26
2016/2017 Joana Andreia Aguieiras Cabrera Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale, which future? março, 2017

Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

2016/2017

Joana Andreia Aguieiras Cabrera

Triagem de Manchester, que futuro?

Manchester Triage Scale, which future?

março, 2017

Page 2: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Mestrado Integrado em Medicina

Área: Administração Hospitalar

Tipologia: Monografia

Trabalho efetuado sob a Orientação de:

Doutora Guilhermina Maria da Silva Rêgo

Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:

Revista Portuguesa de Gestão&Saúde

Joana Andreia Aguieiras Cabrera

Triagem de Manchester, que futuro?

Manchester Triage Scale, which future?

março, 2017

Page 3: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre
Page 4: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre
Page 5: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Aos meus pais,

Ao meu irmão

Page 6: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

TRIAGEM DE MANCHESTER, QUE FUTURO?

MANCHESTER TRIAGE SCALE, WHICH FUTURE?

Cabrera, Joana Andreia Aguieiras; Rêgo, Guilhermina Maria da Silva

Page 7: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

ÍNDICE

-Introdução

1) Triagem dos Cuidados de Saúde

1.1) Evolução do Conceito

1.2) Triagem no Serviço de Urgência

2) Tipos de Triagem

2.1) Emergency Severity Index- ESI

2.2) Australian Triage Scale- ATS

2.3) Canadian Triage and Acuity Scale- CTAS

2.4) Manchester Triage Scale- MTS

-Considerações Finais

Page 8: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Resumo

O acesso massificado aos Serviços de Urgência (SU) por parte de doentes, sejam eles urgentes ou não-urgentes,

é uma realidade cada vez mais frequente, nacional e internacionalmente, conduzindo a SU sobrelotados, cujo

resultado negativo mais evidente é o atraso, muitas vezes relevante, na observação de doentes que precisam de

atenção médica imediata, privilegiando outros doentes que nem precisariam de cuidados de emergência. No SU,

triagem engloba o conjunto de métodos usados para determinar a gravidade do estado de saúde apresentado por

todos os indivíduos que lá afluem, num curto período de tempo após a sua chegada, de maneira estratificar a

gravidade dos vários doentes e a encaminhá-los para os diferentes serviços onde receberão atenção médica.

Entre os Sistemas de Triagem mais difundidos no mundo e que reúnem mais consenso da comunidade científica,

destacam-se 4: o Emergency Severity Index-ESI, o Australian Triage Scale- ATS, o Canadian Triage and Acuity

Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção

entre o doente verdadeiramente urgente, que depende de atenção médica imediata e o doente que tem condições

para aguardar com segurança o atendimento. Em Portugal, o MTS é utilizado em todos os SU integrados em

Hospitais Públicos.

Apesar de ser incontestável a necessidade de um sistema de triagem no futuro, qual o sistema que irá vigorar, e

em que moldes este funcionará, permanece uma incógnita, sendo que um dos maiores objetivos futuros neste

tema é o da realização de mais estudos, de modo a desenvolver um processo o mais seguro e eficaz possível.

Palavras chave: Serviço de Urgência; Triagem; Emergência; Classificação do Risco.

Abstract

Mass access to the Emergency Services by urgent or non-urgent patients is a more and more frequent reality,

both nationally as internationally, leading to overcrowded ER, whose most adverse result is the delay, many

times relevant, in the observation of patients who would need immediate medical care; favoring other patients

that would rather need emergency care.

Among the Triage Systems most spread in the world, we can distinguish 4: the Emergency Severity Index-ESI,

the Australian Triage Scale- ATS, the Canadian Triage and Acuity Scale- CTAS and, finally, the Manchester

Triage Scale –MTS, that share one common goal: the distinction between the truly ill patient, that relies on

immediate medical care, and the patient that can safely wait for the medical attention. In Portugal, the MTS is

used in every ER incorporated in Public Hospitals.

Although it is incontestable the need of a triage system in the future, which system will prevail and how it will

work remains unknown, although one of the most important future goals in this area is the realization of more

studies, leading to a safer and more efficient process.

Key words: Emergency Medical Services; Triage; Emergency; Risk Assessment.

Page 9: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Introdução

Uma realidade, tanto nacional como internacional, cada vez mais recorrente é o acesso massificado aos Serviços

de Urgência (SU) por parte de doentes, sejam eles urgentes ou não-urgentes. Esta situação faz com que, cada vez

mais vezes, nos deparemos com SU sobrelotados, com salas de espera cheias, cuja consequência deletária mais

evidente é o atraso, muitas vezes relevante, na observação de doentes que precisam de atenção médica imediata,

privilegiando outros doentes que nem precisariam de cuidados de emergência. Apesar de muitos cenários

evitáveis surgirem de uma má distribuição dos cuidados prestados no SU, pela sua importância, o tempo até ao

início do tratamento médico é um dos preditores mais relevantes e transversais dos diferentes outcomes. (Schuetz

et al. 2013)

No SU, triagem refere-se ao conjunto de métodos usados para determinar a gravidade do estado de saúde

apresentado por todos os indivíduos que lá afluem, num curto período de tempo após a sua chegada, de forma a

estratificar a gravidade dos vários doentes e a encaminhá-los para os vários serviços onde receberão atenção

médica, sendo que a triagem não é o ponto final, mas antes o início da prestação e discriminação dos cuidados de

saúde.(Christ et al. 2010; Moreira 2010)

O propósito máximo de triagem é a gestão de risco médico, de forma que, sempre que a procura suplante a oferta

médica, os serviços de saúde (SS) priorizem quem assim o necessita. Muitas vezes, o conceito de triagem surge

erroneamente associado ao conceito de redução de tempo de espera, apesar deste nunca ter sido um dos objetivos

primordiais da triagem, contudo esta variável deve ter sida em conta ao considerar a possível degradação dos

pacientes enquanto aguardam a consulta médica. Em situações de sobrecarga máxima dos SS deve-se ainda ter

em conta o tempo de espera até à classificação da triagem, que, em alguns casos, foi descrito como sendo de até

60 minutos, perdendo-se assim grande parte dos benefícios inerentes à triagem. (Coutinho, Cecílio, and Mota

2012) Neste sentido, o conceito de avaliação dos métodos de triagem surge como uma necessidade, de forma a

potenciar a prestação de cuidados médicos efetivos e nos períodos de tempo adequados. Pilares transversais a

todos os modelos de triagem são ainda a clareza (um sistema simples de entender e de aplicar), a validade (que

assegura que o sistema mede aquilo que é verdadeiramente suposto medir - urgência clínica - sem vieses), a

confiança (em relação à consistência do sistema quando aplicados por profissionais diferentes) e a segurança (em

relação às necessidades clínicas de cada paciente e às apresentações de grande emergência). Tendo um papel tão

preponderante nos cuidados de emergência atuais, a avaliação periódica destes serviços toma uma importância

aumentada, sendo aconselhada a aplicação regular de auditorias e o escrutínio dos registos clínicos gerados em

contexto de urgência. Uma das ilações mais evidentes destes processos de avaliação é a presença, ou não, de

confiança, que se pode traduzir na correlação inter-observador (coerência de resultados quando vários

profissionais avaliam o mesmo paciente em condições semelhantes) e na correlação intra-observador (em que o

mesmo individuo re-avalia a mesma pessoa ao longo do tempo). Outro aspeto a avaliar no contexto da triagem é

a validade, que representa qual a real acuidade dos sistemas de triagem, em termos de sensibilidade (capacidade

de identificação de pacientes de alto-nível de urgência) e especificidade (capacidade de identificar pacientes que

sofrem de distúrbios que carecem de urgência). Qualquer avaliação feita neste sentido enfrenta os mais variados

problemas, dada a alta variabilidade de eventos que podem acometer o paciente desde a sua entrada no SU até ao

Page 10: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

momento de alta. Assim, os estudos no sentido de avaliar a confiança de um sistema de triagem muitas vezes

carecem de rigor e, apesar do foco ser cada vez maior na confiança inerente à triagem, há poucos estudos

publicados nesse sentido, sendo que praticamente todos os que existem se baseiam na validade preditiva. (van

Veen and Moll 2009; Twomey, Wallis, and Myers 2007; Ganley and Gloster 2011)

1) Triagem dos Cuidados de Saúde

1.1) Evolução do conceito de Triagem

A palavra triagem, com origem no termo francês trier, surgiu inicialmente no século XVIII, em contexto militar.

Com o desenvolvimento dos SS, no início do século XX, assistiu-se à adoção disseminada pelo mundo ocidental

de um método muito primitivo de triagem, baseado numa breve avaliação clínica que definiria os passos seguintes

do atendimento médico. Atualmente, a maioria dos processos de triagem usados nos cuidados de saúde

contemplam 3 fases distintas: a triagem pré-hospitalar, no contexto dos cuidados ambulatórios (muitas vezes

descrita como sendo pouco rigorosa); a triagem em cena, pelo primeiro clínico que encontra o paciente; e a

triagem no SU, em contexto hospitalar. Com o surgir de novas realidades, múltiplos tipos de triagem têm sido

desenvolvidos, como são exemplo a triagem em incidentes de massa (em que se valoriza, o coletivo vs. o doente

individual), a triagem em situações de catástrofe, a triagem telefónica, a triagem para admissão na UCI, entre

vários outros, sempre que é necessário uma discriminação dos doentes em contextos de modestos recursos. O

conceito mais formal de triagem, realizado na admissão ao SU, e sobre o qual me vou debruçar, foi inicialmente

introduzido na década de 80, no Reino Unido, sendo que a sua forma mais primordial, o método SOAP usava

avaliações subjetivas e objetivas, de forma a priorizar e planear o funcionamento do SU. Este método foi refinado

e deu origem a variadas metodologias de 3 níveis (“the traffic light system”), que careciam de uniformização e

de rigor na sua aplicação, resultando em desadequada seriação dos pacientes e subsequente aumento da morbi-

mortalidade. A evolução natural dos sistemas de triagem conduziu-nos a uma técnica de triagem, que classifica

o doente em 5 níveis (à semelhança da atualidade). Atualmente existem diferentes tipologias de triagem, em

diferentes regiões mundiais, que, contudo, partilham bases comuns. O conceito de triagem está cada vez mais

disseminado no mundo e com crescente importância, reconhecida devido às crescentes enchentes dos SU, o que

leva a que, frequentemente, em vez de se discriminar entre quais os doentes que necessitam de cuidados mais

urgentes, se discrimina com base em que doentes não necessitam de cuidados por completo. (Ganley and Gloster

2011; Moreira 2010; Robertson-Steel 2006; Cooke and Jinks 1999; Bindman 1995)

1.2) Triagem no S.U.

Atualmente, a triagem no SU é considerada um sistema de priorização de pacientes, isto é, um conjunto de

critérios que permitem sinalizar rapidamente os doentes que se encontram em situações de risco iminente de vida,

atribuindo uma determinada seriação aos doentes, que traduza fidedignamente a sua urgência efetiva (sendo

urgência definida como o grau de deteorização resultante do atraso na observação por um médico, início da

investigação diagnóstica e tratamento). Para além dessa vantagem major que advém do processo de triagem,

diversas vantagens resultam de uma triagem corretamente realizada, tais como o encaminhamento para a área

médica mais adequada, para prosseguir o tratamento (cirúrgico ou não cirúrgico), entre outras. (Schuetz et al.

Page 11: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

2013; Moreira 2010; Krey 2016; Storm-Versloot et al. 2014; Coutinho, Cecílio, and Mota 2012; Roukema et al.

2006; Azeredo et al. 2015)

Independentemente do contexto em que é aplicada, o conceito triagem rege-se, invariavelmente, segundo os

princípios da vida e saúde humana, da clareza e da gestão e uso eficiente de recursos. Determinados pré-requisitos

mostram-se transversais a todas as tipologias de triagem que hoje vigoram no mundo (apesar das diferenças

funcionais dos vários sistemas de triagem mundiais, adaptados a diferentes realidades nacionais), tais como ser o

ponto de entrada comum para todos os pacientes, de forma a assegurar um contacto idêntico à admissão; a

realização do processo de triagem por um profissional de enfermagem treinado e qualificado para o efeito; a

existência de um ambiente calmo e com espaços reservados, que permitam a confidencialidade muitas vezes

necessária; a existência dos recursos materiais e locais de intervenção necessários; e um sistema (informatizado)

de fácil registo, armazenamento e consulta de informação relativa ao paciente. (Moreira 2010; Ganley and Gloster

2011; Vegting et al. 2015)

Qualquer método de triagem escolhido revela-se um processo complexo e dinâmico, com necessidade de tomar

decisões árduas (identificação do problema, determinação das várias respostas existentes e escolha da alternativa

mais adequada), muitas vezes em rápidos intervalos de tempo e com informação incompleta, antes de um

diagnóstico ser feito. Neste contexto, o profissional de enfermagem que atende inicialmente o paciente, reveste-

se de especial importância, por ser o primeiro contato entre o doente e o SU, estando provado que profissionais

mais experientes e com formação específica para o efeito resultam em menores tempos de espera por parte dos

doentes. O tipo de linguagem, a sua clareza e perceção também desempenham um pilar essencial, sendo a

comunicação efetiva essencial para obter informações confiáveis para a implementação dos sistemas de triagem.

(Ganley and Gloster 2011) As consequências da má aplicação da metodologia de triagem podem resultar em

consequências catastróficas para os pacientes: na undertriage (em que ao paciente é atribuído um nível de triagem

inferior ao real), o tempo de triagem pode ser excessivo, possibilitando uma degradação exagerada do estado de

saúde do paciente à espera de atenção médica, sendo esta uma situação particularmente alarmante em crianças

que se apresentem com sinais vitais anormais, em que as consequências da espera podem ser particularmente

deletérias. Por outro lado, na overtriage, os pacientes são vistos num espaço de tempo demasiado curto, dispondo

de serviços médicos que, de outra forma, estariam disponíveis para doentes que necessitassem de atenção médica

mais imediata. (Nienke Seiger et al. 2014; Cooke and Jinks 1999; Guedes, Martins, and Chianca 2015;

Funderburke 2008; Moreira 2010; Ganley and Gloster 2011)

2) Tipos de Triagem

Entre os Sistemas de Triagem mais difundidos no mundo e que reúnem mais consenso da comunidade científica,

destacam-se quatro: o Emergency Severity Index-ESI, o Australian Triage Scale- ATS, o Canadian Triage and

Acuity Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a

distinção entre o doente verdadeiramente urgente, que depende de atenção médica imediata e o doente que tem

condições para aguardar com segurança o atendimento. Para além desse propósito comum, estes quatro sistemas

de triagem partilham características comuns, como possuírem cinco categorias de urgência, considerarem a dor

Page 12: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

como um parâmetro de relevo para medir a urgência, reavaliarem periodicamente os doentes (no sentido de

detetar mudanças no seu prognóstico durante o período de espera que alterem o prognóstico do paciente, bem

como a gestão do fluxo interno), serem realizados por um enfermeiro e indicarem qual o espaço mais adequado

para o atendimento médico, em função do risco. (Coutinho, Cecílio, and Mota 2012)

2.1) Emergency Severity Index- ESI

Originário nos EUA, com implantação em 1999, o ESI define a prioridade com base num único fluxograma, com

avaliação da gravidade da doença e dos recursos que se estimam necessários para uma assistência médica

completa (a previsão de recursos é utilizada apenas para os indivíduos das categorias mais baixas de triagem).

Não há uma determinação formal quanto ao tempo máximo que o paciente pode esperar até ser visto por um

médico, cada instituição tem autonomia para determinar esse aspeto. O algoritmo de triagem apresenta 4 etapas

de decisão, em que os enfermeiros de triagem questionam os pacientes.

Os 5 níveis de prioridade definidos por esta escala estão representados na tabela 1.

Nível 1 Emergente, com necessidade absoluta de cuidados médicos imediatos.

Nível 2 Urgente, em que se recomenda que o paciente seja examinado por um médico em não mais que 10 minutos.

Nível 3 Em que a doença aguda apresentada pelo doente parece estável e não apresenta probabilidade de rápida

deteorização, para além de ser a responsável pelos sintomas do doente.

Nível 4 Atribuído a utentes com patologia crónica e sintomas daí resultantes (estima-se a necessidade da utilização

de apenas 1 recurso material neste episódio de SU).

Nível 5 Em que os pacientes se apresentam estáveis e sem necessidade de cuidados no SU (estima-se a ausência

de necessidade da utilização de recursos neste episódio de SU).

Tabela 1: Níveis de prioridade no ESI.

Os primeiros níveis a ser classificados são o nível 1 (pacientes altamente instáveis) e o nível 2 (pacientes com

patologias potencialmente ameaçadoras da vida, dor severa, intoxicações e distúrbios psiquiátricos graves), sendo

que a posterior classificação entre o nível 3 a 5 se faz através de regras que visam a previsão de utilização de

recursos e os sinais vitais. Ao contrário dos outros sistemas, no ESI, para os níveis de menor prioridade, em vez

de estabelecer um limite temporal até ao atendimento médico, tenta-se que o doente receba assistência médica o

mais rapidamente possível, de acordo com o fluxo do SU.

Estudos clínicos demostram boa validade e confiança neste sistema de triagem, com uma boa correlação entre o

nível de triagem, a mortalidade hospitalar e a utilização de recursos e boa correlação inter-observadores. Por

consenso geral acredita-se que este método de triagem deve sofrer uma avaliação mais exaustiva, no que diz

respeito à triagem de crianças. (Christ et al., 2010; Coutinho et al., 2012; Storm-Versloot et al., 2011)

2.2) Australian Triage Scale (ATS)

Na década de 90, o sistema de triagem não regulamentado então utilizado na Austrália foi reestruturado pelo

Australian College for Emergency Medicine, tendo entrado em vigor em 1994 a nova versão, que, em 2000, se

viria a chamar Australian Triage Scale.

Page 13: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

É composta por um sistema de 5 categorias de urgência, baseados em fatores de caráter clínico e comportamental,

que são correlacionados com uma extensa lista de descritores clínicos compilados, sem distinção de acordo com

a faixa etária do paciente. Os doentes são distribuídos por uma de 5 categorias, descritas na Tabela 2.

Categoria 1 Exige atendimento imediato por ameaça imediata à vida.

Categoria 2 Exige atendimento num máximo de 10 minutos, por ameaça iminente à vida.

Categoria 3 Exige atendimento num máximo de 30 minutos, por ameaça potencial à vida.

Categoria 4 Exige atendimento num máximo de 60 minutos, por se tratarem de “doentes potencialmente sérios”.

Categoria 5 Exige atendimento num máximo de 120 minutos, sem critérios de urgência.

Tabela 2: Categorias de prioridade na ATS.

Este sistema de triagem peca por falta de estudos que avaliem os seus critérios de validade e confiança. Cinco

estudos classificaram o sistema como tendo uma confiança razoável. Uma das maiores lacunas deste método de

triagem diz respeito às conclusões de um trabalho recente, que estudou a acuidade na avaliação de doentes com

patologia psiquiátrica e que obteve taxas de correlação com métodos gold standard (de categorização da urgência

psiquiátrica) de apenas 60%, pelo que, desde então, este método de triagem é desaconselhado em pacientes com

patologia do foro psiquiátrico. Apesar destas lacunas, desde a implementação do ATS que o tempo de espera no

SU tem progressivamente diminuído (tendo chegado a ser, em média, metade do inicial), para além de haver uma

maior satisfação por parte dos doentes e mesmo dos profissionais de saúde, que referem uma maior organização

do trabalho. (Christ et al. 2010; Coutinho, Cecílio, and Mota 2012)

2.3) Canadian Triage and Acuity Scale- CTAS

A CTAS, baseada na ATS, surgiu no Canada em 1998. Esta classificação baseia-se na atribuição de um

diagnóstico preliminar aquando da triagem, classificado segundo o CID-10 (Internacional Classification of

Diseases, 10th edition), de acordo com dados recolhidos na anamnese (tais como a queixa principal do doente),

achados evidentes numa avaliação física sumária (sinais vitais alterados, dor abdominal, dispneia, etc.) e fatores

de risco que possam pesar na decisão do enfermeiro de triagem (antecedentes médicos).

Após este passo, o doente integra então um de 5 níveis de gravidade, em que cada um dos níveis corresponde a

uma cor e a um tempo máximo até à consulta médica, descritos na Tabela 3.

Nível 1 Correspondente à cor azul, exige atenção médica imediata (normalmente reanimação).

Nível 2 Correspondente à cor vermelha, codifica situações emergentes, com um limite de 15 minutos até à

consulta médica.

Nível 3 Correspondente à cor amarela, representa as situações urgentes, que podem esperar até 30 minutos para

ver um médico.

Nível 4 Correspondente à cor verde, usa-se para situações menos urgentes/semi-urgentes, que podem ser

avaliadas por um médico dentro de um limite de 60 minutos.

Nível 5 Correspondente à cor branca, codifica diagnósticos não urgentes, que podem esperar ate 120 minutos até

ver um médico.

Tabela 3: Níveis de prioridade na CTAS.

Page 14: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Os valores de validade e confiança do CTAS são extremamente favoráveis, com numerosos estudos apontando

para uma correlação significativa na mortalidade hospitalar e na utilização de recursos (p<0.01) e uma

reprodutibilidade inter-observador considerada excelente. Estas vantagens fizeram com que este sistema acabasse

por ser implantado fora do Canada, estando em funcionamento em vários SU dispersos pela Europa. (Christ et

al. 2010; Coutinho, Cecílio, and Mota 2012; Lin and Worster 2013; Manos et al. 2016; Murray, Bullard, and

Grafstein 2004)

-Paediatric Canadian Triage and Acuity Scale- paedCTAS

A observação de algumas lacunas na triagem de pacientes em idade pediátrica usando o CTAS levou a que fosse

desenvolvida uma nova versão deste método de triagem exclusivamente para as crianças, de forma a evitar erros

de classificação potencialmente danosos ou até mesmo fatais.

Recentes avaliações deste subtipo de método de triagem sugerem uma alta validade e confiança, com boa

correlação entre o nível de triagem e os recursos usados. (Christ et al. 2010)

2.4) Manchester Triage Scale- MTS

Finalmente, resta abordar a Manchester Triage Scale- MTS, que se destaca dos demais por ter um grande número

de vantagens, que a tornam internacionalmente reconhecida, com uma utilização que se expandiu do seu país de

origem (Inglaterra, em 1997) um pouco por toda a Europa e, nos últimos anos, até para outros continentes (a MTS

é atualmente utilizada com maior expressividade no Reino Unido, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, Alemanha,

Suécia, Holanda, Hong Kong e Japão, bem como em múltiplos SU dispersos por todo o mundo, adaptando-se

com facilidade aos vários modelos de SU e havendo já múltiplas versões validadas nas mais variadas línguas).

Entre as vantagens que a tornam tão difundida e confiável mundialmente, destacam-se a quantidade de avaliações

a que se sujeita a MTS, que assenta num princípio de auditoria individual sobre a triagem, o facto de estar

preconizado um programa de treino específico para os profissionais de enfermagem que iniciam o seu trabalho

com este modelo e, por fim, os bons resultados clínicos e a melhoria do fluxo de pacientes na urgência conseguido

com este modelo de triagem. (Coutinho, Cecílio, and Mota 2012; Santos, Freitas, and Martins 2014)

Em 2006 observou-se uma reformulação, altura em que surge uma nova edição, comummente designada por

Manchester Triage Scale Version II. Ambas as versões assentam num modelo de atuação em muito semelhante

ao dos outros sistemas de triagem de 5 níveis.

O processo de triagem do doente que chega ao SU sobrelotado inicia-se com a avaliação sumária e a escuta

terapêutica das principais queixas do doente. Este primeiro contacto deve direcionar o processo de triagem para

um dos 52 fluxogramas existentes no MTS, que contêm discriminadores gerais e específicos (sinais e sintomas

que fazem a distinção entre os vários graus de prioridade possíveis). Enquanto que os discriminadores gerais

estão presentes em todos os fluxogramas e devem ser aplicados em todos os doentes (probabilidade de morte,

agravamento dos estado patológico, estado de consciência, dor, temperatura e hemorragia); os discriminadores

específicos tendem a ser característicos de apresentações particulares, estando restritos a um fluxograma ou um

conjunto de fluxogramas relacionado com a mesma patologia (os discriminadores específicos foram alvo de

Page 15: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

modificações na segunda versão do protocolo da MTS, de forma a irem ao encontro das necessidades e das

queixas mais frequentes da população que recorre ao SU). De forma a alocar o paciente num dos 52 fluxogramas

disponíveis, as técnicas de comunicação e de exame físico sumário que os enfermeiros devem apresentar são

transversais aos outros sistemas de triagem já discutidos (ouvir as queixas do doente e eventuais dados

importantes sobre a história médica pregressa, entre outras) e devem ser o mais precisas possível, de forma a

encaminhar o doente para o fluxograma mais adequado à sua apresentação. O exame físico que se segue deve

avaliar sobretudo a aparência geral, os sinais vitais, os indicadores de estabilidade hemodinâmica e respiratória,

bem como o estado mental do doente. O doente é então submetido aos vários discriminadores do fluxograma em

questão que recolhem informação baseando-se num “Sistema PQRST”. O acrónimo PQRST analisa os fatores

provocantes (Provoking factors), incluindo fatores de alívio/agravamento; o tipo de dor (Quality of pain); a

localização e irradiação da dor, bem como o seu carater migratório (Region/Radiation); a gravidade da dor,

incluindo fatores de agudização (Severity of pain); a cronologia dos sintomas, incluindo o início, a duração e o

carater transitório (Time); e, finalmente, o tratamento que o paciente já realizou devido à situação patológica atual

(Treatment). Após avaliar todas estas variáveis, o paciente deve ser incluído num dos 5 níveis de prioridade

preconizados no MTS (deixando este de ser um processo aleatório, por ordem de chegada, por exemplo, para ser

uma estratificação de prioridade baseada em critérios definidos), definidos na Tabela 4.

Nível 1 Paciente emergente, codificado com a cor vermelha, que necessita de atenção médica imediata.

Nível 2 Paciente muito urgente, codificado com a cor laranja, que necessita de atenção médica num máximo de

10 minutos.

Nível 3 Paciente urgente, codificado com a cor amarela, que necessita de atenção médica num máximo de 60

minutos.

Nível 4 Paciente pouco urgente, codificado com a cor verde, que necessita de atenção médica num máximo de 120

minutos.

Nível 5 Paciente não-urgente, codificado com a cor azul, que necessita de atenção médica num máximo de 240

minutos.

Tabela 4: Níveis de prioridade na MTS.

Em vários países em que a MTS está em utilização (incluindo Portugal), surgiu um 6º nível de classificação,

codificado pela cor branca (sem um limite temporal atribuído), que traduz pacientes que estão fora da categoria

de urgência, mas que recorrem ao SU para a realização de procedimentos eletivos.

Após a atribuição de um nível de prioridade, com um tempo-alvo até ao cuidado médico estabelecido, o processo

de triagem ainda não terminou. A MTS é considerado um sistema dinâmico, que pressupõe não só a eventual

reclassificação do paciente, caso as suas caraterísticas clinicas se agravem mais do que o pressuposto numa

avaliação inicial, caso o tempo até atendimento médico tenha sido ultrapassado ou caso tenha havido necessidade

da administração de um analgésico, por exemplo (a área de espera deve ser considerada uma zona de prestação

de cuidados clínicos). (Ganley and Gloster 2011; Coutinho, Cecílio, and Mota 2012; Moreira 2010; Amthauer

and Cunha 2016)

Page 16: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Um dos parâmetros mais controversos na MTS é a quantificação da dor (aspeto muito frequente e importante,

porém subjetivo) apresentada pelo paciente, que é feita através de uma escala visual (Fig. 1), em que cada degrau

na escada corresponde a uma classificação álgica. A dor desempenha, então, um papel fulcral na atribuição de

um grau de prioridade ao paciente em questão. Vários aspetos interferem com a perceção da dor, a realçar: idade,

agravamento, experiência prévia de dor, contexto social e cultural, ansiedade, comprometimento do quotidiano e

sinais clínicos álgicos, devendo-se avaliar a dor através não só da descrição do paciente, mas também através de

sinais fisiológicos, não-verbais e achados no exame físico. (Coutinho, Cecílio, and Mota 2012; Ganley and

Gloster 2011; Moreira 2010; van der Wulp et al. 2011)

O objetivo da MTS é fazer seleção de prioridades, reconhecendo critérios pré-estabelecidos de gravidade que

indiquem a prioridade clínica e a urgência do doente, sem formular diagnósticos. O termo “prioridade clínica”

também não deve ser confundido com o de “gestão clínica”, que se refere a aspetos próprios de cada um dos

pacientes que condicionam o seu tratamento e a ordem de atendimento (idosos, alcoólicos, toxicodependentes,

detidos, portadores de deficiência ou elementos de outro subgrupo). Outros aspetos próprios de cada SU, como a

capacidade do SU, a sua resposta à sobrelotação, o tamanho e a formação específica da equipa, podem alterar a

ordem de atendimento dos pacientes. (Moreira 2010; Ganley and Gloster 2011)

À semelhança do que acontece nos outros sistemas de triagem, os benefícios que advêm de uma MTS efetiva

passam por um acesso médico adequado ao grau de urgência do utente, que diminua a probabilidade de outcomes

nefastos para o doente e que, simultaneamente, aumente o grau de satisfação dos doentes.

Os riscos de uma triagem segundo a MTS inadequadamente realizada podem agrupar-se em dois grandes grupos:

os doentes que sofrem undertriage, que foram alocados pelo profissional de enfermagem numa categoria de

urgência inferior à real, aumentando assim as probabilidades de uma intercorrência médica durante o tempo de

espera – aumentado – até à observação por um médico (esta situação é particularmente preocupante nos idosos e

nas crianças com patologias urgentes, em que as situações clinicas muitas vezes evoluem de forma atípica); e os

doentes que sofrem overtriage, ficando alocados a uma categoria de urgência superior à real e levando ao aumento

do tempo de espera dos outros doentes, o que pode trazer consequências para o seu estado de saúde. Muitas das

Page 17: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

vezes estes erros de classificação traduzem não mais que uma comunicação paciente/enfermeiro deficiente, que

pode depender de infindas variáveis (ambiente envolvente, interrupções do processo de triagem,

incompatibilidade da língua falada, comportamentos não-verbais, diversidade cultural, emoções,

constrangimentos de tempo, etc.), a destacar as situações em que a informação é dada por um terceiro (familiar,

cuidador ou tradutor), em que muitas vezes a informação transmitida reflete a interpretação do terceiro e mascara

a realidade. Os erros de classificação traduzem também, frequentemente, erros de enfermagem: apesar de todos

os profissionais serem treinados para tal, vários estudos comprovam que a taxa de fiabilidade da triagem efetuada

é diretamente proporcional à experiência do enfermeiro que a realiza. A interação enfermeiro/doente é de extrema

importância desde um primeiro momento, visto que irá ditar a escolha de um fluxograma, que pode, ou não, ser

o mais correto e assim influenciar todo o percurso do doente. Daí advém a importância da competência por parte

da equipa de enfermagem e da existência de um local e de recursos adequados para a realização da triagem. Por

outro lado, a ideia pré concebida que os doentes que chegam de ambulância têm, por defeito, um grau de urgência

superior aos ambulatórios está enraizada na maioria dos SU, porém é errada, conduzindo várias vezes a erros de

triagem. (Ganley and Gloster 2011; Clifford-Brown, Challen, and Ryan 2010; de Souza, Araújo, and Chianca

2015; Parenti et al. 2014; Azeredo et al. 2015)

No sentido de regular a qualidade da aplicação da MTS e o próprio sistema de triagem, avaliações regulares

devem ser aplicadas focando-se nos parâmetros de sensibilidade, especificidade e correlação intra e inter-

observador, correlacionando a avaliação feita na MTS com os parâmetros fisiológicos e clínicos medidos à

admissão, bem como nos outcomes futuros dos doentes. Dado ser uma triagem com vários anos de existência,

utilizada um pouco por todo o mundo, existem numerosos estudos, avaliando doenças, grupos etários e

populações específicas que avaliam estes parâmetros, muitas vezes chegando a resultados não consensuais. Neste

contexto, a sensibilidade corresponde à proporção de doentes com um estado de saúde cuja gravidade é

corretamente identificada pela MTS, enquanto a especificidade se define como a correta identificação dos

indivíduos que não possuem certo diagnóstico, isto é, que são corretamente alocados em níveis de prioridade

mais baixos. Teoricamente, qualquer variável considerada durante o processo de triagem pode ser avaliada,

contudo existem algumas que se destacam, devido ao elevado número de estudos em que figuram, em diferentes

contextos, conferindo-lhes um valor estatístico acrescido. (de Souza, Araújo, and Chianca 2015; Azeredo et al.

2015)

Em geral, esta é uma triagem que apresenta valores elevados de sensibilidade e especificidade, sendo

internacionalmente avaliada com conclusões sugestivas de ser um sistema que protege os pacientes, ao conferir-

lhes um mais alto grau de prioridade e, consequentemente, um menor tempo de espera até à avaliação médica

(um aspeto positivo com que, contudo, não deve ser demasiado incentivado, sob pena de se incorrer numa situação

de overtriage dos casos de menor urgência). A MTS revelou-se ainda coerente na previsão da necessidade de uso

de métodos de diagnósticos acessórios, de necessidade de internamento e da duração deste (com a duração do

internamento a ser congruente ao grau de urgência apresentado por estes pacientes à chegada ao SU), bem como

na previsão da mortalidade, o que acarreta não só vantagens para a qualidade dos cuidados de saúde prestados ao

paciente mas também vantagens a nível administrativo e de gestão de recursos, humanos e materiais, sendo capaz

Page 18: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

de fazer uma previsão das necessidades futuras com base no nível de previsão atribuído pelo sistema de triagem.

Em geral, este é um sistema de triagem que prenuncia, com rigor, quem está mais doente e quem precisa de

atenção médica mais imediata sob pena de uma degradação do estado de saúde mais agudo e irreversível (dados

comprovados, por exemplo, pela maior gravidade conferida pelo TISS-28 - um marcador do estado fisiológico -

aos doentes classificados com cor vermelha, laranja ou amarela, decrescentemente). (de Souza, Araújo, and

Chianca 2015; Azeredo et al. 2015; Martins, Cuña, and Freitas 2009; Guedes, Martins, and Chianca 2015)

As várias auditorias apreçam não só o sistema de triagem em si mas também a qualidade do serviço prestado pela

equipa de enfermagem, considerada como variando entre ‘moderada’ e ‘quase perfeita’, comprovado por vários

estudos estatisticamente relevantes postos em prática desde a disseminação deste método de priorização.

Variáveis que contribuem para estes resultados são a existência de nomenclatura estandardizada e definições bem

esclarecidas, um guia metodológico único e bem adaptado a várias situações e a educação de base comum dos

aplicadores da triagem. (de Souza, Araújo, and Chianca 2015; Azeredo et al. 2015) No geral, estes elevados

padrões de qualidade auditados traduzem-se num sentimento de satisfação por parte dos pacientes de todos os

grupos de triagem, que apresentam menos queixas sobre o tempo de espera (que consideram estar bem

distribuído) e maior confiança no diagnóstico obtido e nos cuidados prestados. As avaliações de qualidade

mostraram ainda que, apesar das vantagens, os pacientes consideram que durante o método de triagem têm pouco

tempo para expor as suas queixas e receiam que a informação veiculada não seja suficiente. (Storm-Versloot et

al. 2014)

Uma das situações mais particulares em que a MTS mostrou mais lacunas em sucessivos estudos e avaliações foi

na triagem de pacientes pediátricos, apresentando recorrentemente valores inferiores de sensibilidade e

especificidade, de correlação intra e inter-observadores, bem como uma atribuição incorreta dos graus de

prioridade na triagem, com uma percentagem muito elevada (chegando aos 40% em vários estudos) de overtriage

e ainda casos de undertriage (cuja percentagem em alguns estudos chegou aos 15%) que resultam em

consequências dramáticas para as crianças afetadas. Vários estudos nesse âmbito relacionam o atraso

condicionado pela undertriage pediátrica com maior número de exames auxiliares de diagnóstico, maior número

de intervenções, maior número de complicações decorrentes da situação clínica, tempo de hospitalização mais

longo e maior taxa de morbi-mortalidade do que se tivessem sido corretamente triados aquando da chegada ao

SU (pelo que atualmente é considerado que as crianças - em especial as crianças com menos de 1 ano de idade-

são mais suscetíveis aos efeitos da undertriage que os adultos). (N Seiger et al. 2011; Roukema et al. 2006; van

Veen and Moll 2009; Nienke Seiger et al. 2014)

A MTS apresenta vários fluxogramas dedicados exclusivamente aos pacientes pediátricos, tais como “pai

preocupado”, “criança que manca”, “bebé queixoso”, “criança com dor abdominal” ou “falta de ar em criança”,

que, à semelhança dos restantes fluxogramas, apresentam discriminadores gerais (ameaça à vida, dor, hemorragia,

nível de consciência, temperatura e lucidez) e específicos (tais como, por exemplo, “esforço respiratório” no

fluxograma de “falta de ar em criança” ou “vómitos persistentes” em relação ao fluxograma “criança com dor

abdominal”), para atribuir um grau de urgência adequado. Uma das situações que se julga causadora destes erros

de atribuição de urgência é o fato de se utilizarem variáveis como “choque”, “respiração errática”, “via aérea

Page 19: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

comprometida” e “inadequada resposta ao estímulo” na classificação pela MTS, mas não se utilizarem

diretamente os sinais vitais, que podem estar anormais e serem desvalorizados ou mesmo nem reconhecidos. Esta

situação pode ser ainda agravada pelo fato das crianças apresentarem mais frequentemente um conjunto de

sintomas não específicos, que surgem num extenso número de situações patológicas, com um espetro muito díspar

de gravidade, o que condiciona uma maior importância da avaliação sistemática dos sinais vitais. Considera-se

ainda que os fluxogramas particularmente designados às crianças são muito redutores e não abrangem toda a

variedade de situações clinicas que podem levar a criança ao SU (como o caso do fluxograma “criança com mau

estado aparente”, que foca sobretudo parâmetros de doenças infeciosas, tornando difícil a atribuição de um grau

preciso de urgência a uma criança que seja incluída neste fluxograma com uma patologia de foro extra-infecioso.

Assim sendo, a MTS é considerada um método inadequado para categorizar vários dos quadros clínicos com que

os pacientes pediátricos chegam às urgências, particularmente no período neonatal, no caso de crianças que

apresentem um problema não traumático e pacientes mais velhos com febre. (N Seiger et al. 2011; Roukema et

al. 2006; van Veen and Moll 2009; Nienke Seiger et al. 2014)

Face a estas conclusões, algumas alterações foram progressivamente introduzidas no MTS, dirigidas aos doentes

pediátricos. Atualmente é imperativo a avaliação de todos os sinais vitais a qualquer doente pediátrico que se

apresente no SU, independentemente do grau de urgência atribuído, apesar de não ser necessário efetuar um

exame físico completo, com vista à economia de tempo e visto que, à semelhança da MTS para adultos, no caso

das crianças, o objetivo da triagem não é a obtenção de um diagnóstico, mas antes a categorização por graus de

emergência.

Apesar das pequenas remodelações que foram sendo implementadas a nível dos vários discriminadores

específicos dos vários fluxogramas específicos para a idade pediátrica, a MTS continua a não ser o método de

triagem ideal para pacientes em idade pediátrica, sendo superado em vários aspetos pela versão pediátrica da

Canadian Triage and Acuity Scale (paedCTAS), que surgiu em 2001 para suprir lacunas apresentadas pela versão

original da CTAS, no que à triagem pediátrica diz respeito. Neste subsistema de triagem, existem critérios

específicos para alocar pacientes em diferentes níveis de prioridade, construídos em especifico para a população

pediátrica (e mesmo para diferentes faixas etárias dentro da população pediátrica) e que, por essa razão,

apresentam maior fiabilidade que outros sistemas de triagem que pressupõem a aplicação dos critérios da

população adulta na pediatria. Apesar de ainda não haver muitos estudos que avaliem a validade do paedCTAS,

o estudo de maior escala até hoje confere uma taxa de correlação de 90% entre os pacientes admitidos na Unidade

de Cuidados Intensivos e os pacientes que tinham sido previamente triados com o nível 1 ou 2 (os de maior

gravidade) e níveis de boa validade e confiabilidade. (van Veen and Moll 2009; Nienke Seiger et al. 2014)

Em Portugal, o MTS é utilizado em todos os SU integrados em Hospitais Públicos, tendo sido introduzido no

ano de 2000 no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, prática que se alastrou a todos os hospitais em

2004, aquando do Euro 2004, para resposta à procura crescente de cuidados médicos. Na altura da

implementação deste sistema de triagem em território português, o grupo britânico responsável pela criação do

algoritmo de triagem criou e deu formação ao Grupo Português de Triagem, até hoje em funcionamento, cujas

principais funções são a divulgação de informação, a implementação de todas as alterações que vão sendo

Page 20: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

realizadas no sistema, a formação dos profissionais que irão aplicar este sistema, a uniformização dos registos

dos diferentes hospitais e a monotorização, em geral, da aplicação do MTS, com auditorias regulares.

Uma diferença relevante entre a realidade portuguesa e a de muitos outros países em que a MTS é aplicada é que,

em Portugal, os hospitais são pagos em função do tipo de diagnósticos obtidos, o que muitas vezes funciona como

incentivo para uma sobre-investigação etiológica e patofisiológica em contexto de SU o que pode enviesar a

correlação entre a categoria atribuída pelo sistema de triagem e a verdadeira urgência do doente.

Inúmeros estudos utilizados internacionalmente e com alto valor estatístico foram realizados em território

português, sendo que todos eles atribuíram vantagens à utilização da MTS, quer para a instituição prestadora dos

cuidados de saúde, quer para o paciente que recorre ao SU com as mais variadas queixas. Mesmo assim, a

realização de mais estudos, que analisem a validade do sistema de triagem em relação às diferentes variáveis

envolvidas, urge no contexto português para melhor compreender quais os aspetos em que é possível intervir no

sentido de melhorar.

Recentemente tem-se ainda verificado um número cada vez maior de hospitais portugueses que têm vindo a

substituir a tradicional MTS pela paedCTAS nas suas urgências pediátricas. (Moreira 2010; Coutinho, Cecílio,

and Mota 2012; Azeredo et al. 2015; Santos, Freitas, and Martins 2014; Martins, Cuña, and Freitas 2009)

Múltiplos outros sistemas de triagem têm sido implantados nos mais variados SU ao longo do mundo, dos quais

se destacam, pela sua franca evolução e até pela sua expansão internacional, o Gruppo Formazione Triage System,

a Taiwan Triage Scale, a Cape Triage Scale e a Geneva Emergency Triage Scale. (Christ et al. 2010)

Outro aspeto sobre o qual muito pouco foi publicado é sobre a triagem nos países em desenvolvimento. Apesar

de não ser uma prioridade, no que a estes países diz respeito, existe um protocolo da Organização Mundial de

Saúde, no sentido da aplicação de uma escala de triagem particularmente para eles desenvolvida, a Emergency

Triage Assessement and Treatment (ETAT). Enquanto alguns países aplicaram este sistema com sucesso, outros

países em desenvolvimento como a Índia, a Africa do Sul ou o Brasil procuraram métodos de triagem mais

objetivos, tendo, em muitos casos, desenvolvido as suas próprias guidelines ou incorporado sistemas dos países

desenvolvidos. Deve-se ter em conta que os objetivos do mesmo Sistema de Triagem num país desenvolvido e

noutro em desenvolvimento não serão os mesmos e, consequentemente, a avaliação destes mesmos métodos

também variará. Esta variabilidade pode traduzir-se em erros na priorização dos pacientes com consequências

catastróficas na sua saúde, pelo que atualmente é recomendação geral preferir um método local, adaptado às

necessidades, recursos e características da população em questão, em vez da importação de um método

estrangeiro (por falta de validação externa, que pode também resultar de cuidados médicos pós-triagem não

efetivos ou de falta de registos clínicos, enviesando até estas conclusões). (Twomey, Wallis, and Myers 2007)

Page 21: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Considerações Finais

Em função do crescente número de utentes que diariamente recorre ao SU, a triagem tornou-se um elemento

fulcral e indispensável à gestão hospitalar e à qualidade dos serviços médicos, completamente disseminado pelo

mundo desenvolvido e com vantagens comprovadas no outcome dos pacientes bem como na organização

funcional dos SS.

Apesar de ser indiscutível a necessidade de um sistema de triagem no futuro, qual o sistema que irá vigorar, e em

que moldes este funcionará, permanece uma incógnita. A triagem é um processo que se caracteriza por dinamismo

e mutação constante ao longo dos vários passos que a constituem. Precisamente devido a esta realidade, talvez

um dos maiores objetivos futuros neste tema é o da realização de mais estudos, bem como de apreciações

frequentes de forma a escrutinar passo-a-passo quais os discriminadores que conferem maior rigor ao processo,

bem como quais os que enviesam a correta atribuição de graus de urgência, com o objetivo último de desenvolver

um processo seguro e eficaz. Nesse sentido, toda a literatura sobre o processo de triagem foca a necessidade de

auditorias de forma a identificar quais as variáveis que necessitam de melhorar, bem como a continuação dos

projetos que analisam a relação entre as variáveis do sistema de triagem e o resultado final. Atualmente são

recomendados estudos mais aprofundados em relação à formação dos enfermeiros que realizam a triagem e que

consequências advêm das diferentes formações; estudos que analisem de que forma o ambiente físico onde a

triagem é realizada influencia os resultados; estudos específicos sobre cada um dos passos da realização da

triagem e a sua contribuição individual para o outcome final, com destaque para alguns parâmetros mais

controversos como a medição dos sinais vitais, a quantificação da dor (entre outros discriminadores gerais e

específicos, individualmente). O incentivo à realização de auditorias regulares, para análise da evolução dos

valores de sensibilidade, especificidade, correlação intra e inter-observador é também evidente na bibliografia

existente.

Há ainda que valorizar a realização de estudos que comparem os diferentes tipos de triagem, pois o protocolo que

melhor se adapta a uma população num determinado momento da sua existência pode não ser o mesmo à medida

que a história natural deixa a sua marca nesse mesmo povo. Casos há relatados, em que a substituição de um

sistema de triagem por outro com uma metodologia distinta trouxe mais benefícios que a realização de adaptações

sucessivas a um protocolo de triagem que se tornou obsoleto na população em questão. Cabe às autoridades

regulamentadoras dos SS estar a tentos a estas realidades e avaliarem quais as melhores respostas às necessidades

da população (tanto à requisitante como à prestadora de serviços).

Por fim, importa considerar que vivemos num mundo em constante mutação. Os contextos ambientais, sócio-

culturais e económicos modificam-se diariamente e, com essas mudanças, também a população que recorre aos

SS varia ao longo do tempo. Novas doenças surgem quase diariamente, novos patógenos são identificados,

epidemias surgem, alastram e cessam mundialmente, novas indicações terapêuticas são instituídas e cabe aos SS

adaptarem-se a estas variáveis em constante renovação - com destaque para os SU, que, na maioria das vezes

funcionam como porta de entrada para os doentes que recorrem aos serviços médicos, funcionando como uma

interface fulcral na dicotomia paciente/SS.

Page 22: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Amthauer, Camila, and Maria Luzia Chollopetz da Cunha. 2016. “Manchester Triage System: Main

Flowcharts, Discriminators and Outcomes of a Pediatric Emergency Care.” Revista Latino-Americana de

Enfermagem. doi:10.1590/1518-8345.1078.2779.

Azeredo, Thereza Raquel Machado, Helisamara Mota Guedes, Ricardo Alexandre Rebelo de Almeida, Tânia

Couto Machado Chianca, and José Carlos Amado Martins. 2015. “Efficacy of the Manchester Triage

System: A Systematic Review.” International Emergency Nursing 23 (2). Elsevier Ltd: 47–52.

doi:10.1016/j.ienj.2014.06.001.

Bindman, A B. 1995. “Triage in Accident and Emergency Departments.” BMJ (Clinical Research Ed.) 311

(7002): 404.

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2550485&tool=pmcentrez&rendertype=abstra

ct.

Christ, Michael, Florian Grossmann, Daniela Winter, Roland Bingisser, and Elke Platz. 2010. “Modern Triage

in the Emergency Department.” Deutsches Ärzteblatt International 107 (50): 892–98.

doi:10.3238/arztebl.2010.0892.

Clifford-Brown, Joanna, Kirsty Challen, and Brendan Ryan. 2010. “What Happens at Triage: A Naturalistic

Observational Study.” Emergency Medicine Journal : EMJ 27 (12): 931–33.

doi:10.1136/emj.2009.078774.

Cooke, M W, and S Jinks. 1999. “Does the Manchester Triage System Detect the Critically Ill?” Journal of

Accident & Emergency Medicine 16 (3): 179–81. doi:10.1136/emj.16.3.179.

Coutinho, Ana Augusta Pires, Luiz Carlos de Oliveira Cecílio, and Joaquim Antônio César Mota. 2012.

“Classificação de Risco Em Serviços de Emergência: Uma Discussão Da Literatura Sobre O Sistema de

Triagem de Manchester.” Revista Médica De Minas Gerais 22 (2): 188–98.

http://www.medicina.ufmg.br/rmmg/index.php/rmmg/article/viewArticle/520.

de Souza, Cristiane Chaves, Francielli Aparecida Araújo, and Tânia Couto Machado Chianca. 2015. “Scientific

Literature on the Reliability and Validity of the Manchester Triage System (MTS) Protocol: A Integrative

Literature Review.” Revista Da Escola de Enfermagem 49 (1): 144–51. doi:10.1590/S0080-

623420150000100019.

Funderburke, Paula. 2008. “Exploring Best Practice for Triage.” Journal of Emergency Nursing 34 (2): 180–82.

doi:10.1016/j.jen.2007.11.013.

Ganley, L., and A. S. Gloster. 2011. “An Overview of Triage in the Emergency Department.” Nursing Standard

26 (12): 49–56. doi:10.7748/ns2011.11.26.12.49.c8829.

Guedes, Helisamara Mota, José Carlos Amado Martins, and Tânia Couto Machado Chianca. 2015. “Predictive

Value of the Manchester Triage System: Evaluation of Patients’ Clinical Outcomes.” Revista Brasileira de

Enfermagem 68 (1): 40–45, 45–51. doi:10.1590/0034-7167.2015680107p.

Krey, J. 2016. “Klinische Ersteinsch??tzung in Der Notaufnahme: Vergleichende Evaluation 4 International

Bestehender Triagesysteme.” Medizinische Klinik - Intensivmedizin Und Notfallmedizin 111 (2): 124–33.

doi:10.1007/s00063-015-0069-0.

Lin, Daren, and Andrew Worster. 2013. “Predictors of Admission to Hospital of Patients Triaged as Nonurgent

Using the Canadian Triage and Acuity Scale.” Canadian Journal of Emergency Medicine 15 (6): 353–58.

doi:10.2310/8000.2013.130842.

Manos, Daria, David A Petrie, Robert C Beveridge, Stephen Walter, and James Ducharme. 2016. “EM A

DVANCES • P ROGRÈS DE LA MU Inter-Observer Agreement Using the Canadian Emergency

Department Triage and Acuity Scale” 4 (1): 16–22.

Martins, H M G, L M De Castro Dominguez Cuña, and P Freitas. 2009. “Is Manchester (MTS) More than a

Triage System? A Study of Its Association with Mortality and Admission to a Large Portuguese Hospital.”

Emergency Medicine Journal : EMJ 26 (3): 183–86. doi:10.1136/emj.2008.060780.

Page 23: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Moreira, Cátia. 2010. “Avaliação de Uma Implementação Do Sistema de Triagem de Manchester : Que

Realidade ?,” 78.

Murray, Michael, Michael Bullard, and Eric Grafstein. 2004. “Revisions to the Canadian Emergency

Department Triage and Acuity Scale Implementation Guidelines.” Canadian Journal of Emergency

Medicine 6 (6): 421–27. doi:10.2310/8000.2014.012014.

Parenti, Nicola, Maria Letizia Bacchi Reggiani, Primiano Iannone, Daniela Percudani, and Dawn Dowding.

2014. “A Systematic Review on the Validity and Reliability of an Emergency Department Triage Scale,

the Manchester Triage System.” International Journal of Nursing Studies 51 (7). Elsevier Ltd: 1062–69.

doi:10.1016/j.ijnurstu.2014.01.013.

Robertson-Steel, I. 2006. “Evolution of Triage Systems.” Emergency Medicine Journal 23 (2): 154–55.

doi:10.1136/emj.2005.030270.

Roukema, J, E W Steyerberg, A van Meurs, M Ruige, J van der Lei, and H a Moll. 2006. “Validity of the

Manchester Triage System in Paediatric Emergency Care.” Emergency Medicine Journal 23 (12): 906–10.

doi:10.1136/emj.2006.038877.

Santos, André Peralta, Paulo Freitas, and Henrique Manuel Gil Martins. 2014. “Manchester Triage System

Version II and Resource Utilisation in the Emergency Department.” Emergency Medicine Journal : EMJ

31 (2): 148–52. doi:10.1136/emermed-2012-201782.

Schuetz, Philipp, Pierre Hausfater, Devendra Amin, Sebastian Haubitz, Lukas Fässler, Eva Grolimund,

Alexander Kutz, et al. 2013. “Optimizing Triage and Hospitalization in Adult General Medical Emergency

Patients: The Triage Project.” BMC Emergency Medicine 13: 12. doi:10.1186/1471-227X-13-12.

Seiger, N, M van Veen, E W Steyerberg, M Ruige, A H J van Meurs, and H A Moll. 2011. “Undertriage in the

Manchester Triage System: An Assessment of Severity and Options for Improvement.” Archives of

Disease in Childhood 96 (7): 653–57. doi:10.1136/adc.2010.206797.

Seiger, Nienke, Mirjam Van Veen, Helena Almeida, Ewout W. Steyerberg, Alfred H J Van Meurs, Rita

Carneiro, Claudio F. Alves, Ian Maconochie, Johan Van Der Lei, and Henriëtte A. Moll. 2014. “Improving

the Manchester Triage System for Pediatric Emergency Care: An International Multicenter Study.” PLoS

ONE 9 (1): 1–8. doi:10.1371/journal.pone.0083267.

Storm-Versloot, Marja N., Dirk T. Ubbink, Johan Kappelhof, and Jan S K Luitse. 2011. “Comparison of an

Informally Structured Triage System, the Emergency Severity Index, and the Manchester Triage System to

Distinguish Patient Priority in the Emergency Department.” Academic Emergency Medicine 18 (8): 822–

29. doi:10.1111/j.1553-2712.2011.01122.x.

Storm-Versloot, Marja N, Hester Vermeulen, Nienke van Lammeren, Jan S K Luitse, and J Carel Goslings.

2014. “Influence of the Manchester Triage System on Waiting Time, Treatment Time, Length of Stay and

Patient Satisfaction; a before and after Study.” Emergency Medicine Journal : EMJ 31: 13–18.

doi:10.1136/emermed-2012-201099.

Twomey, Michele, Lee a Wallis, and Jonathan E Myers. 2007. “Limitations in Validating Emergency

Department Triage Scales.” Emergency Medicine Journal : EMJ 24: 477–79.

doi:10.1136/emj.2007.046383.

van der Wulp, Ineke, Leontien M Sturms, Annemarie de Jong, Marian Schot-Balfoort, Augustinus J P

Schrijvers, and Henk F van Stel. 2011. “Pain Assessments at Triage with the Manchester Triage System: A

Prospective Observational Study.” Emergency Medicine Journal : EMJ 28 (7): 585–89.

doi:10.1136/emj.2009.085696.

van Veen, Mirjam, and Henriette a Moll. 2009. “Reliability and Validity of Triage Systems in Paediatric

Emergency Care.” Scandinavian Journal of Trauma, Resuscitation and Emergency Medicine 17: 38.

doi:10.1186/1757-7241-17-38.

Vegting, I. L., N. Alam, K. Ghanes, O. Jouini, F. Mulder, M. Vreeburg, T. Biesheuvel, et al. 2015. “What Are

We Waiting for? Factors Influencing Completion Times in an Academic and Peripheral Emergency

Department.” Netherlands Journal of Medicine 73 (7): 331–40.

Page 24: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Agradecimentos

A realização desta dissertação contou com importantes apoios e incentivos sem os quais não se teria tornado

uma realidade . Agradeço especialmente todo o apoio, disponibilidade, compreensão e simpatia por parte da

Prof.ª Dr.ª Guilhermina Rego, que ao longo dos últimos meses foi incansável na resposta às minhas dúvidas e

na orientação do trabalho, contribuindo sempre com sugestões oportunas e críticas construtivas,

indispensáveis à elaboração do trabalho.

Agradeço também a todos os professores que me acompanharam ao longo do curso pois, sem os

conhecimentos e os princípios que me transmitiram durante este, nunca teria sido possível achegar até aqui.

Aos meus pais, quero agradecer por todo o apoio incondicional ao longo destes 6 anos, por toda a (muita)

paciência, por todos os sacrifícios e por todo o incentivo que sempre me transmitiram: à minha mãe, sem a

qual nunca teria passado sequer da primeira semana de curso, pelas horas infindáveis ao meu lado a ajudar-

me em tudo ao seu alcance e pelo “curso de medicina” que foi tirando ao longo de 6 anos, desde os dramas

de Anatomia I até ao drama que é o temível Harrison; e ao meu pai, que, para além de incentivo,

preocupação e proteção permanente, que tantas horas de sono lhe tiraram, me deu a maior prova de carinho

ao me levar a todo e qualquer exame que fiz durante 6 anos na FMUP.

Ao meu irmão, uma versão de mim melhorada em todos os aspetos, um atleta sobredotado com veia de

humorista, com a esperança que encontre aquilo que o fará feliz ao longo da vida, como eu encontrei em

Medicina e com o desejo de poder estar sempre ao lado dele para partilhar dessa felicidade.

Aos meus avós, que “simplesmente” me criaram e me transmitiram os valores e as ambições que me

trouxeram até aqui.

Aos meus “amigos de Chaves”, únicos e insubstituíveis, que ao longo destes anos tanto souberam

desencaminhar-me como dar-me palavras de força e apoio quando necessário, sem vocês duvido que este

percurso tivesse sido possível e certamente teria sido muito menos divertido; que este seja apenas mais um

dos muitos momentos importantes que partilhamos ao longo das nossas vidas e que tenho a certeza que

continuaremos a partilhar.

Aos meus amigos da faculdade, que já parecem amigos de há dezenas de anos, por terem transformado todos

os dias que passei na FMUP uma verdadeira viagem alucinante. Por todos os desesperos pré-exames, por

todas as noitadas de estudos, por todos os (muitos) momentos de “descompensamento”, por todas as pausas,

por todos os cafés, por todos os jantares, por todas as saídas, por todas as fotos, por todas as conversas que

descambaram, por todos os ataques de riso, por todas as paredes seguradas; por tudo e ainda mais.

Page 25: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Anexos

1. Normas de publicação

Page 26: Triagem de Manchester, que futuro? Manchester Triage Scale ......Scale- CTAS e, finalmente, o Manchester Triage Scale-MTS, os quais partilham um objetivo comum: a distinção entre

Fevereiro • �006

Revista Portuguesa de Gestão & Saúde

Normas de Publicação

Enviar correspondência para:Revista Portuguesa de

Gestão & SaúdeAvenida Cidade de Montgeron, �1�

4490-40� – Póvoa de VarzimFax: �5� 688 939

E-mail: [email protected]

ARevista Portuguesa de Gestão & Saúde (RPGS) tem como

objectivo analisar artigos, estudos e casos na área da gestão em saúde a partir de uma orientação científica. Por isso, apresentamos um conjun-to de procedimentos formais que devem ser seguidos nos trabalhos a publicar, com o objectivo de os ho-mogeneizar, diminuindo o trabalho complexo e moroso na revisão for-mal dos artigos e facilitando a tarefa dos avaliadores da RPGS.Foram definidas as seguintes nor-mas científicas de publicação que deverão ser seguidas pelos autores:1. Todos os leitores com investi-

gação académica ou jornalística na área da Gestão em Saúde podem submeter trabalhos originais no formato de artigos, estudos, casos ou resumos de teses de mestrado ou doutora-mento. Também se aceitam resu-mos de livros, na área da Gestão em Saúde, notícias das institui- ções e eventos académicos.

�. Os trabalhos devem ser redigi-dos em português, no formato Word, em Times New Roman, corpo de letra 1� e espaço e meio. Os artigos, estudos e casos podem ter a extensão máxima de 30 mil caracteres (o equiva-lente a cerca de 15 páginas A4 dactilografadas), incluindo espa-ços, resumos, palavras-chave, CV, figuras, tabelas e gráficos, notas e referências bibliográficas.

3. Em todas as propostas deverão constar os CV resumidos (no máximo de 4 linhas) dos auto-res, em português e em inglês, i.e., enquadramento institucional, grau académico, funções actuais, e-mail, telefone e morada para envio de correspondência.

4. A fim de intensificar e promover o intercâmbio entre a comuni-dade científica nacional e inter-nacional, os trabalhos têm de incluir, para além do título em português e inglês, o resumo em português e o abstract em inglês, cada um com não mais de 1.000 caracteres. O resumo/abstract deve expor o objectivo do tra-balho, a metodologia seguida no mesmo, os resultados obtidos e as conclusões apresentadas.

5. Após o resumo e o abstract é indispensável a indicação das palavras-chave e key-words, res-pectivamente, representativos do trabalho (no máximo de 5).

6. Os trabalhos devem ser ordena-dos da seguinte forma: página com título na língua original, nomes, e-mails e CV resumidos dos au-tores em português e inglês (pela ordem da língua original), seguido à parte da repetição do título na língua original, re-sumo/abstract (conforme a língua do trabalho, aparece a do original primeiro), palavras- -chave/key-words (conforme a língua do trabalho), título tra-duzido para português ou inglês (conforme a língua do trabalho), data da conclusão do trabalho, texto, notas referências biblio-gráficas e anexos.

7. As referências bibliográficas apre-sentadas devem ser integradas no texto de acordo com o sis-tema “apelido, data” (i.e., Hughes, �000). Em caso de citações tex-tuais, deve acrescentar-se o nú-mero da(s) página(s). Exemplos:“Consequentemente, Shah

(1998) classifica-a como…”;“Como é referido por Kelly

(1995, p. 62) …”;“Relativamente às expectati-

vas do público, David (1975, pp. 47-50) …”;

Diversos autores: (Farr e oscovi-ci, 1984) ou (Lewin et. al., 1944).

8. A lista de referências bibliográfi-cas, obrigatória e a incluir no final do texto, será organizada alfabe-ticamente e deverá obedecer ao formato dos exemplos seguintes:Livro: CAMERON, K. and

QUINN, R. (1999). Diagnosing and Changing Organizational Culture. EUA: Addison-Wesley.

Livro traduzido: SCHUMPE-TER, J. (1934). The Theory of Economic Development. Trad. R. Opie da �ª ed. alemã (19�6). Cambridge: Harvard Universi-ty Press. [no corpo do texto deve referir-se: “SCHUMPE-TER (1926/1934) …”]

Capítulo de livro: LOVEMAN, G. (1994), «An assessment of the productivity impact on information technologies». In T. Allen e M. Scott-Morton (eds.), Information Technolo-gy and the Corporation of the 1990s: Research Studies. Cam-bridge: MIT Press, pp. 84-110.

Artigo de publicação: OR-TON, J. and WEICK, K. (1990). «Loosely Coupled Systems: A Reconceptualization». Acade-my of Management Review, vol.

15, n.º �, pp. �03-��3.Comunicação em reunião

científica: MOSS, Larissa (1998). «Dirty data: diffusing the bomb that can destroy your data warehouse». Chicago Confe-rence on DQ, Fevereiro.

Working Paper: BUCHHERT, Lee C. and GULATI, Mitu G. (�00�). «Sovereign Bonds and the Collective Will». George-town University Law Center, Working Paper no. 34, Março.

Dissertação não publicada: NASCIMENTO, G. (�003). «A Gestão Estratégica das Pesso-as e o Desenvolvimento Orga-nizacional». Tese de Mestrado não publicada. Lisboa: ISCTE.

Sítio na Web: MOSS, Larissa. «Data cleansing – dichotomy of data warehousing?». http://www.dmreview.com/issues.1998/Feb/articles/feb98-46.htm.

9. A publicação dependerá da ava-liação anónima dos membros do Conselho Científico da RPGS. O Director e a Redacção reser-vam-se ao direito de não publi-car os originais a que o Conse-lho Científico não atribua nível adequado ou que não obedeçam às normas aqui referidas. Os autores serão avisados da sua publicação num prazo máximo de três meses. Poderão ser su-geridas pistas para o aperfeiço-amento dos trabalhos. Em cada trabalho serão indicadas as datas de recepção e de aceitação.

10. O material deve ser entregue em suporte electrónico, sendo preferível em anexo de e-mail.

11. O envio de um trabalho implica compromisso por parte dos au-tores de publicação exclusiva na RPGS, sendo o trabalho da sua inteira responsabilidade.

1�. Os originais aceites para publica-ção ficam propriedade editorial da RPGS. Qualquer reprodução integral ou parcial dos mesmos só pode ser efectuada após au-torização escrita do Director ou da Redacção e requerem refe-rência à RPGS. Os originais não publicados não serão devolvidos.