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U�IVERSIDADE CA�DIDO ME�DES
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SE�SU”
I�STITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂ�CIA DA AUDITORIA EXTER�A �AS I�STITUIÇÕES
FI�A�CEIRAS
ALINE LUCAS RODRIGUES Orientador: LUCIANO GUERARD
�ITERÓI
2010
ALI�E LUCAS RODRIGUES
A IMPORTÂ�CIA DA AUDITORIA EXTER�A �AS I�STITUIÇÕES FI�ACEIRAS
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes- Instituto a Vez do Mestre para aprovação no Curso de Pós Graduação em Auditoria e Controladoria, sob a orientação do Prof. Luciano Guerard.
�ITERÓI
2010
A IMPORTÂ�CIA DA AUDITORIA EXTER�A �AS I�STITUIÇÕES
FI�A�CEIRAS
ALI�E LUCAS RODRIGUES
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Nome Completo (orientador)
Titulação-Instituição
__________________________________________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
__________________________________________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
CONCEITO FINAL: _____________________
4
AGRADECIMETOS
A Deus, amigo sempre presente, que me deu sabedoria
para concluir esse trabalho.
Aos amigos e familiares, que sempre incentivaram meus
sonhos e estiveram sempre ao meu lado.
5
RESUMO
A evolução visível nas transações entre entidades, provocada pelo advento da
globalização, traz um novo papel para o processo de auditoria, principalmente depois dos
recentes escândalos de grandes empresas, como o caso Enron, que forneceu informações
contábeis distorcidas e irreais aos seus negociadores de ações. Ao resultar em grandes
prejuízos para alguns acionistas, isto os leva a falta de confiança sobre a veracidade das
informações divulgadas pelas empresas de um modo geral e cria certa instabilidade em
relação à segurança nos negócios. O principal problema do estudo reside, então, na discussão
mais profunda da auditoria no meio empresarial, bem como sua inter-relação com o processo
de Governança Corporativa. Deste modo, o objetivo é discorrer sobre a evolução histórica da
auditoria até seu contexto atual, explicitando os tipos, evidenciando suas formas de
apresentação (interna e externa) e por fim, apresentando as suas novas tendências, focando o
surgimento bem como a importância do processo de Governança Corporativa. Para isso,
utilizou-se do método de pesquisa bibliográfica para, a partir daí, tecer algumas considerações
no âmbito da transparência e da prestação fidedigna de contas nos demonstrativos contábeis,
com o intuito de fornecer confiabilidade.
Palavras-chave: Auditoria Externa; Controle Interno; Instituições Financeiras;
6
I�TRODUÇÃO
No mundo capitalista contemporâneo, cada vez mais as entidades necessitam de
créditos para financiar as suas operações. Dessa forma, têm necessidades de apresentar os
seus demonstrativos contábeis, que segundo Almeida (2003, p. 36) correspondem “a posição
patrimonial e financeira, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as
origens e aplicações de seus recursos”, de tal forma que reflitam, com fidedignidade, a sua real
posição perante o mercado, já que precisam pleitear recursos junto a credores, em especial,
bancos e investidores.
Tais credores aplicam seus recursos baseando-se na situação econômico-financeira das
empresas, obtida pela análise dos demonstrativos contábeis. Por isso a importância de se ter
esses documentos com dados verdadeiros, para não induzirem o usuário a tomarem decisões
de maneira equivocada.
Neste momento observa-se a importância da auditoria, que, segundo Crepaldi (2004,
p. 23), é “o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações,
rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade”. Para se conhecer a auditoria, como é
vista atualmente, deve-se analisar o seu processo histórico, a sua origem e o motivo pelo qual
ela se tornou uma atividade necessária aos bons andamentos dos diversos negócios a que se
aplicava.
7
CAPÍTULO I
AUDITORIA
1.1. CO�CEITO DE AUDITORIA:
Auditoria é uma função independente que busca priorizar a qualidade dos processos e
aperfeiçoar os resultados operacionais, é também uma técnica, uma análise, um levantamento
criterioso, um estudo e uma forma de avaliação sistemática dos procedimentos, práticas e
rotinas internas de uma entidade e de suas demonstrações contábeis.
O objetivo de nossa Auditoria é em primeiro lugar compreender e reconhecer como seu
negócio opera, quais são suas vantagens, dificuldades e seu processo de desenvolvimento,
onde voltamos nossos trabalhos para proporcionar informações sólidas e seguras que muito
contribuirão com o desenvolvimento organizacional.
Nossa responsabilidade vai além de nosso parecer, uma vez que mantemos uma
preocupação contínua com os resultados da organização, envolvendo a postura dos dirigentes
quanto à tomada de decisões, observando a confiabilidade das informações e sua
transparência junto aos acionistas, sociedade e ao público alvo.
1.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA:
A origem da auditoria foi, em muito, discutida de forma rigorosa pelos especialistas,
mas, no entanto, ainda torna-se importante relacioná-la com o início das atividades
econômicas desenvolvidas pelo homem, conforme retrata Boynton et.al (2002):
“Auditoria começa em época tão
remota quanto à contabilidade. Sempre que o
avanço da civilização tinha implicado que a
propriedade de um homem fosse confiada, em
8
maior ou menor extensão, a outra, a
desejabilidade da necessidade de verificação
da fidelidade do último, tornou-se clara”.
Assim, constata-se que, desde os primórdios, no antigo Egito havia a necessidade de se
ratificar as atividades praticadas, tais como a verificação dos registros de arrecadação de
impostos; e inspeções nas contas de funcionários públicos. Então se percebe o porquê que o
cargo de auditor foi criado na Inglaterra, em 1314, visto a potência econômica desse país
desde a época das colonizações, que se tornaria, séculos depois, o berço do capitalismo com a
Revolução Industrial.
“A grandeza econômica e comercial da
Inglaterra e da Holanda, em fins do século passado, bem
como dos Estados Unidos, onde hoje a profissão é mais
desenvolvida, determinou a evolução da auditoria, como
conseqüência do crescimento das empresas, do aumento
de sua complexidade e do envolvimento do interesse da
economia popular nos grandes empreendimentos.”
(Crepaldi, 2004: 105).
Assim, já ao alcançar um maior grau de evolução, a auditoria de empresas começou
com a legislação britânica, promulgada durante a Revolução Industrial, em meados do século
XIX (Boynton et.al 2002). A partir daí, pode-se elaborar um retrato de todo processo de
evolução da auditoria.
QUADRO 1: Evolução da Auditoria.
A�O ACO�TECIME�TO
1756 A Revolução Industrial na Inglaterra e a
expansão do capitalismo propiciaram
9
grande impulso para a profissão devido
ao surgimento das primeiras fábricas com
uso intensivo de capital [...].
1880 Criação da Associação dos Contadores
Públicos Certificados na Inglaterra.
1887 Cria-se nos EUA, a Associação dos
Contadores Públicos Certificados.
1894 É criado na Holanda o Instituto Holandês
de Contabilidade Pública.
Início do séc. XX
Surgimento das grandes corporações
americanas e rápida expansão do
mercado de capitais.
1916
Surgimento do IPA (Institute of Public
Accountants), que sucede a Associação,
supra citada em 1887.
1917 Redenominação do IPA para AIA
(American Institute of Accountants).
1929 Crash da Bolsa de Valores.
Início dos anos 30
O AIA propõe ao Congresso Norte-
Americano a regulamentação de normas e
padrões contábeis por profissionais
altamente capacitados.
1934 Criação da SEC (Security and Exchange
Comission), nos EUA, aumentando a
10
importância da profissão do auditor como
guardião da transparência das
informações contábeis das organizações e
sua divulgação para o mercado de
capitais [...].
1947 Declaração de Responsabilidade do
auditor interno
1957
Redenominação do AIA para AICPA
(American Institute of Certified Public
Accountants), instituto que teve
importância decisiva para o
desenvolvimento das práticas contábeis e
de auditoria.
1971 Criação do IBRACON (Instituto
Brasileiro de Contadores) [...].
1973
Surgimento do FASB (Financial
Accounting Standards Board), nos EUA,
com o objetivo de determinar e
aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e
normas contábeis.
1976
Com a Lei nº. 6404 - Lei das Sociedades
por Ações - foram normatizados as
práticas e relatórios contábeis.
1976 Com a Lei nº. 6385 é criada a CVM
(Comissão de Valores Mobiliários), que
11
tem a responsabilidade de normatizar as
normas contábeis e os trabalhos de
auditoria das empresas de capital aberto,
além de fiscalizar.
1977
Surgimento do IFAC (International
Federation of Accountants), que
substituiu o International Coordination
Committee for Accountancy Profession,
com a missão de emitir padrões
profissionais e guias de recomendação,
além de buscar a convergência
internacional desses padrões.
2001
Surgimento do IASB (International
Accounting Standards Board), com sede
na Grã-Bretanha, que assume a
responsabilidade de estudo de padrões
contábeis, antes dirigidos pelo IASC
(International Accounting Standards
Comitte), com o objetivo de harmonizá-
las internacionalmente.
O marco da necessidade de aprimoramento no sistema contábil e, por conseguinte, da
auditoria, ocorreu em 1929, com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, visto que
muitas empresas não tinham transparência e consistência nos seus dados financeiros,
contribuindo, assim, com a já conhecida crise mundial. Houve, a partir daí, a necessidade de
12
se mitigar as falhas nas divulgações contábeis das empresas, tendo como um dos primeiros
passos, a criação do Comitê May, que atribuía regras para as instituições que tinham as suas
ações negociadas em bolsa de valores, tornando-se obrigatória a auditoria independente das
demonstrações contábeis.
Desta maneira, com o surgimento dos órgãos supracitados, a auditoria estaria mais do
que nunca, se fundido, gradativamente, junto ao desenvolvimento econômico mundial para o
alcance do status de colaboradora para a continuidade das empresas, contribuindo diretamente
no aprimoramento do processo de governança corporativa, amenizando, assim, sua aparência
histórica de somente gerar custos para a entidade.
1.3. TIPOS DE AUDITORIA:
Há autores que descrevem os vários tipos de auditorias, como por exemplo, auditoria
ambiental, auditoria de sistemas, auditoria fiscal e tributária, entre outras. No entanto este
trabalho tratará somente um tipo de auditoria, de acordo com Almeida (2003, p. 26), a
auditoria externa das demonstrações contábeis é:
[...] “Aquela que examina as
demonstrações contábeis de uma empresa e
emite sua opinião sobre estas, o que a tornou
fundamental, vista como uma medida de
segurança, na opinião dos investidores, que
passaram a exigir que as demonstrações
contábeis fossem examinadas por um
profissional independente da empresa e de
reconhecida capacidade técnica”.
De forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna é idêntico aquele
executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das mesmas
13
técnicas de auditoria; ambas têm sua atenção voltada para o controle interno como ponto de
partida de seu exame e formulam sugestões de melhorias para as deficiências encontradas,
ambas modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas observações e a eficiência
dos sistemas contábeis e de controles internos existentes.
Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos têm suas
diferenças básicas caracterizadas por:
1.3.1. Quadro Comparativo da Auditoria Interna x Auditoria Externa:
Auditoria Interna
Auditoria Externa
. A auditoria é realizada por um
funcionário da empresa
. A auditoria é realizada através de
contratação de um profissional independente
. O objetivo principal é atender as
necessidades da administração
. O objetivo principal é atender as
necessidades de terceiros no que diz respeito
à fidedignidade das informações financeiras
. A revisão das operações e do controle
interno é principalmente realizada para
desenvolver aperfeiçoamento e para
induzir ao cumprimento de políticas e
normas, sem estar restrito aos assuntos
financeiros
. A revisão das operações e do controle
interno é principalmente realizada para
determinar a extensão do exame e a
fidedignidade das demonstrações financeiras
. O trabalho é subdividido em relação às
áreas operacionais e às linhas de
. O trabalho é subdividido em relação às
contas do balanço patrimonial e da
14
responsabilidade administrativa demonstração do resultado
. O auditor diretamente se preocupa com
a detecção e prevenção de fraude
. O auditor incidentalmente se preocupa com
a detecção e prevenção fraudes, a não ser
que haja possibilidade de substancialmente
afetar as demonstrações financeiras
. O auditor deve ser independente em
relação às pessoas cujo trabalho ele
examina, porém subordinado às
necessidades e desejos da alta
administração
. O auditor deve ser independente em
relação à administração, de fato e de atitude
mental
. A revisão das atividades da empresa é
contínua
. O exame das informações comprobatórias
das demonstrações financeiras é periódica,
geralmente semestral ou anual.
1.4. METODOLOGIA DA AUDITORIA:
A metodologia do trabalho de auditoria fundamenta-se em Previsão,
Acompanhamento executivo e Retrospecção executiva e avaliação rigorosa.
Segundo Sá (2002) As tarefas do auditor precisam ser planejadas e a execução deve
acompanhar acontecimentos assim como observar aqueles que já ocorreram.
Existem tarefas "concomitantes" e "subseqüentes", ou seja, as que acompanham os
fatos patrimoniais enquanto ocorrem e as que só procedem à verificação depois sucedida os
fenômenos, em todos os casos há necessidade de uma previsão ou plano que oriente o método
15
executivo. A chamada "auditoria de acompanhamento" é a única que pode oferecer segurança
ao controle de uma empresa ou instituição. Para Almeida (1996) "O auditor externo deve-se
preocupar com erros que, individual ou cumulativamente, possam levar os leitores das
demonstrações contábeis a terem uma interpretação errônea sobre elas”.
Os trabalhos de auditoria realizados, massificados e comercialmente, por "grandes
empresas" levaram o método e a segurança dos serviços, fazendo com que suas informações
sejam precisas e idôneas. Sá (2002) descreve que "Por natureza procurou-se entender a auditoria
como um exame à posteriori (e esta continua sendo a prática de maior difusão, o que nos leva,
inclusive, a admiti-la como genérica), ou seja, aquele procedido depois dos registros já realizados".
Planejar, partindo de sondagens sérias, supervisionar de forma ampla, estudar, analisar,
refletir para avaliar com segurança, sentir-se seguro diante de evidencias inequívocas, tudo
fazendo para obtê-las, preservar a independência não aceitando subordinações nem limitações
à indagação, adotar prudência para opinar somente com segurança, evidenciar e destacar o
que causaram dúvidas são partes de uma Metodologia de Auditoria que não se pode omitir,
seja qual for a Finalidade a cumprir com a tarefa.
1.5. CO�TROLE I�TER�O:
O controle interno representa o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com o
objetivo de proteger os ativos de uma organização, produzir dados contábeis confiáveis e
ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa.
São exemplos de controles contábeis:
� Sistemas de conferência, aprovação e autorização;
� Segregação de funções (pessoas que têm aceso aos registros contábeis não podem custodiar
ativos da empresa);
16
� Controles físicos sobre ativos;
� Auditoria interna.
São exemplos de controles administrativos:
� Análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos;
� Controle de qualidade;
� Treinamento de pessoal;
� Análise das variações entre os valores orçados e incorridos.
1.5.1. Revisão do Controle Interno:
A revisão do controle interno tem a finalidade de determinar qual a confiabilidade dos
mecanismos existentes, para que possam definir quais e quando os procedimentos de auditoria
serão utilizados e em qual extensão.
1.5.2. Avaliação do Controle Interno:
Essa avaliação é realizada mediante a aplicação de questionários que auxiliam na
avaliação global do processo em estudo revelando o nível de controle interno.
Passos para avaliação do controle interno:
� Levantar o sistema de controle interno;
� Verificar se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática;
� Avaliar a possibilidade de o sistema revelar de imediato erro e irregularidades;
� Determinar tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria.
1.5.3. Amplitude dos Testes:
Em primeiro lugar, o auditor externo deve se preocupar com erros que,
individualmente ou cumulativamente, possam levar os leitores das demonstrações contábeis a
terem uma interpretação errônea sobre elas. Portanto, o valor desses erros teria de ser
significativo em relação às demonstrações contábeis.
17
Em segundo lugar, normalmente, a empresa já tem um conjunto de procedimentos
internos com o objetivo de evitar a ocorrência de erros.
O risco da ocorrência de um erro, em uma empresa com um bom sistema de controle
interno, é muito menor que em uma empresa com um sistema de controle interno ruim. O
auditor externo utiliza o sistema de controle interno da empresa para determinar a amplitude
dos testes de auditoria. Quando o controle interno é bom, o auditor externo faz um menor
volume de testes; caso contrário, o auditor externo faz um maior volume de testes.
Caso a organização possua um excelente controle interno (nota máxima), mesmo
assim, o auditor externo tem de fazer o volume mínimo de testes devido o sistema de controle
interno ter suas limitações (conluio, incompetência e negligência).
1.5.4. Levantamento do Sistema do Controle Interno:
As informações sobre o sistema de controle interno são obtidas das seguintes formas:
• Leitura dos manuais internos de organização e procedimentos;
• Conversa com funcionários da empresa;
• Inspeção física desde o início da operação (compra, venda, pagamentos, etc) até o
registro no razão geral.
Normalmente, as empresas de auditoria preparam questionários padrões de controle
interno para serem preenchidos pelos auditores. Esses questionários funcionam como um
guia, no sentido de evitar que o auditor omita a avaliação de uma parte importante das
operações da empresa.
1.5.5. Responsabilidade do Controle Interno:
A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do sistema de
controle interno, pela verificação de se está sendo seguido pelos funcionários, e por sua
modificação, no sentido de adaptá-lo às novas circunstâncias.
18
1.6. PAPÉIS DE TRABALHO:
Uma das normas da auditoria estabelece que o auditor deve colher elementos
comprobatórios suficientes a fim de apoiar seu parecer sobre as demonstrações financeiras
examinadas. Para atender esta norma, os auditores estabelecem papéis de trabalho para
registrar as evidências obtidas durante a execução do serviço de auditoria.
1.6.1. Codificação dos papéis de trabalho: Os papéis de trabalho devem ser codificados de forma a possibilitar que as
informações sejam facilmente encontradas. A codificação pode ser feita por sistema numérico
ou alfabético, ou a combinação dos dois.
1.6.2. Outros Papéis de Trabalho: Os outros papéis de trabalho compreendem, entre outros:
� Cartas de confirmação de terceiros:
� Contas correntes bancárias;
� Aplicações financeiras;
� Contas a receber;
� Fornecedores a pagar;
� Advogados.
� Cópias de documentos importantes:
� Estatuto social ou contrato social;
� Contratos;
� Manuais de procedimentos internos;
� Atas de reuniões de acionistas, conselhos de administração e fiscal e diretoria.
19
1.7. TIPOS DE PARECER:
Existem basicamente quatro tipos de pareceres do auditor:
� Parecer sem ressalva ou padrão;
� Parecer com ressalva;
� Parecer adverso;
� Negativa de parecer
1.7.1. Parecer sem ressalva ou padrão:
O auditor emite um parecer sem ressalva nas seguintes circunstâncias:
- Exame efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas;
- Demonstrações financeiras elaboradas de acordo com os princípios fundamentais de
contabilidade;
- Princípios contábeis adotados com uniformidade;
- Demonstrações financeiras contêm todas as exposições informativas necessárias.
1.7.2. Parecer com ressalvas:
No caso da emissão de um parecer com ressalvas, o parágrafo-padrão da opinião deve
ser alterado de forma a deixar claro a natureza da ressalva e seu efeito sobre a situação
patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as
origens e aplicações de recursos, se esse efeito puder ser razoavelmente determinado.
Outra maneira de esclarecer a natureza da ressalva seria fazer referência, no parágrafo
da opinião, a uma nota explicativa ou a outro parágrafo do parecer, que descreva as
circunstâncias. Na hipótese de a ressalva ser tão relevante que impeça ao auditor expressar
20
uma opinião sobre a adequacidade das demonstrações contábeis, tomadas em conjunto, há a
necessidade da negativa de opinião ou opinião adversa.
1.7.3. Parecer adverso:
O parecer adverso é emitido quando o auditor possui informações suficientes para
formar a opinião de que as demonstrações financeiras não representam adequadamente a
posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, às mutações do patrimônio
líquido e as origens e aplicações de recursos, de acordo com os princípios fundamentais de
contabilidade. Esse fato ocorre quando o auditor constata que a transação é tão importante que
não justifica a simples emissão de um parecer com ressalva.
1.7.4. �egativa de Parecer:
O auditor deve dar negativa de parecer quando ele não obtém elementos
comprobatórios suficientes para formar sua opinião sobre as demonstrações financeiras
tomadas em conjunto. Esse fato ocorre, normalmente em função de limite no escopo do
exame ou incertezas que possam ter efeito bastante relevante sobre a situação patrimonial e
financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido, ou as origens e
aplicações de recursos.
Demonstrações financeiras utilizadas para a emissão do parecer:
• Balanço patrimonial;
• Demonstração do resultado do exercício;
• Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do
patrimônio líquido;
• Demonstrações das origens e aplicações de recursos;
21
• Notas explicativas.
CAPÍTULO II
AUDITORIA EXTER�A
2.1. O QUE É AUDITORIA EXTER�A OU I�DEPE�DE�TE?
A auditoria externa é um conjunto de procedimentos técnicos e legais que visam
propiciar a emissão de um parecer ou opinião sobre as demonstrações contábeis, no sentido de
verificar se estas refletem adequadamente a posição patrimonial ou financeira, o resultado das
operações e as origens e aplicações de recursos da empresa examinada.
A auditoria verifica, também, se as demonstrações seguem os princípios contábeis e se
esses princípios foram aplicados com uniformidade em relação ao exercício anterior.
2.2. O QUE LEVA UMA I�STITUIÇÃO FI�ACEIRA A CO�TRATAR UMA
AUDITORIA?
Geralmente, o serviço de auditoria é contratado pelas empresas em virtude de
obrigação legal, deliberação interna ou solicitação de outras empresas que visam casos
específicos, como:
• Medida de controle interno;
• Imposição de bancos para concessão de créditos;
• Imposição de fornecedores para financiar as compras;
• Atendimento das exigências do próprio estatuto ou do contrato social da empresa;
• Para efeito de compra da empresa, incorporação, fusão ou cisão da empresa.
22
O Banco Central do Brasil (BACEN) editou a Resolução 3098/2004 que procurou
estimular, incorporar e atualizar a prática do comitê de auditoria nas maiores instituições
financeiras do país. Esse precedente regulatório pode ser interpretado como um registro de
valorização dos benefícios de transparência, credibilidade e equilíbrio patrocinado pelo
BACEN via adoção de instrumentos de controles e de governança.
Possivelmente inspirada em experiências voluntárias e regulatórias de outros países,
emergira visão que defendia a adoção do comitê de auditoria, muito antes da emissão de
quaisquer resoluções ou normas. Uma factível antecipação do voluntarismo às regras: A
quebra de grandes bancos brasileiros como o Nacional, o Econômico e o Bamerindus trouxe a
luz os delicados problemas da relação entre os acionistas, os Conselhos de Administração e as
Auditorias Externas. Da forma como atua hoje, o Banco Central não está equipado para
fiscalizar e os Conselheiros de Administração não têm tempo ou preparo para examinar a
fundo o trabalho dos auditores, a menos que constituam um Comitê de Auditoria, LODI
(2000, p. 37).
À empresa de auditoria independente contratada, cabe, entre outras, as seguintes
atribuições:
• Elaborar, como resultado dos trabalhos de auditoria realizados, o parecer e relatório
sobre as demonstrações financeiras semestrais examinadas e relatório semestral
circunstanciado de avaliação da qualidade e adequação dos controles internos devendo
ser evidenciadas as deficiências encontradas;
23
• Assessorar tecnicamente a unidade encarregada do processamento contábil no
BACEN por ocasião da elaboração das Demonstrações Financeiras, inclusive quanto à
preparação das Notas Explicativas;
• Desenvolver os trabalhos de forma coordenada e integrada com o Departamento de
Auditoria Interna (Deaud), com vistas a evitar duplicidade de esforços e propiciar o
intercâmbio técnico.
A comunicação entre a auditoria independente e as áreas auditadas é executada sem
que haja qualquer tipo de restrição. A auditoria independente obtém todas as informações
julgadas necessárias diretamente do departamento encarregado do assunto tratado.
Os relatórios resultantes dos trabalhos de auditoria interna são colocados à disposição
da auditoria independente.
Além de ser uma exigência do Banco Central do Brasil formar um Comitê de
Auditoria, as Instituições Financeiras ganham credibilidade dos acionistas e investidores que
através das Demonstrações Contábeis investem em vários produtos como: previdência
privada, consórcio, ações do Banco, investimentos longos e curtos prazos, etc. O Comitê de
Auditoria tem a responsabilidade de mostrar a real situação econômica que se encontra a
Instituição Financeira, pois através dela que os investidores e acionistas sabem se o Banco vai
“quebrar” ou não.
2.3. Auditoria Externa no Brasil (outro exemplo):
A empresa de auditoria Arthur Andersen S/C, que foi condenada, em 2002, por
obstrução legal, por ter queimado os documentos relativos aos serviços prestados à empresa
Enron Corporation – caso de escândalo na economia norte-americana e mundial, pela falta de
transparência e veracidade das informações contábeis - que, como conseqüência, perdeu os
seus clientes para as concorrentes e desintegrou-se do grupo BIG FIVE, foi uma das pioneiras
24
a se instalarem no Brasil, e segundo Crepaldi (2004) já mantinha escritório no Rio de Janeiro-
RJ desde 21 de Outubro de 1909, sob a antiga denominação MCAuliffe DAVIS BELL & CO.
Além da Arthur Andersen, a atual firma PRICE WATERHOUSE COOPERS, em
1915, incorporou a W. B. PEAT & CO. e TOUCHE FALLER & CO., na América do Sul,
abrindo também um escritório no Rio de Janeiro-RJ. Entretanto, apesar da implantação de
filiais de empresas de auditoria, dos EUA e da Inglaterra, no Brasil no início do século XX, a
auditoria efetivamente foi oficializada pelo Banco Central do Brasil (BCB), em 1968.
Ao fazer, então, um rápido retrospecto, em 1976, instituiu-se a Lei das Sociedades por
Ações – Lei nº. 6404 – que regula e obriga as companhias abertas (com suas ações negociadas
em Bolsas de Valores) serem auditadas por profissionais independentes registrados na CVM
(Comissão de Valores Mobiliários). A CVM foi criada pela Lei 6385/76, com a
responsabilidade de normatizar os procedimentos contábeis e os trabalhos de auditoria das
empresas de capital aberto, além de exercer as funções de fiscalização, semelhantemente à
SEC norte-americana.
A partir desse ambiente é que a auditoria passou a se firmar no Brasil, na década de
70, e começou a substituir a sua inicial utilidade, que consistia segundo Niyama (2006, p. 9)
em: “a) atender as exigências estatutárias; b) exigências de consolidação de balanço para
subsidiária brasileira de empresas multinacionais no exterior; e c) obter crédito junto a instituições
financeiras oficiais ou privadas”.
Como conseqüência dessas mudanças, um dos novos motivos para a contratação de
uma auditoria externa é tido, de acordo com Almeida (2003), dentre outros fatores, como uma
medida de controle interno tomada pelos acionistas, proprietários ou administradores da
empresa. Notadamente, o fortalecimento da atividade foi obtido com o constante
desenvolvimento e aprimoramento, direto e indireto, das normas e procedimentos de auditoria
e do auditor por órgãos competentes como CVM, CFC e IBRACON.
25
2.4. Principais Órgãos Relacionados com os Auditores:
• CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS
A CVM é uma entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda. Funciona
como órgão fiscalizador do mercado de capitais do Brasil. Para se exercer atividades de
auditoria no mercado de valores mobiliários (companhias abertas e instituições, sociedades ou
empresas) o auditor está sujeito a prévio registro na CVM.
Para obter o registro na CVM, segundo Instrução nº 04/78 da CVM, o auditor deve
comprovar cumulativamente:
• Estar registrado no CRC;
• Haver exercido atividade de auditoria por um período não inferior a cinco anos,
contados a partir da data de registro no CRC;
• Estar exercendo atividade de auditoria, mantendo escritório profissional legalizado,
em nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício de auditoria
independente.
www.cvm.com.br
• IBRACO� – I�STITUTO BRASILEIRO DE CO�TADORES O IBRACON é uma pessoa jurídica de direito privado, sem lucrativos. Tem como
objetivo fixar princípios de contabilidade e elaborar normas e procedimentos relacionados
com auditoria (externa e interna) e perícias contábeis.
www.ibracon.com.br
• CFC – CO�SELHO FEDERAL DE CO�TABILIDADE E CRC – CO�SELHO
REGIO�AL DE CO�TABILIDADE
26
Os conselhos representam as entidades de classe dos contadores. A finalidade principal desses conselhos é o registro e a fiscalização do exercício da profissão de contabilista. www.cfc.org.br e www.crc.org.br
2.5. A Independência do Auditor Externo:
A independência é condição primordial do trabalho de auditoria, para a obtenção dos
elementos de prova e exercício de seu julgamento.
O condicionamento de seus atos, para o exercício de sua função constitui-se elemento
restritivo e, portanto, impeditivo de executar o que de fato é necessário. Para Attie (2000) "O
auditor deve ser absolutamente independente e imparcial na interpretação de tudo que lhe for
apresentado, atestando a cada dado um pronunciamento conclusivo".
A independência necessita orientar o trabalho do auditor no sentido da verdade
evitando interesses conflitos, vantagens, sendo factual em suas afirmações. Attie (2000),
indaga que o trabalho do auditor externo precisa ser encaminhado com observância às normas
de auditoria e aos padrões e técnicas aplicáveis ao exercício de sua função, valendo-se, se for
o caso, de opiniões de outras profissões técnicas quando o momento assim o exigir.
27
CO�SIDERAÇÕES FI�AIS:
A transição econômica, cultural e social pela qual atravessa o Brasil, enseja uma
mudança no perfil e políticas empresariais nas empresas, tanto privadas como públicas,
vivemos o momento das auditorias, momento este definido não pela onda de fusões,
privatizações e escândalos financeiros, mas também pela necessidade de mais controle e
planejamento empresarial. A auditoria vem galgando espaços junto às entidades, num
processo natural de reconhecimento do seu valor e de crescente domínio da cidadania.
Atualmente os auditores buscam agregar mais fatores de confiança ao conhecimento do
negócio da empresa. Esta é uma profissão que vem crescendo muito em nosso país, cabendo
aos profissionais da contabilidade a se especializarem nesta área, visando agregar maior valor
em seu currículo e na sua formação.
A auditoria é uma ferramenta de segurança indispensável às empresas e por falta de
conhecimento ou mesmo por não conhecer a relação entre custo x benefício da implantação
da auditoria numa empresa, faz com que o administrador relegue a auditoria o segundo plano.
Recomenda-se que os gestores das organizações onde não é realizada a auditoria que faça
uma reflexão e analise com maior relevância a questão proposta neste artigo. E aos futuros e
atuais empresários, se requer maior especialização neste assunto, buscando novas informações
como forma de valorização da entidade.
28
MODELO DA CARTA DE CO�FIRMAÇÃO POSITIVA
C-100
Rio de Janeiro, de de 20___.
Ao Banco Bradesco,
Para fins de simples conferência, favor confirmar diretamente com os nossos
auditores (.......................................................) o saldo da conta nº ............ que mantemos com
esta agência, em 31 de dezembro de 20____. Adicionalmente, caso haja alguma ressalva,
solicitamos indicar na coluna de “OBSERVAÇÕES”.
Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos,
Atenciosamente
_______________________________ Assinatura do responsável pelo
Setor financeiro
Confirmamos o saldo da conta nº ........... a empresa .............................., abaixo
discriminado em 31 de dezembro de 20___.
BANCO/CONTA SALDO EM 31/12/20___ OBSERVAÇÕES
Bradesco – nº .....
________________,_____ de _____________de ______.
29
___________________________
Assinatura e Carimbo
.
REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e aplicações. 3.ed., São Paulo, Atlas, 1998. 2. JU�D, Sergio. Auditoria: conceitos, normas técnicas e procedimentos. Ed., Rio de Janeiro, Impetus, 2003.
3. SÁ. Antonio Lopes de. Curso de Auditoria. 10º ed. São Paulo: Atlas, 2002.
4. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um curso moderno e completo. São Paulo:
Atlas, 1996.
5. Apostila de Auditoria Externa (Candido Mendes)-Instituto a Vez do Mestre-2009. 6. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997.
30
SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................................06
1. CAPÍTULO I-AUDITORIA................................................................................................07
1.1 -Conceito de Auditoria..............................................................................................07
1.2- Evolução Histórica da Auditoria..............................................................................07
1.3.-Tipos de Auditoria....................................................................................................12
1.3.1.Quadro Comparativo da Auditoria Interna x Auditoria Externa........................13
1.4.-Metodologia da Auditoria........................................................................................14
1.5.- Controle Interno......................................................................................................15
1.5.1. Revisão do Controle Interno..............................................................................16
1.5.2. Avaliação do Controle Interno..........................................................................16
1.5.3. Amplitude dos Testes........................................................................................16
1.5.4. Levantamento do Sistema do Controle Interno.................................................17
1.5.5 Responsabilidade do Controle Interno...............................................................17
1.6.- Papéis de Trabalho..................................................................................................18
1.6.1. Codificação dos Papéis de Trabalho.................................................................18
1.6.2. Outros Papéis....................................................................................................18
1.7. Tipos de Parecer.......................................................................................................19
1.7.1. Parecer sem ressalva.........................................................................................19
1.7.2. Parecer com ressalva.........................................................................................19
1.7.3. Parecer Adverso................................................................................................20
1.7.4. Negativa de Parecer..........................................................................................20
2. CAPÍTULO II- AUDITORIA EXTERNA.........................................................................21
2.1. O que é Auditoria Externa ou Independente?..........................................................21
2.2. O que leva uma Instituição Financeira a contratar uma Auditoria?.........................21
2.3. Auditoria Externa no Brasil......................................................................................23
2.4. Principais Órgãos relacionados com os Auditores...................................................24
31
CVM.........................................................................................................................25
IBRACON...............................................................................................................25
CFC.........................................................................................................................25
2.5. A Independência do Auditor Externo......................................................................25
CONSIDERAÇOES FINAIS...................................................................................................27
MODELO DE CARTA DE CONFIRMAÇÃO POSITIVA....................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................30
32