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CCB UFV / XVII SIC / NOVEMBRO DE 2007 / BIOLOGIA VEGETAL ALTERAÇÕES MORFOANATÔMICAS OCASIONADAS PELAS EMISSÕES DE UMA USINA DE PELOTIZAÇÃO SOBRE A LÂMINA FOLIAR DE Psidium guineense SW. (MYRTACEAE) Débora Evelyn de Freitas Assis (Bolsista Bic-Júnior/UFV); Diego Ismael Rocha (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Luzimar Campos Silva (Orientadora) A poluição do ar é um problema global uma vez que, a maioria dos poluentes gasosos pode ser transportada a quilômetros do local de emissão. As substâncias poluentes contaminam o ar e a água, promovem a destruição das florestas e o desaparecimento de espécies da fauna e da flora. Diante disso, objetivou-se avaliar as prováveis alterações anatômicas e micromorfológicas ocorrentes em Psidium guineense SW. (Myrtaceae) em relação à poluição emitida por uma usina de pelotização. Amostras da porção mediana de folhas expandidas de P. guineense foram coletadas em dois locais no Espírito Santo, um, no Parque Estadual Paulo César Vinha, que se encontra a 20 km de uma usina de pelotização e outro, num remanescente de restinga localizado a 800m da usina. As amostras foram fixadas em Karnovsky. Para microscopia de luz os fragmentos foliares foram incluídos em historesina e seccionados em cortes seriados de 5 μm. Para microscopia eletrônica de varredura as amostras foram desidratadas em série etílica crescente e secas ao ponto crítico. A análise anatômica da lâmina foliar de P. guineense mostrou alterações em função da exposição à poluição, especialmente no floema, cujas células ficaram colapsadas e com grande produção de compostos fenólicos. As principais alterações ocorreram na epiderme, que em algumas regiões apresentaram-se colapsadas, e na hipoderme, que evidenciaram pseudoplasmólise e maior produção de compostos fenólicos. Na micromorfologia foliar de P. guineense foram verificadas cristas estomáticas flácidas e tricomas murchos na face abaxial da folha, enquanto que na face adaxial ocorreram hipertrofia celular, infestação de hifas fúngicas e pseudoplasmólise das células. As alterações anatômicas e micromorfológicas encontradas em P. guineense evidenciam que 137

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ALTERAÇÕES MORFOANATÔMICAS OCASIONADAS PELAS EMISSÕES DE UMA USINA DE PELOTIZAÇÃO SOBRE A LÂMINA FOLIAR DE Psidium guineense SW. (MYRTACEAE)

Débora Evelyn de Freitas Assis (Bolsista Bic-Júnior/UFV); Diego Ismael Rocha (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Luzimar Campos Silva (Orientadora)

A poluição do ar é um problema global uma vez que, a maioria dos poluentes gasosos pode ser transportada a quilômetros do local de emissão. As substâncias poluentes contaminam o ar e a água, promovem a destruição das florestas e o desaparecimento de espécies da fauna e da flora. Diante disso, objetivou-se avaliar as prováveis alterações anatômicas e micromorfológicas ocorrentes em Psidium guineense SW. (Myrtaceae) em relação à poluição emitida por uma usina de pelotização. Amostras da porção mediana de folhas expandidas de P. guineense foram coletadas em dois locais no Espírito Santo, um, no Parque Estadual Paulo César Vinha, que se encontra a 20 km de uma usina de pelotização e outro, num remanescente de restinga localizado a 800m da usina. As amostras foram fixadas em Karnovsky. Para microscopia de luz os fragmentos foliares foram incluídos em historesina e seccionados em cortes seriados de 5 μm. Para microscopia eletrônica de varredura as amostras foram desidratadas em série etílica crescente e secas ao ponto crítico. A análise anatômica da lâmina foliar de P. guineense mostrou alterações em função da exposição à poluição, especialmente no floema, cujas células ficaram colapsadas e com grande produção de compostos fenólicos. As principais alterações ocorreram na epiderme, que em algumas regiões apresentaram-se colapsadas, e na hipoderme, que evidenciaram pseudoplasmólise e maior produção de compostos fenólicos. Na micromorfologia foliar de P. guineense foram verificadas cristas estomáticas flácidas e tricomas murchos na face abaxial da folha, enquanto que na face adaxial ocorreram hipertrofia celular, infestação de hifas fúngicas e pseudoplasmólise das células. As alterações anatômicas e micromorfológicas encontradas em P. guineense evidenciam que esta espécie recebe os impactos da poluição e reforça a necessidade de implantação de medidas que visem a minimização das emissões de poluentes pela usina de pelotização. (FAPEMIG)

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ANÁLISE QUALITATIVA DO PERFIL DE PROTEÍNAS DE SEMENTES DE SOJA MUTADAS COM IRRADIAÇÃO GAMA

Julierme Kellen de Freitas Guimarães (Bolsista PIBIC/FAPEMIG), Aparecida das Dores Teixeira (Estagiária voluntária), Fernanda Aparecida Rodrigues Guimarães (Bolsista PIBIC/CNPq), Márcia Flores da Silva (Colaboradora), Adesio Ferreira (Colaborador), Everaldo Gonçalves de Barros (Docente colaborador), Maurilio Alves Moreira (Orientador)

As sementes de soja contêm mais proteína que qualquer outra espécie vegetal utilizada comercialmente, com teor médio protéico de 40%. As proteínas presentes em maior quantidade no grão de soja são as proteínas de reserva, glicinina e β-conglicinina que perfazem um total de 70%. A glicinina é constituída de polipeptídios ácidos (A1a, A1b, A2, A3, A4 e A5) e básicos (B1a, B1b, B2, B3 e B4), que se associam formando diferentes subunidades que caracterizam as proteínas de coeficiente de sedimentação 11S (com maior conteúdo de metionina). Nos programas de melhoramento agentes mutagênicos, podem induzir mutações nos genótipos ampliando a variabilidade genética da soja. O Programa de Melhoramento da Qualidade da Soja do BIOAGRO/UFV objetiva desenvolver linhagens com alto teor protéico. Este trabalho está inserido neste programa e teve como objetivo caracterizar qualitativamente o perfil protéico de sementes, da cultivar Vencedora, que foram irradiadas com raios gama em três diferentes tratamentos nas intensidades de 100, 200 e 300 Gy. Para cada tratamento foram analisadas duas sementes (geração M2) de 40, 50 e 50 plantas, respectivamente. Esse trabalho teve caráter preliminar visto que as plantas avaliadas ainda estão segregando. A análise do extrato protéico foi feita por eletroforese SDS-PAGE 14%. Pela análise visual foi possível detectar um mutante para a ausência do polipeptídio A4 segregando em uma das plantas do tratamento de 200 Gy. A análise foi repetida e o mesmo resultado encontrado, entretanto é necessário analisar mais sementes da mesma planta em gerações mais avançadas. Além disso, análises quantitativas deverão ser realizadas a fim de se obter informações complementares a este estudo. Este resultado sugere que as mutações induzidas podem ter causado alterações protéicas de interesse para o melhoramento e que outras análises em um maior número de sementes devem ser avaliadas. (FAPEMIG)   

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ANÁLISE SINTOMATOLÓGICA E MICROMORFOMÉTRICA EM Genipa americana L. (RUBIACEAE) SUBMETIDA À CHUVA ÁCIDA SIMULADA

Letícia Nalon Castro (Bolsista PIBIC/CNPq); Luzimar Campos da Silva (Orientadora)

A Mata Atlântica é uma das grandes prioridades para a conservação da biodiversidade em todo o continente americano. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais hídricos, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem escarpas e encostas das serras, além de preservar um imenso patrimônio histórico e cultural. O Parque Estadual do Rio Doce (PERD), maior área de floresta tropical sob proteção legal de Minas Gerais, é considerado um dos redutos finais da Mata Atlântica. No entanto, está sujeito a uma grande pressão antrópica e ao impacto de poluentes. Objetivando-se examinar estruturalmente as respostas de Genipa americana à chuva ácida, mudas com cerca de quatro meses de idade, foram submetidas à chuva simulada pH 4,5 e pH 6,0 (controle). Foram aplicados 20 min diários de chuva durante 13 dias consecutivos, avaliando-se diariamente o surgimento de sintomas visuais. Para as análises micromorfométricas, foram coletadas folhas em expansão e aparentemente sadias. Amostras (n=5) foram fixadas em Karnovsky, desidratadas em série etílica e incluídas em historesina. Cortes com 11μm de espessura foram corados com azul de toluidina e as lâminas, montadas em “permount”. As observações e a documentação fotográfica foram feitas com o auxílio de um fotomicroscópio e as imagens, analisadas com o auxílio do programa Image – Pro Plus 4.5. Não foram observados sintomas visuais, assim como não ocorreram alterações na espessura da epiderme das faces adaxial e abaxial da folha e do parênquima paliçádico nas plantas submetidas à chuva ácida em relação ao controle. Foi observado aumento de 20,91% na espessura do parênquima lacunoso nas plantas expostas à chuva ácida, o que pode estar relacionado à ocorrência de alterações fisiológicas em resposta ao tratamento. As análises micromorfométricas indicaram alterações estruturais em resposta à chuva ácida na ausência de sintomas visuais, permitindo avaliar precocemente as alterações provocadas nas plantas expostas à poluição. (CNPq)

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ANATOMIA QUANTITATIVA COMO FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO  DA PLASTICIDADE FOLIAR DE Ocimum selloi (LAMIACEAE) SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO

Diogo Brito de Almeida (Bolsista PIBIC/ CNPq); Marília Contin Ventrella (Orientadora), Lin Chau Ming (Membro externo/UNESP)

Ocimum selloi (Lamiaceae), conhecido popularmente como alfavaca, é uma espécie cujas folhas e inflorescências são utilizadas como condimento e medicinal, devido à presença de óleo essencial rico em terpenos. Com o objetivo de avaliar o efeito do sombreamento sobre a plasticidade foliar de O. selloi por meio de métodos anatômicos quantitativos, foi instalado um experimento com quatro níveis de sombreamento (0%, 30%, 50% e 70%) e quatro repetições, em esquema fatorial. De cada parcela, foi coletada a segunda folha completamente expandida, fixada em FAA50 e estocada em etanol 70%. Para a obtenção de seções transversais, o material foi incluído em metacrilato, seccionado em micrótomo rotativo e corado com azul de toluidina; e, para o estudo de superfície, o material foi diafanizado. As imagens foram capturadas em fotomicroscópio e avaliadas com o programa computacional Image Pro-plus e com microscópio de luz acoplado em câmara clara. Há uma tendência de diminuição da espessura do limbo com o  sombreamento, devido, principalmente, à diminuição da espessura dos parênquimas paliçádico e lacunoso. A epiderme e seus componentes apresentaram pouca ou nenhuma variação em relação ao sombreamento. As características anatômicas quantitativas que mais variaram de acordo com os níveis de sombreamento foram a área total da região da nervura mediana e, na região intervenal, a espessura do limbo e dos parênquimas paliçádico e lacunoso.  Pode-se concluir que a folha de O. selloi tem grande plasticidade anatômica sob condições de sombreamento. (CNPq)  

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ASPECTOS ESTRUTURAIS DE NECTÁRIOS FLORAIS DE Calolisianthus speciosus (GENTIANACEAE) 

Alice de Souza Silveira (Estagiária voluntária); Marina Neves Delgado (Pós-graduanda MS);  Aristéa Alves Azevedo (Orientadora); Daniela dos Santos Lucindo  (Bolsista BIC-Júnior); Marta Maria dos Santos (Bolsista BIC-Júnior) 

Algumas espécies de Gentianaceae apresentam nectários em suas sépalas que por estarem localizados nos órgãos reprodutivos são denominados nectários florais. Os nectários florais podem desempenhar função direta na polinização, sendo denominados nectários nupciais, ou podem exercer uma função indireta sendo caracterizados como nectários extranupciais. Devido a grande importância ecológica dos nectários florais (NFs), botões florais de Calolisianthus speciosus foram fixados em FAA50 e submetidos às técnicas usuais de anatomia para microscopia de luz. Os NFs, distribuídos nos flancos do cálice,  são em forma de fenda e possuem intensa atividade secretora demonstrada pela presença de gotas de néctar em sua superfície. Grupos de  3-5 células em arranjo de roseta, com um canal central, estão situados em depressões da epiderme. Essas células secretoras possuem núcleo evidente, citoplasma denso e paredes anticlinais, que delimitam o canal, fortemente coradas com safrablau. Por meio do canal, a secreção com açúcar é liberada para o meio externo. As unidades secretoras são denominadas de nectaríolos e um conjunto de nectaríolos forma o nectário que está localizado na base do cálice, na face abaxial da sépala. Tais glândulas são classificadas como nectários florais não usuais, ou nectaríolos, por serem formadas por poucas células. O início da atividade secretora ocorre no começo do período de floração de C. speciosus e persiste durante toda a época reprodutiva da planta que, durante o período de observações (outubro de 2006 a agosto de 2007), ocorreu  de janeiro a maio. Os NFs são intensamente visitados por formigas. Desta forma, o papel desempenhado por estes insetos na polinização ou na proteção contra herbivoria necessita ser investigado. (FAPEMIG; CNPq)

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AVALIAÇÃO  DO POTENCIAL DE Spondias dulcis FORST. F. (ANACARDIACEAE) COMO BIOINDICADORA DO IMPACTO DAS IMISSÕES DE FLUORETO

Naiara Viana Campos (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Aristéa Alves Azevedo (Orientadora), Bruno Francisco Sant’Anna-Santos (Pós-graduando DS), Thiago Gonçalves Alves (Bolsista PIBIC/CNPq),  Vânia Maria Valente (Pós-graduanda DS) e Marco Antônio Oliva (Docente colaborador)

O uso de parâmetros morfoanatômicos em bioindicadores tem se mostrado fundamental no monitoramento da poluição atmosférica. Objetivou-se verificar, em campo, o potencial de Spondias dulcis como bioindicadora da poluição por flúor, analisando-se as alterações morfológicas e estruturais promovidas pelo poluente nas folhas, e selecionar características diagnósticas a serem utilizadas na bioindicação. Plantas com cerca de três meses de idade foram expostas à imissão de fluoreto nas adjacências de uma fábrica de alumínio, em Ouro Preto, MG, durante 9 dias, estando a estação referência em Viçosa, MG. Após 3, 6 e 9 dias de experimento folhas (n=5) foram coletadas para análises de porcentagem de área foliar necrosada e quantificação de flúor na matéria seca. Para análises microscópicas foi feita apenas uma coleta aos 3 dias (3DAE). As amostras foram submetidas ás técnicas usuais em anatomia e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Aos 9 dias de experimento o teor de fluoreto acumulado nas plantas foi cerca de 29.04 vezes maior em comparação com o das plantas na estação referência. Nas plantas expostas em Ouro Preto 59% da área foliar total apresentava-se necrosada. Ao MEV, foram observadas alterações no formato das células epidérmicas, da face abaxial, obliteração dos estômatos e ruptura da crista estomática. Não foi observada a presença de compostos fenólicos na região da nervura mediana aos 3 dias após exposição em Ouro Preto, havendo ainda uma redução média, não significativa, de 4% na espessura total da folha. Esse trabalho confirma a elevada sensibilidade, especificidade dos sintomas e alta correlação entre sintomatologia e teores de flúor em S. dulcis, ratificando o potencial dessa espécie como bioindicadora de reação, já verificado em trabalho de chuva simulada.

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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS IMISSÕES DE FLUORETO SOBRE A ESTRUTURA FOLIAR DE Spondias dulcis FORST. F. (ANACARDIACEAE) UTILIZANDO-SE DE PARÂMETROS MACRO E MICROSCÓPICOS

Thiago Goncalves Alves (Bolsista PIBIC/CNPq); Bruno Francisco Sant’Anna-Santos (Pós-graduando DS); Aristéa Alves Azevedo (Orientador); Naiara Viana Campos (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Vânia Maria Moreira Valente (Pós-graduanda DS), Marco Antonio Oliva Cano (Docente Colaborador) 

O uso de plantas tem se revelado uma metodologia adequada e de baixo custo para a detecção dos efeitos de poluentes atmosféricos sobre os organismos. Desta forma, objetivou-se avaliar o impacto das imissões de fluoreto de uma fábrica de alumínio sobre Spondias dulcis, espécie tropical arbórea sensível, e selecionar características diagnósticas a serem utilizadas em programas de biomonitoramento, utilizando Urochloa maxima como espécie de referência. As plantas foram expostas em Ouro Preto (MG), nas adjacências da fonte emissora, e em Viçosa (MG), estação de referência, durante 5 dias consecutivos. No fim do experimento, o teor de flúor na matéria seca das plantas expostas ao poluente, em comparação com as plantas da estação referencia, foi 38.34 vezes maior em U. maxima e 25.22 em S. dulcis, confirmando o grande potencial de acúmulo de flúor por gramíneas. Necroses e cloroses surgiram 72 e 96 h após o início do experimento, em S. dulcis e U. máxima, respectivamente, sugerindo uma maior susceptibilidade da primeira ao poluente. Alterações microscópicas foram observadas em ambas as espécies, porém S. dulcis sofreu vários tipos de danos anatômicos como plasmólise, hipertrofia, retração do protoplasto, acúmulos de compostos fenólicos, amido e grânulos em folhas sem injúrias visíveis. A espessura da folha não se alterou devido às imissões de flúor, quando comparadas com as do grupo de referência. As análises microscópicas possuem grande valor no estudo de bioindicação e a elevada sensibilidade, grande correlação entre sintomatologia e teor de flúor, aliados aos danos microscópicos precoces, sugerem S. dulcis como um potencial bioindicador de reação e os caracteres morfoanatômicas como biosensores promissores, em um experimento de biomonitoramento ativo. Todavia, é de fundamental importância avaliar o potencial de padrões específicos para se obter um diagnóstico preciso de injúrias causadas pelo flúor.

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 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DO EFEITO DE CuSO4 EM AMBIENTES AQUÁTICOS

Mateus Dias Nunes (Estagiário voluntário); Elisa Bicalho Monteze (Estagiário voluntário); Carlos Henrique Stopato (Estagiário voluntário); Rosane Aguiar (Orientadora) 

O fitoplâncton é o conjunto de organismos aquáticos microscópicos, com capacidade fotossintética e, que vivem flutuando na coluna de água. O fitoplâncton encontra-se na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos Além disso, é o responsável pela produção de cerca de 98% do oxigênio produzido para a atmosfera terrestre. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da aplicação de CuSO4 (algicida), em laboratório, sobre o fitoplâncton isolado de um ambiente aquático dulcícola. Foi realizada uma coleta no lago do Horto, caracterizado como não eutrofizado, localizado no Campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O experimento foi realizado em 2006, nos meses de outubro e novembro, no Laboratório da Unidade de Crescimento de Plantas (UCP-UFV). As amostras foram distribuídas em potes uniformes (volumes iguais). Metade do material foi enriquecido com solução nutritiva de Hoagland e a outra metade com água destilada (sem nutrientes). Em cada coleta foram determinados os seguintes parâmetros físicos da água: pH, temperatura e turbidez. Após 10 dias de crescimento, as amostras com solução de Hoagland receberam o algicida CuSO4, na concentração de 1mg/L. Os resultados mostraram que não houve variação na temperatura da água dos potes. O  pH dos potes enriquecidos foi em média 1.5 menor em relação ao controle. A turbidez não apresentou variação significativa. O crescimento do fitoplanctôn (produção de biomassa) foi monitorado pela contagem do número de células por mL, utilizando-se microscópio óptico e câmara de Neubauer. Observou-se que nos controles houve elevada mortalidade celular associada a presença de acinetos. Nos potes enriquecidos não foram observados  acinetos, porém, houve uma diminuição drástica do crescimento, após a aplicação do CuSO4. O sulfato de cobre mostrou ser um agente nocivo ao fitoplâncton, entretanto, não foi capaz de causar mudanças significativas nos parâmetros físicos da água, durante o período amostrado. (FAPEMIG)

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CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA ASSOCIAÇÃO MICORRÍZICA EM Pleurothallis teres e Pleurothallis prolifera (ORCHIDACEAE) OCORRENTES EM UM AFLORAMENTO ROCHOSO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO (MG)

Diego Ismael Rocha (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Renata Maria Strozi Alves Meira (Orientadora); Luzimar Campos da Silva (Docente colaborador)  

A associação micorrízica em Orchidaceae é essencial para a germinação, desenvolvimento do embrião e estabelecimento da planta. Objetivou-se caracterizar anatomicamente a associação micorrízica em Pleurothallis teres e P. prolifera. Amostras das raízes foram coletadas no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro a 1722 m de altitude. Fragmentos, de 20 a 30 mm de comprimento, foram submetidos a testes histoquímicos e fixados em FAA50, estocados em etanol 70% e processados para microscopia de luz, conforme metodologia usual. Secções das raízes, contendo pelotons, foram incubadas em meio BDA para o isolamento dos fungos. Não foram identificadas diferenças anatômicas nas raízes das duas espécies. O velame é biestratificado e algumas das células da camada mais externa são diferenciadas em pêlos radiculares, contendo paredes lignificadas e pontoações nas paredes periclinais externas. As células do córtex possuem um arranjo compacto e não foram visualizados grãos de amido no citoplasma e cristais . As raízes apresentaram colaração apenas com Sudan, Vermelho Rutênio e Fluoroglucina sendo que a reação com Vermelho de Rutênio foi positiva apenas nos pelotons. Foram obtidos 28 isolados fúngicos, de crescimento lento, hifas binucleadas, com diâmetro inferior a 4µm, coloração creme e identificadas como Epulorhiza sp. A época do ano não interferiu na freqüência de colonização, mas, juntamente com a taxa de florescimento das espécies, influenciou fortemente na taxa de microtrofismo dos fungos. A infecção pelo fungo ocorre via pêlos radiculares, sendo favorecida pela grande densidade de pêlos. Após a sua instalação nas células da camada interna do velame, as hifas penetram o córtex via células de passagem da exoderme. No córtex foram visualizadas hifas enoveladas formando os pelotons, os quais podem ocupar todo o volume celular e posteriormente colonizar toda esta região. Este é o primeiro relato da caracterização anatômica da associação micorrízica em espécies de Pleurothallis. (FAPEMIG)

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CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DAS LESÕES DE PECÍOLOS DE Eucaliptus grandis DECORRENTES DA SPEVRD (SECA DE PONTEIROS DO EUCALIPTO DO VALE DO RIO DOCE)

Bárbara Elias dos Reis (Bolsista IC/Projeto); Diogo Brito de Almeida (Bolsista PIBIC/ CNPq); Marília Contin Ventrella (Orientadora), Fernando Palha Leite (Membro externo/Técnico)   Um dos principais problemas da cultura do eucalipto no Estado de Minas Gerais é a seca de ponteiros do eucalipto do Vale do Rio Doce (SPEVRD), que se caracteriza pela formação de lesões semelhantes a cancros em diferentes regiões da folha e do caule, chegando à seca e morte da planta. Este trabalho tem como objetivo caracterizar anatomicamente o desenvolvimento de lesões associadas à SPEVRD, em pecíolos de Eucalyptus grandis (clone 129), considerado moderadamente tolerante. Foram coletados pecíolos de folhas sadias e em diferentes fases da instalação das lesões, fixados em FAA50 por 24 horas e estocados em etanol 70%. Amostras de aproximadamente 0,5mm de comprimento foram amolecidas em etilenodiamina, desidratadas em série etanólica progressiva e incluídas em metacrilato (Leica). O material foi seccionado transversal e longitudinalmente em micrótomo rotativo com 5µm, corado com azul de toluidina e montado em resina sintética (Permount).  As alterações histológicas no pecíolo iniciam-se na perifieria, pela epiderme e região cortical, que sofre hiperplasia, hipertrofia celular e acúmulo de compostos fenólicos, que inicialmente são delimitadas por periderme de cicatrização. Apenas quando as lesões atingem um grau avançado de desenvolvimento é que as alterações no tecido vascular são notadas, como atividade anormal do câmbio vascular, formação de faixas de xilema secundário sem elementos condutores, formação de câmbio vascular adicional próximo à região de protoxilema, formando faixas de xilema secundário em posição onde usualmente ocorre apenas floema primário, e interrupção do tecido vascular por faixas de células parenquimáticas. Mesmo nessas condições, não são observados tilos ou obstruções de outra natureza nos elementos condutores. Quando o desenvolvimento das lesões é máximo, há desorganização geral dos tecidos do pecíolo.  Estruturas fúngicas são observadas em diferentes fases do desenvolvimento das lesões, principalmente nas regiões mais periféricas. (CENIBRA) 

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CARACTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA DE GENÓTIPOS DE ARROZ SUBMETIDOS AO ESTRESSE DE TOXIDEZ POR FERRO

Carlos Henrique Stopato Duarte (Bolsista PIBIC/CNPq); Andréa Miyasaka de Almeida (Orientadora); Marco Antonio Oliva  (Docente colaborador); Emilia Malone (Pós Graduanda/UFPel); Lívia Scheunemann dos Santos (Pós-Graduanda/UFPel); Camilo Elber Vital (Estagiário voluntário); Eduardo Gusmão Pereira; Antonio Costa Oliveira (Membro externo/UFPel)

O Rio Grande do Sul produz quase 50% da produção nacional da cultura do arroz em sistemas de várzeas. O ferro é um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento vegetal, participando em várias funções celulares e integrando inúmeras. No alagamento, a redução de compostos como óxidos de ferro (Fe3+ a Fe2+), aumenta a disponibilidade de ferro em níveis que podem ser tóxicos para as plantas. O excesso de ferro leva a potencialização de estresse oxidativo, com aumento na produção de ROS. A caracterização das respostas fisiológicas frente ao estresse em cultivos alagados visa à obtenção de cultivares de arroz tolerantes ao ferro e poderá contribuir para o aumento da produção. O objetivo do trabalho foi avaliar a variabilidade intra-específica de 50 cultivares de arroz proveniente de três estados brasileiros quanto aos teores de ferro que acumulam quando submetidos ao estresse por excesso de ferro (FeSO4 9 mM) e caracterizar suas respostas fisiológicas. Após a imposição do estresse foram avaliados os seguintes parâmetros: taxa de fotossíntese, fluorescência, transpiração e matéria seca da parte aérea a fim de avaliar o teor de ferro acumulado. Na dose controle foram observados teores baixos de ferro acumulado, raramente superando 0,8 mg/g de matéria seca. Já nos genótipos tratados os valores são muito variáveis e quando comparados aos valores do controle sempre resultam em um acúmulo. Entretanto, puderam ser diferenciados dois grandes grupos: os “não acumuladores” e os “acumuladores” de ferro. Na maioria dos genótipos tratados houve uma baixa eficiência fotoquímica, indicando assim um dano nos fotossistemas e sistemas transportadores de elétrons da membrana. Também foi observado que alguns genótipos apresentaram alta eficiência fotoquímica, enquanto apresentam baixa fotossíntese indicando assim um dano no sistema de enzimas da reação bioquímica da fotossíntese desclassificando os genótipos por não serem eficientes na acumulação de biomassa.

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COEXISTÊNCIA DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES (FMAS) E FUNGO ENDOFÍTICO DARK SEPTATE (DSEF) EM QUATRO ESPÉCIES DE HERBÁCEAS NATIVAS DO CERRADO DE PARAOPEBA (MG)

Kelly da Silva Coutinho Detmann (Pós-graduando DS), Tiago de Souza Leite (Bolsista PIBIC/CNPq), Marina Neves Delgado (Pós-graduando MS), Álisson Carlos da Silva (Bolsista PIBEX), Vitor Paiva Alcoforado Rebello (Bolsista PIBIC/CNPq), Andréa Miyasaka de Almeida (Orientadora), Maria Catarina Megumi Kasuya (Orientadora) e Aristéa Alves Azevedo (Docente colaborador)  O Cerrado corresponde a 22 % do território nacional e é composto por uma flora herbácea complexa e rica, que compreende a pelo menos 500 gêneros, sendo típica do Cerrado stricto sensu. Estas plantas possuem sistema radicular menos desenvolvido do que as lenhosas, apresentando constante carência de água e deficiência de alguns minerais. O déficit hídrico e a oligotrofia dos solos são fatores abióticos que exercem pressão seletiva sobre as espécies vegetais, de tal forma a investirem em estratégias adaptativas. A associação com fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) favorecem a absorção de água e nutrientes pelas plantas. Os fungos endofíticos do tipo dark septate (DSEF) presentes nas raízes das plantas constitui, também, numa simbiose que pode contribuir na adaptação às condições do Cerrado. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a colonização e a coexistência de FMAs e  DSEF em quatro espécies de herbáceas nativas, a saber: Chamaecrista desvauxii, Chamaecrista nictitans, Coccocypselum sp. e Zornia diphylla; coletadas no período de seca no Cerrado stricto sensu na Floresta Nacional de Paraopeba (MG). A colonização por FMAs foi estimada após descoloração e posterior coloração com Azul de Tripano e avaliação da presença de arbúsculos, vesículas, hifas ou esporos. Para avaliação da presença de DSEF foram feitos cortes semi-finos e diafanização e observada a existência de microesclerócios ou hifas septadas. Os valores de colonização por FMAs foram muito altos para Chamaecrista desvauxii, Chamaecrista nictitans e Coccocypselum sp., mas médio para Zornia diphylla. A coexistência de FMAs e DSEF foi observada em todas espécies, a exceção de Zornia diphylla. A presença de DSEF nas raízes das plantas está relacionada, provavelmente, à alta irradiância em que tais espécies estão submetidas, embora poucas inferências possam ser feitas, uma vez que tais fungos ainda são pouco estudados. (FAPEMIG / CNPq e IEB)

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COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE ESPÉCIES NATIVAS INVASORAS DE ÁREAS MINERADAS DESATIVADAS NO DISTRITO DE MIGUEL BURNIER, OURO PRETO, MINAS GERAIS.  Bianca Fantini Vieira (Bolsista PIBIC/CNq); Cláudio Coelho de Paula (Orientador)  A mineração de hematita, na mina de Miguel Burnier, Ouro Preto - MG, demandou a retirada da vegetação original de Campo Ferruginoso e da camada superior do solo, denominada canga. Estes solos expostos estão sujeitos à ação de intempéries, em especial das chuvas, que podem provocar erosões. O estudo de espécies colonizadoras é uma importante fonte de informações para subsidiar procedimentos de recuperação dessas áreas mineradas. Nesse estudo, objetivou-se identificar as espécies que colonizaram espontaneamente a área minerada, analisar a freqüência de ocupação e a sua densidade relativa. O estudo foi realizado separadamente para as espécies arbóreas e para as herbáceas. A composição florística das espécies arbóreas foi inventariada demarcando-se 5 parcelas de 5 x 20 m, num total de 500 m2. Para o estudo da composição florística das espécies herbáceas foi demarcada uma área amostral de 5 x 20 m, que foi divida em 100 parcelas de 1 m2, das quais 25 foram sorteadas para amostragem. Foram amostrados 186 indivíduos arbóreos pertencentes a 10 famílias e 15 espécies. As famílias mais importantes foram Melastomataceae com quatro espécies e Leguminosae com três espécies. As demais famílias foram representadas por uma única espécie. A síndrome de dispersão preponderante foi zoocoria e as espécies, em sua maioria, foram classificadas como pioneiras. No levantamento das espécies herbáceas foram amostrados 888 indivíduos pertencentes a 13 famílias, sendo 11 famílias pertencentes a divisão Magnoliophyta e duas a divisão Pteridophyta. As famílias mais importantes foram Poaceae (760 indivíduos) e Asteraceae (28 indivíduos). O baixo número de espécies amostrados na área de estudo é típico de regiões de Cerrado strictu sensu em estágio intermediário de regeneração. (CNPq)  

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COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO ESTRATO HERBÁCEO-ARBUSTIVO EM FRAGMENTOS FLORESTAIS NA ZONA DA MATA, MINAS GERAIS  Carolina Pellucci Barreto Marotta (Bolsista PIBIC/CNPq); Flávia Cristina Pinto Garcia (Orientadora); José Martins Fernandes (Pós-graduando DS); Lívia Constancio de Siqueira (Pós-graduanda MS) Embora o conhecimento sobre a florística de fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual tenha crescido nos últimos anos, ainda sabe-se pouco sobre a comunidade de trepadeiras, plantas herbáceas, subarbustivas e arbustivas nesses fragmentos. O conhecimento das comunidades dos estratos inferiores das florestas, geralmente desprezados em inventários florísticos, pode fornecer dados para inferir sobre as condições ambientais e o estado de conservação e regeneração desses fragmentos florestais. Assim, foi realizado um levantamento florístico em dois fragmentos localizados no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), considerado uma das reservas naturais mais importantes do Estado e um importante remanescente de Floresta Atlântica. A área de estudo localiza-se no município de Araponga, entre os meridianos 42o32´ e 42o27´ oeste e os paralelos 20o 38´e 20o 43´ sul. A Altitude média é de 1000 metros, com precipitação anual variando de 1200 a 1800 mm. Para a coleta do material botânico, percorreu-se, mensalmente de agosto 2006 a junho 2007, toda a borda dos fragmentos e trilhas no interior da mata. O material foi herborizado de acordo com técnicas usuais e encontra-se depositado no Herbário VIC do departamento de Biologia Vegetal. A família Leguminosae não foi incluída pois foi objetivo do trabalho de um dos componentes do grupo de pesquisa. A identificação das espécies foi feita com base em bibliografia especializada, consulta a especialistas e comparações com o acervo do Herbário VIC. Foram identificadas 130 espécies restritas a 85 gêneros e 37 famílias. As famílias mais representativas em número de espécies foram: Asteraceae (39), Rubiaceae (11), Solanaceae (8), Malpighiaceae (6), Malvaceae e Lamiaceae (5spp cada), Apocynaceae e Melastomataceae (4spp cada).  A maioria das espécies é nativa e apresenta ampla distribuição no Brasil, mas principalmente nos estados do sudeste, estendendo-se até a Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. (CNPq)

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CRESCIMENTO, METABOLISMO DO CARBONO E PARTIÇÃO DE ASSIMILADOS, EM RESPOSTA À MANIPULAÇÃO DA RAZÃO FONTE:DRENO, EM Coffea arabica L. SOB CONDIÇÕES DE CAMPO Samuel Cordeiro Vitor Martins (Bolsista PIBIC/CNPq), Roberto Lisboa Cunha (Pós-graduando DS),  Elaine Facco Celin (Bolsista IC/Projeto), Fábio Murilo Da Matta (Orientador)

Alterações no crescimento vegetativo, nas trocas gasosas, nos parâmetros de fluorescência da clorofila a, no metabolismo de carboidratos e na partição do 14carbono, em resposta à manipulação da relação fonte:dreno, foram investigadas em plantas de café cultivadas em campo. Essas manipulações foram realizadas por meio de desfrutificação e desfolhamento controlados, visando-se induzir alterações na capacidade fotossintética das folhas. Os tratamentos consistiram de: (i) remoção de todos os frutos e 100% da área foliar (T1); (ii) metade da carga de frutos e 100% da área foliar (T2); e (iii) carga completa de frutos e 50% da área foliar (T3). As avaliações de crescimento foram realizadas a partir da aplicação dos tratamentos, quando os frutos atingiram o estádio chumbinho, enquanto as trocas gasosas e análises fotoquímicas e metabólicas foram avaliadas durante a fase linear de ganho de massa seca dos frutos. As taxas de crescimento de ramos plagiotrópicos, do número de nós formados e do ganho de área foliar foram significativamente menores nas plantas do tratamento T3 em relação às de T1. A massa seca média dos frutos foi significativamente maior em T2 que em T3. Por outro lado, a produção de frutos-bóia por planta e a abscisão de frutos por ramo foram maiores em T3 que em T2. Além disso, plantas do tratamento T3 apresentaram valores mais negativos de composição isotópica do carbono, porém maiores taxas diárias de assimilação de carbono e condutância estomática, além de menor temperatura foliar (particularmente durante os períodos mais quentes). De modo geral, a alteração na razão fonte:dreno não provocou alteração significativa na partição de 14C recentemente fixado. Em conjunto, os resultados indicam que a redução na razão fonte:dreno pode afetar positivamente a fotossíntese, via aumentos na condutância estomática durante a fase de rápido crescimento dos frutos do cafeeiro. (CNPq)

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DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLO PARA A ESTERILIZAÇÃO DE SEMENTES DE Thlaspi caerulescens

Fernanda de Lima Barroso (Estagiária voluntária); Wellington de Alcântara Rodrigues Branco (Estagiário voluntário); Laiany Kelly Vieira Rocha (Estagiária voluntária); Marcelo de Almeida Guimarães (Pós-graduando); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador) Thlaspi caerulescens, considerada espécie modelo para estudos em fitorremediação por acumular metais como Cd2+, Ni2+ e Zn2+, tem sido utilizada em estudos de biologia molecular. No entanto, na geração de plântulas in vitro, têm sido verificados problemas de contaminação, germinação e baixo vigor vegetativo. Com o objetivo de desenvolver um protocolo eficiente para esterilização de sementes de T. caerulescens, sementes foram submetidas a diferentes tratamentos com etanol (ETOH) e hipoclorito de sódio a 2% (HS), sendo eles: ETOH70% 1min + HS 15min, ETOH95% 1min + HS 15min, ETOH70% 3min + HS 15min, ETOH70% 5min + HS 15min, ETOH70% 1min + HS 30min, ETOH95% 1min + HS 30min, ETOH70% 3min + HS 30min, ETOH70% 5min + HS 30min, sendo estes comparados ao controle (sem esterilização). As sementes foram pré-embebidas em água deionizada estéril por 15h a 20ºC. Posteriormente ficaram sob ausência de luz à 10ºC até que a germinação atingisse 50%. A fase de desenvolvimento se deu sob condição de fotoperíodo de 16h luz (100µmol.m-2s-1) à 25 ºC. Foram avaliados: porcentagem de placas contaminadas (%PC), de germinação (%G) e de plântulas normais (%PN). Todos os tratamentos foram eficientes em proporcionar a esterilização das sementes. A esterilização resultou no aumento da %G em torno de 7%. Foram observadas diferenças significativas para a %PN, sendo que a concentração de 95% de ETOH, independentemente do tempo de exposição ao HS, apresentou 87%PN contra 99% dos demais tratamentos incluindo o controle. Conclui-se que os tratamentos foram eficientes em promover a esterilização e a germinação das sementes, sendo preferível a utilização do tratamento com ETOH70% 1min + HS 15min, devido alta %G, %PN, eficiência na esterilização, menores gastos de material de consumo e tempo para a esterilização das sementes. (CNPq, FAPEMIG e CAPES)

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DETERMINAÇÃO DE MEIO DE CULTIVO PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE Thlaspi caerulescens

Fernanda de Lima Barroso (Estagiária voluntária); Wellington de Alcantara Rodrigues Branco (Estagiário voluntário); Laiany Kelly Vieira Rocha (Estagiária voluntária); Marcelo de Almeida Guimarães (Pós-graduando); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador). Thlaspi caerulescens é considerada espécie modelo para estudos em fitorremediação por acumular metais como Cd2+, Ni2+ e Zn2+. No entanto, na germinação in vitro têm sido verificados problemas de baixo vigor vegetativo e baixas taxas de crescimento e desenvolvimento. Com o objetivo de se determinar um meio de cultivo para a obtenção de plântulas vigorosas de T. caerulescens in vitro, semeou-se esta espécie em diferentes meios de cultivo preparados em um fatorial 2x4, dois tipos de gelificantes (ágar Sigma (A) e Gelrite (GR)) combinados com quatro concentrações do meio Murashige & Skoog (25, 50, 75 e 100%MS). A concentração de sacarose no meio variou na mesma proporção. As sementes foram pré-embebidas em água deionizada por 15h a 20ºC e esterilizadas. Posteriormente ficaram sob ausência de luz à 10ºC até que a germinação atingisse 50%. A fase de desenvolvimento se deu sob condição de fotoperíodo de 16h luz (100µmol.m-2s-1) à 25 ºC. Foram avaliados: porcentagem de germinação (%G), número de folhas (NF), comprimento total (CT), da parte aérea (CA), da raiz (CR), matéria seca total (MT), da parte aérea (MA) e da raiz (MR). Não houve diferença entre os tratamentos para a %G (100%). O tratamento GR25%MS resultou em maiores valores para NF (9), MT (9,4 mg), MA (8,1 mg) e MR (1,3 mg). Ao avaliar as diferentes concentrações utilizadas, fazendo-se o uso do gelificante GR, verificou-se que, em geral, ocorrem reduções nos parâmetros NF, MST, MA e MR quando aumentados o teor de MS e sacarose. Estes resultados mostram que há diferença no crescimento e desenvolvimento das plântulas quando submetidas a diferentes tipos de gelificantes, sendo que o GR mostrou ser mais eficiente, e que as presenças de menores concentrações de meio MS proporcionaram melhor crescimento das plântulas in vitro. (CNPq, FAPEMIG e CAPES)

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DETERMINAÇÃO DE PROTOCOLO DE ESTERILIZAÇÃO DE ESPOROS DE Pityrogramma calomelanos PARA CULTIVO IN VITRO Tessio Araújo de Santana (Bolsista IC/projeto); Guimarães, Marcelo de Almeida (Pós-Graduando); Barroso, Fernanda de Lima (Estagiária voluntária); Branco, Wellington de Alcântara Rodrigues (Estagiário voluntário); Ferreira, Webert Cardoso (Estagiário voluntário); Rocha, Laiany Kelly Vieira (Estagiária voluntária); Loureiro, Marcelo Ehlers (Orientador). A toxidade aguda do arsênio tem sido conhecida desde a antiguidade, e hoje é considerada a substância de maior toxidade a qual os seres humanos são submetidos. Ele é encontrado normalmente na crosta terrestre, e a oxidação de rochas sulfetadas resulta em sua incorporação nas cadeias alimentares biológicas. Entretanto, maior risco advém da mineração do ouro, a qual resulta em grande quantidade de rejeito de minério, o qual contém altos níveis de arsênio, e resultam na contaminação ambiental. Nosso grupo tem identificado em Minas Gerais a presença de uma pteridófita, Pityrogramma calomelanos em regiões contaminadas com arsênio, contendo mais de 6 mg/Kg de peso seco, sendo então considerada uma planta hiper-acumuladora de arsênio. O objetivo deste grupo é desenvolver um sistema para o estudo molecular dos mecanismos de hiper-acumulação e tolerância a metais pesados, utilizando cultura de gametófitos haplóides desta espécie. A finalidade do trabalho é determinar um protocolo de esterilização dos esporos, para que a germinação in vitro destes possa surgir como uma eficiente ferramenta na produção de plantas e permitir através de novos estudos, um maior conhecimento desta técnica de hiper-acúmulo de metais pesados. Estes foram submetidos a diferentes tratamentos com etanol (ETOH) e hipoclorito de sódio a 2% (HS), sendo eles: T1 – sem esterilização (controle), T2 – ETOH70% 1min + HS 20% 20min, T3 – ETOH70% 1min + HS40% 20min, T4 – ETOH70% 1min + HS60% 20min. Após a esterilização, os esporos foram inoculados em placas de petri contendo o meio MS 50%. Todas as placas controle apresentaram contaminação, enquanto que os tratamentos aplicados com ETOH e HS até o presente momento não apresentaram nenhum tipo de contaminação. Sendo assim, a seleção do melhor tratamento será realizada pela maior quantidade de esporos germinados, já que todos os tratamentos foram eficientes na esterilização. (CNPq, FAPEMIG e CAPES)

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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Dorstenia arifolia LAM. (MORACEAE), ESPÉCIE VULNERÁVEL À EXTINÇÃO

Diego Nogueira da Silva (Bolsista PIBIC/CNPq); Luzia Márcia de Araújo (Pós-graduandao DS); Milene Faria Vieira (Orientadora)  O modo de distribuição espacial dos indivíduos de uma dada espécie vegetal, em população natural, fornece informações que auxiliam na sua preservação. Dorstenia arifolia é herbácea, monóica, ocorre no sul e sudeste brasileiros e pertence à categoria “vulnerável”. Corre sério risco de extinção, devido à perda de seu hábitat (local sombreado e úmido de sub-bosques), inclusive em Coimbra (20o49’47”S e 42o47’18”W), Minas Gerais, local do presente estudo (fragmento de mata secundária). Objetivou-se delimitar o tamanho total do fragmento e da área de ocorrência da espécie através do uso de GPS (Sistema de Posicionamento Global) e determinar o padrão de distribuição de D. arifolia. Foram demarcados 156 quadrantes contíguos de 1x1m e neles todos os indivíduos foram contados. Calculou-se o índice de dispersão de Morizita (Iδ) e Morizita padronizado (Ip).  Estes índices foram escolhidos por serem independentes do tamanho das unidades amostrais e são adequados ao estudo da distribuição de pequenas populações. O fragmento possui 6ha. D. arifolia encontra-se distribuída em três pequenas manchas (1.396, 465 e 227m2). Na maior mancha, registrou-se uma distribuição agregada, confirmada pelo Iδ > 1 e Ip = 0,5; as demais não foram analisadas. A agregação é um dos padrões de distribuição mais freqüentes em populações naturais e deve estar relacionado às estratégias reprodutivas das espécies. D. arifolia apresenta reprodução clonal que colabora para o padrão obtido; também investe em reprodução sexuada e a agregação pode aumentar a atratividade dos polinizadores e as chances de polinização cruzada. Em Coimbra, o padrão agregado e a população representada por pequenas manchas tornam a espécie bastante vulnerável à extinção local.  A ocorrência de eventos como o pisoteio e pastagem de gado, comuns na área estudada, intensificam a ameaça de extinção. Diante do crescente desmatamento, é fundamental conservar os pequenos fragmentos com pequenas populações de espécies ameaçadas. (CNPq)

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EFEITO DA PRÉ-EMBEBIÇÃO NA VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Thlaspi caerulescens

Laiany Kelly Vieira Rocha (Estagiária voluntária); Wellington de Alcantara Rodrigues Branco (Estagiário voluntário); Fernanda De Lima Barroso (Estagiária voluntária); Marcelo De Almeida Guimarães (Pós-Graduando); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador)

Thlaspi caerulescens ecotipo Saint Félix de Palliéres é considerada uma espécie modelo para estudos em fitorremediação. Seu uso em experimentos envolvendo o acúmulo de metais pesados como Cd2+, Ni2+ e Zn2+ tem crescido de forma exponencial. No entanto, a grande desvantagem de se utilizar esta espécie, para este tipo de estudo, tem sido o longo tempo de produção de novas sementes a partir do semeio (em geral 18 meses). Com o objetivo de se diminuir o tempo de geração de novas sementes desta espécie, sementes de T. caerulescens foram submetidas a diferentes tempos de pré-embebição (2h, 5h, 8h, 11h, 15h, 19h e 23h) em água deionizada sob a temperatura de 20ºC e comparadas ao controle sem pré-embebição. Foram avaliados: porcentagem de germinação (%G) e o índice de velocidade de germinação de sementes (IVG). Os resultados da germinação foram submetidos à análise de variância simples e comparados pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância. O IVG foi submetido à análise de regressão. Não houve diferença entre o controle e os tratamentos de pré-embebição para a % de germinação de sementes. Entretanto, a partir de 5 horas de pré-embebição foi observado aumento de 22% no IVG, sendo este aumento máximo após 15 horas de embebição (70%). Adicionalmente, a análise de regressão representada pela equação: IVG = 5,2853 + 0,321x - 0,0063x2 (R²= 0,887) demonstrou que a pré-embebição das sementes foi eficiente em acelerar o processo de germinação (IVG). Pode-se concluir com este experimento, que a pré-embebição das sementes pode ser utilizada com o objetivo de se acelerar a germinação desta espécie. (CNPq, FAPEMIG e CAPES)

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EFEITO DA QUALIDADE DE LUZ E TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Thlaspi caerulescens

Laiany Kelly Vieira Rocha (Estagiária voluntária); Wellington de Alcantara Rodrigues Branco (Estagiário voluntário); Fernanda de Lima Barroso (Estagiária voluntária); Marcelo de Almeida Guimarães (Pós-graduando); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador)

Thlaspi caerulescens é considerada espécie modelo para estudos em fitorremediação. Esta espécie é uma planta hiper-acumuladora de metais pesados como Cd2+, Ni2+ e Zn2+. No entanto, tem-se observado experimentalmente que há uma grande variação na porcentagem de germinação e na velocidade de germinação das sementes desta espécie quando submetidas a diferentes condições de luz e temperatura. Com o objetivo de se determinar uma condição ótima para se maximizar a germinação acelerando este processo, sementes de Thlaspi foram submetidas a diferentes condições de temperatura (10º e 25ºC) sob diferentes faixas do espectro luminoso (violeta e azul (390 a 590 nm), verde (480 a 630 nm), vermelho (580 a 680 nm), vermelho longo azul (acima de 670 nm), escuro e luz branca). Foram avaliados: porcentagem de germinação (%G) e índice de velocidade de germinação (IVG). Os resultados foram submetidos à análise da variância simples e comparados pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância. Quando submetidas a 10ºC, tanto o tratamento de escuro como todas as faixas de espectro luminoso simuladas produziram maior %G (98%) quando, em comparação aos mesmos tratamentos a temperatura de 25ºC (40%). Para o IVG a mesma tendência de resposta foi observada, com exceção da luz branca, a qual não diferiu significativamente para ambas as temperaturas. Tanto as duas temperaturas avaliadas houve efeito significativo do espectro luminoso. Sob 10ºC a luz branca apresentou a menor %G (90%) e, juntamente com a luz vermelha, apresentaram menor IVG (3,4) em relação aos demais tratamentos (98% e 4,0 respectivamente). Já sob 25ºC a luz branca foi a que apresentou maior %G (74%) e maior valor de IVG (3,2), diferenciando-se estatisticamente dos demais espectros testados (33% e 2,2 respectivamente). Podemos concluir que a melhor condição para germinação de sementes T. caerulescens ocorre a 10ºC na ausência de luz. (CNPq)

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EFEITO DO ADENSAMENTO POPULACIONAL DE CANELA SASSAFRÁS (Ocotea odorifera (VELL.) ROHWER) SOBRE A FITOTOXICIDADE DE SEUS EXTRATOS FOLIARES 

Ricardo Vieira Del Peloso (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Flavia Maria da Silva Carmo (Orientador); Raphael Wakin de Araújo (estudante) Alexandre Francisco da Silva (in memorium, Docente colaborador); João Augusto Alves Meira Neto (Docente colaborador); Rosane Maria de Aguiar Euclydes (Docente colaborador); Eduardo Euclydes de Lima e Borges (Docente colaborador).

O objetivo deste trabalho foi testar a hipótese de que quando a densidade de uma espécie alelopática aumenta, diminui seu potencial fitotóxico. Para alcançar tal objetivo, foram montados bioensaios de germinação de sementes para averiguar a fitotoxicidade de extratos aquosos de folhas de canela sassafrás provenientes de povoamentos com densidades diferentes. Foram escolhidos cinco locais: 1: um indivíduo; 2: Três indivíduos; 3: 27 indivíduos; 4: 35 indivíduos; 5: 211 indivíduos. Os bioensaios foram montados em placas de Petri forradas com duas camadas de papel de filtro embebidas em 3ml de extratos aquosos nas concentrações 5%, 10%, 20%, 40% 60% e 80% (v/v). Sementes de sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides Benth.), angico branco (Anadenanthera peregrina (L.) Speg) e canudo-de-pito (Mabea fistulifera Mart.) foram usadas como espécies receptoras. As análises estatísticas mostraram que cada espécie se comportou diferentemente. Para a sibipiruna, os extratos e 5% e 60% não induziram diferenças estatísticas na geminação das sementes em função da densidade, enquanto as sementes germinadas sob os extratos, 10%, 20%, 40% e 80% exibiram inibição na germinação inversamente correlacionada com a densidade das populações dos indivíduos doadores do material vegetal. Já para o angico branco, os extratos 5% e 40% induziram esse mesmo comportamento, enquanto a germinação das sementes sob o extrato 10% mostrou comportamento inverso. E para o canudo-de-pito, as sementes germinadas na presença dos extratos 10%, 40% e 80% exibiram diminuição da porcentagem de germinação com o aumento das densidades da canela sassafrás, enquanto os demais extratos não promoveram efeitos estatisticamente significativos. De forma geral, a porcentagem de germinação das sementes das três espécies diminuiu com o aumento da densidade de indivíduos na população de canela sassafrás. Embora não sejam conclusivos, os dados apontam uma tendência contrária á hipótese testada. (FAPEMIG)

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EFEITOS DAS IMISSÕES DE FLÚOR NA ANATOMIA FOLIAR DE Urochloa maxima (POACEAE). Daniela dos Santos Lucindo (Bolsista BIC-Júnior/CNPq/FAPEMIG), Aristéa Alves Azevedo (Orientadora), Bruno Francisco Sant’Anna-Santos (Pós-Graduando DS), Thiago Gonçalves Alves (Bolsista PIBIC/CNPq), Naiara Viana Campos (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Vânia Maria Valente (Pós-Graduanda DS) O monitoramento ativo é realizado através da introdução de plantas, que apresentam  respostas típicas a um determinado poluente, como bioindicadoras, em uma área impactada. Objetivou-se avaliar as alterações anatômicas nas folhas de plantas de Urochloa maxima devido às imissões de fluoreto de uma fábrica de alumínio. As plantas foram expostas em Ouro Preto (MG), próximas da fonte emissora e em Viçosa (MG), estação referência. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos e cinco repetições. Para as análises microscópicas foram coletadas amostras foliares de ambas as estações, nove dias após o inicio do experimento. Para análise qualitativa e quantitativa, as amostras foram fixadas em Karnovsky, incluídas em metacrilato e as lâminas permanentes foram montadas em Permount; para detecção histoquímica de compostos fenólicos utilizou-se sulfato ferroso como fixador, parafina histológica como meio de inclusão e gelatina glicerinada como meio de montagem das lâminas semi-permanentes. Visualmente as plantas não apresentavam sintomas significativos, contudo nas amostras coletadas em Ouro Preto observou-se a plasmólise no tecido parenquimático e a redução de 12% na espessura do limbo. Não se detectou a presença de compostos fenólicos. Como todas as amostras foram coletadas de fragmentos macroscopicamente sadios, estes resultados evidenciam que os danos estruturais antecedem os sintomas visíveis e demonstram a aplicabilidade de parâmetros anatômicos em estudos de biomonitoramento ativo.

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EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CHUVA ÁCIDA SIMULADA EM Genipa americana L. (RUBIACEAE)  Letícia Nalon Castro (Bolsista PIBIC/CNPq); Eduardo Gusmão Pereira (Pós- graduando DS); Rogério Ferreira Ribas (Pós-doutorando); Luzimar Campos da Silva (Orientadora) O Parque Estadual do Rio Doce (PERD), maior área de floresta tropical de Minas Gerais sob proteção legal, está localizado em uma região sujeita a forte pressão antrópica e ao impacto de poluentes atmosféricos. Estudos preliminares indicaram que as precipitações são de natureza ácida, podendo causar efeitos deletérios ao ecossistema.  Objetivou-se examinar a sensibilidade de Genipa americana, espécie arbórea de ocorrência no PERD, à chuva ácida simulada com pH 4,5 e à chuva controle com pH 6,0. Mudas com cerca de quatro meses de idade foram submetidas a 20 min diários de chuva, durante 13 dias consecutivos. As trocas gasosas, a fluorescência da clorofila e o teor de clorofila total foram mensurados no oitavo e no último dia do experimento. Não foram observadas alterações no teor de clorofila, na fotossíntese e na transpiração das folhas durante o experimento.  As plantas submetidas à chuva ácida apresentaram maior condutância estomática nas duas avaliações e, na primeira avaliação, foram observados aumento no consumo interno de CO2 e maior razão CO2

interno e externo. Na segunda avaliação, foi observada maior dissipação fotoquímica e aumento na taxa de transporte de elétrons que, no entanto, não foram convertidos em acréscimos significativos na fotossíntese. Estes dados mostraram menor sensibilidade de G. americana à chuva ácida em condições mais próximas das situações reais em relação aos estudos prévios com pH mais ácido, nos quais apresentou grande sensibilidade. Desta forma, ressalta-se a importância da realização de experimentos de com pH menos ácido para se avaliar a sensibilidade ou resistência das espécies, atribuindo-lhes ou não o potencial de bioindicação. (CNPq)

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ESPÉCIES ACUMULADORAS DE ARSÊNIO OCORRENTES EM ÁREA CONTAMINADA NO MUNICÍPIO DE NOVA LIMA, MG, E SEU POTENCIAL PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Alice Gontijo de Godoy (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Andréa Miyasaka de Almeida (Orientadora); Rogério Ferreira Ribas (Bolsista CNPq); Vírginia Londe de Camargos (Docente colaborador); Kellen Lagares Ferreira Silva (Docente colaborador); Aristéa Alves Azevedo (Docente colaborador), Marcelo Ehlers Loureiro (Docente colaborador)

Diferentes atividades antrópicas podem resultar na contaminação ambiental por arsênio, que recebe atenção devido às evidências toxicológicas de seu potencial em causar danos à saúde humana. O arsênio é um elemento não essencial e em concentrações elevadas induz respostas morfológicas, fisiológicas e bioquímicas que podem afetar desfavoravelmente o crescimento e desenvolvimento das plantas. Em área contaminada, em Nova Lima – MG, na região do “Morro do Galo”, funcionou até 1975 uma usina de processamento de trióxido de arsênio. Entre 1995/2000, a Mineração Morro Velho implantou a recuperação da vegetação da área de 17,2 hectares através da introdução de 41.124 mudas de espécies arbóreas e arbustivas, compreendendo 80 espécies botânicas. Objetivou-se identificar espécies vegetais sobreviventes selecionadas naturalmente no ambiente contaminado, como base para identificação de espécies tolerantes e/ou hiper-acumuladoras de arsênio. Identificou-se um total de 24 espécies, distribuídas em 20 gêneros e 13 famílias botânicas, sendo 8 das introduzidas e 16 espontâneas. Portanto, apenas 10% das espécies sobreviveram. No ponto de coleta de cada indivíduo realizou-se a retirada de duas amostras compostas de solo na profundidade de 0-10 cm, para quantificação dos teores disponíveis de As. Material para análise do conteúdo de arsênio na biomassa vegetal foi separado em folhas, caules e raízes. Após secagem em estufa, triplicatas de 0,5 g de biomassa seca e moída foram digeridas em solução nitro-perclórica. A concentração do arsênio foi determinada utilizando espectrofotômetro de emissão com plasma induzido. A concentração de As no solo variou de zero a 1144,41 mg.dm-3, sendo que normalmente a concentração em locais não contaminados é inferior a 10 mg.dm-3. As espécies Pityrogramma calomelanos, Pteris vittata, Schinus terebinthifolius, Borreria verticilata apresentaram teores de As acima de 900 mg.kg-1

em tecido foliar. Confirma-se, portanto, o potencial bioacumulador de As destas espécies, evidenciando-se a necessidade de estudos visando seu emprego em programas de fitorremediação. (FAPEMIG)

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ESTRUTURA CAULINAR DE ESPÉCIES DE GENTIANACEAE

Daniela dos Santos Lucindo (Bolsista BIC-Júnior/CNPq/FAPEMIG); Marina Neves Delgado (Pós-graduanda MS);  Aristéa Alves Azevedo (Orientadora); Alice de Souza Silveira (Estagiária voluntária); Marta Maria dos Santos (Bolsista BIC-Júnior/CNPq/FAPEMIG) 

A caracterização anatômica de órgãos vegetativos se constitui uma ferramenta útil para a resolução de problemas taxonômicos. Assim, o objetivo  deste estudo foi  contribuir com dados anatômicos de espécies de Gentianaceae que possam ser úteis para a taxonomia. Foi estudada a estrutura caulinar de quatro espécies pertencentes aos gêneros Calolisianthus e Deianira. Caules foram fixados e processados segundo as técnicas usuais de anatomia para microscopia de luz. As duas espécies do gênero Calolisianthus apresentam caule quadrangular, com células epidérmicas globosas, de parede periclinal externa espessa e cutícula ornamentada. O córtex é ocupado por 8 a 10 camadas de células parenquimáticas sendo a camada mais interna diferenciada em uma  endoderme com estrias de Caspary nítidas; em torno do cilindro vascular ocorre um periciclo com células esclerificadas em C. pendulus enquanto em C. speciosus predominam células de parede fina. No cilindro vascular são identificados floema externo e interno e uma medula parenquimática conspícua. As diferenças morfo-anatômicas entre os caules de C. pendulus e de C. speciosus são a presença de papilas nas células epidérmicas de C. pendulus; de esclereídes sub-epidérmicos em C. speciosus; e periciclo esclerificado em C. pendulus. As duas espécies de Deianira apresentam caule circular com células epidérmicas de parede periclinal externa espessa e cutícula lisa e fina, córtex parenquimático e cilindro vascular com medula conspícua e floema interno. Porém, em D. nervosa as células epidérmicas são tabulares e com parede periclinal externa extremamente espessa enquanto que as de D. pallescens são altas e com parede periclinal mais fina. Em D. nervosa, braquiesclereides formam a bainha, sendo que em D. pallescens a bainha não é diferenciada. A anatomia do caule mostrou-se relevante como caráter adicional na separação das espécies.  (FAPEMIG; CNPq)

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ESTRUTURA FOLIAR DE Calolisianthus speciosus (GENTIANACEAE) 

Marta Maria dos Santos (Bolsista BIC-Júnior/CNPq/FAPEMIG); Marina Neves Delgado (Pós-Graduanda MS);  Aristéa Alves Azevedo (Orientadora); Daniela dos Santos Lucindo (Bolsista BIC-Júnior/CNPq/FAPEMIG); Alice de Souza Silveira (Estagiária voluntária)  A família Gentianaceae está amplamente distribuída nos neotrópicos, sendo que nas Américas do Sul e Central observa-se a maior diversidade. Devido a sua ampla distribuição, espécies de Gentianaceae podem apresentar adaptações morfoanatômicas em resposta a diferentes fatores ambientais. O objetivo do presente estudo foi avaliar a variação na estrutura foliar de Calolisianthus speciosus ocorrente no campo rupestre da Serra de Ouro Branco (MG) e no cerrado de Paraopeba (MG). Amostras da região mediana de folhas completamente expandidas de C. speciosus, de indivíduos coletados nas duas áreas, foram fixadas com FAA50, cortadas com o auxilio do micrótomo de mesa e coradas com safrablau. As folhas são hipoestomáticas, dorsiventrais e com estômatos elevados.  A epiderme é formada por células papilosas, com parede periclinal externa espessa, sendo que as células na face abaxial são menores do que as células na face adaxial. O mesofilo apresenta parênquima paliçádico com 2-4 camadas e parênquima lacunoso com 5-7 camadas. A nervura mediana é formada por feixe bicolateral e parênquima cortical compacto sendo que apenas nos indivíduos de Paraopeba foram observados, nas duas faces da folha, muitos esclereídes sub-epidérmicos, por entre células do colênquima angular, e parênquima colenquimatoso próximo ao feixe. Nas folhas de C. speciosus coletadas em Ouro Branco o feixe bicolateral da nervura mediana apresenta fibras do xilema muito desenvolvidas, as quais estão ausentes nos exemplares de C. speciosus coletados em Paraopeba. Além disso, nas plantas ocorrentes no campo rupestre também foram identificados, na nervura mediana, esclereídes dispersos no córtex. A estrutura foliar das duas populações de C. speciosus não apresentou uma grande variação anatômica  pois, tanto no cerrado quanto no campo rupestre as plantas estão submetidas a condições de estresse semelhantes: restrição hídrica, baixa disponibilidade de nutrientes e intensa luminosidade. (FAPEMIG; CNPq) 

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ESTUDO ANATÔMICO COMPARATIVO DE Tillandsia tenuifolia L. EM UM FRAGMENTO FLORESTAL DE MATA ATLÂNTICA

Tiago Augusto Rodrigues Pereira (Estagiário voluntário), Tuane Santos de Oliveira (Estagiário voluntário), Luzimar Campos da Silva (Orientador)  A família Bromeliaceae apresenta atualmente cerca de 3270 espécies, distribuídas pela região tropical. Apresenta grande diversidade ecológica, pois ocupa os mais variados hábitats, além de hábitos epifíticos ou terrestres, o que pode resultar em grande variedade anatômica e fisiológica. Tillandsia tenuifolia L., espécie epífita ocorrente na Mata Atlântica, foi caracterizada anatomicamente a fim de comparar sua estrutura neste ambiente com a descrição da mesma em outros trabalhos. Para isto, amostras foliares foram coletadas no fragmento florestal ‘Mata do Seu Nico’, na cidade de Viçosa-MG, fixadas em FAA50 e estocadas em álcool 70%. O material foi cortado em micrótomo de mesa e corado com Safrablau. Observou-se que as células epidérmicas apresentam espessamento de parede em todas as faces, exceto na periclinal externa. Há uma camada de hipoderme com paredes espessadas, e abaixo desta ocorrem quatro a cinco camadas de células em paliçada, com paredes finas e sinuosas, constituindo o parênquima aqüífero. Este ocupa cerca de 50% da espessura do mesofilo e está voltado para a face adaxial da folha. Os feixes vasculares são colaterais, paralelos entre si e circundados por fibras pericíclicas, que se intercalam com canais de ar, os quais apresentam diafragmas formados por células braciformes. Os estômatos ocorrem apenas na face abaxial da epiderme, abaixo do nível das células ordinárias, havendo comunicação da câmara subestomática com os canais de ar. Toda a epiderme apresenta escamas, sendo que, na face abaxial da folha, os escudos geralmente cobrem os estômatos. As características estruturais observadas em T. tenuifolia estão de acordo com o encontrado em estudos anteriores com a mesma espécie ocorrente nos Campos Gerais no Paraná, indicando que seus caracteres adaptativos estão bem fixados.

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ESTUDOS DE VARIABILIDADE GENÉTICA EM GENÓTIPOS MUTANTES DE ARROZ SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR FERRO ATRAVÉS DE VARIÁVEIS MORFOFISIOLÓGICAS

Carlos Henrique Stopato Duarte (Bolsista PIBIC/CNPq); Andréa Miyasaka de Almeida (Orientadora); Marco Antonio Oliva  (Docente colaborador); Emilia Malone (Pós Graduanda/UFPel); Lívia Scheunemann dos Santos (Pós Graduanda/UFPel); Camilo Elber Vital (Estagiário voluntário); Eduardo Gusmão Pereira; Antonio Costa Oliveira (Membro externo/UFPel) 

O arroz é um dos cereais de maior importância social e econômica para o mundo. A crescente demanda por este alimento remete ao melhoramento para o entendimento de mecanismos genéticos ligados à resistência a diferentes estresses abióticos, sendo imprescindível para isto à presença de variabilidade. A obtenção de variabilidade genética mediante indução de mutação tem sido empregada no melhoramento de plantas com relativo sucesso. O objetivo deste trabalho foi caracterizar as respostas morfofisiológicas e a acumulação de ferro em nove genótipos mutantes de arroz submetidos ao estresse de toxidez por ferro. Os mutantes utilizados derivam da irradiação com raios gama (60CO) na dose de 250 Gy sobre sementes da cultivar BRS 7 “Taim” sendo posteriormente selecionados por sua viabilidade a campo. Nove genótipos de arroz foram testados sob a dose tóxica de ferro de 9 mM. As sementes foram escarificadas e esterilizadas antes de serem colocadas para germinar em baldes com água destilada. Depois da germinação foi adicionada solução nutritiva aos baldes para que as plantas pudessem crescer por quinze dias. Após este período foi adicionada solução de Fe-EDTA 9 mM. Ao final do período de aplicação do estresse foram avaliadas variáveis fisiológicas tais como: taxa de fotossíntese, fluorescência e transpiração; e morfológicas: número de raízes, comprimento da raiz principal, comprimento da parte aérea e área foliar. Além disso, o material vegetal foi seco em estufa e encaminhado para quantificação do ferro nos tecidos da parte aérea. Os resultados mostraram grande interferência do acúmulo de ferro no crescimento das plantas, pois nenhum dos genótipos mutados conseguiu ser mais eficiente em duas das quatro variáveis avaliadas quando comparados à dose controle. O ferro também causou danos no sistema enzimático da fase bioquímica da fotossíntese, demonstrados pelas baixas taxas de fotossíntese das plantas tratadas quando comparadas ao controle.

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INFLUÊNCIA DA LUZ NA GERMINAÇÃO in vitro DE Bixa orellana L.  Virgilio Adriano Pereira Loriato (Bolsista PIBIC/CNPq); Ana Claudia Ferreira de Cruz (Pós-Graduanda DS); Lourdes Iarema (Pós-Graduanda DS); Wagner Campos Otoni (Orientador)  Bixa orellana L. (Bixaceae) é uma espécie lenhosa nativa da América Tropical. É uma planta cujo atrativo é como substituto de corantes artificiais pela exclusividade de biossíntese dos carotenóides bixina e norbixina. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da luz na germinação e posterior resposta morfogênica dos hipocótilos. Utilizaram-se sementes de um híbrido de urucum (fruto verde piloso X fruto vermelho liso) cultivado no horto botânico da UFV, MG. Para a obtenção de material axênico sementes foram submetidas ao desponte e em seguida ao processo de desinfestação convencional. Então, foram colocadas para germinar em tubos de ensaio contendo 10 mL de meio MS, acrescido de 3% de sacarose, complexo vitamínico B5, 100 mg L-1 de mio-inositol e 0.8 % de ágar. Sendo o pH ajustado 5.7 anterior a autoclavagem. Foi então avaliada a resposta morfogênica em relação à exposição à luz das sementes durante o período de germinação, sendo dispostas no escuro por 30 dias e sob irradiância, durante 30 e 15 dias. Da germinação das sementes obtiveram-se plântulas de onde foram retirados segmentos do hipocótilo que em seguida foram depositados em meio de cultura MS, acrescido de Zeatina 4.56 µM. As culturas foram mantidas em sala de crescimento sob condições controladas. A análise estatística neste experimento demonstrou não haver diferença significativa a 5% de probabilidade entre os tratamentos, porém os hipocótilos provindos de sementes germinadas na ausência de luz apresentaram maior média de brotações. A permanência das sementes 30 dias na ausência de luz promoveu maior rendimento na quantidade de explantes por plântula em relação aos demais tratamentos. (CNPq)

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 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA, LUZ E ÁCIDO GIBERÉLICO EM SEMENTES DE Thlaspi caerulescens

Wellington de Alcantara Rodrigues Branco (Estagiário voluntário); Fernanda De Lima Barroso (Estagiária voluntária); Laiany Kelly Vieira Rocha (Estagiária voluntária); Marcelo De Almeida Guimarães (Pós-Graduando); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador)

Thlaspi caerulescens é considerada por muitos pesquisadores uma espécie modelo para estudos em fitorremediação por acumular metais como Cd2+, Ni2+ e Zn2+. No entanto, a perda da capacidade de germinação ao longo do tempo de armazenamento e a pouca disponibilidade de sementes em nossas condições climáticas, tornam necessária a determinação de condições que possam recuperar a germinação e o vigor destas sementes. Com este objetivo sementes de T. caerulescens com baixa % germinação (35%) foram submetidas à presença (15 umol.m-2.s-1, 8h de luz e 16h sem luz) ou ausência (cobertas com papel alumínio) de luz nas temperaturas constantes de 10, 15, 20 e 25°C em papel germitest previamente umedecido com solução de ácido giberélico (GA3)  a 0,05% e água destilada. Foram avaliados: porcentagem de germinação (%G) e o índice de velocidade de germinação de sementes (IVG). Os resultados foram submetidos à análise de variância simples e comparados pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância. Enquanto a embebição em GA3 resultava em pronunciado aumento % G e IVG entre 10º e 20ºC na presença de luz, na ausência de luz este efeito só foi observado entre 15 e 25ºC. A ausência do efeito da embebição em giberelina a 10ºC na ausência de luz sugere que o mecanismo de quebra de dormência sob baixas temperaturas pode estar relacionado ao aumento de síntese de GA3. Podemos concluir que o uso de ácido giberélico, na presença de luz sob as temperaturas de 15 a 20 ºC são eficientes para a maximização da germinação e para a obtenção de plântulas vigorosas de Thlaspi caerulescens.

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  LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE ESPÉCIES HERBÁCEAS E ARBUSTIVAS EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS NA ZONA DA MATA, MINAS GERAIS  Carolina Pellucci Barreto Marotta (Bolsista PIBIC/CNPq); Flávia Cristina Pinto Garcia (Orientadora); José Martins Fernandes (Pós-Graduando DS); Lívia Constancio de Siqueira (Pós-Graduanda MS); Irene Maria Cardoso (Docente Colaborador)

A região da Zona da Mata mineira é caracterizada pela agricultura familiar associada a uma grande fragmentação florestal, resultante dos sistemas convencionais de produção. Essa fragmentação empobrece os remanescentes florestais que passam por um processo de perda da diversidade biológica e diminuição das funções ecológicas. Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) podem ser utilizados na recuperação destas áreas, já que oferecem tecnologias simples, de baixo custo e apropriadas para o uso e conservação do solo, possibilitando retorno econômico ao produtor, aumentando a disponibilidade de produtos na propriedade, diminuindo a erosão, melhorando a ciclagem de nutrientes, características químicas, físicas e biológicas do solo e melhoria dos recursos hídricos. Essa tecnologia vem sendo desenvolvida na região por iniciativa do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata e agricultores, mostrando grandes resultados. Este trabalho consiste no levantamento de espécies herbáceas e arbustivas em oito SAFs, servindo à futuros estudos sobre o possível uso,  cultivo e contribuição dessas formas de vida nos processos ecológicos destes sistemas. Os SAFs estão localizados no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, sendo sete em Araponga e um em Divino. Possuem de 8 a 12 anos de implantação, com extensão entre 0,5 e 1,5 hectares. A coleta do material botânico foi realizada mensalmente de agosto 2005 a setembro 2006, amostrando ramos férteis durante caminhadas aleatórias nos SAFs. A família Leguminosae não foi incluída. O material foi herborizado de acordo com técnicas usuais e encontra-se depositado no Herbário VIC do Departamento de Biologia Vegetal. A identificação das espécies foi feita com base em bibliografia especializada, consulta a especialistas e comparações com o acervo do Herbário VIC. Foram identificadas 67 espécies englobadas em 51 gêneros e 24 famílias. As famílias mais representativas em número de espécies foram: Asteraceae (15), Malvaceae, Euphorbiaceae e Poaceae (5spp cada), Solanaceae (4), Amaranthaceae, Lamiaceae, Passifloraceae, Rubiaceae e Verbenaceae (3spp cada).  

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Miconia albicans (MELASTOMATACEAE): ASPECTOS ANATÔMICOS E ASSOCIAÇÃO MICORRIZICA Marina Neves Delgado (Pós-graduanda MS); Kelly da Silva Coutinho Dettmann (Pós- Graduanda MS); Álisson Carlos da Silva (Bolsista PIBEX); Tiago de Sousa Leite (Bolsista PIBIC/CNPq); Vitor Paiva Alcoforado Rebello (Bolsista PIBIC/CNPq); Aristéa Alves Azevedo (Orientadora); Maria Catarina Megumi Kasuya (Docente colaborador);, Andréa Miyasaka de Almeida (Docente colaborador)  O cerrado possui clima tropical estacional, solo geralmente ácido e oligotrófico e flora diversificada, sendo Miconia albicans (Melastomataceae) uma espécie característica. Os objetivos do estudo foram: investigar a presença de fungos micorrízicos nas raízes de M. albicans e descrever a anatomia de raízes e folhas. Amostras foram coletadas na Floresta Nacional de Paraopeba, MG, fixadas em FAA50 e armazenadas em álcool 70%. Fragmentos de raízes foram clarificados com KOH 10% e autoclavados. Para o estudo anatômico de raízes e folhas, técnicas anatômicas usuais foram empregadas. As raízes finas, apesar de estarem em início de crescimento secundário, ainda apresentam epiderme uniestratificada, córtex e endoderme com compostos fenólicos. Micorrizas arbusculares caracterizadas pela presença de vesículas, hifas intercelulares e arbúsculos do tipo Paris foram visualizadas. As folhas são hipoestomáticas, dorsiventrais, com epiderme uniestratificada, apresentando cutícula espessada, com flanges cuticulares, na face adaxial e elevada densidade de tricomas estrelados, com pedúnculo unisseriado, na superfície abaxial. O mesofilo apresenta parênquima paliçádico uniestratificado com células relativamente altas e compactas e parênquima lacunoso  com inúmeros idioblastos contendo drusas. A nervura mediana é formada por um feixe vascular bicolateral em arco com bordas fletidas para o centro e as nervuras de menor porte são formadas por feixes colaterais. Na nervura mediana ocorre colênquima subepidérmico e parênquima cortical onde são observadas drusas. Testes histoquímicos com sudan IV e lugol constatam a presença de elevado número de gotículas de lipídeos distribuídas em todo o mesofilo e maior presença de amido no parênquima lacunoso. A presença de micorrizas representa uma adaptação importante ao ambiente distrófico. Características escleromorfas de M. albicans são determinadas pela combinação de alta intensidade luminosa e solo com oligotrofia mineral. (CNPq, FAPEMIG e PESCO)

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MUTAÇÃO DE SEMENTES DE Thlaspi caerulescens COM METANO SULFONATO DE ETILA

Wellington de Alcântara Rodrigues Branco (Estagiário voluntário); Laiany Kelly Vieira Rocha (Estagiária voluntária); Fernanda de Lima Barroso (Estagiária voluntária); Marcelo de Almeida Guimarães (Pós-Graduando); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador)

Thlaspi caerulescens, considerada uma espécie modelo para estudos em fitorremediação por acumular metais pesados como Cd2+, Ni2+ e Zn2+, tem sido usada em estudos de biologia molecular com o objetivo de se identificar os genes responsáveis por esta característica. A mutagênese química tem sido recomendada como a principal estratégia para a descoberta de novos genes responsáveis por esta capacidade de acumular e tolerar metais pesados nesta planta. Objetivando conhecer qual a dosagem e o tempo de pré-embebição (PE) mais eficiente para a espécie, sementes foram submetidas a diferentes doses de EMS (0,1%, 0,2% e 0,4%) sendo correlacionadas com diferentes tempos de PE (15h, 19h e 23h) em um experimento fatorial 3x3. Os tratamentos foram mantidos a temperatura de 20ºC e sob ausência de luz durante a PE. Os mesmos foram comparados ao controle (15h de PE em água deionizada). Foram avaliados: % plantas albinas, % plantas normais, porcentagem de germinação (%G) e índice de velocidade de germinação (IVG). Doses de 0,10% de EMS promoveram redução de 26% na %G e 56% na IVG e apenas 31% de plantas anormais (23h), sendo 5% das plantas albinas. Doses de 0,20% de EMS promoveram redução de 35% na %G e 74% na IVG e 56 % de plantas anormais (23h), sendo 14% das plantas albinas Doses de 0,4% de EMS, a partir de 19 horas, provocaram redução de 49% na %G, 86% na IVG, 91% de plantas anormais. Embora maior taxa de mutagênese tenha sido obtida para o tratamento 0,4% EMS por 19 horas, houve grande número de plantas mutantes que não apresentaram desenvolvimento de raízes, ou posterior desenvolvimento da parte aérea. Sendo assim, o tratamento que permite a obtenção de maior número de plantas mutantes viáveis é aquele utilizando 0,2% EMS por 23h. (CNPq, FAPEMIG e CAPES)

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OTIMIZAÇÃO DO MÉTODO DE QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS POR IMUNODETECÇÃO FLUORESCENTE  EM FOLHAS DE CAFÉ

Eduardo de Almeida Soares (Estagiário voluntário); Sabrina Helena da Cruz Araujo (Estagiária voluntária); Carla Quinhones Godoy Soares (Pós-graduanda); Andréa Miyasaka de Almeida (Co-orientadora); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador)

A imunodetecção de proteínas (western blotting) é uma importante ferramenta  para dissecar a função de um gene ou  mecanismo que controla um processo fisiológico.  Nesta metodologia, utilizamos um anticorpo secundário marcado com um fluoróforo (IgG-Cy5TM ; cabra-α-coelho). A fluorescência foi escaneada utilizando-se o escaner de fluorescência (FLA-3000), e a imagem foi analisada no programa para analise quantitativa de imagens (Multi Gauge). As proteínas totais da folha de café foram extraídas pelo método do fenol tamponado, utilizando extratos de dois clones de Coffea canephora com respostas de tolerância contrastante a seca, e separadas em SDS-PAGE. Em seguida transferidas para uma membrana de PVDF em aparato semi-seco.  O anticorpo primário específico para a proteína D1 do fotossistema II e para a subunidade maior da ribulose-1,5-bifosfato carboxilase (RbcL). Essas proteínas possuem um papel central nas etapas-chave das fases fotoquímica e bioquímica da fotossíntese. Ambas as proteínas foram detectadas de forma específica como bandas discretas, emitindo um sinal fluorescente intenso nas membranas tratadas (imunoblottings), sinal superior àqueles obtidos utilizando detecção quimioluminescente (CDP-Star, GE), ou colorimétrica (utilizando NBT +BCIP).  O método mais eficiente correspondeu aquele utilizando a concentração dos anticorpos primários correspondentes a 0,4 ng/ml (anti-RbcL) e 1:2000 (anti-D1; Agrisera AS05084), e a concentração do anticorpo secundário de 0,75 ng/ml.  Esses resultados indicam a maior sensibilidade do uso da detecção por fluorescência para uso em extratos protéicos de café, sendo também o método mais quantitativo, econômico e rápido em relação . (CNPq)   

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POLUIÇÃO DO AR: DANOS OCASIONADOS PELAS EMISSÕES DE UMA USINA DE PELOTIZAÇÃO SOBRE A LÂMINA FOLIAR DE Cordia verbenacea D.C. (BORAGINACEAE)

Janaína da Silva Castro Pereira (Bolsista BIC-Júnior/CNPq/FAPEMIG); Diego Ismael Rocha (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Luzimar Campos Silva (Orientadora) A poluição do ar vem causando vários danos aos ecossistemas mundiais. As emissões provenientes de usinas de pelotização incluem gases como o dióxido de enxofre e o ferro particulado, que são transportados pelo ar e contribuem para a degradação da fauna e da flora locais. Dessa forma, objetivou-se caracterizar as alterações na morfoanatomia foliar de plantas de Cordia verbenacea D.C. (Boraginaceae) ocorrentes num remanescente florestal próximo a uma usina de pelotização. Amostras da porção mediana de folhas expandidas foram coletadas numa mata vizinha localizada a 800 m da fonte emissora e comparadas a outros indivíduos ocorrentes no Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV). As amostras foram fixadas em Karnovsky e submetidas às técnicas usuais em microscopia de luz e eletrônica de varredura. A deposição de material particulado sobre a lâmina foliar de C. verbenacea causou alterações na sua estrutura. Na nervura mediana, os principais efeitos ocorreram no parênquima, que devido ao colapso de suas células apresentaram grandes espaços intercelulares, alterando o aspecto geral da nervura em relação às plantas coletadas no PEPCV. O maior número de necroses foi verificado a partir da face adaxial da folha, em que ocorreu colapso das células da epiderme e dos tricomas unicelulares, formação de tecido de cicatrização, hipertrofia de algumas células do mesofilo e necrose no parênquima paliçádico e lacunoso. A desintegração das células epidérmicas com conseqüente exposição do mesofilo às emissões culminou na formação de uma grande erosão na superfície adaxial da folha, formando protuberâncias e depressões. Nas regiões próximas à necrose ocorreram alterações na turgidez das células dos tricomas unicelulares e glandulares, além da presença de hifas fúngicas. A ocorrência de danos morfoanatômicos nas folhas de C. verbenacea expostas às emissões da usina mostrou sua sensibilidade a esses agentes, apresentando potencial como bioindicador da presença desses poluentes. (FAPEMIG) 

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PRODUÇÃO DE SEMENTES SINTÉTICAS EM ESPÉCIE DE Passiflora 

Daniela Lopes Paim Pinto (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Wagner Campos Otoni (Orientador); Maurecilne Lemes da Silva (Pós-graduanda DS)  A importância das passifloráceas decorre da ampla e diversificada utilização pelo homem, sendo cultivadas como ornamentais, e os frutos consumidos in natura na forma de sucos e em preparações industriais, além de seu uso medicinal. Semente sintética consiste em embrião somático ou outro tipo de propágulo encapsulado com ou sem endosperma artificial. Este trabalho objetivou a produção de sementes sintéticas para Passiflora cincinnata. Embriões somáticos de P. cincinnata, já estabelecidos previamente, e embriões zigóticos foram encapsulados em alginato de sódio (AS),  e subseqüente imersão em solução estéril de CaCl2.H2O durante 20 minutos para  complexação. Em seguida, as cápsulas foram lavadas em água deionizada estéril. Embriões somáticos em estágios pré-cotiledonar, cotiledonar e embriões zigóticos foram encapsulados seguindo os tratamentos: I- matriz com AS; II- matriz com AS suplementado com sais de MS (endosperma artificial); III- matriz com AS suplementada com sais de MS e carvão ativado (endosperma artificial). As cápsulas foram cultivadas em frascos com meio gelificado com ágar Merck® e água. Para embriões zigóticos encapsulados tanto na ausência como na presença do endosperma artificial houve elevadas taxas de germinação e sobrevivência das plantas convertidas, sem diferença significativa entre os tratamentos. Os embriões somáticos encapsulados em estágio pré-cotiledonar, após 60 dias de cultivo in vitro, não apresentaram germinação, observando-se, entretanto, alongamento do eixo embrionário e expansão dos cotilédones. Os embriões encapsulados no estágio cotiledonar romperam a matriz de AS. Sementes sintéticas produzidas com embriões zigóticos ou somáticos nos tratamentos propostos não resultaram em diferença significativa. Assim, sugere-se a utilização da matriz de AS, já que estes explantes possuem reservas suficientes para o desenvolvimento inicial, geminando na ausência de endosperma artificial. A utilização de embriões somáticos como semente sintética para P.  cincinnata pode ser considerada uma alternativa promissora para a propagação convencional da espécie, bem como a sua aplicação em outras Passifloraceae. (FAPEMIG)

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QUALIDADE DE MORANGOS MINIMAMENTE PROCESSADOS REVESTIDOS COM PVC OU QUITOSANA 

Priscila Silveira Duarte (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Franciscleudo Bezerra da Costa (Pós-graduando-DS); Fabiana Ribeiro Carmanini (Enga agrônoma); Evelyn Rosse Mary Arnez Zerdas (Pós-graduanda-MS); Daniely Cássia Deliberali (Estagiária voluntária); Adriano do Nascimento Simões (Pós-graduando-DS); Rolf Puschmann (Orientador)  O uso de revestimento comestível é uma tecnologia que  vem sendo usada para manter o frescor e a qualidade de produtos minimamente processados. O objetivo do trabalho foi avaliar as características físico-químicas de morangos inteiros e cortados longitudinalmente, revestidos com quitosana ou filme PVC. Frutos Dover obtidos no mercado foram submetidos às etapas de processamento mínimo: seleção quanto a danos físicos, insentos de doenças e quanto a uniformidade de cor (¾ vermelho); retirada do pedicelo manualmente e do cálice com auxílio de lâminas; sanitizacão e enxágüe por 30s, com solução de 200 ppm e 3 ppm de cloro livre, respectivamente; e corte longitudinal. Em seguida, foram submetidos aos tratamentos: controles secos (não sanitizados) e molhado; filme PVC (11 m) e quitosana 1,5%, mantidos em bandeja de poliestireno expandido a 51ºC por 8 dias. Ao final do período de conservação, para os frutos inteiros, verificou-se perda de massa de 7 e 9% nos tratamentos controles seco e molhado, respectivamente; cerca de 1% para o tratamento com PVC e em torno de 11% para quitosana 1,5%. Para frutos cortados, observou-se perda de 19% para os frutos controles seco e molhado, cerca de 2% para filme PVC e em torno de 26% para quitosana 1,5%. Houve um incremento em cerca de 2% no teor de sólidos solúveis para morangos inteiros com quitosana e controle cortados. Acidez total titulável manteve-se constante em todos os tratamentos para o período estudado. Quanto aos parâmetros de cor, medidos na superfície dos frutos, a luminosidade (L), valores de a* e índice de escurecimento dos morangos com PVC foi maior, tanto para os frutos inteiros quanto para os cortados. Visualmente não foi verificado formação ou crescimento de massa fúngica, mantendo-se a aparência desejável dos frutos. No geral morangos mantidos com filme PVC, mostraram-se com aparência aceitável e características físico-químicas desejáveis. (FAPEMIG, CAPES e CNPq)

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RESPOSTA DE SEMENTES DORMENTES DE Styosanthes humilis A ÍONS ALUMINIO

Rafael Vilela Cunha (Bolsista IC), Dimas Mendes Ribeiro (Pós-doutorando), Ana Maria Mapeli (Pós-Graduanda DS), Glayton Botelho Rocha (Bolsista IC), Raimundo Santos Barros (Orientador) Sementes dormentes escarificadas de estilosante germinam em resposta a qualquer fator indutor da produção de etileno. Por isso, a quebra da dormência estimulada pelos íons divalentes Cd 2+, Zn2+ e Fe2+ é inibida por inibidores de biossíntese e da resposta ao regulador gasoso. Neste trabalho, examinou-se a resposta daquelas sementes a íons trivalentes Al3+ e suas possíveis interrelações com o etileno. As sementes eram escarificadas, esterelizadas e infiltradas nas soluções–teste, pH 3,0, tampão HEPES 50 mM e germinadas em placas-de-petri, a 30 ºC . O etileno, detectado na atmosfera de frascos Erlernmeyer selados, contendo as sementes embebidas, foi quantificado por cromatografia gasosa. Os resultados de 5 repetições foram analisados pelos testes de Scott–Knott e Tukey (5%). Sementes tratadas com AlCl3 (10 mM) têm uma germinação bem mais antecipada do que as sementes sob pH 3,0, exibindo também maior grau de resposta. Enquanto as sementes–controle são inibidas por bloqueadores de biossíntese do etileno (Co2+, 1 mM ; 2-aminoetoxvinilclicina, 0,1 mM; ácido abscísico, 0,01 mM), estes não afetam a resposta das sementes com Al3+ , indicando a existência de uma rota independente do etileno para a germinação. O etileno emanado pelas sementes tratadas mostra–se em nível bastante baixo, em suporte àquela sugestão. É possível, no entanto, que o Al3+ torne a sementes muito sensíveis aqueles níveis ínfimos de etileno (CAPES, CNPq, FAPEMIG). 

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RESPOSTAS ANTIOXIDATIVAS DE Eichhornia crassipes e Salvinia auriculata EXPOSTAS AO ARSÊNIO

Taina Ignacio (Bolsista PIBIC/CNPq); Rafaella Teles Arantes Felipe (Pós-Graduanda); Aldo Jose Bitencourt Lopes Teixeira (Estagiário voluntário); Juraci Alves de Oliveira (Docente colaborador); José Cambraia (Orientador)

A concentração de arsênio (As) tem aumentado consideravelmente em diversos sistemas terrestres e, ou aquáticos, com possibilidade de serem atingidos níveis tóxicos às espécies animais e vegetais. Aguapé (Eichhornia crassipes) e salvínia (Salvinia auriculata) sobressaem-se dentre diversas macrófitas pelo potencial que apresentam de serem utilizadas na descontaminação de águas contaminadas com metais pesados. O presente trabalho teve como objetivo estudar algumas respostas antioxidativas de aguapé e salvínia submetidas a níveis elevados de As na tentativa de avaliar seus potenciais como bioindicadores e, ou biorremediadores. As plantas, cultivadas em solução nutritiva de Hoagland 1/5 da força iônica total, foram expostas ao As nas concentrações de 0,0; 0,25; 0,50 e 1,00 g/mL. Após três dias de tratamento, foram determinadas as concentrações de tióis totais e tióis não protéicos e as atividades das enzimas peroxidases (POXs) e catalases (CATs) em folhas e raízes. A concentração de tióis não protéicos aumentou com o tratamento das plantas com As e em aguapé foi cerca de 93% maior do que em salvínia. A atividade das POXs aumentou nas raízes e folhas, enquanto a atividade das CATs aumentou nas raízes, mas diminuiu nas folhas das duas espécies. As atividades destas enzimas foram sempre maiores em aguapé do que em salvínia, independente do tratamento.  Os aumentos nas atividades enzimáticas induzidas pelo As foram sempre mais elevados em aguapé. Em salvínia, sob certas concentrações de As, observou-se redução na atividade das CATs indicando que os efeitos tóxicos do As podem ter superado a capacidade da espécie tolerar os efeitos tóxicos do metal pesado. As respostas das duas espécies quanto à concentração de tióis não protéicos e as atividades das POXs e das CATs indicam que estes componentes do mecanismo de tolerância antioxidativo estão presentes nas duas espécies, mas são mais efetivos em aguapé do que em salvínia. (CNPq)

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SELEÇÃO DE MEIO DE CULTIVO PARA A GERMINAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE SEMENTES DE Thlaspi  caerulescens  ECOTIPO SAINT FÉLIX DE PALLIÉRES   Tessio Araújo de Santana (Bolsista IC/projeto); Marcelo de Almeida Guimarães (Pós-Graduando); Fernanda de Lima Barroso (Estagiária voluntária); Wellington de Alcântara Rodrigues Branco (Estagiário voluntário); Webert Cardoso Ferreira (Estagiário voluntário); Laiany Kelly Vieira Rocha, (Estagiária voluntária); Marcelo Ehlers Loureiro (Orientador)

Thlaspi caerulescens é considerada espécie modelo para estudos em fitorremediação por acumular metais como Cd2+, Ni2+ e Zn2+. No entanto, no crescimento e desenvolvimento de plântulas in vitro, têm sido verificados problemas de baixo vigor vegetativo, e baixas taxas de desenvolvimento. Dentre os fatores que influenciam o desenvolvimento das plântulas está o meio utilizado para o cultivo das mesmas. Objetivou-se através deste trabalho, avaliar a influência da concentração dos sais do meio MS (Murashige & Skoog, 1962), bem como da sacarose (SAC) na germinação de sementes e no desenvolvimento de plântulas de T. caerulescens. Os tratamentos consistiram da combinação de diferentes concentrações salina do meio MS (25, 50, 75 e 100%) com SAC (0, mesmo percentual da concentração salina e 100%). Foram avaliados, aos 33 dias após a semeadura: o percentual de germinação (%G), número de folhas (NF), comprimentos: total (LT), parte aérea (LA), radicular (LR) e matérias seca: total (MT), parte aérea (MA) e radicular (MR), número de plantas hiperídricas (NPH) e o aspecto visual (AV). Foi observado que sob concentração de 50% de sais, combinada com concentrações de SAC de 50 e 100%, as plantas foram quantitativamente superiores aos demais tratamentos, não diferindo estatisticamente dos tratamentos com 25% de sais e 25 e 100% de SAC. No entanto, devido ao fato destes dois últimos tratamentos apresentarem elevado NPH, concluí-se que o meio de cultivo com 50% de sais e 50% de SAC é o melhor para o desenvolvimento in vitro de T. caerulescens.   

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USO DE CENTRÍFUGA DOMÉSTICA NO PROCESSAMENTO MÍNIMO DE BULBILHOS DE ALHO  Felipe Francisco Fabbri de Moraes (Bolsista PIBIC/CNPq); Adriano do Nascimento Simões (Pós-Graduando DS); Franciscleudo Bezerra da Costa (Pós-Graduando DS); Priscila Silveira Duarte (Bolsista PROBIC/FAPEMIG); Leonardo Thomaz Diniz (Pós-Graduando MS); Rolf Puschmann (Orientador) A centrifugação no processamento mínimo é necessária para retirada do excedente de água absorvida pelos produtos após sanitização e o enxágüe. Bulbilhos foram selecionados, debulhados e imersos em água a temperatura ambiente por 30 minutos, seguido de remoção do prato basal. O descasque mecânico foi realizado em uma máquina modelo DACT-10 por 6 minutos. Bulbilhos inteiros e cortados com 2 mm de espessura foram sanitizados e enxágüados por 10 minutos em 200 ppm e 3 ppm de cloro ativo, respectivamente; e centrifugados por 0, 30, 45, 60 e 90 segundos em centrífuga doméstica (800g). Os bulbilhos foram avaliados quanto à variação da massa antes e após a centrifugação, produção de gás dióxido de carbono (200 g por 4 horas) e síntese de etileno (100 g por 8 horas). Os tempos de amostragem gasosa foram escolhidos de acordo com curvas de acúmulo. Bulbilhos inteiros antes da centrifugação por 0, 30, 45, 60 e 90 segundos, apresentaram variação na massa fresca de: 2,7; 0,8; 0,2; 0,3 e 0,5 % e de 2,7; -0,2; -1,3; -2; -1,8 % após a centrifugação, respectivamente. Nos bulbilhos fatiados verificou-se variação de massa de 36; 31; 37; 33; 40 % antes da centrifugação e 36; 1,5; -1,5; -5,3; -6 % após centrifugação. Nos bulbilhos inteiros notou-se pouco incremento na produção de etileno e dióxido de carbono à medida que aumentou o tempo de centrifugação. Entretanto, em bulbilhos cortados houve aumento significativo em relação ao controle, principalmente com 90 segundos de centrifugação, para ambos os gases. Os tempos de centrifugação suficientes para retirada do excedente de água com o mínimo de acréscimo na produção de gás carbônico e etileno foram de 30 segundos para bulbilhos inteiros e de 45 segundos para bulbilhos fatiados. (CNPq, CAPES e FAPEMIG). 

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UTILIZAÇÃO DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA NA ANÁLISE DA FITOTOXIDEZ DO FLÚOR EM Urochloa maxima (JACQ.) R.D. WEBSTER (POACEAE) Marta Maria dos Santos (Bolsista BIC-Júnior/CNPq/FAPEMIG), Aristéa Alves Azevedo (Orientadora), Bruno Francisco Sant’Anna-Santos (Pós-Graduando DS), Naiara Viana Campos (Bolsista PROBIC/FAPEMIG), Thiago Gonçalves Alves (Bolsista PIBIC/CNPq), Vânia Maria Valente (Pós-Graduando DS) e Marco Antônio Oliva (Docente colaborador)

Análises ao microscópio eletrônico de varredura (MEV) podem auxiliar no diagnóstico precoce da injúria em espécies sensíveis à ação de poluentes. Desta forma, objetivou-se, neste trabalho, caracterizar as injúrias causadas pelas imissões de flúor na micromorfologia foliar de Urochloa maxima. Após nove dias de exposição nas proximidades de uma fábrica de alumínio, em Ouro Preto-MG, e na estação referência, em Viçosa, amostras foliares foram coletadas para quantificação de flúor na matéria seca e fixadas e processadas para análises ao MEV. As plantas expostas em Ouro Preto apresentaram teor de fluoreto 40 vezes maior do que o observado nas plantas na estação referência, contudo, visualmente, não apresentaram sintomas significativos em resposta ao flúor; foram observadas apenas pequenas manchas necróticas. Ao MEV, foram observados danos na epiderme de ambas as faces da folha como: estômatos danificados, ceras epicuticulares erodidas ou com aspecto amorfo e ruptura de micropêlos e da cutícula, nas proximidades dos pêlos acúleos. Em U. maxima a base dos pêlos, além dos estômatos, parece ser, também, um ponto preferencial de entrada do poluente, já que as injúrias ocorrem nas proximidades e/ou associadas com estes tipos celulares. Como todas as amostras foram coletadas de fragmentos sem sintomas visuais, estes resultados demonstram que danos microscópicos antecedem os sintomas e evidenciam a aplicabilidade de estudos ao MEV no diagnóstico precoce da injúria por fluoreto.

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