 129
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a sade de outrem:
Pena deteno, de trs meses a um ano.
Leso corporal de natureza grave
1 Se resulta:
I Incapacidade para as ocupaes habituais, por mais de trinta dias;
II perigo de vida;
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III debilidade permanente de membro, sentido ou funo;
IV acelerao de parto:
Pena recluso, de um a cinco anos.
2 Se resulta:
I Incapacidade permanente para o trabalho;
II enfermidade incurvel;
III perda ou inutilizao do membro, sentido ou funo;
IV deformidade permanente;
V aborto:
Pena recluso, de dois a oito anos.
Quesitos
Se houve ofensa integridade fsica ou sade?
Qual o instrumento utilizado?
Se a leso foi produzida por meio insidioso ou cruel (v.g.: veneno, tortura, etc.)?
Se provocou incapacidade por perodo superior a 30 dias?
Se resultou em dano permanente ou perda ou inutilizao de membro, sentido ou funo orgnica:
Se inabilitou a vtima ao trabalho, ou doena incurvel ou, ainda, deformidade?
Se provocou acelerao de parto ou aborto?
Leses so produzidas por algum tipo de energia
De ordem mecnica; De ordem fsica; De ordem qumica; De ordem fsico-qumica; De ordem biolgica; De ordem mista.
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Agente
Na doutrina, agente ser empregado como energia vulnerante ou to somente energia. O que causou a leso ou o trauma.
Ao
Evidncia de uma fora de um agente. Seu efeito, modo de proceder, comportamento.
Meio
Possibilidade de fazer qualquer coisa, expediente, mtodo, frmula, receita, plano, maneira, modo.
Instrumento
o agente capaz de ser manipulado pelo homem. Objeto, ferramenta, apetrecho, dispositivo. Mais comuns os de energia de ordem mecnica.
Energias de Ordem Mecnica
So aquelas que atuando sobre um corpo alteram seu estado de repouso ou movimento, podendo resultar em leses em parte ou no todo.
A ao e o resultado dependem do agente em questo, alm do prprio corpo.
Repercusses internas e externas.
Classificao dos instrumentos/agentes mecnicos (armas)Classificao dos instrumentos/agentes mecnicos (armas)
Armas propriamente ditas
Armas eventuais
Armas naturais
Energias de Ordem Mecnica
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Classificao dos agentes mecnicos (no-armas)
Mquinas, mecanismos, peas em geral;
Animais: mordeduras e arranhaduras em geral;
Outros meios: quedas e exploses.
Como atuam os agentes:
Presso; Percusso; Trao; Toro; Compresso; Descompresso; Exploso; Deslizamento; Contrachoque.
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AES PERFURANTES (leses punctrias ou punctiformes)
So de instrumentos ou agentes finos, alongados. De seco reduzida em relao ao seu comprimento. Feridas com pouco repercusso na superfcie, mas com profundidade grave.
Agem pela presso exercida sobre um determinado ponto e penetram a superfcie, geralmente afastam as fibras dos tecidos atingidos.
Exemplos: prego, espinho, agulha, seta, florete, furador de gelo, garfo, espeto, etc.
Linhas de Clivagem de Langer
So linhas de tenso determinadas pela direo das fibras da pele.
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AES CORTANTES (leses incisas ou cortantes)
So de instrumentos ou agentes com um gume afiado, fino, alongado e retilneo. Feridas com muita repercusso na superfcie, podendo ou no ter danos graves na profundidade.
Agem pela presso e deslizamento linear sobre a pele/rgos penetram a pele e reas abaixo cortando as fibras dos tecidos atingidos.
Exemplos: lmina da barba, navalha, estilhaos de vidro, papel, capim-navalha, bisturi, faca*.
Caractersticas da leses incisas ou cortantes
a) Forma linear;b) Regularidade das bordas;c) Regularidade do fundo da leso;d) Ausncia de vestgios de trauma no entorno da ferida;e) Hemorragia quase sempre abundante;f) Comprimento maior que profundidade;g) Afastamento das bordas da ferida;h) Cauda de escoriao para o lado onde terminou a ao do instrumento;i) Centro da ferida mais profundo que as extremidades;j) Paredes das feridas lisas e regulares.
Casos especiais
Esgorjamento: a leso na parte anterior ou lateral do pescoo;
Degola: a leso na parte posterior do pescoo (nuca);
Decapitao: uma agresso incisa na regio do pescoo, que SEPARA a cabea do tronco.
1 Esgorjamento; 2 Decapitao; 3 Degola
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AES CONTUNDENTES (leses contusas)
So de instrumentos ou agentes que mais causam danos. Feridas com muita repercusso na superfcie, embora possa haver danos graves na profundidade.
Agem pela presso de superfcie contra superfcie, sobre a pele/rgos. Podem ser slidos, lquidos ou gasosos. Desde que atuem por presso, exploso toro, distenso, arrastamento.
Exemplos: mos, tijolo, pedao de madeira, automvel, jato de ar, superfcie da gua.
Com relao aos meios:
Caractersticas das feridas contusas
Forma estrelada, sinuosa ou retilnea; Bordas irregulares, escoriadas e equimosadas; Fundo irregular; Pontes de tecido unindo as bordas; Retrao das bordas; Pouco sangramento (?); Integridade de vasos, tendes e nervos no fundo da leso; ngulo tendendo obtusidade; Fraturas, luxaes, entorses; Roturas de vsceras.
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Tipos das contuses
Rubefao: caracterizada por mancha avermelhada. Congesto repentina de parte atingida do corpo, por traumatismo. Marca efmera e fugaz.
Escoriao: Arrancamento da epiderme ou desnudamento da derme (ferida) (fludos). Eroso epidrmica, abraso. No deixa cicatriz. Recentidade, desaparece em poucos dias. Instrumento pode deixar seu formato.
Equimose: Tecido externo ntegro. Formadas por infiltraes hemorrgicas nas malhas de tecidos. Ruptura de capilares e infiltrao. PROVA IRREFUTVEL DE REAO VITAL. Podem surgir tardiamente. Equimoses figuradas (forma do objeto). Equimose de suco.
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ESPECTRO EQUIMTICO Legrand du Saulle
COR EVOLUO EM DIAS
1- VERMELHO- VIOLCEO 1 - 2
2 - AZULADO 3 - 6
3- ESVERDEADO 7 -12
4 - AMARELADO 12 - 20
5 - NORMAL aps 20
AES PERFUROCORTANTES (leses perfuro-incisas ou perfuro-cortantes)
So de instrumentos finos, alongados e pontiagudos. Dotados de pelo menos um gume e uma ponta. Feridas com pouca repercusso na superfcie e com grande profundidade. Muito sangue.
Agem, inicialmente, afastando as fibras e facilitando a penetrao para depois seccion-las. Evisceraes.
Feridas em formato de Botoeria.
Exemplos: facas, punhais, espadas.
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Ferida de acordeo ou sanfona (Lacassagne)(Profundidade maior que o instrumento)
AES CORTUCONTUNDENTE (leses corto-contusa)
So de instrumentos que mesmo tendo um gume agem pela ao contundente, tanto pelo prprio peso, como pela fora do agressor.
Agem tanto pelo deslizamento, pela percusso e pela presso. Instrumentos mais afiados (caractersticas mais cortantes). Instrumentos cego (caractersticas mais contundentes).
Exemplos: instrumentos como foice, cutelo, faco, machado, enxada, guilhotina, serra eltrica, rodas de trem, unhas e dentes.
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AES PRFURO-CONTUNDENTES (leses prfuro-contusas)
So produzidas por mecanismos que perfuram e contundem ao mesmo tempo. Maioria das vezes so mais perfurantes que contundentes.
Predomnio da profundidade, carter penetrante, bordas regulares/irregulares.
Exemplo: projtil expelido por cano de arma de fogo (PAF).
Trajetria traado, caminho percorrido pelo PAF no ar, antes de atingir seu alvo, obedece aos movimentos balsticos.
Trajeto traado percorrido pelo PAF no interior de corpos. No necessariamente retilneo.
Leses:
ferimento de entrada; trajeto; ferimento de sada.
Ferimento de entrada
Tiros a distncia (no apresentam os efeitos secundrios do tiro)
dimetro menor do que o PAF;
forma arredondada ou ovalar;
orla de escoriao (Zona de Fisch);
halo de enxugo;
arola equimtica;
bordas voltadas para o interior.
Orla de escoriao: rea em torno do ferimento em que a epiderme arrancada pelo PAF. Pode mostrar a direo do PAF. Prova de entrada de PAF.
Halo de enxugo: representada pelas impurezas deixadas pelo PAF no anel interno do ferimento.
Arola equimtica: representada por equimose formada junto ao ferimento pelo rompimento dos capilares vnulas e arterolas. Quando presente tem tom violceo.
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Ferimento gerado pela passagem tangencial de PAF
Trajeto
Efeito de Cavitao (trajeto)
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Ferimento de sada
Forma irregular; Maior que o orifcio de entrada; Bordas voltadas para fora; Maior sangramento; No apresenta orla de escoriao; Sem halo de enxugo; Sem elementos qumicos da plvora.
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Ferimento de entrada
Tiros a curta distncia/encostado:
apresentam os efeitos secundrios do tiro.
Tiro encostado
Entrada (plano sseo abaixo) com formato irregular, denteada ou com entalhes.
Vertentes enegrecidas.
Halo fuliginoso face externa do osso (sinal de Benassi).
Ao resultante dos gases da exploso penetram o ferimento e refluem ao encontrar a resistncia do plano sseo.
Cmara de mina de Hoffmann. sem zona de tatuagem, ou esfumaamento.
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Cmara de mina de Hoffmann
Sinal de Benassi (halo fuliginoso)
Tiro encostado
Sinal de Pupe Werkgaertner: desenho da boca/massa de mira do cano, ao contundente ou calor.
Tiro a curta distncia (queima-roupa)
Zona de esfumaamento, Zona de tatuagem.
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Resumo Ferimentos Entrada e Sada de PAF
Entrada Sada
Morfologia Regular Dilacerado
Bordas Invertidas Evertidas
Sangramento Pouco Abundante
Dimenses Proporcionais ao PAF Maiores que o PAF
Orlas e zonas Sim No